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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO CAMPUS CONFRESA CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA Avaliação de doença na soja: Ferrugem Asiática, Crestamento Foliar de Cercospora e Antracnose Paloma Lacerda Araújo Confresa-MT Abril/2018 Paloma Lacerda Araújo Avaliação de doença na soja: Ferrugem Asiática, Crestamento Foliar de Cercospora e Antracnose Relatório Final apresentado ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Mato Grosso – Campus Confresa, como parte dos requisitos de avaliação do Estágio Supervisionado para obtenção do título de Técnico em Agropecuária. O estágio foi no Laboratório agronômico Xingu Pesquisa e Consultoria Agronômica LTDA. Orientador: Prof. Esp. Elienai Resende Nunes Rodrigues. Confresa-MT Abril/2018 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, e a Instituição pela oportunidade de estudar durante estes três anos, e conseguir concluir o ensino médio, com um curso técnico. Onde foi possível expandir o nível de conhecimento em diversas áreas, aderindo assim maior prestígio no fator profissional e pessoal durante a realização do curso. A minha família pela colaboração de todos, apoio e incentivo nos momentos difíceis. Aos meus amigos da Instituição, tendo destaque para Mateus Costa de Araujo. A minha orientadora Elienai Rezende Nunes Rodrigues e a e aos demais professores que de certa forma são responsáveis pelo que me tornei. Ao meu namorado Felipe Fonseca pela compreensão e apoio. Ao meu grupo de amigas, conhecidas como “Paniquetes”. Ao meus irmãos Markondes Lacerda e Talmo Aquiles pelas brincadeiras e ajuda em trabalhos. E por último, mas não menos importante, aos professores que aceitaram participar da minha apresentação. “Terei toda a aparência de quem falhou, e só eu saberei se foi a falha necessária”. (Clarice Lispector) SUMÁRIO 1. Introdução ............................................................................................................................. 6 2. Revisão de Literatura ........................................................................................................... 7 2.1 Ferrugem Asiática ......................................................................................................... 8 2.1.1. Sintomas .................................................................................................................. 8 2.1.2. Perdas na Lavoura ................................................................................................. 10 2.1.3. Formas de Controle ............................................................................................... 10 2.2. Crestamento Foliar de Cercospora ......................................................................... 11 2.2.1. Sintomas ................................................................................................................ 11 2.2.2. Perdas na Lavoura ................................................................................................. 12 2.2.3. Formas de Controle ............................................................................................... 12 2.3. Antracnose .................................................................................................................. 13 2.3.1. Sintomas ................................................................................................................ 13 2.3.2. Perdas na Lavoura ................................................................................................. 14 2.3.3 Formas de Controle ................................................................................................ 14 3. Atividades desenvolvidas durante o estágio ..................................................................... 15 3.1. Caracterização da empresa ...................................................................................... 15 3.2. Atividades acompanhadas ........................................................................................ 15 3.2.1. Aplicação de fungicida ......................................................................................... 