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Direito Civil - Intensivo I

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Direito Civil 
I N T E N S I V O I 
Aula  Data  Tema  Professor  Obs.: 
01  29  07  10  Personalidade e Capacidade  Pablo Stolze G.   
02  05  08  10  Capacidade  Pablo Stolze G.   
03  11  08  10  Direitos da Personalidade I  Cristiano Farias   
04  19  08  10  Direitos da Personalidade II  Cristiano Farias  (faltei) 
05  25  08  10  Direitos da Personalidade III  Cristiano Farias   
06  09  09  10  Pessoa Física II e Pessoa Jurídica I  Pablo Stolze G.   
07  16  09  10  Pessoa Jurídica II  Pablo Stolze G.   
08  23  09  10  Pessoa Jurídica III e Bem de família  Pablo Stolze G.   
09  30  09  10  Bem de Família II  ‘’   
10  07  10  10  Teoria dos Fatos Jurídicos  ‘’   
11  14  10  10  Vícios do Negócio Jurídico I  ‘’   
12  22  10  10  Vícios do Negócio Jurídico II / Prescrição e Decadência  ‘’   
13  27  10  10  Fraude contra credores  ‘’  Aula internet 
14  28  10  10  Direito das Obrigações I  ‘’   
15  04  11  10  Direito das Obrigações II  ‘’   
16  18  11  10  Direito das Obrigações III  ‘’   
17  19  11  10  Responsabilidade Civil I  ‘’   
18  25  11  10  Responsabilidade Civil II  ‘’   
19  26  11  10  Responsabilidade Civil III  ‘’   
20  03  12  10  Responsabilidade Civil IV  ‘’   
21  06  12  10  Direito de Família I e II  ‘’  Aula extra 
22  09  12  10  Direito de Família III  ‘’   
23             
24             
25             
   
 
Sumário 
 
SUMÁRIO ............................................................................................................................................................. 2 
1  PERSONALIDADE JURÍDICA .................................................................................................................. 8 
1.1  Pessoa Física ou Natural ................................................................................................................................... 8 
1.1.1  Teoria Natalista ....................................................................................................................................................... 8 
1.1.2  Teoria da Personalidade Formal ou Condicional ..................................................................................................... 8 
1.1.3  Teoria da Concepcionista ........................................................................................................................................ 8 
2  CAPACIDADE .............................................................................................................................................. 9 
2.1  Capacidade de Direito ou de Gozo .................................................................................................................... 9 
2.2  Capacidade de Fato ou de Exercício ................................................................................................................ 10 
2.3  Emancipação .................................................................................................................................................. 12 
2.4  Extinção da pessoa física ................................................................................................................................ 14 
2.5  Comoriência ................................................................................................................................................... 15 
2.6  Efeitos da redução da maioridade civil ............................................................................................................ 15 
2.6.1  O cancelamento da pensão alimentícia é automático ou não? ............................................................................ 15 
2.6.2  Limite etário para seguro da lei previdenciária ..................................................................................................... 15 
3  DIREITOS DA PERSONALIDADE ....................................................................................................... 17 
3.1  Personalidade Jurídica .................................................................................................................................... 17 
3.2  Capacidade Jurídica ........................................................................................................................................ 17 
3.2.1  Direitos da Personalidade x Liberdades Públicas .................................................................................................. 18 
3.2.2  Momento aquisitivo e Momento Extintivo dos Direitos da Personalidade .......................................................... 19 
3.3  Momento extintivo dos Direitos da Personalidade .......................................................................................... 20 
3.4  Fontes do Direito da Personalidade ................................................................................................................ 21 
3.5  Direitos da Personalidade e Pessoa Jurídica .................................................................................................... 21 
3.6  Características do Direito de Personalidade .................................................................................................... 22 
3.7  Limites para o ato de restrição voluntária de Direitos de Personalidade .......................................................... 22 
3.8  Outras características dos Direitos de Personalidade ...................................................................................... 23 
3.9  Conflito entre os Direitos da Personalidade e Liberdade de Imprensa ou de Expressão .................................... 24 
3.10  Proteção Jurídica dos Direitos da Personalidade ............................................................................................. 25 
3.11  Tutela Preventiva dos Direitos da Personalidade ............................................................................................. 25 
3.12  Tutela Reparatória.......................................................................................................................................... 27 
3.13  Direito da Personalidade das pessoas públicas ................................................................................................ 28 
 
3.14  Classificação dos Direitos da Personalidade no Código Civil ............................................................................. 29 
3.14.1  Tutela Jurídica do corpo vivo ............................................................................................................................ 29 
3.14.2  Tutela Jurídica do corpo morto ......................................................................................................................... 31 
3.14.3  Autonomia do paciente .................................................................................................................................... 31 
3.14.4  Direito ao nome civil ......................................................................................................................................... 31 
3.14.5  Direito de Imagem ............................................................................................................................................ 33 
3.14.6  Direito à vida privada ou privacidade ............................................................................................................... 34 
4  PESSOA JURÍDICA .................................................................................................................................. 35 
4.1  Conceito ......................................................................................................................................................... 35 
4.2  Teorias explicativas da pessoa jurídica ............................................................................................................35 
4.2.1  Corrente Negativista ............................................................................................................................................. 35 
4.2.2  Corrente Afirmativistas ......................................................................................................................................... 35 
4.3  Aquisição da personalidade pela pessoa jurídica ............................................................................................. 35 
4.3.1  Grupo despersonificado ou de personificação anômala ....................................................................................... 36 
4.3.2  Dano moral em pessoa jurídica ............................................................................................................................. 36 
4.4  Espécies de pessoas jurídicas de Direito Privado ............................................................................................. 37 
4.5  Associações .................................................................................................................................................... 38 
4.5.1  Estrutura a associação ........................................................................................................................................... 38 
4.5.2  O associado poderá ser excluído da associação? .................................................................................................. 38 
4.6  Sociedades ..................................................................................................................................................... 40 
4.6.1  Sociedade Empresária e Simples ........................................................................................................................... 40 
4.6.2  Sociedades Cooperativas ...................................................................................................................................... 40 
4.7  Fundações ...................................................................................................................................................... 41 
4.7.1  Ministério Público e as Fundações ........................................................................................................................ 41 
4.8  Extinção da pessoa jurídica ............................................................................................................................. 42 
4.9  Desconsideração da Pessoa Jurídica (disregard doctrine) ................................................................................ 42 
4.9.1  Histórico ................................................................................................................................................................ 42 
4.9.2  Conceito de desconsideração ............................................................................................................................... 43 
4.9.3  Teoria Ultra Vires Societatis .................................................................................................................................. 43 
4.9.4  Direito Positivo ...................................................................................................................................................... 43 
4.9.5  Teorias Maior e Menor da desconsideração ......................................................................................................... 44 
4.9.6  Questões especiais pertinentes à desconsideração da pessoa jurídica ................................................................ 45 
4.10  Bem de família ............................................................................................................................................... 45 
4.10.1  Referencial histórico ......................................................................................................................................... 45 
4.10.2  Espécies de bem de família ............................................................................................................................... 45 
4.10.3  Exceções à impenhorabilidade do bem de família legal ................................................................................... 47 
5  DOMICÍLIO ............................................................................................................................................... 49 
5.1  Importância do instituto ................................................................................................................................. 49 
5.2  Conceito de domicílio ..................................................................................................................................... 49 
5.2.1  Domicílio da Pessoa Física ..................................................................................................................................... 49 
5.2.2  Domicílio da Pessoa Jurídica ................................................................................................................................. 50 
5.3  Espécies de Domicílio ..................................................................................................................................... 50 
5.3.1  Domicílio Voluntário.............................................................................................................................................. 50 
5.3.2  Domicílio Especial ou de Eleição ........................................................................................................................... 50 
5.3.3  Domicílio Legal ou Necessário ............................................................................................................................... 50 
 
