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Aula 5 Relação entre o orçamento e o planejamento de obras

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Instituto Serzedello Corrêa
Aula 5 
Relação entre o orçamento e o 
planejamento de obras
Abril, 2012
AUDITORIA DE 
OBRAS PÚBLICAS
Módulo 1 
Orçamento de obras
RESPONSABILIDADE PELO CONTEÚDO
Tribunal de Contas da União
Secretaria Geral da Presidência
Instituto Serzedello Corrêa
2ª Diretoria de Desenvolvimento de Competências 
Serviço de Educação a Distância
SUPERVISÃO
Pedro Koshino
CONTEUDISTA
André Pachioni Baeta
TRATAMENTO PEDAGÓGICO
Flávio Sposto Pompeo
RESPONSABILIDADE EDITORIAL
Tribunal de Contas da União
Secretaria Geral da Presidência
Instituto Serzedello Corrêa
Centro de Documentação
Editora do TCU
PROJETO GRÁFICO
Ismael Soares Miguel
Paulo Prudêncio Soares Brandão Filho
DIAGRAMAÇÃO
Herson Freitas
Vanessa Vieira
Brasil. Tribunal de Contas da União.
 Auditoria de obras públicas / Tribunal de Contas da União ; conteudista: 
André Pachioni Baeta. – Brasília, 2ed. : TCU, Instituto Serzedello Corrêa, 2012.
 18 p.
Conteúdo: Módulo 1: Orçamento de obras. Aula 5: Relação entre o 
orçamento e o planejamento de obras.
Curso realizado em 2012 no Ambiente
Virtual de Educação Corporativa do Tribunal de Contas da União.
1. Obras públicas – orçamento – Brasil. 2. Obras públicas – fiscalização – 
Brasil. I. Título.
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Ministro Ruben Rosa
© Copyright 2011, Tribunal de Contas de União 
<www.tcu.gov.br>
Permite-se a reprodução desta publicação, 
em parte ou no todo, sem alteração do conteúdo, 
desde que citada a fonte e sem fins comerciais.
[ 3 ]Aula 5 Relação entre o Orçamento e o Planejamento de Obras
Aula 5 – Relação entre Orçamento e Planejamento de Obras
Como converter composições de custo unitário em 
composições de custo de produção horária?
Qual a influência do prazo de execução no custo da obra?
Como elaborar o cronograma físico-financeiro da obra a partir 
das composições de custo unitário?
Em novembro de 2010, o Presidente Lula inaugurou as eclusas 
da Hidroelétrica de Tucuruí, uma das grandes obras do Programa de 
Aceleração do Crescimento. Após quase três décadas de obras, ocorridas 
durante o mandato de sete Presidentes da República e da gestão de vinte 
e um Ministros dos Transportes, enfim as eclusas de Tucuruí começaram 
a operar no Rio Tocantins, no Pará.
Símbolo da dificuldade que o setor público tem para tirar obras 
públicas do papel, o empreendimento consumiu R$ 1,6 bilhões. A obra 
foi iniciada em 1981, no Governo do Presidente João Figueiredo. De lá 
pra cá, houve intermináveis interrupções e retomadas. O projeto sofreu, 
em vários momentos, com a falta de recursos no orçamento público e 
suspensão das obras por denúncias de irregularidades.
A obra, inclusive, chegou a ser listada como prioritária no relatório 
final da Comissão Temporária das Obras Inacabadas do Senado Federal, 
instalada em 1995. A referida Comissão do Senado Federal inventariou 
as obras inacabadas em todo o país, custeadas com recursos federais, e 
identificou graves falhas em seu gerenciamento. Todavia, nem assim a 
obras das eclusas de Tucuruí andaram num ritmo adequado!
Existem diversos outros exemplos semelhantes de obras 
concluídas com várias décadas de atraso. Para citar mais um caso, as 
obras civis da Usina Nuclear de Angra 2 foram contratadas e iniciadas 
em 1976. Entretanto, a partir de 1983, o empreendimento teve o seu 
ritmo progressivamente desacelerado devido à redução dos recursos 
financeiros disponíveis.
