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Direito Tributário - Intensivo I -

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Direito Tributário 
Aula  Data  Tema  Professor  Obs.: 
01  16  11  10  Princípios Constitucionais Tributários I  Eduardo Sabbag   
02  01  12  10  Princípios do Direito Tributário II  Eduardo Sabbag   
03  07  01  11  Princípios do Direito Tributário III e Imunidades I  Tatiane Piscitelli  (aula internet) 
04  12  01  11  Imunidades II e Sistema Tributário Nacional I  Eduardo Sabbag   
05  14  01  11  Sistema Tributário Nacional II  Eduardo Sabbag   
06             
07             
08             
09             
10             
11             
12             
13             
14             
15             
16             
17             
18             
19             
20             
 
Sumário 
Terça‐feira, 16 de novembro de 2010. ....................................................................................................... 3 
1  CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DO CURSO .............................................................................................. 3 
2  INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................................... 3 
3  PRINCÍPIOS ............................................................................................................................................. 3 
3.1  Princípio da Legalidade Tributária ................................................................................................. 3 
3.1.1  Mitigação ao Princípio da Legalidade .................................................................................... 4 
3.1.2  O Princípio da Legalidade e a Emenda Constitucional 32/01 ................................................ 4 
3.2  Princípio da Anterioridade Tributária ............................................................................................ 5 
3.2.1  Anterioridade anual ............................................................................................................... 6 
3.2.2  Anterioridade nonagesimal ................................................................................................... 6 
3.2.3  Princípio da eficácia diferida ................................................................................................. 6 
3.2.4  Exceções ao Princípio da Anterioridade ................................................................................ 6 
Quarta‐feira, 1º de dezembro de 2010. ..................................................................................................... 9 
3.3  Princípio da Isonomia Tributária ................................................................................................... 9 
3.3.1  Princípio da Capacidade Contributiva ................................................................................. 10 
3.4  Irretroatividade Tributária ........................................................................................................... 12 
4  IMUNIDADES ....................................................................................................................................... 15 
4.1  Definição ...................................................................................................................................... 15 
4.2  Imunidades mais relevantes ........................................................................................................ 15 
4.2.1  Imunidade Recíproca (alínea a) ........................................................................................... 16 
4.2.2  Imunidade dos tempos de qualquer culto (alínea b) .......................................................... 18 
4.2.3  Imunidade  de  partidos  políticos,  entidades  sindicais  de  trabalhadores,  entidades  de 
educação e assistência social (alínea c) ............................................................................................... 18 
Quarta‐feira, 12 de janeiro de 2011. ........................................................................................................ 21 
4.2.4  Imunidade de livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão .................. 21 
5  SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL ........................................................................................................ 22 
5.1  Conceito ....................................................................................................................................... 22 
5.2  Espécies de tributo ...................................................................................................................... 23 
5.2.1  Impostos .............................................................................................................................. 24 
 
W|Üx|àÉ gÜ|uâàöÜ|É 
Terça‐feira,  16  de  novembro  de  2010.  
1 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DO CURSO 
• No Intensivo I serão 4 aulas abordando o Direito Tributário na Constituição (do art. 145 ao art. 162). 
o Princípios (aulas 1 e 2); 
o Imunidades (aulas 2 e 3); 
o Tributos (aulas 4 e 5). 
• No Intensivo II serão 12 aulas abordando Direito Tributário no Código Tributário Brasileiro. 
2 INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA 
MANUAL DE DIREITO TRIBUTÁRIO. Eduardo Sabbag, 2ª Ed., Saraiva 2010 ou 3ª Ed., Saraiva, 2011. 
TESTES (pasta Intensivo I) – www.professorsabbag.com.br. 
3 PRINCÍPIOS 
Os princípios são limitações constitucionais ao poder de tributar. O que significa dizer que o poder 
de  tributar  sofre  balizamentos.  O  princípio  tributário  baliza  a  tributação,  permitindo  que  ela  seja 
considerada constitucional ou inconstitucional. 
Os Princípios estão localizados nos artigos 150, 151 e 152 da Constituição Federal. 
Para  o  STF,  os  princípios  tributários  não  podem  ser  desafiados  por  Emenda  Constitucional, 
destacando‐se  como  “garantia  individual do  contribuinte”  (ADI 939‐7 de 1993)  [CESPE/UNB/FGV]. Nessa 
ADI foi tratado o Princípio da Anterioridade Tributária. 
3.1 Princípio da Legalidade Tributária 
Artigo 150, I da Constituição Federal e artigo 97 do CTN. 
 
Constituição Federal 
[...] 
Seção II 
DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR 
Art.  150.  Sem  prejuízo  de  outras  garantias  asseguradas  ao 
contribuinte,  é  vedado  à  União,  aos  Estados,  ao  Distrito 
Federal e aos Municípios: 
I ‐ exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; [...] 
 
Código Tributário Brasileiro 
[...] 
SEÇÃO II 
Leis, Tratados e Convenções Internacionais e Decretos 
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: 
I ‐ a instituição de tributos, ou a sua extinção; 
II  ‐  a majoração  de  tributos,  ou  sua  redução,  ressalvado  o 
disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; 
III  ‐  a  definição  do  fato  gerador  da  obrigação  tributária 
principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 
52, e do seu sujeito passivo; 
IV ‐ a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, 
ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; 
V  ‐ a cominação de penalidades para as ações ou omissões 
contrárias a seus dispositivos, ou para outras  infrações nela 
definidas; 
VI  ‐  as  hipóteses  de  exclusão,  suspensão  e  extinção  de 
créditos  tributários,  ou  de  dispensa  ou  redução  de 
penalidades. 
§  1º  Equipara‐se  à majoração  do  tributo  a modificação  da 
sua base de cálculo, que importe em torná‐lo mais oneroso. 
§  2º  Não  constitui  majoração  de  tributo,  para  os  fins  do 
disposto  no  inciso  II  deste  artigo,  a  atualização  do  valor 
monetário  da  respectiva  base  de  cálculo.
 
Somente as pessoas políticas (União, Estados, Distrito Federal e Município) podem aumentar ou 
criar tributos por meio de lei. Valor ou vetor axiológico: segurança jurídica. 
A  lei (elaborada pelo Poder Legislativo) é o veículo que, em tese, traduz a segurança jurídica. “O 
povo tributando a simesmo” (Pontes de Miranda). 
Em regra, a lei que irá tratar de tributos será Lei Ordinária. Lei Complementar também seria hábil 
a tratar ou aumentar tributos. Quando o constituinte deseja que determinado tributo seja tratado por  lei 
complementar irá exigir expressamente. 
 
