a hora do jogo psicodiagnostico

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A HORA 
DO JOGO
DIAGNÓSTICA
Para Efron, Fainberg, Kleiner et al (2000) 
➢Constitui um recurso ou instrumento técnico que o psicólogo utiliza dentro do processo 
psicodiagnóstico.
➢ Tem como finalidade conhecer a realidade da criança que foi trazida à consulta.
➢É necessário criar um campo estruturado onde a criança tenha a possibilidade de brincar. 
Para tal é preciso que haja um enquadramento que inclua: espaço, tempo, explicitação de 
papéis e a finalidade dos encontros.
➢A Hora do Jogo Diagnóstica engloba um processo que tem começo, desenvolvimento e fim 
em si mesma, opera como uma unidade significativa e deve ser analisada como tal.
➢É precedida das entrevistas realizadas com os pais. 
O psicólogo elabora com os pais instruções que serão dadas à
criança por eles.
➢É importante perguntar à criança se sabe o motivo pelo 
Qual os pais a trouxeram ao consultório.
SALA DE JOGOS E MATERIAIS:
➢Sala não muito pequena, com piso e paredes laváveis; com uma mesa e cadeiras 
de tamanho convencional e mesa e cadeiras mais baixas (mobiliário infantil), um 
divã, almofadas, espelho, etc.
➢SUGESTÕES DE ACORDO COM AS FASES:
▪Fase oral – xícaras, pires, colheres, pratinhos, panelinhas, mamadeiras, 
bonequinhos, paninhos.
▪Fase sádico-anal – cola, argila, tesoura, tintas, família terapêutica, instrumentos 
musicais (tambor, pianinho, dentre outros pois facilitam a expressão da 
individualidade, carrinhos, telefone (estimula a comunicação).
▪Fase fálica – bonecos com identificação de sexo, boneca grávida, mobiliário 
básico (quarto, sala , banheiro e cozinha), roupas femininas, masculinas e 
acessórios.
▪Fase genital – jogos de estratégia, materiais que estimulem a criatividade.
➢ Deve-se possibilitar a oportunidade da criança brincar com água se desejar.
➢ Pode-se incluir revólveres, espadas, sacos de areia, soldadinhos para estimular 
o jogo agressivo.
➢ Materiais perigosos tais como: objetos de vidro, facas, estiletes, tesouras com 
ponta, fósforos devem ser evitados.
➢ Deve-se incluir elementos de distintos tamanhos, texturas e formas.
PAPEL DO PSICÓLOGO
O PSICÓLOGO DEVE FUNCIONAR COMO OBSERVADOR MANTENDO UMA ATITUDE 
ATENTA E ABERTA (ATENÇÃO FLUTUANTE) O QUE PERMITIRÁ COMPREENDER A 
PROBLEMÁTICA DO ENTREVISTADO E FORMULAR HIPÓTESES.
EM SÍNTESE SUA FUNÇÃO CONSISTE EM OBSERVAR, COMPREENDER E COOPERAR COM A 
CRIANÇA.
ALGUNS INDICADORES PARA ANALISAR A HORA DO JOGO DIAGNÓSTICA
ESCOLHA DE BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
De acordo com as características individuais, a modalidade de abordagem dos brinquedos pode 
Assumir as seguintes formas:
1) Observação à distância (sem participação ativa)
2) Dependente (à espera de indicação do entrevistador)
3) Evitativa (de aproximação lenta ou à distância; muitas vezes diz que não quer brincar)
4) Dubitativa (pegar e largar os brinquedos)
5) Irrupção brusca sobre os materiais (criança ansiosa, crianças com dificuldade de controle dos 
impulsos)
6) Irrupção caótica e impulsiva (crianças mais comprometidas – retardo, autismo, psicose). 
O mundo não é organizado.
7) Aproximação, tempo de reação inicial para estruturar o campo passando, em seguida, a 
desenvolver uma atividade.