Em 1991, o Governo decidiu retomar as obras de Angra 2, mas 
a composição dos recursos financeiros necessários à conclusão do 
empreendimento somente foi definida ao final de 1994, sendo então 
realizada em 1995 a concorrência para a contratação da montagem 
eletromecânica da Usina. Somente em 2001, a Usina de Angra 2 começou 
a operar comercialmente.
[ 4 ] AUDITORIA DE OBRAS PÚBLICAS
Outras grandes obras públicas ainda não viram luz no fim do túnel 
ou ficaram esquecidas na nossa história. Exemplos como o da rodovia 
Transamazônica ou da Ferrovia Madeira-Mamoré.
Os atrasos na execução das obras apresentam diversas causas, como 
problemas ambientais, decisões judiciais embargando obras, problemas 
com desapropriações, falta de recursos orçamentários etc. Contudo, 
todos esses empreendimentos têm um problema em comum: a falta de 
planejamento.
Diante do exposto nesta aula, aprofundaremos nosso estudo sobre 
as composições de custo unitário e verificaremos como o orçamento de 
uma obra se torna um dos principais insumos para o planejamento da 
sua execução.
Por outro lado, decisões tomadas na fase do planejamento têm 
impacto direto no orçamento da obra. Pode-se dizer que a programação 
e a orçamentação da obra são atividades intimamente interdependentes. 
Aliás, o orçamento nada mais é do que uma das ferramentas do 
planejamento voltada para a previsão de receitas e despesas futuras.
Enfim, será demonstrado como os cronogramas físico-financeiros 
das obras podem ser montados a partir do estudo das composições 
de custo unitário dos serviços. Além disso, também trataremos da 
importante relação entre o custo de uma obra e o prazo de execução. É de 
senso comum que quanto maior o prazo de execução de uma dada obra, 
maior será o preço total dela. Contudo, obras com prazo de execução 
exíguos também consomem mais recursos financeiros durante a fase de 
construção. Portanto, planejar é poupar dinheiro.
Para facilitar o estudo, este tópico está organizado da seguinte 
forma:
Aula 5 – Relação entre Orçamento e Planejamento de Obras ���������������������������3
1. Conversão de Composições de Custos Unitárias em Composições de Cus-
tos de Produção Horária ���������������������������������������������������������������������������������������������������������6
2. A Importância das Composições de Custo Unitário para o Planejamento 
da Obra �������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 13
3. O Impacto do Prazo de Execução no Custo da Obra ������������������������������������������ 18
Síntese �������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 21
Referências bibliográficas ������������������������������������������������������������������������������������������������ 22
Existem diversas 
ferramentas e técnicas 
para a programação e 
planejamento de obras: 
redes Pert/CPM, Gráficos 
de Gantt, Curva S, Método 
da Linha do Balanço, 
Histogramas, etc. Não 
é o objetivo desta aula 
apresentar tais técnicas.
Para aprofundamento no 
assunto, recomendamos 
a leitura do Livro 
“Planejamento, 
Orçamentação e Controle 
de Projetos e Obras”, de 
Carl Limmer, indicado na 
bibliografia desta aula.
[ 5 ]Aula 5 Relação entre o Orçamento e o Planejamento de Obras
Ao final desta aula, esperamos que você tenha condições de:
•	 converter composições de custo horário em composições de 
custo unitário e vice-versa;
•	 compreender o impacto do prazo de execução da obra no seu 
custo; e
•	 elaborar cronogramas físico-financeiros de obras a partir das 
composições de custo unitário.
Pronto para começar?
Então, vamos.
[ 6 ] AUDITORIA DE OBRAS PÚBLICAS
1. Conversão de Composições de Custos Unitárias em 
Composições de Custos de Produção Horária
Composições de custo unitário são demonstrativos de como 
interagem os fatores de produção para a formação de um preço (venda) 
ou custo (produção).
