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SISTEMA_CONSTITUCIONAL_BRASILEIRO_AULA_01_JAN_2015

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SISTEMA CONSTITUCIONAL BRASILEIRO
Roberta Corrêa de Araujo Monteiro
robertacdearaujo@hotmail.com
A EVOLUÇÃO CONSTITUCIONAL BRASILEIRA 
 A CONSTITUIÇÃO DE 1824 
Com a Proclamação da Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, surgiu a necessidade da estruturação de um poder centralizador para o Império que emergia, de modo a manter a unidade nacional.
A Constituição de 1824 resultou da disputa entre dois grupos políticos com ideias e propostas diametralmente opostas, que antes marcharam unidos na luta pela independência do Brasil mas divergiam quanto aos destinos do País.
O grupo encabeçado por José Bonifácio de Andrada e Silva ( vencedor) →
Tendência mais conservadora, propunha um governo forte, centralizador, onde o monarca era o Chefe de Estado e, ao mesmo tempo, Chefe de Governo.
Grupo encabeçado por Gonçalves Ledo ( derrotado)→Tendência liberal
Defendia a monarquia constitucional representativa, onde o Parlamento seria o poder mais forte.
Propunha a descentralização administrativa e a ampla autonomia das províncias. 
Em meio a essa crise acontece a coroação de D. Pedro I, aclamado como o Imperador do Brasil, ainda em 1822. 
Dom Pedro I chegou a convocar uma Assembleia Constituinte para discutir a primeira Constituição do Brasil, mas, considerando que os constituintes de 1823 estavam
criando uma Constituição que não era do seu agrado, restringindo os seus poderes e deixando de propor a criação do Poder Moderador, como queria, o monarca determinou a dissolução, à força, da Assembleia Constituinte. 
Características do texto de 1824
Nome do país – Império do Brasil 
Carta outorgada 
Estado centralizado / Monarquia hereditária e constitucional .
Consagração de quatro poderes (Executivo / Legislativo / Judiciário / Moderador (exercido pelo imperador) 
O mandato dos senadores era vitalício 
Voto censitário: concessão do direito do voto apenas àqueles cidadãos que atendem certos critérios que provem condição
econômica satisfatória (abolido pela constituição de 1891)
Estado confessional (ligado à Igreja – catolicismo como religião oficial) 
A Constituição outorgada de 1824, consagrando o unitarismo, dividiu o País em vinte províncias inteiramente subordinadas ao poder central, e dirigidas por Presidentes 
escolhidos e nomeados pelo Imperador, demissíveis ad nutum. 
Criou, ademais, os chamados Conselhos Gerais das Províncias, embrião do que viria ser mais tarde o Poder Legislativo
 
A Primeira República e a Constituição de 1891 
A República foi instaurada no País muito mais pela necessidade da implantação do federalismo do que por oposição à forma monárquica do governo de Pedro II.
Decreto Republicano de 15/11/1889, elaborado por Rui Barbosa, que logo no seu primeiro artigo assim dispunha: “Art. 1o
 As Províncias do Brasil, reunidas pelo laço da federação, ficam constituindo os Estados Unidos do Brasil”. 
E no seu artigo 2º dispunha que “As antigas Províncias serão consideradas Estados”. 
A nossa Federação teve como modelo a Constituição americana de 1787
Estabeleceu a igualdade jurídica entre todos os novos Estados-membros. 
Através do Decreto nº 78-B, de 21/12/1889, o Governo Provisório convocou uma Assembleia Constituinte para ser instalada no dia 15/11/1890. 
A primeira Constituição Republicana brasileira foi promulgada em 1891 
Representou uma ruptura com a antiga ordem política imperial
Instituiu o federalismo e concedeu autonomia aos estados (antigas províncias)
Consagrou a tripartição dos poderes proposta por Montesquieu; 
Separou o Estado da Igreja;
Garantiu o direito de propriedade;
Assegurou direitos e garantias fundamentais, dentre os quais o habeas corpus, a livre manifestação de pensamento, a inviolabilidade do domicílio, a liberdade de associação. 