Página | 4  
PRINCÍPIOS > Princípio da Legalidade Tributária 
Deverão ser tratados por meio de Lei Complementar são os seguintes tributos: (1) Imposto sobre 
grandes  fortunas,  (2)  Empréstimo  Compulsório,  (3)  Imposto  Residual  e  (4)  Contribuição  Social  – 
previdenciária residual. 
No texto constitucional está escrito no art. 153, VII que “o  imposto sobre grandes fortunas será 
criado por meio de Lei Complementar por meio de”, então o entendimento que se formou é que a criação 
será  por meio  de  Lei  Complementar, mas  caberia  à  Lei Ordinária  um  tratamento  especial  em  razão  da 
expressão “por meio de”. Essa, no entanto, não é a doutrina que prevalece. 
3.1.1 Mitigação ao Princípio da Legalidade 
# O Princípio da Legalidade Tributária pode ser atenuado/mitigado? 
Sim. Em alguns casos o Poder Executivo poderá alterar alíquotas de certos tributos (art. 153, §1º 
da CF1). Algumas bancas entendem como exceção, mas o tema terminologicamente correto seria mitigação 
ou atenuação. 
São quatro os  impostos que poderão  ter  suas  alíquotas  alteradas por  ato do Poder  Executivo: 
Imposto sobre Importação (II), Imposto sobre Exportação (IE) Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) 
e Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).  
Há  mais  dois  tributos  que  integram  essa  mitigação  do  Princípio  da  Legalidade  criados  pela 
Emenda  Constitucional  33  de  2001:  CIDE  –  combustível  (art.  177,  §4º,  I,  “b”  CF)  alíquotas  reduzidas  e 
restabelecidas  (significa  restaurada para o  valor  estabelecido pela  lei) pelo Poder  Executivo  Federal  e o 
ICMS – combustível (art. 155, §4º, IV, “c” da CF) as alíquotas do ICMS – combustíveis poderão ser reduzidas 
e restabelecidas pelo Poder Executivo Estadual. 
[6  Tributos  = 5  impostos  e 1  contribuição; 5  tributos de  âmbito  federal  e 1  tributo de  âmbito 
estadual]. 
É  possível  que  o  Princípio  receba  a  seguinte  terminologia:  reserva  legal,  estrita  legalidade, 
tipicidade  fechada  (regrada  ou  cerrada).  A  matéria  é  tratada  no  art.  97  do  CTN,  indicando  que  a  lei 
tributária é estrutura tipificante, contendo elementos “numerus clausus”:  
(1) alíquota; 
(2) base de cálculo; 
(3) sujeito passivo; 
(4) multa; e 
(5) fato gerador. 
A base de  cálculo do  tributo pode  ser  alterada por  ato do  Executivo, desde que  se  respeitem 
índices oficiais de correção monetária do período, ou seja, que se trate de inequívoca atualização (baseado 
em  índices  oficiais  de  correção  monetária).  Já,  porém,  o  aumento  acima  dos  valores  de  atualização 
dependerá de lei. 
Súmula  160  do  STJ  ‐  E  DEFESO,  AO  MUNICIPIO,  ATUALIZAR  O  IPTU,  MEDIANTE  DECRETO,  EM 
PERCENTUAL SUPERIOR AO INDICE OFICIAL DE CORREÇÃO MONETARIA. 
Por decreto  só é possível a atualização da base de cálculo do  tributo, então qualquer aumento 
estará fora dos índices de correção, portanto dependerá de lei. 
3.1.2 O Princípio da Legalidade e a Emenda Constitucional 32/01 
                                                            
 
1  Seção  III  ‐ DOS  IMPOSTOS DA UNIÃO  ‐ Art.  153.  Compete  à União  instituir  impostos  sobre:  [...]  §  1º  ‐  É  facultado  ao  Poder 
Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, 
IV e V. 
 
 
Página | 5  
PRINCÍPIOS >  
3.1.2.1 Medida Provisória no Direito Tributário (art. 62, §2º CF) 
Art.  62.  Em  caso  de  relevância  e  urgência,  o  Presidente  da  República  poderá  adotar  medidas 
provisórias,  com  força de  lei, devendo  submetê‐las de  imediato ao Congresso Nacional.  (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)  
[...] 
§ 2º Medida provisória que  implique  instituição ou majoração de  IMPOSTOS, exceto os previstos 
nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido 
convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. (Incluído pela Emenda Constitucional 
nº 32, de 2001) 
A medida provisória pode versar sobre o fenômeno tributário. 
Tal Emenda, colocando em xeque a segurança jurídica do Princípio da Legalidade, previu que a MP 
pode aumentar e criar imposto no Brasil. A doutrina critica, mas o STF aceita. 
MP aumenta o IR (Imposto de Renda). 
# Todos os tributos podem ser criados ou majorados por MP? 
Segundo a CF, apenas o imposto será objeto da MP. Entretanto, o STF considera, há muito tempo, 
que  a  MP  pode  criar/aumentar  TRIBUTO.  Por  fim,  o  art.  62,  §1º,  III  da  CF  indica  que  “onde  a  lei 
complementar versar, a medida provisória não  irá apitar”. Empréstimo compulsório não pode ser criado 
por MP e qualquer ponto da CF que se refira à Lei Complementar. 
# Pode uma MP aumentar imposto não federal? 
Para o STF, é possível que uma Medida Provisória crie/aumente um  imposto não federal, desde 
que  faça a observância  simétrica do processo  legislativo  federal  (Princípio da Simetria). Essa matéria  foi 
tratada na ADI 425/TO de 2002 e na ADI 2391/SC de 2006. 
ADI  2391/SC  de  2006  ‐  AÇÃO  DIRETA  DE 
INCONSTITUCIONALIDADE.  ARTIGO  51  E  PARÁGRAFOS  DA 
CONSTITUIÇÃO  DO  ESTADO  DE  SANTA  CATARINA.  ADOÇÃO 
DE  MEDIDA  PROVISÓRIA  POR  ESTADO‐MEMBRO. 
POSSIBILIDADE.  ARTIGOS  62  E  84,  XXVI  DA  CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL.  EMENDA  CONSTITUCIONAL  32,  DE  11.09.01, QUE 
ALTEROU  SUBSTANCIALMENTE  A  REDAÇÃO  DO  ART.  62. 
REVOGAÇÃO  PARCIAL  DO  PRECEITO  IMPUGNADO  POR 
INCOMPATIBILIDADE COM O NOVO TEXTO CONSTITUCIONAL. 
SUBSISTÊNCIA  DO  NÚCLEO  ESSENCIAL  DO  COMANDO 
EXAMINADO,  PRESENTE  EM  SEU  CAPUT.  APLICABILIDADE, 
NOS  ESTADOS‐MEMBROS,  DO  PROCESSO  LEGISLATIVO 
PREVISTO  NA  CONSTITUIÇÃO  FEDERAL.  INEXISTÊNCIA  DE 
VEDAÇÃO  EXPRESSA  QUANTO  ÀS  MEDIDAS  PROVISÓRIAS. 
NECESSIDADE DE PREVISÃO NO TEXTO DA CARTA ESTADUAL 
E DA ESTRITA OBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS E  LIMITAÇÕES 
IMPOSTAS  PELO  MODELO  FEDERAL.  1.  Não  obstante  a 
permanência,  após  o  superveniente  advento  da  Emenda 
Constitucional 32/01, do comando que confere ao Chefe do 
Executivo Federal o poder de adotar medidas provisórias com 
força de lei, tornou‐se impossível o cotejo de todo o referido 
dispositivo da Carta catarinense com o teor da nova redação 
do  art.  62,  parâmetro  inafastável  de  aferição  da 
inconstitucionalidade  argüida.  Ação  direta  prejudicada  em 
parte.  2.  No  julgamento  da  ADI  425,  rel.  Min.  Maurício 
Corrêa,  DJ  19.12.03,  o  Plenário  desta  Corte  já  havia 
reconhecido,  por  ampla  maioria,  a  constitucionalidade  da 
instituição  de  medida  provisória  estadual,  desde  que, 
primeiro, esse instrumento esteja expressamente previsto na 
Constituição  do  Estado  e,  segundo,  sejam  observados  os 
princípios e as limitações impostas pelo modelo adotado pela 
Constituição  Federal,  tendo  em  vista  a  necessidade  da 
observância simétrica do processo  legislativo  federal. Outros 
precedentes:  ADI  691,  rel.  Min.  Sepúlveda  Pertence,  DJ 
19.06.92 e ADI 812‐MC, rel. Min. Moreira Alves, DJ 14.05.93 . 
3.  Entendimento  reforçado  pela  significativa  indicação  na 
Constituição Federal, quanto a essa possibilidade, no capítulo 
referente  à  organização  e  à  regência  dos  Estados,  da 
competência  desses  entes  da  Federação  para  "explorar 
diretamente,  ou  mediante  concessão,  os  serviços  locais  de 
gás canalizado, na  forma da  lei, vedada a edição de medida 
provisória para a sua regulamentação" (art. 25, § 2º). 4. Ação 
direta cujo pedido formulado se julga improcedente.3.2 Princípio da Anterioridade Tributária 
Artigo 150, III, “b” e “c” da CF. 
Art.  150.  Sem  prejuízo  de  outras  garantias  asseguradas  ao  contribuinte,  é  vedado  à  União,  aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...] 
III ‐ cobrar tributos: [...] 
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; 
 