No Sicro-2 ou na tabela do DNOCS, por exemplo, as composições 
de custo unitário são compostas pela demonstração adicional do 
custo horário para equipamentos e mão de obra, posteriormente 
transformados para custo unitário por meio da divisão com a produção 
horária dessas equipes. Materiais, serviços agregadose transportes são 
considerados na sua forma unitária clássica. Por outro lado, em outros 
sistemas referenciais de preços, a exemplo do Sicro-3 ou do SINAPI, as 
composições de custo são puramente unitárias.
As composições de custo com indicação da produção horária são 
bastante didáticas e permitem a fácil identificação da composição das 
equipes.
Eventualmente, pode surgir a necessidade de se comparar 
composições de custo elaboradas com estas duas sistemáticas distintas. 
As composições de custo com produção horária também são mais 
adequadas para serem utilizadas na elaboração do cronograma físico-
financeiro da obra, assunto abordado no tópico seguinte desta aula.
Dessa forma, é apresentado um roteiro para obter as equipes 
mecânicas e as produções horárias a partir de composições de custo 
puramente unitárias.
Tomando-se como exemplo a composição do Sicro-3 “Escav. 
Carga Transporte Mat.1ª Cat. DMT 1400 a 1600m – Cam. Serv. Em Leito 
Natural com carregamento e caminhão basculante de 10m³”, conforme 
tabela abaixo:
Atenção!
[ 7 ]Aula 5 Relação entre o Orçamento e o Planejamento de Obras
Para obter as equipes mecânicas e as produções horárias devem ser 
executados os seguintes procedimentos:
•	 identificar o equipamento líder, ou seja, aquele que comanda a 
produção. No caso em questão, é fácil perceber que a carregadeira 
de pneus é o equipamento líder, pois os caminhões só podem 
operar se forem carregados e o trator de esteira não pode 
trabalhar de forma independente e isolada das carregadeiras 
e caminhões, caso contrário o volume do material removido 
pelo trator pode acumular inviabilizando a continuidade dos 
trabalhos de escavação;
•	 adotar para o equipamento líder a quantidade de uma unidade e 
utilização operativa de 100%, correspondendo a uma utilização 
improdutiva de 0%;
•	 estimar a produção horária da equipe através da inversão do 
coeficiente do equipamento líder:
1 / 0,0047 = 212,8 m3/hora
•	 multiplicar todos os coeficientes unitários pela produção adotada 
para encontrar as quantidades necessárias de equipamentos e 
mão de obra. Com os produtos calculados anteriormente, deve-
se arredondar os números encontrados para maior e adotá-los 
como quantidade:
Trator =>0,0043 x 212,8= 0,9149, adotar a quantidade de 1;
Caminhão =>0,0278 x 212,8= 5,9149, adotar a quantidade de 6;
Servente =>0,0140 x 212,8= 2,9787, adotar a quantidade de 3.
•	 calcular a utilização operativa e improdutiva dos demais 
equipamentos, de acordo com as fórmulas:
UO = CU . PA / Q
UI = 1-UO
Onde:
UO - utilização operativa do equipamento; 
UI - utilização improdutiva do equipamento; 
CU - coeficiente unitário da composição em análise;
PA - produção adotada na composição de custo unitário;
Q - quantidade calculada de equipamentos. 
[ 8 ] AUDITORIA DE OBRAS PÚBLICAS
Para o Trator:
UOtrator = CU.PA/Q
UOtrator = 0,0043 x 212,8/1
UOtrator = 0,9149
Então a utilização operativa do trator será de 0,91.
UItrator = 1 - UOtrator adotada
UItrator = 1 – 0,91
UItrator = 0,09
Então a utilização improdutiva do trator será de 0,09.
Para o Caminhão:
UOcaminhão = CU.PA/Q
UOcaminhão = 0,0278 x 212,8/6
UOcaminhão = 0,9858
Então a utilização operativa do caminhão será de 0,99.
