Buscar

Apostila de Libras

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 134 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 134 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 134 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UAB – UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
FUESPI – FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ
NEAD – NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
LICENCIATURA PLENA EM LETRAS ESPANHOL
LIBRAS
CONHEÇA ESSA LÍNGUA
Margareth Torres de Alencar Costa
Maria da Luz Ribeiro da Silva
FUESPI
2014
Ficha elaborada pelo Serviço de Catalogação da Biblioteca Central da UESP
Maria do Socorro de Sousa (Bibliotecária) – CRB-3/1294
Costa, Margareth Torres de Alencar.
Libras: conheça essa língua / Margareth Torres de 
Alencar Costa, Maria da Luz Ribeiro da Silva. – Teresina: 
FUESPI, 2013.
 134p. 
Material de apoio pedagógico ao curso de Licenciatura 
Plena em Letras Espanhol do Núcleo de Educação a 
Distância da Universidade Estadual do Piauí – NEAD / 
UESPI, 2013 .
1. Libras – Estudo e ensino. 2. Deficiência auditiva – 
Inclusão. 3. Libras - Materiais didáticos I. Silva, Maria da 
Luz Ribeiro da. II. Título.
 CDD: 419
C8373l
Ficha elaborada pelo Serviço de Catalogação da Biblioteca Central da UESP
Maria do Socorro de Sousa (Bibliotecária) – CRB-3/1294
Costa, Margareth Torres de Alencar.
Libras: conheça essa língua / Margareth Torres de 
Alencar Costa, Maria da Luz Ribeiro da Silva. – Teresina: 
FUESPI, 2013.
 134p. 
Material de apoio pedagógico ao curso de Licenciatura 
Plena em Letras Espanhol do Núcleo de Educação a 
Distância da Universidade Estadual do Piauí – NEAD / 
UESPI, 2013 .
1. Libras – Estudo e ensino. 2. Deficiência auditiva – 
Inclusão. 3. Libras - Materiais didáticos I. Silva, Maria da 
Luz Ribeiro da. II. Título.
 CDD: 419
C8373l
ISBN 978-85-8320-043-7
2014
2014
Presidente da República 
Dilma Vana Rousseff
 
Vice-presidente da República 
Michel Miguel Elias Temer Lulia
 
Ministro da Educação
José Henrique Paím 
 
Secretário de Educação a Distância 
Carlos Eduardo Bielschowsky
 
Diretor de Educação a Distância CAPES/MEC 
Celso José da Costa
 
Governador do Piauí 
Wilson Nunes Martins
 
Secretário Estadual de Educação e Cultura do Piauí 
Átila de Freitas Lira
 
Reitor da FUESPI – Fundação Universidade Estadual do Piauí 
Nouga Cardoso Batista
 
Vice-reitora da FUESPI 
Bárbara Olímpia Ramos de Melo
 
 Pró-reitora de Ensino e Graduação – PREG 
Ailma do Nascimento Silva
 
Coordenadora da UAB-FUESPI
Margareth Torres de Alencar Costa
Coordenadora Adjunta da UAB-FUESPI 
Naira Lopes Moura 
 
Pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação – PROP 
Diógenes Buenos Aires de Carvalho
 
Pró-reitor de Extensão, Assuntos Estudantis e Comunitários – PREX 
Luís Gonzaga Medeiros Figueredo Júnior
 
Pró-reitor de Administração e Recursos Humanos – PRAD 
Geraldo Eduardo da Luz Junior
 
Pró-reitor de Planejamento e Finanças – PROPLAN
Benedito Ribeiro da Graça Neto
Coordenadora do curso de Licenciatura Plena em Letras Espanhol – EAD
Leiliane de Vasconcelos Silva
Edição
UAB - FNDE - CAPES
FUESPI/NEAD
Diretora do NEAD
Margareth Torres de Alencar Costa
Diretora Adjunta
Naira Lopes Moura 
Coordenadora do Curso de Licenciatura 
Plena em Letras – Espanhol
Leiliane de Vasconcelos Silva
Coordenador de Tutoria
José Cledinaldo dos Santos
Coordenadora de Produção de Material 
Didático
Silvana Maria Pantoja dos Santos
Autoras do Livro
Margareth Torres de Alencar Costa
Maria da Luz Ribeiro da Silva
Revisão
Estélio Silva Barbosa 
Teresinha de Jesus Ferreira
Diagramação
Pedro Leonardo de Sousa Magalhães
Capa
Luiz Paulo de Araújo Freitas
Fonte da imagem: 
<http://inss.nireblog.com>
MATERIAL PARA FINS EDUCACIONAIS
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA AOS CURSISTAS UAB/FUESPI
UAB/FUESPI/NEAD
Campus Poeta Torquato Neto (Pirajá), 
NEAD, Rua João Cabral, 2231, bairro 
Pirajá, Teresina (PI). CEP: 64002-150, 
Telefones: (86) 3213-5471 / 3213-1182
Web: ead.uespi.br
E-mail:eaduespi@hotmail.com
SUMÁRIO
Unidade 1 - O surdo ................................................................................. 7
1. O surdo ................................................................................................. 9
1.1 Conceito de surdez ........................................................................... 10
1.2 Níveis de surdez ................................................................................ 11
1.2.1 A Classificação do Grau de Perdas Auditivas.................................. 12
1.3 História do surdo ............................................................................... 15
1.4 O surdo na família ............................................................................. 17
1.5 O surdo na sociedade ........................................................................ 19
1.6 As identidades e culturas surdas ....................................................... 20
Unidade 2 - O surdo na educação ........................................................ 27
2 O surdo na educação ........................................................................... 29
2.1 A história da educação do surdo no mundo e no Brasil ..................... 29
2.2 Aspectos Legais pertinentes e vigente sobre LIBRAS ....................... 33
2.3 Métodos ou filosofias educacionais utilizadas na educação do surdos .... 34
2.3.1 O oralismo ...................................................................................... 36
2.3.2 Bilinguismo ..................................................................................... 36
2.3.3 comunicação total ........................................................................... 38
2.4 A importância da Língua de Sinais na educação do surdo ................ 38
2.5 A língua portuguesa na educação do surdo do Brasil ........................ 39
2.6 A lei 10.436 .2002 e o Decreto Lei 5.626.2005 ................................. 41
Unidade 3 - Libras – conceitos e mitos ................................................ 63
3 Libras - conceitos e mitos ......................................................................65
3.1 O que é LIBRAS? .............................................................................. 65
3.2 Mitos sobre a Língua de Sinais ......................................................... 65
3.2.1 A língua de sinais é universal? ........................................................ 66
3.2.3 Surdo, surdo-mudo ou deficiente auditivo? ..................................... 67
3.2.4 O surdo não fala porque não ouve? ................................................ 68
3.2.5 O uso da língua de sinais atrapalha aaprendizagem da língua oral? .... 68
3.2.6 Todos os surdos fazem leitura labial? ............................................. 69
3.2.7 A surdez é um problema para o surdo? .......................................... 70
3.2.8 A surdez é hereditária ...................................................................... 70 
3.2.9 Há diferentes tipos e graus de surdez? .......................................... 71
3.2.10 A surdez compromete o desenvolvimento cognitivo-linguístico do in-
divíduo? ................................................................................................... 71
3.2.11 Qualquer membro da família de surdo que convive com surdo, pode 
ser intérprete? .......................................................................................... 72
Unidade 4 - Libras e sua estrutura gramatical .................................... 75 
4 Libras e sua estrutura gramatical ......................................................... 77
4.1 Gramática da libras ............................................................................. 77
4.2 Linguística da Libras ........................................................................... 79
4.3 Os parâmetros da língua de sinais são .............................................. 80
4.4. O sistema de transcrição para a libras .............................................. 83
4.5 Alfabeto Manual de LIBRAS .............................................................. 86
4.6 Saudações ......................................................................................... 87
4.7 Numerais ............................................................................................ 88
4.8 Indicadores temporais: Advérbios de tempo e Sinais relacionados ao 
ano sideral ............................................................................................... 89
4.8.1 Dias da Semana ............................................................................. 89
4.8.2 Advérbios de Tempo ....................................................................... 90
4.8.3 Meses do ano ................................................................................. 91
4.9 Pronomes .......................................................................................... 92
4.9.1 Pronomes Pessoais ........................................................................ 92
4.9.2 Pronomes possessivos ................................................................... 97
4.9.3 Pronomes demonstrativos e advérbio de lugar .............................. 98
4.9.4 Pronomes e expressões interrogativas .......................................... 99
Unidade 5 - Tipos de frases na libras e sinais relacionados ao dia-
a-dia ................................................................................................... 107
5 Tipos de frases na Libras e sinais relacionados ao dia-a-dia ............. 109
5.1 Tipos de frases na LIBRAS ...............................................................109
5.1.1 Forma afirmativa: a expressão facial é neutra ...............................109
5.1.2 Forma interrogativa: sobrancelhas franzidas e um ligeiro movimento 
da cabeça inclinando-se para cima ........................................................109
5.1.3 Forma exclamativa: sobrancelhas levantadas e um ligeiro movimento 
da cabeça inclinando--se para cima e para baixo. Pode ainda vir também 
com um intensificador representado pela boca fechada com um movimento 
para baixo ............................................................................................... 110
5.1.4 Forma negativa: a negação pode ser feita através de três processos ...110
5.1.5 Forma negativa / interrogativa: sobrancelhas franzidas e aceno da 
cabeça negando ..................................................................................... 112
5.1.6 Forma exclamativa / interrogativa .................................................. 112
5.1.7 A forma condicional – “si” ( “se” ) .................................................. 112
5.2. Sinais relacionados ao dia-a-dia ..................................................... 113
5.2.1 Sinais relacionados a Escola ........................................................ 113
Referências Bibliográficas ...................................................................129
UNIDADE 1
O SURDO
OBJETIVOS
• Analisar a origem da palavra surdez e sua repercussão na família, sociedade e 
seus desdobramentos na sociedade e cultura.
• Compreender como se dá a surdez.
• Reconhecer os níveis de surdez.
• Conhecer a história do surdo e sua repercussão na sociedade e na família.
• Conhecer também as identidades e culturas do surdo. 
FUESPI/NEAD Licenciatura Plena em Letras Espanhol
9
1. O surdo
Nessa unidade, nosso foco será o sujeito surdo. De início 
abordaremos o conceito de surdez enquanto deficiência e seus níveis. 
Também estudaremos sobre o surdo: sua história, identidades ou culturas, 
na família e na sociedade. 
Surdo, de acordo com o Art. 2o do decreto 5.626/2005, considera-se 
pessoa surda: “...aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage 
com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura 
principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais - Libras.” 
http://profsurdogoulao.no.sapo.pt/surdo.jpg
Mesmo com a atual expansão da LIBRAS, sabe-se que ainda 
existem muitos surdos que não sabem se comunicar por este meio, mas 
usando de sinais chamados de caseiros, ou seja, sinais adequados à 
família e amigos próximos. 
Libras - Conheça essa língua
10
1.1 Conceito de surdez
 