Página | 6  
PRINCÍPIOS > Princípio da Anterioridade Tributária 
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido PUBLICADA a  lei que os  instituiu ou 
aumentou,  observado  o  disposto  na  alínea  b;  (Incluído  pela  Emenda  Constitucional  nº  42,  de 
19.12.2003) [...] 
A alínea “b” é chamada de anterioridade anual ou de exercício – sempre existiu. 
A  alínea  “c”  é  chamada  de  anterioridade  privilegiada  ou  nonagesimal,  trazido  pela  Emenda 
Constitucional 42/2003. 
De  2004  em  diante  passamos  a  ter  duas  anterioridades  no  Brasil:  anual  e  privilegiada  ou 
nonagesimal e podem ser aplicadas cumulativamente. 
3.2.1 Anterioridade anual 
A  eficácia  da  lei  majoradora  ou  criadora  do  tributo  fica  adiada  para  o  1º  de  janeiro  do  ano 
seguinte. 
3.2.2 Anterioridade nonagesimal 
A eficácia da lei criadora ou majoradora do tributo fica adiada para o 91º a partir da publicação da 
lei. 
O princípio proíbe a “tributação de surpresa”, ratificando a segurança jurídica. 
3.2.3 Princípio da eficácia diferida 
É o princípio em que a eficácia foi adiada, diferida, postergada. 
Publicação e vigência quase sempre, mesma data. 
Eficácia após o transcurso de tempo das duas esperas (nonagesimal e anual). 
O Princípio da Anterioridade não se confunde com o da anualidade. Este esteve presente na CF de 
1946,  condicionando  a  eficácia  da  lei  tributária  à  prévia  estipulação  do  fenômeno  na  Lei Orçamentária 
Anual. Nos textos constitucionais posteriores, o tema oscilou, desaparecendo a partir de 1969 ‐ “portanto, 
a  anualidade  não  encontra  respaldo  no  hodierno  sistema  constitucional  tributário  brasileiro”. 
[CESPE/TRF4ª/VUNESP]. 
Para  o  tributo  ser  cobrado  não  é  necessária  previsão  na  Lei  Orçamentária,  deve‐se  apenas 
respeitar as duas esperas. Anualidade não tem nada a ver com anterioridade. 
# Quando pagarei? 
Lei publicada em 15 de dezembro de 2009. 
Incidência: com relação à anterioridade anual 1º de  janeiro de 2010. Anterioridade nonagesimal 
próximo a 15 de março de 2010 (91º dia após publicação). 
Lei publicada em 10 de agosto de 2009. 
Incidência:  anterioridade  anual  1º  de  janeiro  de  2010.  Anterioridade  nonagesimal  15  de 
novembro de 2009. Gabarito será sempre o de maior data. 
REGRA  GERAL:  caso  o  tributo  seja  criado  ou  majorado  entre  janeiro  e  setembro  (até  2  de 
outubro), a incidência da lei ocorrerá em 1º de janeiro do ano seguinte. Se a lei for publicada entre outubro 
de dezembro, a data da incidência será posterior a 1º de janeiro, em razão do impacto dos 90 dias. 
Ex.: taxa criada em 16 de novembro de 2010 pagarei daqui a 90 dias. 
O  Princípio  da  Anterioridade  é  para  proteger  o  contribuinte  e  não  o  Estado,  ou  seja,  se  a  lei 
reduzir o tributo não há que se falar o princípio da Anterioridade. Lei que reduz tributo – pronta incidência. 
3.2.4 Exceções ao Princípio da Anterioridade 
Art. 150, §1º CF. 
Art.  150.  Sem  prejuízo  de  outras  garantias  asseguradas  ao  contribuinte,  é  vedado  à  União,  aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
 
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PRINCÍPIOS > Princípio da Anterioridade Tributária 
[...] 
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 
154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e 
V; e 154,  II, nem  à  fixação da base de  cálculo dos  impostos previstos nos  arts. 155,  III, e 156,  I. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
Duas regras – duas listas: 
     
 
Anterioridade Anual 
(Art. 150, §1º, parte 
inicial da CF) 
II, IE, IPI, IOF 
Imposto Extraordinário  (Guerra) e Empréstimo Compulsório 
(calamidade pública e guerra externa) 
EC 33/01 Æ CIDE (combustíveis) e ICMS (combustíveis) 
LISTA DE 
EXCEÇÕES  Anterioridade 
Nonagesimal 
(Art. 150, §1º, parte 
final da CF) 
II, IE, IR, IOF 
Imposto Extraordinário  (Guerra) e Empréstimo Compulsório 
(calamidade pública e guerra externa). 
EC 42/2003 Æ alterações na Base de Cálculo do  IPTU e do 
IPVA. 
     
Confronto das listas 
Incidência Imediata 
II, IE, IOF, Imposto Extraordinário (Guerra) e Empréstimo Compulsório 
para calamidade pública e guerra externa. 
Quanto ao IPI, CIDE e ICMS 
combustíveis 
De 2004  em diante o  IPI  será pago  após 90 dias. Não  é  exceção  ao 
Princípio nonagesimal. 
IR e alterações na base de cálculo 
do IPTU e IPVA 
Sempre será 1º de  janeiro, mas não  trabalha com 90 dias. Sempre a 
incidência será em 1º de janeiro do ano seguinte (não significa pgto). 
O IPI sempre foi exceção à anterioridade anual, mas não à anterioridade nonagesimal. 
Obs.: a mesma resposta vale para a CIDE (combustível) e ICMS (combustível). 
Todos os tributos que não apareceram na lista serão considerados conforme a regra. 
Atenção! A alíquota de IPVA e o IPTU é regra. O que é exceção é a base de cálculo. “O que não for 
exceção será regra”: ISS, ITR, taxa, ICMS, IPTU e IPVA etc. 
Quando se referir a IPTU ou IPVA é sempre em relação à alíquota. Quando o examinador desejar 
se referir à exceção do IPTU ou IPVA será expresso o valor da base de cálculo. 
Artigo 195, §6º ‐ contribuição social previdenciária (90 dias) – Princípio da Anterioridade Especial, 
mitigada ou nonagesimal. 
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e  indireta, nos 
termos da  lei, mediante  recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:  
[...] 
§  6º  ‐ As  contribuições  sociais  de  que  trata  este  artigo  só  poderão  ser  exigidas  após  decorridos 
noventa  dias  da  data  da  publicação  da  lei  que  as  houver  instituído  ou  modificado,  não  se  lhes 
aplicando o disposto no art. 150, III, "b". 
O STF entendeu que o “modificado” não é qualquer alteração, deve causar onerosidade. Deve ser 
considerada inequívoca onerosidade (ex.: inclusão de sujeito passivo como devedor). 
Caso  clássico:  a  alteração  na  data  de  pagamento  da  contribuição  previdenciária  não  significa 
onerosidade suficiente para avocar a noventena, súmula 669 do STF. 
Súmula  669  do  STF  ‐ NORMA  LEGAL QUE ALTERA O  PRAZO DE  RECOLHIMENTO DA OBRIGAÇÃO 
TRIBUTÁRIA NÃO SE SUJEITA AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE. Fonte de Publicação 9/10/2003. 
 
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PRINCÍPIOS > Princípio da Anterioridade Tributária 
Esses  tributos  poderão  ser  alterados  como  exceção  a  determinados  porque  são  tributos 
extrafiscais,  reguladores  ou  regulatórios  de  mercado  da  economia  do  país  viabilizando  que  o  Poder 
Executivo mexa nas suas alíquotas. Ex.: imposto sobre importação de determinado bem. 
   