15 3.2.2. Contagem de vagens .............................................................................................. 16 3.2.3. Coleta das folhas .................................................................................................... 17 3.2.4. Avaliação de doenças ............................................................................................ 18 3.2.5. Doenças encontradas na lavoura............................................................................ 19 3.2.6. Avaliação de “Stand” ............................................................................................ 21 4. Considerações Finais .......................................................................................................... 23 5. Referências Bibliográficas ................................................................................................. 24 6 1. Introdução Todo o estágio teve duração de 180 (cento e oitenta) horas, sendo realizado no Laboratório Agronômico Xingu Pesquisa e Consultoria Agronômica LTDA, localizada da Br. 158, sentido Porto Alegre do Norte, proprietário Dr. Dênis Tomás Ramos. No local foi possível acompanhar diversas atividades, como: avaliação de doenças, contagem de vagens, acompanhamento na aplicação de fungicida e medição de “stand”. O laboratório no qual o estágio foi realizado, tem por objetivo, melhorar a produção de determinada cultura e identificar e combater doenças, através de pesquisas, usando como “slogan”: Com pesquisa você produz mais. Conforme (A HISTÓRIA..., 2018) A rápida expansão do cultivo da soja teve sempre associada com o desenvolvimento de novas tecnologias, focadas preferencialmente na demanda externa, ou seja, no exterior. Um dos grandes responsáveis pela expansão em massa do seu cultivo é a Embrapa, que investe em tecnologia para produzir cultivares adaptadas as condições climáticas de cada região produtora, tendo como principal objetivo a manipulação de sementes que sejam resistentes a pragas e doenças. Tendo em vista que as doenças que atacam a cultura da soja é o principal responsável pelas enormes perdas. A cultura da soja pode ser afetada por diversas doenças, causando perdas econômicas ao agricultor. As doenças que ocorrem na raiz, ou radiculares, são geralmente de difícil controle e podem causar danos importantes na cultura. Entre estas doenças estão as causadas pelos microorganismos Rhizoctonia solani, Pythium spp. e Phytophthora sojae. A manifestação das doenças causada por eles, está intimamente associada com excesso de umidade no solo (SOARES, 2011). Assim como a Embrapa, o Laboratório Agronômico Xingu Pesquisa e Consultoria agronômica LTDA, desenvolve o mesmo segmento, noqual utiliza diversos mecanismos para que as perdas sejam menores, testando novos fungicidas que ainda não foram disponibilizados ao mercado, dessa forma avaliando se o mesmo é eficaz ou não, e em quais cultivares diferentes a incidência de doenças foi maior, menor ou nula. O trabalho aborda as atividades relacionadas a avaliação de doenças que atacam a soja, as formas de avaliação, o índice de surgimento e produtividade (qual o abalo financeiro gerado por determinada doença), considerando a eficiência de determinado fungicida. 7 2. Revisão de Literatura A soja é caracterizada como o principal produto do agronegócio brasileiro. Tendo seu surgimento na região denominada de Manchúria, localizada no nordeste da China. Incialmente quando trazida ao Brasil em um período conhecido como o das grandes navegações, ficou restrita apenas em jardins botânicos, sendo utilizado apenas para apreciação. (MANDARINO, 2017). Conforme Jardine e Barros (2018), a soja é originária da China, tendo como nome científico Glycine max L. Pertencente a família das Fabaceae, conhecidas popularmente como leguminosa, sendo um grão consumido por todos devido ao seu rico valor em carboidratos. “Atualmente, 80% de toda a soja cultivada para o mercado comercial é transgênica. A soja chegou ao Ocidente no século XVIII. Ao Brasil, no fim do século XIX” (LOPES, 2018). Atualmente, parte da soja produzida é modificada geneticamente (transgênica), pois assim requer