6  BEM JURÍDICO ........................................................................................................................................ 51 
6.1  Noções Gerais de Bens Jurídicos aplicáveis ao concurso público ...................................................................... 52 
6.1.1  Bem Imóvel por força de lei .................................................................................................................................. 53 
6.1.2  Bens duráveis e não duráveis ................................................................................................................................ 53 
6.1.3  Bens reciprocamente considerados ...................................................................................................................... 53 
7  TEORIA DO FATO JURÍDICO ............................................................................................................... 55 
7.1  Fato Jurídico ................................................................................................................................................... 55 
7.1.1  Classificação dos Fatos Jurídicos ........................................................................................................................... 55 
7.2  Teorias Explicativas do Negócio Jurídico ......................................................................................................... 56 
7.2.1  Corrente voluntarista ou Teoria da Vontade (WILLENSTHEORIE) ......................................................................... 56 
7.2.2  Teoria da Declaração (ERKLÄRUNGSTHEORIE) ...................................................................................................... 56 
7.3  Planos de análise do Negócio Jurídico ............................................................................................................. 56 
7.3.1  Planos de Existência .............................................................................................................................................. 57 
7.3.1.1  Manifestação da vontade .............................................................................................................................57 
7.3.1.2  Agente emissor da vontade .......................................................................................................................... 57 
7.3.1.3  Objeto ........................................................................................................................................................... 57 
7.3.1.4  Forma do negócio ......................................................................................................................................... 57 
7.3.2  Plano de Validade .................................................................................................................................................. 57 
7.3.2.1  Vontade livre e de boa‐fé ............................................................................................................................. 58 
7.3.2.2  Agente capaz e legitimado ........................................................................................................................... 58 
7.3.2.3  Objeto lícito, possível e determinado ou determinável ............................................................................... 58 
7.3.2.4  Forma livre ou prescrita em lei ..................................................................................................................... 58 
7.3.3  Plano de Eficácia .................................................................................................................................................... 58 
8  VÍCIOS DO NEGÓCIO JURÍDICO ......................................................................................................... 59 
8.1  Erro (art. 138 do CC – Do Erro ou Ignorância) .................................................................................................. 59 
8.1.1  Espécies de erro .................................................................................................................................................... 59 
8.1.1.1  Erro sobre o objeto ....................................................................................................................................... 59 
8.1.1.2  Erro sobre o negócio .................................................................................................................................... 59 
8.1.1.3  Erro sobre pessoa ......................................................................................................................................... 59 
8.1.1.4  Erro de direito .............................................................................................................................................. 59 
8.2  Dolo ............................................................................................................................................................... 60 
8.3  Coação ........................................................................................................................................................... 61 
8.4  Estado de perigo ............................................................................................................................................. 61 
8.5  Simulação....................................................................................................................................................... 62 
8.5.1  Espécies de simulação ........................................................................................................................................... 62 
8.6  Lesão .............................................................................................................................................................. 63 
9  PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA ............................................................................................................. 64 
9.1  Causas impeditivas, suspensivas e interruptivas da prescrição ........................................................................ 65 
9.2  Características fundamentais da prescrição e decadência ................................................................................ 65 
10  FRAUDE CONTRA CREDORES ........................................................................................................ 68 
10.1  Hipóteses de fraude contra credores no Código Civil ....................................................................................... 68 
10.2  Ação Pauliana ................................................................................................................................................. 69 
 
11  INVALIDADES DO NEGÓCIO JURÍDICO ....................................................................................... 69 
11.1  Nulidade Absoluta .......................................................................................................................................... 70 
11.1.1  Características da Nulidade Absoluta ............................................................................................................... 70 
11.2  Nulidade Relativa ........................................................................................................................................... 71 
11.2.1  Características da Nulidade Relativa ou Anulabilidade..................................................................................... 71 
11.3  Conversão do Negócio Jurídico ....................................................................................................................... 71 
12  PLANO DE EFICÁCIA DO NEGÓCIO JURÍDICO ........................................................................... 71 
12.1  Modo ou Encargo ........................................................................................................................................... 72 
12.2  Condição ........................................................................................................................................................ 72 
12.2.1  Classificação da Condição ................................................................................................................................. 73 
12.3  Termo ............................................................................................................................................................ 74 
13  DIREITO DAS OBRIGAÇÕES ............................................................................................................ 75 
13.1  Introdução ..................................................................................................................................................... 75 
13.2  Obrigação propter rem ................................................................................................................................... 75 
13.3  Obrigação natural ........................................................................................................................................... 75 
13.4  Conceito e estrutura da obrigação .................................................................................................................. 75 
13.5  Elementos da relação obrigacional.................................................................................................................. 76 
13.6  Classificação básica das obrigações ................................................................................................................. 76 
13.6.1  Positivas ............................................................................................................................................................ 77 
13.6.1.1  Obrigações de dar ......................................................................................................................................... 77 
13.6.1.2  Obrigações de Fazer .....................................................................................................................................78 
13.6.2  Negativas .......................................................................................................................................................... 79 
13.7  Classificação especial das obrigações .............................................................................................................. 80 
13.7.1  Obrigações solidárias ........................................................................................................................................ 80 
13.7.1.1  Solidariedade Ativa ....................................................................................................................................... 81 
13.7.1.2  Solidariedade Passiva ................................................................................................................................... 81 
13.7.1.3  Questões especiais envolvendo o tema solidariedade ................................................................................ 82 
13.7.2  Obrigações divisíveis e indivisíveis .................................................................................................................... 82 
13.7.3  Obrigações alternativas .................................................................................................................................... 83 
13.7.4  Obrigações de meio e de resultado .................................................................................................................. 84 
13.7.5  Arras .................................................................................................................................................................. 84 
13.7.5.1  Arras confirmatórias ..................................................................................................................................... 85 
13.7.5.2  Arras penitenciais ......................................................................................................................................... 85 
13.7.6  Cláusula Penal ................................................................................................................................................... 86 
13.7.6.1  Cláusula Penal Moratória ............................................................................................................................. 86 
13.7.6.2  Cláusula Penal Compensatória ..................................................................................................................... 86 
13.8  Teoria do Pagamento ..................................................................................................................................... 88 
13.8.1  Natureza jurídica do pagamento ...................................................................................................................... 88 
13.8.2  Requisitos ou condições do pagamento ........................................................................................................... 88 
13.8.2.1  Condições Subjetivas do pagamento ............................................................................................................ 88 
13.8.2.2  Condições Objetivas do Pagamento ............................................................................................................. 89 
13.8.3  Formas especiais de pagamento ....................................................................................................................... 92 
13.8.3.1  Pagamento com subrogação ........................................................................................................................ 92 
13.8.3.2  Novação ........................................................................................................................................................ 93 
13.8.3.3  Dação em pagamento (datio in solutun) ...................................................................................................... 95 
 
