Baixe o app para aproveitar ainda mais
Leia os materiais offline, sem usar a internet. Além de vários outros recursos!
Prévia do material em texto
Direito Civil I N T E N S I V O I Aula Data Tema Professor Obs.: 01 29 07 10 Personalidade e Capacidade Pablo Stolze G. 02 05 08 10 Capacidade Pablo Stolze G. 03 11 08 10 Direitos da Personalidade I Cristiano Farias 04 19 08 10 Direitos da Personalidade II Cristiano Farias (faltei) 05 25 08 10 Direitos da Personalidade III Cristiano Farias 06 09 09 10 Pessoa Física II e Pessoa Jurídica I Pablo Stolze G. 07 16 09 10 Pessoa Jurídica II Pablo Stolze G. 08 23 09 10 Pessoa Jurídica III e Bem de família Pablo Stolze G. 09 30 09 10 Bem de Família II ‘’ 10 07 10 10 Teoria dos Fatos Jurídicos ‘’ 11 14 10 10 Vícios do Negócio Jurídico I ‘’ 12 22 10 10 Vícios do Negócio Jurídico II / Prescrição e Decadência ‘’ 13 27 10 10 Fraude contra credores ‘’ Aula internet 14 28 10 10 Direito das Obrigações I ‘’ 15 04 11 10 Direito das Obrigações II ‘’ 16 18 11 10 Direito das Obrigações III ‘’ 17 19 11 10 Responsabilidade Civil I ‘’ 18 25 11 10 Responsabilidade Civil II ‘’ 19 26 11 10 Responsabilidade Civil III ‘’ 20 03 12 10 Responsabilidade Civil IV ‘’ 21 06 12 10 Direito de Família I e II ‘’ Aula extra 22 09 12 10 Direito de Família III ‘’ 23 24 25 Sumário SUMÁRIO ............................................................................................................................................................. 2 1 PERSONALIDADE JURÍDICA .................................................................................................................. 8 1.1 Pessoa Física ou Natural ................................................................................................................................... 8 1.1.1 Teoria Natalista ....................................................................................................................................................... 8 1.1.2 Teoria da Personalidade Formal ou Condicional ..................................................................................................... 8 1.1.3 Teoria da Concepcionista ........................................................................................................................................ 8 2 CAPACIDADE .............................................................................................................................................. 9 2.1 Capacidade de Direito ou de Gozo .................................................................................................................... 9 2.2 Capacidade de Fato ou de Exercício ................................................................................................................ 10 2.3 Emancipação .................................................................................................................................................. 12 2.4 Extinção da pessoa física ................................................................................................................................ 14 2.5 Comoriência ................................................................................................................................................... 15 2.6 Efeitos da redução da maioridade civil ............................................................................................................ 15 2.6.1 O cancelamento da pensão alimentícia é automático ou não? ............................................................................ 15 2.6.2 Limite etário para seguro da lei previdenciária ..................................................................................................... 15 3 DIREITOS DA PERSONALIDADE ....................................................................................................... 17 3.1 Personalidade Jurídica .................................................................................................................................... 17 3.2 Capacidade Jurídica ........................................................................................................................................ 17 3.2.1 Direitos da Personalidade x Liberdades Públicas .................................................................................................. 18 3.2.2 Momento aquisitivo e Momento Extintivo dos Direitos da Personalidade .......................................................... 19 3.3 Momento extintivo dos Direitos da Personalidade .......................................................................................... 20 3.4 Fontes do Direito da Personalidade ................................................................................................................ 21 3.5 Direitos da Personalidade e Pessoa Jurídica .................................................................................................... 21 3.6 Características do Direito de Personalidade .................................................................................................... 22 3.7 Limites para o ato de restrição voluntária de Direitos de Personalidade .......................................................... 22 3.8 Outras características dos Direitos de Personalidade ...................................................................................... 23 3.9 Conflito entre os Direitos da Personalidade e Liberdade de Imprensa ou de Expressão .................................... 24 3.10 Proteção Jurídica dos Direitos da Personalidade ............................................................................................. 25 3.11 Tutela Preventiva dos Direitos da Personalidade ............................................................................................. 25 3.12 Tutela Reparatória.......................................................................................................................................... 27 3.13 Direito da Personalidade das pessoas públicas ................................................................................................ 28 3.14 Classificação dos Direitos da Personalidade no Código Civil ............................................................................. 29 3.14.1 Tutela Jurídica do corpo vivo ............................................................................................................................ 29 3.14.2 Tutela Jurídica do corpo morto ......................................................................................................................... 31 3.14.3 Autonomia do paciente .................................................................................................................................... 31 3.14.4 Direito ao nome civil ......................................................................................................................................... 31 3.14.5 Direito de Imagem ............................................................................................................................................ 33 3.14.6 Direito à vida privada ou privacidade ............................................................................................................... 34 4 PESSOA JURÍDICA .................................................................................................................................. 35 4.1 Conceito ......................................................................................................................................................... 35 4.2 Teorias explicativas da pessoa jurídica ............................................................................................................35 4.2.1 Corrente Negativista ............................................................................................................................................. 35 4.2.2 Corrente Afirmativistas ......................................................................................................................................... 35 4.3 Aquisição da personalidade pela pessoa jurídica ............................................................................................. 35 4.3.1 Grupo despersonificado ou de personificação anômala ....................................................................................... 36 4.3.2 Dano moral em pessoa jurídica ............................................................................................................................. 36 4.4 Espécies de pessoas jurídicas de Direito Privado ............................................................................................. 37 4.5 Associações .................................................................................................................................................... 38 4.5.1 Estrutura a associação ........................................................................................................................................... 38 4.5.2 O associado poderá ser excluído da associação? .................................................................................................. 38 4.6 Sociedades ..................................................................................................................................................... 40 4.6.1 Sociedade Empresária e Simples ........................................................................................................................... 