Deficiência auditiva ou surdez é a incapacidade parcial ou total de 
audição. Pode ser de nascença ou causada posteriormente por doenças, 
como por exemplo, nos casos de: rubéola, sífilis, citomegalovírus, má 
formação da cabeça a pescoço, herpes simples, hiperbilirrubinemia, baixo 
peso (< 1500 gr), meningite, hereditário (síndrome e fator familiar).
http://1.bp.blogspot.com/__k3tItDbAjM/SF6P7FVUQMI/AAAAAAAAAB0/
es8j6xTuQPg/s400/surdez.jpg
Surdez pode ser definida segundo três pontos de vista: médico, 
educacional ou cultural.
Considera-se normal quando a pessoa ouve bem o tic-tac de um 
despertador (som de zero a 20 decibéis).
Em termos médicos, a surdez é categorizada em níveis do 
ligeiro ao profundo. É também classificada de deficiência auditiva, ou 
hipoacúsia. 
Já do ponto de vista educacional, surdez refere-se à incapacidade 
de a criança aprender a linguagem por via auditiva e ter um desempenho 
acadêmico.
E do ponto de vista cultural, surdez é descrita como diferença 
linguística e identidade cultural, a qual é partilhada entre indivíduos surdos.
FUESPI/NEAD Licenciatura Plena em Letras Espanhol
11
Vejamos os níveis de surdez
 http://www.ressoar.org.br/images/home_dia_nacional_da_surdez_st.jpg
1.2 Níveis de surdez
A revista da série Audiologia do INES (2005, p. 32-34) exalta 
os tipos de perda auditiva, que é o distúrbio da audição, diminuição da 
capacidade auditiva em diferentes graus de intensidade, podendo ser de 
caráter transitório ou definitivo, estacionário ou progressivo. Essas perdas 
podem ser do tipo:
1- Perda Auditiva Condutiva: Proveniente de patologias 
na orelha externa e/ou média, sendo, na maioria das vezes, passíveis 
de tratamento medicamentoso e/ou cirúrgico. Alguns exemplos: otites, 
otosclerose, perfuração timpânica.
2- Perda Auditiva Sensorioneural: proveniente de lesões na 
orelha e/ou a nível central, sendo do tipo irreversível
3- Perda Auditiva Mista: Proveniente de alterações nas orelhas 
externas e/ou média, além da orelha interna. Como alterações, podemos 
citar a ostosclerose coclear e as otites associadas a lesões de orelha 
interna. 
Libras - Conheça essa língua
12
1.2.1A Classificação do Grau de Perdas Auditivas
Essa classificação pode-se verificar sobre dois pontos de vista: o 
médico e o educacional.
Do ponto de vista médico, I – Segundo Padrão ANSI (1969) constam 
as seguintes classificações, conforme revista da série Audiologia (2005, 
p.35 – 36):
CLASSIFICAÇÃO MÉDIA DA PERDA AUDITIVA
Normal 0 a 25 dB
Leve 26 a 40 dB - não tem efeito significativo no desenvolvimento. Escuta os sons, desde que estejam um pouco mais alto.
Moderada
41 a 55 dB - pode interferir no desenvolvimento da fala 
e linguagem, mas não chega a impedir que o individuo 
fale. Tem dificuldade de ouvir ao telefone e do tic-tac do 
despertador.
Acentuada
56 a 70 dB - não escuta sons importantes do dia-a-dia. 
Não consegue ouvir o tocar do telefone, campainha, já 
a televisão, somente com o som bem elevado ou apoio 
visual para que haja entendimento.
Severa
71 a 90 dB - interfere no desenvolvimento da fala 
e linguagem, mas com o uso de aparelho auditivo 
poderá receber informações utilizando a audição para o 
desenvolvimento da fala e linguagem. Escuta sons fortes 
como latido do cachorro, avião etc. mas é incapaz de 
escutar a voz humana.
Profunda
Acima de 90 dB - sem intervenção a fala e a linguagem 
dificilmente irão ocorrer. A pessoa só ouve ruídos 
(vibrações) como os provocados por um a turbina de 
avião, disparo de revólver e tiro de canhão.
Fonte:Revista Série Audiologia do INES (2005)
FUESPI/NEAD Licenciatura Plena em Letras Espanhol
13
Veja a tabela de frequência de ruídos:
 
http://www.aparelhosauditivosecia.com.br/aparelhosauditivos_arquivos/grau-
perda-auditivas.jpg
Do ponto de vista educacional, ilustramos as informações dadas 
pelo MEC Educação Especial Deficiência Auditiva Vol. I (1997, p. 53-54), 
do ponto de vista educacional e com base na classificação do Bureau 
Internacional d’Audiophonologie-BIAP, e na Portaria Interministerial nº 186 
de 10/03/78, considera-se:
Libras - Conheça essa língua
14
PARCIALMENTE SURDO
 
 SURDO
a) Surdez leve a) Surdez severa
•	 Aluno com perda auditiva de 
até 40 decibéis;
•	 Não distingue igualmente 
todos os fonemas;
•	 Voz fraca ou distante é 
imperceptível;
•	 A perda não impede a aquisição 
normal da linguagem, porém...;
•	 ... pode causar problema 
articulatório ou dificuldade na 
leitura e/ou escrita;
•	 Aluno pode ser considerado 
desatento.
•	 Aluno com perda auditiva entre 70 e 90 
decibéis;
•	 Percebe apenas alguns ruídos 
familiares;
•	 Percebe apenas voz forte;
•	 Pode chegar até aos 4 ou 5 anos sem 
aprender a falar
•	 A criança pode adquirir a linguagem, 
se a família estiver bem orientada pela 
área educacional.
•	 Compreensão verbal dependerá em 
grande parte da aptidão para utilizar a 
percepção visual. 
b) Surdez moderada b) Surdez profunda
•	 Aluno com perda auditiva entre 
40 e 70 decibéis;
•	 A voz, para ser percebida, 
precisa ter certa intensidade;
•	 Pode ocorrer atraso na 
linguagem e alterações 
articulatórias;
•	 Em geral, identifica as palavras 
significativas;
•	 Dificuldade na compreensão 
de certos termos de relação 
e/ou frases gramaticais 
complexas.
•	 Aluno com perda auditiva acima de 90 
decibéis.
•	 Perca grave;
•	 Não consegue perceber a voz humana;
•	 Não adquire a linguagem oral de forma 
natural;
•	 Não adquire a fala como instrumento 
de comunicação, uma vez que, não a 
percebe, não se interessa por ela, por 
não ter “feedback” auditivo;
•	 Aluno precisará receber atendimento 
especializado.
No item anterior, vimos as várias abordagens da surdez, levando em 
consideração o ponto de vista médico e o educacional. Agora, passaremos 
aos estudos sobre como era a vida do surdo em várias épocas, no mundo. 
FUESPI/NEAD Licenciatura Plena em Letras Espanhol
15
1.3 História do surdo
A abordagem de Márcia Honora e 
Mary Frizanco (2009:19 a 21) afirma que o 
surdo era tratado como um ser sem alma.
	 Antiguidade
 A educação dos surdos variava de 
acordo com a concepção que se tinha deles. 
Para os gregos e romanos, em linhas gerais, 
o Surdo não era considerado humano, pois 
a fala era resultado do pensamento. Logo, 
quem não pensava não era humano. Não 
tinha direito a testamentos, à escolarização 
e a frequentar os mesmo lugares que os 
ouvintes. Até o século XII, os surdos eram 
privados até mesmo de se casarem.
	Idade Média
 A Igreja Católica teve papel 
fundamental na discriminação no 
que se refere às pessoas com 
deficiência, já que para ela o homem 
foi criado à “imagem e semelhança 
de Deus”. Portanto, os que não se 
encaixavam neste padrão eram 
postos à margem da sociedade, 
não sendo considerados humanos. 
Entretanto, isso incomodava a Igreja, 
principalmente em relação às famílias 
abastadas.
http://4.bp.blogspot.com/_
o4qow7OuiIs/TAGm8t9ClaI/
AAAAAAAAAjc/XAU8UnuCozo/
s640/2009_11_HS_01.jpg
http://4.bp.blogspot.com/_TmjZEaJB7wk/
SwxrZ0-GA0I/AAAAAAAAAMk/-4le9KUx-
mjY/s1600/enfant_sauvage.jpg
Libras - Conheça essa língua
16
Para que o circulo não fosse rompido, a Igreja passou a se 
preocupar em instruir os Surdos nobres. Possuindo uma língua, eles 
poderiam participar dos ritos, dizer os sacramentos e, conseqüentemente, 
manter suas almas imortais. Além disso, não perderiam suas posições e 
poderiam continuar ajudando a Santa Madre Igreja.
 