 
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PRINCÍPIOS > Princípio da Isonomia Tributária 
Quarta‐feira,  1º  de  dezembro  de  2010.  
3.3 Princípio da Isonomia Tributária 
Art. 150, II da CF. 
Art.  150.  Sem  prejuízo  de  outras  garantias  asseguradas  ao  contribuinte,  é  vedado  à  União,  aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...] 
II  ‐  instituir  tratamento  desigual  entre  contribuintes  que  se  encontrem  em  situação  equivalente, 
proibida  qualquer  distinção  em  razão  de  ocupação  profissional  ou  função  por  eles  exercida, 
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos,títulos ou direitos; [...] 
Há  um  tratamento  inaugural  na  Constituição  Federal  no  “caput”  do  artigo  5º.  Bastaria  esse 
comando para que se estendesse essa  igualdade para o Direito Tributário. Porém, o Constituinte espalha 
comandos de isonomia em todo texto constitucional. 
O  Princípio  da  Isonomia  está  previsto  genericamente  no  “caput”  do  art.  5º  da  CF  (“todos  são 
iguais perante a lei”). Curiosamente, o inciso II do art. 150 retoma a ideia, estatuindo pela negativa o que 
foi proclamado afirmativamente naquele dispositivo. É vedado tratamento desigual entre contribuintes em 
situações idênticas. 
Isonomia  relativa  ‐  os  iguais  sendo  igualmente  tratados  e  os  desiguais  sendo  desigualmente 
tratados na medida de suas diferenças. Portanto, quando  tratarmos desigualmente pessoas ou situações 
que são desiguais realiza‐se igualdade. 
Sinônimo  ‐ o Princípio da  Isonomia  tributária é  também conhecido por Princípio que proíbe os 
privilégios odiosos. Esse nome originou‐se dos favoritismos no Imposto de Renda, sobretudo, entre 1967 e 
1969, onde alguns cargos não pagavam impostos simplesmente em razão do cargo. 
Vetor Axiológico: justiça fiscal ou justiça distributiva. 
À  luz do  inciso  II do art. 150 da CF, cabe‐nos descobrir quem são os “iguais” e os “desiguais” na 
seara tributária. 
Os  iguais deverão  ser detectados pela  interpretação objetiva do  fato gerador, que privilegia os 
aspectos econômicos do  fato  imponível em detrimento dos elementos externos a ele –  ilicitude do ato, 
imoralidade do ato, imoralidade dos fatos, incapacidade civil do agente etc. Daí se falar que haverá normal 
tributação sobre a  renda auferida por um bicheiro, por um  traficante, da prática de  lenocínio  (tráfico de 
mulheres), renda oriunda da casa de prostituição etc. 
CTN ‐ Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo‐se: 
I  ‐  da  validade  jurídica  dos  atos  efetivamente  praticados  pelos  contribuintes,  responsáveis,  ou 
terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; 
II ‐ dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos. 
A  interpretação objetiva  foi  internalizada no CTN pelo art. 118, que mostra que a definição do 
fato  gerador  é  interpretada  abstraindo‐se  da  validade  jurídica  do  ato  e  dos  efeitos  dos  fatos.  Pode‐se 
afirmar  que  tal  dispositivo  representa  normativamente  a máxima  latina  construída  à  época  do  Império 
Romano: “pecunia non olet” (tributo não tem cheiro). 
Não há  ilicitude na hipótese de  incidência. Todas são  lícitos: auferir renda, transmissão de bens, 
circulação de mercadorias. Porém, a forma como se adquire renda, por exemplo, não está ligada ao tributo. 
#  Incide  ICMS  na  venda  de  drogas? Há  a  contaminação  na  hipótese  de  incidência 
nesses casos, a própria  ilicitude contamina a hipótese de  incidência. Não há como 
diferençar  a  hipótese  de  incidência  do  fato  gerador.  O  que,  por  outro  lado,  não 
impede que se  tribute a  renda do  traficante, pois a hipótese de  incidência do  IR é 
adquirir renda, apenas o fato gerador é ilícito – o que não importa. 
O art. 126 do CTN irá ratificar a matéria. 
SEÇÃO III ‐ Capacidade Tributária 
Art. 126. A capacidade tributária passiva independe: 
 
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PRINCÍPIOS > Princípio da Isonomia Tributária 
I ‐ da capacidade civil das pessoas naturais; 
II ‐ de achar‐se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício 
de  atividades  civis,  comerciais  ou  profissionais,  ou  da  administração  direta  de  seus  bens  ou 
negócios; 
III  ‐  de  estar  a  pessoa  jurídica  regularmente  constituída,  bastando  que  configure  uma  unidade 
econômica ou profissional. 
A capacidade tributária passiva é plena porque se tributa a partir do fato gerador, independente 
dos aspectos externos. Nessa medida, a capacidade civil é irrelevante para o contexto tributário. Por isso, a 
tributação alcançará o menor, o recém nascido [CESPE]. 
Caso a pessoa natural esteja sujeita a medidas privativas do exercício de atividade profissional, 
isso  será  irrelevante para a  tributação. Ex.: médico não habilitado que clinica, advogado  sem habilitação 
que atua. 
Caso a pessoa  jurídica não esteja  formalmente constituída mas tenha realizado fatos geradores, 
isso será suficiente para a tributação. 
3.3.1 Princípio da Capacidade Contributiva 
A exata  compreensão do Princípio da  Isonomia depende da análise do Princípio da  capacidade 
contributiva (art. 145, §1º da CF), que se mostra como um corolário da Isonomia, desta se avizinhando. 
Art.  145.  A  União,  os  Estados,  o  Distrito  Federal  e  os  Municípios  poderão  instituir  os  seguintes 
tributos: 
[...] 
§  1º  ‐  Sempre  que  possível,  os  IMPOSTOS  terão  caráter  pessoal  e  serão  graduados  segundo  a 
capacidade  econômica  do  contribuinte,  facultado  à  administração  tributária,  especialmente  para 
conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da 
lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. 
Isso não é o Princípio da Isonomia, mas sim o Princípio da Capacidade contributiva que decorre do 
Princípio da Isonomia. Alguns autores chegam a chamar de personalização dos impostos. 
Menção  a  impostos:  segundo  a  CF  este  comando  só  se  refere  a  impostos,  entretanto,  duas 
observações devem ser feitas:  
1 ‐  A CF de 1946 previa o termo tributos. 
2 ‐  Para o  STF este Princípio pode  alcançar outras espécies  tributárias  além dos  impostos, 
como por exemplo, é aplicado a taxas. 
Expressão  “sempre que possível”:  a melhor  interpretação é  a de que esse princípio deverá  ser 
utilizado de acordo com as possibilidades  técnicas de cada  imposto, e não, como parece  ser, como uma 
regra do tudo ou nada – ou se aplica ou não aplica. Assim, esse princípio se caracteriza como um mandado 
de otimização, sendo aplicado na “medida do possível”, diferentemente das regras. Pelo IR podemos fazer 
com que incida mais gravemente sobre uns contribuintes do que em outros. 
O  Princípio  da  Capacidade  contributiva  será  realizado  por  meios  de  exteriorização,  que  se 
mostram por  técnicas de  incidência de alíquotas: progressividade, proporcionalidade,  seletividade, entre 
outras. 
3.3.1.1 Progressividade 
É  a  técnica  que  prevê  alíquotas  diferenciadas  que  incidirão  sobre  dadas  bases  de  cálculo.  A 
progressividade tem previsão explícita na CF segundo o STF. São três os impostos progressivos no Brasil: 
1 ‐  Imposto de Renda (art. 153, §2º, I CF). O IR, portanto, é geral, universal e progressivo Æ 
generalidade, universalidade e progressividade (critérios informadores do IR). 
2 ‐  Imposto  sobre Propriedade Territorial Urbana  (art. 172, §2º c/c 156, §1º,  I e  II CF – EC 
29/00). 
3 ‐  Imposto Territorial Rural (art. 153, §4º, I CF) 
 
