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Resumo de Endodontia - Rafael Maia (2)

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1 Resumo de Endodontia – Rafael Maia 
SUMÁRIO 
 
I – ANATOMIA INTERNA DOS DENTES ................................................................................................... 5 
1.1 Introdução ................................................................................................................................................ 5 
1.2 Definições e considerações gerais ........................................................................................................... 5 
1.2.1 Cavidade pulpar: ............................................................................................................................... 5 
1.2.1.1 Câmara pulpar ........................................................................................................................... 5 
1.2.1.2 Canal Radicular ......................................................................................................................... 6 
1.2.1.3 Demais estruturas ....................................................................................................................... 7 
II – ABERTURA CORONÁRIA (CIRURGIA DE ACESSO) ...................................................................... 8 
2.1 Definições ................................................................................................................................................. 8 
2.1.1 Abertura coronária ............................................................................................................................ 8 
2.1.2 Desgaste compensatório .................................................................................................................... 8 
2.1.3 Forma de conveniência ...................................................................................................................... 8 
2.2 Procedimentos prévios para a realização da abertura coronária ....................................................... 8 
2.3 Princípios fundamentais que regem a abertura coronária .................................................................. 8 
2.4 Abertura coronária ................................................................................................................................. 9 
2.5 Anatomia das cavidades pulpares dos diferentes grupos de dentes ................................................... 9 
2.5.1 Dentes anteriores ............................................................................................................................... 9 
2.5.1.1 Incisivo central superior ............................................................................................................. 9 
2.5.1.2 Incisivo lateral superior ........................................................................................................... 10 
2.5.1.3 Canino superior ........................................................................................................................ 10 
2.5.1.4 Incisivo central inferior ............................................................................................................ 10 
2.5.1.5 Incisivo lateral inferior............................................................................................................. 10 
2.5.1.6 Canino inferior ......................................................................................................................... 10 
2.5.2 Dentes posteriores ........................................................................................................................... 11 
2.5.2.1 Primeiro pré-molar superior .................................................................................................... 11 
2.5.2.2 Segundo pré-molar superior ..................................................................................................... 11 
2.5.2.3 Primeiro pré-molar inferior ..................................................................................................... 11 
2.5.2.4 Segundo pré-molar inferior ...................................................................................................... 11 
2.5.2.5 Primeiro molar superior ........................................................................................................... 11 
2.5.2.6 Segundo molar superior: .......................................................................................................... 12 
2.5.2.7 Primeiro Molar inferior ........................................................................................................... 12 
2.5.2.8 Segundo molar inferior............................................................................................................. 12 
2.6 Erros nas aberturas coronárias ........................................................................................................... 12 
2.6.1 Dentes anteriores superiores e inferiores ........................................................................................ 12 
 
2 Resumo de Endodontia – Rafael Maia 
2.6.2 Pré-molares superiores e inferiores ................................................................................................ 13 
2.5.3 Molares superiores e inferiores ....................................................................................................... 13 
III – INSTRUMENTOS ENDODONTICOS ................................................................................................ 14 
3.1 Instrumental clínico ............................................................................................................................ 14 
3.2 Tipos de exames utilizados em endodontia ......................................................................................... 14 
3.3 Instrumental e material utilizado ........................................................................................................ 14 
3.4 Brocas para abertura coronária, desgaste compensatório e preparo da entrada dos canais 
radiculares ................................................................................................................................................ 15 
3.4.1 Instrumental: .................................................................................................................................... 15 
3.4.2 Desgaste compensatório .................................................................................................................. 15 
3.4.2.1 Brocas endo Z ........................................................................................................................... 15 
3.4.2.2 Brocas de Batt .......................................................................................................................... 15 
3.4.3 Desgaste compensatório .................................................................................................................. 15 
3.4.3.1 Pontas diamantadas ................................................................................................................. 15 
3.4.4 Entrada dos canais radiculares ....................................................................................................... 15 
3.4.4.1 Brocas de largo ........................................................................................................................ 15 
3.4.4.2 Brocas de Gattes Gildden ......................................................................................................... 16 
3.4.4.3 La Axxes ................................................................................................................................... 16 
3.4.5 Preparo dos canais radiculares ....................................................................................................... 16 
3.4.5.1 Extirpa nervos ..........................................................................................................................16 
3.4.5.2 Limas endodônticas .................................................................................................................. 16 
3.4.6 Irrigação e aspiração ...................................................................................................................... 17 
3.4.7 Aparelhos ultrassônicos ................................................................................................................... 17 
3.4.8 Materiais para obturação dos canais radiculares ........................................................................... 17 
3.4.9 Espaçadores digitais ........................................................................................................................ 18 
3.4.10 Lentulo ........................................................................................................................................... 18 
3.4.11 Condensadores de guta-percha ..................................................................................................... 18 
3.4.12 Cones de guta-percha .................................................................................................................... 18 
3.4.13 Microscópio na endodontia ........................................................................................................... 18 
IV – TÉCNICAS DE PREPARO RADICULAR .......................................................................................... 19 
4.1 Técnica do Hibridismo .......................................................................................................................... 19 
4.2 Técnica coroa-ápice/escalonamento progressivo/Crow-down pressureless technique ................... 19 
4.3 Técnica ápice-coroa/escalonamento regressivo/step back preparation ............................................ 20 
VIII – MEDICAÇÃO INTRACANAL .......................................................................................................... 21 
8.1 Introdução .............................................................................................................................................. 21 
8.1.1 Objetivos .......................................................................................................................................... 21 
 
3 Resumo de Endodontia – Rafael Maia 
8.1.2 Propriedades ideais ......................................................................................................................... 21 
8.1.3 Tipos de medicamentos .................................................................................................................... 21 
8.1.4 Emprego da medicação intra-canal................................................................................................. 21 
8.2 Polpa viva – biopulpectomia ................................................................................................................ 22 
8.2.1 Objetivos da biopulpectomia ........................................................................................................... 22 
8.2.2 Medicação preparatória: ................................................................................................................. 22 
8.2.3 Medicação de demora ...................................................................................................................... 23 
8.2.4 Sequência técnica da BIO: .............................................................................................................. 23 
8.3.1 Objetivos: ......................................................................................................................................... 24 
8.3.2 Medicação preparatória .................................................................................................................. 24 
8.3.3 Sequência técnica ............................................................................................................................ 24 
8.3.4 Medicação de demora ...................................................................................................................... 24 
8.3.4.1 Características dos medicamentos de demora ......................................................................... 25 
• Paramonoclorofenal canforado (PMCC) .............................................................................. 25 
• Clorexidina ............................................................................................................................... 25 
• Hidróxido de cálcio .................................................................................................................. 25 
8.4 Selamento Coronário ............................................................................................................................ 26 
8.4.1 Pasta para selamento....................................................................................................................... 27 
8.4.2 Material selador provisório ............................................................................................................. 27 
IX – DIAGNOSTICO DIFERENCIAL PARA INDICAÇÃO DE TERAPIA PULPAR .......................... 28 
9.1 Introdução .............................................................................................................................................. 28 
9.2 Recursos semiotécnicos empregados na endodontia .......................................................................... 28 
9.2.1 Inspeção bucal ................................................................................................................................. 28 
9.2.2 Palpação apical ............................................................................................................................... 28 
9.2.3 Percussão horizontal e vertical ....................................................................................................... 29 
9.2.4 Fistulografia (rastreamento radiográfico) ...................................................................................... 29 
9.2.5 Exames complementares .................................................................................................................. 29 
9.2.6 Testes de sensibilidade..................................................................................................................... 29 
9.3 Polpa normal ou sadia .......................................................................................................................... 29 
9.4 Pulpite reversível ................................................................................................................................... 30 
9.5 Pulpite em fase de transição ................................................................................................................. 30 
9.6 Pulpite irreversível sintomática ........................................................................................................... 30 
9.7 Pulpite irreversível assintomática ........................................................................................................ 31 
9.8 Necrose pulpar ....................................................................................................................................... 31 
9.8 Lesões perirradiculares (periodontite apical ou periapicopatias) .................................................... 31 
 
4 Resumo de Endodontia – Rafael Maia 
9.8.1 Lesão perirradicular em dentes portadores de polpa viva .............................................................. 31 
9.8.2 Lesões perirradiculares em dentes despolpados – agudas .............................................................. 32 
9.8.3 Lesões perirradiculares em dentes despolpados – crônicas ............................................................ 32 
9.8.4 Abscessos perirradiculares– generalidades ................................................................................... 33 
9.8.5 Abscessos perirradiculares – agudos .............................................................................................. 33 
9.8.6 Abscessos perirradiculares – crônicos ............................................................................................ 34 
X – RIZOGENESE INCOMPLETA ............................................................................................................. 35 
10.1 Introdução ............................................................................................................................................ 35 
10.2 Tipos de tratamento ............................................................................................................................ 36 
10.2.1 Dentes com vitalidade pulpar ........................................................................................................ 36 
10.2.2 Dentes com vitalidade pulpar no terço apical ............................................................................... 36 
10.2.2.1 Técnica mediata...................................................................................................................... 37 
• Veículo - Paramonoclorofenal canforado (PMCC) .............................................................. 38 
10.2.2.1 Técnica imediata .................................................................................................................... 38 
10.2.3 Dentes com necrose total do conteúdo pulpar ............................................................................... 39 
10.2.3.1 Técnica operatória ............................................................................................................ 39 
XI – RETRATAMENTO ENDODONTICO ................................................................................................ 41 
11.1 Generalidades ...................................................................................................................................... 41 
 
 
 