menor quantidade de herbicidas e, consequentemente, diminui consideravelmente o custo de produção. Reduz também a quantidade de impurezas e de umidade nos grãos colhidos. Devido a estes fatores, o cultivo da soja transgênica tem se expandido mais do que o da soja convencional (JARDINE & BARROS, 2018). “A soja possui diversas variações, a mais famosa e cultivada é a amarela. Há outras duas versões que também são conhecidas e proporcionam benefícios para a saúde. São elas: edamame e soja preta” (STUPPIELLO, 2018). Terror dos sojicultores, as doenças da soja estão entre os fatores que mais reduzem a produtividade da cultura e contribuem para o aumento dos custos de produção. Cerca de 15 a 20% das reduções anuais de produção da cultura tem as doenças como origem. Várias doenças da soja já foram identificadas no Brasil, entre elas estão as causadas por fungos, bactérias, nematóides e vírus. A importância econômica de cada doença varia de ano para ano e de região para região, dependendo das condições ambientais de cada safra (DOENÇA.., 2016). Tessaro (2011), afirma que a doença que atinge a soja delimita bastante sua produção, em média existem 40 (quarenta) tipos de doenças identificadas, sendo elas causadas por bactérias, vírus, nematoides e/ou fungos. A doença sofre influência do meio, onde fatores climáticos, cultivo e época de plantio são essenciais para seu aparecimento ou não. Dentre as doenças existentes iremos destacar algumas. 8 2.1 Ferrugem Asiática Tessaro (2011), afirma que a Ferrugem Asiática (Phakopsora pachyrhizi), é a doença mais comum da soja, foi registrada na safra 2001/2002, deixando de lado algumas doenças como a de final de ciclo, porém, nos últimos anos, doenças como: Antracnose (Colletotrichum truncatum), e a Mancha Alvo (Corynespora cassiicola), vêm se destacando em grande parte das lavouras. (FERRUGEM..., 2018) afirma que: A Ferrugem Asiática foi registrada no Brasil inicialmente em 1947, em Minas Gerais, porém, seu aparecimento é datada no Japão em 1902. É uma doença causada por fungos da espécie Phakopsora: Phakopsora meibomiae. E inicialmente em sua descoberta, ficava restrita a pequenas áreas, porém, em 1998, tornou-se uma epidemia, provocando perdas de 60% a 80% na produção. A doença é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, sendo, hoje, uma das doenças que mais têm preocupado os produtores de soja. O seu principal dano é a desfolha precoce, impedindo a completa formação dos grãos, com conseqüente redução da produtividade. O nível de dano que a doença pode ocasionar depende do momento em que ela incide na cultura, das condições climáticas favoráveis à sua multiplicação. Os danos podem chegar a cerca de 70%. A doença foi diagnosticada pela primeira vez no Brasil em 2001. Devido à facilidade de disseminação do fungo pelo vento, a doença ocorre em praticamente todas as regiões produtoras de soja do país (FERRUGEM..., 2018). O vento é o agente transmissor principal da Ferrugem, provocando a movimentação dos uredósporos, que podem atingir uma distância de 96 km semanalmente, levando a doença a uma área de contaminação de 3 metros por dia. Por tal motivo a doença pode espalha-se rapidamente ou lentamente, dependendo da velocidade do vento, época de plantio e região da plantação (NUNES, 2016). 2.1.1 Sintomas Nunes (2016), nos ensina que: Os primeiros sinais da Ferrugem Asiática são observados nas folhas inferiores através de pontos com coloração diferente com diâmetros de 1 a 2 mm (Figura 1). 9 Figura 1: Sintomas iniciais da Ferrugem Asiática na face abaxial da folha de soja Fonte: Nunes (2016). As lesões depois de um estágio mais avançado apresentam pequenas saliências e atingem diâmetros de 2 a 5 mm, aparecendo nos pecíolos, caule e vagens, adquirindo coloração que variam de castanho-claro a castanho escuro (Figura 2) (NUNES, 2016). Figura 2 – Lesões com coloração castanho a castanho escuro Fonte: FERRUGEM..., (2018). “Á medida que os tecidos infectados morrem, as manchas aumentam de tamanho, podendo chegar a 4 mm e adquirem a cor castanho avermelhada” (Figura 3) (CASTILLO, 2018). Figura 3: Partes mortas das folhas provocada pela Ferrugem Asiática Fonte: Castillo (2018). 