UIcaminhão = 1 - UOcaminhão adotada
UIcaminhão = 1 – 0,99
UIcaminhão = 0,01
Então a utilização improdutiva do caminhão será de 0,01.
[ 9 ]Aula 5 Relação entre o Orçamento e o Planejamento de Obras
O próximo passo é obter os custos operativos e improdutivos dos 
equipamentos, observando-se que os preços unitários apresentados na 
composição de custo unitário dado como exemplo são obtidos pela 
ponderação dos custos operativos e improdutivos dos equipamentos, 
multiplicados pelos respectivos coeficientes operativos e improdutivos.
O custo horário operativo de cada equipamento pode ser obtido a 
partir da seguinte equação:
Assim, para a carregadeira de pneus temos a seguinte equação 
(adotamos o custo improdutivo da carregadeira igual a R$ 12,00, 
correspondendo ao salário-hora do seu operador):
0,0047 x R$ 146,12 =1 x (1 x custo operativo + 0 x R$ 12,00) / 212,80
Resolvendo a equação obtemos o custo horário operativo da 
carregadeira de pneus igual a R$ 146,12.
Realizando procedimento análogo para o caminhão basculante 
(adotamos o custo improdutivo da carregadeira igual a R$ 12,00, 
correspondendo ao salário horário do motorista):
0,0278 x R$ 100,01 = 6 caminhões x (0,99 x custo operativo + 0,01 
x R$ 12.00) / 212,80
Resolvendo a equação, temos um custo horário operativo de R$ 
99,48 para o caminhão.
Para o trator de esteiras, realizando procedimento análogo, obtêm-
se um custo horário operativo de R$ 279,84.
Com base nos coeficientes operativos e improdutivos e respectivos 
custos operativos e improdutivos obtidos nos parágrafos precedentes, 
pode-se montar uma composição de custo com produção horária para 
o serviço “Escav. Carga Transporte Mat.1ª Cat. DMT 1400 a 1600m – 
Cam. Serv. Em Leito Natural com carregamento e caminhão basculante 
de 10m³”:
[ 10 ] AUDITORIA DE OBRAS PÚBLICAS
[ 11 ]Aula 5 Relação entre o Orçamento e o Planejamento de Obras
O custo direto unitário obtido (R$ 4,76) difere ligeiramente do 
apresentado na composição de custo unitário do exemplo (R$ 4,74). Tal 
fato se deve a alguns arredondamentos e aproximações realizadas nos 
cálculos.
Em outro exemplo, considera-se a composição de custo unitário 
extraída do Sicro-3 para o serviço de preparo e lançamento de um 
concreto Fck = 15 MPa:
Vamos apresentar uma composição de custo com produção horária 
para o referido serviço, pois nesse exemplo, o método de resolução é 
ligeiramente diferente.
Verifica-se haver uma proporção de 1:4 entre as horas de pedreiro e 
de servente. A equipe deve ser montada de forma a manter esta proporção 
com o menor número inteiro possível (não é possível alocar um número 
fracionário de profissionais para a equipe).
Assim, a equipe ideal deve ser composta por 1 pedreiro e 4 serventes.
É fácil constatar que uma equipe formada por uma proporção 
diferente terá algum profissional ocioso durante certo período. Uma 
equipe composta por 1 pedreiro e 3 serventes para o serviço em questão 
resultaria em serventes sobrecarregados e provavelmente em um pedreiro 
com algum período ocioso. Ao contrário, uma equipe composta por 1 
pedreiro e 5 serventes, teria o pedreiro sobrecarregado e os serventes 
com algum período improdutivo.
A produção horária da equipe de 1 pedreiro e 4 serventes é obtida 
de forma quase instantânea. Se 2 horas de pedreiro produzem 1 m3 de 
concreto, 1 hora de pedreiro resulta em 0,5 m3 de concreto. Essa é a 
produção horária da equipe.
[ 12 ] AUDITORIA DE OBRAS PÚBLICAS
 A composição de custo com produção horária do referido serviço 
encontra-se apresentada a seguir:
Observamos que o custo horário improdutivo da betoneira é zero, 
pois é um equipamento operado pelo servente, cujo custo já se encontra 
discriminado na composição de custo unitário. Os custos horários dos 
equipamentos serão tratados em outra aula.