5 Resumo de Endodontia – Rafael Maia 
I – ANATOMIA INTERNA DOS DENTES 
1.1 Introdução 
A técnica endodontica é repleta de detalhes e princípios fundamentais que deverão ser obedecidos, 
objetivando o aumento da porcentagem de sucesso após essa terapia. Para isso, o conhecimento preciso da 
morfologia da câmara pulpar e dos canais radiculares é considerado como princípio fundamental. Isso abrange 
o aspecto normal da cavidade pulpar como também as possíveis variações resultantes da idade, de cáries, 
abrasão, erosão, doença periodontal, etc. 
Portanto, pode-se dizer que o cirurgião-dentista deverá ter em mente aquilo que clinicamente não poderá 
enxergar. Ao executar a instrumentação endodontica deverá adquirir uma sensibilidade para encontrar as 
variações anatômicas endodonticas baseado naquilo que estudou anteriormente. 
1.2 Definições e considerações gerais 
1.2.1 Cavidade pulpar: 
Espaço localizado no interior do dente, ocupado pela polpa dental. É limitado pela dentina, exceto ao nível do 
forame ou forames apicais. É dividida em: 
o Câmara pulpar (porção coronária); 
o Canal radicular (porção radicular); 
1.2.1.1 Câmara pulpar 
Porção da cavidade pulpar que aloja a polpa coronária. Apresenta as seguintes partes: 
o Parede incisal/oclusal ou teto (T): porção de dentina que limita a câmara pulpar em direção 
oclusal ou incisal. Apresenta saliências e depressões que correspondem aos cornos pulpares (C). 
o Parede serviçal ou assoalho (A): 
� E a parede oposta e mais ou menos paralela à parede oclusal. Em um corte transversal 
apresenta uma superfície convexa, lisa e polida na parte média, apresentando em seus 
ângulos, depressões de forma afunilada que correspondem às entradas dos canais 
radiculares. 
� Essa zona convexa do assoalho da câmara pulpar onde se iniciam as linhas demarcatórias 
que interligam as entradas dos canais radiculares é denominada “Rostrum Canalium”; 
� Nos dentes anteriores, geralmente,e não existe um limite preciso entre a câmara pulpar e o 
canal radicular. 
o Parede mesial, distal, vestibular e lingual (P – paredes). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 Resumo de Endodontia – Rafael Maia 
1.2.1.2 Canal Radicular 
Espaço ocupado pela polpa radicular que geralmente apresenta a forma externa da raiz, todavia não apresenta 
a mesma regularidade em razão da dentina secundária ou reacional. Inicia-se ao nível do assoalho da câmara 
pulpar e termina no forame apical. Pode ser dividido em: 
• Didaticamente: 
o Terço cervical; 
o Terço médio; 
o Terço apical; 
• Biologicamente: 
o Canal dentinário: campo de ação do endodontista, pois aloja a 
polpa radicular; 
o Canal cementário: aloja o “coto pulpar”1, o qual não deve ser 
manipulado pelo profissional, e sim respeitado. 
o Limite CDC: cemento dentina canal 
� Local onde ocorrerá a obturação e restauração do canal; 
o Sequência anatômica: 
� 1) Canal dentinario: abriga polpa 
� 2) Limite CDC 
• Onde fica a constrição ou forame menor; 
� 3) Canal cementário: tecido periodontal, coto pulpar; 
• Onde se abre o forame maior; 
 
O canal radicular principal pode também 
apresentar múltiplas ramificações, recebendo 
denominações diversas de acordo com suas 
disposições. 
• Lateral: ramificação que corre do canal 
principal ao periodonto, geralmente acima 
do terço apical; 
• Secundário: ramificação que, se deriva do 
canal principal ao nível do terço apical e 
alcança diretamente a região periapical; 
 
• Acessório: ramificação derivada do canal secundário que termina na superfície do cemento; 
• Colateral: canal que corre mais ou menos paralelo ao principal, podendo alcançar a região periapical de 
maneira independente; 
• Delta apical: são múltiplas terminações do canal radicular principal, determinando o aparecimento de 
diversos foraminas em substituição ao forame único; 
 
 
1
 Também coto-endoperiosteal: tecido conjuntivo maduro que preenche o canal cementário; Pertence ao ligamento 
periodontal, isento de dentinoblastos, rico em fibras e células (cementoblastos); 
 
 
 
7 Resumo de Endodontia – Rafael Maia 
• Cavo inter-radicular: ramificação observada ao nível do assoalho da câmara pulpar atingindo a região 
de furca; 
 
 
 
 
 
 
 
1.2.1.3 Demais estruturas 
• Membrana periodontal: tecido conjuntivo denso que tem por finalidade unir e manter trocas 
metabólicas entre o cemento e a parede alveolar. Possui tecidos moles como fibras colágenas e 
estruturas vasculares distribuídas em uma substancia gelatinosa – amortecedor hidrostático; 
• Parede alveolar (lâmina dura): fina camada de osso que limita externamente a membrana 
periodontal. Contínua, mais densa e radiograficamente mais radiopaca. 
• Osso alveolar: composta por osso compacto e esponjoso (componente de sustentação alveolar dos 
dentes); 
• Osso esponjoso: sofre rápida e facilmente a consequência dos processos inflamatórios da região 
periapical (reabsorções); 
“O tratamento endodontico não é apenas um problema técnico, mas sim e principalmente, biológico”. 
REFERÊNCIAS: 
http://www.endo-e.com/images/Anato_Interna/anato_interna_1.htm 
 
 
 
 
8 Resumo de Endodontia – Rafael Maia 
II – ABERTURA CORONÁRIA (CIRURGIA DE ACESSO) 
2.1 Definições 
2.1.1 Abertura coronária 
É o ato operatório pelo qual se abre (se expõe) a câmara pulpar. Tem o objetivo inicial expor o tamanho e a 
forma da câmara pulpar. Permite o acesso ao interior do dente através da remoção do teto da Câmara pulpar 
através da realização de desgastes compensatórios e de extensões complementares (formas de conveniência), 
com a finalidade de obter uma abordagem direta, ampla e sem obstáculos à entrada ouàs entradas dos canais 
radiculares. 
2.1.2 Desgaste compensatório 
Remoção das interferências dentinárias que impedem o acesso franco e direto à entrada ou Às entradas dos 
canais radiculares. Trata-se da remoção mecânico/manual do ombro palatino (lingual) nos dentes anteriores 
como também das convexidades das paredes da câmara pulpar, em molares, principalmente nas mesiais. 
2.1.3 Forma de conveniência 
Trata-se do contorno final da abertura coronária por meio da realização de desgastes mecânicos, tais como a 
divergência para oclusal das paredes da abertura coronária, particularmente das mesiais de molares. Inclui 
també a remoção da vertente lingual da cúspide vestibular dos pré-molares inferiores para obtenção de um 
acesso direto ao canal radicular. A forma de conveniência é regida pelos seguintes objetivos: 
• Permitir ampla visualização do assoalho da câmara pulpar para localização das entradas dos canais 
radiculares; 
• Facilitar o acesso direto, em linha reta, e a exploração do canal ou canais radiculares; 
• Evitar que os instrumentos penetrem encurvados no terço cervical e médio dos canais radiculares 
atresiados e curvos, principalmente de molares. Evitar o risco de fratura dos instrumentos 
endodonticos. 
2.2 Procedimentos prévios para a realização da abertura coronária 
I. Mentalizar a cavidade pulpar do dente à ser submetido ao tratamento de canal radicular. 
a. Relembrar os detalhes da anatomia interna; 
b. Complementar seus conhecimentos anatômicos prévios com imagens radiográficas ou 
digitalizadas; 
c. Relembrar a localização das entradas dos canais radiculares; 
II. Organizar adequadamente o instrumental a ser empregado; 
III. Remover totalmente o tecido cariado, restaurações de amálgama e resina, invaginações gengivais e 
pólipos pulpares; 
IV. Isolamento adequado, somente da unidade dental que vai ser submetida ao tratamento endodôntico, 
com o emprego do isolamento absoluto; 
V. Relembrar e confirmar radiograficamente os fatores fisiológicos e/ou patológicos que podem 
determinar alterações morfológicas na anatomia interna normal do dente à ser submetido ao 
tratamento e que podem influir na realização de uma abertura coronária convencional; 
VI. Reconstruções coronárias (restaurações) provisórias. 
2.3 Princípios fundamentais que regem a abertura coronária 
• Toda abertura coronária deverá ser efetuada de maneira que nos ofereça por meio de linha reta um 
acesso direto ao canal radicular; 
• O limite da abertura coronária deverá incluir todos os cornos pulpares, saliências e retenções do teto 
da câmara pulpar. 
 