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PRINCÍPIOS > Princípio da Isonomia Tributária 
O  IPTU  e o  ITR progressivos  visam  cumprir  a  função  social da propriedade urbana/rural o que 
denota  forte  potencialidade  extrafiscal  nos  dois  impostos. Assim,  como  o  IR  tem  progressividade  fiscal, 
ambos têm progressividade extrafiscal [FCC]. 
O  ITR  tem  a  função  extrafiscal  do  chamado  ausentismo,  em  razão  da  não  produtividade  da 
propriedade. 
3.3.1.2 Proporcionalidade 
Técnica de  incidência de alíquotas  fixas, que deverão  incidir  sobre dadas bases de cálculo. Não 
tem previsão explícita na CF, o que significa dizer que os impostos proporcionais são os não progressivos. 
A  maioria  dos  impostos  brasileiros  tem  vocação  proporcional,  incidindo  fortemente  sobre  o 
consumo (ICMS, IPI, etc). Isso provoca um incômodo efeito colateral, pois “quem ganha mais paga menos; 
quem  ganha  menos  paga  mais”.Considerada  progressividade  às  avessas.  Trata‐se  de  uma  anomalia 
chamada  regressividade,  indicadora  de  uma  má  gestão  da  nossa  cara  tributária  –  “relação  entre  a 
totalidade de tributos pagos pela sociedade e o PIB” [CESPE/UNB]. 
3.3.1.3 Seletividade 
Como mecanismo  inibitório da  regressividade, o  legislador  constituinte escolheu dois  impostos 
para serem seletivos: ICMS (art. 155,§2º, III CF – poderá seletividade facultativa) e IPI (art. 153, §3º, I CF – 
deverá seletividade obrigatória). 
Seletividade é uma técnica de incidência de alíquotas que variarão na razão: 
− Inversa  da  essencialidade  do  bem  –  quanto mais  essencial  será  o  bem, menor  será  o 
imposto seletivo; ou 
− Direta da superfluidade do bem. Também pode ser na razão direta da nocividade do bem 
(bebidas e cigarros). 
   
 
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PRINCÍPIOS > Irretroatividade Tributária 
Sexta‐feira, 7 de janeiro de 2011 
3.4 Irretroatividade Tributária 
Artigos 5º, XXXVI e 150, III, “a” CF. 
Art.  150.  Sem  prejuízo  de  outras  garantias  asseguradas  ao  contribuinte,  é  vedado  à  União,  aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
[...] 
III ‐ cobrar tributos: 
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído 
ou aumentado; [...] 
Anterioridade  significa  eficácia  da  lei.  Irretroatividade  tem  relação  com  a  vigência  da  lei  e 
somente poderá ser aplicada para o futuro. 
O Princípio da Irretroatividade tributária significa que a lei não deverá atingir fatos geradores a ela 
posteriores,  ou  seja,  devendo  conter  vigência  prospectiva.  Vale  dizer  que  a  lei  tributária  não  poderá 
retroagir, sob pena de, desafiando a segurança jurídica, atacar o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e 
a coisa julgada (art. 5º, XXXVI CF). 
Confronto com a anterioridade: 
A anterioridade refere‐se à eficácia da lei, prevendo seu diferimento. A irretroatividade se atrela à 
vigência da lei. Ex.: quando se publica uma lei tributária, esta obedecerá a lei de introdução do Código Civil. 
Quando a  lei é publicada entrará em vigência  (geralmente na data da publicação), porém no Tributário a 
exigência será possível após as anterioridades. 
Lei que cria tributo e entra em vigor em 15 de dezembro, deverá se pagar apenas 90 dias após. 
Obs.: se a lei for silente quanto à data de vigência, devemos trabalhar com os 45 dias da vacatio legis. Lei 
15 de dezembro de 2009 (sem previsão de vigência), vigência 30 janeiro de 2010, exigível apenas em 15 de 
março (eficácia da lei $$) [CESPE]. 
O princípio comporta exceção? (art. 106, I e II do CTN) 
Há casos de retroatividade da  lei tributária, ou seja, há casos que a  lei tributária será aplicada a 
fatos geradores passados. Esses casos estão previstos nos artigos 106 e 144 do CTN. 
Art. 106. A lei aplica‐se a ato ou fato pretérito: 
I ‐ em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade 
à infração dos dispositivos interpretados;  
II ‐ tratando‐se de ato não definitivamente julgado: 
a) quando deixe de defini‐lo como infração; 
b) quando deixe de tratá‐lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não 
tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; 
c)  quando  lhe  comine  penalidade  menos  severa  que  a  prevista  na  lei  vigente  ao  tempo  da  sua 
prática. 
 
Art. 144. O lançamento reporta‐se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege‐se pela 
lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. 
§  1º  Aplica‐se  ao  lançamento  a  legislação  que,  posteriormente  à  ocorrência  do  fato  gerador  da 
obrigação,  tenha  instituído novos  critérios de apuração ou processos de  fiscalização, ampliado os 
poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias 
ou  privilégios,  exceto,  neste  último  caso,  para  o  efeito  de  atribuir  responsabilidade  tributária  a 
terceiros. 
§ 2º O disposto neste artigo não  se aplica aos  impostos  lançados por períodos  certos de  tempo, 
desde que a respectiva lei fixe expressamente a data em que o fato gerador se considera ocorrido. 
a) Com relação ao Artigo 106, há duas possibilidades de exceções: 
a.1) Lei expressamente interpretativa – é aquela cujo objetivo é apenas explicar uma lei anterior. 
Não cria nada, apenas interpreta uma lei anterior, então, por ser expressamente interpretativa; explicativa 
de lei anterior poderá retroagir aplicando‐se a fatos geradores passados. 
 
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PRINCÍPIOS > Irretroatividade Tributária 
Somente não será permitida a retroação quando se tratar de alguma penalidade. 
a.2) Beneficiar o sujeito passivo – são os casos em que se tem uma  lei que determina a extinção 
de uma  infração ou que desqualifique um determinado ato como  ilícito. Retroagirá  também uma  lei que 
estabelecer uma penalidade mais benéfica. 
Contudo,  esse  benefício  depende  de  uma  condição.  Este  ato  que  se  refere  a  infração  ou  que 
resulta na  imposição de penalidade deve ser um ato em aberto, ou seja, deve ser um ato que ainda não 
tenha sido julgado pela administração. Deve haver um processo ou procedimento administrativo em curso 
relativo à infração ou à penalidade ou em aberto. 
b) Com relação ao Artigo 144, §1º do CTN. É partir desse dispositivo que se estuda o Sigilo Bancário. 
 
Aparte: quebra do sigilo bancário pela administração 
Deve‐se ter em mente uma cronologia. 
Inicia‐se com a Lei 4.595/64 – estabelecia a possibilidade de quebra de sigilo pela administração 
tributária, mas somente com autorização judicial. Essa legislação assim se mantém até 2001 quando entra 
em vigor a Lei Complementar 105 que revoga a Lei 4.596/64, disciplinando também a quebra de sigilo pela 
administração. 
No entanto, na nova  lei, a quebra de  sigilo  independe de autorização  judicial. Para que haja a 
quebra de  sigilo o que a  administração precisa é apenas a existência de um processo ou procedimento 
administrativo e, ao lado disso, um motivo relevante para fazê‐la. 
Supondo  que  determinado  contribuinte  tenha  realizado  o  fato  gerador  do  IR  em  2000  e  não 
recolhe  o  valor  integral  desse  imposto.  Em  2001,  a  LC  admite  a  quebra  do  sigilo  apenas  em  razão  da 
existência  de  processo  administrativo.  Em  2002,  a  administração  começa  a  investigar  o  contribuinte 
sonegador em 2000. 
Em 2002 a administração poderá quebrar o  sigilo  relativo à  sonegação ocorrida em 
2000 (sendo que só apareceu em 2001)? 
De acordo com a redação literal do art. 144, §1º do CTN a resposta seria sim; poderia requerer a 
quebra do sigilo referente à sonegação de 2001, porque a Lei Complementar é procedimental que apenas 
amplia os poderes de investigação, sendo assim não há uma majoração de tributos. 
Art. 144 – [...] § 1º Aplica‐se ao  lançamento a  legislação que, posteriormente à ocorrência do fato 
gerador  da  obrigação,  tenha  instituído  novos  critérios  de  apuração  ou  processos  de  fiscalização, 
ampliado os poderes de  investigação das  autoridades  administrativas,  ou  outorgado  ao  crédito 
maiores  garantias  ou  privilégios,  exceto,  neste  último  caso,  para  o  efeito  de  atribuir 
responsabilidade tributária a terceiros. 
Na jurisprudência há duas posturas importantes quanto à quebra do sigilo. 
  STJ  STF 
Foco  da 
discussão 
Retroatividade da LC 105/01  Constitucionalidade  da  LC  105/01  e  a 
possibilidade  de  quebra  sem  autorização 
judicial. 
  Poderá  retroagir,  com  fundamento  no  art. 
144, §1º CTN. 
ADI’s em razão da LC 105 – sem nenhum tipo 
de decisão, sequer liminar. 
  Há  alguns  RE’s  e,  no  dia  15/12/10,  o  STF 
julgou  o  RE  389808  entendendo  pela 
inconstitucionalidade  da  quebrasem 
autorização  judicial,  ou  seja, 
inconstitucionalidade  da  LC  105/01.  Cabe 
lembrar  que  foi  um  julgamento  por maioria, 
faltando o Ministro Joaquim Barbosa. 
 