10 2.1.2. Perdas na Lavoura (CASTILLO, 2018), ensina: Os principais prejuízos causados pela infecção por esse fungo é o rápido amarelecimento e queda prematura das folhas. Consequentemente, quanto mais precoce ocorrer a desfolha, menor será o tamanho final dos grãos, gerando grandes perdas no rendimento e qualidade final da produção. Quando a doença atinge a cultura na fase de formação das vagens ou no período inicial de granação poderá causar o aborto e queda destas, resultando em perdas quase totais da produção. (FERRUGEM..., 2018), afirma que as lesões provocam uma perda enorme no número de vagens, no peso e número dos grãos, em decorrência da desfolha. Em lugares pelo mundo as perdas variam de 10%, chegando até mesmo a 100%. Já no Brasil as perdas também são alarmantes, e por se tratar de uma doença considerada nova não se tem muitos estudos sobre o impactado na produção. Figura 4: Ferrugem Asiática na lavoura Fonte: Santiago (2017). 2.1.3. Formas de Controle (FERRUGEM..., 2016), afirma que: A ferrugem-asiática da soja é a doença mais severa da cultura da soja e a que demanda maior investimento dos produtores. Os fungicidas são atualmente uma das grandes ferramentas para o controle da doença, o problema, no entanto, é que a rede do Consórcio Antiferrugem, que avalia anualmente a 11 eficiência dos fungicidas, tem identificado reduções na eficiência desses produtos. De acordo com a Empresa Brasileira de Agropecuária (2014), existem 3 grupos de fungicidas que combatem a Ferrugem. São eles: “os Inibidores de desmetilação (IDM, "triazóis"), os Inibidores da Quinona externa (IQe, "estrobilurinas") e os Inibidores da Succinato Desidrogenase (ISDH, "carboxamidas")”.O fungo causador da Ferrugem, sobrevive apenas cinquenta e cinco dias em restos culturais, proliferando-se apenas em um hospedeiro vivo, por tais motivos recomenda-se, a rotação de cultura em plantas que não se encaixam no requisito hospedeiro, que ajudam a combater a proliferação do fungo, um exemplo dessa planta é o milho (BARROS, 2016). 2.2. Crestamento Foliar de Cercospora Conforme Henning et al. (2005), o Crestamento Foliar de Cercospora (Cercospora kikuchii), está disseminada por todo país, diferente de algumas doenças que restringe-se apenas a determinada área. Apesar de se encontrar em todo país é mais incidente na região do cerrado, pela grande variação de períodos de secas e chuvas. 2.2.1. Sintomas Todas as informações contidas nesse tópico, provém de Henning et al. (2005). A doença ataca todas as partes da cultura da soja. Nas folhas os sintomas são mais visíveis, caracterizados por pontos escuros, aderindo uma coloração de castanho-avermelhado, uma vez que agrupados provocam a morte progressiva da folha e desfolha (Figura 5). Figura 5: Sintomas da doença na folha Fonte: Arquivo pessoal. 12 Nas vagens os pontos são vermelhos, evoluindo para o mesmo tom dos sintomas nas folhas, através disso o fungo pode atingir a semente causando manchas púrpuras. Já na haste da soja, a coloração da mancha é avermelhada (Figura 6) Figura 6: Sintomas da doença na semente Fonte: Henning et al. (2005). 2.2.2. Perdas na Lavoura A mancha parda, o crestamento foliar de cercóspora e a mancha púrpura da semente (causadas respectivamente pelos fungos Septoria glycines e Cercospora kikuchii) podem causar reduções de rendimento em mais de 20%. Ambas doenças ocorrem na mesma época e, devido às dificuldades para avaliá-las individualmente, são consideradas como o “complexo de doenças de final de ciclo” (DOENÇA..., 2009). 2.2.3. Formas de Controle De acordo com (MANCHAS..., 2018), a incidência dessa doença pode ser reduzida através da integração do tratamento químico das sementes com a incorporação dos restos culturais e ainda a rotação do plantio da soja com espécies não suscetíveis a doença, como o milho e a sucessão com o milheto. O mesmo autor nos diz ainda que: Desequilíbrios nutricionais e baixa fertilidade do solo tornam as plantas mais susceptíveis, podendo ocorrer severa desfolha antes mesmo de a soja atingir a meia grana (estádio de desenvolvimento R5.4). A aplicação de fungicidas deve ser feita entre os estádios R5.1 e R5.5 se as condições climáticas estiverem favoráveis a ocorrência das doenças, isto é, chuvas frequentes e 13 temperaturas variando de 22ºC a 30ºC. A ocorrência de veranico durante o ciclo da cultura reduz a incidência, tornando desnecessária a aplicação de fungicidas. 