9 Resumo de Endodontia – Rafael Maia 
• A anatomia da parede cervical ou do assoalho da câmara pulpar nunca deve ser alterada, uma vez que 
a entrada do canal radicular, de forma afunilada, lisa e polida em muito auxilia a sua localização. 
• Inclinação das raízes: 
o NO SENTIDO V-L – raízes inclinadas para a lingual; com exceção a partir do segundo pré-
molar inferior, a raiz está para vestibular e coroa para a lingual; 
o No sentido M-D – raízes inclinadas para a distal; 
o Exceção: primeiro molar superior, incisivo central inferior e incisivo lateral inferir; raízes são 
paralelas a linha mediana; segundo molar superior inclinada para mesial; 
2.4 Abertura coronária 
• Abertura coronária: ato operatório pelo qual se expõe a câmara pulpar; 
o Objetivo: remoção do teto da câmara pulpar; desgastes compensatórios; forma de 
conveniência; 
• Desgaste compensatório: ato operatório realizado na câmara pulpar, através do qual se remove as 
interferências dentinárias que impedem o acesso franco e direto à entrada dos canais radiculares. 
• Forma de conveniência: ato operatório que tem por finalidade efetuar o contorno final da abertura 
coronária, por meio da realização de desgastes mecânicos; 
o Objetivos: ampla visualização do assoalho da câmara pulpar, facilitando a localização das 
entradas; facilitar acesso direto, e a exploração dos canais. 
• Etapas da abertura coronária: 
o Zonas de eleição 
� Fase inicial da abertura; 
� Desgaste da superfície de esmalte até a dentina; 
� Acesso direto e retilíneo à câmara pulpar e posteriormente ao canal radicular; 
� Anteriores: 2 mm acima do cíngulo; 
� Posteriores: sulco central da face oclusal; 
o Direção de trepanação 
� Fase que permite atingir o interior da câmara pulpar; 
� Dentes anteriores: inclinação com cerca de 45º; 
� Dentes posteriores: ao longo eixo do dente ou perpendicular ao assoalho; 
o Forma de contorno 
� Acesso à entrada e ao interior dos canais radiculares; 
� Movimentos de dentro para fora com broca de ponta inativa; 
� Tamanho da câmara pulpar; 
� Forma da câmara pulpar; 
� Número de canais e suas curvaturas; 
2.5 Anatomia das cavidades pulpares dos diferentes grupos de dentes 
2.5.1 Dentes anteriores 
2.5.1.1 Incisivo central superior 
• Raiz única e canal único; 
• Canal reto, curva discreta no terço apical para V ou D; 
• Zona de eleição: face P, próximo ao cíngulo; 
• Tipo de broca: esférica diamantada 1012 (haste longa), 1013 (HL); 
• Direção trepanação: perpendicular para longo eixo do dente; 
 
10 Resumo de Endodontia – Rafael Maia 
• Forma de contorno: tronco cônica de ponta inativa (endo-Z); triangular com base par Incisal, 2082, 
3080, 3081; 
• Forma de conveniência: remoção ombro lingual; Batt. 12, 14. 
2.5.1.2 Incisivo lateral superior 
• Raiz única, canal único, fenda (Dens in dente); 
• Zona de eleição: face P, próximo ao cíngulo; 
• Tipo de broca: esférica diamantada 1011 (haste longa), 1012 (HL); 
• Direção trepanação: perpendicular para longo eixo do dente; 
• Forma de contorno: triangular com base par Incisal, 2082, 3080, 3081; tronco cônica de ponta inativa 
(endo-Z); 
• Forma de conveniência: remoção ombro lingual; Batt. 12, 14. 
• Cinco graus na distal e vinte graus na palatina; 
2.5.1.3 Canino superior 
• Raiz única (mais longa), canal único (ápice bastante afilado); 
• Zona de eleição: face P, próximo ao cíngulo; 
• Tipo de broca: esférica diamantada 1011 (haste longa), 1012 (HL), 1013, 1014; 
• Direção trepanação: perpendicular para longo eixo do dente; 
• Forma de contorno: ovalada, losangular, 3080, 3081; 
• Forma de conveniência: remoção ombro lingual; Batt. 12, 14. 
• Pode ter um ombro palatino que forma um embolsamento mais para a apical; 
2.5.1.4 Incisivo central inferior 
• Raiz única, canal único, canal reto, curva discreta no terço apical para vestibular ou distal; 
• Zona de eleição: face P, próximo ao cíngulo; 
• Tipo de broca: esférica diamantada 1011 (haste longa) 
• Direção trepanação: perpendicular para longo eixo do dente; 
• Forma de contorno: triangular com base par Incisal, 2082, tronco cônica de ponta inativa (endo-Z); 
• Forma de conveniência: remoção ombro lingual; Batt. 12, 14. 
2.5.1.5 Incisivo lateral inferior 
• Raiz única e canal único. Incidência de maior bifurcações; 
• Zona de eleição: face L, próximo ao cíngulo; 
• Tipo de broca: esférica diamantada 1011 (haste longa); 
• Direção trepanação: perpendicular para longo eixo do dente; 
• Forma de contorno: triangular com base par Incisal, 2082, 3080, tronco cônica de ponta inativa (endo-
Z); 
• Forma de conveniência: remoção ombro lingual; Batt. 12, 14. 
2.5.1.6 Canino inferior 
• Raiz única e com presença de bifurcações; canal único; 
• Variação do ângulo horizontal; 
o Técnica de Clarck: o que está por lingual acompanha a variação do RX; 
• Zona de eleição: face P, próximo ao cíngulo; 
• Tipo de broca: esférica diamantada 1012 (HL), 10 13, 1014 
• Direção trepanação: perpendicular para longo eixo do dente; 
 
11 Resumo de Endodontia – Rafael Maia 
• Forma de contorno: losangular, chama de vela, triangular com base para a incisal, 3080, 3081, 4082; 
tronco cônica de ponta inativa (endo-Z); 
• Forma de conveniência: remoção ombro lingual; Batt. 12, 14. 
• Cincograus na distal e vinte graus na palatina; 
2.5.2 Dentes posteriores 
2.5.2.1 Primeiro pré-molar superior 
• Raiz: bifurada V e L; 
• Canal: 02. (V e L); 
• Zona de eleição: face O, centro do sulco mesio-distal; 
• Tipo de broca: esférica diamantada 1012 (HL), 10 13, 1014; 
• Direção trepanação: longo eixo do dente, geralmente inclinando para a palatina; 
• Forma de contorno: ovalada, paredes proximais levemente expulsivas. 3000, 3081, 4082 
• Forma de conveniência: preparo cervical – limas, brocas de Gates 1, 2, 3, 4 e/ou Batt 12, 14. 
2.5.2.2 Segundo pré-molar superior 
• Raiz: fusionada, frequência de bifurcação menor no terço médio apical; 
• Canal: achatamento maior M-D 02 canais; 
• Zona de eleição: face O, centro do sulco mesio-distal; 
• Tipo de broca: esférica diamantada 1012 (HL), 10 13, 1014; 
• Direção trepanação: longo eixo do dente, geralmente inclinando para a palatina; 
• Forma de contorno: ovalada, paredes proximais levemente expulsivas. 3000, 3081, 4082 
• Forma de conveniência: preparo cervical – limas, brocas de Gates 1, 2, 3, 4 e/ou Batt 12, 14. 
2.5.2.3 Primeiro pré-molar inferior 
• Raiz única 
• Canal: 02, normalmente bifurca 1/3 medio (V e L) pode ocorrer trifurcação; 
• Zona de eleição: face O, centro do sulco mesio-distal; 
• Tipo de broca: esférica diamantada 1012 (HL), 10 13, 1014; 
• Direção trepanação: longo eixo do dente, geralmente inclinando para a palatina; 
• Forma de contorno: ovalada, paredes proximais levemente expulsivas. 3000, 3081, 4082 
• Forma de conveniência: preparo cervical – limas, brocas de Gates 1, 2, 3, 4 e/ou Batt 12, 14. 
2.5.2.4 Segundo pré-molar inferior 
• Raiz única 
• Canal: 01; é rara a bifurcação câmara pulpar maior que o 1PMI; 
• Zona de eleição: face O, centro do sulco mesio-distal; 
• Tipo de broca: esférica diamantada 1012 (HL), 10 13, 1014; 
• Direção trepanação: longo eixo do dente, geralmente inclinando para a palatina; 
• Forma de contorno: ovalada, paredes proximais levemente expulsivas. 3000, 3081, 4082 
• Forma de conveniência: preparo cervical – limas, brocas de Gates 1, 2, 3, 4 e/ou Batt 12, 14. 
2.5.2.5 Primeiro molar superior 
• Raiz: normalmente 3, 02 V e 01 P; 
• Canal: incidência maior de 04 canais; 
o 4ºcanal ligado ao canal mesial, entre mesial e palatino; 
 
12 Resumo de Endodontia – Rafael Maia 
o Raiz mesio-vestibular: apresenta forma de vírgula, achatamento M-D, ocasionando na maioria 
das vezes o aparecimento do 4º canal; 
o Raiz disto-vestibular: geralmente apresenta 01 canal, onde a embocadura esta a 2 mm do 
canal MV; 
o Raiz palatina: geralmente apresenta 01 canal achatado no sentido V-L no M-D; 
o Apresenta curvatura para a V na maioria das vezes; 
o PROCURAR PRIMEIRO O CANAL PALATINO, inclinar fresa para o palatino; 
• Zona de eleição: sulco mesio-distal; 
• Direção de trepanação: fresa paralela ao longo eixo do dente com inclinação para a palatina; 
• Forma de contorno: triangular ou retangular trapezoidal, dependendo da existência ou não de um 
quarto canal mesio-palatino; 
• Fresas: esférica para a abertura; tronco cônica de ponta inativa; 
2.5.2.6 Segundo molar superior: 
• Raiz: nomalmente três; 02 V e 01P (geralmente fusionadas); 
• Canal: incidência menor de 04 canais, camara pulpar semelhante a do 1MS; 
• Zona de eleição: sulco mesio distal 
• Direção de trepanação: fresa paralela ao longo eixo do dente com inclinação para a palatina; 
• Forma de contorno: triangular ou retangular trapezoidal, dependendo da existência ou não de um 
quarto canal mesio palatino; 
• Fresas: esférica para a abertura; tronco cônica de ponta inativa; 
2.5.2.7 Primeiro Molar inferior 
• Raiz: normalmente duas, 01 M e 01 D, pode ocorrer raiz suplementar; 
• Canal: normalmente 03 (02 mesial [mesio vestibular e mesio distal] e 01 distal); 
o Quando tiver um quarto canal, ele estará no canal distal; 
o Disto vestibular, disto lingual, mesio vestibular, mesio distal; 
o Achar o corno pulpar distal primeiro; 
• Zona de eleição: face O, centro do sulco mesio-distal; 
• Tipo de broca: esférica diamantada 1012 (HL), 10 13, 1014; 
• Direção trepanação: longo eixo do dente, geralmente inclinando para a lingual; 
• Forma de contorno: ovalada, paredes proximais levemente expulsivas. 3000, 3081, 4082 
• Forma de conveniência: preparo cervical – limas, brocas de Gates 1, 2, 3, 4 e/ou Batt 12, 14. 
2.5.2.8 Segundo molar inferior 
• Raiz: normalmente duas, 01 mesial e 01 distal; 
• Canal: normalmente 03 canais. Pode ocorrer fusionamento; 
• Zona de eleição: face O, centro do sulco mesio-distal; 
• Tipo de broca: esférica diamantada 1012 (HL), 10 13, 1014; 
• Direção trepanação: longo eixo do dente, geralmente inclinando para a lingual; 
• Forma de contorno: ovalada, paredes proximais levemente expulsivas. 3000, 3081, 4082 
• Forma de conveniência: preparo cervical – limas, brocas de Gates 1, 2, 3, 4 e/ou Batt 12, 14. 
2.6 Erros nas aberturas coronárias 
2.6.1 Dentes anteriores superiores e inferiores 
• Degrau nas paredes da câmara pulpar por não serem observadas as inclinaões do longo eixo dos 
dentes; 
 