Página | 14  
PRINCÍPIOS > Irretroatividade Tributária 
 
c) Irretroatividade e imposto de renda – (súmula 584 do STF) – aplica‐se a lei vigente no momento da 
entrega da declaração. 
Súmula 584 do STF ‐ AO IMPOSTO DE RENDA CALCULADO SOBRE OS RENDIMENTOS DO ANO‐BASE, 
APLICA‐SE  A  LEI  VIGENTE  NO  EXERCÍCIO  FINANCEIRO  EM  QUE  DEVE  SER  APRESENTADA  A 
DECLARAÇÃO. Fonte de Publicação DJ de 3/1/1977 
A entrega da declaração do imposto de renda irá acontecer até 30 de abril do ano subseqüente, 
exercício  do  ano  posterior  (para  pessoa  física).  Eventualmente,  realiza  o  pagamento  de  imposto 
remanescente. 
Alguém que no exercício do ano de 2008 pagará o tributo até 30 de abril de 2009. Em outubro de 
2008 entra é publicada uma lei que aumenta o tributo. Essa lei deve ser aplicável? Sim, segundo a súmula 
aplica‐se  a  lei  vigente na  entrega da declaração. Acontece que os  contribuintes dizem que essa  súmula 
ofende o Princípio da Irretroatividade, porque essa lei foi publicada no meio do fato gerador não podendo 
retroagir para alcançar março, fevereiro, janeiro, mas sim no exercício 2009. 
Essa  alegação  chega  no  STJ  o  qual  se manifesta  que  a  súmula  não  deve  ser  aplicada  por  ser 
anterior à Constituição Federal de 1988 desrespeitando a anterioridade e a retroatividade. Nesse sentido o 
REsp 419814. 
TRIBUTÁRIO – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA – APLICAÇÃO RETROATIVA – IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA N.º 
584, DO STF. INAPLICABILIDADE. 
1. Os Decretos‐lei  n.º  1.967/82  e  2.065/83  não  podem  regular  o  imposto  de  renda  apurado  em 
demonstrações financeiras cujos exercícios sociais se encerraram antes de sua vigência. 
2. Inaplicável o verbete sumular n.º 584, do E. STF, posto erigido à luz da legislação anterior à atual 
Carta Magna. Vige no presente, os princípios da anterioridade e da irretroatividade da lei tributária. 
3. Recurso improvido. 
Contudo, o STF começa a  julgar um caso que discute exatamente essa súmula no RE 183130 e a 
última notícia é de 25 de outubro de 2007 e conforme o Min. Eros Grau, a referida súmula, continua em 
vigor aplicando‐se a lei vigente ao ano em que se apresenta a declaração. 
 
Quinta‐feira, 25 de outubro de 2007  
Interrompido julgamento sobre  lei que alterou alíquota de 
IR para o ano‐base em 1989 
Foi  interrompido  hoje  (25),  por  um  pedido  de  vista  do 
ministro Cezar Peluso, o  julgamento pelo Supremo Tribunal 
Federal  (STF)  do  Recurso  Extraordinário  (RE)  183130.  Na 
ação, a União afirma que, ao analisar apelação em mandado 
de  segurança  de  uma  empresa  que  não  queria  ter 
aumentada a alíquota do seu  Imposto de Renda, o Tribunal 
Regional  Federal  da  4ª  Região  (TRF‐4)  teria  julgado 
inconstitucional  o  artigo  1º,   inciso  I,  da  Lei  7.988/89,  que 
aumentou a alíquota do Imposto de Renda sobre  lucro com 
exportações a partir do exercício financeiro de 1990. 
A  discussão  central,  conforme  o  ministro  Eros  Grau,  que 
havia pedido vista desse recurso, seria sobre a legalidade de 
uma  lei  federal publicada dois dias antes do fim do ano ser 
aplicada  a  fatos  ocorridos  nesse  mesmo  ano  para 
pagamento  de  Imposto  de  Renda  no  exercício  do  ano 
seguinte. Para o ministro, o caso em discussão se encaixa no 
que  diz  a  Súmula  584,  do  STF,  ainda  em  vigor.  Segundo  o 
dispositivo,  “ao  imposto  de  renda  calculado  sobre  os 
rendimentos do ano‐base, aplica‐se a lei vigente no exercício 
financeiro  em  que  deve  ser  apresentada  a  declaração”. 
Assim,  segundo  Eros  Grau,  não  haveria  que  se  falar  em 
inconstitucionalidade da Lei 7.988/89. 
O  voto  de  Eros  Grau  foi  acompanhado  pelo  ministro 
Menezes Direito.  Já haviam votado contrário ao  recurso os 
ministros Carlos Velloso e Nelson Jobim (aposentados). 
O  ministro  Cezar  Peluso  pediu  vista  dos  autos.
 
 
Em resumo: 
1º Em regra a lei tributária não retroage; 
2º Essa regra contempla exceções no CTN: 
a. Art. 106  
i. lei interpretativa 
ii. Leis benéficas ao sujeito passivo 
1. Infração referindo‐se a ato em aberto. 
 
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IMUNIDADES > Definição 
2. Penalidade referindo‐se a ato em aberto. 
b. Art.  144,  §1º  do  CTN  –  leis  procedimentais  (quebra  de  sigilo  bancário  pela 
administração – postura do STJ e STF). 
c. Caso do  imposto de renda e a súmula 584 do STF: ainda é aplicável? STJ diz que 
não e no STF o caso está em julgamento. 
 
Como se aplica o Princípio com a  legislação que aumenta os poderes de  investigação 
do fisco? (art. 144, §1º CTN). 
 
O que é interpretação autêntica (legal ou legislativa)? 
 
4 IMUNIDADES 
4.1 Definição 
A  imunidade  representa uma delimitação da competência  tributária. Sendo assim, a  imunidade 
resulta  na  proibição  de  os  entes  criarem  tributos  sobre  determinados  fatos,  especificados  no  texto  da 
Constituição. 
No texto da Constituição há a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que possuem o 
poder  de  tributar  –  criar  tributos  –  em  face  de  determinados  fatos,  condutas  disciplinadas  no  texto 
constitucional. Ao mesmo tempo em que há esse poder de tributar, há também no texto da constituição, 
determinações  voltadas  aos  entes  federativos  para  não  tributação  de  determinados  fatos,  condutas 
previstas também no texto da constituição. 
Essa proibição contida no texto da constituição é exatamente a  imunidade tributária, que como 
dito, delimita a competência tributária, estabelece os contornos desse poder de tributar. Ex.: a União pode 
tributar a  importação de bens, porém não poderá tributar a  importação de  livros por estarem alcançados 
pela imunidade. 
Naturalmente  a  imunidade  é  um  tema  constitucional,  assim  sendo,  será  disciplinada  por  Lei 
Complementar. A Lei Complementar que comumente disciplina as  imunidades é o CTN, que apesar de  lei 
ordinária tem força de lei complementar. 
Estando,  as  imunidades,  previstas  na  constituição,  em  regra,  podem  ser  alteradas,  revogadas, 
suprimidas por Emenda Constitucional. As imunidades não poderiam ser revogadas se protegessem alguma 
cláusula pétrea, como por exemplo, a imunidade dos templos. 
4.2 Imunidades mais relevantes 
As imunidades estão previstas no art. 150, VI da Constituição Federal. 
Art.  150.  Sem  prejuízo  de  outras  garantias  asseguradas  ao  contribuinte,  é  vedado  à  União,  aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
[...] 
VI ‐ instituir impostos sobre: 
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; 
b) templos de qualquer culto; 
c)  patrimônio,  renda  ou  serviços  dos  partidos  políticos,  inclusive  suas  fundações,  das  entidades 
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, 
atendidos os requisitos da lei; 
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. 
 