❑ DEVE-SE CONSIDERAR TAMBÉM O TIPO DE BRINQUEDO ESCOLHIDO PARA 
ESTABELECER O PRIMEIRO CONTATO, DE ACORDO COM O MOMENTO EVOLUTIVO E O 
TIPO DE CONFLITO.
❑ É FUNDAMENTAL OBSERVAR SE A CRIANÇA PRIVILEGIA BRINQUEDOS DO TIPO 
ESCOLAR, BRINQUEDOS REPRESENTATIVOS DAS DIFERENTES FASES (ORAL, ANAL, 
ETC.), BRINQUEDOS DE SIGNIFICADO AGRESSIVO OU MATERIAIS NÃO ESTRUTURADOS.
❑ QUANTO AO TIPO DE JOGO É IMPORTANTE OBSERVAR SE TEM PRINCÍPIO, 
DESENVOLVIMENTO E FIM, SE CONSTITUI UMA UNIDADE COERENTE. TAMBÉM DEVE-SE 
VERIFICAR SE CORRESPONDE AO ESTÁDIO DE DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL 
CORRESPONDENTE PARA SUA IDADE CRONOLÓGICA E PARA TAL OS CRITÉRIOS 
GENÉTICOS EVOLUTIVOS PROPOSTOS POR JEAN PIAGET SÃO OS MAIS 
RECOMENDADOS.
SEGUNDO PIAGET O JOGO REVESTE-SE DE UM SIGNIFICADO FUNCIONAL, POR MEIO DO 
QUAL A REALIDADE É INCORPORADA PELA CRIANÇA E TRANSFORMADA QUER EM 
FUNÇÃO DOS SEUS HÁBITOS MOTORES (JOGO DE EXERCÍCIO), QUER EM FUNÇÃO DAS 
NECESSIDADES DO EU (JOGO SIMBÓLICO), QUER EM FUNÇÃO DAS EXIGÊNCIAS DE 
RECIPROCIDADE SOCIAL (JOGO DE REGRAS).
❑ O jogo vincula-se ao funcionamento da inteligência da criança.
❑ O desenvolvimento intelectual é para Piaget um processo contínuo que obedece a uma 
ordem invariável e sequencial de estádios.
❑ Cada estádio é caracterizado por uma estrutura de conjunto e estas são integrativas e 
não se substituem umas as outras. Assim sendo, as estruturas construídas em um 
determinado estádio devem se tornar parte das seguintes, ocasionando uma 
transformação qualitativa das mesmas.
❑ O jogo também depende de uma estruturação progressiva e, assim como os estádios, 
seguem uma ordem de construção. Os jogos infantis evoluem de acordo com três tipos 
de estruturas: o exercício, o símbolo e a regra que caracterizam cada tipo de jogo e 
denominam a classificação.
✓ ESTÁDIO SENSÓRIO-MOTOR – JOGOS DE EXERCÍCIO
✓ ESTÁDIO PRÉ-OPERATÓRIO – BRINCADEIRA SIMBÓLICA
✓ ESTÁDIO DAS OPERAÇÕES CONCRETAS – JOGOS DE REGRAS
➢ JOGOS DE EXERCÍCIOS - ESTRUTURA: EXERCÍCIO
✓ CORRESPONDEM ÀS PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES LÚDICAS DA 
CRIANÇA.
✓ CONSTITUI A FORMA INICIAL DE JOGO.
✓ PREDOMINA DURANTE OS PRIMEIROS 18 MESES DE VIDA.
✓ ENVOLVEM A REPETIÇÃO DE AÇÕES E SEQUÊNCIAS DE 
COMPORTAMENTOS PELO PRÓPRIO PRAZER DA ATIVIDADE MOTORA.
✓ ORIGINAM-SE NAS REAÇÕES CIRCULARES QUE, A PRINCÍPIO NÃO TÊM 
CARÁTER LÚDICO, SÓ TRANSFORMA-SE EM JOGOS QUANDO A 
CRIANÇA REPRODUZ O ESQUEMA POR MERO PRAZER.