	 Idade Moderna
 Os nobres, que tinham em 
sua família um descendente surdo, 
começaram a educá-lo, pois os 
primogênitos surdos não tinham direito 
à herança se não aprendessem a falar, 
o que colocava em risco toda a nobreza 
da família. Se falassem teriam garantidos 
sua posição e seu reconhecimento como 
cidadão. 
Até o século XV, os Surdos – bem como 
todos os outros deficientes – tornaram-
se alvo da Medicina e da religião. A 
primeira estava mais interessada em suas 
pesquisas e a segunda, em promover 
a caridade com pessoas tão desafortunadas, pois para ela a doença 
representava punição. 
No século XVI, a grande revolução se deu pela concepção de que 
a compreensão da idéia não dependia da audição de palavras.
No século XVII, era percebido o grande interesse que os estudiosos 
tinham pela educação dos Surdos, principalmente porque tinham descoberto 
que esse tipo de educação possibilitava ganhos financeiros, pois as famílias 
abastadas que tinham descendentes Surdos pagavam grandes fortunas 
para que seus filhos aprendessem a falar e escrever.
http://1.bp.blogspot.com/_
mobhLXJIvbI/SYUOohXnmLI/
AAAAAAAAAGI/2B75BgtvviA/s320/
AbbeEpee01g.jpg
FUESPI/NEAD Licenciatura Plena em Letras Espanhol
17
	 Idade Contemporânea 
O médico-cirurgião francês, Jean-Marc Itard (1775-1838), residente 
do Instituto Nacional de Surdos-Mudos de Paris, em 1814, seguia as 
concepções do filósofo Condillac, dentre elas, tem-se a de que exigia a 
erradicação ou a “diminuição” da surdez para que o surdo tivesse acesso 
ao conhecimento. Com essa visão, Itard passou 16 anos tentando entender 
as causas da surdez e nessa busca incessante, de início, descobriu que 
a causa não era visível, depois dessa descoberta passou a dissecar 
cadáveres de Surdos, como também, a dar descargas elétricas em seus 
ouvidos, usar sanguessugas para provocar sangramentos e furar as 
membranas timpânicas de alunos, fazendo com que um deles fosse levado 
à morte e outros tivessem fraturas cranianas e infecções devido às suas 
intervenções. 
Somente depois de todas essas tentativas para tentar oralizar o 
surdo é que Itard viu que só através da língua de sinais é que poderiam ser 
educados.
Por conta da história dramática ou calvário por que passaram 
no passado, em que algumas vezes, foram usados, por se sentirem 
deslocados ou postos em situações desconfortáveis diante da sociedade, 
é que os surdos em sua maioria, são desconfiados com ouvintes,convivem 
em guetos, preferem estudar com os iguais e casar entre si. 
A família é a base para o bom desenvolvimento cognitivo, afetivo 
e social de qualquer ser humano. O apoio familiar é tudo para a vida da 
pessoa. Vejamos a seguir a importância da família na vida do surdo quando 
os membros aprendem a lidar com o problema.
1.4 O surdo na família
Quando os pais estão à espera do bebê que vai nascer, geralmente 
ficam na maior expectativa de como será, se nascerá saudável etc. Porém 
quando se descobre que aquele bebezinho que mesmo aparentando ser 
perfeito tem surdez, nem toda família consegue manter-se unida, podendo 
assim, passar por várias mudanças, geralmente pela falta de conhecimento 
a respeito da surdez, como ilustra o trecho que trata da educação especial. 
Libras - Conheça essa língua
18
Quando um dos membros da família nasce surdo, essas 
mudanças podem ser acrescidas de outras, às vezes muito 
mais traumáticas: muita tensão e ansiedade, possibilidade de 
surgimento de conflitos e até mesmo a desintegração familiar. 
(MEC- Educação Especial: Série Deficiência Auditiva – Vol I - 
fascículo 2: 1997: 100) 
De acordo com (MEC 1997: 101 - 103) as fases por que passa a 
família são: 
- Choque: sentimento que os pais experimentam quando são 
informados que o filho é surdo, passando por vários sentimentos fortes e 
opostos, ficam confusos e sem ação.
 Nessa fase geralmente ocorre: a ansiedade, raiva e/ou negação, 
culpa, depressão, preconceito e a rejeição ou superproteção.
- A reação: é quando surgem vários sentimentos de conflitos 
psíquicos – decepção, frustração, ansiedade, impotência, incapacidade, 
revolta, culpa, entre outras. 
É fácil perceber esta realidade lendo o depoimento de Armando, 
um surdo, que nasceu com paralisia facial e sem as orelhas. Conforme 
Ângela e Armando, (2008, p. 59)
Havia muita tristeza em casa quando de minha chegada da 
maternidade. Apesar de ser um caso raro na medicina da época, 
recebi alta dois dias depois do nascimento. Segundo o relato 
de minha mãe, o silêncio médico... uma constante... um silêncio 
barulhento, denotava a falta da necessária e fundamental 
sensibilidade para a situação e do conhecimento que promove 
as mudanças no mundo. Era uma incerteza atroz diante do 
inesperado; enfim, não se sabia o que realmente fazer em 
relação à minha pessoa.
- A adaptação: fase na qual a família do surdo começa a receber 
informações de fonoaudiólogos, psicólogos, professores, outros pais, 
professores, etc, e com isso, aprendem a lidar com a criança e a encarar o 
problema de forma mais realista.
FUESPI/NEAD Licenciatura Plena em Letras Espanhol
19
- A fase da orientação: com as orientações recebidas por 
vários profissionais e a própria experiência, os pais começam assimilar 
conhecimentos e já procuram serviços oferecidos pela comunidade em que 
possa ajudar no desenvolvimento cognitivo, educacional, afetivo e social, 
como também os direitos dos surdos. 
Os pais precisam de apoio profissional para lidar com a situação 
e apoiar o filho com os problemas que terá que enfrentar, seja no meio 
familiar, educacional, profissional ou social, desde o preconceito até as suas 
limitações, conforme ilustra o trecho retirado do MEC- Educação Especial: 
Série Deficiência Auditiva – Vol I - fascículo 2. (1997, p. 111): “Os membros 
da família, quando conscientes das questões relacionadas à deficiência 
auditiva, aprendem a lidar com as dificuldades dela decorrentes, buscando 
formas alternativas de ajustamento.” 
O item a seguir, tratará de expor as dificuldades que os surdos 
passam para se socializarem.
1.5 O surdo na sociedade
É comum as pessoas consideradas “normais” não se aproximarem 
de alguém que seja surdo, geralmente não por medo, mas pelo fato do 
desconhecimento com a surdez, ou por não saberem como lidar com 
eles, como se comunicar, porém existe também em algumas situações o 
preconceito e com isso tudo acaba gerando o afastamento do surdo do meio 
social, passando a se isolarem ou mesmo a viverem em grupos, em guetos. 
A rejeição se dá mais ainda quando o surdo não tem apoio familiar 
ou recursos para prover-lhes bons fonoaudiólogos que lhes ajudarão na 
aquisição da fala ou mesma da língua de sinais.
Hoje em dia com expansão do conhecimento da LIBRAS, essa 
barreira de o surdo se comunicar com o ouvinte está sendo quebrada, 
pois muitas pessoas, tanto surdos como ouvintes, já começaram a adquirir 
esse conhecimento e com isso ajudando-os a se entenderem, ou seja, 
essa comunicação já está mais acessível, lendo o relato de Armando, 
surdo, relata sobre a importância da sua família para ajudá-lo a superar os 
problemas causados pelos preconceitos e limitações:
Libras - Conheça essa língua
20
Se há algo que eu posso destacar, mais fortemente, 
com relação à família quando da época de minha primeira 
infância, segundo o relato da professora Adyr Thereza, é o 
sentimento que a acompanhava no sentido de minimizar os 
problemas que poderiam advir de minha condição de diferente. 
Até esteticamente, eu tinha nítido o diferencia. Por onde eu 
andava, era notado. Eu era o diferente... Evidentemente diferente. 
Como eu ainda não tinha a devida noção disso, o problema 