[ 13 ]Aula 5 Relação entre o Orçamento e o Planejamento de Obras
2. A Importância das Composições de Custo Unitário para 
o Planejamento da Obra
O tempo de duração (ou prazo) de um empreendimento se 
reveste em um dos elementos fundamentais do seu planejamento. Ele é 
definido com base na duração de cada uma das atividades que compõe 
o empreendimento e no inter-relacionamento entre elas, que resulta da 
metodologia de execução definida.
A duração de cada atividade é definida em função do tipo e 
da quantidade de serviço que a compõe, bem como em função da 
produtividade da equipe que a executa. Também pode ser estimada por 
profissional experiente, tomando como base obras similares executadas 
anteriormente. A duração de determinado serviço ou atividade “i”pode 
ser obtido a partir da fórmula:
Ti = Qi/Pi, em que:
Ti é a duração da atividade “i”;
Qi é a quantidade de serviço a ser executado, obtido a partir do 
projeto ou do orçamento;
Pi é a produtividade da equipe (mão de obra e equipamentos) que 
executa a atividade.
Tomando-se, por exemplo, uma obra rodoviária na qual uma de 
suas etapas consiste em fazer a escavação de 254.000 m3 de material de 
segunda categoria, pode-se elaborar o planejamento da execução deste 
serviço a partir da seguinte composição de custo unitário extraída do 
Sicro2 do DNIT:
[ 14 ] AUDITORIA DE OBRAS PÚBLICAS
A produção horária da equipe mecânica é de 127 m3/hora. Assim, 
estima-se que uma equipe composta por uma motoniveladora, uma 
escavadeira hidráulica, cinco caminhões basculantes de 20 toneladas, um 
encarregado e três serventes execute o quantitativo contratual previsto 
para o serviço em aproximadamente duas mil horas de trabalho (254 
mil m3 / 127 m3/hora). Se a equipe trabalha em média 200 horas por 
mês, serão necessários 10 meses para executar o quantitativo de serviço 
previsto com uma única equipe.
Com base nos aspectos contratuais a serem observados pelo 
construtor, em especial os prazos contratuais de execução, deve 
ser elaborado o planejamento global da obra com base em técnicas 
consagradas: rede PERT/CPM, gráfico de Gantt, etc.
Tal procedimento permitirá obter uma abordagem ótima de 
execução de toda a obra pelo construtor, observando-se a relação de 
precedência entre todos os serviços contratuais e o caminho crítico das 
atividades, composto pelos serviços cujo atraso na execução impacta no 
prazo de conclusão de todos os serviços subsequentes. 
Não é nosso objetivo apresentar as técnicas de planejamento 
geralmente empregadas na execução de obras. Contudo, espera-se 
demonstrar no presente tópico a utilização das composições de custo 
unitário no planejamento global da obra.
Digamos que o planejamento da obra rodoviária indicou que 
o serviço de escavação de material de segunda categoria tem que ser 
concluído em apenas dois meses. Com base na composição de custo 
unitário do serviço, verificou-se que são necessários 10 meses de uma 
única equipe para concluir o serviço. 
Então, o construtor terá que optar entre mobilizar cinco equipes 
para execução deste serviço ou trabalhar com um número menor de 
equipes, porém, em vários turnos de trabalho. Nesse último caso, o 
arranjo escolhido pode contemplar uma série de alternativas. Se uma 
única equipe, trabalhando em um turno de trabalho, executa 25.400 m3 
de escavação em um mês, pode produzir 50.800 m3 trabalhando em dois 
turnos ou 76.200 m3 trabalhando em três turnos de trabalho.
Assim, o quantitativo de serviço contratual poderia ser executado 
integralmente por três equipes trabalhando em dois turnos de trabalho 
durante um mês e por duas equipes trabalhando em turno duplo durante 
o outro mês. Poderia também ser executado por duas equipes trabalhando 
em três turnos durante dois meses e por outra equipe trabalhando em 
turno único durante os dois meses.