13 Resumo de Endodontia – Rafael Maia 
• Perfuração na parede vestibular, e nas paredes proximais, por desconsiderar as inclinações dos dentes 
e pelo uso de brocas indevidas durante a direção da trepanação; 
• Remoção excessiva da estrutura dental, levando ao enfraquecimento da coroa; 
• Abertura pequena, dificultando a penetração e atuação dos instrumentos no interior dos canais 
radiculares; 
• Persistência de cornos pulpares responsáveis pelo escurecimento da coroa dentária; 
• Abertura pela face proximal, dificultando a exploração e a limpeza do canal radicular; 
2.6.2 Pré-molares superiores e inferiores 
• Abertura coronária insuficiente, expondo somente os cornos pulpares; 
• Formação de degrau nas paredes circundantes, devido a falta de observação da inclinação dos dentes; 
• Deformação do assoalho da câmara pulpar; 
• Perfurações nas paredes circundantes; 
• Perfurações no assoalho da câmara pulpar; 
2.5.3 Molares superiores e inferiores 
• Remoção excessiva da estrutura dentária; 
• Deformação do assoalho da câmara pulpar; 
• Formação de degrau na entrada dos canais radiculares; 
• Perfuração do assoalho; 
• Falta de desgaste compensatório; 
• Abertura em profundidade, expondo somente os cornos pulpares. 
 
 
 
14 Resumo de Endodontia – Rafael Maia 
III – INSTRUMENTOS ENDODONTICOS 
3.1 Instrumental clínico 
• Pinça clínica com ponta final; 
• Espelho clínico; 
• Sonda exploradora; 
• Escavadores de dentina (pequeno e médio com colo longo); 
• Espátula para cimento; 
• Placas de vidro; 
• Esculpidor Hollenback; 
• Calcadores para materiais plásticos; 
• Condensadores para amálgama. 
3.2 Tipos de exames utilizados em endodontia 
• Exame radiográfico Realizado com o auxílio de aparelhos de raios X e filmes periapicais, 
interproximais e olcusais. 
• Imagem digital: pode ser registrada em um receptor (sensor) que não o filme radiográfico e que após 
ser sensibilizado pelos raios X, capta a imagem e a transfere ao computador onde ela poderá então ser 
arquivada, analisada, manipulada e quantificada. Sistema CCD e de placa de fósforo. 
o Vantagem: 
� Redução na quantidade de radiação; 
� Boa qualidade de imagem; 
� Dispensa do uso de filme radiográfico, de soluções para processamento, câmara 
escura e processadoras automáticas; 
� Rápida aquisição da imagem, arquivamento digital, ampliação e manipulação; 
� Alteração de densidade e contraste; 
� Mensuração de acidentes anatômicos, rarefações ósseas periapicais, medidas do 
comprimento real do dente e comprimento de trabalho. 
• Inspeção coronária: exame objetivo, realizado através da visualização direta da coroa dentária, com 
o auxílio de espelho clínico e sonda exploradora, em campo seco e bem iluminado. 
• Percussão dentária: realizado através de levestoques na coroa dentária com o auxílio do cabo do 
espelho clínico, quer no sentido vertical, quer no sentido horizontal. 
• Transluminação: realizada por meio de aparelhos com cabo de fibra ótica. É um método auxiliar 
para o diagnóstico de fraturas coronárias, identificado por sombras claras ou escuras localizadas ao 
nível da fratura. Deve ser associado a outros testes. 
• Testes de sensibilidade pulpar: tem por finalidade estimular a dor através de agente térmico e/ou 
elétricos, induzindo assim, uma resposta do paciente aos estímulos. 
o Testes de sensibilidade ao frio: lápis ou cilindro de gelo; aerossóis (gases) congelantes; 
o Teste de sensibilidade ao calor: bastão de guta percha, espátula ou brunidores aquecidos. 
• Testa da cavidade: abrir o dente sem anestesia e o paciente não sentir nada. 
3.3 Instrumental e material utilizado 
• Anestesicos: tópico (gel, pomada ou spray) e anestésicos injetáveis; 
• Isolamento absoluto: campo livre de umidade; melhor visibilidade; impede infiltração de solução 
irrigadora; protege o paciente da aspiração e deglutição de instrumentos; auxilia na abertura da boca; 
• Pinça porta grampo: instrumento em forma de alicate modificado, cujas garras tem o objetivo de 
apreensão do grampo por meio de suas aletas, levando-o na posição desejada do elemento dental. 
Brewer, Palmer e ivory; 
 
15 Resumo de Endodontia – Rafael Maia 
• Perfurador de borracha: aparelho metálico simples, usado para a perfuração da borracha, o qual se 
encontram orifícios com vários diâmetros para os vários tamanhos dos dentes. 
• Grampos: são utilizados para manter lençol de borracha em posição e afastar o tecido gengival. 
Grampos sem asas são mais recomendados para serem empregados nos últimos molares, quando as 
condições não oferecerem espaço suficiente para o uso de grampos com asa. 
o 200 a 205: para molares; 
o 206-209: para pré-molares; 
o 210, 211, 212: dentes anteriores. 
• Arcos porta dique: usados para fixar o lençol de borracha, mantendo-o estendido e sem rugas ao 
redor do dente, facilitando o ato operatório e evitando que a borracha fique totalmente em contato 
com a face do paciente. 
3.4 Brocas para abertura coronária, desgaste compensatório e preparo da entrada dos canais 
radiculares 
3.4.1 Instrumental: 
o Motor de alta roação; 
o Motor convencional (micromotor); 
o Contra-ângulo; 
o Sonda exploradora n. 23; 
o Brocas de aço inox ou diamantadas, para alta rotação – esféricas 2, 4, 6; 
o Brocas especiais de aço inoxidável ou diamantadas; 
o Broca batt; 
o Broga gattes glidden; 
o Broca largo; 
o Brocas esféricas de haste longa; 
o Pontas diamantadas para alta rotação; espelho bucal primeiro plano. 
• Abertura coronária: brocas esféricas de 2 a 6; 
3.4.2 Desgaste compensatório 
3.4.2.1 Brocas endo Z 
Apresentam extremidade não cortante e com isso não promovem deformações no assoalho da câmara pulpar. 
São úteis também para remoção do ombro palatino em dentes anteriores. Forma cilíndrico/cônica, com seis 
lâminas cortantes, helicoidais, atuando lateralmente. 
3.4.2.2 Brocas de Batt 
Apresentam a parte ativa de forma cilindro-cônica, longa, picotada e sem atividade de corte em sua ponta. 
Comprimentos 22,5 e 28 mm, nos números de 4 a 9. Material: aço carbono. 
3.4.3 Desgaste compensatório 
3.4.3.1 Pontas diamantadas 
Apresentam parte ativa de forma cilindro-cônica, de conicidade decrescente até a ponta, sendo a mesma, sem 
atividade de corte. 3080, 3081, 3082. 
3.4.4 Entrada dos canais radiculares 
3.4.4.1 Brocas de largo 
Parte ativa bastante longa quando comparadas com as brocas de gattes gildden. 
 