2.3. Antracnose A Antracnose (Colletotrichum dematium var. truncata), afeta diretamente a produtividade do agricultor, pois, é considerada uma doença silenciosa, que ataca os órgãos reprodutores da planta, fazendo com que surja vagens sem grãos, caimento do mesmo e das flores, cujo fungo causador é o Colletotrichum, podendo manifestar diferentes sintomas dependendo da região (ANTRACNOSE..., 2017). 2.3.1. Sintomas Henning et al. (2005), afirma que: A Antraquinose pode causar morte de plântula, necrose dos pecíolos e manchas nas folhas, haste e vagens. Pode haver queda total das vagens ou deterioração das sementes quando a atraso na colheita (Figura 7 e 8). As vagens quando infectadas adquirem uma coloração negra ou castanho-escuro distribuídas em pontos. Figura 7: necrose nas vagens Figura 8: necrose na haste Fonte: Henning et al. (2005). Fonte: Henning et al. (2005) 14 2.3.2. Perdas na Lavoura Sousa (2016), nos afirma que determinada doença é uma das principais causas que limitam a obtenção de grandes lucros ou rendimentos. Como as demais doenças, também é mais incidente em determinadas partes do ano, considerando a região produtora e as condições climáticas. As perdas são bastante variáveis, estimadas em torno de 15% a 20%, porém, em casos mais graves esses danos podem chegar a quase 100%. 2.3.3. Formas de Controle Como funciona para as demais doenças, a rotação de cultura seria o mais recomendado, utilizando um espaçamento adequado que varia de 50 à 55 cm, sementes sadias, retiradas das plantas invasoras, uma boa adubação, armazenamento em condição ambiente e tratamento de sementes com fungicidas (ANTRACNOSE..., 2017). 15 3. Atividades desenvolvidas durante o estágio O estágio supervisionado teve duração de 180 (cento e oitenta) horas e ocorreu durante o ano de 2017, nos mesês de Fevereiro, Março e Abril, no laboratório agronômico Xingu Pesquisa e Consultoria Agronômica LTDA. Na propriedade são realizadas inúmeras atividades, tais como: acompanhamento de aplicação de herbicida, avaliação de doenças, contagem de vagens, medição de “stand” e plantas por metros, contudo, o estágio foi voltado a analisar o efeito de algumas doenças na soja em diferentes variedades e que receberam aplicação de herbicida, considerando se o mesmo funcionou ou não e qual foi de maior e menor incidência em relação ao surgimento da doença. Todo o estágio foi realizado no mesmo local, completando assim às 180 horas, distribuídas em 8 horas diárias, durando cerca de 23 dias, sendo possível acompanhar quase todas as atividades que envolviam o cultivo da soja. 3.1. Caracterização da empresa O laboratório agronômico Xingu Pesquisa e Consultoria Agronômica LTDA, localizada-se na Br. 158, sentido Porto Alegre do Norte, tendo como proprietário Dr. Dênis Tomás Ramos. A empresa tem por objetivo, avaliar as doenças que surgem em diversas culturas, como o algodão, milho, soja e entre outras. 3.2. Atividades acompanhadas Todas as atividades eram supervisionadas ou direcionadas por um Agrônomo, geralmente realizada em grupo, com os demais estagiários. 3.2.1. Aplicação de fungicida No início do ciclo da soja, foi aplicado um fungicida não revelado pela empresa, tendo como objetivo testar a eficiência do produto, no qual seria avaliado com o surgimento de determinada doença, ou não. O processo pôde ser acompanhado, porém, de longe (Figura 9). 16 Figura 9: Aplicação de fungicida Fonte: arquivo pessoal. 3.2.2. Contagem de vagens Inicialmente eram retiradas algumas plantas para realização da contagem de vagens, separadas em pequenos sacos de papéis dependendo da quantidade de grãos (Figuras 10, 11 e 12). Figura 10: Plantas selecionadas Fonte: arquivo pessoal. 