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IMUNIDADES > Imunidades mais relevantes 
Esse dispositivo estabelece uma proibição de cobrar IIMMPPOOSSTTOOSS. 
4.2.1 Imunidade Recíproca (alínea a) 
Não poderá haver uma tributação recíproca entre os entes da federação – no que se refere aos 
impostos. Essa  imunidade  tem por objetivo garantir o pacto  federativo – unidade da  federação, que não 
haja disputas tributárias entre os entes da Federação. 
Esse objetivo de garantir a unidade da federação se apresenta como cláusula pétrea, proteger o 
Pacto  Federativo.  Essa  imunidade  recíproca  atinge  o  patrimônio,  a  renda  e  os  serviços  dos  entes  da 
federação. 
Contudo,  a  partir  dessa  redação,  há  alguns  debates:  essa  imunidade  atinge  fato  geradores 
somente  dopatrimônio,  renda  e  serviços  ou  de  também  outros  bens?  Essa  imunidade  atinge  entes  da 
administração  indireta ou somente entes da federação estritamente considerados? Essa  imunidade atinge 
também os cartórios (serventias notariais)? 
4.2.1.1 Impostos beneficiados pela imunidade recíproca 
Caso do IOF – Imposto sobre operações Financeiras. 
A União começou a dizer que a  imunidade somente sobre patrimônio, em relação aos  impostos 
do ITR, IPVA, IPTU. Além disso impostos que incidam sobre a renda como por exemplo o IR. Atinge também 
sobre serviços ficando imune aos impostos como ISS e ICMS. Fora desses impostos não haveria o benefício 
da  imunidade  recíproca,  como  é,  por  exemplo,  o  caso  do  IOF  (imposto  que  incide  sobre  operações 
financeiras – que não é renda, patrimônio e serviço). 
O IOF deveria ser recolhido pelos Municípios, Estados e Distrito Federal. Essa alegação, sob o crivo 
do STF, diz que a imunidade atinge todos os impostos independentemente do fato gerador, ainda que não 
esteja relacionado com patrimônio, renda e serviços; atingindo consequentemente o IOF. 
Portanto, a imunidade recíproca atinge todos os impostos e todos os tipos de fatos geradores (RE 
192888  –  de  1996  ‐  EMENTA:  ‐  CONSTITUCIONAL.  TRIBUTÁRIO.  IOF.  IMPOSTO  SOBRE  OPERAÇÕES  DE 
CRÉDITO,  CÂMBIO  E  SEGURO  E  SOBRE OPERAÇÕES  RELATIVAS A  TÍTULOS  E VALORES MOBILIÁRIOS.  Lei 
8.088, de 31.10.90. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. MUNICÍPIO.C.F., art. 150, VI, "a". I. ‐ IOF: não incidência sobre 
os ativos financeiros dos Municípios, tendo em vista a imunidade tributária destes (C.F., art. 150, VI, "a"). II. 
‐ R.E. não conhecido). 
4.2.1.2 Imunidade recíproca da administração indireta 
Os  entes da  administração  indireta podem  se beneficiar da  imunidade  tributária  recíproca. Há 
dois dispositivos constitucionais que disciplinam essa regra. 
ARTIGO 150, §2º  ARTIGO 150, §3º 
§ 2º ‐ A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às 
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se 
refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas 
finalidades essenciais ou às delas decorrentes. 
§ 3º ‐ As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não 
se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados 
com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas 
aplicáveis  a  empreendimentos  privados,  ou  em  que  haja 
contraprestação  ou  pagamento  de  preços  ou  tarifas  pelo 
usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de 
pagar imposto relativamente ao bem imóvel. 
Trata das autarquias e fundações  Trata  dos  entes  da  administração  indireta  que 
realizam  exploração  econômica.  Podem  ser 
identificados com Emp. Públ. e Soc. Econ. Mista. 
Haverá  imunidade  recíproca  –  desde  que  os  bens 
imunes  estejam  relacionados  com  a  finalidade 
essencial da entidade. 
Imunidade  NÃO  se  aplica,  porque  esses  entes 
seguem as normas de direito privado, perseguem o 
lucro  e  teriam  privilégios  indevidos  frente  o 
particular. 
Haverá  imunidade em relação ao  IPTU caso o  imóvel se relacione com a  finalidade essencial da 
autarquia. 
 
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IMUNIDADES > Imunidades mais relevantes 
O fato de se estar diante de uma EP ou SEM, por si só, não afasta a imunidade, mas sim o fato de 
perseguirem o  lucro  e, portanto,  a prática de  atividades no  âmbito do direito privado.  Isso  é  relevante 
porque podemos ter Emp. Públ. (principalmente) que são prestadoras de serviço público e submetida a um 
regime de direito público, ou seja, não visando o lucro – situam‐se fora do âmbito do Direito Privado. 
Nesses casos, o STF diz que essas Emp. Públicas se beneficiam da imunidade recíproca porque não 
exploram  economicamente  as  suas  atividades  e  estão  no  âmbito  do  direito  público.  Ex.:  CORREIOS  – 
empresa  pública  prestadora  do  serviço  público  e  se  encontra  fora  do  direito  privado;  INFRAERO;  e 
SERVIÇOS DE ÁGUA E ESGOTO. 
 
CORREIOS ‐ STF ‐ ACO 789 
EMENTA Tributário. Imunidade recíproca. Art. 150, VI, "a", da 
Constituição  Federal.  Empresa  Brasileira  de  Correios  e 
Telégrafos  (ECT).  Empresa  pública  prestadora  de  serviço 
público.  Precedentes.  1.  A  jurisprudência  deste  Supremo 
Tribunal  Federal, desde o  julgamento do RE nº 407.099/RS, 
Relator o Ministro Carlos Velloso, DJ de 6/8/04, firmou‐se no 
sentido de que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, 
empresa pública prestadora de serviço público, é beneficiária 
da imunidade tributária recíproca prevista no art. 150, VI, "a", 
da  Constituição  da  República.  Esse  entendimento  foi 
confirmado  pelo  Plenário  desta  Corte  na  ACO  nº  765/RJ, 
Redator para o acórdão o Ministro Menezes Direito. 2. Ação 
cível originária julgada procedente. Votação do Plenário. 
 
ÁGUA E ESGOTO – STF ‐ RE 399307  
EMENTA:  CONSTITUCIONAL.  TRIBUTÁRIO.  IMUNIDADE 
RECÍPROCA.  AUTARQUIA.  SERVIÇO  PÚBLICO  DE  ÁGUA  E 
ESGOTAMENTO.  ATIVIDADE  REMUNERADA  POR 
CONTRAPRESTAÇÃO.  APLICABILIDADE.  ART,  150,  §3º  DA 
CONSTITUIÇÃO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. 1. 
Definem  o  alcance  da  imunidade  tributária  recíproca  sua 
vocação  para  servir  como  salvaguarda  do  pacto  federativo, 
para evitar pressões políticas entre entes  federados ou para 
desonerar atividades desprovidas de presunção de riqueza. 2. 
É  aplicável  a  imunidade  tributária  recíproca  às  autarquias  e 
empresas  públicas  que  prestem  inequívoco  serviço  público, 
desde  que,  entre  outros  requisitos  constitucionais  e  legais 
não distribuam  lucros ou resultados direta ou  indiretamente 
a  particulares,  ou  tenham  por  objetivo  principal  conceder 
acréscimo  patrimonial  ao  poder  público  (ausência  de 
capacidade  contributiva)  e  não  desempenhem  atividade 
econômica, de modo a  conferir vantagem não extensível às 
empresas  privadas  (livre  iniciativa  e  concorrência).  3.  O 
Serviço Autônomo  de Água  e  Esgoto  é  imune  à  tributação 
por  impostos (art. 150, VI, a e §§ 2º e 3º da Constituição). A 
cobrança de  tarifas,  isoladamente  considerada, não altera a 
conclusão. Agravo regimental conhecido, mas ao qual se nega 
provimento. 16/03/10. 
 