JOGO SIMBÓLICO – ESTRUTURA: SÍMBOLO
✓BRINCADEIRA TÍPICA DO PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO
✓SURGE A PARTIR DOS DOIS ANOS DE IDADE QUANDO APARECE A LINGUAGEM.
✓A CRIANÇA É CAPAZ DE TRANSFORMAR UM OBJETO EM OUTRO.
✓O REAL É ASSIMILADO ÀS NECESSIDADES DO EU, PERSISTINDO A ASSIMILAÇÃO 
DEFORMANTE DA REALIDADE. EX: PAPÉIS OU PEDRINHAS SÃO TRANSFORMADOS EM 
ALIMENTOS PARA BONECAS.
✓O JOGO É DO TIPO EGOCÊNTRICO, A CRIANÇA ESTÁ CENTRADA EM SI MESMA. SUA 
ATIVIDADE É LÁBIL E NÃO OBEDECE A NENHUM PLANEJAMENTO PRÉVIO, É ESPONTÂNEA.
✓O SENTIDO DE REALIDADE AINDA É RESTRITO E POR ESSE MOTIVO A FUNCIONALIDADE 
DOS OBJETOS É DETERMINADO DE MODO BASTANTE SUBJETIVO.
✓ DOS QUATRO AOS SETE ANOS HÁ MAIOR APROXIMAÇÃO DO REAL, AS 
IMITAÇÕES SÃO MAIS EXATAS. COM O DESENVOLVIMENTO SOCIAL A CRIANÇA 
RECONHECE O OUTRO CADA VEZ MAIS COMO CO-PARTICIPANTE DA 
BRINCADEIRA.
✓ NOS DESENHOS PASSA DA GARATUJA PARA A IMITAÇÃO MAIS REALISTA DO 
OBJETO REPRESENTADO, DESENVOLVEM-SE AS CONSTRUÇÕES E OS 
TRABALHOS MANUAIS.
✓ ENTRE OITO E DOZE ANOS DE IDADE HÁ O DECLÍNIO DO SIMBOLISMO E O 
FORTALECIMENTO DOS JOGOS DE RARAS. AS CONDUTAS SIMBÓLICAS SÃO 
MAIS ADAPTADAS.
✓ OS JOGOS SIMBÓLICOS CONTRIBUEM SEGUNDO FERREIRA (1996) PARA A 
CONSTRUÇÃO E A EVOLUÇÃO DA IMAGEM MENTAL VISTO QUE É ATRAVÉS 
DELES QUE A CRIANÇA IMAGINA, MEMORIZA, ATUALIZANDO E COMBINANDO 
SEUS DESEJOS, MEDOS E INTERESSES DE MODO SIGNIFICATIVO.
JOGOS DE REGRAS – ESTRUTURA: REGRA
✓OS JOGOS DE REGRA INTENSIFICAM-SE A PARTIR DOS SETE ANOS. 
✓COM O PROGRESSO DAS ESTRUTURAS INTELECTUAIS, O JOGO EGOCÊNTRICO É 
ABANDONADO. O INTERESSE DA CRIANÇA PASSA A SER SOCIAL, HAVENDO 
NECESSIDADE DE CONTROLE MÚTUO E DE REGULAMENTAÇÃO. A REGRA DEVE SER 
RESPEITADA SEGUNDO CONSENTIMENTO MÚTUO E TAMBÉM TRANSFORMADA SE 
HOUVER UM ACORDO ENTRE OS PARTICIPANTES.
✓OS JOGOS DE REGRAS PODEM SER DE:
a)Combinações motoras: amarelinha, corridas, jogo de bolas de gude, jogos
 com bolas
b) Combinações intelectuais: cartas, xadrez, damas, etc.
 
✓EXISTEM DUAS ESPÉCIES DE JOGO DE REGRAS:
a)Os de natureza institucional nos quais as regras são transmitidas de geração a geração pelos mais 
velhos
b)Os de natureza contratual, cujas regras são momentâneas e dependem do acordo queé 
estabelecido entre os parceiros.