era vivenciado, única e exclusivamente, por meus familiares e 
seus amigos que apareciam, vez por outra, antever o maior dos 
problemas, que não tardaria a chegar. A minha consciência da 
diferença... de ser diferente. Preocupavam-se com o fato de eu 
vir a sofrer por causa disso. E, de fato, sofri. 
(Angela e Armando, Ouvindo o silêncio: 2008: 60)
Refletindo sobre o depoimento do Armando, pode-se constatar o 
quanto é importante o apoio familiar na vida do surdo para lidar com a 
surdez, e sua inserção na sociedade. 
Atualmente os surdos já estão começando a conquistar seu espaço 
na sociedade, com mais direitos na área da educação, saúde e trabalho, 
isso pode ser constatado pela quantidade de surdos que já encontramos 
pelas ruas, nas escolas, faculdades, etc, coisas que até pouco tempo era 
raro, pois muitas vezes por vergonha ou por falta de conhecimentos, a 
maioria das famílias mantinha seus filhos surdos afastados da sociedade.
Por conta dessas mudanças é que Gladis Perlin (1998), surda 
não nativa, descreve as várias identidades 
e culturas dos surdos de acordo com a 
vivência deles ou não na sociedade, ou 
seja, ela descreve e subdivide as múltiplas 
identidades surdas em cinco categorias. 
Vejamos. 
1.6 As identidades e culturas surdas 
De acordo com Perlin (1998 apud 
Skliar (org.) 2005, p. 62-67) mesmo existindo 
múltiplas identidades surdas, observa-se 
http://4.bp.blogspot.com/_e_
C1T44oI7o/TQkl2bG0nEI/
AAAAAAAAAAc/BtDzNc2GkPc/
s1600/Surdo-01.jpg
FUESPI/NEAD Licenciatura Plena em Letras Espanhol
21
que a existência de uma heterogeneidade nas mesmas, e que são facetas 
diferentes que podem ser facilmente classificadas da seguinte forma: 
•	 Identidades surdas: nessa categoria os 
representantes seriam os surdos filhos de pais também surdos. 
Pois sua vivência e experiência são a visual, ou seja, com a língua 
de sinais. Criam espaços culturais visuais em espaços culturais 
diversos. Aceitam-se como surdo, são militantes pela causa surda, 
cria associações e que luta pelos direitos dos surdos. 
•	 Identidades surdas híbridas: refere-se aos surdos 
que nasceram ouvintes. Utilizam as duas línguas, a que adquiriram 
quando ouvintes e por alguma circunstância perderam a audição e 
aprenderam a língua de sinais, utilizam as duas línguas, porém a 
sua identidade vai ao encontro das identidades surdas.
•	 Identidades surdas de transição: são os surdos 
filhos de pais ouvintes. São os que foram mantidos sob experiência 
ouvinte e passaram para a comunidade surda. Quando começa 
a conhecer a e utilizar a língua de sinais, esse é o momentoda 
transição, que é a passagem do mundo ouvinte para a identidade 
surda de experiência mais visual. Ao começar a ter contato com surdo 
e se estabelece contato com a comunidade surda, ocorre o que é 
chamado de des-ouvintização da representação da identidade, mas 
que não ocorre sem deixar seqüelas da representação, evidenciada 
em sua identidade em reconstrução ao longo da vida. 
•	 Identidade surda incompleta: refere-se aos surdos 
que vivem sob a ideologia ouvintista, onde é imposto que o surdo 
seja socializado de forma compatível à cultura dos ouvintes. Essa 
identidade nega a representação surda ou a própria identidade surda. 
•	 Identidades surdas flutuantes: Assim como na 
Libras - Conheça essa língua
22
categoria citada anterior, esses surdos também são considerados 
vítimas da ideologia ouvintista. Eles vivem e se manifestam a partir 
da hegemonia dos ouvintes. Querem ser ouvintizados a todo custo, 
desprezando a cultura surda e não assumem nenhum compromisso 
com a comunidade surda.
 A abordagem da categorização das identidades surdas é proposta 
por Perlin, sob o prisma da ideologia que impera nas relações de poder 
com relação ao ouvinte x surdo, tomando também por base o envolvimento 
ou não do surdo com a LIBRAS. 
Resumo
Nessa unidade, foi abordado o tema “surdo”, definindo-o de acordo 
com o art. 2º do decreto 5.626/2005. Partimos então para a questão da 
Surdez ou deficiência auditiva, que é definida de acordo com o ponto de 
vista: médico, educacional e cultural.
Vimos que, para a medicina, a surdez é caracterizada em níveis, 
que vai da surdez leve a surdez profunda. Do ponto de vista educacional, 
surdez é a incapacidade de a criança aprender a língua por via auditiva e 
ter um desempenho acadêmico. Já do ponto de vista cultural, a surdez é 
descrita como diferença lingüística e identidade cultural.
Com relação às perdas auditivas, elas podem ser do tipo: condutiva, 
sensorioneural e mista.
Quanto ao grau de perdas auditivas, as mesmas podem ser 
classificadas:
- Do ponto de vista médico: normal (0 a 25 dB), leve (26 a 40 
dB), moderado (41 a 55 dB), acentuada (56 a 70 dB), severa (71 a 90 dB) 
e profunda (acima de 90 dB)
- Do ponto de vista educacional: Parcialmente surdo (a surdez vai 
do grau leve ao moderado) e o surdo ( a surdez vai da severa à profunda).
Quanto à história do surdo, ou calvário, por que passaram ao 
longo dos séculos, vimos que na Antiguidade os gregos e romanos nem 
FUESPI/NEAD Licenciatura Plena em Letras Espanhol
23
os consideravam humanos, sendo que na Idade Média a igreja católica 
também tinha essa mesma visão discriminatória, porém quando se tratava 
de filhos de famílias abastadas, passaram a instruí-los, com o intuito dos 
surdos não perderem suas posições na família, e por conseqüência, a 
igreja poderia continua recebendo ajuda financeira.
Na Idade Moderna os surdos começaram a serem educados 
para que não corressem o risco de perderem sua herança, já na Idade 
Contemporânea o médico-cirurgião Francês Jean-Marc Itard, com suas 
várias tentativas absurdas de oralizar o surdo, chegando a causar a morte 
de um deles, somente após 16 anos é que reconheceu que somente com a 
língua de sinais é que poderiam ser educados.
Com relação à família, geralmente quando os pais, ao receber a 
notícia que o filho nasceu surdo, passam pelas fases: choque, reação, 
adaptação e orientação. Normalmente por não saberem lidar com a 
situação, a família se desintegra, por isso se faz necessário que tenham 
um acompanhamento psicológico para poderem aprender a superar o 
trauma para que possam ajudar o filho no desenvolvimento psicológico, 
educacional e social. 
De acordo com a ideologia de poder nas relações ouvinte x surdo, 
Gladis Perlin classifica a identidade e cultura surda em: Identidades 
Surdas, identidades surdas híbridas, identidades surdas de transição, 
identidade surda incompleta e identidades surdas flutuantes.
Atividades de aprendizagem
1- Faça um pequeno texto que aborde sobre a surdez, discutindo 
os principais aspectos que chamou sua atenção nesta unidade.
2- Faça uma pesquisa na internet sobre surdos famosos e troque 
ideias no fórum da unidade com seus colegas de classe. 
3- Leia o texto e faça um resumo sobre a história do surdo no 
passado. Dê sua opinião de como os surdos são tratados hoje.
4- Comente como pode ser a perda auditiva quanto ao grau e 
ao tipo.
Libras - Conheça essa língua
24
5- Faça um texto dissertativo abordando a educação do surdo 
da antiguidade aos dias atuais.
6- O filme “Meu adorável professor” aborda o comportamento da 
família frente ao sentimento de luto, pela existência de uma criança surda. 
Assista ao filme e descreva sobre o comportamento da família, descrevendo 
a reação do pai e da mãe perante o filho surdo.
Fóruns ou questões para debates
1- O que a sociedade pode fazer, frente à deficiência auditiva, 
levando em consideração que a mesma tem o papel preventivo?
2- Qual concepção da religião frente à deficiência auditiva na 
idade média?
3- Como a filosofia concebia o deficiente auditivo?
 