Características da Constituição de 1891 
Nome do país – Estados Unidos do Brasil 
Carta promulgada 
Estado Federativo / República Presidencialista 
Três poderes (extinto o poder moderador) 
Voto Universal ( exceções: analfabetos)
Estado Laico 
Modelo externo – constituição norte-americana 
As províncias viraram estados, dotados de autonomia. 
Constituição de 1934 
A revolução de 1930 colocou fim à assim chamada “República Velha”, e, com ela, a Constituição de 1891. 
A Revolução de 30 foi um movimento armado, liderado pelos estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul, que culminou com o golpe de Estado, o Golpe de 1930, que depôs o presidente da república
Washington Luís em 24 de outubro de 1930, impediu a posse do presidente eleito Júlio Prestes e pôs fim à República Velha.
Quando, em 1930, o Presidente Washington Luís escolheu mais um paulista, Júlio Prestes, para sucedê-lo, a oligarquia mineira se rebelou entendendo ter sido desrespeitada a chamada política do “café com leite” (rodízio de presidentes paulistas/mineiros) 
Formou-se a Aliança Liberal em torno da candidatura de Getúlio Vargas, gaúcho, ex-Ministro da Fazenda de Washington Luís. 
Derrota da Aliança Liberal leva ao movimento revolucionário
Getúlio Vargas assumiu a chefia do "Governo Provisório" em 3 de novembro de 1930, data que marca o fim da República Velha.
Através de um Decreto, editado em 11/11/1930, Getúlio Vargas passou a exercer os poderes Executivo e Legislativo, dissolvendo o Congresso Nacional, as Assembleias 
Legislativas Estaduais e as Câmaras Municipais, acabando de vez com os últimos resquícios da incipiente democracia brasileira
Todos os governadores de estado foram afastados e substituídos por interventores federais, que apoiaram o Golpe de Estado e que obedeciam às ordens de Getúlio Vargas. 
Após cerca de um ano e meio da revolução, estando o Brasil administrado ditatorialmente começam a surgir focos de resistência e rebeldia a partir de São Paulo
Tem início outro movimento, a Revolução Constitucionalista, de pequena e efêmera existência, sufocada que foi pelas tropas leais ao Governo.
Mesmo tendo sido um fiasco do ponto de vista militar, a Revolução Constitucionalista foi um sucesso do ponto de vista político, pois forçou Getúlio a
consentir na elaboração de uma nova Constituição para o País, em 1933, e que marcaria o retorno do Brasil à normalidade democrática.
A nova Constituição- a segunda Constituição da República- foi promulgada em 16/07/1934 e continha mais do dobro das disposições presentes na de 1891. 
Foi fortemente influenciada pela Constituição de Weimar, alemã, e pelo fascismo, conquanto trouxesse, à época, um grande avanço do País com os traços do Estado Social
Características da Constituição de 1934 
Nome do país – Estados Unidos do Brasil 
Carta promulgada 
Reforma Eleitoral – introduzidos o voto secreto e o voto feminino. 
Criação da Justiça do Trabalho 
Leis Trabalhistas – jornada de 8 horas diárias, instituição do salário-mínimo, repouso semanal, férias remuneradas;
Obrigatoriedade e gratuidade do ensino primário;
Criação do mandado de segurança; 
Concedeu, ainda, autonomia aos Municípios como instrumento de descentralização e democratização do Estado. 
Foi a Constituição de menor duração 
Em 1935, Vargas suspendia as garantias constitucionais através do estado de sítio.
 Vargas é eleito indiretamente para a presidência
Constituição de 1937 
Em 10/11/1937, o Presidente Getúlio Vargas, dando um autogolpe, outorgou uma nova Constituição ao País, de feição nitidamente ditatorial
A Constituição de 1937 ficou conhecida como Carta Polaca, em virtude da grande semelhança que guardava com a fascista Constituição da Polônia, de 1935
Como golpe, Getúlio Vargas tornou-se ditador
Usou como justificativa a necessidade de poderes extraordinários para proteger a sociedade brasileira da ameaça comunista 
Getúlio interveio nos estados-membros afastando todos os governadores e designando, em seus lugares, interventores nomeados.
Características da Constituição de 1937 
Nome do país – Estados Unidos do Brasil. 
Carta outorgada 
Inspiração fascista 
Abolidos os partidos
políticos e a liberdade de imprensa.
Mandato presidencial prorrogado até a realização de um plebiscito (que nunca foi realizado) 
Suprimido o mandado de segurança e o direito de manifestação de pensamento;
Instituída a pena de morte para crimes políticos e homicídios considerados mais graves.
Foi suprimido o nome de Deus do preâmbulo; 
Conferiu amplos poderes ao Presidente da República; 
Ampliou o prazo do mandato presidencial;
Criou o estado de emergência para a restrição temporária das garantias individuais
Dissolveu o Congresso Nacional e as Assembleias estaduais;
Mudou o nome do Senado para Conselho Federal; 
Eliminou a autonomia dos Estados-Membros.
A democracia e a Constituição de 1946 
A derrota da aliança nazi-fascista, envolvendo a Alemanha e a Itália, na Segunda Guerra, que inicialmente era simpática ao então ditador brasileiro fez com que crescessem as pressões internas para a reconquista das liberdades democráticas 
Cria-se um clima verdadeiramente hostil a Getúlio Vargas 
A Constituição de 1946 surge com o processo de redemocratização posterior a queda de Vargas
Submetido à pressão de juristas, intelectuais e de parcela da população, Getúlio vê-se obrigado a fazer emendas à Constituição outorgada em 1937
Editou a Lei Constitucional nº 9, em fevereiro de 1945, contendo várias emendas à Constituição, sendo a mais importante delas a que fixava eleições diretas para o mês de dezembro do mesmo ano.
Em 29 de outubro de 1945 Getúlio Vargas era deposto pelos militares, chefiados pelos Generais Eurico Gaspar Dutra e Góes Monteiro, assumindo provisoriamente o governo o Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministro José Linhares
A queda de Vargas levou ao início da elaboração de uma nova Constituição, democrática
A nova Constituição restabeleceu o princípio da separação dos poderes e integrou a Justiça do Trabalho no âmbito do Poder Judiciário 
Características da Constituição de 1946 
Nome do país – Estados Unidos do Brasil 
Carta promulgada 
Mandato presidencial de 5 anos 
Ampla autonomia político-administrativa para estados e municípios.
Defesa da propriedade privada e do latifúndio 
Assegurava direito de greve e de livre associação sindical 
Garantia liberdade de opinião e de expressão. 
Através da emenda de 1961 foi implantado no Brasil o parlamentarismo, como solução para a crise sucessória após a renúncia de Jânio Quadros. 
Em 1962, através de plebiscito, os brasileiros optam pela volta do presidencialismo. 
As Forças Armadas e setores conservadores da República não queriam que o Vice-Presidente João Goulart assumisse a Presidência, ao argumento de que ele era esquerdista e discípulo de Getúlio Vargas, criando, assim, uma grave crise institucional.
O vice-presidente, quando da renúncia de Jânio Quadros, encontrava-se em viagem diplomática à China, e os militares tentaram impedir sem êxito, o seu retorno ao País para assumir a Presidência
O parlamentarismo foi, assim, a saída encontrada e aceita pelas partes para que o Presidente João Goulart pudesse assumir o poder central. 
Assumindo o governo, João Goulart conseguiu convocar um plebiscito logo para o ano imediatamente seguinte para que o povo decidisse soberanamente sobre o regime de governo, se parlamentarista ou presidencialista, vencendo este último
Em 31 de março de 1964, os militares insatisfeitos com o governo nacionalista de Jango deram um golpe de estado e depuseram o Presidente João Goulart
Os militares, no dia 1º de abril, assumiram o poder e impuseram o Ato Institucional nº 1, institucionalizando o Regime Militar com plenos poderes
Deu-se início, a partir de então, a mais uma ditadura, com a supressão das liberdades
O Regime Militar e a Constituição de 1967
Surge na transição do governo Castelo Branco para o Costa e Silva, contexto no qual predominavam o autoritarismo e o arbítrio político. 
Documento autoritário 
A constituição de 1967 foi largamente emendada em 1969, absorvendo instrumentos ditatoriais como os do AI-5 (ato institucional nº 5) de 1968, que concedeu uma gama extraordinária de poderes ao
Presidente da República, inclusive os de decretar o fechamento do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas e das Câmaras Municipais, cassar os mandatos dos parlamentares e suspender os direitos políticos de qualquer pessoa por dez anos. 
. 
O AI-5 suspendeu as garantias da magistratura, como a vitaliciedade e a inamovibilidade, assim como as garantias do funcionalismo em geral, tal como a estabilidade.
Usurpou poderes do Judiciário 
Suspendeu o instituto do habeas corpus nos casos de crimes políticos contra a “segurança nacional, a economia popular e ordem econômica”, além de subtrair do Judiciário a competência para apreciar qualquer ato praticado com fundamento nele, AI-5.
Características da Constituição de 1967 
Nome do país – República Federativa do Brasil 
Documento promulgado (controvertido pois foi aprovado por um Congresso Nacional mutilado pelas cassações) 
Teoria da segurança nacional
Em dezembro de 1979, o governo modificou a legislação partidária e eleitoral e restabeleceu o pluripartidarismo
Em 1984, o País mobilizou-se na campanha pelas "Diretas Já".
A partir do governo Ernesto Geisel, entre 1974 e 1979, anuncia-se uma distensão lenta, gradual e segura do regime autoritário em direção à democracia
Forma-se um movimento suprapartidário em favor da aprovação da emenda constitucional, proposta pelo deputado federal mato-grossense Dante de Oliveira, que restabelece a eleição direta para a Presidência da República
A emenda foi derrotada na Câmara dos Deputados
Em 15 de janeiro de 1985, o governador de Minas Gerais Tancredo Neves foi eleito Presidente da República pelo Colégio Eleitoral, com José Sarney como vice-presidente
Tancredo faleceu em 21 de abril de 1985
Sarney assumiu a Presidência no dia 15 de março, dando fim a 21 anos de ditadura militar
A redemocratização só se efetivou com a promulgação da Constituição Federal, em 5 de outubro de 1988.
A Constituição promulgada de 1988 
Conhecida como "Constituição Cidadã" 
Momento de redemocratização política
Amplitude das garantias constitucionais
A nova Constituição brasileira teve como fonte de inspiração a Constituição portuguesa de 1976
Características da Constituição de 1988 
Nome do país – República Federativa do Brasil 
Carta promulgada 
Reforma eleitoral (voto para analfabetos e para brasileiros de 16 e 17 anos) 
Terra com função social 
Combate ao racismo e todas as formas de discriminação
Centralidade do primado pela dignidade da pessoa humana
Amplitude da jurisdição constitucional
Plena de conteúdo principiológico
Garantia plena de direitos fundamentais
Garantia aos índios da posse de suas terras (a serem demarcadas) 
Ampliação dos direitos trabalhistas – redução da jornada semanal, seguro desemprego, férias remuneradas acrescidas de 1/3 do salário
Em 1993, 5 anos após a promulgação da constituição, o povo foi chamado a definir, através de plebiscito, a forma e sistema de governo. 
O resultado foi a manutenção da república presidencialista. 
Organização do Estado brasileiro
O Brasil é uma República Federativa formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal e constitui-se em Estado Democrático de Direito
( art. 1º, CF) 
Forma de Governo no Brasil: República
São duas as formas de Governo:
1. Monarquia
2. República.
Características básicas da Monarquia 
a) A hereditariedade dos governantes;
b) A vitaliciedade dos mandatos;
c) Inexistência de representação popular;
d) Irresponsabilidade do governante (ausência de prestação de contas).