PIAGET (1994) ATRAVÉS DO JOGO DE REGRAS ANALISOU DOIS 
FENÔMENOS: 
a)A PRÁTICA DAS REGRAS, OU SEJA, A MANEIRA PELA QUAL AS 
CRIANÇAS, APLICAM-NAS
b)A CONSCIÊNCIA DA REGRA, ISTO É, COMO AS CRIANÇAS SENTEM E 
INTERPRETAM PARA SI AS REGRAS.
➢ PRÁTICA DAS REGRAS – DIVIDE-SE EM QUATRO ESTÁDIOS:
1º) CORRESPONDE AOS JOGOS DE EXERCÍCIOS (ESTÁDIO SENSÓRIO-MOTOR). O JOGO É 
INDIVIDUAL E DIRIGIDO EM FUNÇÃO DE DESEJOS E HÁBITOS MOTORES.
OBSERVAM-SE ESQUEMAS MAIS OU MENOS RITUALIZADOS
2º) EGOCÊNTRICO – INICIA-SE NO MOMENTO EM QUE A CRIANÇA RECEBE AS REGRAS DO 
MEIO E TENTA IMITÁ-LAS. ACONTECE ENTRE OS DOIS E CINCO ANOS.
3º) COOPERAÇÃO NASCENTE – MARCA A NECESSIDADE DE ENTENDIMENTO ENTRE OS 
JOGADORES. APARECE POR VOLTA DOS SETE OU OITO ANOS E PERDURA ATÉ OS 
DEZ.
 À MEDIDA QUE A CRIANÇA SE ESFORÇA PARA GANHAR O JOGO TORNA-SE SOCIAL.
O PENSAMENTO ENCONTRA-SE MAIS DESCENTRADO.
4º) CODIFICAÇÃO DA REGRA – TEM INÍCIO POR VOLTA DOS ONZE OU DOZE ANOS. OS 
JOGADORES PROCURAM REGULAMENTAR AS PARTIDAS ELABORANDO UM CÓDIGO 
MINUCIOSO. APARECE O PRAZER EM PREVER OS CASOS POSSÍVEIS QUE 
PODERIAM APARECER NO JOGO.
➢ CONSCIÊNCIA DA REGRA – ESTA CONSCIÊNCIA NÃO PODE SER DISSOCIADA DA 
VIDA MORAL DA CRIANÇA.
PIAGET PROPÕE TRÊS ESTÁDIOS:
1º) CORRESPONDE AO ESTÁDIO PURAMENTE INDIVIDUAL DESCRITO ANTERIORMENTE NA 
PRÁTICA DAS REGRAS. A REGRA NÃO É COERCITIVA. PROVÉM DE UMA ESPÉCIE DE 
SENTIMENTO DE REPETIÇÃO E ESTÁ VINCULADA À RITUALIZAÇÃO DE ESQUEMAS 
MOTORES.
2º) INICIA-SE NO DECORRER DO EGOCENTRISMO E SE ESTENDE ATÉ A PRIMEIRA METADE DO 
ESTÁDIO DA COOPERAÇÃO. COMEÇA QUANDO A CRIANÇA DESEJA JOGAR DE ACORDO 
COM AS REGRAS RECEBIDAS DO EXTERIOR. CONSIDERA AS REGRAS COMO SAGRADAS. 
TODA MODIFICAÇÃO É UMA TRANSGRESSÃO. A REGRA COLETIVA É AINDA EXTERIOR À 
CRIANÇA E POR ISSO IMUTÁVEL.
3º) TEM INÍCIO POR VOLTA DOS DEZ ANOS, NA SEGUNDA METADE DO ESTÁDIO DA 
COOPERAÇÃO NASCENTE. A REGRA É PERCEBIDA COMO RESULTADO DE UM CONSENSO, 
DEVE SER RESPEITADA MAS PODE SER MODIFICADA MEDIANTE ACORDO FIRMADO.
