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Como a Globofilmes está destruindo o cinema nacional Postado em 21 ago 2013por : Paulo Nogueira O depoimento do ator e produtor Caio Blat mostra como o monopólio da Globo é predador. Duas coisas são notáveis num vídeo em que o ator Caio Blat fala sobre o papel predador da Globofilmes no cinema brasileiro. A primeira é o assalto perpetrado pela Globofilmes. A segunda é que, tornado público isso, nada tenha acontecido exceto uma retratação de Blat que lembra as confissões dos acusados de crimes contra o comunismo na década de 1930 na Rússia de Stálin. Era claramente isso ou o fim da carreira. O órgão que deveria coibir ações nocivas de monopólios, o Cade, é simplesmente inoperante quando se trata da Globo. Sintetizarei o golpe aqui, tal como narrado calmamente por Blat. Se você não fecha um contrato com a Globofilmes para a distribuição do seu filme, as mídias da Globo se fecham para você. Tevê, jornal, revistas, internet: pode esquecer no trabalho de divulgação. Então você é forçado a fazer. Aí a Globofilmes coloca você no Jô, no Serginho Groisman, no Vídeo Show etc. Ótimo. O detalhe é que sua ida àqueles programas é cobrada como se fosse publicidade. Mercham, o que é ainda mais caro que a propaganda convencional porque se trata de enganar o espectador. Depois, a Globofilmes se “ressarce” do investimento fictício na bilheteria. Ela investiu quanto? Zero. Qual o custo de encaixar um diretor ou ator de um filme num programa da própria Globo? Nenhum, se descontarmos coisas subjetivas como a conversa com Jô Soares, por exemplo. Mas a fatura vem, como conta candidamente Blat. E pesada. Acontece o seguinte: quem ganha, essencialmente, é apenas a Globofilmes, ou a Globo. Para produtores é um negócio cruel. Há, neste história, uma terrível injustiça, um comportamento que é a negação do capitalismo que a Globo, à luz do sol, tanto prega para, nas sombras, fazer tudo para extorquir os que têm a infelicidade de viver sob seu monopólio deletério. O poder da Globo de fazer coisas malévolas com tem que ser combatido, em nome do interesse público. Há que quebrar um monopólio que acaba dando em coisas como a Globofilmes. Não enfrentar esse drama nacional, como sucessivos governantes fizeram, incluídos Lula e Dilma, é uma ação de lesa pátria. Sobre o Autor O jornalista Paulo Nogueira, baseado em Londres, é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
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