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não depende de aceitação, independentemente da aceitação do acusado, irá gerar a extinção da punibilidade. A renúncia se dá antes do início do processo. Página | 49 Por conta do Princípio da Indivisibilidade, renúncia concedida a um dos coautores, estende‐se aos demais. A renúncia expressa é feita através de uma declaração inequívoca do ofendido, o que, na prática, é muito difícil. A renúncia tácita estará presente com a prática de um ato incompatível com a vontade de processar. Ex.: convite para ser padrinho de casamento. # Recebimento de dinheiro é prova de renúncia? Recebimento de indenização não significa renúncia tácita, salvo na hipótese de composição civil dos danos nos juizados. Art. 104 do Código Penal65 e art. 74 da Lei 9.099/9566 # Renúncia admite retratação? A renúncia não admite retratação. # A renúncia feita por uma das vítimas afeta o direito da outra? A renúncia feita por uma das vítimas não prejudica o direito das demais. Cada vítima é dona do seu direito autônomo da ação penal privada. 3.26.2 Perdão do ofendido É o ato pelo qual o querelante desiste de prosseguir com o processo, perdoando o autor do delito, com a consequente extinção da punibilidade caso o perdão seja aceito (ato bilateral). Está relacionado ao Princípio da Disponibilidade da ação penal privada. O perdão é dado durante o processo e poderá ser concedido até trânsito em julgado da sentença penal condentória. Por conta do Princípio da Indivisibilidade é estendido aos demais, mas desde que haja aceitação. O perdão poderá ser concedido de maneira expressa ou tácita. A aceitação do perdão também poderá ser uma aceitação expressa como também tácita. O silencia significa aceitação tácita, ou seja, está aceitando o perdão. O perdão de modo algum se confunde com o chamado perdão judicial. Ambos são causas extintivas da punibilidade, mas o perdão judicial é concedido pelo juiz (art. 121, §5º do CP). CÓDIGO PENAL CÓDIGO DE PROCESSO PENAL Art. 105 ‐ O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa, obsta ao prosseguimento da ação. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 106 ‐ O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I ‐ se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II ‐ se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III ‐ se o querelado o recusa, não produz efeito. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1º ‐ Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a vontade de prosseguir na ação. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2º ‐ Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado será intimado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silêncio importará aceitação. Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a punibilidade. Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo constará de declaração assinada pelo querelado, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais. Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar‐se‐á perempta a ação penal: I ‐ quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos; II ‐ quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê‐lo, ressalvado o disposto no art. 36; III ‐ quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo 65 Renúncia expressa ou tácita do direito de queixa ‐ art. 104 ‐ O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado expressa ou tacitamente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único ‐ Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de ato incompatível com a vontade de exercê‐lo; não a implica, todavia, o fato de receber o ofendido a indenização do dano causado pelo crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) AÇÃO PENAL > Causas extintivas da punibilidade ligadas à ação penal 66 Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente. Parágrafo único. Tratando‐se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação. Página | 50 justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; IV ‐ quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor. 3.26.3 Perempção Perempção é a perda do direito de prosseguir no exercício da ação penal exclusivamente privada ou personalíssima em virtude da desídia do querelante. Nada mais é do que uma punição ao querelante relapso. A perempção não se confunde com a decadência, porque a perempção é a perda do direito de prosseguir, ou seja, o processo está em andamento. A decadência é a perda do direito de dar início ao processo em crimes de ação penal privada em virtude do não exercício do direito no prazo legal. A perempção não gera a extinção da punibilidade na ação penal privada subsidiária da pública, porque nesse caso o MP irá reassumir a ação como parte principal – chamada de ação penal indireta. Hipóteses de perempção (art. 60 do CPP): I. Querelante deixa de promover o processo durante 30 dias seguidos – prevalece que o querelante deve ser intimado antes da decretação da perempção. II. Falecimento do querelante e os sucessores não se manifestam em 60 dias – nesse caso a perempção será reconhecida automaticamente pelo juiz, pois se for fazer um levantamento dos sucessores para intimar irá se instalar no processo criminal um processo de sucessão. III. Faltar a qualquer ato do processo a que deva estar presente sem justificar – nos procedimentos dos crimes contra a honra há um audiência de conciliação, e a ausência do querelante não é causa de perempção, mas sim apenas que não deseja conciliar. IV. Deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais – os doutrinadores entendem que os pedidos podem estar implícitos nas alegações finais. Ausência do advogado do querelante à audiência una de instrução e julgamento e à seção de julgamento no júri. Ex.: é possível que se tenha um homicídio doloso praticado em conexão com um crime de ação penal privada. A ausência do advogado do querelante à audiência e à seção de julgamento é causa de perempção. V. Extinção da pessoa jurídica querelante, sem deixar sucessor – difamação e calúnia (desde que a falsa imputação seja sobre crimes ambientais). AÇÃO PENAL > Causas extintivas da punibilidade ligadas à ação penal Página | 51 JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA > Mecanismos de solução de conflitos Quarta‐feira, 29 de setembro de 2010. 4 JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA 4.1 Mecanismos de solução de conflitos 4.1.1 Autotutela Caracteriza‐se pelo emprego da força bruta para a satisfação de interesses. Em regra a autotutela não é permitida, pois o emprego