40 4.6.2 Sociedades Cooperativas ...................................................................................................................................... 40 4.7 Fundações ...................................................................................................................................................... 41 4.7.1 Ministério Público e as Fundações ........................................................................................................................ 41 4.8 Extinção da pessoa jurídica ............................................................................................................................. 42 4.9 Desconsideração da Pessoa Jurídica (disregard doctrine) ................................................................................ 42 4.9.1 Histórico ................................................................................................................................................................ 42 4.9.2 Conceito de desconsideração ............................................................................................................................... 43 4.9.3 Teoria Ultra Vires Societatis .................................................................................................................................. 43 4.9.4 Direito Positivo ...................................................................................................................................................... 43 4.9.5 Teorias Maior e Menor da desconsideração ......................................................................................................... 44 4.9.6 Questões especiais pertinentes à desconsideração da pessoa jurídica ................................................................ 45 4.10 Bem de família ............................................................................................................................................... 45 4.10.1 Referencial histórico ......................................................................................................................................... 45 4.10.2 Espécies de bem de família ............................................................................................................................... 45 4.10.3 Exceções à impenhorabilidade do bem de família legal ................................................................................... 47 5 DOMICÍLIO ............................................................................................................................................... 49 5.1 Importância do instituto ................................................................................................................................. 49 5.2 Conceito de domicílio ..................................................................................................................................... 49 5.2.1 Domicílio da Pessoa Física ..................................................................................................................................... 49 5.2.2 Domicílio da Pessoa Jurídica ................................................................................................................................. 50 5.3 Espécies de Domicílio ..................................................................................................................................... 50 5.3.1 Domicílio Voluntário.............................................................................................................................................. 50 5.3.2 Domicílio Especial ou de Eleição ........................................................................................................................... 50 5.3.3 Domicílio Legal ou Necessário ............................................................................................................................... 50 6 BEM JURÍDICO ........................................................................................................................................ 51 6.1 Noções Gerais de Bens Jurídicos aplicáveis ao concurso público ...................................................................... 52 6.1.1 Bem Imóvel por força de lei .................................................................................................................................. 53 6.1.2 Bens duráveis e não duráveis ................................................................................................................................ 53 6.1.3 Bens reciprocamente considerados ...................................................................................................................... 53 7 TEORIA DO FATO JURÍDICO ............................................................................................................... 55 7.1 Fato Jurídico ................................................................................................................................................... 55 7.1.1 Classificação dos Fatos Jurídicos ........................................................................................................................... 55 7.2 Teorias Explicativas do Negócio Jurídico ......................................................................................................... 56 7.2.1 Corrente voluntarista ou Teoria da Vontade (WILLENSTHEORIE) ......................................................................... 56 7.2.2 Teoria da Declaração (ERKLÄRUNGSTHEORIE) ...................................................................................................... 56 7.3 Planos de análise do Negócio Jurídico ............................................................................................................. 56 7.3.1 Planos de Existência .............................................................................................................................................. 57 7.3.1.1 Manifestação da vontade .............................................................................................................................57 7.3.1.2 Agente emissor da vontade .......................................................................................................................... 57 7.3.1.3 Objeto ........................................................................................................................................................... 57 7.3.1.4 Forma do negócio ......................................................................................................................................... 57 7.3.2 Plano de Validade .................................................................................................................................................. 57 7.3.2.1 Vontade livre e de boa‐fé ............................................................................................................................. 58 7.3.2.2 Agente capaz e legitimado ........................................................................................................................... 58 7.3.2.3 Objeto lícito, possível e determinado ou determinável ............................................................................... 58 7.3.2.4 Forma livre ou prescrita em lei ..................................................................................................................... 58 7.3.3 Plano de Eficácia .................................................................................................................................................... 58 8 VÍCIOS DO NEGÓCIO JURÍDICO ......................................................................................................... 59 8.1 Erro (art. 138 do CC – Do Erro ou Ignorância) .................................................................................................. 59 8.1.1 Espécies de erro .................................................................................................................................................... 59 8.1.1.1 Erro sobre o objeto ....................................................................................................................................... 59 8.1.1.2 Erro sobre o negócio .................................................................................................................................... 59 8.1.1.3 Erro sobre pessoa ......................................................................................................................................... 59 8.1.1.4 Erro de direito .............................................................................................................................................. 59 8.2 Dolo ............................................................................................................................................................... 60 8.3 Coação ........................................................................................................................................................... 61 8.4 Estado de perigo ............................................................................................................................................. 61 8.5 Simulação....................................................................................................................................................... 