16 Resumo de Endodontia – Rafael Maia 
3.4.4.2 Brocas de Gattes Gildden 
Parte ativa em forma de chama, com 3 lâminas cortantes, semihelicoidais. Ampliam um espaço anteriormente 
aberto. Devem ser levadas em direção apical, girando no interior do canal radicular no sentido horário, com 
movimentos de vaivém. Comprimento total de 28 a 32 mm. 
3.4.4.3 La Axxes 
Revestida com nitrotitânio, a ponta parabólica desses instrumentos, permite a realização de um acesso direto 
aos canais radiculares, sem formação de degraus. Instrumentos de grande conicidade. 
3.4.5 Preparo dos canais radiculares 
Campo de ação do endodontista. Tem por objetivo promover limpeza e modelagem do canal radicular, 
atribuindo ao mesmo uma conformação cônica, do ápice para a coroa, a mais regular possível, favorecendo e 
facilitando a obturação do espaço endodôntico. Extirpa nervos, alargadores e limas. 
3.4.5.1 Extirpa nervos 
Longas hastes metálicas, cilíndricas, providas de um cabo colorido de plástico ou de metal. Parte ativa com 
farpas levantadas da própria massa metálica e dispostas circularmente formando um ângulo agudo ao longo 
eixo do instrumento. 20 a 60. 
“Não recomendamos o uso do extirpa-nervos para remoção da polpa radicular, uma vez que eles não extirpam 
somente a polpa, mas também o coto pulpar e muitas vezes, parte do periodonto apical, sendo responsável por 
hemorragia pós-extirpação.” 
3.4.5.2 Limas endodônticas 
São instrumentos utilizados, especialmente, com o objetivo de alisamento, retificação de curvaturas e de 
irregularidades das paredes dos canais radiculares, embora sejam usadas também para abrir espaço em 
profundidade e alargamento dos mesmos. Limas tipo K e tipo Hedstroen. 
• Limas endodônticas tipo K: 
o Introdução (penetração em direção ao ápice) no canal radicular; 
o Ao encontrar leve ressitência, pressão em direção ao ápice; 
o Rotação simultânea de ¼ a ½ volta (no sentido horário); 
o Movimento de tração (remoção) com pressão lateral de encontro às paredes do canal 
radicular. 
o Cateterismo dos canais radiculares, quando a cinemática de movimento utilizada for a de 
exploração (penetração) e oscilatório (sentido horário e anti-horário) realizados 
simultaneamente. 
• Limas tipo K-file 
o Ponta ativa e secção transversal quadrangular; 
o Não apresenta capacidade de corte acentuada, nem flexibilidade adequada, sendo utilizada na 
exploração inicial dos canais e no preparo incisal. 
• Limas tipo K-FlexoFile 
o Maior flexibilidade e maior capacidade de corte; 
o Indicadas para instrumentação e não para abrir espaço em profundidade; 
o Aço; 
o Ponta inativa; 
o Secção transversal triangular; 
o Indicadas para canais retos e curvos. 
• Limas tipo Hedstroen 
 
17 Resumo de Endodontia – Rafael Maia 
o Aço; 
o Ponta ativa e secção transversal circular; 
o Parecem apresentar cones sobrepostos; 
o Formato obtido a partir da usinagem de um cabo cilíndrico; 
o Maior flexibilidade associada a um grande poder de corte; 
o Movimentos de vaivém. 
• Limas nitflez 
o Instrumentos manuais fabricados de um metal diferente, níquel-titânio; 
o Apresenta grande flexibilidade e memória molecular; 
o Secção transversal triangular, sem a ponta ativa; 
o Instrumento usinado o que deixa o mesmo mais frágil; 
o Grande flexibilidade, baixa resistência com menor poder de corte. 
• Limas de níquel-titânio 
o Níquel-titânio; 
o Grande flexibilidade dos instrumentos durante o preparo de canais curvos; 
o Índice de conicidade maior, que pode ser fixo ou variável dentro de um mesmo instrumento, o 
que permite um preparo cônico do canal radicular, com a mínima alteração de forma na 
região apical. Protaper, profile, Kerr, FKG ultradente, K3. 
3.4.6 Irrigação e aspiração 
O profissional deverá testar a eficiência da sua técnica de aspiração, que deverá ser aquela capaz de aspirar 1 
litro de solução, durante 1 minuto e meio. 
• Sonda exploradora reta: auxilia na busca e exploração da embocadura dos canais radiculares; 
• Dispositivos para limpeza mecânica dos instrumentos durante o preparo (limas); 
• Régua milimetrada para endodontia; 
• Stops de borracha delimitadores; 
• Pontas de papel absorvente: utilizadas para secagem dos canais radiculares, como curativo de demora,sendo indicados, nesses casos umedecidas com o medicamento; 
• Seladores provisórios: é de fundamental importância, pois a infiltração marginal poderá comprometer 
todo o tratamento realizado. Cotosol, cimpat, tempore, IRM, cimento de ionômero de vidro, etc; 
• Seringa endodôntica ML: seringa tipo carpule, porém com êmbolo rosqueável, utilizada para levar a 
pasta de hidróxido de cálcio ao interior dos canais radiculares.Para utilização dessa seringa, é 
recomendado o uso de agulhas descartáveis 27G Long. 
3.4.7 Aparelhos ultrassônicos 
• Limpeza químico-mecânica do assoalho da câmara pulpar e entradas dos canais radiculares, após a 
abertura coronária; 
• Limpeza químico-mecânica dos sistemas de canais radiculares; 
• Obturação retrógrada em cirurgia parendodôntica; 
• Remoção de pinos intra-radiculares, instrumentos fraturados, contes de prata do canal radicular; 
• Ponta específica para endodontia. 
3.4.8 Materiais para obturação dos canais radiculares 
A obturação consiste em substituirmos a polpa viva ou necrosada, por substâncias que, além de permitirem 
um selamento o mais hermético possível do canal radicular, deverão ser inertes ou anti-sépticas, bem toleradas 
pelo organismo e, se possível, estimular a reparação apical e periapical pós-tratamento endodôntico. 
 
18 Resumo de Endodontia – Rafael Maia 
• Pinça clínica de ponta fina; 
• Régua milimetrada; 
• Calibrador para cones de guta-percha; 
• Placas de vidro; 
• Espátula para cimento; 
• Espaçadores digitais. 
3.4.9 Espaçadores digitais 
• Abrem espaço em profundidade, no qual serão colocados os cones de guta percha acessórios durante a 
obturação; 
• Hastes metálicas cilindro-cônicas pontiagudas, com cabo de plástico. 
3.4.10 Lentulo 
Se apresentam em 4 diferentes diâmetros (1 a 4). São oferecidos em três comprimentos: 17 mm, 21 mm e 
25mm. Leva medicação no canal radicular. 
3.4.11 Condensadores de guta-percha 
Utilizados para termoplastificação dos cones de guta-ércha, através da técnica híbrida de TAGGER. 
3.4.12 Cones de guta-percha 
• Tipo I: principais (estandarizados); 
• Tipo I: auxiliares (convencionais); 
• Os cones de guta-percha principais deverão se ajustar ao nível do batente apical, devendo assim ser 
numerados de acordo com os números corrrespondentes aos instrumentos estandardizados; 
• Deverão oferecer conicidade uniforme de 0,02 mm por milímetro de comprimento. 
• Cones auxiliares: utilizados para preencher o espaço aberto pela ação dos espaçadores através da 
técnica da condensação lateral ativa durante a obturação dos canais radiculares; 
• Deverão apresentar conicidade uniforme de 0,02 mm 
3.4.13 Microscópio na endodontia 
O uso do microscópio operatório na clínica endodôntica diária não alterou a forma de execução das fases que 
compõe o tratamento, porém, proporcionou a possibilidade de um maior rigor na realização das mesmas 
devido a ampliação e melhor iluminação no campo operatório. 
 
 
19 Resumo de Endodontia – Rafael Maia 
IV – TÉCNICAS DE PREPARO RADICULAR 
4.1 Técnica do Hibridismo 
Nesta técnica é executado o preparo cervical e médio até cerca de 5 mm aquém do comprimento aparente do 
dente. Posteriormente é feito o preparo apical para aumentar o diâmetro do terço radicular e por fim é feito o 
escalonamento regressivo no terço apical para dar o formado cônico formando o batente apical. 
Ex: 
Canino superior com 29 mm 
• Preparo cervical e médio: 
o #15 – 24 mm 
o #20 – 24 mm 
o #25 – 24 mm 
o #30 – 24 mm 
o #35 – 24mm 
o #40 – 24mm 
• Preparo apical: 
o Coloca-se uma lima que se melhor ajustar e executa-se a odontometria para obter-se o 
comprimento real de trabalho. No caso foi até 28 mm sobrando apenas 1 mm, o que indica 
que foi preservado o coto pulpar. Neste caso, como a radiografia apresentou um comprimento 
real de trabalho desejável, pode-se prosseguir no preparo, sem necessidade de repetição da 
odontometria. 
o #40 – 28 mm (comprimento real de trabalho com a lima que melhor se adaptou); 
� Usa-se três limas para frente a fim de prepara o terço apical; 
o #45 – 28 mm; 
o #50 – 28 mm; 
o #55 – 28 mm (lima memória); 
• Escalonamento regressivo para formar o batente apical: 
o São usadas três limas depois da lima memória recuando um milímetro a cada limada. Com 
isso será configurada a forma cônica no terço apical formando o batente apical; 
o #60 – 27 mm; 
o #70 – 26 mm; 
o #80 – 25 mm. 
• Obs: em cada intervalo entre uma lima e outra deverá ser feito a irrigação e aspiração do conduto 
radicular com Hipoclorito de Sódio a 2,5% 
• Obs1: por fim, após todo o preparo radicular e antes da obturação o canal é condicionado com EDTA 
por cerca de cinco minutos. Posteriormente o canal é secado com cones de papel e, após estar 
totalmente seco poderá ser efetuada a obturação radicular. 
4.2 Técnica coroa-ápice/escalonamento progressivo/Crow-down pressureless technique 
Nesta técnica não são feitos preparos cervical e médio. A forma cônica do preparo radicular é feita 
automaticamente porque as limas são usadas progressivamente – da maior para a menor aumentando a 
profundidade milimétrica a cada limada. É feita a odontometria com a última lima utilizada e posteriormente é 
executado o alargamento do canal radicular três limas para frente daquela utilizada para a odontometria. 
Exemplo – Canino com 25 mm 
 