Referências na Web
 bsderdic@pucsp.br 
http://www.acessobrasil.org.br/libras/
http://www.saopaulo.sp.gov.br 
http://michellemartins.wordpress.com/libras- linguagem-brasileira-de-
sinais/
http://www.iesdelibras.com.
WWW.feneis.com.br
WWW.entreamigos.com.br (rede de informações sobre deficiência) 
Sugestões de filmes
Filme: Adorável Professor - Em 1964 um músico (Richard Dreyfuss) 
decide começar a lecionar, para ter mais dinheiro e assim se dedicar a 
compôr uma sinfonia. Inicialmente ele sente grande dificuldade em fazer 
com que seus alunos se interessem pela música e as coisas se complicam 
ainda mais quando sua mulher (Glenne Headly) dá a luz a um filho, que 
FUESPI/NEAD Licenciatura Plena em Letras Espanhol
25
o casal vem a descobrir mais tarde que é surdo. Para poder financiar os 
estudos especiais e o tratamento do filho, ele se envolve cada vez mais 
com a escola e seus alunos, deixando de lado seu sonho de tornar-se um 
grande compositor. 
Filme: Seu nome é Jonas. Esse filme retrata a vida de Jonas, 
um menino surdo, que ficou três anos internado em uma instituição para 
deficientes mentais. Durante este período, com um diagnóstico errado, o 
menino que não se comunicava com o mundo e nem com as pessoas por 
simplesmente não escutar era considerado retardado e não teve, enquanto 
internado, nenhum preparo para aperfeiçoar sua comunicação. 
Saiba mais 
O surdo não tem distúrbio intelectual e sim atraso no desenvolvimento 
cognitivo, devido à grande barreira de comunicação. Sua educação está 
a cada dia sendo repensada devido ao reconhecimento da LIBRAS e a 
mudança de postura frente a surdez. O surdo não deve ser visto como 
aquele cuja falta de audição significa ineficiência, mas sim um ser eficiente, 
que se desenvolve integralmente e se comunica por outro canal, tendo 
consequentemente, uma outra língua a LIBRAS. Uma língua com suas 
regras morfológicas, sintáticas, semânticas e pragmáticas que possibilita o 
desenvolvimento cognitivo da pessoa surda. 
UNIDADE 2
O SURDO NA EDUCAÇÃO
OBJETIVOS
• Conhecer a história da educação do surdo no mundo e no Brasil.
• Reconhecer filosofias e/ou tendências educacionais surgidas no ensino-
aprendizado do surdo. 
• Conhecer os direitos e deveres do surdo.
• Descrever os métodos ou filosofias da educação do surdo.
• Falar sobre a lei e o decreto que instituíram a LIBRAS como língua e sua 
obrigatoriedade nas escolas;
• Refletir sobre a realidade local e nacional da inserção do surdo em todas as 
atividades.
FUESPI/NEAD Licenciatura Plena em Letras Espanhol
29
2 O surdo na educação
Nessa unidade, abordaremos a educação do surdo, como e 
com quem iniciou, a diversas abordagensmetodológicas de ensino-
aprendizagem, o ensino da língua portuguesa como L2 e a importância do 
ensino da LIBRAS para a educação do surdo.
2.1 A história da educação do surdo no mundo e no Brasil
KORIMA, Catarina Kiguti. 
SEGALA, Sueli Ramalho. 
LIBRAS – LÍNGUA BRA-
SILEIRA DE SINAIS – A 
Imagem do Pensamen-
to- vol. 3, São Paulo : Ed. 
Escala, 2008 – p. 6
Libras - Conheça essa língua
30
O sujeito surdo por muitos séculos passou por uma via crucix, 
sendo menosprezado pela família e sociedade, até aparecer alguém que 
se interessou a tentar ensiná-los a ler e escrever, por entender que apesar 
da falta da audição, seriam capazes de aprender e a conviverem no meio 
da sociedade. 
Somente a partir do final da Idade Média que os dados com relação 
à educação e à vida do Surdo tornam-se mais disponíveis. É exatamente 
nesta época que começam a surgir os primeiros trabalhos no sentido de 
educar a criança surda e de integrá-la (ainda não é inclusão) na sociedade.
O século XVIII é considerado por muitos o período mais próspero 
da educação dos Surdos. Neste século, houve a fundação de várias 
escolas para Surdos. Além disso, qualitativamente, a educação do Surdo 
também evoluiu, já que, através da Língua de Sinais, eles podiam aprender 
e dominar diversos assuntos e exercer diversas profissões.
A educação do surdo ocorreu inicialmente com o Monge beneditino 
espanhol Pedro Ponce de León, em 1520, que viu no uso da leitura dos 
lábios e da datilologia, no qual era usado pelos monges de sua congregação 
como meio de comunicação já que eles não podiam falar oralmente devido 
aos votos de silêncio, uma possibilidade de educar os surdos, usando 
esses métodos para que alguns deles falassem e fizessem leitura labial 
e assim seriam educados e poderiam se desenvolverem linguística e 
cognitivamente.
Então apareceu um homem que a diferença 40 anos depois de 
Pedro Ponce de León, surgiu Juan Pablo Bonet que fazia uso do alfabeto 
manual, no qual utilizava junto com a datilologia e incorporava também os 
sinais para melhorar a explicação de significados de palavras.
FUESPI/NEAD Licenciatura Plena em Letras Espanhol
31
Com o passar dos tempos foram surgindo outros estudiosos que se 
destacaram na educação de surdos, como: John Bulwer e George Dalgarno, 
o Abade Charles Michael de L’Epée, na França em 1712-1789, Samuel 
Heinicke e Moritz Hill, em 1729 – 1789 na Alemanha; em Paris surgiu o 
Abade Sicard que sucedeu L’Epée na direção do Instituto Nacional para 
Surdos-Mudos. Na Inglaterra foi Thomas Hopkins Gallaudet que fundou nos 
EUA em 1917 a Casa Americana para a Educação e Instrução de Surdos-
Mudos e no século XX Alexandre Graham Bell inventou do telefone, e a 
partir deste foram surgindo outros aparelhos de grande utilidade para a 
educação dos surdos, como: o audiômetro e as próteses auditivas.
No Congresso Mundial de Professores de Surdos ocorrido em 
Milão - Itália (1880), decidiu-se pelo uso do método do oralismo puro. 
Porém de acordo com pesquisas recentes apontam para a filosofia de uma 
educação bilíngue, sendo que essa filosofia já faz parte da realidade de 
muitos países, onde desde cedo as crianças surdas tem a oportunidade 
de adquirir o conhecimento além da língua oral de seu país também a de 
sinais, com isso eles estão tendo êxito no desenvolvimento cognitivo, e 
consequentemente na educação e na vida pessoal e profissional. Conforme 
Rinaldi (1997, p. 285): 
[...] Mais recentemente, os avanços nas pesquisas sobre 
as línguas de sinais preconizam o acesso da criança, o mais 
precocemente possível, a duas línguas: à língua de sinais e à 
língua oral de seu país – filosofia de educação bilíngue.
 