62 8.5.1 Espécies de simulação ........................................................................................................................................... 62 8.6 Lesão .............................................................................................................................................................. 63 9 PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA ............................................................................................................. 64 9.1 Causas impeditivas, suspensivas e interruptivas da prescrição ........................................................................ 65 9.2 Características fundamentais da prescrição e decadência ................................................................................ 65 10 FRAUDE CONTRA CREDORES ........................................................................................................ 68 10.1 Hipóteses de fraude contra credores no Código Civil ....................................................................................... 68 10.2 Ação Pauliana ................................................................................................................................................. 69 11 INVALIDADES DO NEGÓCIO JURÍDICO ....................................................................................... 69 11.1 Nulidade Absoluta .......................................................................................................................................... 70 11.1.1 Características da Nulidade Absoluta ............................................................................................................... 70 11.2 Nulidade Relativa ........................................................................................................................................... 71 11.2.1 Características da Nulidade Relativa ou Anulabilidade..................................................................................... 71 11.3 Conversão do Negócio Jurídico ....................................................................................................................... 71 12 PLANO DE EFICÁCIA DO NEGÓCIO JURÍDICO ........................................................................... 71 12.1 Modo ou Encargo ........................................................................................................................................... 72 12.2 Condição ........................................................................................................................................................ 72 12.2.1 Classificação da Condição ................................................................................................................................. 73 12.3 Termo ............................................................................................................................................................ 74 13 DIREITO DAS OBRIGAÇÕES ............................................................................................................ 75 13.1 Introdução ..................................................................................................................................................... 75 13.2 Obrigação propter rem ................................................................................................................................... 75 13.3 Obrigação natural ........................................................................................................................................... 75 13.4 Conceito e estrutura da obrigação .................................................................................................................. 75 13.5 Elementos da relação obrigacional.................................................................................................................. 76 13.6 Classificação básica das obrigações ................................................................................................................. 76 13.6.1 Positivas ............................................................................................................................................................ 77 13.6.1.1 Obrigações de dar ......................................................................................................................................... 77 13.6.1.2 Obrigações de Fazer .....................................................................................................................................78 13.6.2 Negativas .......................................................................................................................................................... 79 13.7 Classificação especial das obrigações .............................................................................................................. 80 13.7.1 Obrigações solidárias ........................................................................................................................................ 80 13.7.1.1 Solidariedade Ativa ....................................................................................................................................... 81 13.7.1.2 Solidariedade Passiva ................................................................................................................................... 81 13.7.1.3 Questões especiais envolvendo o tema solidariedade ................................................................................ 82 13.7.2 Obrigações divisíveis e indivisíveis .................................................................................................................... 82 13.7.3 Obrigações alternativas .................................................................................................................................... 83 13.7.4 Obrigações de meio e de resultado .................................................................................................................. 84 13.7.5 Arras .................................................................................................................................................................. 84 13.7.5.1 Arras confirmatórias ..................................................................................................................................... 85 13.7.5.2 Arras penitenciais ......................................................................................................................................... 85 13.7.6 Cláusula Penal ................................................................................................................................................... 86 13.7.6.1 Cláusula Penal Moratória ............................................................................................................................. 86 13.7.6.2 Cláusula Penal Compensatória ..................................................................................................................... 86 13.8 Teoria do Pagamento ..................................................................................................................................... 88 13.8.1 Natureza jurídica do pagamento ...................................................................................................................... 88 13.8.2 Requisitos ou condições do pagamento ........................................................................................................... 88 13.8.2.1 Condições Subjetivas do pagamento ............................................................................................................ 88 13.8.2.2 Condições Objetivas do Pagamento ............................................................................................................. 89 13.8.3 Formas especiais de pagamento ....................................................................................................................... 92 13.8.3.1 Pagamento com subrogação ........................................................................................................................ 92 13.8.3.2 Novação ........................................................................................................................................................ 93 13.8.3.3 Dação em pagamento (datio in solutun) ...................................................................................................... 95 13.9 Compensação ................................................................................................................................................. 96 13.9.1 Compensação legal ........................................................................................................................................... 96 13.9.2 Compensação Convencional ............................................................................................................................. 97 13.9.3 Compensação Judicial ....................................................................................................................................... 97 13.10 Transmissão das obrigações ....................................................................................................................... 97 13.10.1 Cessão de crédito .............................................................................................................................................. 