13.9  Compensação ................................................................................................................................................. 96 
13.9.1  Compensação legal ........................................................................................................................................... 96 
13.9.2  Compensação Convencional ............................................................................................................................. 97 
13.9.3  Compensação Judicial ....................................................................................................................................... 97 
13.10  Transmissão das obrigações ....................................................................................................................... 97 
13.10.1  Cessão de crédito .............................................................................................................................................. 97 
13.10.1.1  Responsabilidade pela cessão do crédito ................................................................................................ 97 
13.10.2  Cessão de débito ou assunção de dívida .......................................................................................................... 98 
13.10.3  Cessão de contrato ou cessão de posição contratual ....................................................................................... 98 
13.11  Mora .......................................................................................................................................................... 99 
13.11.1  Mora do devedor .............................................................................................................................................. 99 
13.11.2  Efeitos da mora do devedor ........................................................................................................................... 100 
14  RESPONSABILIDADE CIVIL .......................................................................................................... 101 
14.1  Elementos da responsabilidade civil ............................................................................................................. 102 
14.1.1  Conduta humana ............................................................................................................................................ 102 
14.1.2  Nexo de causalidade ....................................................................................................................................... 102 
14.1.2.1  Teoria da equivalência de condições .......................................................................................................... 102 
14.1.2.2  Teoria da causalidade adequada ................................................................................................................ 102 
14.1.2.3  Teoria da causalidade direta e imediata .................................................................................................... 103 
14.1.3  Dano ou prejuízo ............................................................................................................................................. 103 
14.1.3.1  Requisitos do dano indenizável .................................................................................................................. 103 
14.2  Dano Moral .................................................................................................................................................. 105 
14.2.1  Histórico .......................................................................................................................................................... 105 
14.2.2  Conceito .......................................................................................................................................................... 105 
14.2.3  Quantificação do dano moral .........................................................................................................................105 
14.2.3.1  Sistema de tarifamento ou tabelamento legal do dano moral .................................................................. 105 
14.2.3.2  Sistema do arbitramento judicial ............................................................................................................... 105 
14.3  Causas excludentes da responsabilidade civil ................................................................................................ 106 
14.3.1  Estado de Necessidade e Legítima Defesa ...................................................................................................... 107 
14.3.2  Estrito Cumprimento do Dever Legal e Exercício Regular de Direito ............................................................. 107 
14.3.3  Caso Fortuito e Força Maior ........................................................................................................................... 107 
14.3.4  Culpa exclusiva da vítima ................................................................................................................................ 107 
14.3.5  Fato de terceiro .............................................................................................................................................. 108 
14.4  Responsabilidade Objetiva ........................................................................................................................... 109 
14.5  Responsabilidade Pressuposta ...................................................................................................................... 109 
14.6  Responsabilidade Civil Indireta ..................................................................................................................... 109 
14.6.1  Responsabilidade por ato de terceiro ............................................................................................................. 109 
14.6.2  Responsabilidade pelo fato da coisa ou do animal ......................................................................................... 111 
14.7  Responsabilidade Civil por erro médico ........................................................................................................ 113 
14.7.1  Testemunhas de Jeová .................................................................................................................................... 113 
14.7.2  Termo de consentimento informado .............................................................................................................. 114 
14.8  Questões especiais na jurisprudência brasileira envolvendo responsabilidade civil ....................................... 114 
14.8.1  Responsabilidade Civil dos veículos locados ................................................................................................... 114 
14.8.2  Ausência de transferência de veículo envolvido em acidente ........................................................................ 114 
14.8.3  Responsabilidade Civil nos casos de carona ................................................................................................... 114 
14.8.4  Responsabilidade Civil do transporte aeronáutico ......................................................................................... 114 
14.8.5  Responsabilidade Civil envolvendo o condomínio.......................................................................................... 114 
15  DIREITO DE FAMÍLIA ..................................................................................................................... 115 
 
15.1  Introdução constitucional à matéria ............................................................................................................. 115 
15.2  Conceito de família ....................................................................................................................................... 115 
15.3  Casamento ................................................................................................................................................... 116 
15.3.1  Natureza Jurídica do casamento ..................................................................................................................... 116 
15.3.2  Plano de existência do casamento (pressupostos existenciais do casamento) .............................................. 116 
15.3.2.1  Diversidade de sexo .................................................................................................................................... 116 
15.3.2.2  Consentimento ........................................................................................................................................... 116 
15.3.2.3  Celebração .................................................................................................................................................. 117 
15.3.3  Plano da validade ............................................................................................................................................ 117 
15.3.3.1  Capacidade do casamento .......................................................................................................................... 117 
15.3.3.2  Esponsais, noivado ou promessa de casamento ........................................................................................ 117 
15.3.4  Espécies de casamento ................................................................................................................................... 117 
15.3.5  Plano da eficácia do casamento ...................................................................................................................... 118 
15.3.5.1  Deveres matrimoniais................................................................................................................................. 118 
15.3.6  Impedimentos matrimoniais ........................................................................................................................... 120 
15.4  União estável ............................................................................................................................................... 121 
15.4.1  Histórico .......................................................................................................................................................... 121 
15.4.2  Tratamento da união estável pós Constituição Federal de 1988 ................................................................... 122 
 
Quinta‐feira,  29  de  julho  de  2010.  
1 PERSONALIDADE JURÍDICA 
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Segundo Clóvis Bevilaqua, mais do que um processo superior de atividade psíquica, a personalidade 
é uma criação social moldada pela Ordem Jurídica: trata‐se da aptidão genérica para se titularizar direitos e 
obrigações, ou seja, é a qualidade para ser sujeito de direitos. 
O sujeito de direito só o é por ser dotado dessa personalidade jurídica. 
A personalidade jurídica abre dois ramos: pessoa física e pessoa jurídica. 
1.1 Pessoa Física ou Natural 
Pessoa física era chamada de ente de aparência visível, segundo Teixeira de Freitas. 
Em que momento a pessoa física adquire personalidade jurídica? 
A resposta é aparentemente simples, tendo em vista o que dispõe a primeira parte do art. 2º do CC 
brasileiro. Por “nascimento com vida” entende‐se o funcionamento do aparelho cardiorrespiratório do recém‐
nascido, ainda que por um breve instante.  
Art. 2º ‐ A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a 
concepção, os direitos do nascituro. 
Obs.1: diferentemente do que dispõe o art. 30 do Código da Espanha, o sistema  jurídico brasileiro, à  luz do 
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, não exige que o recém‐nascido tenha forma humana nem tempo 
mínimo de sobre‐vida. 
 
O maior paradoxo da Parte Geral do CC está na segundaparte do art. 2º. 
Levou Caio Maio a questionar sobre o fato de que se o nascituro tem direitos, não seria ele também 
considerado uma pessoa? 
A questão é de alta indagação; isso porque a segunda parte do mesmo artigo reconhece ao nascituro 
(o ente concebido, mas ainda não nascido) “direitos” como se dotado de personalidade  jurídica fosse. Nessa 
linha, a doutrina desenvolve uma acesa polêmica, baseando‐se fundamentalmente em três teorias: 
1.1.1 Teoria Natalista  
(desenvolvida por Vicente Ráo, Eduardo Espínola, Sílvio Venosa) 
Para a Teoria Natalista, ainda tradicional em nosso Direito, a personalidade somente seria adquirida 
a partir do nascimento com vida, de maneira que o nascituro não seria considerado pessoa, gozando de mera 
expectativa de direito. 
 
Obs.2: não se deve denominar de nascituro (que tem vida intra‐uterina) o embrião conservado em laboratório. 
É aquele que já está implantado no ventre materno. 
 
Esta é a  teoria que dá mais  recepção ao desenvolvimento de pesquisas com células‐tronco, pois a 
personalidade só é adquirida com nascimento com vida. 
1.1.2 Teoria da Personalidade Formal ou Condicional  
(desenvolvida por Maria Helena Diniz e Serpa Lopes) 
O  nascituro  seria  dotado  de  uma  personalidade  formal  tão  somente  no  que  se  refere  a  direitos 
personalíssimos, uma vez que, no que tange a efeitos patrimoniais só seria considerado pessoa a partir (e sob 
a condição) do nascimento com vida. 
Considera o nascituro  como uma quase‐pessoa, pois é  considerado pessoa quanto aos direitos de 
proteção à vida, à proteção no útero, mas para direitos patrimoniais não teria a qualidade de pessoa. 
1.1.3 Teoria da Concepcionista  
(defendida por Teixeira de Freitas, Clóvis Beviláqua, Silmara Chinelato) 
 
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CAPACIDADE > Capacidade de Direito ou de Gozo 
Esta é a teoria, mais arrojada de todas, afirma peremptoriamente que o nascituro é pessoa desde a 
concepção, inclusive para determinados efeitos patrimoniais. 
Não  irá  se preocupar  em dizer que o nascituro  tem personalidade  formal para  alguns  aspectos  e 
material para outros, como na teoria da personalidade formal ou condicional. 
Essa  teoria  tem  nítida  influência  francesa  e  é  a  que  melhor  explica  a  proteção  jurídica  e  o 
reconhecimento dos direitos do nascituro. 
Independentemente da teoria adotada, o fato é que a  legislação brasileira protege o nascituro, em 
diversos dispositivos, reconhecendo‐lhe, não uma mera expectativa, mas verdadeiros direitos (ver no material 
de apoio quadro esquemático a respeito da matéria). 
(Ler artigo sobre a Emenda do Divórcio) 
 
No atual estágio do direito civil, não se pode dizer 
 
Obs.3:  a  recente  lei 11.804/08,  reforçando  a  corrente Concepcionista, na  linha da  Jurisprudência do TJ/RS, 
quanto aos efeitos patrimoniais, reconhece alimentos em favor do nascituro – chamados alimentos gravídicos. 
 