INDICADORES DA HORA DO JOGO DIAGNÓSTICA
1)ESCOLHA DE BRINQUEDOS E DE BRINCADEIRAS (visto no início 
da apresentação)
2)MODALIDADES DE BRINCADEIRAS
3)PERSONIFICAÇÃO
4)MOTRICIDADE
5)CRIATIVIDADE
6)CAPACIDADE SIMBÓLICA
7)TOLERÂNCIA À FRUSTRAÇÃO
8)ADEQUAÇÃO À REALIDADE
MODALIDADES DE BRINCADEIRAS
CADA SUJEITO ESTRUTURA O SEU BRINCAR DE ACORDO COM A MODALIDADE QUE 
LHE É PRÓPRIA E IMPLICA UM TRAÇO CARACTERIOLÓGICO.
➢PLASTICIDADE – EXPRESSA A MESMA FANTASIA OU DEFESA ATRAVÉS DE 
MEDIADORES DIFERENTES. O MESMO OBJETO MUDA DE FUNÇÃO, VEICULANDO 
DIVERSAS FANTASIAS DE MANEIRA ADAPTATIVA.
CAPACIDADE DA CRIANÇA PARA MODIFICAR A FUNÇÃO DOS OBJETOS 
ADEQUANDO-OS AS SUAS NECESSIDADES DE EXPRESSÃO.
EX: A CRIANÇA UTILIZA UMA XÍCARA PARA DAR DE COMER PARA A BONECA 
(EXPRESSÃO DE UMA FANTASIA ORAL).
MAIS ADIANTE A XÍCARA COLOCADA DE CABEÇA PARA BAIXO VIRA UM BANCO EM 
QUE A BONECA SE SENTA.
➢ RIGIDEZ – É UMA MODALIDADE OPOSTA À ANTERIOR. GERALMENTE UTILIZADA FRENTE 
A ANSIEDADES PARA EVITAR A DESORGANIZAÇÃO, A CONFUSÃO. PODE SER 
OBSERVADA NOS BRINQUEDOS, NAS VERBALIZAÇÕES, NOS GESTOS, ETC.
EX: DURANTE VINTE MINUTOS DA HORA DO JOGO UMA CRIANÇA RECORTA 
METICULOSAMENTE QUADRADOS E, EM SEGUIDA, COM AS TIRAS QUE SOBRARAM 
FAZ UM GRADEADO, ENTRELACANDO-AS.
➢ ESTEREOTIPIA E PERSEVERAÇÃO - MODALIDADE MAIS PATOLÓGICA DO 
FUNCIONAMENETO EGÓICO. É TÍPICA DE CRIANÇAS PSICÓTICAS E COM LESÕES 
ORGÂNICAS. OBSERVA-SE UMA DESCONEXÃO COM O MUNDO EXTERNO. A ÚNICA 
FINALIDADE É A DESCARGA. A MESMA CONDUTA É REPETIDA DIVERSAS VEZES E 
NÃO HÁ FINS COMUNICACIONAIS.
EX: UMA CRIANÇA RECORTOU TIRAS DE PAPEL DURANTE A HORA DO JOGO SEM 
INTRODUZIR NENHUMA VARIÁVEL.
A CRIANÇA QUE RETIRA TODOS OS BRINQUEDOS DO BAÚ E LOGO APÓS OS RECOLOCA. 
PROCEDE ASSIM INÚMERAS VEZES.
PERSONIFICAÇÃO
CAPACIDADE DE ASSUMIR E ATRIBUIR PAPÉIS DE FORMA DRAMÁTICA.
EM CADA PERÍODO EVOLUTIVO A CAPACIDADE DE PERSONIFICAÇÃO ADQUIRE DIFERENTES 
CARACTERÍSTICAS. EM CRIANÇAS MUITO PEQUENAS A REALIZAÇÃO DE DESEJOS SE EXPRESSA DE MANEIRA 
MAIS IMEDIATA. EX: ASSUME O PAPEL DO OUTRO FAZENDO SEU O PERSONAGEM TEMIDO OU DESEJADO.