A partir dos séculos XX, a educação do surdo tem tido grandes 
avanços em todo o mundo e com o Brasil não foi tão diferente, mesmo 
não alcançando o avanço de outros países, mas têm-se visualizado muitas 
melhorias, principalmente nesta última década.
No Brasil a educação do surdo iniciou com o professor surdo, o 
francês Ernest Huet, em 1855, que veio ao Brasil a convite do Imperador 
Dom Pedro II, em 26 de setembro de 1857 inaugurou o Imperial Instituto 
de Surdos Mudos, que atualmente é Instituto Nacional do Surdo (INES), 
sendo que o método de educação usado naquela época era pela linguagem 
escrita, articulada e falada, datilologia e sinais. 
Libras - Conheça essa língua
32
Em 1896 A. J. de Moura e Silva professor do INES, a pedido do 
governo brasileiro, viaja para o Instituto Francês de Surdos para avaliar o 
congresso de Milão, nesse congresso decidiram que o método usado para 
educação do surdo seria o oralismo, no entanto o referido professor conclui 
que este método oral puro não era bom para todos os surdos.
 Em 1957, a língua de sinais foi proibida em sala de aula pela então 
diretora do INES, Ana Rimola de Faria Doria. 
http://csjonline.web.br.com/Imagem/Fundador_Primeira_Escola_Surdo.jpg
A comunicação total chega ao Brasil com a visita da educadora 
de surdos da Universidade de Gallaut, Ivete Vasconcelos, no final da 
década de 70.
Além do INES, surgiram posteriormente no Brasil, já no século XX, 
várias escolas destinadas à educação de surdos. Em São Paulo, o Instituto 
Santa Terezinha, em Porto Alegre (RS) a Escola de Surdos de Vitória, em 
Brasília (DF), o Centro de Audição e Linguagem Ludovico Pavoni – CEAL/LP.
Nos últimos anos, os governos federal, estadual e municipal 
têm investido em projetos para a educação dos surdos. Mesmo com os 
FUESPI/NEAD Licenciatura Plena em Letras Espanhol
33
erros e acertos, tem-se tentado melhorar, seja em cursos de formação de 
educadores, com a colocação de intérpretes em sala, criação de salas, 
recursos ou apoio pedagógico etc. Observa-se que, pelo menos, está-se 
buscando fazer com que os surdos conquistem seu espaço na sociedade, 
principalmente, com a ajuda da expansão do conhecimento da LIBRAS 
pelo país, não só pelos próprios surdos, mas também por educadores, 
profissionais de várias áreas. Até mesmo já se vê o interesse por esse 
aprendizado por pessoas que não trabalham diretamente com surdos.
Agora vamos falar um pouco sobre os direitos e os deveres 
do surdo.
2.2 Aspectos Legais pertinentes e vigente sobre LIBRAS
Em 22 de abril de 2002, a LIBRAS foi reconhecida oficialmente 
como língua de uso dos surdos brasileira, através da lei 10.436. Esta lei 
não só oficializa a LIBRAS como língua e sua difusão por parte do poder 
público e empresas concessionárias de serviços públicos, como também 
lhes garante o atendimento e tratamento adequado em instituições públicas 
e empresas concessionárias de serviços públicos de assistência à saúde. 
Com o decreto lei 5.626 de 22 de dezembro de 2005, a LIBRAS torna-
se disciplina obrigatória no ensino médio como parte da grade curricular e 
nas IES nos cursos de Licenciaturas, pedagogia, fonoaudiologia. Também 
faz referência à formação de professores e interpretes de libras e a inclusão 
de interpretes e tradutores de libras nos estabelecimentos municipais, 
estaduais e federais de educação para que viabilize a comunicação, a 
informação e a educação de alunos surdos.
Segundo Novaes (2010, pág. 55), com a legalização da LIBRAS 
como língua oficial, quebrou-se mitos, crenças e tabus que se tinha do uso 
seja pela comunidade surda ou pelos ouvintes: profissionais interpretes/
tradutores, familiares, amigos etc, inseridos na referida comunidade.
Para se chegar à conquista desses direitos, o surdo teve que 
lutar por muitos anos, mas antes de ocorrer a oficialização da LIBRAS por 
parte do governo federal, muitos estados já havia se adiantado e tomado 
Libras - Conheça essa língua
34
as providências. Novaes (2010, pág. 55) afirma que: “o reconhecimento 
oficialmente da Língua Brasileira de Sinais, como meio de comunicação 
objetiva e de uso corrente das comunidades surdas, ocorreumuitos anos 
antes em vários estados do Brasil” 
Segundo Novaes (2010, pág. 55), os estados que primeiro adotaram 
a língua de sinais e a difundiram foram: 
- Minas Gerais – Lei estadual nº 10.379, de 10/01/1991.
- Alagoas – Lei Estadual nº 6.0060, de 15/09/1998.
- Ceará – Lei Estadual nº 13.100, de 12/01/2001.
- Distrito Federal – Lei 2.532, de 02/03/2000.
- Espírito Santo – Lei Estadual nº 5.198, de 1999.
- Goiás – Lei Estadual nº 12.081, de 30/08/1993.
- Mato Grosso – Lei Estadual nº 7.831, de 13/12/2002
- Mato Grosso do Sul – Lei Estadual nº 1.693, de 12/09/1996.
- Pernambuco – Lei Estadual nº 11.686, de 18/10/1999.
- Santa Catarina, Lei Estadual nº 11.869, de 06/09/2001.
- Paraná, Lei nº 12.095, de 11/03/1998. 
Foi então que foram surgindo muitos métodos e filosofias para se 
ensinar o surdo.
2.3 Métodos ou filosofias educacionais utilizadas na educação do surdos 
Em 1620, o padre espanhol Juan Pablo Bonet (1579-1633). 
Filósofo e soldado a serviço secreto do rei, considerado um dos primeiros 
FUESPI/NEAD Licenciatura Plena em Letras Espanhol
35
preceptores de Surdos, criou o primeiro tratado de ensino de surdos-
mudos1 que iniciava a escrita sistematizada pelo alfabeto, que foi editado 
na França com o nome de Redação das Letras e Artes de Ensinar Mudos a 
Falar. Bonet foi quem primeiro idealizou e desenhou o alfabeto manual. Ele, 
em seu livro, destaca como ideia principal que seria mais fácil para o Surdo 
aprender a ler se cada som da fala fosse substituído por uma forma visível.
Alguns estudiosos da língua também se dedicaram ao ensino 
dos Surdos e um exemplo é o holandês Van Helmont (1614-1699) que 
propunha a oralização do Surdo por meio do alfabeto da língua hebraica, 
pois, segundo ele, as letras hebraicas indicavam a posição da laringe e 
da língua ao reproduzir cada som. Helmont foi quem primeiro descreveu 
a leitura labial e o uso do espelho, que posteriormente foi aperfeiçoado 
por Amman (médico e educador de Surdos), tendo este como seu foco de 
trabalho o oralismo, pois acreditava que os Surdos eram pouco diferentes 
dos animais, devido à incapacidade de falar
Jacob Rodrigues Pereira (1715-1780) foi um educador de Surdos 
português, que embora usasse a Língua de Sinais com fluência, defendia 
a oralização dos Surdos. Seu trabalho consistia na desmutização por meio 
da visão (usava um alfabeto digital especial e manipulava os órgãos da fala 
de seus alunos). Educou doze alunos, todos eles usuários de linguagem 
oral. Segundo relatos ele ensinou somente alunos que não eram totalmente 
surdos para não colocar em risco o seu método.
O uso da língua de sinais sempre foi um entrave na questão do 
desenvolvimento do surdo, pois tinha-se a idéia que ao usar a língua de 
sinais, os surdos não desenvolveria o falar ou fazer a leitura labial, ou 
seja, teria preguiça de tentar falar. No congresso de Milão (Conferência 
Internacional de Educadores de Surdos), ocorrido em de 6 a 11 de setembro 
de 1880, ficou decido que o método educacional usado na educação do 
surdo, seria o oralismo, sendo que nesse congresso só havia um surdo 
1 Esse termo sempre que aparecer, refere-se ao usado na época e que 
atualmente caiu em desuso.
Libras - Conheça essa língua
36
e esse ainda foi convidado a se retirado do local no momento da votação 
onde decidiriam o método que deveria ser adotado, sendo assim, o surdo 
que deveriam ser os mais interessados na metodologia mais adequada à 
sua educação, não teve vez e nem “voz” para decidir o que seria melhor 
para eles, na pessoa de seu único representante.
As reflexões realizadas até aqui nos revelam que houve sempre 
dúvidas quanto à melhor tendência educacional a ser usada na educação 
do surdo, seja o oralismo, bilinguismo ou comunicação total. 
2.3.1 O oralismo 
 O oralismo é o aprendizado que se dá apenas pela língua oral. 
Esse método é o mais defendido principalmente pelos fonoaudiólogos, 
que ainda tem a visão de que o uso da lingua de sinais atrapalharia no 
desenvolvimento da fala. Como explica Novaes (2010: 47):
Na prática do oralismo, o objetivo é aproximar o surdo na forma 
máxima possível do modelo ouvinte, por meio da aprendizagem 
da lingua, sendo esta analisada como instrumento de integração 
social e de aprendizado global e da comunicação. Sua proposta 
incide sobre a “recuperação” da pessoa surda, denominada de 
“deficiente auditivo”, seguindo critérios clínicos.
A defesa do oralismo foi tão ferrenha, que durante aproximadamente 
100 anos em muitas escolas para surdos foi terminantemente proibido o 
uso de sinais, e para isso chegavam a amarrar as mãos dos surdos para 
que não usasse sinais. 
2.3.2 Bilinguismo
 O Bilinguismo é o ensino-aprendizado com a utilização de uma 
língua oral com a língua de sinais. Novaes (2010: 47) esclarece que nesta 
tendência:
[...] a língua é considerada um meio para o desenvolvimento do 
ser em seu todo, capaz de propiciar a comunicação das pessoas 
FUESPI/NEAD Licenciatura Plena em Letras Espanhol
37
surdas com os ouvintes, bem como com seus pares, além de 
desempenhar também o papel de suporte do desenvolvimento 
cognitivo.
 