O próprio STJ  já admitiu  indenização por dano moral em  favor do nascituro  (RESP 399.028/SP1). O 
caso é de um pai que foi morto e que aguardava o nascimento de um filho. O nascituro vem à  luz e  ingressa 
com uma ação requerendo indenização por sofrer dano moral de não ter conhecido o pai. 
 
Obs.4: o que se entende por natimorto? Trata‐se daquele ente nascido morto (a esse respeito ver o enunciado 
nº1 da Primeira Jornada de Direito Civil2). O enunciado não é jurisprudência, mas sim um encontro realizado 
em razão das dúvidas que surgiram com o Novo Código Civil. 
 
Qual foi a Teoria explicativa do nascituro adotada pelo CC brasileiro?  
Segundo Clóvis Beviláqua cujo pensamento serviu de matriz ao art. 2º do Código Novo, em sua obra 
– Comentários ao Código Civil (Ed. Rio, 1975, pg. 178), o legislador teria pretendido abraçar a teoria natalista, 
“por  ser mais prática”, mas em diversos pontos do ordenamento experimenta a  influência concecpcionista, 
reconhecendo ao nascituro direitos como se fosse pessoa. 
2 CAPACIDADE 
Desdobra‐se em dois conceitos: capacidade de direito (GOZO) e a capacidade de fato (EXERCÍCIO). A 
pessoa que possui ambas capacidades chama‐se CAPACIDADE PLENA. 
2.1 Capacidade de Direito ou de Gozo 
Trata‐se  da  capacidade  genérica QUE QUALQUER  PESSOA  TEM,  simplesmente  por  ser  dotada  de 
personalidade. Capacidade potencial de gozo e direitos. 
Ex.: nascituro com 3 meses de gestação, incapaz mentalmente têm capacidade de direito. 
Qual seria a diferença entre a capacidade de direito e a personalidade? 
                                                            
 
1  DIREITO  CIVIL.  DANOS  MORAIS.  MORTE.  ATROPELAMENTO.  COMPOSIÇÃO  FÉRREA.  AÇÃO  AJUIZADA  23  ANOS  APÓS  O  EVENTO.  
PRESCRIÇÃO  INEXISTENTE.  INFLUÊNCIA  NA  QUANTIFICAÇÃO  DO  QUANTUM.  PRECEDENTES  DA  TURMA.  NASCITURO.  DIREITO  AOS 
DANOS MORAIS. DOUTRINA. ATENUAÇÃO. FIXAÇÃO NESTA  INSTÂNCIA. POSSIBILIDADE. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.  I  ‐ Nos 
termos da orientação da Turma, o direito à  indenização por dano moral não desaparece com o decurso de  tempo  (desde que não 
transcorrido o lapso prescricional), mas é fato a ser considerado na fixação do quantum. II ‐ O nascituro também tem direito aos danos 
morais pela morte do pai, mas a circunstância de não tê‐lo conhecido em vida tem influência na fixação do quantum. III ‐ Recomenda‐
se que o valor do dano moral  seja  fixado desde  logo,  inclusive nesta  instância, buscando dar  solução definitiva ao  caso e evitando 
inconvenientes e retardamento da solução jurisdicional. 
2 1.1 PARTE GERAL  ‐ 1 – Art. 2º: A proteção que o Código defere ao nascituro alcança o natimorto no que concerne aos direitos da 
personalidade, tais como: nome, imagem e sepultura. 2 – Art. 2º: Sem prejuízo dos direitos da personalidade nele assegurados, o art. 
2º do Código Civil não é sede adequada para questões emergentes da  reprogenética humana, que deve ser objeto de um estatuto 
próprio. 
 
Página | 10  
CAPACIDADE > Capacidade de Fato ou de Exercício 
Segundo Orlando Gomes,  nos  dias  de  hoje  a  noção  da  capacidade  de  direito  confunde‐se  com  o 
próprio  conceito  de  personalidade.  É  como  se  fossem  faces  de  uma  mesma  moeda,  não  há  como  traçar 
distinção  entre  capacidade  e  personalidade,  pois  todos  tem  capacidade  de  direito  por  serem  dotadas  de 
personalidade jurídica. 
2.2 Capacidade de Fato ou de Exercício 
Já a  capacidade de  fato  traduz a aptidão para PESSOALMENTE praticar atos na vida  civil: ausente 
este atributo haverá a denominada incapacidade civil, que poderá ser absoluta ou relativa. 
 
Obs.5: não posso confundir “capacidade com  legitimidade”. A  legitimidade, noção oriunda do processo civil, 
traduz uma pertinência subjetiva para a prática de determinado ato (Calmon Passos); nessa linha temos que a 
ilegitimidade, nada tendo a ver com  incapacidade,  resulta num  impedimento específico para prática de um 
ato jurídico (arts. 1749, I3 e 1521, IV4 do CC). Quando uma pessoa é ilegítima não significa que ela seja incapaz. 
Ex.: dois irmãos, desejam casar‐se entre si. Ambos são capazes para qualquer ato civil, porém ilegítimos para o 
casamento. 
 
A incapacidade civil absoluta está no art. 3º do CC ‐ são representados. 
A incapacidade civil relativa está no art. 4º do CC – são assistidos. 
 
Obs.6: o que se entende por benefício do “restitutio in integrum” (benefício de restituição)? 
Este benefício, oriundo do antigo Direito Romano, permitia ao incapaz exigir de volta aquilo que ele pagou, em 
negócio jurídico celebrado com a observância de todas as formalidades legais, inclusive de representação. Por 
sua manifesta  insegurança  jurídica, o Código de 1916 expressamente o rechaçava em seu art. 8º. Embora o 
Novo Código nada diga, a mantença da vedação é extremamente razoável. Ex.: menor  incapaz pode celebrar 
contrato, mas não poderá arrepender‐se e voltar atrás.I. Incapacidade Absoluta (art. 3º) 
Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: 
I ‐ os menores de dezesseis anos; 
II  ‐ os que, por enfermidade ou deficiência mental, NÃO  tiverem o necessário discernimento para a 
prática desses atos; 
III ‐ os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. 
a. Menores  de  dezesseis  anos  são  os  chamados menores  impúberes.  Ex.:  deverá  se  ouvir menor 
impúbere  em  audiência  quando  envolva direitos de  seu  interesse?  Podendo deve ouvir, mas  a 
vontade do incapaz não vincula o juiz. 
 
Obs.7: o enunciado 138 da  III  Jornada de Direito Civil5 estabelece que a vontade do absolutamente  incapaz 
deve ser considerada em situações existenciais que lhe toquem. 
 
b. Enfermos ou deficiência mental –  sem o necessário discernimento para prática dos atos da vida 
civil.  Mediante  procedimento  de  interdição  (art.  1177  a  1186  do  CPC)  o  juiz  de  direito,  após 
interrogatório  e  perícia  médica,  deverá  declarar  a  incapacidade,  decretando  a  interdição  do 
incapaz,  nomeando‐lhe  curador.  Registrada  e  publicada  a  sentença,  todos  os  atos  a  partir  daí 
praticados pelo  incapaz  sem o  curador  são nulos de pleno direito. Mesmo que a patologia  seja 
cíclica,  qualquer  ato  deve  ter  a  presença  de  seu  curador,  sob  pena  de  nulidade  absoluta.  A 
sentença seria declaratória, contrário ao entendimento de Fredie Didier que entende ser sentença 
constitutiva. 
                                                            
 
3 Art. 1.749. Ainda com a autorização  judicial, não pode o tutor, sob pena de nulidade:  I  ‐ adquirir por si, ou por  interposta pessoa, 
mediante contrato particular, bens móveis ou imóveis pertencentes ao menor; 
4 Art. 1.521. Não podem casar: [...] IV ‐ os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; 
5 138 – Art. 3º: A vontade dos absolutamente incapazes, na hipótese do inc. I do art. 3o, é juridicamente relevante na concretização de 
situações existenciais a eles concernentes, desde que demonstrem discernimento bastante para tanto. 
 
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CAPACIDADE > Capacidade de Fato ou de Exercício 
 
O ato praticado pelo incapaz ainda não interditado, poderia ser impugnado? O CC brasileiro é omisso 
a esse respeito, embora a nossa doutrina (Orlando Gomes, Sílvio Rodrigues) enfrenta a questão especialmente 
amparada no Direito Italiano (ver também a redação original do art. 503 do CC da França antes da lei de 5 de 
março 2007). O ato deve ser impugnado, se concorrerem três requisitos: 
1º ‐ a incapacidade do agente; 
2º ‐ prejuízo ao incapaz; 
3º ‐ a má‐fé da outra parte. 
A má‐fé deve ser aferida circunstancialmente – analisando‐se no caso concreto. 
 
c. Quem não puder  exprimir  sua  vontade – mesmo que  transitoriamente. Não  se  trata de doença 
mental,  diz  que  é  absolutamente  incapaz,  mesmo  que  por  causa  transitória,  que  priva  sua 
capacidade de discernimento.  Ex.: pessoa  em  estado de  coma.  Esta  circunstância  significa uma 
causa  episódica  –  temporária  ou  não.  Pode  ser  que  se  crie  hipótese  de  interdição,  mas  não 
necessariamente.  A  intoxicação  fortuita  –  quando  alguém  é  drogado  e  não  sabe  o  que  faz.  O 
antigo  CC  dizia  que  o  surdo‐mudo  que  não  tinha  habilidade  para  manifestar  a  vontade  era 
reconhecido como absolutamente incapaz, assim como aquele declarado ausente. 
 
Obs.7: no Novo CC,  a  ausência  é  tratada  como  causa de morte presumida  (art.  6º);  já o  surdo‐mudo  sem 
habilidade especial para manifestar vontade está implicitamente contemplado no inciso III do art. 3º, uma vez 
que, se causa temporária pode gerar incapacidade absoluta, quanto mais a permanente. 
 
A senilidade (idade avançada) não é, por si só, causa de incapacidade civil. 
   
 
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CAPACIDADE > Emancipação 
Quinta‐feira,  05  de  agosto  de  2010.  
 
II. Incapacidade Relativa (art. 4º) 
Art. 4º ‐  São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: 
I ‐ os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
II ‐ os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento 
REDUZIDO; 
III ‐ os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; 
IV ‐ os pródigos. 
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial. 
a. Maiores de dezesseis de menores de 18 anos – são os chamados menores púberes. 
b. A embriaguês, o vício e a deficiência que provoca o discernimento reduzido gera a  incapacidade 
relativa, contrário do discernimento nulo em razão da embriaguês, deficiência mental e o vício, o 
que provocará a incapacidade absoluta. 
No  procedimento  de  interdição,  sobretudo  diante  da  perícia  médica,  irá  graduar  os  poderes  do 
curador e irá dizer se a incapacidade é absoluta ou relativa. 
c. Os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo. Alguns autores dizem ser desnecessário 
esse inciso, pois estaria previsto no anterior. Segundo o professor estaria correto, pois destinou o 
um inciso especial para os excepcionais. 
d. Os pródigos – a prodigalidade é um grave desvio de comportamento por meio do qual a pessoa 
compulsivamente  tende a destruir o  seu patrimônio,  reduzindo‐se à miséria. O viciado em  jogo 
tem uma tendência à prodigalidade, sem limite. 
‐ Por que existe interesse social na interdição do pródigo? 
Além  do  próprio  interesse  público  atinente  ao  Sistema  de  Seguridade  Social,  bem  como  a 
preservação da estabilidade econômica de  sua própria  família, a  teoria do estatuto  jurídico do patrimônio 
mínimo (Luiz Edson Fachin)  justifica a medida protetiva em face do pródigo. Se o pródigo dilapidar todo seu 
patrimônio e ficar na miséria irá bater às portas do Estado. 
Obs.: o Estatuto  Jurídico do Patrimônio Mínimo, tese desenvolvida por Luiz Edson Fachin, na perspectiva de 
proteção à Dignidade da Pessoa Humana, sustenta que as normas infraconstitucionais devem resguardar para 
cada pessoa um mínimo de patrimônio, não apenas para que sobreviva, mas para que tenha vida digna. Ex.: as 
normas de bem de família – mínimo impenhorável. 
A interdição do pródigo é diferente das outras figuras, pois o curador do pródigo, nos termos do art. 1782 do 
CC6, somente deverá assisti‐lo em atos de repercussão patrimonial. 
‐ Para se casar o pródigo precisa da manifestação prévia do seu curador? 
A manifestação do curador do pródigo  restringe‐se a aspectos de cunho patrimonial: a escolha do 
regime de bens. 
e. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial – o CC de 1916 considerava o índio 
relativamente  incapaz,  mas  o  Novo  CC  não  tratou  da  capacidade  do  índio  remetendo‐o  à  lei 
especial. Esta lei especial é o Estatuto do Índio (Lei 6.001/73). 
Obs.: o art. 8º do Estatuto do  Índio7 considera nulo o ato praticado pelo  índio, ressalvada a hipótese de ele 
revelar consciência e conhecimento do ato praticado. Os índios são representados e assistidos pela FUNAI. 
A  maioridade  civil  é  atingida  quando  completamos  18  anos.  Segundo  Waschington  de  Barros 
Monteiro a maioridade é atingida no primeiro instante do dia em que os dezoito anos se completam, a partir 
daí terá capacidade plena para atos da vida civil. Maioridade civil e penal. 
Existe um instituto que permite a antecipação da capacidade plena – chamada Emancipação. 
2.3 Emancipação 
                                                            
 
6 Art. 1.782. A INTERDIÇÃO do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar 
ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera administração. 
7 Art. 8º São nulos os atos praticados entre o  índio não  integrado e qualquer pessoa estranha à comunidadeindígena quando não 
tenha havido assistência do órgão  tutelar  competente. Parágrafo único. Não  se aplica a  regra deste artigo no caso em que o  índio 
revele consciência e conhecimento do ato praticado, desde que não lhe seja prejudicial, e da extensão dos seus efeitos. 
 
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CAPACIDADE > Emancipação 
I. Conceito: a emancipação, instituto jurídico também tratado no Direito estrangeiro (a exemplo do art. 133 
do Código de Portugal), é  regulado no Brasil no parágrafo único do art. 5º e pode  ser definido como o 
instituto pelo qual antecipa‐se a capacidade plena. Nessa linha, a emancipação pode ser de três espécies. 
a. Emancipação Voluntária (art. 5º, § ún., I – 1ª parte) 
b. Emancipação Judicial (art. 5º, § ún., I – 2ª parte) 
c. Emancipação Legal (art. 5º, § ún., II a V) 
 
II. Emancipação Voluntária: é aquela concedida pelos pais, ou por um deles na  falta do outro, em caráter 
irrevogável,  mediante  instrumento  público,  independentemente  da  homologação  do  juiz,  desde  que  o 
menor tenha pelo menos 16 anos completos. A emancipação acaba com o poder familiar dos pais perante 
os filhos, uma vez emancipado o menor, ele deixa de estar sob o poder parental de ambos, portanto é um 
ato conjunto e não é cabível somente ao pai conceder. 
O  fato de um dos pais possuir a guarda do  filho não dá a ele o exclusivo direito de disposição do 
poder parental. 
Obs.: é recomendável que o menor a ser emancipado participe do ato emancipatório – não para autorizar ou 
desautorizar, dele tomando ciência, uma vez que repercutirá em sua esfera jurídica. Havendo qualquer litígio 
entre pai e mãe sobre a concessão, o juiz deverá decidir. 
 
0Obs.: Sílvio Venosa, com propriedade, anota que, no caso da emancipação voluntária, para se evitar que a 
vítima fique  irressarcida, em respeito ao Princípio do Neminem Laedere (a ninguém é dado causar prejuízo a 
outrem),  afirma  a  responsabilidade  dos  pais  até  que  o  menor  complete  18  anos  de  idade  ‐  mesmo 
emancipado. 
 
III. Emancipação  Judicial:  é  a  concedida  pelo  juiz,  ouvido  o  tutor,  desde  que  o  menor  tenha  16  anos 
completos. Pode ser requerido pelo tutor ou também pelo MP. 
 
IV. Emancipação Legal: o casamento emancipa. A capacidade núbil do Código de 1916 era de 18 anos para 
homem e 16 anos para mulher em  razão do seu amadurecimento anterior. No novo CC a partir dos 16 
anos  de  idades  as  partes  estão  aptas  para  o  casamento.  Em  havendo  posteriormente  o  divórcio  ou  a 
separação judicial, o emancipado não retorna à situação de incapacidade. 
Art. 5º ‐ A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de 
todos os atos da vida civil.  
Parágrafo único. Cessará, PARA OS MENORES, a incapacidade: 
I  ‐  pela  concessão  dos  pais,  ou  de  um  deles  na  falta  do  outro,  mediante  instrumento  público, 
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 
dezesseis anos completos; 
II ‐ pelo casamento; 
III ‐ pelo exercício de emprego público efetivo; 
IV ‐ pela colação de grau em curso de ensino superior; 
V  ‐ pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em 
função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha ECONOMIA PRÓPRIA. 
Obs.: sabemos que a separação e o divórcio não interferem na emancipação obtida por conta do casamento, 
mas uma vez invalidado o matrimônio (na linha de pensamento de autores como Zeno Veloso, Flávio Tartuce, 
José Simão) a sentença que anula ou decreta a nulidade do casamento tem efeito retroativo, razão por que, 
concluímos, salvo no casamento putativo, as partes retornam ao estado anterior e a emancipação logicamente 
cai. 
 
A  sentença  que  invalida  o  casamento  projeta  seus  efeitos  para  traz  e  o  registro  do  casamento  é 
cancelado, tornando‐se solteiro. 
Emancipa  também por  força de  lei o exercício de emprego público efetivo –  segundo o professor 
existe uma atecnia. Pois emprego público deve ser entendido como função pública em âmbito geral, embora 
os editais e as leis que regem os funcionários públicos não permitam o ingresso com idade inferior a 18 anos. 
É considerado emancipado desde o início do exercício da função pública. 
 
 
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CAPACIDADE > Extinção da pessoa física 
Obs.:  Maria  Helena  Diniz,  lembra  que  mera  função  de  confiança  ou  simples  contrato  temporário  com  a 
Administração Pública não gera a emancipação legal. 
Terceira hipótese de emancipação  legal: emancipa  também a colação de grau em curso de ensino 
superior. 
Emancipa‐se também pela manutenção de estabelecimento civil, comercial ou existência de relação 
de emprego e em razão deles tenha economia própria. A lei não exige que uma sentença declare que o menor 
tenha economia própria.  Inclusive poderá  ser  levantada em uma demanda proposta  contra esse menor ou 
mesmo por ele. 
 
‐ Economia própria para efeito de se emancipar o menor? 
O Ordenamento Civil Brasileiro,  sobretudo após a  vigência do CC de 2002,  consagrou um  sistema 
aberto  de  normas,  caracterizado  pela  consagração  de  conceitos  indeterminados  e  cláusulas  gerais. 
Expliquemos. O CC de 2002, segundo o professor Miguel Reale (ver referência de texto no material de apoio 
01), consagrou três princípios informativos: o da Socialidade, o da Eticidade e o da Operabilidade. Este último 
deriva exatamente da amplitude de incidência das normas, em conceitos vagos e cláusulas gerais, para melhor 
permitir a aplicação da lei ao caso concreto. 
A  análise  do  conceito  de  economia  própria  dependerá,  portanto,  das  circunstâncias  do  caso 
concreto. Isto tem a ver com a operabilidade para haver dinâmica nas relações jurídicas. 
Obs.: respeitada parcela da doutrina, a exemplo da professora Judith Martins‐Costa, reconhece que a cláusula 
geral, a par de conter um conceito aberto, possui uma carga normativa maior, vinculativa da própria atividade 
do magistrado. 
‐‐‐‐‐???A cláusula geral é como se criasse para o juiz uma obrigação auto‐observante 
As  cláusulas  gerais  tendem  a  ser  tão  poderosas que passam  a  ter  natureza principiológica.  Ex.:  a 
função social além de uma cláusula geral é um princípio. 
2.4 Extinção da pessoa física 
Nos termos do artigo 6º do CC, a morte marca o fim da pessoa física ou natural. 
A morte, cujo complexo processo estudado pela  tanatologia  (ramo da medicina  legal) para efeitos 
jurídicos, nos termos das resoluções 1480/97 e 1826/07 do CFM  (Conselho Federal de Medicina), tem como 
critério científico a parada da função encefálica. A morte encefálica equivale à morte clínica. 
Obs.: nos termos da LRP (Lei de Registros Públicos), a morte deverá ser atestada por médico, mas onde não 
houver este profissional duas testemunhas poderão fazê‐lo. 
 
I. Morte presumida 
 
A ausência (situação daquele que desaparece do seu domicílio sem deixar notícias ou representante 
– artigos 22 e segs. do CC), quando aberta a sucessão definitiva, gerará por lei presunção de morte. 
Além da hipótese de ausência, o art. 7º do CC8 reconhece outras situações de morte presumida, a 
serem aferidas em procedimento de justificação. 
Questões especiais finais envolvendo o tema pessoa física: 
 
• A emancipação não antecipa a  imputabilidade penal, pois o emancipado está emancipado para 
efeitos civis e não para atos penais – ato  infracional. O emancipado poderá ser preso civilmente, 
pois prisão civil não é sanção penal. 
• O emancipado não pode  tirar a carteira de habilitação porque o Código de Trânsito no art. 140 
exige que o condutor seja penalmente imputável. 
 
PERGUNTAS: 
                                                            
 
8 Art. 7o Pode  ser declarada a morte presumida,  sem decretação de ausência:  I  ‐  se  for extremamente provávela morte de quem 
estava em perigo de vida;  II  ‐ se alguém, desaparecido em campanha ou  feito prisioneiro, não  for encontrado até dois anos após o 
término  da  guerra.  Parágrafo  único.  A  declaração  da  morte  presumida,  nesses  casos,  somente  poderá  ser  requerida  depois  de 
esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento. 
 
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CAPACIDADE > Comoriência 
• O que é comoriência? 
• Quais são os efeitos da redução da maioridade civil? 
2.5 Comoriência 
Traduz uma presunção de morte simultânea, na hipótese em que duas ou mais pessoas falecem na 
mesma ocasião, sem que se possa indicar a ordem cronológica dos óbitos (art. 8º do CC9). 
 
Obs.: no concurso, a primeira coisa que devo observar é se o examinador indicou a ordem dos óbitos: em caso 
positivo, não aplico a regra da comoriência. Mas, se não se puder indicar a ordem dos óbitos, presumem‐se as 
pessoas  simultaneamente  mortas,  abrindo‐se  cadeias  sucessórias  autônomas  e  distintas.  A  metade  do 
patrimônio de cada um vai para o seu sucessor. 
 
Ex.: Marido e mulher, com patrimônio de 15 milhões, falecem em comoriência sem descendentes, mas com 
colaterais diretos (irmãos). Sobrevém a ordem sucessória e os irmãos de cada um deles são os legítimos para 
receber a herança. Então, abrem‐se cadeias sucessórias autônomas e distintas, ou seja, haverá a partilha dos 
bens do casal – como se estivessem fazendo a meação ‐, e a parte referente ao marido irá para o seu irmão e a 
parte da mulher, da mesma forma, irá para o seu colateral. 
 
Atenção. Comoriência não significa que ambas tenham morrido necessariamente no mesmo local. 
 
‐ O que é premoriência? Esta expressão, muito usada no âmbito do Direito Sucessório, consiste nas situações 
pré‐morte. É a morte de um herdeiro antes da morte do autor da herança. 
2.6 Efeitos da redução da maioridade civil 
A redução da maioridade civil para os 18 anos completos deflagrou uma série de efeitos (ver material 
de apoio da aula 6), valendo destacar os seguintes: 
2.6.1 O cancelamento da pensão alimentícia é automático ou não? 
O próprio  STJ, em diversos  julgados  (REsp 399.028/SP – REsp 347.010/SP – REsp 739.004/DF10) e 
também a Súmula 35811 do mesmo Tribunal  reforçam a  tese de que o cancelamento da pensão alimentícia 
não se dá automaticamente com alcance da maioridade civil. 
Para haver o cancelamento da pensão alimentícia deve ser submetido ao contraditório. 
O STJ em mais de uma oportunidade decidiu que o MP não  tem  legitimidade para  recorrer contra 
decisão que exonera o dever de prestar alimentos (REsp 982.410/DF – REsp 712.175/DF12). 
2.6.2 Limite etário para seguro da lei previdenciária 
No  âmbito  previdenciário,  a  redução  da  maioridade  civil  não  implicou  a  negação  do  direito  de 
percepção de benefício ao maior de 18 assegurado pela lei previdenciária até os 21 anos, pois o limite etário 
que consagra consta em norma especial (Nota SAJ nº 42/03, Enunciado 03 da I Jornada de Direito Civil13). 
                                                            
 
9 Art. 8º ‐ Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos 
outros, presumir‐se‐ão simultaneamente mortos. 
10 ALIMENTOS. MAIORIDADE DO ALIMENTANDO. EXONERAÇÃO AUTOMÁTICA DA PENSÃO. INADMISSIBILIDADE. – Com a maioridade, 
extingue‐se o poder familiar, mas não cessa, desde  logo, o dever de prestar alimentos, fundado a partir de então no parentesco. – É 
vedada a exoneração automática do alimentante, sem possibilitar ao alimentando a oportunidade de manifestar‐se e comprovar, se for 
o caso, a impossibilidade de prover a própria subsistência. Precedentes do STJ. Recurso especial não conhecido. 
11  Súmula  358  ‐  Ementa: O  cancelamento  de  pensão  alimentícia  de  filho  que  atingiu  a maioridade  está  sujeito  à  decisão  judicial, 
mediante contraditório, ainda que nos próprios autos. Decisão: 13/08/2008 
12  RECURSO  ESPECIAL.  AGRAVO  DE  INSTRUMENTO.  ALIMENTOS.  MAIORIDADE  DO  ALIMENTANDO.  MINISTÉRIO  PÚBLICO. 
ILEGITIMIDADE  PARA  RECORRER.  O  Ministério  Público  não  detém  legitimidade  para  recorrer  contra  decisão  em  que  se  discute 
alimentos quando o alimentando houver alcançado a maioridade. 
13 3 – Art. 5º: A redução do limite etário para a definição da capacidade civil aos 18 anos não altera o disposto no art. 16, I, da Lei n. 
8.213/91, que regula específica situação de dependência econômica para fins previdenciários e outras situações similares de proteção, 
previstas em legislação especial. 
 
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CAPACIDADE > Efeitos da redução da maioridade civil 
                                                           
Se a  lei diz que o benefício será pago até os 21 anos, a alteração da maioridade pelo Novo Código 
Civil, não altera a idade do benefício previdenciário já que tem lei específica – tem requisitos estritos. 
Julgando  o  REsp  1.074.181/PB14  assentou  o  STJ  que  o  limite  para  o  pagamento  do  benefício 
previdenciário é o da própria  lei previdenciária, e não a conclusão dos estudos universitários. Mas a pensão 
alimentícia para sustento durante o curso é devida. 
   
 
 
14  ADMINISTRATIVO.  PENSÃO  TEMPORÁRIA.  TERMO  FINAL.  FILHO  MAIOR  DE  21  ANOS.  PRORROGAÇÃO.  CONCLUSÃO  DO  CURSO 
UNIVERSITÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. 1. O art. 222, IV, da Lei n. 8.112/90 fixou como termo final para a pensão temporária a data em que 
o dependente atinge a maioridade, apresentado‐se como única exceção a invalidez. 2. Em face da ausência de previsão legal, mostra 
inviável a pretendida prorrogação do benefício previdenciário até que  filho maior  complete 24 anos de  idade ou  conclua o estudo 
universitário. 
 
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Quarta‐feira,  11  de  agosto  de  2010.  
3 DIREITOS DA PERSONALIDADE 
3.1 Personalidade Jurídica 
Historicamente se afirmou que ter personalidade era ser sujeito, ter aptidão para titularizar relações. 
Esse conceito foi atacado por Pontes de Miranda por trazer consigo uma imprecisão. 
Questionou  então  como  classificar  os  entes  despersonalizados  (ex.  condomínio  edilício  –  é 
contribuinte, empregador, relação obrigacional, até parte em processo)? 
Ter personalidade, portanto, não pode ser somente titularizar relações jurídicas – sujeito de direito. 
Capacidade  jurídica  seria  a  aptidão  para  praticar  relações  jurídicas  pessoalmente.  Ex.:  criança, 
malgrado tenha personalidade não tenha capacidade. 
A prof. Maria Helena Diniz diz que personalidade é a aptidão de ser sujeito e quem é sujeito pode ter 
capacidade jurídica. 
Atualmente se tem uma outra visão. 
Toda pessoa natural ou jurídica tem personalidade que significa uma proteção inerente aos direitos 
da personalidade. O CC 1916 não tratou dos direitos de personalidade, pois não  interessava a tutela de atos 
patrimoniais. 
3.2 Capacidade Jurídica 
Capacidade Jurídica é a aptidão para titularizar relações jurídicas. 
Nem todos que dispõe de capacidade, dispõe de personalidade. 
 
 
Os entes despersonalizados possuem capacidade malgrado não possuam personalidade. 
Ter personalidade  jurídica é para relações existenciais. Ter capacidade  jurídica é para ter relações 
patrimoniais. 
Os direitos da personalidade constituem a categoria  fundamental do Direito Civil, pois protegem a 
pessoa, daquele que dispõe de personalidade. 
Art.  1º,  III  da  CF  é  Cláusula  Geral  de  Direitos  da  personalidade,  portanto  todos  os  Direitos  da 
personalidade  tipificados  ou  não  gravitam  ao  derredor  da  Dignidade  da  Pessoa  Humana.  Ex.:  imagem, 
privacidade,  nome,  honra  –  direitos  da  personalidade  tipificados  em  lei.  Estes  devem  ser  interpretados 
conforme à Dignidade da Pessoa Humana, mas que permite ainda a percepção da existência de outros diretosda personalidade mesmo que ainda não tipificados. 
É direito da personalidade tudo aquilo que é necessário para se ter vida digna nas relações privadas. 
Estando tipificada em lei a interpretação se dá conforme o Direito da Personalidade, caso contrário deverá se 
perceber se está de acordo com a Dignidade Humana. 
DIREITOS DA PERSONALIDADE > Personalidade Jurídica 
 
Capacidade 
Jurídica 
Capacidade para 
titularizar relações 
jurídicas 
Pessoa 
Personalidade 
 Jurídica 
Proteção Inerente 
(Direitos a 
Personalidade)
 
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DIREITOS DA PERSONALIDADE > Capacidade Jurídica 
Dignidade Humana é um  conceito plástico, amorfa, pois não há  como dar um  conceito específico 
sobre Dignidade, mas há um conteúdo mínimo. O CONTEÚDO JURÍDICO MÍNIMO DA DIGNIDADE DA PESSOA 
HUMANA é: 
1. Integridade Física e Psíquica – (lei 11.346/06 – afirma o Direito à Alimentação adequada); 
2. Liberdade e Igualdade – (STJ ‐ RESP 820.475/RJ – foi reconhecida a possibilidade jurídica de 
declaração de unidade familiar homoafetiva); 
3. Direito ao mínimo existencial (direito ao patrimônio mínimo. Lei 11.382/06 – modificou o art. 
648 e 649 do CPC alterando a impenhorabilidade dos bens dizendo que os bens móveis que 
guarnecem o  lar  são  impenhoráveis naquilo que  for necessário para existência mínima. O 
mesmo não se aplica aos bens imóveis). 
Esse conteúdo mínimo da Dignidade da Pessoa Humana tem dupla eficácia: positiva e negativa. 
• Eficácia Positiva: é que a Dignidade Humana vincula condutas, obriga. 
• Eficácia Negativa: limita o exercício de direitos. 
É dupla a eficácia da dignidade humana: 
1. Direito  Público: mitigação  da  supremacia  do  interesse  público  sobre  o  privado. Não  interesse 
público que justifique o sacrifício da dignidade alheia. 
2. Direito Privado: gera a constitucionalização das relações privadas (eficácia horizontal dos Direitos 
Fundamentais – STF, RE 201.819/RJ15 – caso da Associação dos Compositores do Brasil). 
 
Tanto nas relações de direito público como direito privado se aplica o direito à dignidade da pessoa 
humana. Portanto, não é admitido que se aplique multa sem que se possibilite aos direitos constitucionais, é o 
efeito jurídico da aplicação da Dignidade nas relações da Privadas ‐ art. 1337 do CC16. 
3.2.1 Direitos da Personalidade x Liberdades Públicas 
Os  direitos  da  personalidade  são  compreendidos  pela  ótica  privada  porque  os  direitos  da 
personalidade  correspondem à proteção  fundamental de uma pessoa nas  relações privadas. Os direitos da 
personalidade constituem uma proteção essencial pode ser que um exercício de um direito da personalidade 
exija  uma  conduta  positiva  ou  negativa  do  estado  que  são  chamadas  de  liberdades  públicas.  Enquanto  os 
direitos da personalidade são vistos pelo enfoque privado, as liberdades públicas são enfocadas pela ótica do 
direito público, porque as liberdades públicas as obrigações positivas ou negativas impostas ao poder público 
para que se assegure o exercício do direito da personalidade. 
                                                            
 
15 EMENTA: SOCIEDADE CIVIL SEM FINS LUCRATIVOS. UNIÃO BRASILEIRA DE COMPOSITORES. EXCLUSÃO DE SÓCIO SEM GARANTIA DA 
AMPLA DEFESA E DO CONTRADITÓRIO. EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NAS RELAÇÕES PRIVADAS. RECURSO DESPROVIDO. I. 
EFICÁCIA DOS DIREITOS  FUNDAMENTAIS NAS RELAÇÕES PRIVADAS. As  violações a direitos  fundamentais não ocorrem  somente no 
âmbito das  relações entre o  cidadão e o  Estado, mas  igualmente nas  relações  travadas entre pessoas  físicas e  jurídicas de direito 
privado. Assim, os direitos fundamentais assegurados pela Constituição vinculam diretamente não apenas os poderes públicos, estando 
direcionados  também  à  proteção  dos  particulares  em  face  dos  poderes  privados.  [...]  A  autonomia  privada,  que  encontra  claras 
limitações  de  ordem  jurídica,  não  pode  ser  exercida  em  detrimento  ou  com  desrespeito  aos  direitos  e  garantias  de  terceiros, 
especialmente aqueles positivados em sede constitucional, pois a autonomia da vontade não confere aos particulares, no domínio de 
sua incidência e atuação, o poder de transgredir ou de ignorar as restrições postas e definidas pela própria Constituição, cuja eficácia e 
força normativa também se impõem, aos particulares, no âmbito de suas relações privadas, em tema de liberdades fundamentais. III. 
SOCIEDADE  CIVIL  SEM  FINS  LUCR  ATIVOS.  ENTIDADE  QUE  INTEGRA  ESPAÇO  PÚBLICO,  AINDA  QUE  NÃO‐ESTATAL.  ATIVIDADE  DE 
CARÁTER  PÚBLICO.  EXCLUSÃO  DE  SÓCIO  SEM  GARANTIA  DO  DEVIDO  PROCESSO  LEGAL.  APLICAÇÃO  DIRETA  DOS  DIREITOS 
FUNDAMENTAIS À AMPLA DEFESA E AO CONTRADITÓRIO. [...] A exclusão de sócio do quadro social da UBC, sem qualquer garantia de 
ampla defesa, do contraditório, ou do devido processo constitucional, onera consideravelmente o recorrido, o qual fica impossibilitado 
de perceber os direitos autorais relativos à execução de suas obras. A vedação das garantias constitucionais do devido processo legal 
acaba por restringir a própria  liberdade de exercício profissional do sócio. O caráter público da atividade exercida pela sociedade e a 
dependência do vínculo associativo para o exercício profissional de  seus  sócios  legitimam, no  caso concreto, a aplicação direta dos 
direitos fundamentais concernentes ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa (art. 5º, LIV e LV, CF/88). IV. RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO DESPROVIDO. 
16 Art. 1337. O condômino, ou possuidor, que não cumpre  reiteradamente com os seus deveres perante o condomínio poderá, por 
deliberação de  três quartos dos  condôminos  restantes,  ser  constrangido a pagar multa  correspondente até ao quíntuplo do valor 
atribuído  à  contribuição  para  as  despesas  condominiais,  conforme  a  gravidade  das  faltas  e  a  reiteração,  independentemente  das 
perdas e danos que se apurem. Parágrafo único. O condômino ou possuidor que, por seu reiterado comportamento anti‐social, gerar 
incompatibilidade de convivência com os demais condôminos ou possuidores, poderá ser constrangido a pagar multa correspondente 
ao décuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, até ulterior deliberação da assembléia. 
 
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DIREITOS DA PERSONALIDADE > Capacidade Jurídica 
Para que o direito da personalidade seja exercido, não raro exige um comportamento estatal. Esse 
comportamento  exigido  do  estado  para  que  se  viabilize  um  direito  de  personalidade  é  chamado  de 
liberdade pública. 
Exemplo  autoexplicativo:  direto  de  locomoção  (ir  e  vir)  é  direito  da  personalidade,  inerente  à 
dignidade de uma pessoa, portanto da personalidade – vida digna. Ele impõe ao Estado o Habeas Corpus como 
instrumento do exercício da personalidade. 
3.2.2 Momento aquisitivo e Momento Extintivo dos Direitos da Personalidade 
‐  Qual  o  momento  aquisitivo  dos  Direitos  da  Personalidade?  O  momento  aquisitivo  dos  direitos  da 
personalidade é a concepção. Se o momento aquisitivo dos direitos da personalidade é a concepção como fica 
o natimorto e o embrião labotorial (criogenizado). 
Há  um  julgado  do  STJ  399.028/SP17  onde  diz  expressamente  que  se  aplica  direito  de  imagem  do 
nascituro de um médico que divulgou as imagens do exame pré‐natal. 
O  natimorto  é  adquirente  de  direitos  da  personalidade  como:  imagem,  nome  e  sepultura  – 
ENUNCIADO 1 ‐ Jornada de Direito Civil18. 
O  embrião  laboratorial não  implantado  é  caso de  lei própria  (Lei  11.105/05  – Biossegurança,  art. 
5º19) e não o CC. Embora o embrião implantado no útero guardará os direitos do nascituro. 
O descarte no Brasil é o encaminhamento para o desenvolvimento de pesquisas de células tronco. 
Não  é permitido  a médico desenvolver  embriões  de  laboratório, pois  apenas  servem

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