20 Resumo de Endodontia – Rafael Maia 
• #40 – 16 mm; 
• #35 – 18 mm; 
• #30 – 20 mm; 
• #25 – 22 mm; 
• #20 – 23 mm; 
• #15 – 24mm – ODONTOMETRIA 
• Preparo apical: 
o #15 – 24 mm; 
o #20 – 24 mm; 
o #25 – 24 mm; 
o #30 – 24 mm. 
• Obs: em cada intervalo entre uma lima e outra deverá ser feito a irrigação e aspiração do conduto 
radicular com Hipoclorito de Sódio a 2,5% 
• Obs1: por fim, após todo o preparo radicular e antes da obturação o canal é condicionado com EDTA 
por cerca de cinco minutos. Posteriormente o canal é secado com cones de papel e, após estar 
totalmente seco poderá ser efetuada a obturação radicular. 
4.3 Técnica ápice-coroa/escalonamento regressivo/step back preparation 
Nesta técnica, é utilizada a menor lima possível entrando o mais profundo possível (não violando o coto 
pulpar). As limadas são executadas regressivamente em todo o comprimento radicular. Por fim, após ser feito 
o alargamento de todo o canal (três limas para frente da última recuando 1 mm para cada kimada) é realizada 
o preparo apical para dar a forma de cone nesta região, formando assim o batente apical. 
Exemplo – canino 25 mm 
• #15 – 24 mm; 
• #20 – 24 mm; 
• #25 – 24 mm; 
• #30 – 24 mm; 
• Preparo apical: 
o #35 – 23 mm; 
o #40 – 22 mm; 
o #45 – 21 mm. 
• Obs: em cada intervalo entre uma lima e outra deverá ser feito a irrigação e aspiração do conduto 
radicular com Hipoclorito de Sódio a 2,5% 
• Obs1: por fim, após todo o preparo radicular e antes da obturação o canal é condicionado com EDTA 
por cerca de cinco minutos. Posteriormente o canal é secado com cones de papel e, após estar 
totalmente seco poderá ser efetuada a obturação radicular. 
 
 
 
21 Resumo de Endodontia – Rafael Maia 
VIII – MEDICAÇÃO INTRACANAL 
8.1 Introdução 
Diversas situações clínicas exigem o emprego de medicação intra canal. Na endodontia, tais medicamentos 
deverão permanecer ativos durante todo o período entre as consultas do tratamento endodôntico. Esta 
característica se torna fundamental quando se pensa em casos de processo infeccioso enquanto que diante das 
polpas vivas esta característica não é tão importante. Objetivos: combater microorganismos, ajudar na 
desinfecção das áreas não atingidas pelo preparo do canal, moderar a inflamação (biopulpectomia), 
estimular a reparação, promover a neutralização dos produtos tóxicos. 
• Colocados na cavidade pulpar entre as sessões operatórias – NUNCA APÓS A OBTURAÇÃO. 
• Fases do tratamento: 
o Químico-mecânico: 
� Instrumentos;� Soluções irrigadoras; 
� Medicação intracanal (necrose – principalmente); 
• Principalmente depois da instrumentação, pois depois de instrumentado o 
medicamento irá neutralizar a região que está com os microorganismos. 
� Obturação. 
8.1.1 Objetivos 
Um medicamento pode ser aplicado no interior do sistema de canais radiculares pelas seguintes razões: 
• Eliminar micro-organismos que sobreviveram ao preparo químico-mecânico; 
• Impedir a proliferação de micro-organismos que sobreviveram ao preparo químico-mecânico; 
• Atuar como barreira físico-química contra a infecção ou reinfecção por micro-organismos da saliva; 
• Reduzir a inflamação perirradicular e consequente sintomatologia; 
• Controlar exsudação persistente; 
• Solubilizar matéria orgânica; 
• Neutralizar produtos tóxicos; 
• Controlar reabsorção dentária inflamatória externa; 
• Estimular a reparação por tecido mineralizado. 
8.1.2 Propriedades ideais 
Propriedades ideais da medicação intracanal: antimicrobiana, anti-inflamatória, estimular o reparo tecidual, 
prevenir ou reduzir a dor, não ser irritante aos tecidos, difusibilidade através da dentina, começar a agir 
rapidamente, longa ação, agir na presença de restos de matéria orgânica, solúvel em água, uso prático, não 
manchar os dentes e tecidos moles, baixo custo, tempo de validade prolongado. 
8.1.3 Tipos de medicamentos 
• Voláteis: atuam à distância (sem contato direto com a região); 
• Cremosos (agem por contato direto); 
• Líquidos (atuam por contato direto); 
8.1.4 Emprego da medicação intra-canal 
• Medicação preparatória – toda aquela que iremos utilizar antes de instrumentar apical – tempo mais 
curto de atuação 24-48h; 
• Medicação de demora: depende do estado patológico da polpa e tempo da medicação intra-canal no 
canal, FAE do tratamento endodôntico. 
 
22 Resumo de Endodontia – Rafael Maia 
• O uso de determinado medicamento intra-canal deverá respeitar o tipo de característica apresentado 
pela polpa, sendo classificado em: 
o Polpa viva – biopulpectomia; 
� Medicação preparatória (otosporin, clorexidina a 2%, hipoclorito de sódio); 
� Medicação de demora (hidróxido de cálcio). 
o Polpa morta – necropulpectomia. 
� Medicação preparatória (formocresol); 
� Medicação de demora (PMCC (p-monoclorofenal canforado), Clorexidina a 2%, 
Hidróxido de cálcio (é o favorito) 
8.2 Polpa viva – biopulpectomia 
Geralmente, a infecção em dentes com vitalidade pulpar está restrita à superfície da polpa coronária exposta, 
sendo que a radicular se encontra apenas inflamada, isenta de microorganismos. Isso porque os mecanismos 
de defesa do hospedeiro, conquanto a polpa se encontre vital, impedem o avanço da infecção em direção 
apical. Esse fato se reveste de importância clínica, no que se refera à conduta terapêutica em dentes com polpa 
vital. Uma vez eliminada a infecção superficial da polpa através da profusa irrigação da câmara pulpar com 
solução de Hipoclorito de sódio, todos os procedimentos intracanais serão realizados em ambiente asséptico, 
não infectado. Quando indicados nas biopulpectomias, os medicamentos intracanais recomendados são uma 
solução de corticoesteroide/antibiótico (ostoporin ou decadron colírio) ou as pastas de hidróxido de cálcio. 
• Infecção, se pré-existente, não é importante; 
• Maior problema é a inflamação; 
• Manutenção da cadeia asséptica; 
o A medicação precisa ter algum componente que mantenha o canal estéril, não pode ser 
passível de proliferação microbiana. 
• Tratamento em única sessão se possível; 
• Preocupação com a moldagem; 
• Integridade da região periapical; 
• Manutenção da cadeia asséptica; 
• Polpa viva: 
o Preservação da vitalidade da região periapical. 
o Estimular a reparação com formação de tecido mineralizado; 
o Auxiliar no controle da cadeia asséptica; 
o Impedir a contaminação; 
o Alívio da dor; 
o Anti-inflamatória; 
o Solubilizar matéria orgânica; 
8.2.1 Objetivos da biopulpectomia 
Modular a inflamação do coto periodontal e tecidos das ramificações do sistema de canais. Prevenir dor pós-
operatória, evitar contaminação pela restauração provisória, favorecer o reparo apical, ajudar na secagem do 
canal. 
8.2.2 Medicação preparatória: 
o Alívio da dor em casos de urgências; 
o Falta de tempo para executar o preparo do canal; 
o Neutralizar produtos tóxicos presentes em casos de polpa mortificada; 
 
23 Resumo de Endodontia – Rafael Maia 
o As principais medicações preparatórias utilizadas são: OTOSORIN, CLOREXIDINA 
2% E HIPOCLORITO; 
o Otosporin (ou decadron colírio): 
� Medicação preparatória em casos de polpa viva; 
� Hidrocortisona (antiinflamatório); 
� Sulfato de neomicina (antibiótico); 
� Sulfato de polimixina B; 
� É utilizado para reduzir a inflamação do remanescente pulpar, que poderia resultar em 
sintomatologia até o retorno do paciente para completa instrumentação. Esse 
medicamento pode ser acondicionado em tubetes de anestésicos vazios, o que facilita 
sua aplicação no canal radicular com o auxílio de uma seringa do tipo carpule e 
agulha G30; 
� Também empregamos o otosporin nos casos de uma sobreinstrumentação ou em 
casos de periodontite apical aguda de etiologia traumática ou química, mas não 
infecciosa. 
8.2.3 Medicação de demora 
• Polpa viva: 
o Preservar a vitalidade do coto pulpar; moderar a inflamação e dor, favorecer a reparação, 
combater o microorganismo – para que o coto pulpar estimule um selamento biológico do 
forame radicular pelo cemento. 
o Medicamentos: ostoporin (medicação preparatória), hidróxido de cálcio (de demora). 
8.2.4 Sequência técnica da BIO: 
• Anestesia; 
• Abertura coronária; 
• Isolamento absoluto; 
• Irrigação-aspiração com hipoclorito de sódio; 
• Remoção da polpa coronária; 
• Exploração (biopulpectomia); 
• Hemostasia; 
• Aplicação da medicação intra-canal – Otosporin ou NDP na câmara coronária; 
o Coloca o otosporin em um pote dapen, inunda o canal e sela com uma bolinha de algodão 
estéril. 
• Selamento provisório. 
8.3 Polpa necrótica – necropulpectomia 
Após o preparo químico-mecânico de canais radiculares infectados (casos de necrose pulpar ou de 
retratamento), impõe-se o emprego de um medicamento intracanal vidando maximizar a eliminação de micro-
organismos. Todavia, é imperioso que se remova a smear layer com objetivo de desobstruir o acesso às 
ramificações e aos túbulos dentinários e, com isso, facilitar a difusão e atuação do medicamento. 
• Dente despolpado está infectado; 
• A infecção é o problema principal – gangrena pulpar; 
• Dificuldade em se estabelecer se há necrose asséptica; 
• Presença de bactérias e metabólitos – endotoxinas (Gram-negativas); 
• Deve ser executado a limpeza e modelagem do conduto radicular; 
 
24 Resumo de Endodontia – Rafael Maia 
o Aalta atividade antimicrobiana. Propriedades analgésicas, antiinflamatórias e antimicrobianas. 
8.3.1 Objetivos: 
• Eliminar remanescentes microbianos do preparo biomecânico; 
• Modular inflamação dos tecidos periapicais; 
• Fixar conteúdo inerte do canal; 
• Neutralizar debris teciduais; 
• Agir como barreira contra inflamação da restauração provisória; 
• Ajudar a secar exsudato persistente no canal. 
• Como escolher a medicação? 
o Ação por contato: paramonoclorofenol conoforado (PMCC), otosporin, hidróxido de 
cálcio, clorexidina, hipoclorito; 
o Ação à distância: tricresol formalina (formocresol); 
8.3.2 Medicação preparatória 
• Formocresol 
o Pode serchamado de tricresol formalina também, todavia a diferença entre um e outro está na 
concentração de formalina. Formocresol (19 a 43%) e tricresol formalina (em torno de 90%); 
o Germicida potente; 
o Ação neutralizadora e de fixação celular; 
o Efetivo bactericida contra os microorgansmos anaeróbios; 
o Formaldeído e cresol – gás produzido pela incompleta combustão do metanol, é solúvel em 
água, comsolução na concentração aquosa de aproximadamente 38 a 40% de formaldeído em 
peso, chamado formalina; 
� Formalina possui ação antimicrobiana através da ação aquilante sobre proteínas e 
ácidos nucleicos do microorganismo. 
o Substância altamente irritante aos tecidos vivos – por causa da formalina; 
o Citotóxicos, mutagênicos e carcinogênicos. 
o Neutralização de produtos tóxicos. 
8.3.3 Sequência técnica 
• Anestesia; 
• Abertura coronária; 
• Isolamento absoluto; 
• Exploração do canal radicular por terços; 
• Irrigação-aspiração com hipoclorito de sódio; 
• Secagem do canal com cone de papel absorvente; 
• Preencher a câmara pulpar com clorexidina gel 2% ou hipoclorito de sódio 2,5%; 
• Bolinha de algodão estéril com formocresol; 
• Selamento provisóio. 
8.3.4 Medicação de demora 
• Polpa mortificada: 
o Manter saneamento; 
o Combater microorganismos; 
o Favorecer reparação. 
o Medicamentos: PMCC, Clorexidina, Hidróxido de cálcio (é o favorito) 
 
25 Resumo de Endodontia – Rafael Maia 
8.3.4.1 Características dos medicamentos de demora 
• Paramonoclorofenal canforado (PMCC) 
o Introduzido em 1929; 
o Utilizado por mais de 70 anos; 
o Bactericida; 
o Extremamente citotóxico; 
o Baixa tensão superficial e elevada penetrabilidade; 
o Não neutraliza produtos tóxicos; 
o Grande odor e sabor; 
o Não atua no LPS (lipopolissacarideos) bacteriano. 
• Clorexidina 
o Alta substantividade: associado a um veículo de liberação controlada pode ser utilizado até 7 
dias dentro do canal radicular diminuindo significantemente o número de microorganismos; 
o Ação antimicrobiana imediata; 
o Amplo espectro antimicrobiano sobre bactérias gram-positivas, gram-negativas, anaeróbias 
facultativas, aeróbias, leveduras e fungos; 
o Ausência de toxicidade; 
o Capacidade de absorção pela dentina e lenta liberação de substancia ativa; 
o Necessita de mais pesquisas. 
� TÉCNICA DE USO DA Clorexidina – FOR Unicamp 
• Clorexidina a 2% em Gel de natrosol (hidroxi etil celulose); 
• Aplicar com seringa no canal; 
• Cuidado importante: a associação de NaOCl + Clorexidina resulta em um 
precipitado que pode pigmentar dentes e raízes – paracloranilina. 
• Hidróxido de cálcio 
o SEMPRE DEPOIS DE INSTRUMENTAR O CONDUTO; 
o Pó branco, alcalino (pH 12,8), inodoro e pouco solúvel em água; 
o Apresentação em pó branco, fino, inodoro e alcalino; 
o Propriedades: 
� Alcalinidade (alta ação antimicrobiana); 
� Bactericidade; 
� Antiexsudativo; 
� Indutor de calcificação; 
� Inibidor de reabsorção – impede a reabsorção óssea durante a lesão periapical. 
o Veículos: 
� Uma vez que se encontra em forma de pó, o hidróxido de cálcio deve ser associado a 
uma outra substância que permita sua veiculação para o interior do sistema de canais 
radiculares. Idealmente, os veículos devem possibilitar a dissociação iônica do 
hidróxido de cálcio em íons cálcio e hidroxila, uma vez que suas propriedades são 
dependentes de tal dissociação. Essa dissociação poderá ocorrer de diferentes formas, 
grau e intensidade, dependendo de outras substâncias que entram na composição da 
pasta. 
� Aquosos: dissociação extramamente rápida, havendo mais difusão e contato com 
tecidos e microorganismos; 
• Ex: água destilada, soro fisiológico, solução anestésica; 
User
Realce
User
Realce
 
26 Resumo de Endodontia – Rafael Maia 
� Viscosos: dissociação mais lenta; 
• Ex: glicerina, polietilenoglicol e propilenoglicol; 
� Oleoso: óleo de oliva 
• Diferença entre aquoso e oleoso: dissociação no veiculo aquoso é mais rápida 
(dos íons cálcio hidroxila ....) Quando quero liberação mais lenta colocamos 
um veículo viscoso. 
� Inertes (só servem pra que haja dissociação em íons de cálcio hidroxila): água 
destilada, soro fisiológico, as soluções anestésicas, solução de metilcelulose, óleo de 
oliva, glicerina, politilenoglicol, propilenoglicol, natrosol; 
� Biologicamente atibvos: PMCC (com hidróxido de cálcio) a clorexidina e o iodeto 
de potássio iodetado; 
Veículo Tempo de ação 
Água destilada 48h a 7 dias 
Propileno glicol Em torno de 21 dias 
Óleo de oliva Em torno de 6 meses 
o Colocação das pastas de hidróxido de cálcio 
� Movimentos de vai e vém; 
� Instrumentos endodônticos; 
� Lentulo (sentido horário); 
� Sistema Calen – seringa + agulha 27 G longa 
o Modo de inserção: 
� Lentulo: inserir entrando 3mm aquém ao comprimento real de trabalho 
� Limas: entrar no comprimento real de trabalho; 
o Calen (indicada para casos de necropulpectomia) 
� Hidroxido de cálcio PA 2,5g; 
� Oxido de zinco 1g; 
� Colofôna 0,05g; 
� Polietileno glicol 400 – 1,75 ml; 
o Técnica – emprego da pasta de hidróxido de cálcio 
� Canal radicular modelado; 
� Aplicação de EDTA; 
� Secagem do canal; 
� Selamento duplo hidróxido de cálcio, bolinha, guta-percha – cimento provisório. 
CANAL BIOPULPECTOMIA NECROPULPECTOMIA 
Totalmente instrumentado Obturação 
Hidróxido de Cálcio 
Cloreidina Gel 
Hidróxido de cálcio + PMCC 
Clorexidina Gel 
Parcialmente intrumentado Algodão estéril 
Otosporin 
Tricresol formalina 
Hipoclorito de sódio 2 a 2,5% 
 
8.4 Selamento Coronário 
• Polpa viva 
o Canal parcialmente instrumentado: 
� Algodão estéril + otosporin. 
o Canal completamente instrumentado: 
 
27 Resumo de Endodontia – Rafael Maia 
� Algodão estéril; 
� Hidróxido de cálcio + veículo. 
• Polpa morta: 
o Canal não instrumentado: 
� Algodão estéril com tricresol formalina ou; 
� Hipoclorito de sódio 2 a 2,5% inundando os canais radiculares. 
o Canal totalmente instrumentado: 
� Hidróxido de Cálcio + P-monoclorofenal + Veículo; 
� Remoção da smear layer (EDTA 5 minutos); 
� Remoção do EDTA com hipoclorito de sódio 2 a 2,5%; 
� Remoção do hipoclorito de sódio com soro fisiológico; 
� Preenchimento dos canais com pasta de hidróxido de cálcio + P-monoclorofenal ou 
HIPG. 
8.4.1 Pasta para selamento 
• Necrose pulpar: H (substância principal) I(radiopasidade) P (aumentar atividade antimicrobiana) G 
(veículo); 
o Pasta com hidróxido de cálcio (H), iodofórmio (I), P-monoclorofenal (P) e glicerina (G) 
• Pó: 3 partes de hidróxido de cálcio P.A. + 1 parte de iodofórmio: 
• Líquido: glicerina + PMCC em partes iguais; 
• Lentulo (sentido horário) e coloca no conduto; 
• Bola de algodão; 
• Guta percha em bastão; 
• Cotosol por cima; 
• Radiografar. 
• Informações do HIPG: 
o Da radiopacidade a aumenta as prop antibaterianas da MIC, casos persistentes, lesões 
refratarias, ppossivel resposta alérgica 
o Causa escurecimento dental por causa do iodofórmio 
• Sequência técnica de aplicação da HIPG: 
o Aplicação de pasta medicamentosa com espiral lentulho (pra direita): 
o Verificar se o motor de baixa rotação está girado à direita; 
o Introduzinr a lentulo no canal com o motor desligado; 
o Profundidade aproximadamente 3 mm da região apical; 
o Acionar o pedal da baixa rotação. 
• “Durante ot tratamento devem ser empregadas substancias que irão combater não somente a 
infecção remanescente na luz e paredes do canal radicular, mas principalmente aquela situada 
profunda e difusamente pela estrutura do dente. Áreas estasinacessíveis ao preparo biomecânico e 
ao sistema de defesa do organismo”. 
• Não pega em biofilme bacteriano – não é sempre. 
8.4.2 Material selador provisório 
• Cavidads pequenas: tempo curto 
o Bioplic – fotopolimerizável; 
o Cotosol: presa com umidade; 
 
 
28 Resumo de Endodontia – Rafael Maia 
IX – DIAGNOSTICO DIFERENCIAL PARA INDICAÇÃO DE TERAPIA PULPAR 
9.1 Introdução 
Clinicamente, o estado pulpar e perirradicular pode ser classificado em: 
• Polpa normal ou sadia; 
• Pulpite reversível; 
• Pulpite em fase de transição; 
• Pulpite irreversível; 
o Sintomática; 
o Assintomática 
• Reabsorção radicular interna; 
• Necrose pulpar; 
• Lesões perirradiculares (periodontiteapical ou periapicopatias). 
���� TIPOS DE TRATAMENTO 
• Conservadora: total, parcial 
• Radical: tratamento de canal, cirurgia 
���� GENERALIDADES SOBRE A POLPA DENTAL 
• A polpa dental: tecido conjuntivo similar a outras partes do organismo com reações idênticas em 
condições fisiológicas e patológicas. 
o Se não ocorrer intervenção no tecido vivo inflamado, ocorrerá necrose pulpar. Neste 
espaço vazio, a polpa necrosada servirá de substrato para os microorganismos se 
reproduzirem; 
o Inflamação � necrose � proliferação microbiana � infecção. 
• A polpa dentária reage frente a qualquer agente agressor patogênico quando o mesmo 
ultrapassar o seu limiar de tolerância fisiológica; 
• Mecanismo de defesa da polpa: esclerose dentinaria, dentina terciaria, inflamação pulpar; 
• Etiologia da inflamação de dor pulpar 
o Microbianos: carie dentaria; 
o Físicos: mecanismo ou térmicos; 
o Químicos: agentes do sistema adesivo; 
o Fisiológicos: alterações dimensionais; 
o Envelhecimento: alterações estruturais; 
o Dentro do grupo dos injuriantes apresentados deve ficar claro a agressão 
9.2 Recursos semiotécnicos empregados na endodontia 
9.2.1 Inspeção bucal 
É o exame visual da boca como um todo. Devem ser observadas a alteração de cor da coroa, o estado das 
restaurações, a exposição pulpar e a presença ou ausência de cáries. O cirurgião-dentista deve estar atento a 
qualquer alteração na cavidade bucal. Todos os dados devem ser registrados na ficha clínica do paciente, e o 
mesmo deve ser informado sobre quaisquer alteraões. 
9.2.2 Palpação apical 
Utilizando-se da ponta do dedo indicador, deve-se apalpar a região apical do elemento examinado, verificando 
se há alguma resposta dolorosa ou, pelo tato, a presença de alterações patológicas de sua forma. 
 
29 Resumo de Endodontia – Rafael Maia 
9.2.3 Percussão horizontal e vertical 
A percussão deve ser iniciada com delicadeza, empregando-se preferentemente também o dedo indicador. Se 
essa manobra resultar negativa, aí sim fica indicado lançar mão d cabo do espelho, percutindo a coroa do 
paciente, perpendicularmente à mesma ou no sentido do seu eixo, sempre de forma delicada, evitando-se o 
sofrimento desnecessário do paciente. A percussão vertical positiva tem sido associada à inflamação de 
origem endodontica, enquanto a dor relacionada com a percussão horizontal diz respeito a alterações 
periodontais. 
9.2.4 Fistulografia (rastreamento radiográfico) 
Quando o paciente apresenta uma fístula cuja origem não pode ser determinada pelos demais exames 
complementares, pode-se introduzir um cone de guta-percha delicadamente através do trajeto fistuloso, desde 
sua saída (até o ponto em que encontre resistência. Uma radiografia será então realizada, e o dente 
responsável, identificado 
9.2.5 Exames complementares 
São considerados exames complementares, porém rotineiros em odontologia: o exame radiográfico, os 
exames hematológicos, as provas bioquímicas do sangue e a biópsia. Nos dias atuais, o exame pela tomografia 
computadorizada para a odontologia tem assumido especial importância, particularmente a partir do advento 
de aparelhos com imagens mais adequadas ao exame dos dentes e dos tecidos perirradiculares, com maior 
qualidade de imagem abrangendo mais especialidades odontológicas. 
9.2.6 Testes de sensibilidade 
Também denomidados testes de vidalidade pulpar, são aqueles que apresentam respostas da polpa a estímulos 
específicos, podendo chegar ao resultado de positivo ou negativo. Os testes mais frequentemente empregados 
em odontologia são: 
• Térmico 
o Frio: utiliza-se um spray de gás refrigerante aplicado em uma bolinha de algodão e, 
posteriormente, colocada em contato com o dente. 
o Calor: é transferido ao dente através de substância ou instrumento previamente aquecido. É 
pouco usada pois pode gerar injúria no tecido puplar. 
• Elétrico: consiste na aplicação de uma corrente de baixa voltagem e intensidade crescente, utilizando-
se um aparelho específico para este fim, denominado pulp tester. Seu objetivo é estimular as fibras 
sensoriais pulpares, obtendo respostas positivas ou negativas. As respostas positivas serão 
consideradas normais dentro de uma escala fornecida pelo fabricante, mas também se deve procurar 
obter um padrão do próprio paciente. 
• Teste da cavidade: teste invasivo que consiste em estimular o dente suspeito de necrose pulpar sem 
anestesiá-lo previamente, com o auxílio de uma broca de alta rotação. 
• Teste da anestesia: empregada quando o paciente refere uma dor difusa ou reflexa, não sabendo dizer 
exatamente qual dente está sedo responsável por ela. Assim, o teste consiste em anestesiar o elemento 
dentário suspeito. Se a dor cessar após a anestesia, sua hipótese diagnóstica está confirmada, 
identificando-se o elemento que gera a dor (dente alógeno) e o elemento que somente está refletindo a 
dor (dente sinálgico). 
9.3 Polpa normal ou sadia 
A polpa dental em sua normalidade fisiológica costuma reagir aos estímulos com resposta dolorosa e 
intensidade compatível com a excitação provocada, com declínio imediato à remoção desse estímulo. As 
manobras de palpação apical e percussão resultam em resposta negativa. 
 
30 Resumo de Endodontia – Rafael Maia 
• Dor provocada com declínio rápido ao frio e aplicação de calor – essa com a remoção do estimulo; 
• Teste a palpação apical: negativo; 
• Teste a percussão: negativo; 
• Transiluminação: normal (róseo); 
• A radiografia periapical apresenta-se dentro dos padrões de normalidade; 
• O paciente não necessita fazer uso de analgésicos. 
9.4 Pulpite reversível 
Dentes acometidos de pulpite reversível apresentam uma sintomatologia provocada de resposta um pouco 
mais intensa que na polpar normal. 
• Dor provocada: teste de vidalidade frio e/ou quente. Dor brusca que tenderá a desaparecer poucos 
segundos após a sua remoção; 
• Cavidades cariosas: relato de dor após ingestão de doces e alimentos gelados, muitas vezes porque 
esses fatores de agressão ficam retidos nas lesões de cárie; 
o Quando removidos pela escovação dental ou bochecho, costumam referir o alívio imediato; 
• Radiografia: normal; 
• Analgésico desnecessário; 
• Polpa quando acessada: sangrante ao toque, sangrando abundante e vermelho rutinante, 
resistente ao corte, com consistência. 
• Tratamento: proteção pulpar direta, indireta e pulpotomia. 
9.5 Pulpite em fase de transição 
• Cárie que nãoéh tratada e se aproxima da polpa; 
• Dor provocada com declínio mais lento: frio, quente; 
• Palpação apical/ percussão: negativo ou positivo; 
• Radiografia: normal; 
• Analgésico surte efeito; 
9.6 Pulpite irreversível sintomática 
Nos pacientes portadores desse tipo de pulpite as características apresentadas são as seguitnes: 
• Dor aparece espontaneamente; 
• Dor exacerbada com aplicação do frio e/ ou do calor 
• Dor pode ser intermitente ou contínua levando o paciente a grande sofrimento físico e psicológico; 
o A dor também pode ser diminuída diante de um desses dois estímulos. Ex: cresce diante do 
frio e ao contato com algo quente diminui; 
• Dor aumenta nos momentos de repouso em decúbito (momento em que o paciente deita, pois existe 
um aumento de pressão sanguínea na região, tornando a dor exacerbada); 
• Resposta a palpação apical e percussão vertical pode ser negativa ou positiva; 
• Aspecto radiográfico pode apresentar normal ou com ligeiro espessamento do espaço periodontal; 
• Polpa quando acessada: apresenta sangramento intenso ou ausente, escuru ou muito claro, 
consistência pastosa ou liquefeita. 
• Tratamento: 
o Endodontia: biopulpectomia. 
 
31 Resumo de Endodontia – Rafael Maia 
9.7 Pulpite irreversível assintomática 
Frequentemente observados em pacientes jovens, cuja agressão pela cárie leva a sua exposição. Um quadro 
rotineiro de pulpite irreversível assintomática é o surgimento

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