A educação bilíngue para surdos é uma realidade em muitos países, 
mas no Brasil isto não se aplica a todos os surdos, porém a maioria deles 
são bilíngues, principalmente, por terem que viver entre duas culturas: a 
dos surdos e a dos ouvintes. Mais ainda por esta última ser a que tem a 
língua dominante no país, e os surdos necessitam comunicar-se por meio 
de ambas. De acordo com Honora e Frizanco (2009, p. 26), atualmente o 
método mais usado em escolas que trabalham com alunos com surdez é 
o bilinguismo, que usa como língua materna a Língua Brasileira de Sinais 
e como segunda língua, a Língua Portuguesa, no entanto esta última, 
devendo ser tratada como língua estrangeira. 
Mas o que realmente poderia ser considerado Língua Materna 
(L1), Segunda Língua (L2) e Língua Estrangeira (LE)? Do ponto de vista 
de Spinassé (2006, p. 7), não existe uma receita para definir o conceito 
de L1, L2 e LE porque depende de vários fatores, no entanto ele dar uma 
breve explicação do que poderia ser cada uma delas levando-se em conta 
algumas situações. No caso, Língua Materna seria a língua da qual ele tem 
mais domínio e que usa em seu dia a dia, que pode ser modificada ou ser 
adquirida depois, sendo que não seria necessariamente a língua dos pais, 
a língua adquirida no início de sua vida ou de 1º contato, dependendo 
da situação. A Segunda Língua é adquirida pela necessidade de uma 
comunicação ou socialização e para ser aprendida tem de haver um contato 
intenso, já na Língua Estrangeira sua aquisição não seria necessariamente 
por uma necessidade de uma comunicação e também não se faz necessário 
ter um contato tão grande e sua importância é relevante, ou seja, não é de 
suma importância para uma integração social. 
No Brasil, a Língua portuguesa é tratada, ou pelo menos deve ser 
considerada, como L2 e a LIBRAS como L1 e no caso a Língua Estrangeira 
seriam as outras línguas, como por exemplo, o inglês ou o espanhol, quando 
inseridos na grade curricular escolar. 
Libras - Conheça essa língua
38
2.3.3 comunicação total
A comunicação total se dá quando se recorrem a todos aos métodos 
de ensino-aprendizagem, ou seja, usando o bilinguismo, língua de sinais, 
gestos, escrita, pantomima etc. contanto que se consiga transmitir o que se 
deseja e haja entendimento por parte do surdo, conforme exalta Ângela e 
Armando (2008, p. 62)
Minha casa estava sempre cheia. Sempre havia gente para ficar 
comigo e brincar comigo. A grande sacada de minha educação, 
nesta época, além do conhecimento (minha mãe afirma que tudo 
foi uma questão de bom senso; para mim houve muito mais que 
isso), foi a utilização do amor e da paciência inesgotáveis, além 
do interesse pelo meu desenvolvimento.Particularmente, tenho 
a convicção de que nenhuma abordagem educacional dará 
certo se, nela, não estiverem embutidas, além do conhecimento, 
doses extras de amor e de paciência. 
A metodologia pela qual hoje os surdos lutam para que seja adotada 
nas escolas do Brasil é o bilinguismo, porém cada surdo deve escolher a 
metodologia que ele ache a que melhor se adapte, porque, mesmo que o 
que os surdos tenham em comum seja a surdez, cada um pode sentir ou 
saber qual o que é mais adequado ao seu aprendizado.
2.4 A importância da Língua de Sinais na educação do surdo
O abade Charles-Michel de L’Epeé (1712-1789) foi um educador 
filantrópico francês que ficou conhecido como “Pai dos Surdos” e também um 
dos primeiros que defendeu o uso da Língua de Sinais. “Reconheceu que a 
língua existia, desenvolvia-se e servia de base comunicativa essencial entre 
os Surdos”. L’Epée teve a disponibilidade de aprender a Língua de Sinais 
para poder se comunicar com os Surdos. Criou a primeira escola pública no 
mundo para Surdos em Paris, o Instituto Nacional para Surdos-Mudos, em 
1760. L’Epée fazia demonstrações de seus alunos em praça pública, assim 
arrecadava dinheiro para continuar seu trabalho. Estas apresentações 
consistiam em perguntas feitas por escrito aos Surdos, confirmando que seu 
método era eficaz. L’Epée tinha grande interesse na educação religiosa dos 
FUESPI/NEAD Licenciatura Plena em Letras Espanhol
39
Surdos e sabia que para isso era importante que fosse desenvolvida uma 
forma de comunicação que fizesse os conhecimentos sagrados possíveis.
No Brasil, a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS foi instituída 
como língua oficial da comunidade surda do Brasil, a partir de 24 de abril 
de 2002, através da lei 10.436, segundo: (QUADROS, 2004, p.15) “Art. 1º 
É reconhecida como meio de comunicação e expressão a Língua Brasileira 
de Sinais – Libras e outros recursos de expressão a ela associados.” 
A LIBRAS é muito importante para a educação e desenvolvimento do 
surdo não oralizado, pois é através dela que ele poderá receber e transmitir 
conhecimentos, porém se faz necessário que as escolas tenham profissionais 
preparados para isso. Conforme exalta (DORZIAT, 2009, p. 50)
A importância da LS, como primeira língua, está associada ao 
desenvolvimento global dos Surdos, inclusive ao emocional. O 
bloqueio de comunicação truncada do Surdo com outros Surdos ou 
com ouvintes tem gerado inúmeros problemas de ordem emocional. 
Nervosismo, insegurança e autorrejeição dão alguns deles. 
A LIBRAS, mesmo já sendo reconhecida como língua desde 2002 
e tornada obrigatória nas escolas e nas empresas públicas ou privadas, 
no entanto a maioria das pessoas e representações publicas e privadas 
de um modo geral ainda não cumprem a lei, no que se trata da existência 
de pessoas preparadas para atender o surdo, com formação adequada e 
com conhecimento em LIBRAS, e também na questão de interpretes em 
salas de aula, essa é uma realidade que ainda está um pouco distante 
de se concretizar, na sua totalidade apesar que algumas escolas já 
possuem interprete e professor de LIBRAS, no entanto os surdos já estão 
mais conscientes de seus direitos e já fazem exigências neste aspecto. A 
quantidade de pessoas qualificadas ainda é muito pouca e não atende à 
demanda necessária para a inclusão social do surdo em todas as esferas 
da vida em sociedade. 
2.5 A língua portuguesa na educação do surdo do Brasil
A língua portuguesa, além de ser a língua oficial do país, é a língua 
falada pela maioria absoluta da população que é composta de ouvintes e 
Libras - Conheça essa língua
40
consequentemente é a língua de instrução da educação dos brasileiros e 
também usada como base para o ensino-aprendizado da LIBRAS. Este 
fato não torna fácil o aprendizado do aluno surdo, no entanto a aquisição 
desse conhecimento é necessária para o seu desenvolvimento pessoal e 
profissional, sendo que é importante que se adquira pelo menos na sua 
forma escrita.
A aquisição da língua portuguesa por surdos como L2, pelo menos 
na modalidade escrita, e em alguns casos na oral, é defendida por muitos 
teóricos como fundamental para o desenvolvimento cognitivo do surdo e por 
ser a língua majoritária da sociedade e devido a língua de sinais ainda não ter 
uma forma escrita, levando-se em consideração que o Signwriting (escrita 
de sinais) ainda se encontra em estudo. A esse respeito, concordamos com 
Dorziat, (2009, p. 51) quando ela afirma:
A aquisição da segunda língua, sobretudo na sua 
forma escrita é fundamental para a pessoa surda, uma vez que, 
diferente de outras línguas orais, a LS não possui forma escrita 
de expressão, e a previsão para que os Surdos adquiram a 
linguagem oral é limitada. O desenvolvimento da oralidade, como 
critério básico e indispensável para a aquisição da forma escrita 
ou a visão de escrita como simples transcrição da linguagem 
oral é superada. 
Signwriting (escrita de sinais)
http://4.bp.blogspot.com/_lncSVT-0FuE/TNIXtIm7O4I/AAAAAAAAAC8/
xzoW_NKYb0M/s1600/Alfabeto%252520Escrita%252520de%252520Sinais.JPG
FUESPI/NEAD Licenciatura Plena em Letras Espanhol
41
De acordo com Quadros e Schmiedt (2006, p. 23) “O português 
ainda é a língua significada por meio da escrita nos espaços educacionais 
que se apresentam à criança surda. A sua aquisição dependerá de sua 
apresentação enquanto língua com funções relacionadas ao acesso às 
informações e comunicação entre seus pares por meio da escrita.” 
Os alunos surdos, quando vão à escola regular, deparam-se com 
uma realidade muito dura, pelo menos na maioria das escolas públicas, 
que geralmente não têm professores preparados adequadamente e nem 
interprete em sala de aula. Conforme Rinaldi (1997, p. 148-149):
No caso do surdo brasileiro, o problema que se coloca é o 
seguinte: pelo fato de ser surdo, ele não adquire a língua oral, 
ou seja, o português falado de forma espontânea e, assim, seu 
desempenho nessa modalidade da língua portuguesa é, em 
geral, extremamente precária. (...), e as palavras, geralmente, 
são apresentadas descontextualizadas e sem ênfase no 
significado, o desempenho do surdo em português escrito, que 
poderia ser excelente, acaba sendo precário ou quase nulo. 
Na verdade pela grande dificuldade no aprendizado, o surdo torna-
se um estrangeiro dentro do próprio país e para que isso mude, faz-se 
necessário que haja mais investimento na educação direcionada a essas 
pessoas, como também que ocorra mais um desempenho por parte dos 
governantes, sociedade, educadores, família, como também do próprio 
surdo que deseja e se esforça em aprender.
2.6 A lei 10.436 .2002 e o Decreto Lei 5.626.2005 
A língua de sinais existe há muitos anos, porém somente em 
2002 foi reconhecida legalmente como língua, isso quer dizer que o Brasil 
possui duas línguas oficialmente reconhecidas, podendo assim dizer que é 
bilíngue, apesar de a grande maioria da população brasileira nem saber o 
que é LIBRAS e muito menos que se trata de uma língua que faz parte do 
nosso país. 
Libras - Conheça essa língua
42
Diversas leis foram e são criadas para dar mais sustentabilidade 
às práticas inclusivas dos deficientes auditivos, sejam leis na esfera social, 
trabalhista, educacional e outras, a realidade é que essas leis através 
de uma legislação vigente asseguram a prática da inclusão do surdo na 
sociedade. 
Em se tratando dos aspectos legais que regulamentam a LIBRAS, 
encontraremos a lei 10.436/02,que dispõe sobre a Língua Brasileira de 
Sinais –LIBRAS e dá outras providências:
 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
 Faço saber que o Congresso Nacional decreta e 
eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o É reconhecida como meio legal de 
comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - 
Libras e outros recursos de expressão a ela associados.
Parágrafoúnico. Entende-se como Língua 
Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e 
expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-
motora, com estrutura gramatical própria, constituem 
um sistema linguístico de transmissão de idéias e fatos, 
oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.
Art. 2o Deve ser garantido, por parte do poder 
público em geral e empresas concessionárias de serviços 
públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e 
ver o
FUESPI/NEAD Licenciatura Plena em Letras Espanhol
43
difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio 
de comunicação objetiva e de utilização corrente das 
comunidades surdas do Brasil.
Art. 3o As instituições públicas e empresas 
concessionárias de serviços públicos de assistência à 
saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado 
aos portadores de deficiência auditiva, de acordo com as 
normas legais em vigor.
Art. 4o O sistema educacional federal e os 
sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito 
Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação 
de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, 
em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua 
Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos 
Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, conforme 
legislação vigente.
Parágrafo único. A Língua Brasileira de Sinais - 
Libras não poderá substituir a modalidade escrita da língua 
portuguesa.
Art. 5o Esta Lei entra em vigor na data de sua 
publicação.
Brasília, 24 de abril de 2002; 181o da 
Independência e 114o da República. (http://www.planalto.
gov.br).
A presente lei enfoca a importância do conhecimento da LIBRAS, 
e sua aplicabilidade aos órgãos públicos principalmente educacionais, 
de participação da comunidade surda,que fazem uso da língua de sinais. 
É interessante a forma alusiva que a lei faz em seu parágrafo único, ao 
afirmar que a LIBRAS não pode substituir a modalidade escrita da língua 
portuguesa, ou seja, o surdo não pode pelo simples fato de ter sua língua 
reconhecida oficialmente através dessa lei, acreditar que não precisa ter 
conhecimento da língua portuguesa, a língua majoritária do Brasil, e seu 
uso através da forma oral ou escrita. Sendo que ele precisa dessa língua 