NUMA ETAPA POSTEIOR AS PERSONIFICAÇÕES SE ENRIQUECEM COM FIGURAS IMAGINÁRIAS: FADAS, 
MONSTROS, BICHO-PAPÃO. A CRIANÇA COMEÇA ATRIBUIR PAPÉIS E TORNAR MAIS EXPLÍCITO O VÍNCULO 
QUE MANTÉM COM ESTAS IMAGOS (SE SUBMETE, VENCE, DOMINA, ATACA OU É ATACADA É PERSEGUIDO OU 
É O PERSEGUIDOR), MOSTRANDO ALTERNÂNCIA SUCESSIVA DESSES PAPÉIS, COMO EXPRESSÃO DA 
LABILIDADE DAS IDENTIFICAÇÕES.
NO PERÍODO DE LATÊNCIA, A CRIANÇA TENDE A DRAMATIZAR PAPÉIS DEFINIDOS SOCIALMENTE, COM MENOR 
EXPRESSÃO DA FANTASIA, EM FUNÇÃO DO AUMENTO DE REPRESSÃO. AMPLIA SEU CAMPO DE CONEXÃO 
COM O MEIO AMBIENTE, TENDE A BRINCAR DE POLÍCIA E LADRÃO, DE PROFESSORA, DE VENDEDOR, COM 
MENOR ALTERNÂNCIA DE PAPÉIS E MAIOR APEGO A SUAS IDENTIFICAÇÕES.
A PERSONIFICAÇÃO COMO ELEMENTO COMUM A TODOS OS PERÍODOS EVOLUTIVOS NORMAIS, POSSIBILITA 
A ELABORAÇÃO DE SITUAÇÕES TRAUMÁTICAS, A APRENDIZAGEM DE PAPÉIS SOCIAIS A COMPREENSÃO DO 
PAPEL DO OUTRO E O AJUSTE DE SUA CONDUTA EM FUNÇÃO DISSO, O QUE FAVORECE O PROCESSO DE 
SOCIALIZAÇÃO E INDIVIDUAÇÃO.
MOTRICIDADE
O OBJETIVO É VER A ADEQUAÇÃO DA MOTRICIDADE DA CRIANÇA À ETAPA EVOLUTIVA QUE 
ATRAVESSA. EM CADA PERÍODO EXISTEM COMPORTAMENTOS PREVISÍVEIS QUE 
CORRESPONDEM AO DESENVOLVIMENTO NEUROLÓGICO E TAMBÉM A FATORES 
PSICOLÓGICOS E AMBIENTAIS.
OS PROBLEMAS MOTORES PODEM CORRESPONDER A QUALQUER DESSES FATORES COM 
PREDOMINÂNCIA DE ALGUNS DELES E /OU A INTERRRELAÇÃO ENTRE OS MESMOS.
PODE-SE OBSERVAR, DURANTE A HORA DO JOGO, A FALTA DE FUNCIONALIDADE MOTORA, 
ENTRETANTO PARA ESPECIFICAR MELHOR A INTENSIDADE DO PROBLEMA É NECESSÁRIO O 
USO DE INSTRUMENTOS MAIS SENSÍVEIS.
A MANIPULAÇÃO ADEQUADA DAS POSSIBILIDADES MOTORAS PERMITE O DOMÍNIO DOS 
OBJETOS DO MUNDO EXTERNO E A POSSIBILIDADE DE SATISFAZER SUAS NECESSIDADES 
COM AUTONOMIA RELATIVA. 
AS DIFICULDADES PROVOCAM FRUSTRAÇÕES E AUMENTA, AS TENSÕES A NÍVEL INTRA E 
INTERPESSOAL.
ASPECTOS QUE PODEM SER OBSERVADOS:DESLOCAMENTO GEOGRÁFICO, 
PREENSÃO E MANEJO, ALTERNÂNCIA DOS MEMBROS, LATERALIDADE, MOVIMENTOS 
VOLUNTÁRIOS E INVOLUNTÁRIOS, MOVIMENTOS BIZARROS, RITMO DO MOVIMENTO, 
HIPERCINESIA, HIPOCINESIA, FLEXIBILIDADE.