[ 15 ]Aula 5 Relação entre o Orçamento e o Planejamento de Obras
A escolha entre a alternativa de mobilizar mais equipes ou de 
trabalhar em vários turnos envolve análises econômicas com vistas a 
minimizar o custo de execução dos serviços. O resultado ótimo a ser 
obtido depende dos seguintes dados:
•	 o custo de mobilização de cada equipe;
•	 o custo de manutenção das equipes no canteiro, incluindo custos 
com implantação de alojamentos, oficinas para equipamentos, 
alimentação, transporte e EPIs dos trabalhadores; e
•	 encargos adicionais incidentes sobre os salários dos trabalhadores 
no segundo e terceiro turnos, em especial adicional noturno e 
horas-extras.
Se o exercício aqui realizado para o serviço de escavação for 
repetido para todos os demais serviços da obra, será obtido o cronograma 
físico financeiro dela. A elaboração do cronograma físico-financeiro é 
obrigatória pela Lei 8.666/93, pois tal peça apresenta informações vitais 
para o acompanhamento contratual, influindo inclusive na programação 
orçamentária e financeira do órgão contratante. A figura a seguir 
apresenta um exemplo sintético de um cronograma físico-financeiro 
para uma obra de edificação:
[ 16 ] AUDITORIA DE OBRAS PÚBLICAS
Na figura apresentada, observa-se que as linhas apresentam 
os serviços ou atividades a serem realizadas na obra, já as colunas 
apresentam os meses de duração dela. A última coluna e a última linha 
da primeira tabela apresentam a totalização por atividade e por mês, 
respectivamente. Nessa primeira tabela, as colunas mensais apresentam 
duas informações: o percentual de execução do serviço e o valor 
executado no mês.
Na segunda tabela, é apresentado um cronograma de barras (ou 
gráfico de Gantt), em que as células na cor azul apresentam os serviços 
em execução no mês e as células na cor amarela indicam que não há 
previsão de execução da atividade no mês.
A análise conjunta de todos os serviços da obra também permite 
conhecer os efetivos de todos os profissionais e a relação de equipamentos 
a serem mobilizados para a obra. Tais dados revestem-se de importância 
fundamental para o dimensionamento das diversas instalações do 
canteiro de obras e para a elaboração do próprio orçamento, pois as 
estimativas dos custos de administração local da obra e de mobilização e 
desmobilização são alimentadas com base nos efetivos de mão de obra e 
de equipamentos obtidos com base no procedimento apresentado.
Também serão obtidos os quantitativos totais de cada um dos 
materiais a serem aplicados na obra para cada mês de execução, 
permitindo que a gerência da obra elabore um plano de aquisição de 
insumos e inicie negociações de preços e prazos junto aos fornecedores.
A representação gráfica dos contingentes de mão de obra, materiais 
ou equipamentos a serem mobilizados para execução dos serviços se 
dá por meio de histogramas. A figura a seguir apresenta um exemplo 
de histograma de mão de obra tipicamente observado em uma obra de 
grande porte.
O diagrama de Gantt é um 
instrumento que permite 
modelar a planificação de 
tarefas necessárias para a 
realização de um projeto. 
Num diagrama de Gantt 
cada tarefa é representada 
por uma linha, enquanto 
as colunas representam os 
dias, semanas ou meses do 
calendário de acordo com 
a duração do projeto. O 
tempo atribuído a uma tarefa 
modela-se por uma barra 
horizontal cuja extremidade 
esquerda é posicionadas 
sobre a data prevista de 
início e a extremidade 
direita sobre a data prevista 
para o fim da atividade. 
As tarefas podem ligar-se 
sequencialmente ou ser 
executadas em paralelo.
Histograma de mão de obra
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Mês
Q
ua
nt
id
ad
e 
de
 tr
ab
al
ha
do
re
s
[ 17 ]Aula 5 Relação entre o Orçamento e o Planejamento de Obras
No início da obra, o contingente de mão de obra começa pequeno, 
pois o canteiro da obra ainda está em implantação e apenas alguns 
serviços preliminares estão em execução. Com o desenvolvimento dos 
projetos e a abertura de novas frentes de serviço, o contingente de mão 
de obra tende ir aumentando gradativamente até atingir um máximo. 
A partir daí, na medida em que as parcelas e etapas da obra forem 
sendo finalizadas, o contingente de trabalhadores vai sendo dispensado, 
caso não seja alocado em outras atividades, reduzindo-se a zero até o 
término completo da obra.
É comum a apresentação de histogramas de mão de obras com duas 
barras mensais, uma indicando o contingente previsto e outra indicando 
o contingente efetivamente realizado. A figura a seguir apresenta esse 
tipo de histograma.
Observa-se, também, que concavidades devemser evitadas na 
execução do planejamento da obra e na montagem dos histogramas. 
Uma concavidade significa que, após atingir um máximo relativo, parte 
do contingente de trabalhadores teve que ser demitido e, após alguns 
meses, recontratado. Trata-se, assim, de um gasto inútil com mobilização/
desmobilização ou demissão/contratação de trabalhadores que poderia 
ser evitado com um rearranjo no planejamento da obra.
No gráfico a seguir, pode-se visualizar que houve dispensas de 
trabalhadores nos meses de outubro/2008 a março/2009 e julho/2009 
a março/2010.
[ 18 ] AUDITORIA DE OBRAS PÚBLICAS
3. O Impacto do Prazo de Execução no Custo da Obra 
O custo de um projeto varia em função do tempo, sendo interessante 
conhecer esta variação a fim de computá-la no orçamento do projeto. 
No processo de execução de uma obra existem custos variáveis e 
custos fixos. Os custos variáveis oscilam, de forma linear, em função da 
quantidade produzida, dentro de uma determinada escala de produção. 
Os custos fixos ocorrem independentemente da quantidade produzida. 
Alguns autores ainda apresentam uma terceira classificação dos 
custos de acordo com o volume de produção. Os denominados custos 
semivariáveis oscilam em função da quantidade produzida, porém de 
forma não linear. Assim, um acréscimo de 20% na quantidade produzida 
de um determinado produto corresponde a uma variação diferente de 
20% no custo de produção.
Esse tipo de custo tem características tanto de custo fixo como 
de custo variável, sendo, por isso, o tipo mais frequente em projetos de 
construção civil.
Para se executar uma atividade em menor prazo, devem-se utilizar 
mais certos recursos, tais como mão de obra. Pode-se lançar mão de horas 
extras, prolongando a jornada diária de trabalho, ou realizar a atividade 
em mais de um turno de trabalho. O custo variável da mão de obra 
aumentará, não só porque o número de obras trabalhadas aumentará, 
mas também porque incidirão encargos sociais maiores sobre as obras 
trabalhadas (horas-extras e adicional noturno). Também, conforme será 
visto na próxima aula, espera-se que a produtividade da mão de obra 
decresça um pouco, em função da fadiga da mão de obra.
A execução de uma obra em menor prazo pode ensejar a 
necessidade de mobilização de maior contingente de mão de obra ou 
de equipamentos para a execução dos serviços, aumentando a parcela 
de custo com mobilização/desmobilização da obra, bem com exigindo 
a construção de um canteiro de obras dotado de maior quantidade 
de alojamentos e demais aparatos para comportar o aumento da mão 
de obra. A aglomeração de grande contingente de trabalhadores e 
equipamentos também é fator que causa perda de produtividade da mão 
de obra, ajudando a incrementar os custos da obra.