97 13.10.1.1 Responsabilidade pela cessão do crédito ................................................................................................ 97 13.10.2 Cessão de débito ou assunção de dívida .......................................................................................................... 98 13.10.3 Cessão de contrato ou cessão de posição contratual ....................................................................................... 98 13.11 Mora .......................................................................................................................................................... 99 13.11.1 Mora do devedor .............................................................................................................................................. 99 13.11.2 Efeitos da mora do devedor ........................................................................................................................... 100 14 RESPONSABILIDADE CIVIL .......................................................................................................... 101 14.1 Elementos da responsabilidade civil ............................................................................................................. 102 14.1.1 Conduta humana ............................................................................................................................................ 102 14.1.2 Nexo de causalidade ....................................................................................................................................... 102 14.1.2.1 Teoria da equivalência de condições .......................................................................................................... 102 14.1.2.2 Teoria da causalidade adequada ................................................................................................................ 102 14.1.2.3 Teoria da causalidade direta e imediata .................................................................................................... 103 14.1.3 Dano ou prejuízo ............................................................................................................................................. 103 14.1.3.1 Requisitos do dano indenizável .................................................................................................................. 103 14.2 Dano Moral .................................................................................................................................................. 105 14.2.1 Histórico .......................................................................................................................................................... 105 14.2.2 Conceito .......................................................................................................................................................... 105 14.2.3 Quantificação do dano moral .........................................................................................................................105 14.2.3.1 Sistema de tarifamento ou tabelamento legal do dano moral .................................................................. 105 14.2.3.2 Sistema do arbitramento judicial ............................................................................................................... 105 14.3 Causas excludentes da responsabilidade civil ................................................................................................ 106 14.3.1 Estado de Necessidade e Legítima Defesa ...................................................................................................... 107 14.3.2 Estrito Cumprimento do Dever Legal e Exercício Regular de Direito ............................................................. 107 14.3.3 Caso Fortuito e Força Maior ........................................................................................................................... 107 14.3.4 Culpa exclusiva da vítima ................................................................................................................................ 107 14.3.5 Fato de terceiro .............................................................................................................................................. 108 14.4 Responsabilidade Objetiva ........................................................................................................................... 109 14.5 Responsabilidade Pressuposta ...................................................................................................................... 109 14.6 Responsabilidade Civil Indireta ..................................................................................................................... 109 14.6.1 Responsabilidade por ato de terceiro ............................................................................................................. 109 14.6.2 Responsabilidade pelo fato da coisa ou do animal ......................................................................................... 111 14.7 Responsabilidade Civil por erro médico ........................................................................................................ 113 14.7.1 Testemunhas de Jeová .................................................................................................................................... 113 14.7.2 Termo de consentimento informado .............................................................................................................. 114 14.8 Questões especiais na jurisprudência brasileira envolvendo responsabilidade civil ....................................... 114 14.8.1 Responsabilidade Civil dos veículos locados ................................................................................................... 114 14.8.2 Ausência de transferência de veículo envolvido em acidente ........................................................................ 114 14.8.3 Responsabilidade Civil nos casos de carona ................................................................................................... 114 14.8.4 Responsabilidade Civil do transporte aeronáutico ......................................................................................... 114 14.8.5 Responsabilidade Civil envolvendo o condomínio.......................................................................................... 114 15 DIREITO DE FAMÍLIA ..................................................................................................................... 115 15.1 Introdução constitucional à matéria ............................................................................................................. 115 15.2 Conceito de família ....................................................................................................................................... 115 15.3 Casamento ................................................................................................................................................... 116 15.3.1 Natureza Jurídica do casamento ..................................................................................................................... 116 15.3.2 Plano de existência do casamento (pressupostos existenciais do casamento) .............................................. 116 15.3.2.1 Diversidade de sexo .................................................................................................................................... 116 15.3.2.2 Consentimento ........................................................................................................................................... 116 15.3.2.3 Celebração .................................................................................................................................................. 117 15.3.3 Plano da validade ............................................................................................................................................ 117 15.3.3.1 Capacidade do casamento .......................................................................................................................... 117 15.3.3.2 Esponsais, noivado ou promessa de casamento ........................................................................................ 117 15.3.4 Espécies de casamento ................................................................................................................................... 117 15.3.5 Plano da eficácia do casamento ...................................................................................................................... 118 15.3.5.1 Deveres matrimoniais................................................................................................................................. 118 15.3.6 Impedimentos matrimoniais ........................................................................................................................... 120 15.4 União estável ............................................................................................................................................... 121 15.4.1 Histórico .......................................................................................................................................................... 121 15.4.2 Tratamento da união estável pós Constituição Federal de 1988 ................................................................... 122 Quinta‐feira, 29 de julho de 2010. 1 PERSONALIDADE JURÍDICA www.pablostolze.com.br Email: pablostolze@terra.com.br Segundo Clóvis Bevilaqua, mais do que um processo superior de atividade psíquica, a personalidade é uma criação social moldada pela Ordem Jurídica: trata‐se da aptidão genérica para se titularizar direitos e obrigações, ou seja, é a qualidade para ser sujeito de direitos. O sujeito de direito só o é por ser dotado dessa personalidade jurídica. A personalidade jurídica abre dois ramos: pessoa física e pessoa jurídica. 1.1 Pessoa Física ou Natural Pessoa física era chamada de ente de aparência visível, segundo Teixeira de Freitas. Em que momento a pessoa física adquire personalidade jurídica? A resposta é aparentemente simples, tendo em vista o que dispõe a primeira parte do art. 2º do CC brasileiro. Por “nascimento com vida” entende‐se o funcionamento do aparelho cardiorrespiratório do recém‐ nascido, ainda que por um breve instante. Art. 2º ‐ A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. Obs.1: diferentemente do que dispõe o art. 30 do Código da Espanha, o sistema jurídico brasileiro, à luz do Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, não exige que o recém‐nascido tenha forma humana nem tempo mínimo de sobre‐vida. O maior paradoxo da Parte Geral do CC está na segundaparte do art. 2º. Levou Caio Maio a questionar sobre o fato de que se o nascituro tem direitos, não seria ele também considerado uma pessoa? A questão é de alta indagação; isso porque a segunda parte do mesmo artigo reconhece ao nascituro (o ente concebido, mas ainda não nascido) “direitos” como se dotado de personalidade jurídica fosse. Nessa linha, a doutrina desenvolve uma acesa polêmica, baseando‐se fundamentalmente em três teorias: 1.1.1 Teoria Natalista (desenvolvida por Vicente Ráo, Eduardo Espínola, Sílvio Venosa) Para a Teoria Natalista, ainda tradicional em nosso Direito, a personalidade somente seria adquirida a partir do nascimento com vida, de maneira que o nascituro não seria considerado pessoa, gozando de mera expectativa de direito. Obs.2: não se deve denominar de nascituro (que tem vida intra‐uterina) o embrião conservado em laboratório. É aquele que já está implantado no ventre materno. Esta é a teoria que dá mais recepção ao desenvolvimento de pesquisas com células‐tronco, pois a personalidade só é adquirida com nascimento com vida. 1.1.2 Teoria da Personalidade Formal ou Condicional (desenvolvida por Maria Helena Diniz e Serpa Lopes) O nascituro seria dotado de uma personalidade formal tão somente no que se refere a direitos personalíssimos, uma vez que, no que tange a efeitos patrimoniais só seria considerado pessoa a partir (e sob a condição) do nascimento com vida. Considera o nascituro como uma quase‐pessoa, pois é considerado pessoa quanto aos direitos de proteção à vida, à proteção no útero, mas para direitos patrimoniais não teria a qualidade de pessoa. 1.1.3 Teoria da Concepcionista (defendida por Teixeira de Freitas, Clóvis Beviláqua, Silmara Chinelato) Página | 9 CAPACIDADE > Capacidade de Direito ou de Gozo Esta é a teoria, mais arrojada de todas, afirma peremptoriamente que o nascituro é pessoa desde a concepção, inclusive para determinados efeitos patrimoniais. Não irá se preocupar em dizer que o nascituro tem personalidade formal para alguns aspectos e material para outros, como na teoria da personalidade formal ou condicional. Essa teoria tem nítida influência francesa e é a que melhor explica a proteção jurídica e o reconhecimento dos direitos do nascituro. Independentemente da teoria adotada, o fato é que a legislação brasileira protege o nascituro, em diversos dispositivos, reconhecendo‐lhe, não uma mera expectativa, mas verdadeiros direitos (ver no material de apoio quadro esquemático a respeito da matéria). (Ler artigo sobre a Emenda do Divórcio) No atual estágio do direito civil, não se pode dizer Obs.3: a recente lei 11.804/08, reforçando a corrente Concepcionista, na linha da Jurisprudência do TJ/RS, quanto aos efeitos patrimoniais, reconhece alimentos em favor do nascituro – chamados alimentos gravídicos. O próprio STJ já admitiu indenização por dano moral em favor do nascituro (RESP 399.028/SP1). O caso é de um pai que foi morto e que aguardava o nascimento de um filho. O nascituro vem à luz e ingressa com uma ação requerendo indenização por sofrer dano moral de não ter conhecido o pai. Obs.4: o que se entende por natimorto? Trata‐se daquele ente nascido morto (a esse respeito ver o enunciado nº1 da Primeira Jornada de Direito Civil2). O enunciado não é jurisprudência, mas sim um encontro realizado em razão das dúvidas que surgiram com o Novo Código Civil. Qual foi a Teoria explicativa do nascituro adotada pelo CC brasileiro? Segundo Clóvis Beviláqua cujo pensamento serviu de matriz ao art. 2º do Código Novo, em sua obra – Comentários ao Código Civil (Ed. Rio, 1975, pg. 178), o legislador teria pretendido abraçar a teoria natalista, “por ser mais prática”, mas em diversos pontos do ordenamento experimenta a influência concecpcionista, reconhecendo ao nascituro direitos como se fosse pessoa. 2 CAPACIDADE Desdobra‐se em dois conceitos: capacidade de direito (GOZO) e a capacidade de fato (EXERCÍCIO). A pessoa que possui ambas capacidades chama‐se CAPACIDADE PLENA. 2.1 Capacidade de Direito ou de Gozo Trata‐se da capacidade genérica QUE QUALQUER PESSOA TEM, simplesmente por ser dotada de personalidade. Capacidade potencial de gozo e direitos. Ex.: nascituro com 3 meses de gestação, incapaz mentalmente têm capacidade de direito. Qual seria a diferença entre a capacidade de direito e a personalidade? 1 DIREITO CIVIL. DANOS MORAIS. MORTE. ATROPELAMENTO. COMPOSIÇÃO FÉRREA. AÇÃO AJUIZADA 23 ANOS APÓS O EVENTO. PRESCRIÇÃO INEXISTENTE. INFLUÊNCIA NA QUANTIFICAÇÃO DO QUANTUM. PRECEDENTES DA TURMA. NASCITURO. DIREITO AOS DANOS MORAIS. DOUTRINA. ATENUAÇÃO. FIXAÇÃO NESTA INSTÂNCIA. POSSIBILIDADE. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. I ‐ Nos termos da orientação da Turma, o direito à indenização por dano moral não desaparece com o decurso de tempo (desde que não transcorrido o lapso prescricional), mas é fato a ser considerado na fixação do quantum. II ‐ O nascituro também tem direito aos danos morais pela morte do pai, mas a circunstância de não tê‐lo conhecido em vida tem influência na fixação do quantum. III ‐ Recomenda‐ se que o valor do dano moral seja fixado desde logo, inclusive nesta instância, buscando dar solução definitiva ao caso e evitando inconvenientes e retardamento da solução jurisdicional. 2 1.1 PARTE GERAL ‐ 1 – Art. 2º: A proteção que o Código defere ao nascituro alcança o natimorto no que concerne aos direitos da personalidade, tais como: nome, imagem e sepultura. 2 – Art. 2º: Sem prejuízo dos direitos da personalidade nele assegurados, o art. 2º do Código Civil não é sede adequada para questões emergentes da reprogenética humana, que deve ser objeto de um estatuto próprio. Página | 10 CAPACIDADE > Capacidade de Fato ou de Exercício Segundo Orlando Gomes, nos dias de hoje a noção da capacidade de direito confunde‐se com o próprio conceito de personalidade. É como se fossem faces de uma mesma moeda, não há como traçar distinção entre capacidade e personalidade, pois todos tem capacidade de direito por serem dotadas de personalidade jurídica. 2.2 Capacidade de Fato ou de Exercício Já a capacidade de fato traduz a aptidão para PESSOALMENTE praticar atos na vida civil: ausente este atributo haverá a denominada incapacidade civil, que poderá ser absoluta ou relativa. Obs.5: não posso confundir “capacidade com legitimidade”. A legitimidade, noção oriunda do processo civil, traduz uma pertinência subjetiva para a prática de determinado ato (Calmon Passos); nessa linha temos que a ilegitimidade, nada tendo a ver com incapacidade, resulta num impedimento específico para prática de um ato jurídico (arts. 1749, I3 e 1521, IV4 do CC). Quando uma pessoa é ilegítima não significa que ela seja incapaz. Ex.: dois irmãos, desejam casar‐se entre si. Ambos são capazes para qualquer ato civil, porém ilegítimos para o casamento. A incapacidade civil absoluta está no art. 3º do CC ‐ são representados. A incapacidade civil relativa está no art. 4º do CC – são assistidos. Obs.6: o que se entende por benefício do “restitutio in integrum” (benefício de restituição)? Este benefício, oriundo do antigo Direito Romano, permitia ao incapaz exigir de volta aquilo que ele pagou, em negócio jurídico celebrado com a observância de todas as formalidades legais, inclusive de representação. Por sua manifesta insegurança jurídica, o Código de 1916 expressamente o rechaçava em seu art. 8º. Embora o Novo Código nada diga, a mantença da vedação é extremamente razoável. Ex.: menor incapaz pode celebrar contrato, mas não poderá arrepender‐se e voltar atrás.I. Incapacidade Absoluta (art. 3º) Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: I ‐ os menores de dezesseis anos; II ‐ os que, por enfermidade ou deficiência mental, NÃO tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; III ‐ os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. a. Menores de dezesseis anos são os chamados menores impúberes. Ex.: deverá se ouvir menor impúbere em audiência quando envolva direitos de seu interesse? Podendo deve ouvir, mas a vontade do incapaz não vincula o juiz. Obs.7: o enunciado 138 da III Jornada de Direito Civil5 estabelece que a vontade do absolutamente incapaz deve ser considerada em situações existenciais que lhe toquem. b. Enfermos ou deficiência mental – sem o necessário discernimento para prática dos atos da vida civil. Mediante procedimento de interdição (art. 1177 a 1186 do CPC) o juiz de direito, após interrogatório e perícia médica, deverá declarar a incapacidade, decretando a interdição do incapaz, nomeando‐lhe curador. Registrada e publicada a sentença, todos os atos a partir daí praticados pelo incapaz sem o curador são nulos de pleno direito. Mesmo que a patologia seja cíclica, qualquer ato deve ter a presença de seu curador, sob pena de nulidade absoluta. A sentença seria declaratória, contrário ao entendimento de Fredie Didier que entende ser sentença constitutiva. 3 Art. 1.749. Ainda com a autorização judicial, não pode o tutor, sob pena de nulidade: I ‐ adquirir por si, ou por interposta pessoa, mediante contrato particular, bens móveis ou imóveis pertencentes ao menor; 4 Art. 1.521. Não podem casar: [...] IV ‐ os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; 5 138 – Art. 3º: A vontade dos absolutamente incapazes, na hipótese do inc. I do art. 3o, é juridicamente relevante na concretização de situações existenciais a eles concernentes, desde que demonstrem discernimento bastante para tanto. Página | 11 CAPACIDADE > Capacidade de Fato ou de Exercício O ato praticado pelo incapaz ainda não interditado, poderia ser impugnado? O CC brasileiro é omisso a esse respeito, embora a nossa doutrina (Orlando Gomes, Sílvio Rodrigues) enfrenta a questão especialmente amparada no Direito Italiano (ver também a redação original do art. 503 do CC da França antes da lei de 5 de março 2007). O ato deve ser impugnado, se concorrerem três requisitos: 1º ‐ a incapacidade do agente; 2º ‐ prejuízo ao incapaz; 3º ‐ a má‐fé da outra parte. A má‐fé deve ser aferida circunstancialmente – analisando‐se no caso concreto. c. Quem não puder exprimir sua vontade – mesmo que transitoriamente. Não se trata de doença mental, diz que é absolutamente incapaz, mesmo que por causa transitória, que priva sua capacidade de discernimento. Ex.: pessoa em estado de coma. Esta circunstância significa uma causa episódica – temporária ou não. Pode ser que se crie hipótese de interdição, mas não necessariamente. A intoxicação fortuita – quando alguém é drogado e não sabe o que faz. O antigo CC dizia que o surdo‐mudo que não tinha habilidade para manifestar a vontade era reconhecido como absolutamente incapaz, assim como aquele declarado ausente. Obs.7: no Novo CC, a ausência é tratada como causa de morte presumida (art. 6º); já o surdo‐mudo sem habilidade especial para manifestar vontade está implicitamente contemplado no inciso III do art. 3º, uma vez que, se causa temporária pode gerar incapacidade absoluta, quanto mais a permanente. A senilidade (idade avançada) não é, por si só, causa de incapacidade civil. Página | 12 CAPACIDADE > Emancipação Quinta‐feira, 05 de agosto de 2010. II. Incapacidade Relativa (art. 4º) Art. 4º ‐ São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: I ‐ os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II ‐ os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento REDUZIDO; III ‐ os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; IV ‐ os pródigos. Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial. a. Maiores de dezesseis de menores de 18 anos – são os chamados menores púberes. b. A embriaguês, o vício e a deficiência que provoca o discernimento reduzido gera a incapacidade relativa, contrário do discernimento nulo em razão da embriaguês, deficiência mental e o vício, o que provocará a incapacidade absoluta. No procedimento de interdição, sobretudo diante da perícia médica, irá graduar os poderes do curador e irá dizer se a incapacidade é absoluta ou relativa. c. Os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo. Alguns autores dizem ser desnecessário esse inciso, pois estaria previsto no anterior. Segundo o professor estaria correto, pois destinou o um inciso especial para os excepcionais. d. Os pródigos – a prodigalidade é um grave desvio de comportamento por meio do qual a pessoa compulsivamente tende a destruir o seu patrimônio, reduzindo‐se à miséria. O viciado em jogo tem uma tendência à prodigalidade, sem limite. ‐ Por que existe interesse social na interdição do pródigo? Além do próprio interesse público atinente ao Sistema de Seguridade Social, bem como a preservação da estabilidade econômica de sua própria família, a teoria do estatuto jurídico do patrimônio mínimo (Luiz Edson Fachin) justifica a medida protetiva em face do pródigo. Se o pródigo dilapidar todo seu patrimônio e ficar na miséria irá bater às portas do Estado. Obs.: o Estatuto Jurídico do Patrimônio Mínimo, tese desenvolvida por Luiz Edson Fachin, na perspectiva de proteção à Dignidade da Pessoa Humana, sustenta que as normas infraconstitucionais devem resguardar para cada pessoa um mínimo de patrimônio, não apenas para que sobreviva, mas para que tenha vida digna. Ex.: as normas de bem de família – mínimo impenhorável. A interdição do pródigo é diferente das outras figuras, pois o curador do pródigo, nos termos do art. 1782 do CC6, somente deverá assisti‐lo em atos de repercussão patrimonial. ‐ Para se casar o pródigo precisa da manifestação prévia do seu curador? A manifestação do curador do pródigo restringe‐se a aspectos de cunho patrimonial: a escolha do regime de bens. e. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial – o CC de 1916 considerava o índio relativamente incapaz, mas o Novo CC não tratou da capacidade do índio remetendo‐o à lei especial. Esta lei especial é o Estatuto do Índio (Lei 6.001/73). Obs.: o art. 8º do Estatuto do Índio7 considera nulo o ato praticado pelo índio, ressalvada a hipótese de ele revelar consciência e conhecimento do ato praticado. Os índios são representados e assistidos pela FUNAI. A maioridade civil é atingida quando completamos 18 anos. Segundo Waschington de Barros Monteiro a maioridade é atingida no primeiro instante do dia em que os dezoito anos se completam, a partir daí terá capacidade plena para atos da vida civil. Maioridade civil e penal. Existe um instituto que permite a antecipação da capacidade plena – chamada Emancipação. 2.3 Emancipação 6 Art. 1.782. A INTERDIÇÃO do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera administração. 7 Art. 8º São nulos os atos praticados entre o índio não integrado e qualquer pessoa estranha à comunidadeindígena quando não tenha havido assistência do órgão tutelar competente. Parágrafo único. Não se aplica a regra deste artigo no caso em que o índio revele consciência e conhecimento do ato praticado, desde que não lhe seja prejudicial, e da extensão dos seus efeitos. Página | 13 CAPACIDADE > Emancipação I. Conceito: a emancipação, instituto jurídico também tratado no Direito estrangeiro (a exemplo do art. 133 do Código de Portugal), é regulado no Brasil no parágrafo único do art. 5º e pode ser definido como o instituto pelo qual antecipa‐se a capacidade plena. Nessa linha, a emancipação pode ser de três espécies. a. Emancipação Voluntária (art. 5º, § ún., I – 1ª parte) b. Emancipação Judicial (art. 5º, § ún., I – 2ª parte) c. Emancipação Legal (art. 5º, § ún., II a V) II. Emancipação Voluntária: é aquela concedida pelos pais, ou por um deles na falta do outro, em caráter irrevogável, mediante instrumento público, independentemente da homologação do juiz, desde que o menor tenha pelo menos 16 anos completos. A emancipação acaba com o poder familiar dos pais perante os filhos, uma vez emancipado o menor, ele deixa de estar sob o poder parental de ambos, portanto é um ato conjunto e não é cabível somente ao pai conceder. O fato de um dos pais possuir a guarda do filho não dá a ele o exclusivo direito de disposição do poder parental. Obs.: é recomendável que o menor a ser emancipado participe do ato emancipatório – não para autorizar ou desautorizar, dele tomando ciência, uma vez que repercutirá em sua esfera jurídica. Havendo qualquer litígio entre pai e mãe sobre a concessão, o juiz deverá decidir. 0Obs.: Sílvio Venosa, com propriedade, anota que, no caso da emancipação voluntária, para se evitar que a vítima fique irressarcida, em respeito ao Princípio do Neminem Laedere (a ninguém é dado causar prejuízo a outrem), afirma a responsabilidade dos pais até que o menor complete 18 anos de idade ‐ mesmo emancipado. III. Emancipação Judicial: é a concedida pelo juiz, ouvido o tutor, desde que o menor tenha 16 anos completos. Pode ser requerido pelo tutor ou também pelo MP. IV. Emancipação Legal: o casamento emancipa. A capacidade núbil do Código de 1916 era de 18 anos para homem e 16 anos para mulher em razão do seu amadurecimento anterior. No novo CC a partir dos 16 anos de idades as partes estão aptas para o casamento. Em havendo posteriormente o divórcio ou a separação judicial, o emancipado não retorna à situação de incapacidade. Art. 5º ‐ A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. Parágrafo único. Cessará, PARA OS MENORES, a incapacidade: I ‐ pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; II ‐ pelo casamento; III ‐ pelo exercício de emprego público efetivo; IV ‐ pela colação de grau em curso de ensino superior; V ‐ pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha ECONOMIA PRÓPRIA. Obs.: sabemos que a separação e o divórcio não interferem na emancipação obtida por conta do casamento, mas uma vez invalidado o matrimônio (na linha de pensamento de autores como Zeno Veloso, Flávio Tartuce, José Simão) a sentença que anula ou decreta a nulidade do casamento tem efeito retroativo, razão por que, concluímos, salvo no casamento putativo, as partes retornam ao estado anterior e a emancipação logicamente cai. A sentença que invalida o casamento projeta seus efeitos para traz e o registro do casamento é cancelado, tornando‐se solteiro. Emancipa também por força de lei o exercício de emprego público efetivo – segundo o professor existe uma atecnia. Pois emprego público deve ser entendido como função pública em âmbito geral, embora os editais e as leis que regem os funcionários públicos não permitam o ingresso com idade inferior a 18 anos. É considerado emancipado desde o início do exercício da função pública. Página | 14 CAPACIDADE > Extinção da pessoa física Obs.: Maria Helena Diniz, lembra que mera função de confiança ou simples contrato temporário com a Administração Pública não gera a emancipação legal. Terceira hipótese de emancipação legal: emancipa também a colação de grau em curso de ensino superior. Emancipa‐se também pela manutenção de estabelecimento civil, comercial ou existência de relação de emprego e em razão deles tenha economia própria. A lei não exige que uma sentença declare que o menor tenha economia própria. Inclusive poderá ser levantada em uma demanda proposta contra esse menor ou mesmo por ele. ‐ Economia própria para efeito de se emancipar o menor? O Ordenamento Civil Brasileiro, sobretudo após a vigência do CC de 2002, consagrou um sistema aberto de normas, caracterizado pela consagração de conceitos indeterminados e cláusulas gerais. Expliquemos. O CC de 2002, segundo o professor Miguel Reale (ver referência de texto no material de apoio 01), consagrou três princípios informativos: o da Socialidade, o da Eticidade e o da Operabilidade. Este último deriva exatamente da amplitude de incidência das normas, em conceitos vagos e cláusulas gerais, para melhor permitir a aplicação da lei ao caso concreto. A análise do conceito de economia própria dependerá, portanto, das circunstâncias do caso concreto. Isto tem a ver com a operabilidade para haver dinâmica nas relações jurídicas. Obs.: respeitada parcela da doutrina, a exemplo da professora Judith Martins‐Costa, reconhece que a cláusula geral, a par de conter um conceito aberto, possui uma carga normativa maior, vinculativa da própria atividade do magistrado. ‐‐‐‐‐???A cláusula geral é como se criasse para o juiz uma obrigação auto‐observante As cláusulas gerais tendem a ser tão poderosas que passam a ter natureza principiológica. Ex.: a função social além de uma cláusula geral é um princípio. 2.4 Extinção da pessoa física Nos termos do artigo 6º do CC, a morte marca o fim da pessoa física ou natural. A morte, cujo complexo processo estudado pela tanatologia (ramo da medicina legal) para efeitos jurídicos, nos termos das resoluções 1480/97 e 1826/07 do CFM (Conselho Federal de Medicina), tem como critério científico a parada da função encefálica. A morte encefálica equivale à morte clínica. Obs.: nos termos da LRP (Lei de Registros Públicos), a morte deverá ser atestada por médico, mas onde não houver este profissional duas testemunhas poderão fazê‐lo. I. Morte presumida A ausência (situação daquele que desaparece do seu domicílio sem deixar notícias ou representante – artigos 22 e segs. do CC), quando aberta a sucessão definitiva, gerará por lei presunção de morte. Além da hipótese de ausência, o art. 7º do CC8 reconhece outras situações de morte presumida, a serem aferidas em procedimento de justificação. Questões especiais finais envolvendo o tema pessoa física: • A emancipação não antecipa a imputabilidade penal, pois o emancipado está emancipado para efeitos civis e não para atos penais – ato infracional. O emancipado poderá ser preso civilmente, pois prisão civil não é sanção penal. • O emancipado não pode tirar a carteira de habilitação porque o Código de Trânsito no art. 140 exige que o condutor seja penalmente imputável. PERGUNTAS: 8 Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: I ‐ se for extremamente provávela morte de quem estava em perigo de vida; II ‐ se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento. Página | 15 CAPACIDADE > Comoriência • O que é comoriência? • Quais são os efeitos da redução da maioridade civil? 2.5 Comoriência Traduz uma presunção de morte simultânea, na hipótese em que duas ou mais pessoas falecem na mesma ocasião, sem que se possa indicar a ordem cronológica dos óbitos (art. 8º do CC9). Obs.: no concurso, a primeira coisa que devo observar é se o examinador indicou a ordem dos óbitos: em caso positivo, não aplico a regra da comoriência. Mas, se não se puder indicar a ordem dos óbitos, presumem‐se as pessoas simultaneamente mortas, abrindo‐se cadeias sucessórias autônomas e distintas. A metade do patrimônio de cada um vai para o seu sucessor. Ex.: Marido e mulher, com patrimônio de 15 milhões, falecem em comoriência sem descendentes, mas com colaterais diretos (irmãos). Sobrevém a ordem sucessória e os irmãos de cada um deles são os legítimos para receber a herança. Então, abrem‐se cadeias sucessórias autônomas e distintas, ou seja, haverá a partilha dos bens do casal – como se estivessem fazendo a meação ‐, e a parte referente ao marido irá para o seu irmão e a parte da mulher, da mesma forma, irá para o seu colateral. Atenção. Comoriência não significa que ambas tenham morrido necessariamente no mesmo local. ‐ O que é premoriência? Esta expressão, muito usada no âmbito do Direito Sucessório, consiste nas situações pré‐morte. É a morte de um herdeiro antes da morte do autor da herança. 2.6 Efeitos da redução da maioridade civil A redução da maioridade civil para os 18 anos completos deflagrou uma série de efeitos (ver material de apoio da aula 6), valendo destacar os seguintes: 2.6.1 O cancelamento da pensão alimentícia é automático ou não? O próprio STJ, em diversos julgados (REsp 399.028/SP – REsp 347.010/SP – REsp 739.004/DF10) e também a Súmula 35811 do mesmo Tribunal reforçam a tese de que o cancelamento da pensão alimentícia não se dá automaticamente com alcance da maioridade civil. Para haver o cancelamento da pensão alimentícia deve ser submetido ao contraditório. O STJ em mais de uma oportunidade decidiu que o MP não tem legitimidade para recorrer contra decisão que exonera o dever de prestar alimentos (REsp 982.410/DF – REsp 712.175/DF12). 2.6.2 Limite etário para seguro da lei previdenciária No âmbito previdenciário, a redução da maioridade civil não implicou a negação do direito de percepção de benefício ao maior de 18 assegurado pela lei previdenciária até os 21 anos, pois o limite etário que consagra consta em norma especial (Nota SAJ nº 42/03, Enunciado 03 da I Jornada de Direito Civil13). 9 Art. 8º ‐ Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir‐se‐ão simultaneamente mortos. 10 ALIMENTOS. MAIORIDADE DO ALIMENTANDO. EXONERAÇÃO AUTOMÁTICA DA PENSÃO. INADMISSIBILIDADE. – Com a maioridade, extingue‐se o poder familiar, mas não cessa, desde logo, o dever de prestar alimentos, fundado a partir de então no parentesco. – É vedada a exoneração automática do alimentante, sem possibilitar ao alimentando a oportunidade de manifestar‐se e comprovar, se for o caso, a impossibilidade de prover a própria subsistência. Precedentes do STJ. Recurso especial não conhecido. 11 Súmula 358 ‐ Ementa: O cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a maioridade está sujeito à decisão judicial, mediante contraditório, ainda que nos próprios autos. Decisão: 13/08/2008 12 RECURSO ESPECIAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. ALIMENTOS. MAIORIDADE DO ALIMENTANDO. MINISTÉRIO PÚBLICO. ILEGITIMIDADE PARA RECORRER. O Ministério Público não detém legitimidade para recorrer contra decisão em que se discute alimentos quando o alimentando houver alcançado a maioridade. 13 3 – Art. 5º: A redução do limite etário para a definição da capacidade civil aos 18 anos não altera o disposto no art. 16, I, da Lei n. 8.213/91, que regula específica situação de dependência econômica para fins previdenciários e outras situações similares de proteção, previstas em legislação especial. Página | 16 CAPACIDADE > Efeitos da redução da maioridade civil Se a lei diz que o benefício será pago até os 21 anos, a alteração da maioridade pelo Novo Código Civil, não altera a idade do benefício previdenciário já que tem lei específica – tem requisitos estritos. Julgando o REsp 1.074.181/PB14 assentou o STJ que o limite para o pagamento do benefício previdenciário é o da própria lei previdenciária, e não a conclusão dos estudos universitários. Mas a pensão alimentícia para sustento durante o curso é devida. 14 ADMINISTRATIVO. PENSÃO TEMPORÁRIA. TERMO FINAL. FILHO MAIOR DE 21 ANOS. PRORROGAÇÃO. CONCLUSÃO DO CURSO UNIVERSITÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. 1. O art. 222, IV, da Lei n. 8.112/90 fixou como termo final para a pensão temporária a data em que o dependente atinge a maioridade, apresentado‐se como única exceção a invalidez. 2. Em face da ausência de previsão legal, mostra inviável a pretendida prorrogação do benefício previdenciário até que filho maior complete 24 anos de idade ou conclua o estudo universitário. Página | 17 Quarta‐feira, 11 de agosto de 2010. 3 DIREITOS DA PERSONALIDADE 3.1 Personalidade Jurídica Historicamente se afirmou que ter personalidade era ser sujeito, ter aptidão para titularizar relações. Esse conceito foi atacado por Pontes de Miranda por trazer consigo uma imprecisão. Questionou então como classificar os entes despersonalizados (ex. condomínio edilício – é contribuinte, empregador, relação obrigacional, até parte em processo)? Ter personalidade, portanto, não pode ser somente titularizar relações jurídicas – sujeito de direito. Capacidade jurídica seria a aptidão para praticar relações jurídicas pessoalmente. Ex.: criança, malgrado tenha personalidade não tenha capacidade. A prof. Maria Helena Diniz diz que personalidade é a aptidão de ser sujeito e quem é sujeito pode ter capacidade jurídica. Atualmente se tem uma outra visão. Toda pessoa natural ou jurídica tem personalidade que significa uma proteção inerente aos direitos da personalidade. O CC 1916 não tratou dos direitos de personalidade, pois não interessava a tutela de atos patrimoniais. 3.2 Capacidade Jurídica Capacidade Jurídica é a aptidão para titularizar relações jurídicas. Nem todos que dispõe de capacidade, dispõe de personalidade. Os entes despersonalizados possuem capacidade malgrado não possuam personalidade. Ter personalidade jurídica é para relações existenciais. Ter capacidade jurídica é para ter relações patrimoniais. Os direitos da personalidade constituem a categoria fundamental do Direito Civil, pois protegem a pessoa, daquele que dispõe de personalidade. Art. 1º, III da CF é Cláusula Geral de Direitos da personalidade, portanto todos os Direitos da personalidade tipificados ou não gravitam ao derredor da Dignidade da Pessoa Humana. Ex.: imagem, privacidade, nome, honra – direitos da personalidade tipificados em lei. Estes devem ser interpretados conforme à Dignidade da Pessoa Humana, mas que permite ainda a percepção da existência de outros diretosda personalidade mesmo que ainda não tipificados. É direito da personalidade tudo aquilo que é necessário para se ter vida digna nas relações privadas. Estando tipificada em lei a interpretação se dá conforme o Direito da Personalidade, caso contrário deverá se perceber se está de acordo com a Dignidade Humana. DIREITOS DA PERSONALIDADE > Personalidade Jurídica Capacidade Jurídica Capacidade para titularizar relações jurídicas Pessoa Personalidade Jurídica Proteção Inerente (Direitos a Personalidade) Página | 18 DIREITOS DA PERSONALIDADE > Capacidade Jurídica Dignidade Humana é um conceito plástico, amorfa, pois não há como dar um conceito específico sobre Dignidade, mas há um conteúdo mínimo. O CONTEÚDO JURÍDICO MÍNIMO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA é: 1. Integridade Física e Psíquica – (lei 11.346/06 – afirma o Direito à Alimentação adequada); 2. Liberdade e Igualdade – (STJ ‐ RESP 820.475/RJ – foi reconhecida a possibilidade jurídica de declaração de unidade familiar homoafetiva); 3. Direito ao mínimo existencial (direito ao patrimônio mínimo. Lei 11.382/06 – modificou o art. 648 e 649 do CPC alterando a impenhorabilidade dos bens dizendo que os bens móveis que guarnecem o lar são impenhoráveis naquilo que for necessário para existência mínima. O mesmo não se aplica aos bens imóveis). Esse conteúdo mínimo da Dignidade da Pessoa Humana tem dupla eficácia: positiva e negativa. • Eficácia Positiva: é que a Dignidade Humana vincula condutas, obriga. • Eficácia Negativa: limita o exercício de direitos. É dupla a eficácia da dignidade humana: 1. Direito Público: mitigação da supremacia do interesse público sobre o privado. Não interesse público que justifique o sacrifício da dignidade alheia. 2. Direito Privado: gera a constitucionalização das relações privadas (eficácia horizontal dos Direitos Fundamentais – STF, RE 201.819/RJ15 – caso da Associação dos Compositores do Brasil). Tanto nas relações de direito público como direito privado se aplica o direito à dignidade da pessoa humana. Portanto, não é admitido que se aplique multa sem que se possibilite aos direitos constitucionais, é o efeito jurídico da aplicação da Dignidade nas relações da Privadas ‐ art. 1337 do CC16. 3.2.1 Direitos da Personalidade x Liberdades Públicas Os direitos da personalidade são compreendidos pela ótica privada porque os direitos da personalidade correspondem à proteção fundamental de uma pessoa nas relações privadas. Os direitos da personalidade constituem uma proteção essencial pode ser que um exercício de um direito da personalidade exija uma conduta positiva ou negativa do estado que são chamadas de liberdades públicas. Enquanto os direitos da personalidade são vistos pelo enfoque privado, as liberdades públicas são enfocadas pela ótica do direito público, porque as liberdades públicas as obrigações positivas ou negativas impostas ao poder público para que se assegure o exercício do direito da personalidade. 15 EMENTA: SOCIEDADE CIVIL SEM FINS LUCRATIVOS. UNIÃO BRASILEIRA DE COMPOSITORES. EXCLUSÃO DE SÓCIO SEM GARANTIA DA AMPLA DEFESA E DO CONTRADITÓRIO. EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NAS RELAÇÕES PRIVADAS. RECURSO DESPROVIDO. I. EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NAS RELAÇÕES PRIVADAS. As violações a direitos fundamentais não ocorrem somente no âmbito das relações entre o cidadão e o Estado, mas igualmente nas relações travadas entre pessoas físicas e jurídicas de direito privado. Assim, os direitos fundamentais assegurados pela Constituição vinculam diretamente não apenas os poderes públicos, estando direcionados também à proteção dos particulares em face dos poderes privados. [...] A autonomia privada, que encontra claras limitações de ordem jurídica, não pode ser exercida em detrimento ou com desrespeito aos direitos e garantias de terceiros, especialmente aqueles positivados em sede constitucional, pois a autonomia da vontade não confere aos particulares, no domínio de sua incidência e atuação, o poder de transgredir ou de ignorar as restrições postas e definidas pela própria Constituição, cuja eficácia e força normativa também se impõem, aos particulares, no âmbito de suas relações privadas, em tema de liberdades fundamentais. III. SOCIEDADE CIVIL SEM FINS LUCR ATIVOS. ENTIDADE QUE INTEGRA ESPAÇO PÚBLICO, AINDA QUE NÃO‐ESTATAL. ATIVIDADE DE CARÁTER PÚBLICO. EXCLUSÃO DE SÓCIO SEM GARANTIA DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. APLICAÇÃO DIRETA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS À AMPLA DEFESA E AO CONTRADITÓRIO. [...] A exclusão de sócio do quadro social da UBC, sem qualquer garantia de ampla defesa, do contraditório, ou do devido processo constitucional, onera consideravelmente o recorrido, o qual fica impossibilitado de perceber os direitos autorais relativos à execução de suas obras. A vedação das garantias constitucionais do devido processo legal acaba por restringir a própria liberdade de exercício profissional do sócio. O caráter público da atividade exercida pela sociedade e a dependência do vínculo associativo para o exercício profissional de seus sócios legitimam, no caso concreto, a aplicação direta dos direitos fundamentais concernentes ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa (art. 5º, LIV e LV, CF/88). IV. RECURSO EXTRAORDINÁRIO DESPROVIDO. 16 Art. 1337. O condômino, ou possuidor, que não cumpre reiteradamente com os seus deveres perante o condomínio poderá, por deliberação de três quartos dos condôminos restantes, ser constrangido a pagar multa correspondente até ao quíntuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, conforme a gravidade das faltas e a reiteração, independentemente das perdas e danos que se apurem. Parágrafo único. O condômino ou possuidor que, por seu reiterado comportamento anti‐social, gerar incompatibilidade de convivência com os demais condôminos ou possuidores, poderá ser constrangido a pagar multa correspondente ao décuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, até ulterior deliberação da assembléia. Página | 19 DIREITOS DA PERSONALIDADE > Capacidade Jurídica Para que o direito da personalidade seja exercido, não raro exige um comportamento estatal. Esse comportamento exigido do estado para que se viabilize um direito de personalidade é chamado de liberdade pública. Exemplo autoexplicativo: direto de locomoção (ir e vir) é direito da personalidade, inerente à dignidade de uma pessoa, portanto da personalidade – vida digna. Ele impõe ao Estado o Habeas Corpus como instrumento do exercício da personalidade. 3.2.2 Momento aquisitivo e Momento Extintivo dos Direitos da Personalidade ‐ Qual o momento aquisitivo dos Direitos da Personalidade? O momento aquisitivo dos direitos da personalidade é a concepção. Se o momento aquisitivo dos direitos da personalidade é a concepção como fica o natimorto e o embrião labotorial (criogenizado). Há um julgado do STJ 399.028/SP17 onde diz expressamente que se aplica direito de imagem do nascituro de um médico que divulgou as imagens do exame pré‐natal. O natimorto é adquirente de direitos da personalidade como: imagem, nome e sepultura – ENUNCIADO 1 ‐ Jornada de Direito Civil18. O embrião laboratorial não implantado é caso de lei própria (Lei 11.105/05 – Biossegurança, art. 5º19) e não o CC. Embora o embrião implantado no útero guardará os direitos do nascituro. O descarte no Brasil é o encaminhamento para o desenvolvimento de pesquisas de células tronco. Não é permitido a médico desenvolver embriões de laboratório, pois apenas servem
Compartilhar