CRIATIVIDADE
CRIAR É UNIR OU RELACIONAR ELEMENTOS NUM ELEMENTO NOVO E 
DIFERENTE. ISSO EXIGE UM EGO PLÁSTICO CAPAZ DE ABERTURA PARA 
EXPERIÊNCIAS NOVAS.
ESTE PROCESSO TEM UMA FINALIDADE DELIBERADA: DESCOBRIR UMA 
ORGANIZAÇÃO BEM SUCEDIDA, GRATIFICANTE ENTRE O PRINCÍPIO DO 
PRAZER E O PRINCÍPIO DA REALIDADE. A CRIANÇA AGE SOBRE OS 
ELEMENTOS À SUA VOLTA (BRINQUEDOS) PARA CONSEGUIR OS FINS 
PROPOSTOS.
TOLERÂNCIA À FRUSTRAÇÃO
A TOLERÂNCIA À FRUSTRAÇÃO É DETECTADA NA HORA DO JOGO PELA 
POSSIBILIDADE DE ACEITAR AS INSTRUÇÕES COM AS LIMITAÇÕES QUE ELAS 
IMPÕEM (O ESTABELECIMENTO DE LIMITES E FINALIZAÇÃO DA TAREFA) E PELO 
DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE LÚDICA (PELA MANEIRA DE ENFRENTAR AS 
DIFICULDADES INERENTES À ATIVIDADE QUE SE PROPÕE A REALIZAR).
A AVALIAÇÃO CORRETA DE TAL FUNÇÃO É IMPORTANTE A NÍVEL 
DIAGNÓSTICO MAS, PRINCIPALMENTE, QUANTO AO PROGNÓSTICO. TORNA-SE 
FUNDAMENTAL DIFERENCIAR ONDE A CRIANÇA SITUA A FONTE DE 
FRUSTRAÇÃO: SE DERIVA DO MUNDO INTERNO (DESENHAR ALGO QUE VAI 
ALÉM DE SUA CAPACIDADE) OU SE A LOCALIZA DE PREFERÊNCIA NO MUNDO 
EXTERNO (DESEJAR ALGO QUE NÃO ESTÁ PRESENTE), ASSIM COMO A REAÇÃO 
FRENTE A ELA: ENCONTRAR ELEMENTOS SUBSTITUTIVOS (SINAL DE BOA 
ADAPTAÇÃO) OU DESORGANIZAR-SE, COMEÇAR A CHORAR (ATITUDE 
NEGATIVA)
ADEQUAÇÃOÀ REALIDADE
UM DOS PRIMEIROS ELEMENTOS A SEREM LEVADOS EM CONTA AO SE 
ANALISAR A HORA DO JOGO É A CAPACIDADE DA CRIANÇA DE SE 
ADEQUAR À REALIDADE. MANIFESTA-SE, NESTE PRIMEIRO MOMENTO, 
PELA POSSIBILIDADE DE SE DESPRENDER DA MÃE E ATUAR COM SUA 
IDADE CRONOLÓGICA, DEMONSTRANDO A COMPREENSÃO E A 
ACEITAÇÃO DAS INSTRUÇÕES.
TAL ADEQUAÇÃO À REALIDADE PERMITE-NOS AVALIAR 
POSSIBILIDADES EGÓICAS
a)POSSIBILIDADE DE COLOCAR-SE EM SEU PAPEL E ACEITAR O PAPEL 
DO OUTRO
b)CAPACIDADE DE REORGANIZAR-SE
REFERÊNCIAS:
ARZENO, M.E. Psicodiagnóstico Clínico. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
FERREIRA, I.C.N. Brincar e aprender, parceiros ou adversários? Um estudo do brincar no contexto escolar. 
Tese de doutorado. Instituto de Psicologia. UFRJ. Rio de Janeiro, 1996.
PIAGET, J. Psicologia da Inteligência. Rio de Janeiro: Zahar, 1967.
PIAGET, J. O juízo moral na criança. São Paulo: Summus, 1994.
OCAMPO, M.L.S. O Processo Psicodiagnóstico e as Técnicas Projetivas. São Paulo: Martins Fontes, 1985.