Características da República
a) A eletividade dos governantes;
b) A temporariedade dos mandatos;
c) Representatividade popular;
d) Responsabilidade do governante (dever de prestação de contas).
A República pode ser :
1. Presidencialista ( o modelo brasileiro) onde o Presidente é Chefe de Estado e, ao mesmo
tempo, Chefe de Governo;
2. Parlamentarista, ( como, por exemplo, a França, a Alemanha, a Itália) , onde o Presidente é o Chefe de Estado, mas o Chefe de Governo é um Primeiro Ministro escolhido pelo Congresso, no Partido Político vencedor da eleição parlamentar
FORMA DE ESTADO
A forma de Estado, a teor do disposto no art. 1º, é a Federação.
O Brasil é uma República Federativa, formada pela união indissolúvel dos estados, dos municípios e do Distrito Federal,. 
Formas de Estado
As Confederações
As unidades confederadas são ligadas umas às outras por um vínculo contratual, de forma que, cessada a vontade que as uniu, podem dissolver-se, pois elas mantém suas soberanias intactas.
As Federações
Representa a união indissolúvel de Estados-Membros, os quais, por sua vez, são dotados de autonomia.
Origens do federalismo
Constituição norte-americana de 1787
Foi da união das treze ex-colônias inglesas, formadas por indivíduos oriundos da Inglaterra, que se dirigiram para o novo mundo por razões
religiosas, políticas e econômicas, que se criou inicialmente uma Confederação no momento imediatamente posterior a independência. 
Desta confederação, que promoveu ajustamentos e uma maior aproximação entre os Estados confederados, surgiu uma Federação. 
Na Federação cada uma das treze ex-colônias, que se constituíam anteriormente em Estados confederados, tiveram de abrir mão da soberania de que eram dotadas para constituir um poder que se colocava 
em uma instância superior e que abrangesse a todas elas, sendo portanto a soberania atribuída a esse poder, surgindo assim o Estado Federal. 
ALEXANDER HAMILTON → Federalista
 Apresenta essa nova forma de organização do Estado, onde a autonomia dos estados membros combinada com uma união sólida e indissolúvel entre eles é a marca distintiva de uma federação
A autonomia é uma prerrogativa de poder de ente político, própria do Estado federal, que se distingue da soberania do Estado, na medida em que não é poder independente. 
Os Estados Federados tem como prerrogativas básicas:
1. A auto organização, pela qual o estado membro pode elaborar sua própria constituição e suas leis; 
2. O autogoverno que dá ao povo do estado membro o direito de escolher seus governantes tanto no plano do legislativo, como do executivo e do judiciário. 
3. A autoadministração, que permite ao estado membro organizar e gerir sua máquina burocrática
Em razão de peculiaridades de sua história política, o federalismo norte-americano apresenta grande acentuação na autonomia dos estados federados. 
Pacto Federativo
Representa a expressão da vontade dos representantes dos estados que integram a federação de participar da criação do Estado Federal. 
Esta vontade é expressa na Constituição.
Os estados federados se constituem em partes indissociáveis, não podendo nenhum deles optar por não fazer mais parte da federação, 
posto que ao nela adentrarem abriram mão de significativa parcela de soberania de que eram dotados, restando-lhes a autonomia
A capacidade de auto-organização dos estados-membros possui limitações e condicionamentos que são expressos pelo texto da Constituição Federal.
Esta capacidade de se organizar autonomamente é manifestação do poder constituinte decorrente e as Constituições Estaduais devem ser elaboradas em conformidade com os princípios e preceitos da Constituição
No Brasil, a transição da monarquia para a república e do Estado unitário para o Estado federal não se constituiu em um processo lento, mas sim relativamente breve. 
A principal característica do Estado federado é a descentralização administrativa e política.
O poder é dividido em diferentes funções (Legislativo, Executivo e Judiciário), e estas reproduzidas simetricamente em todos os níveis da federação. 
A descentralização do Estado federal gera a necessidade de repartição de competências a serem exercidas pelo Estado federal e pelos estados federados. 