portuguesa para exercer sua cidadania como qualquer pessoa.
Libras - Conheça essa língua
44
A LIBRAS caracteriza-se como uma língua de natureza visual-
motora; visual, porque é através da visão que o sinal e interpretado, 
decodificado e entendido; motora, porque através dos membros superiores 
ou inferiores é que os sinais serão produzidos. É claro como qualquer outra 
língua a LIBRAS possui sua estrutura gramatical própria. 
A lei 10.436 favoreceu não somente a valorização e inclusão da 
LIBRAS, na sociedade surda e ouvinte,como também corroborou para a 
efetivação de outras leis, ainda pertinentes à educação de surdos. Nesse 
aspecto, é importante ressaltar o decreto 5.626,que em seu “longo”texto traz 
informações precisas e úteis sobre a inclusão da LIBRAS, como disciplina 
curricular, à formação de professores em LIBRAS, a educação de surdos: 
Ainda encontraremos o decreto N°5.626 de dezembro de 2005, 
que regulamenta a lei 10.436, ao afirmar que:
DECRETO N°5.626 de Dezembro de 2005.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso 
das atribuições que lhe confere o art. 84, inciso IV, da 
Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no 10.436, 
de 24 de abril de 2002, e no art. 18 da Lei no 10.098, de 19 
de dezembro de 2000, 
 DECRETA:
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
 Art. 1o Este Decreto regulamenta a Lei no 
10.436, de 24 de abril de 2002,e o art. 18 da Lei no 10.098, 
de 19 de dezembro de 2000.
 Art. 2o Para os fins deste Decreto, considera-se 
pessoa surda aquela que, por ter perda auditiva, compreende 
e interage com o mundo por meio de experiências visuais, 
manifestando sua cultura principalmente pelo uso da 
Língua Brasileira de Sinais - Libras.
 Parágrafo único. Considera-se deficiência 
auditiva a perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e 
um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas 
frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz.
FUESPI/NEAD Licenciatura Plena em Letras Espanhol
45
CAPÍTULO II
DA INCLUSÃO DA LIBRAS COMO DISCIPLINA 
CURRICULAR
 Art. 3o A Libras deve ser inserida como 
disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de 
professores para o exercício do magistério, em nível médio 
e superior, e nos cursos de Fonoaudiologia, de instituições 
de ensino, públicas e privadas, do sistema federal de 
ensino e dos sistemas de ensino dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios. 
 § 1o Todos os cursos de licenciatura, nas 
diferentes áreas do conhecimento, o curso normal de nível 
médio, o curso normal superior, o curso de Pedagogia e o 
curso de Educação Especial são considerados cursos de 
formação de professores e profissionais da educação para 
o exercício do magistério.
 § 2o A Libras constituir-se-á em disciplina 
curricular optativa nos demais cursos de educação 
superior e na educação profissional, a partir de um ano da 
publicação deste Decreto.
CAPÍTULO III
DA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LIBRAS E 
DO INSTRUTOR DE LIBRAS
 Art. 4o A formação de docentes para o ensino 
de Libras nas séries finais do ensino fundamental, no 
ensino médio e na educação superior deve ser realizada 
em nível superior, em curso de graduação de licenciatura 
plena em Letras: Libras ou em Letras: Libras/Língua 
Portuguesa como segunda língua.
 Parágrafo único. As pessoas surdas terão 
prioridade nos cursos de formação previstos no caput.
 Art. 5o A formação de docentes para o 
ensino de Libras na educação infantil e nos anos iniciais 
do ensino fundamental deve ser realizada em curso de 
Pedagogia ou curso normal superior, em que Libras e 
Língua Portuguesa escrita tenham constituído línguas de 
instrução, viabilizando a formação bilíngue.
Libras - Conheça essa língua
46
 § 1o Admite-se como formação mínima de 
docentes para o ensino de Libras na educação infantil e nos 
anos iniciais do ensino fundamental, a formação ofertada 
em nível médio na modalidade normal, que viabilizar a 
formação bilíngue, referida no caput.
 § 2o As pessoas surdas terão prioridade nos 
cursos de formação previstos no caput.
 Art. 6o A formação de instrutor de Libras, em 
nível médio, deve ser realizada por meio de:
 I - cursos de educação profissional;
 II - cursos de formação continuada promovidos 
por instituições de ensino superior; e
 III - cursos de formação continuada promovidos 
por instituições credenciadas por secretarias de educação.
 § 1o A formação do instrutor de Libras pode 
ser realizada também por organizações da sociedade 
civil representativa da comunidade surda, desde que o 
certificado seja convalidado por pelo menos uma das 
instituições referidas nos incisos II e III.
 § 2o As pessoas surdas terão prioridade nos 
cursos de formação previstos no caput.
 Art. 7o Nos próximos dez anos, a partir 
da publicação deste Decreto, caso não haja docente com 
título de pós-graduação ou de graduação em Libras para o 
ensino dessa disciplina em cursos de educação superior, 
ela poderá ser ministrada por profissionais que apresentem 
pelo menos um dos seguintes perfis:
 I - professor de Libras, usuário dessa língua 
com curso de pós-graduação ou com formação superior e 
certificado de proficiência em Libras, obtido por meio de 
exame promovido pelo Ministério da Educação; 
 II - instrutor de Libras, usuário dessa língua 
com formação de nível médio e com certificado obtido por 
meio de exame de proficiência em Libras, promovido pelo 
Ministérioda Educação;
 III - professor ouvinte bilíngue: Libras - Língua 
Portuguesa, com pós-graduação ou formação superior e 
FUESPI/NEAD Licenciatura Plena em Letras Espanhol
47
com certificado obtido por meio de exame de proficiência 
em Libras, promovido pelo Ministério da Educação.
 § 1o Nos casos previstos nos incisos I e II, as 
pessoas surdas terão prioridade para ministrar a disciplina 
de Libras.
 § 2o A partir de um ano da publicação 
deste Decreto, os sistemas e as instituições de ensino da 
educação básica e as de educação superior devem incluir 
o professor de Libras em seu quadro do magistério.
 Art. 8o O exame de proficiência em Libras, 
referido no art. 7o, deve avaliar a fluência no uso, o 
conhecimento e a competência para o ensino dessa língua.
 § 1o O exame de proficiência em Libras deve 
ser promovido, anualmente, pelo Ministério da Educação 
e instituições de educação superior por ele credenciadas 
para essa finalidade.
 § 2o A certificação de proficiência em Libras 
habilitará o instrutor ou o professor para a função docente.
 § 3o O exame de proficiência em Libras 
deve ser realizado por banca examinadora de amplo 
conhecimento em Libras, constituída por docentes surdos 
e linguistas de instituições de educação superior.
 Art. 9o A partir da publicação deste Decreto, 
as instituições de ensino médio que oferecem cursos de 
formação para o magistério na modalidade normal e as 
instituições de educação superior que oferecem cursos 
de Fonoaudiologia ou de formação de professores devem 
incluir Libras como disciplina curricular, nos seguintes 
prazos e percentuais mínimos:
 I - até três anos, em vinte por cento dos 
cursos da instituição;
 II - até cinco anos, em sessenta por cento 
dos cursos da instituição;
 III - até sete anos, em oitenta por cento dos 
cursos da instituição; e
 IV - dez anos, em cem por cento dos cursos 
da instituição.
Libras - Conheça essa língua
48
 Parágrafo único. O processo de inclusão 
da Libras como disciplina curricular deve iniciar-se nos 
cursos de Educação Especial, Fonoaudiologia, Pedagogia 
e Letras, ampliando-se progressivamente para as demais 
licenciaturas.
 Art. 10. As instituições de educação superior 
devem incluir a Libras como objeto de ensino, pesquisa 
e extensão nos cursos de formação de professores para 
a educação básica, nos cursos de Fonoaudiologia e nos 
cursos de Tradução e Interpretação de Libras - Língua 
Portuguesa.
 Art. 11. O Ministério da Educação promoverá, a 
partir da publicação deste Decreto, programas específicos 
para a criação de cursos de graduação:
 I - para formação de professores surdos 
e ouvintes, para a educação infantil e anos iniciais do 
ensino fundamental, que viabilize a educação bilíngue: 
Libras - Língua Portuguesa como segunda língua;
 II - de licenciatura em Letras: Libras ou em 
Letras: Libras/Língua Portuguesa, como segunda língua 
para surdos;
 III - de formação em Tradução e Interpretação 
de Libras - Língua Portuguesa.
 Art. 12. As instituições de educação superior, 
principalmente as que ofertam cursos de Educação 
Especial, Pedagogia e Letras, devem viabilizar cursos de 
pós-graduação para a formação de professores para o 
ensino de Libras e sua interpretação, a partir de um ano 
da publicação deste Decreto. 
 Art. 13. O ensino da modalidade escrita da 
Língua Portuguesa, como segunda língua para pessoas 
surdas, deve ser incluído como disciplina curricular nos 
cursos de formação de professores para a educação infantil 
e para os anos iniciais do ensino fundamental, de nível 
médio e superior, bem como nos cursos de licenciatura em 
Letras com habilitação em Língua Portuguesa.
 Parágrafo único. O tema sobre a modalidade 
FUESPI/NEAD Licenciatura Plena em Letras Espanhol
49
escrita da língua portuguesa para surdos deve ser incluído 
como conteúdo nos cursos de Fonoaudiologia.
CAPÍTULO IV
DO USO E DA DIFUSÃO DA LIBRAS E DA 
LÍNGUA PORTUGUESA PARA O 
ACESSO DAS PESSOAS SURDAS À 
EDUCAÇÃO
 Art. 14. As instituições federais de ensino 
devem garantir, obrigatoriamente, às pessoas surdas 
acesso à comunicação, à informação e à educação nos 
processos seletivos, nas atividades e nos conteúdos 
curriculares desenvolvidos em todos os níveis, etapas e 
modalidades de educação, desde a educação infantil até 
à superior.
 § 1o Para garantir o atendimento educacional 
especializado e o acesso previsto no caput, as instituições 
federais de ensino devem:
 I - promover cursos de formação de 
professores para:
 a) o ensino e uso da Libras;
 b) a tradução e interpretação de Libras - Língua 
Portuguesa; e
 c) o ensino da Língua Portuguesa, como 
segunda língua para pessoas surdas;
 II - ofertar, obrigatoriamente, desde a 
educação infantil, o ensino da Libras e também da Língua 
Portuguesa, como segunda língua para alunos surdos;
 III - prover as escolas com:
 a) professor de Libras ou instrutor de Libras;
 b) tradutor e intérprete de Libras - Língua 
Portuguesa;
 c) professor para o ensino de Língua 
Portuguesa como segunda língua para pessoas surdas; e
 d) professor regente de classe com 
conhecimento acerca da singularidade linguística 
manifestada pelos alunos surdos;
 IV - garantir o atendimento às necessidades 
Libras - Conheça essa língua
50
educacionais especiais de alunos surdos, desde a 
educação infantil, nas salas de aula e, também, em salas 
de recursos, em turno contrário ao da escolarização;
 V - apoiar, na comunidade escolar, o uso e a 
difusão de Libras entre professores, alunos, funcionários, 
direção da escola e familiares, inclusive por meio da oferta 
de cursos;
 VI - adotar mecanismos de avaliação coerentes 
com aprendizado de segunda língua, na correção das 
provas escritas, valorizando o aspecto semântico e 
reconhecendo a singularidade linguística manifestada no 
aspecto formal da Língua Portuguesa;
 VII - desenvolver e adotar mecanismos 
alternativos para a avaliação de conhecimentos expressos 
em Libras, desde que devidamente registrados em vídeo 
ou em outros meios eletrônicos e tecnológicos;
 VIII - disponibilizar equipamentos, acesso 
às novas tecnologias de informação e comunicação, bem 
como recursos didáticos para apoiar a educação de alunos 
surdos ou com deficiência auditiva.
 § 2o O professor da educação básica, 
bilíngue, aprovado em exame de proficiência em tradução 
e interpretação de Libras - Língua Portuguesa, pode 
exercer a função de tradutor e intérprete de Libras - Língua 
Portuguesa, cuja função é distinta da função de professor 
docente.
 § 3o As instituições privadas e as públicas dos 
sistemas de ensino federal, estadual, municipal e do Distrito 
Federal buscarão implementar as medidas referidas neste 
artigo como meio de assegurar atendimento educacional 
especializado aos alunos surdos ou com deficiência 
auditiva. 
 Art. 15. Para complementar o currículo da 
base nacional comum, o ensino de Libras e o ensino da 
modalidade escrita da Língua Portuguesa, como segunda 
língua para alunos surdos, devem ser ministrados em uma 
perspectiva dialógica, funcional e instrumental, como:
FUESPI/NEAD Licenciatura Plena em Letras Espanhol
51
 I - atividades ou complementação curricular 
específica na educação infantil e anos iniciais do ensino 
fundamental; e
 II - áreas de conhecimento, como disciplinas 
curriculares, nos anos finais do ensino fundamental, no 
ensino médio e na educação superior.
 Art. 16. A modalidade oral da Língua Portuguesa, 
na

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes