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Direito Empresarial - Intensivo I -

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Direito Empresarial 
Aula  Data  Tema  Professor  Obs.: 
01  30  11  10  Evolução Histórica  Alexandre Gialluca   
02  14  12  10  Estabelecimento Empresarial I  Alexandre Gialluca   
03  17  12  10  Estabelecimento Empresarial I e Ponto Comercial I  Alexandre Gialluca   
04  06  01  11  Ponto Comercial II e Propriedade Industrial I  ‘’   
05  07  01  11  Bens Incorpóreos  ‘’   
INTENSIVO II 
1   04  02  11  Títulos de crédito I  Alexandre Gialluca   
2   24  02  11  Títulos de crédito II  Alexandre Gialluca   
3              
4              
5              
6              
7              
8              
9              
10              
11              
12              
13              
14              
 
Sumário 
terca‐feira, 30 de novembro de 2010. .......................................................................................................... 5 
1  BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................................... 5 
2  EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO COMERCIAL ......................................................................... 5 
2.1  Histórico Internacional ..................................................................................................................................... 5 
2.1.1  1ª Fase – Corporações de Ofício ............................................................................................................................. 5 
2.1.2  2ª Fase – Estados Nacionais .................................................................................................................................... 5 
2.1.3  3ª Fase – Codificação Napoleônica ......................................................................................................................... 5 
2.1.4  4ª Fase – Código Civil Italiano ................................................................................................................................. 5 
2.2  Histórico no Brasil ............................................................................................................................................ 6 
2.2.1  1ª Fase – Ordenações do Reino............................................................................................................................... 6 
2.2.2  2ª Fase – Código Comercial Brasileiro ..................................................................................................................... 6 
2.2.3  3ª Fase – Código Civil Brasileiro .............................................................................................................................. 6 
2.3  Teoria dos atos de comércio (Código Comercial de 1850) .................................................................................. 6 
2.4  Teoria da Empresa ............................................................................................................................................ 7 
2.4.1  Empresário .............................................................................................................................................................. 7 
2.4.2  Não se considera empresário .................................................................................................................................. 8 
2.4.3  Autonomia do Direito Comercial ............................................................................................................................. 9 
2.4.4  Teoria Poliédrica ...................................................................................................................................................... 9 
2.4.5  Requisitos para ser empresário individual .............................................................................................................. 9 
Terça‐feira, 14 de dezembro de 2010. ........................................................................................................ 11 
2.4.6  Responsabilidade do empresário individual ......................................................................................................... 11 
2.4.7  Empresário casado ................................................................................................................................................ 11 
2.5  Obrigações do empresário individual .............................................................................................................. 11 
2.5.1  Obrigação de registro ............................................................................................................................................ 12 
2.5.2  Escrituração dos livros comerciais ........................................................................................................................ 13 
2.5.2.1  Consequências da ausência de escrituração ................................................................................................ 13 
2.5.2.2  Dispensado da escrituração ......................................................................................................................... 14 
2.5.3  Realização de balanços.......................................................................................................................................... 14 
2.5.4  Mantença em boa guarda e conservação os seus livros e documentos ............................................................... 14 
3  ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL ................................................................................................ 14 
3.1  Previsão legal ................................................................................................................................................. 15 
3.2  Conceito ......................................................................................................................................................... 15 
3.3  Natureza jurídica ............................................................................................................................................ 15 
Sexta‐feira, 17 de dezembro de 2010. ........................................................................................................ 17 
3.4  Trespasse e seus efeitos ................................................................................................................................. 17 
3.5  Responsabilidade do alienante e do adquirente do estabelecimento .............................................................. 18 
3.6  Concorrência .................................................................................................................................................. 19 
3.7  Sub‐rogação do adquirente nos contratos relacionados à exploração do estabelecimento .............................. 19 
3.8  Aviamento – “Goodwill” ................................................................................................................................. 19 
3.9  Clientela ......................................................................................................................................................... 20 
 
 
4  BENS INCORPÓREOS DO ESTABELECIMENTO ............................................................................. 20 
4.1  Ponto Comercial ............................................................................................................................................. 20 
4.1.1  Conceito ................................................................................................................................................................ 20 
4.1.2  Proteção ao contrato de locação empresarial – Ação renovatória ....................................................................... 20 
4.1.3  Ação renovatória – requisitos ...............................................................................................................................21 
4.1.4  Prazo para ação renovatória ................................................................................................................................. 21 
4.1.5  Sublocação ............................................................................................................................................................ 21 
4.1.6  Exceção de retomada ............................................................................................................................................ 22 
4.1.7  Alterações recentes da Lei de Locações ................................................................................................................ 22 
4.2  Propriedade industrial .................................................................................................................................... 23 
4.2.1  Finalidade .............................................................................................................................................................. 23 
4.2.2  Bens de propriedade industrial (quadro geral) ..................................................................................................... 23 
4.2.3  Bens patenteáveis ................................................................................................................................................. 24 
4.2.3.1  Invenção ....................................................................................................................................................... 24 
4.2.3.2  Modelo de utilidade ..................................................................................................................................... 25 
4.2.3.3  Titularidade da patente ................................................................................................................................ 25 
4.2.3.4  Vigência da patente ...................................................................................................................................... 25 
4.2.3.5  Não se considera invenção nem modelo de utilidade ................................................................................. 25 
4.2.3.6  Patente de empresa ..................................................................................................................................... 25 
Sexta‐feira, 07 de janeiro de 2011. ............................................................................................................. 27 
4.2.3.7  Licença Compulsória ..................................................................................................................................... 27 
4.2.3.8  Proteção da patente ..................................................................................................................................... 28 
4.2.3.9  Direito de Prioridade .................................................................................................................................... 28 
4.2.3.10  Formas de extinção da patente .................................................................................................................... 29 
4.2.4  Bens registráveis ................................................................................................................................................... 29 
4.2.4.1  Desenho Industrial – “design” ...................................................................................................................... 29 
4.2.4.2  Marca ............................................................................................................................................................ 29 
4.2.4.3  Vigência do registro ...................................................................................................................................... 31 
4.2.4.4  Extinção do registro ...................................................................................................................................... 31 
4.3  Nome empresarial ou nome comercial ............................................................................................................ 31 
4.3.1  Espécies de nome empresarial .............................................................................................................................. 31 
4.3.2  Composição do nome empresarial ........................................................................................................................ 31 
4.3.3  Proteção ao nome empresarial ............................................................................................................................. 32 
4.3.4  Princípios do nome empresarial ............................................................................................................................ 32 
Quinta‐feira, 03 de fevereiro de 2011. ....................................................................................................... 33 
5  TÍTULOS DE CRÉDITO .......................................................................................................................... 33 
5.1  Conceito ......................................................................................................................................................... 33 
5.2  Princípios dos Títulos de Crédito ..................................................................................................................... 33 
5.2.1  Princípio da Cartularidade ..................................................................................................................................... 33 
5.2.2  Princípio da Literalidade ........................................................................................................................................ 33 
5.2.3  Princípio da Autonomia ......................................................................................................................................... 34 
5.2.3.1  Inoponibilidade de exceções pessoais a terceiros de boa‐fé ....................................................................... 34 
5.2.3.2  Abstração ...................................................................................................................................................... 34 
5.3  Classificação dos Títulos de Crédito ................................................................................................................. 34 
5.3.1  Quanto ao modelo ................................................................................................................................................ 34 
5.3.2  Quanto às hipóteses de emissão ........................................................................................................................... 35 
5.3.3  Quanto à estrutura ................................................................................................................................................ 35 
5.3.4  Quanto à sua circulação ........................................................................................................................................ 35 
5.4  Legislação aplicável aos títulos de créditos...................................................................................................... 36 
6  LETRA DE CÂMBIO ................................................................................................................................ 36 
 
 
6.1  Conceito ......................................................................................................................................................... 36 
6.2  Saque ............................................................................................................................................................. 36 
6.3  Aceite .............................................................................................................................................................37 
Quinta‐feira, 24 de fevereiro de 2011. ....................................................................................................... 38 
6.4  Endosso .......................................................................................................................................................... 38 
6.4.1  Endosso em preto e Endosso em branco .............................................................................................................. 38 
6.4.2  Endosso parcial...................................................................................................................................................... 38 
6.4.3  Endosso póstumo .................................................................................................................................................. 38 
6.4.4  Endosso impróprio ................................................................................................................................................ 38 
6.5  Aval ................................................................................................................................................................ 39 
6.5.1  Maneira de se dar o aval ....................................................................................................................................... 39 
6.5.2  Aval parcial ............................................................................................................................................................ 39 
6.5.3  Aval após o vencimento e após protesto .............................................................................................................. 39 
6.5.4  Diferenças entre aval e fiança ............................................................................................................................... 39 
6.6  Espécies de vencimento .................................................................................................................................. 40 
7  NOTA PROMISSÓRIA ............................................................................................................................ 40 
7.1  Vencimento na nota promissória .................................................................................................................... 41 
7.2  Nota Promissória vinculada a contrato de abertura de crédito ........................................................................ 41 
7.3  Nota Promissória “pro solvendo” e nota promissória “pro soluto” .................................................................. 42 
8  CHEQUE .................................................................................................................................................... 42 
8.1  Prazo de apresentação ................................................................................................................................... 44 
8.2  Prazos prescricionais ...................................................................................................................................... 45 
9  DUPLICATA ............................................................................................................................................. 45 
 
Direito Empresarial – Alexandre Gialluca 
TERCA‐FEIRA,  30  DE  NOVEMBRO  DE  2010.  
1 BIBLIOGRAFIA 
Fábio Ulhoa Coelho. Manual de Direito Comercial. Ed. Saraiva. 
Fábio Ulhoa Coelho. Curso de Direito Comercial. Vol. I. 
Ricardo Negrão. Manual de Direito de Empresa. Ed. Saraiva. Vol. I. 
Marlon Tomazzetti. Curso de Direito Empresarial. Ed. Atlas, Vol. I. ‐ {AGU/PFN} 
2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO COMERCIAL 
A evolução histórica pode ser dividida em quatro fases: 
2.1 Histórico Internacional 
2.1.1 1ª Fase – Corporações de Ofício 
Primeira fase – da segunda metade do Século XII a segunda metade do Século XVI. Nessa fase havia 
artesãos e mercadores que faziam parte da crescente burguesia, envolvendo‐se em discussões resolveram se 
unir.  Para  isso  criaram  as  corporações  de  ofícios  que  nada  mais  eram  do  que  associações  de  artesãos  e 
mercadores. 
Com base nesse  fortalecimento buscavam  criar normas mercantis para  solução de  conflitos. Essas 
normas eram elaboradas por artesãos e mercantis que não tinham muito conhecimento, então a grande fonte 
dessas normas foram os costumes da época. 
Essa fase foi chamada de subjetivista porque o direito era de classe, só eram aplicadas para aqueles 
que  eram  mercadores  e  artesãos  participantes  da  corporação.  Só  sofriam  a  incidência  das  normas  quem 
participasse daquela classe. 
Os  tribunais  eram  compostos  de  juízes  que  julgavam  apenas  aqueles  que  estivessem  ligados  às 
corporações. 
2.1.2 2ª Fase – Estados Nacionais 
Essa  segunda  fase  vai do  final do  século XVI  até o  final do  século XVIII. Nessa  fase é  crescente o 
mercantilismo. O mercado que até então concentrava‐se na Itália acaba espalhando‐se para Holanda, França e 
Inglaterra e outros países da Europa. 
Nesses  países  ocorreu  a  uniformização  das  normas  jurídicas,  pois  nesse  momento  começou  um 
relacionamento mercantil e comercial entre os países. 
Com  o  surgimento  dos  Estados  Nacionais  buscou‐se  o  fortalecimento  do  Estado.  Para  tanto  era 
necessário que o direito deixasse de ser consuetudinário para ser um direito elaborado pelo próprio Estado. A 
jurisdição mercantil deixa de ser privada e passa a ser do Estado. 
O que teremos nesse momento são os tribunais especiais, especializados em direito mercantil. 
2.1.3 3ª Fase – Codificação Napoleônica 
Essa terceira fase ocorreu nos Séculos XIX a Século XX. Nesse momento histórico ocorre a chamada 
revolução francesa surgindo ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. 
Em 1807 surge o Código de Napoleão adotando a teoria dos atos de comércio. Teve a finalidade de 
abolir o  corporativismo. Tira‐se o  foco do  comerciante para direcionar aos atos praticados pela pessoa, ou 
seja, se o ato praticado estiver relacionado com o direito mercantil. 
2.1.4 4ª Fase – Código Civil Italiano 
 
Página | 6  
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO COMERCIAL > Histórico no Brasil 
Essa fase iniciou‐se no ano 1942 quando Vitório Emanuele III – elaborou o Código Italiano. Nessa fase 
criou‐se a “Teoria da Empresa” contrariando os atos de comércio visando mais para a sociedade empresária. 
2.2 Histórico no Brasil 
2.2.1 1ª Fase – Ordenações do Reino 
A atividade mercantil era muito restrita em razão das restrições impostas pela corte. Com a vinda da 
família  real para Brasil a atividade mercantil  começou a  se estruturar. Deu‐se então a abertura dos portos, 
criação do Banco do Brazil. 
Em 1823,  criou‐se uma  lei dizendo que, para os  atos de  comércio, deveriam  ser  aplicadas  as  leis 
portuguesas. 
Em Portugal havia a Lei da Boa Razão, a qual permitia que quando o ordenamento jurídico pátrio não 
tivesse previsão  legal para o caso concreto, seria possível aplicar, subsidiariamente, as  leis de outros países, 
desde que cristãos. 
Foi então que o Brasil começou a aplicar o Código Comercial Francês – código de Napoleão. 
Com a necessidade de uma legislação própria no Brasil, elaborou‐se em 1834 um projeto de lei para 
as relações mercantis. 
2.2.2 2ª Fase – Código Comercial Brasileiro 
A  segunda  fase  começa  com  a  aprovação  do  Código  Comercial  Brasileiro  em  1850.  E  continuou 
vigente até a vigência do Código Civil de 2002. 
2.2.3 3ª Fase – Código Civil Brasileiro 
Essa  terceira  fase  começa  com o Código Civil de 2002, que  revogou alguns dispositivos do Código 
Comercial. 
2.3 Teoria dos atos de comércio (Código Comercial de 1850) 
O Código Comercial possuía três partes: 
PARTE I – Do comércio em geral 
Nessa primeira parte do Código,  localizava‐se a  teoria dos atos de  comércio.Tratava da  figura do 
comerciante (pessoa física) e da sociedade comerciária (pessoa jurídica). 
Para que a pessoa pudesse como comerciante ou sociedade comercial deveria praticar atos comércio 
com habitualidade. A análise que se fazia nesse momento era objetiva. Não se verificava quem praticou, mas 
sim o ato: sendo ato de comercio poderia classificar‐se como comerciante ou sociedade comerciária. 
Era  uma  análise  objetiva.  O  problema  era  verificar  o  que  era  ato  de  comércio,  então,  pelo 
Regulamento 737 de 1850  trazia o que era ato de comércio. O problema é que os atos elencados como de 
comércio  eram  poucos.  Ex.:  compra  e  venda  de  bens  móveis,  atividade  de  seguro,  atividade  bancária, 
atividade de frete marítimo, atividade de espetáculos. 
Nenhuma outra atividade de comércio era considerada atividade comercial. 
PARTE II – Do comércio marítimo 
PARTE III – “Das quebras” 
A antiga lei de falências (Dec‐Lei 7661/45) que revogou a parte “das quebras” do Código Comercial. 
Na época falava‐se em concordata que era uma forma de evitar a quebra, mas somente poderia se 
beneficiar  quem  realizasse  atos  de  comércio.  Por  exemplo,  uma  imobiliária  que  passasse  por  quebra  não 
poderia beneficiar‐se da concordata, já que não realizava compra e venda de móveis, conforme Dec.‐Lei 737. 
Por não suprir todas as expectativas o Brasil abandonou a Teoria dos Atos de Comércio. 
 
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EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO COMERCIAL > Teoria da Empresa 
2.4 Teoria da Empresa 
Essa sofreu a influência italiana e não francesa como nos atos de comércio, o que se demonstra o art. 
2.045  do  CC1.  Revogou‐se  parcialmente  o  Código  Comercial  no  que  toca  aos  atos  de  comércio,  portanto 
primeira parte do Código Comercial. Permanecem válidos ainda os Dispositivos da Segunda parte do Código 
Comercial relacionados ao Comércio Marítimo. 
2.4.1 Empresário 
Ao  se  estudar  a  figura  do  empresário,  estuda‐se  tanto  o  empresário  individual  como  também  o 
empresário  coletivo.  O  empresário  individual  é  a  pessoa  natural  e  o  empresário  coletivo  (Sociedade 
Empresária) é a pessoa jurídica. 
A  sociedade  empresária  tem  o  CNPJ  (Cadastro  Nacional  de  Pessoa  Jurídica),  mas  não  é, 
simplesmente, porque  tem CNPJ que será pessoa  jurídica. O empresário  individual é pessoa  física, e poderá 
receber CNPJ para fins tributários. 
#  É  possível  a  desconsideração  da  personalidade  jurídica  para  o  empresário  individual?  Não, 
porque  não  há  possibilidade  de  se  desconsiderar  o  que  não  existe.  Se  não  tem  personalidade 
jurídica não é possível desconsiderar. 
Antes, com a teoria dos atos comércio era uma análise objetiva, dava‐se atenção ao ato praticado. 
Atualmente será empresário aquele previsto no art. 966 do CC. 
LIVRO II 
Do Direito de Empresa 
TÍTULO I 
Do Empresário 
CAPÍTULO I 
Da Caracterização e da Inscrição 
Art. 966. Considera‐se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para 
a produção ou a circulação de bens ou de serviços. 
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, 
literária  ou  artística,  ainda  com  o  concurso  de  auxiliares  ou  colaboradores,  salvo  se  o  exercício  da 
profissão constituir elemento de empresa. 
Empresário  é  aquele  que  profissionalmente  exerce  atividade  econômica  ORGANIZADA  para  a 
produção ou a circulação de bens ou de serviços. 
Profissional é aquele que exerce atividade econômica com habitualidade. Atividade econômica em 
linhas gerais significa lucratividade – todo empresário, individual ou coletivo, visa o lucro. 
Só é empresário quem pratica a atividade econômica com a organização.  
Segundo a doutrina a organização é igual à reunião dos quatro fatores de produção: 
Mão de obra; 
Matéria prima; 
Capital; 
Tecnologia. 
Quando se tem a reunião desses quatro fatores a doutrina diz que há uma organização empresarial. 
Fábio Ulhoa Coelho diz também que são quatros os fatores de produção, mas a ausência de um deles 
descaracteriza a organização. Ex.: a costureira que trabalha em casa se não tiver mão de obra contratada não 
poderá ser classificada como empresária. 
                                                            
 
1 Art. 2.045. Revogam‐se a Lei no 3.071, de 1o de janeiro de 1916 ‐ Código Civil e a Parte Primeira do Código Comercial, Lei no 556, de 
25 de junho de 1850. 
 
 
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Nesse ponto surge um problema, pois é a posição de alguns concursos. Ex.: sociedade constituída por 
duas  pessoas:  João  e  Alfredo.  Ambos  primos  que  montaram  um  barzinho.  Decidiram  que  não  fariam  a 
contratação de nenhum funcionário. A resposta que foi dada como correta é que não se trata de sociedade 
empresária, pois não possui mão de obra contratada. Esse gabarito está de acordo com Fábio Ulhoa Coelho. 
Essa posição de Ulhoa Coelho vinha prevalecendo, mas vem perdendo espaço. 
Se a atividade fim tiver de ser exercida com a colaboração de terceiros (pessoas, computadores ou 
robôs) está caracterizada a organização. 
Combinando  as  teorias entende‐se que não haverá organização quando a atividade  fim depender 
exclusivamente da pessoa natural ou dos sócios. 
Ex.1: Produção de bens: fábrica de móveis – funcionários, tecnologia, matéria prima, visa lucro. 
Ex.2: Produção de serviços: bancos. 
Ex.3: Circulação de bens: farmácia. 
Ex.4: Produção de serviços: agência de turismo. 
Obs.1: o empresário (individual ou sociedade individual) é o titular da empresa. 
Obs.2: empresa é a atividade econômica organizada. 
TÍTULO III 
Do Estabelecimento 
CAPÍTULO ÚNICO 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 1.142. Considera‐se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa 
(atividade econômica organizada), por empresário, ou por sociedade empresária. 
Obs.3: quem exerce a empresa no caso de sociedade empresária é a sociedade jurídica e não os sócios. Quem 
irá  explorar  atividade  econômica  e  não  são os  sócios da  sociedade. Não  é por que  sou  sócio da  atividade 
empresária que serei chamado de empresário. 
2.4.2 Não se considera empresário 
Previsão no art. 966, §único do CC2. 
Não  se  considera empresário quem exerce profissão  intelectual de natureza  científica,  literária ou 
artística,  ainda  que  tenha  o  concurso  de  auxiliares  ou  colaboradores. A  ideia  do  legislador  foi  alcançar  os 
profissionais liberais. 
Atividade intelectual científica ex.: médico, advogado, contador. 
Atividade intelectual literária ex.: escritor, jornalista. 
Atividade  intelectual  artística  ex.:  músicos,  fotógrafos,  desenhista,  ator,  dançarino,  animador  de 
festa. 
Não sendo empresário será autônomo ou profissional liberal. 
Uma  sociedade  de  médicos,  advogados,  contadores  será  uma  sociedade  simples  e  não  uma 
sociedade empresária, conforme art. 982 CC. 
Art.  982.  Salvo  as  exceções  expressas,  considera‐se  empresária  a  sociedade  que  tem  por  objeto  o 
exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. 
Quando a sociedade não é empresária será uma sociedade simples, portanto como não se considera 
atividade de empresário as realizadas por advogados, médicos ou contadores, será uma sociedade simples. 
Mesmo  que  uma  sociedade  simples  tenha  contratado  outros  profissionais  como  faxineiros, 
enfermeiros  e  outros,  ainda  assim  será  sociedade  simples,  salvo  se  o  exercício  da  profissão  (intelectual) 
constituir elemento de empresa. 
                                                            
 
2 Art. 966 –  [...] Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão  intelectual,de natureza científica,  literária ou 
artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. 
 
 
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UTI (de hospital) – é considerado serviço de hospedagem. 
Elemento de empresa:  
Quando a atividade intelectual estiver integrada em um objeto mais complexo, próprio da atividade 
empresarial  (atividade  intelectual + atividade de empresário). Ex.: hospital que  tem UTI, comercialização de 
remédios, locação de salas, refeição, plano de saúde. A sociedade passa a ser uma sociedade empresária. 
Serviço que não  se caracteriza personalíssimo,  tendo em vista um cliente  individualizado, mas  sim 
um  serviço  objetivo,  direcionado  a  uma  clientela  indistinta.  Será  empresário  quando  oferecer  a  terceiros 
prestações  intelectuais  de  pessoas  a  seu  serviço.  Ex.:  empresa  fotográfica,  clínica  estética. Quem  realiza  a 
atividade  não  é  aquele  que  resolveu  montar  a  clínica,  quem  irá  prestar  o  serviço  de  esteticista  é  alguém 
contratado. 
Sobre a vida do empresário ou da sociedade empresária incidirá um regramento específico, incide as 
regras do direito empresarial. Não se pode  tratar da mesma  forma uma  indústria, hospital e um advogado, 
médico. Se o empresário está em crise, poderá superá‐la. 
O direito  comercial deixou de  ser  autônomo,  acabou havendo uma unificação do direito privado. 
Direito Civil e  comercial  estão no mesmo  código. Porém, para os  autores de Direito Empresarial, o Direito 
Empresarial ainda tem autonomia. 
2.4.3 Autonomia do Direito Comercial 
Segundo a professora Vera Helena Mello Franco (USP): “o Direito Comercial é, perante o direito civil, 
ramo autônomo que se apresenta como um direito especial, especialização esta decorrente das necessidades 
específicas das relações comerciais”. 
O que ocorreu com o Código Civil foi uma unificação formal, mas não uma unificação de conteúdo. 
Não  houve  uma  unificação  substancial  porque  a  Constituição,  segundo  art.  22,  I3,  atribuiu  tratamento 
autônomo ao Direito Comercial. 
Além  disso,  tratando‐se  de  falência,  recuperação  judicial,  contrato  de  franquia,  leasing  o  Direito 
Comercial possui legislação própria, que não no Código Civil. 
A unificação formal do Código Civil com o Comercial foi com relação ao direito das obrigações e de 
alguns contratos. Ademais permanecem normalmente. 
2.4.4 Teoria Poliédrica 
Essa  teoria  foi  tratada por um  jurista  italiano  chamado Alberto Asquini. Diz que  a  empresa  é um 
fenômeno que possui quatro perfis. 
1º Perfil – Objetivo: é o conjunto de bens organizados pelo empresário para exercício da atividade. 
2º Perfil – Subjetivo: a empresa é o sujeito que explora a atividade, seja pessoa natural ou jurídica. 
3º  Perfil  –  Corporativo:  empresa  é  uma  instituição,  é  uma  organização  de  pessoas  com  objetivo 
comum. Não é muito utilizado no Brasil esse tipo de situação. 
4º Perfil – Funcional: empresa é a atividade econômica organizada. 
Qual  foi  o  perfil  adotado  pelo  Código  Civil?  O  perfil  adotado  pelo  art.  916  do  CC  é  o  perfil 
funcional, onde empresa é a atividade econômica organizada. 
O conjunto de empresas será considerado estabelecimento. 
2.4.5 Requisitos para ser empresário individual 
O art. 972 do CC diz que só pode ser empresário quem está em pleno gozo da capacidade civil e não 
tem impedimento legal. 
                                                            
 
3 Art. 22. Compete privativamente à União  legislar  sobre:  I  ‐ direito  civil,  comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, 
aeronáutico, espacial e do trabalho; [...] 
 
 
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Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil 
e não forem legalmente impedidos. 
Os  requisitos  que  serão  tratados  servem  apenas  para  o  empresário  individual.  Os  requisitos  da 
sociedade empresária serão abordados mais adiante. 
# Menor pode ser empresário individual? 
Menor  não  poderá  iniciar  uma  atividade  empresarial,  exceto  se  enquadrado  nas  hipóteses  de 
emancipação. Porém,  ainda que o menor não possa  iniciar uma  atividade  empresarial, poderá  continuar  a 
atividade antes exercida por seus pais ou autor de herança (art. 974). 
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa 
antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. 
§ 1o Nos casos deste artigo, precederá autorização  judicial, após exame das circunstâncias e dos riscos 
da empresa, bem como da conveniência em continuá‐la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, 
ouvidos os pais,  tutores ou representantes  legais do menor ou do  interdito, sem prejuízo dos direitos 
adquiridos por terceiros. 
§ 2o Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão 
ou da  interdição, desde que  estranhos  ao  acervo daquela, devendo  tais  fatos  constar do  alvará que 
conceder a autorização. 
Os requisitos para menor continuar empresa são: (1) Estar devidamente assistido ou representado e 
(2) autorização judicial (art. 974, §1º). 
Impedimentos legais para ser empresário 
Membros do MP (ver material de apoio). 
   
 
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TERÇA‐FEIRA,  14  DE  DEZEMBRO  DE  2010. 
2.4.6 Responsabilidade do empresário individual 
O  empresário  individual  possui  responsabilidade  ilimitada,  ou  seja,  responderá  com  seus  bens 
pessoais pelas dívidas empresariais. 
Em nosso ordenamento  jurídico há o Princípio da Unidade Patrimonial que tanto a pessoa natural 
quanto a pessoa jurídica só podem ter um patrimônio. Já o empresário individual é pessoa física que sozinha 
organiza uma atividade empresarial, tendo patrimônio único. 
Da mesma  forma, a execução de bens  relativos a uma dívida contraída pela pessoa  física em uma 
farmácia, por exemplo, poderia recair sobre o patrimônio destinado à atividade empresarial, pois há um único 
patrimônio. 
Empresário  individual que  tem  estabelecimento  comercial divido  com  sua  residência pessoal, não 
poderá tê‐lo penhorado em razão dos bens de família, atendidas as condições exigidas pela lei. 
Para  que  seja  possível  limitar  a  responsabilidade  do  empresário  individual  deverá  constituir  uma 
sociedade  juntamente  com  outro  sócio.  As  dívidas  da  sociedade  não  serão  repassadas  para  os  sócios;  os 
credores, a princípio, não podem fazer recair a cobrança sobre o patrimônio dos sócios. Não é sem razão que 
em muitos casos é requerida a desconsideração da personalidade jurídica da sociedade empresária, para que 
eles não se valham desse benefício. 
Menor de idade (ou incapaz) que recebe de herança uma fazenda de seu avô paterno. Pouco tempo 
depois, assume hotel/pousada de seu pai (empresário  individual) que falecera. Nesses casos, vindo o hotel a 
não ter sucesso financeiro, as cobranças poderão atingir o patrimônio do menor existente antes de assumir o 
hotel? 
Conforme  regra do art. 472, §2º CC, chamada  regra de afetação de patrimônio do  incapaz, o bem 
anteriormente atribuído ao incapaz não será objeto de busca. 
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa 
antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. 
[...] 
§ 2o Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão 
ou da  interdição, desde que  estranhos  ao  acervo daquela, devendo  tais  fatos  constar do  alvará que 
conceder a autorização.2.4.7 Empresário casado 
Casal unido com regime de comunhão universal de bens. Um deles resolve alienar um bem utilizado 
como  depósito,  necessário  para  o  desenvolvimento  da  atividade  empresarial  de  distribuidora  de  bebidas. 
Nesses casos, para a alienação dos bens seria necessária a outorga do cônjuge? 
Conforme art. 1.647 do CC seria exigido a anuência do cônjuge. Porém, não é esse o dispositivo que 
deve ser aplicado. 
Para o empresário  individual não se aplica o código civil, mas sim as regras do direito empresarial. 
Dentro do Código Civil há uma regra específica para o empresário que é o art. 978. 
Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime 
de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá‐los de ônus real. 
O empresário individual é uma pessoa física com unidade patrimonial, então por que a regra que diz 
que o patrimônio da empresa? 
Não se registra o imóvel em nome da pessoa jurídica, mas sim em nome da pessoa física. Depois do 
registro em nome da pessoa física, faz‐se uma averbação dizendo que é um empresário individual, casado e o 
casal está destinando o imóvel para atividade empresarial. Quando o cônjuge permite a destinação do imóvel 
para empresa entende‐se como feita a anuência para gravame de ônus real. 
2.5 Obrigações do empresário individual 
 
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2.5.1 Obrigação de registro 
O empresário deve fazer o registro antes mesmo de dar início à sua atividade empresarial (art. 967). 
O  registro  público  de  empresas  mercantis  está  subdividido  em  dois  órgãos:  o  Departamento  Nacional  de 
Registro de Comércio e a Junta Comercial. 
O  DNRC  é  um  órgão  federal,  normativo  e  fiscalizador  e  a  Junta  Comercial  é  um  órgão  estadual 
executor. O empresário individual deverá fazer o seu registro na Junta Comercial. 
Da decisão que nega o registro de empresa cabe Mandado de Segurança. Porém, a questão é saber 
de quem seria a competência. A junta comercial possui dois tipos de subordinações: técnica e administrativa. 
No  âmbito  técnico  ela  está  subordinada  ao órgão normativo  (DNRC), portanto, órgão  federal. No 
âmbito administrativo é que a  Junta Comercial é o Estado  (pagamento de  salários). Por esse motivo, o STF 
julgando  o  RE  199793/RS4  determinou  que  a  competência  para  julgar  Mandado  de  Segurança  contra  ato 
técnico do Presidente da Junta Comercial é da Justiça Federal. 
# Quais são as consequências para o empresário individual que deixa de fazer o registro na junta 
comercial? Não poderá  requerer  falência de outrem, não poderá pleitear  recuperação  judicial e 
não poderá participar de licitação, pois não obterá certidão negativa de débito. 
Para o empresário rural, conforme o art. 971 do CC, o registro será facultativo, porque a lei não usa a 
expressão “deve” não estando obrigado a  fazer o  registro. A  ideia é  tratar dos  lados opostos da moeda da 
atividade rural. 
Art.  971.  O  empresário,  cuja  atividade  rural  constitua  sua  principal  profissão,  pode,  observadas  as 
formalidades  de  que  tratam  o  art.  968  e  seus  parágrafos,  requerer  inscrição  no  Registro  Público  de 
Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos 
os efeitos, ao empresário sujeito a registro. 
Há também os casos da agroindústria, que fará o registro, pois somente será considerado empresário 
se fizer o registro na junta comercial. 
A  princípio  o  agricultor  não  é  tratado  como  empresário,  não  recaindo  as  regras  do  Direito 
Empresarial. Somente após o registro na atividade empresarial é que fica equiparado ao empresário. 
Qual a natureza  jurídica do  registro para o empresário? Para o empresário  individual  comum o 
registro  do  empresário  é mera  condição  de  regularidade. O  registro  do  empresário  comum  na 
Junta  Comercial  não  é  requisito  para  sua  caracterização  (não  dependerá  de  registro  para 
caracterizar  empresário,  bastando  as  características  do  966).  Empresário  que  fez  registro  é 
empresário regular; empresário que não faz registro é um empresário irregular, mas não deixa de 
ser empresário. 
Enunciados 198 e 202 do Conselho da Justiça Federal. 
198 ‐ Art. 967: A inscrição do empresário na Junta Comercial não é requisito para a sua caracterização, 
admitindo‐se o exercício da empresa sem tal providência. O empresário irregular reúne os requisitos do 
art. 966, sujeitando‐se às normas do Código Civil e da legislação comercial, salvo naquilo em que forem 
incompatíveis com a sua condição ou diante de expressa disposição em contrário. 
 
202 − Arts. 971 e 984: O registro do empresário ou sociedade rural na Junta Comercial é facultativo e de 
natureza  constitutiva,  sujeitando‐o  ao  regime  jurídico  empresarial.  É  inaplicável  esse  regime  ao 
empresário ou sociedade rural que não exercer tal opção. 
O registro do empresário rural é de natureza constitutiva, somente será empresário se fizer registro 
na Junta Comercial. 
                                                            
 
4  EMENTA:  Juntas Comerciais. Órgãos  administrativamente  subordinados  ao  Estado, mas  tecnicamente  à autoridade  federal,  como 
elementos do sistema nacional dos Serviços de Registro do Comércio. Conseqüente competência da Justiça Federal para o julgamento 
de mandado de segurança contra ato do Presidente da Junta, compreendido em sua atividade fim. 
 
 
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EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO COMERCIAL > Obrigações do empresário individual 
O  registro  do  empresário  ou  sociedade  rural  na  junta  comercial  é  facultativo  e  de  natureza 
constitutiva,  sujeitando‐o  ao  regime  jurídico  empresarial.  É  inaplicável  esse  regime  ao  empresário  ou 
sociedade. 
2.5.2 Escrituração dos livros comerciais 
Classificação dos livros: 
Livro Obrigatório 
Comum 
Especial 
Facultativo 
O  livro  facultativo  é  aquele que o  empresário não  está obrigado  a  escriturar. Utiliza  apenas para 
melhorar o funcionamento. Ex.: livro conta‐corrente, livro razão. 
Livro obrigatório especial é exigido em  lei e não é para  todo empresário. Ex.:  livro de  registro de 
duplicata (somente para aquele empresário que emite duplicata). 
Livro obrigatório comum é aquele livro que todo empresário precisa escriturar. É o livro do art. 1.180 
do CC, chamado de livro diário. 
Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, que pode ser substituído por 
fichas no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica. 
Parágrafo  único.  A  adoção  de  fichas  não  dispensa  o  uso  de  livro  apropriado  para  o  lançamento  do 
balanço patrimonial e do de resultado econômico. 
[*CONCURSOS] O Princípio que norteia os livros comerciais? É o Princípio da Sigilosidade, porque o 
livro empresarial é sigiloso. Caso contrário poderá ocorrer uma concorrência desleal. 
Art. 1.190. Ressalvados os casos previstos em  lei, nenhuma autoridade,  juiz ou  tribunal, sob qualquer 
pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para verificar se o empresário ou a sociedade empresária 
observam, ou não, em seus livros e fichas, as formalidades prescritas em lei. 
As exceções a essa sigilosidade são: 
Exibição total – segundo o art. 1.191 o juiz só poderá ordenar a exibição total dos  livros em quatro 
situações: 
Quando se tratar de sucessão; 
Assunto relativo à sociedade; 
Administração ou gestão à conta de outrem; 
Em situações relativa à falência. 
Exibição parcial – em qualquer ação  judicial é possível a exibição parcial, conforme súmula 260 do 
STF. 
Súmula  260  do  STF  ‐  O  EXAME  DE  LIVROS  COMERCIAIS,  EM  AÇÃO  JUDICIAL,  FICA  LIMITADO  ÀS 
TRANSAÇÕES ENTRE OS LITIGANTES.Artigo 1.193 CC – fiscal do ICMS dirige‐se ao estabelecimento comercial e exige os livros comerciais. 
Essa  regra  da  sigilosidade  não  se  aplica  às  autoridades  fazendárias  quando  do  exercício  da  fiscalização  de 
impostos. O fiscal terá o direito de analisar os livros. Para que não haja abuso a essa permissão da lei é que o 
próprio STF  já decidiu que essa permissão só se aplica para os casos em que o fiscal esteja  limitado (Súmula 
439 do STF). 
Súmula 439 do STF  ‐ ESTÃO SUJEITOS À FISCALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA OU PREVIDENCIÁRIA QUAISQUER 
LIVROS COMERCIAIS, LIMITADO O EXAME AOS PONTOS OBJETO DA INVESTIGAÇÃO. 
2.5.2.1 Consequências da ausência de escrituração 
A ausência de escrituração terá  influência no âmbito trabalhista, fiscal, mas no âmbito empresarial 
não ocorrerá nenhum tipo de sanção ou penalidade que não tenha os livros escriturados. 
 
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ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL > Obrigações do empresário individual 
Deixando de escriturar a princípio não configura nenhum tipo de crime, mas se tiver uma sentença 
de falência ou então recuperação  judicial ou extrajudicial o fato de ter deixado de escriturar configura crime 
falimentar (art. 178 da Lei 11.101/05). 
Art. 178. Deixar de elaborar, escriturar ou autenticar, ANTES ou DEPOIS da  sentença que decretar a 
falência,  conceder  a  recuperação  judicial  ou  homologar  o  plano  de  recuperação  extrajudicial,  os 
documentos de escrituração contábil obrigatórios: 
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave. 
2.5.2.2 Dispensado da escrituração 
De acordo com o art. 1.179, §2º do CC, o pequeno empresário está dispensado desta escrituração. A 
Lei Complementar 123/06 (art. 3º) é quem trata da Micro‐Empresa e da Empresa de Pequeno Porte. 
ME  EPP  Pequeno empresário 
Empresário Individual  Empresário Individual  Empresário individual 
Sociedade Empresária  Sociedade Empresária   
Sociedade Simples  Sociedade Simples   
Receita  Bruta  Anual  de  até  R$ 
240.000,00. 
Receita Bruta Anual superior a R$ 
240.000,00 e ≤ R$ 2.400.000,00. 
Receita  Bruta  Anual  de  até  R$ 
36.000,00. 
Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram‐se microempresas ou empresas de pequeno 
porte a sociedade empresária, a sociedade simples e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei no 
10.406, de 10 de  janeiro de 2002, devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no 
Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: 
I ‐ no caso das microempresas, o empresário, a pessoa  jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada 
ano‐calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais); 
II ‐ no caso das empresas de pequeno porte, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, 
em cada ano‐calendário, receita bruta superior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais) e igual 
ou inferior a R$ 2.400.000,00 (dois milhões e quatrocentos  mil reais).  
§ 1o  Considera‐se  receita bruta, para  fins do disposto no  caput deste artigo, o produto da venda de 
bens  e  serviços  nas  operações  de  conta  própria,  o  preço  dos  serviços  prestados  e  o  resultado  nas 
operações  em  conta  alheia,  não  incluídas  as  vendas  canceladas  e  os  descontos  incondicionais 
concedidos. [...] 
 
Art. 68. Considera‐se pequeno empresário, para efeito de aplicação do disposto nos arts. 970 e 1.179 da 
Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002, o empresário individual caracterizado como microempresa na 
forma  desta  Lei  Complementar  que  aufira  receita  bruta  anual  de  até R$  36.000,00  (trinta  e  seis mil 
reais).  
2.5.3 Realização de balanços 
Deverá ter o balanço patrimonial (apura ativo e passivo) do art. 1.188 do CC e também o balanço de 
resultado econômico (apura lucros e perdas) previsto no art. 1.189 CC. 
Art. 1.188. O balanço patrimonial deverá exprimir, com fidelidade e clareza, a situação real da empresa 
e,  atendidas  as  peculiaridades  desta,  bem  como  as  disposições  das  leis  especiais,  indicará, 
distintamente, o ativo e o passivo. 
Parágrafo único. Lei especial disporá sobre as  informações que acompanharão o balanço patrimonial, 
em caso de sociedades coligadas. 
Art.  1.189.  O  balanço  de  resultado  econômico,  ou  demonstração  da  conta  de  lucros  e  perdas, 
acompanhará o balanço patrimonial e dele constarão crédito e débito, na forma da lei especial. 
2.5.4 Mantença em boa guarda e conservação os seus livros e documentos 
É uma definição prevista no art. 1.194 do CC. 
Art. 1.194. O empresário e a  sociedade empresária  são obrigados a  conservar em boa guarda  toda a 
escrituração,  correspondência  e  mais  papéis  concernentes  à  sua  atividade,  enquanto  não  ocorrer 
prescrição ou decadência no tocante aos atos neles consignados. 
3 ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL 
 
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ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL > Previsão legal 
**CONSTANTEMENTE EM PROVAS 
3.1 Previsão legal 
Dos artigos 1.142 ao 1.149 do CC. 
 
TÍTULO III  Art.  1.146.  O  adquirente  do  estabelecimento  responde  pelo 
pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que 
regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo 
solidariamente  obrigado  pelo  prazo  de  um  ano,  a  partir, 
quanto  aos  créditos  vencidos,  da  publicação,  e,  quanto  aos 
outros, da data do vencimento. 
Do Estabelecimento 
 
CAPÍTULO ÚNICO 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
Art.  1.142.  Considera‐se  estabelecimento  todo  complexo  de 
bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, 
ou por sociedade empresária. 
Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do 
estabelecimento não pode  fazer  concorrência ao adquirente, 
nos cinco anos subseqüentes à transferência. 
Art.  1.143.  Pode  o  estabelecimento  ser  objeto  unitário  de 
direitos e de negócios  jurídicos,  translativos ou  constitutivos, 
que sejam compatíveis com a sua natureza. 
Parágrafo  único.  No  caso  de  arrendamento  ou  usufruto  do 
estabelecimento,  a  proibição  prevista  neste  artigo  persistirá 
durante o prazo do contrato. 
Art.  1.148.  Salvo  disposição  em  contrário,  a  transferência 
importa  a  sub‐rogação  do  adquirente  nos  contratos 
estipulados  para  exploração  do  estabelecimento,  se  não 
tiverem  caráter  pessoal,  podendo  os  terceiros  rescindir  o 
contrato  em  noventa  dias  a  contar  da  publicação  da 
transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a 
responsabilidade do alienante. 
Art.  1.144.  O  contrato  que  tenha  por  objeto  a  alienação,  o 
usufruto ou  arrendamento do estabelecimento,  só produzirá 
efeitos quanto  a  terceiros depois de  averbado  à margem da 
inscrição  do  empresário,  ou  da  sociedade  empresária,  no 
Registro  Público  de  Empresas  Mercantis,  e  de  publicado  na 
imprensa oficial. 
Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para 
solver  o  seu  passivo,  a  eficácia  da  alienação  do 
estabelecimento  depende  do  pagamento  de  todos  os 
credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou 
tácito, em trinta dias a partir de sua notificação. 
Art.  1.149.  A  cessão  dos  créditos  referentes  ao 
estabelecimento  transferido  produzirá  efeito  em  relação  aos 
respectivos  devedores,  desde  o  momento  da  publicação  da 
transferência, mas  o  devedor  ficará  exonerado  se  de  boa‐fé 
pagar ao cedente. 
 
Estabelecimento Empresarial também é chamado de Estabelecimento Comercial, Azienda, Fundo de 
Comércio. 
3.2 Conceito 
Está previsto no art. 1.142 do CC. 
Estabelecimento é todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, 
ou  por  sociedade  empresária.  Portanto,  estabelecimento  não  é  o  local,  mas  sim  o  complexo  de  bens 
organizado para o exercíciode uma atividade empresarial. 
Como  a  lei  não  fez  distinção,  os  bens  podem  ser  corpóreos  (materiais)  ou  ainda  incorpóreos 
(imateriais). 
Exemplos de bens corpóreos são: móveis, equipamentos, maquinários, mercadorias, imóvel, veículos 
etc. Exemplos de bens incorpóreos são: ponto comercial, marca, patente. 
O  conceito  de  estabelecimento  é  conjunto  de  bens  com  organização;  faltando  organização  é 
somente conjunto de bens, não configura um estabelecimento. 
O estabelecimento é  indispensável para o exercício da atividade empresarial. O estabelecimento é 
composto de bens que estão diretamente relacionados à atividade empresarial. 
Alguém que tenha dois imóveis. Um deles utilizado como padaria e o outro é locado utilizando‐se do 
aluguel para comprar mercadorias da padaria. Nesses casos o segundo imóvel não integra o estabelecimento. 
O estabelecimento nem sempre é o patrimônio, porque pode ser que a padaria possua outros bens, 
como por exemplo ações de sociedade anônima, fazenda etc. 
3.3 Natureza jurídica 
 
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ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL > Natureza jurídica 
Na medida em que é um conjunto de bens é considerado uma universalidade. Segundo a doutrina 
majoritária será uma universalidade de fato. 
A universalidade de direito é uma reunião feita pela vontade da lei, tal como ocorre com a herança e 
a  massa  falida.  A  universalidade  de  fato  decorre  da  vontade  do  empresário  individual  ou  da  sociedade 
empresária e não da lei. 
O estabelecimento não será sujeito de direito, será sim, objeto de direito (art. 1.143). 
Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios  jurídicos, translativos 
ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza. 
É uma universalidade que se trata de objeto de direitos. Sendo assim possível que se venda, dê em 
usufruto etc. 
   
 
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ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL > Trespasse e seus efeitos 
SEXTA‐FEIRA,  17  DE  DEZEMBRO  DE  2010. 
3.4 Trespasse e seus efeitos 
Trespasse é o nome que se dá para o contrato de compra e venda de estabelecimento comercial. O 
contrato de compra e venda de estabelecimento é diferente de contrato de cessão de cotas sociais. 
Lembrando  do  exemplo  passado.  A  Kipão  Ltda.  possui  duas  unidades:  01  e  02.  São  dois 
estabelecimentos,  mas  essa  padaria  possui  credores  (comprou  fornos,  balcões,  refrigeradores).  Vamos 
imaginar que o estabelecimento 01 está avaliado em 200 mil reais e o estabelecimento 02 está avaliado em 50 
mil reais. A dívida da Kipão está em 80 mil reais. Vocês concordam que a grande garantia que os credores têm 
de  recebimento do  seu  crédito é  justamente esse  conjunto de bens? Porque  se, porventura a padaria não 
efetuar o pagamento daquela dívida, o credor pode, em última análise, pedir a falência da padaria.  
Requisitada a falência, os bens serão arrecadados, depois vendidos e o produto da venda é utilizado 
para pagar os  credores.  Então,  a  grande  garantia de que o  credor  tem de que  vai  receber  alguma  coisa  é 
justamente esse conjunto de bens. Então, se a padaria resolve vender a unidade 02 (avaliada em 50 mil reais), 
ela vai permanecer com a unidade 01 (avaliada em 200 mil reais) que é suficiente para pagar a dúvida. Então, 
quando os bens que permanecem com o alienante do estabelecimento são suficientes para saldar a dívida, 
para solver o passivo, então, a padaria pode vender o estabelecimento 02 sem precisar da autorização. Não 
precisa da anuência de nenhum credor porque os bens que permaneceram são suficientes para saldar a dívida. 
Mas  o  contrário  é  um  pouco  mais  complicado.  Se,  porventura,  a  Kipão  Ltda.  resolver  vender  a 
unidade  01  (avaliada  em  200  mil  reais),  ela  permanece  com  a  unidade  02  e  o  valor  desses  bens  não  é 
suficiente para solver o passivo. Neste caso, a garantia dos credores fica comprometida. Por isso, o art. 1.145, 
do Código Civil traz uma regra importante, informando que esse contrato de trespasse (de compra e venda de 
estabelecimento empresarial) somente será eficaz se acontecer uma dessas duas coisas: 
9 Pagamento de todos os credores ou 
9 Autorização dos credores (anuência dos credores) 
Estabelecimento empresarial de padaria com duas unidades. Desejando vender parte das quotas de 
seus sócios 
Quem  vai  vender  tem  que  notificar  o  credor  dizendo  que  pretende  vender,  no  exemplo,  o 
estabelecimento 01. É necessário notificar o credor para saber se o credor autoriza e concorda com aquela 
alienação, com o contrato de trespasse.  
O  que  acontece  se,  porventura,  a  Kipão  vender  a  unidade  01,  que  é  a  de  maior  valor, 
comprometendo toda a garantia dos credores e não avisar ninguém e não pedir autorização de ninguém? É 
caso  de  ineficácia. O  contrato  de  trespasse  será  ineficaz. O  credor  pode  pedir  a  ineficácia  do  ato. O  que 
significa pedir a  ineficácia do ato?  Ineficácia do ato significa o seguinte: voltar ao estado anterior. Então, se 
João da Silva comprou esse estabelecimento, vai ter que devolver o estabelecimento para a Kipão Ltda. 
Além disso, o que mais o credor pode fazer, vendo que sua garantia está comprometida? Diz a nova 
lei de falência que o credor, verificando que a padaria estava querendo se desfazer do seu maior complexo de 
bens, sem ter bens suficientes para saldar a dívida, pode pedir a falência daquela padaria. 
A titularidade do estabelecimento II, antes do trespasse, era da Padaria Ki Pão Ltda, após alienação, 
passou  a  ser da  Padaria  Forno Quente  Ltda, ocorrendo  a  transferência da  titularidade do  estabelecimento 
comercial. 
“A”  e  “B”  são  sócios  em  um  estabelecimento  comercial.  Desejando  vender  parte  das  quotas  da 
sociedade para outras duas pessoas, ocorrerá a cessão de quotas sociais. Não há transferência da titularidade 
do estabelecimento. 
O credor poderá pedir a falência da sociedade, paralisando as atividades da sociedade, arrecadados 
todos os seus bens e alienados para pagamento dos credores. 
Buscando vender o estabelecimento 02, deve‐se observar a regra do art. 1.144 e 1.145 do CC. 
Art.  1.144.  O  contrato  que  tenha  por  objeto  a  alienação,  o  usufruto  ou  arrendamento  do 
estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à margem da inscrição do 
 
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ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL > Responsabilidade do alienante e do adquirente do estabelecimento 
empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis {Junta Comercial}, 
e de publicado na imprensa oficial. 
 
Art.  1.145.  Se  ao  alienante  não  restarem  bens  suficientes  para  solver  o  seu  passivo,  a  eficácia  da 
alienação  do  estabelecimento  depende  do  pagamento  de  todos  os  credores,  ou  do  consentimento 
destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação. 
Caso o contrato não siga essas regras não produzirá efeitos perante terceiros, porém produzirá entre 
os contratantes. 
A ausência de manifestação dos credores em 30 dias, entende‐se por aceito tacitamente. Porém, se 
com  o  contrato  de  trespasse  não  houver  o  pagamento  dos  credores  ou  não  tiver  o  seu  consentimento,  o 
contrato será ineficaz. 
Na  lei  de  falência  (11.101/05)  há  uma  regra  no  art.  94,  III  dizendo  que  se  o  empresário  ou  a 
sociedade  empresária  praticar  atos  de  alienação,  haverá  uma  presunção  de  que  estão  em  estado  de 
insolvência. Com base nesses atos, o credo poderá requisitar a sua falência. 
Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: [...] 
III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial: [...] 
c)  transfere estabelecimento a  terceiro,  credor ou não,  sem o consentimento de  todos os credores e 
semficar com bens suficientes para solver seu passivo; 
Decretada a  falência da padaria o  juiz  irá declarar a  ineficácia do ato, ou  seja,  volta‐se ao estado 
anterior, como se aquela operação não tivesse sido realizada (art. 136). A unidade da padaria alienada retorna 
para a massa falida, tendo o contratante de boa‐fé direito à restituição dos bens ou valores pagos. 
Art. 136. Reconhecida a  ineficácia ou  julgada procedente a ação  revocatória, as partes  retornarão ao 
estado anterior, e o contratante de boa‐fé terá direito à restituição dos bens ou valores entregues ao 
devedor. 
§ 1º Na hipótese de securitização de créditos do devedor, não será declarada a ineficácia ou revogado o 
ato  de  cessão  em  prejuízo  dos  direitos  dos  portadores  de  valores  mobiliários  emitidos  pelo 
securitizador. 
§ 2º É garantido ao  terceiro de boa‐fé, a qualquer  tempo, propor ação por perdas e danos  contra o 
devedor ou seus garantes. 
3.5 Responsabilidade do alienante e do adquirente do estabelecimento 
Comprando um estabelecimento, o adquirente  responderá pelas dívidas anteriormente  feitas pelo 
estabelecimento? Sim, responderá pelas dívidas anteriores, desde que estejam regularmente contabilizadas. 
Art. 1.146. O ADQUIRENTE do estabelecimento RESPONDE pelo pagamento dos débitos anteriores  à 
transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente 
obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos  créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos 
outros, da data do vencimento. 
Essa regra não se aplica às dívidas tributárias, já que possui regra específica (art. 133 do CTN), assim 
às dívidas  trabalhistas  (arts. 10 e 448 da CLT). Quando  regularmente  contabilizadas  as dívidas poderão  ser 
abatidas no valor. 
O  alienante  responderá  de  forma  solidária,  pelo  prazo  de  1  ano.  Esse  prazo  terá  seu  início  a 
depender de a dívida ser vencida ou vincenda. Dívida vencida conta‐se 1 ano da data publicação na imprensa 
oficial.  Dívida  vincenda  conta‐se  1  ano  da  data  do  vencimento,  pois,  por  exemplo,  uma  nota  promissória 
poderá ser emitida com data de vencimento para 3 anos. 
Não é  trespasse quando o  alienante  cede  cotas, pois nesse  caso deixará de  ser  sócio e  a  regra é 
diferente (art. 1.003 CC). 
Art. 1.003. A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente modificação do contrato social com 
o consentimento dos demais sócios, não terá eficácia quanto a estes e à sociedade. 
Parágrafo  único.  Até  dois  anos  depois  de  averbada  a modificação  do  contrato,  responde  o  cedente 
solidariamente  com o  cessionário, perante a  sociedade e  terceiros, pelas obrigações que  tinha  como 
sócio. 
 
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ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL > Concorrência 
3.6 Concorrência 
Alguém que tenha uma sorveteria e vende o estabelecimento. Pouco tempo depois abre uma outra 
em frente a anteriormente alienada. É possível? 
Na maioria das vezes o contrato de trespasse é omisso quanto a esse ponto, porém é o contrato de 
trespasse que irá definir a concorrência. 
No  Código  Civil  de  1916  não  havia  essa  regra,  portanto  deveria  se  inserir  uma  cláusula  de  não‐
restabelecimento que proibia o alienante de fazer concorrência com o adquirente. 
Atualmente o  art. 1.147 do CC  trouxe  a  cláusula de não‐restabelecimento de  forma  implícita nos 
contratos de trespasse. 
Art.  1.147.  Não  havendo  autorização  expressa,  o  alienante  do  estabelecimento  não  pode  fazer 
concorrência ao adquirente, nos cinco anos subseqüentes à transferência. 
Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a proibição prevista neste 
artigo persistirá durante o prazo do contrato. 
O  contrato  irá  definir  o  tempo,  se  pode  ou  se  não  pode  etc.  Essa  regra  somente  se  aplica  se  o 
contrato for omisso. 
Concorrência tem um caráter subjetivo, devendo ser analisado caso a caso a depender da localidade, 
do tamanho. 
3.7 Sub‐rogação do adquirente nos contratos relacionados à exploração do estabelecimento 
A ideia é de preservação dos negócios, busca garantir que aquele que compra também possa garantir 
os contratos e continuar o empreendimento. 
Art.  1.148.  Salvo  disposição  em  contrário,  a  transferência  importa  a  sub‐rogação  do  adquirente  nos 
contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os 
terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa 
causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante. 
Contratos,  por  exemplo,  com  fornecedores  de  produtos  serão  mantidos.  Podendo  os  terceiros 
rescindir o contrato se ocorrer justa causa. 
Lei 8.245/91 (art. 13) diz que o locador deverá anuir com a cessão da locação. 
Enunciado 234 da Jornada de Direito Civil. 
Art. 13. A cessão da locação, a sublocação e o empréstimo do imóvel, total ou parcialmente, dependem 
do consentimento prévio e escrito do locador.  
§ 1º Não se presume o consentimento pela simples demora do  locador em manifestar formalmente a 
sua oposição.  
§ 2º Desde que notificado por escrito pelo locatário, de ocorrência de uma das hipóteses deste artigo, o 
locador terá o prazo de trinta dias para manifestar formalmente a sua oposição. 
 
234  ‐  Art.  1.148:  Quando  do  trespasse  do  estabelecimento  empresarial,  o  contrato  de  locação  do 
respectivo ponto não se transmite automaticamente ao adquirente. Fica cancelado o Enunciado n. 64. 
3.8 Aviamento – “Goodwill” 
É o potencial de  lucratividade de um estabelecimento empresarial. É o que se chama normalmente 
de  “plus”. Ao  se  adquirir  um  restaurante,  por  exemplo,  pagará  pelos  bens,  assim  como  pelo  potencial  de 
lucratividade calculado como 5 vezes o seu faturamento. 
Quando a IBM adquiriu a Lótus o valor contábil da Lótus era 250 milhões, mas o valor pago foi de 3 
bilhões. O potencial de lucratividade do Google é de 114 bilhões. 
 
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BENS INCORPÓREOS DO ESTABELECIMENTO > Clientela 
O aviamento não é um elemento do estabelecimento, porque não tem vida autônoma, é um atributo 
ou qualidade do estabelecimento. 
A melhor definição é dada por Oscar Barreto Filho: o aviamento existe no estabelecimento, como a 
beleza, a saúde ou a honradez existem na pessoa humana, a velocidade no automóvel, a fertilidade no solo, 
constituindo  qualidades  inscindíveis  dos  entes  a  que  se  refere.  O  aviamento  não  existe  como  elemento 
separado do estabelecimento, e, portanto, não pode  constituir em  si e por  si objeto autônomo de direito, 
suscetível de ser alienado, ou dado em garantia. 
Obs.:  segundo  Fábio  Ulhoa  Coelho,  Fundo  de  Comércio  é  igual  aviamento  e  diferencia  estabelecimento 
comercial de fundo de comércio. No entanto, esse seu posicionamento é minoritário, contrariando, inclusive, 
precedentes do STJ. 
3.9 Clientela 
Clientela  é  o  conjunto  de  pessoas  que,  de  fato,  habitualmente  adquire  bens  ou  serviços  do 
empresário  ou  sociedade  empresária.  Isso  é  uma  situação  de  fato,  não  se  pode  dizer  que  isso  é  um  bem 
imaterial que é possível alienar. 
#  A  clientela  é  elemento  integrante  do  estabelecimento?  Não  é  elemento  integrante  do 
estabelecimento, pois é uma situação de fato – não é um bem imaterial. 
4 BENS INCORPÓREOS DO ESTABELECIMENTO 
4.1 Ponto Comercial 
4.1.1 Conceito 
É o local onde o empresário ou sociedade empresária exerce a atividade comercial – é a localização. 
O conjunto de bens é o que se chama estabelecimento. 
É a localização do estabelecimento. Aquele conjunto de bens está localizado onde? Ponto comercial 
é a localização do estabelecimento empresarial. O ponto comercial é muito importante para o empresário. 
“Você conhece a cantina tal?” Não.“Aquela que fica na esquina.” Aquela? Conheço!“Você conhece a banca tal?” Não. 
“Aquela da praça.” Claro! 
O ponto  comercial,  então,  é muito  importante para o  empresário  e para  a  sociedade  empresária 
porque muitas vezes ele é a grande referência do empresário. A referência do empresário nem sempre são as 
suas qualidades subjetivas, mas sim o seu ponto comercial. 
Imagine uma  livraria que fique no aeroporto. Você não sai para da sua casa para comprar  livros no 
aeroporto. O que vai gerar aquele cliente é  justamente o ponto comercial, a  sua  localização. Por  isso, a  lei 
protege o ponto comercial. Quando o assunto é ponto comercial,  temos que estudar a proteção ao ponto. 
Como a lei protege o ponto comercial do empresário e da sociedade empresária? 
Exemplo:  tenho  uma  videolocadora  em  imóvel  alugado.  Invisto  muito  nesse  imóvel,  conquisto  a 
clientela e, no  final do contrato, o proprietário diz que não vai renovar o contrato, muitas vezes porque ele 
está querendo uma graninha para renovar (só renova se você der 50 mil reais).  
A lei, então, protege o ponto através da chamada ação renovatória. 
4.1.2 Proteção ao contrato de locação empresarial – Ação renovatória 
Ação renovatória prevista na lei de locação (arts. 51 e segs.). 
Art.  51.  Nas  locações  de  imóveis  destinados  ao  comércio,  o  locatário  terá  direito  a  renovação  do 
contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente:  
I ‐ o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado; 
 
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BENS INCORPÓREOS DO ESTABELECIMENTO > Ponto Comercial 
II ‐ o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja 
de cinco anos; 
III ‐ o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de 
três anos. 
4.1.3 Ação renovatória – requisitos 
Contrato escrito e com prazo determinado. 
O prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma ininterrupta dos contratos escritos seja de 5 anos. 
O locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo ininterrupto de três anos. 
Esses  requisitos  são  cumulativos.  São  necessários  os  três  requisitos  para  se  ajuizar  a  ação 
renovatória. 
Questionamento  feito  em  prova  dizendo  que  não  é  necessário  para  ação  anulatória:  contrato  de 
locação com prazo de 5 anos. Essa é a resposta, pois não é requisito que o contrato seja de 5 anos. Podem ser 
vários de 2, ininterruptos desde que seja igual ou superior a 5. 
A  ação  renovatória  não  busca  proteger  o  locatário  ou  locador,  busca  sim,  proteger  a  atividade 
econômica. 
4.1.4 Prazo para ação renovatória 
Previsão no art. 51, 5º da Lei 8.245/91. 
Faltando um ano do fim do contrato de  locação  já é possível ajuizar a ação renovatória. Faltando 6 
meses expira o prazo da renovatória. O prazo para a ação renovatória se inicia no penúltimo semestre. 
4.1.5 Sublocação 
O locador deve autorizar a sublocação. 
Ex.: o locador exerceu a atividade por 3 anos e sublocou. A sublocação foi contrtatada por 5 anos. 
#  Na  sublocação  quem  ajuíza  a  ação  renovatória?  Locatário,  não  cabe  renovatória,  ambos  em 
litisconsórcio (locatário + sublocatário) ou o sublocatário. 
Na  ação  renovatória  busca‐se  a  proteção  do  ponto  e  não  do  locador  ou  locatário.  Somente  o 
sublocatário poderá ajuizar a ação renovatória. 
Faltando 1 ano para o fim do contrato de locação dá‐se o início da contagem do prazo possível para o 
ajuizamento da ação  renovatória. Faltando 6 meses para o encerramento do  contrato, expira o prazo para 
ajuizamento. 
   
 
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BENS INCORPÓREOS DO ESTABELECIMENTO > Ponto Comercial 
QUINTA‐FEIRA,  06  DE  JANEIRO  DE  2011.  
4.1.6 Exceção de retomada 
O locador pode apresentar a exceção de retomada, previsto no artigo 52 c/c com o art. 72 da Lei de 
Locação. A exceção é apresentada na contestação. 
 
Art. 52. O locador não estará obrigado a renovar o contrato se:  
I  ‐  por  determinação  do  Poder  Público,  tiver  que  realizar  no 
imóvel obras que  importarem na  sua  radical  transformação; ou 
para fazer modificações de tal natureza que aumente o valor do 
negócio ou da propriedade;  
II  ‐  o  imóvel  vier  a  ser  utilizado  por  ele  próprio  ou  para 
transferência de fundo de comércio existente há mais de um ano, 
sendo  detentor  da  maioria  do  capital  o  locador,  seu  cônjuge, 
ascendente ou descendente.  
III  ‐  ter  proposta  de  terceiro  para  a  locação,  em  condições 
melhores;  
IV  ‐ não estar obrigado a renovar a  locação  (incisos  I e  II do art. 
52).  
1°  No  caso  do  inciso  II,  o  locador  deverá  apresentar,  em 
contraproposta, as condições de locação que repute compatíveis 
com o valor locativo real e atual do imóvel.  
2° No caso do inciso III, o locador deverá juntar prova documental 
da  proposta  do  terceiro,  subscrita  por  este  e  por  duas 
testemunhas, com clara  indicação do ramo a ser explorado, que 
não poderá ser o mesmo do locatário. Nessa hipótese, o locatário 
poderá, em réplica, aceitar tais condições para obter a renovação 
pretendida.  
1º Na hipótese do inciso II, o imóvel não poderá ser destinado ao 
uso  do  mesmo  ramo  do  locatário,  salvo  se  a  locação  também 
envolvia o fundo de comércio, com as instalações e pertences.  
2º Nas  locações de espaço em shopping centers  , o  locador não 
poderá  recusar  a  renovação  do  contrato  com  fundamento  no 
inciso II deste artigo.  
3°  No  caso  do  inciso  I  do  art.  52,  a  contestação  deverá  trazer 
prova  da  determinação  do  Poder  Público  ou  relatório 
pormenorizado das obras a serem  realizadas e da estimativa de 
valorização  que  sofrerá  o  imóvel,  assinado  por  engenheiro 
devidamente habilitado.  
3º O  locatário terá direito a  indenização para ressarcimento dos 
prejuízos  e  dos  lucros  cessantes  que  tiver  que  arcar  com 
mudança, perda do lugar e desvalorização do fundo de comércio, 
se a renovação não ocorrer em razão de proposta de terceiro, em 
melhores condições, ou se o  locador, no prazo de três meses da 
entrega do  imóvel, não der o destino alegado ou não  iniciar as 
obras  determinadas  pelo  Poder  Público  ou  que  declarou 
pretender realizar.  
4° Na contestação, o locador, ou sublocador, poderá pedir, ainda, 
a fixação de aluguel provisório, para vigorar a partir do primeiro 
mês  do  prazo  do  contrato  a  ser  renovado,  não  excedente  a 
oitenta por cento do pedido, desde que apresentados elementos 
hábeis para aferição do justo valor do aluguel.  
Art. 72. A contestação do locador, além da defesa de direito que 
possa  caber,  ficará  adstrita,  quanto  à  matéria  de  fato,  ao 
seguinte:  
5°  Se  pedido  pelo  locador,  ou  sublocador,  a  sentença  poderá 
estabelecer  periodicidade  de  reajustamento  do  aluguel  diversa 
daquela prevista no contrato renovando, bem como adotar outro 
indexador para reajustamento do aluguel.  I ‐ não preencher o autor os requisitos estabelecidos nesta lei;  
II ‐ não atender, a proposta do  locatário, o valor  locativo real do 
imóvel na época da renovação, excluída a valorização trazida por 
aquele ao ponto ou lugar;  
 
Os casos em que é possível a apresentação dessa exceção são: 
Quando o poder público solicitar reforma no imóvel que implique em sua radical transformação. 
Quando o locador realizar reforma no imóvel que resulte em sua valorização. 
Proposta insuficiente, ou seja, o locador não aceita a proposta renovatória do locatário. 
0Proposta  melhor  de  terceiro,  desde  que  apresentada  uma  declaração  por  escrito  com  firma 
reconhecida. Nessa declaração o  locatário  irá definir o seu ramo de atividade, porque o terceiro  interessado 
não pode ter o mesmo ramo de atividade do locatário. Se isso acontecer o

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