17 Figura 11: contagem de grãos Fonte: arquivo pessoal. Figura 12: vagens separadas em sacos de papel Fonte: arquivo pessoal. Todas as vagens que continham sinais de Antracnose eram anotadas com o objetivo de avaliar se o fungicida usado, foi satisfatório ou não. 3.2.3. Coleta das folhas As folhas eram coletadas geralmente 10 (dez) em cada bloco, (cada um contendo tratamentos distintos), com o intuito de avaliar se a mesma continha determinada doença. Eram colocadas em sacos plásticos, enroladas com fita para suaidentificação (Figuras 13 e 14). 18 Figura 13: Blocos distintos de variedade de soja e tratamento Fonte: arquivo pessoal. Figura 14: Folhas coletadas e colocadas em saco plástico Fonte: arquivo pessoal. 3.2.4. Avaliação de doença Depois das folhas já selecionadas e coletadas as mesmas passavam pelo microscópio, folha por folha, para determinar o estágio da doença. Determinado trabalho exigia grande atenção do funcionário, pois, se torna uma atividade demorada e repetitiva, fazendo com que o trabalhador perca o interesse (Figura 15). 19 Figura 15: Avaliação de doença no microscópio Fonte: arquivo pessoal. Outro método mais simples utilizado consistia em avaliar a doença presente na folha da soja através de um guia específico para cada doença. Sendo possível identificar o estágio da Ferrugem Asiática, Crestamento Foliar de Cercospora e Antracnose (Figura 16). Figura 16: Guia de avaliação Fonte: arquivo pessoal. 3.2.5. Doenças encontradas na lavoura Todas as doenças que surgiam na plantação eram avaliadas, determinada seu estágio e relatadas. Tendo seu manual de identificação, como descrito no tópico anterior (Figuras 17, 18, 19 e 20). 20 Figura 17: Estágio inicial da Ferrugem Asiática Fonte: arquivo pessoal. Figura 18: Planilha de avaliação da Ferrugem Asiática Fonte: arquivo pessoal. O Crestamento Foliar de Cercospora foi a de maior incidência na propriedade, atingindo estágios bem avançados de anomalias. 21 Figura 19: Cercospora na folha Fonte: arquivo pessoal. A antracnose apresentou seus sintomas principalmente nas vagens, no qual trouxeram grandes prejuízos a lavoura, pois, a parte de interesse comercial da soja são os grãos, no qual também foram afetados. Figura 20: Antracnose nas vagens Fonte: arquivo pessoal. Depois de avaliadas todas as doenças, os resultados eram passados para o responsável, que montava os relatórios para as empresas contratante dos serviços. 3.2.6. Avaliação de “Stand” De maneira simples podemos dizer que determinado termo significa a população de planta por metro linear de uma área (Figura 22). Para a realização dessa atividade foi necessário 22 o uso de uma régua em forma de bastão e fita métrica, onde eram retiradas em 3 (três) medidas de pontos aleatórios em cada bloco de plantação. Ao final era retirado uma média dos valores, para chegar a um resultado (Figura 21). Figura 21: medição da altura das plantas Figura 22: Contagem de plantas por metro Fonte: arquivo pessoal. Fonte: arquivo pessoal. A empresa não detém dos equipamentos necessários para o plantio das culturas, por isso em épocas de safras, alugam-se os materiais necessários. Contudo, tal empecilho não impede que a empresa produza com qualidade. Depois da análise das doenças que ocorreram durante o ciclo da soja, as que estão em perfeito estado de sanidade são comercializadas. 23 4. Considerações finais A Empresa do estágio supervisionado é um grande exemplo de responsabilidade e compromisso, realizando pesquisa com fungicidas, para combater ou até mesmo prevenir doenças na soja, cultura de grande importância econômica para nosso estado e país. Dada a importância que a doença acarreta, torna-se necessário o desenvolvimento de formas de identificação mais precoce e combate eficaz, objetivo no qual é o principal da empresa. Disponibilizando tais recursos alcançados para as empresas contratantes dos serviços que sofrem grande perda em relação à doença. Recurso no qual será mais tarde vendidos a agricultores que sofrem com tais problemas. O estágio teve grande importância na formação do curso Técnico em Agropecuária, servindo como outro meio de aprendizado, levando como base as experiências adquiridas em sala de aula. 24 5. Referências bibliográficas A HISTÓRIA DA SOJA: No Basil, 2018. Disponível em: <http://www.aprosoja.com.br/soja- e-milho/a-historia-da-soja>. 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