Em contrapartida, espera-se que a diminuição do prazo de execução 
de uma tarefa traga economia aos custos fixos da obra, sendo o mais 
relevante deles o custo de administração local da obra, abrangendo as 
[ 19 ]Aula 5 Relação entre o Orçamento e o Planejamento de Obras
despesas de toda a mão de obra indireta do canteiro de obras, os custos 
com alimentação, transporte e equipamentos de proteção individual 
e coletiva dos trabalhadores, bem como despesas com consumos do 
canteiro de obras (água, luz, gás, telefone, material de limpeza etc.).
Por outro lado, o aumento do prazo de execução de uma obra 
proporciona redução dos custos variáveis, ao passo que ocorre um 
incremento dos custos fixos.
A relação tempo-custo em projetos encontra-se representada na 
figura a seguir:
Assim, observa-se haver um prazo ótimo para execução do 
empreendimento, no qual o custo de execução é mínimo. A aceleração 
da obra a partir deste prazo ótimo de execução causa um incremento no 
seu custo devido aos fatores já elencados acima:
•	 maiores despesas com mobilização/desmobilização;
•	 perdas de produtividade da mão de obra devido à fadiga e 
aglomeração de trabalhadores;
•	 aumento dos encargos sociais decorrentes do pagamento de 
horas extras e adicional noturno; e
•	 aumento dos custos de instalação do canteiro de obras.
[ 20 ] AUDITORIA DE OBRAS PÚBLICAS
Ressalte-se que o gráfico anterior não considera os ganhos de 
receita decorrentes da antecipação do empreendimento. Em alguns 
tipos de projetos é economicamente vantajoso antecipar ao máximo o 
prazo de implantação, mesmo que o custo do investimento aumente 
significativamente. É o que se verifica rotineiramente em obras da 
indústria petrolífera ou em obras do setor elétrico, pois ambos os tipos 
de empreendimento geram grandes receitas operacionais, compensando 
com ampla margem o aumento do custo de implantação.
Outras tipologias de obras públicas, notadamente aquelas que 
não geram receitas ou algum outro tipo de benefício social relevante, 
deveriam ser executadas no prazo ótimo, quando o custo de implantação 
é mínimo. 
Jamais se deve planejar a execução de uma obra além do prazo 
ótimo, pois há um aumento do custo e do prazo de implantação do 
projeto. Infelizmente, porém, é nesse cenário que as obras públicas no 
Brasil são efetivamente executadas.
Aumentar o prazo de execução a partir do seu ótimo, causa o 
aumento do custo da obra principalmente por conta da manutenção dos 
custos fixos, em especial os custos com a administração local da obra e 
com a manutenção e operação do canteiro de obras.
A interrupção e retomada da obra pode gerar um efeito ainda mais 
nefasto sobre o custo, obrigando o contratante a arcar com o ônus de 
nova mobilização/desmobilização da obra e de deterioração de serviços 
já concluídos.
[ 21 ]Aula 5 Relação entre o Orçamento e o Planejamento de Obras
Síntese 
Nesta aula, demonstramos como o processo de planejamento da 
obra está associado ao processo de orçamentação.
Apresentamos o processo de conversão de composições de custo 
unitário em composições de custo com produção horária e como estas 
últimas podem ser utilizadas para a montagem do cronograma físico-
financeiro e dos histogramas de insumos.
Também apresentamos a relação existente entre o custo e o prazo 
de execução da obra. 
Agora é hora de exercitar os conceitos aprendidos e de discuti-los 
no nosso fórum.
[ 22 ] AUDITORIA DE OBRAS PÚBLICAS
Referências bibliográficas 
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT, 
Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes, 2008, Volume 1 – 
METODOLOGIA E CONCEITOS.
Departamento Nacional de Obras contra as Secas – DNOCS, Elaboração 
e Implantação de Composições de Custos Unitários de Obras e Serviços 
de Engenharia Executados pelo DNOCS, Dezembro/2003.
LIMMER, Carl V., Planejamento, Orçamentação e Controle de Projetos 
e Obras. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 
1997.
Senado Federal, Comissão Temporária das Obras Inacabadas, Relatório 
final nº 2/1995, disponível em http://www.senado.gov.br/atividade/
materia/getPDF.asp?t=56461&tp=1.

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