Esta repartição de competências se constitui em tarefa do legislador constituinte de forma a harmonizar o exercício do poder por parte de todos os estados que integram a federação e o Estado Federal
Formas de Federalismo:
1. Contrípeto
2. Centrípeto
Federalismo Contrípeto→ Quando tende ao fortalecimento do poder central da União Federal
Federalismo Centrífugo
Quando tende ao fortalecimento dos estados integrantes da federação
Federalismo de Cooperação:
Havendo equilíbrio entre estas duas forças, qual seja, entre o Estado Federal e os estados federados, diz-se que o federalismo é de cooperação. 
Principais características do federalismo brasileiro
a) A decisão constituinte criadora do Estado Federal e de suas partes indissociáveis, a federação ou União, e os estados-membros;
b) A repartição de competências entre a federação e os estados-membros;
c) O poder de auto-organização constitucional dos estados-membros, atribuindo-lhes autonomia constitucional; 
d) A intervenção federal, instrumento para restabelecer o equilíbrio federativo, em casos constitucionalmente definidos;
e) Participação do estado-membro na formação da legislação federal;
f) A titularidade dos estados-membros, através de suas Assembleias Legislativas, em número qualificado, para propor emenda à Constituição Federal;
g) A criação de novo estado ou modificação territorial de estado existente dependendo da aquiescência da população do estado afetado; 
h) A existência do Poder Judiciário Federal de um Supremo Tribunal Federal ou Corte Suprema, para interpretar e proteger a Constituição Federal, e dirimir litígios ou conflitos entre a União, os Estados e outra pessoas jurídicas de direito interno.
As entidades federativas independentemente do tamanho de sua população, de sua participação no produto interno bruto do Estado Federal, ou de sua extensão territorial, têm 
entre si plena condição de igualdade formal, igualdade esta que é estabelecida pelas normas constitucionais. 
Federação Brasileira
A Constituição ao estabelecer que o Brasil é uma federação constituída por estados, municípios e pelo distrito federal, esta a inovar vez que se dá por alçar o município a um ente autônomo da federação.
A federação constitui-se tão somente de estados, que juntamente com a união apresenta o seu aspecto dualista, daí a grande inovação na nova estrutura apresentada pelo federalismo brasileiro. 
O art. 18 da Constituição da República apresenta o município como parte integrante da organização política administrativa da República Federativa do Brasil ao lado da União, dos Estados e do Distrito Federal, sendo todos dotados de autonomia. 
A Constituição de 1988, seguindo o exemplo das constituições anteriores, estabeleceu as hipóteses em que, excepcionalmente, a União poderia vir a intervir nos estados federados. 
O instituto da intervenção federal encontra-se nas circunstâncias enumeradas nos incisos do art. 34 da Carta Política. 
"Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: 
I - manter a integridade nacional; 
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; 
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; 
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação; 
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que: 
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; 
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei; 
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; 
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: 
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; 
b) direitos da pessoa humana; 
c) autonomia municipal; 
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta; 
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, 
compreendida
a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde." 
O Estado Federal brasileiro é composto “pela união indissolúvel dos Estados, Municípios e do Distrito Federal”. (caput 
 do art. 1º, CF)
O princípio da indissolubilidade do vínculo federativo 
Tem duas finalidades básicas:
A) preservar a unidade nacional; 
B) Necessidade de descentratização.
É inadmissível qualquer pretensão de separação de um Estado-Membro, do Distrito Federal ou de qualquer Município da Federação, inexistindo em nosso ordenamento jurídico o direito de secessão.
A mera tentativa de secessão (separação) , no caso do federação brasileira, já autoriza a intervenção federal, conforme aduz o art. 34, I, da CF/88. 
A forma federativa de Estado é uma cláusula pétrea, sendo, portanto, núcleo imodificável da Constituição, com fulcro no artigo 60, parágrafo 4º, inciso I.
Proposta de emenda que vise abolir essa forma de estado não pode ser sequer objeto de deliberação.

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