INFRAERO RE 363412 
E  M  E  N  T  A:  INFRAERO  ‐  EMPRESA  PÚBLICA  FEDERAL 
VOCACIONADA  A  EXECUTAR,  COMO  ATIVIDADE‐FIM,  EM 
FUNÇÃO  DE  SUA  ESPECÍFICA  DESTINAÇÃO  INSTITUCIONAL, 
SERVIÇOS DE INFRA‐ESTRUTURA AEROPORTUÁRIA ‐ MATÉRIA 
SOB  RESERVA  CONSTITUCIONAL  DE  MONOPÓLIO  ESTATAL 
(CF, ART. 21, XII, "C")  ‐ POSSIBILIDADE DE A UNIÃO FEDERAL 
OUTORGAR, POR LEI, A UMA EMPRESA GOVERNAMENTAL, O 
EXERCÍCIO  DESSE  ENCARGO,  SEM  QUE  ESTE  PERCA  O 
ATRIBUTO DE  ESTATALIDADE QUE  LHE  É  PRÓPRIO  ‐ OPÇÃO 
CONSTITUCIONALMENTE LEGÍTIMA  ‐ CRIAÇÃO DA  INFRAERO 
COMO  INSTRUMENTALIDADE  ADMINISTRATIVA  DA  UNIÃO 
FEDERAL, INCUMBIDA, NESSA CONDIÇÃO INSTITUCIONAL, DE 
EXECUTAR  TÍPICO  SERVIÇO  PÚBLICO  (LEI  Nº  5.862/1972)  ‐ 
CONSEQÜENTE  EXTENSÃO,  A  ESSA  EMPRESA  PÚBLICA,  EM 
MATÉRIA  DE  IMPOSTOS,  DA  PROTEÇÃO  CONSTITUCIONAL 
FUNDADA  NA  GARANTIA  DA  IMUNIDADE  TRIBUTÁRIA 
RECÍPROCA  (CF,  ART.  150,  VI,  "A")  ‐  O  ALTO  SIGNIFICADO 
POLÍTICO‐JURÍDICO DESSA GARANTIA CONSTITUCIONAL, QUE 
TRADUZ  UMA  DAS  PROJEÇÕES  CONCRETIZADORAS  DO 
POSTULADO  DA  FEDERAÇÃO  ‐  IMUNIDADE  TRIBUTÁRIA  DA 
INFRAERO,  EM  FACE  DO  ISS,  QUANTO  ÀS  ATIVIDADES 
EXECUTADAS  NO  DESEMPENHO  DO  ENCARGO,  QUE,  A  ELA 
OUTORGADO,  FOI  DEFERIDO,  CONSTITUCIONALMENTE,  À 
UNIÃO  FEDERAL  ‐  DOUTRINA  ‐  JURISPRUDÊNCIA  ‐ 
PRECEDENTES DO  SUPREMO  TRIBUNAL  FEDERAL  ‐  AGRAVO 
IMPROVIDO.  ‐ A  INFRAERO, que é empresa pública, executa, 
como  atividade‐fim,  em  regime  de  monopólio,  serviços  de 
infra‐estrutura  aeroportuária  constitucionalmente 
outorgados à União Federal, qualificando‐se, em razão desua 
específica  destinação  institucional,  como  entidade 
delegatária  dos  serviços  públicos  a  que  se  refere  o  art.  21, 
inciso XII,  alínea  "c", da  Lei  Fundamental, o que exclui essa 
empresa governamental, em matéria de impostos, por efeito 
da  imunidade  tributária  recíproca  (CF,  art.  150, VI,  "a"),  do 
poder de tributar dos entes políticos em geral. Conseqüente 
inexigibilidade,  por  parte  do  Município  tributante,  do  ISS 
referente  às  atividades  executadas  pela  INFRAERO  na 
prestação  dos  serviços  públicos  de  infra‐estrutura 
aeroportuária  e  daquelas  necessárias  à  realização  dessa 
atividade‐fim.  O  ALTO  SIGNIFICADO  POLÍTICO‐JURÍDICO  DA 
IMUNIDADE  TRIBUTÁRIA  RECÍPROCA,  QUE  REPRESENTA 
VERDADEIRA  GARANTIA  INSTITUCIONAL  DE  PRESERVAÇÃO 
DO SISTEMA FEDERATIVO. DOUTRINA. PRECEDENTES DO STF. 
INAPLICABILIDADE,  À  INFRAERO,  DA  REGRA  INSCRITA  NO 
ART. 150, § 3º, DA CONSTITUIÇÃO.  ‐ A submissão ao regime 
jurídico das empresas do setor privado,  inclusive quanto aos 
direitos e obrigações  tributárias,  somente  se  justifica,  como 
consectário  natural  do  postulado  da  livre  concorrência  (CF, 
art.  170,  IV),  se  e  quando  as  empresas  governamentais 
explorarem  atividade  econômica  em  sentido  estrito, não  se 
aplicando, por isso mesmo, a disciplina prevista no art. 173, § 
1º,  da  Constituição,  às  empresas  públicas  (caso  da 
INFRAERO),  às  sociedades  de  economia  mista  e  às  suas 
subsidiárias que se qualifiquem como delegatárias de serviços 
públicos. 
 
4.2.1.3 Serviços notariais e registrais 
Serviços notais e registrais estão abrangidos pela imunidade recíproca?  
 
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IMUNIDADES > Imunidades mais relevantes 
A  relevância  da  discussão  se  faz  em  razão  da  LC  116/03  pela  tributação  desses  serviços  ‐  ISS 
(Municípios). A ADI 3089 questionou exatamente essa tributação, ofendendo a imunidade recíproca. 
A ADI foi julgada em 2008 e a tributação pelo ISS estava correta; os serviços notariais e registrais 
não  se  beneficiam  da  imunidade  recíproca.  O  fundamento  é  o  de  que  essas  serventias  (que  prestam 
serviços registrais e notariais) perseguem o  lucro, exercem atividades no âmbito do direito privado, assim 
sendo, estão contempladas no art. 150, §3º da CF que afasta a imunidade nessas hipóteses específicas (em 
normas regidas pelo direito privado). 
A LC 116/03 foi julgada constitucional em função do art. 150, §3º da Constituição Federal. 
ADI 3089  ‐ EMENTA: AÇÃO DIRETA DE  INCONSTITUCIONALIDADE. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. 
ITENS 21 E 21.1. DA LISTA ANEXA À LEI COMPLEMENTAR 116/2003. INCIDÊNCIA DO IMPOSTO SOBRE 
SERVIÇOS  DE  QUALQUER  NATUREZA  ‐  ISSQN  SOBRE  SERVIÇOS  DE  REGISTROS  PÚBLICOS, 
CARTORÁRIOS E NOTARIAIS. CONSTITUCIONALIDADE. Ação Direta de Inconstitucionalidade ajuizada 
contra os itens 21 e 21.1 da Lista Anexa à Lei Complementar 116/2003, que permitem a tributação 
dos serviços de registros públicos, cartorários e notariais pelo  Imposto sobre Serviços de Qualquer 
Natureza  ‐  ISSQN.  Alegada  violação  dos  arts.  145,  II,  156,  III,  e  236,  caput,  da  Constituição, 
porquanto  a matriz  constitucional  do  Imposto  sobre  Serviços  de Qualquer Natureza  permitiria  a 
incidência  do  tributo  tão‐somente  sobre  a  prestação  de  serviços  de  índole  privada.  Ademais,  a 
tributação da prestação dos serviços notariais  também ofenderia o art. 150, VI, a e §§ 2º e 3º da 
Constituição, na medida em que tais serviços públicos são imunes à tributação recíproca pelos entes 
federados. As pessoas que exercem atividade notarial não são  imunes à tributação, porquanto a 
circunstância de  desenvolverem  os  respectivos  serviços  com  intuito  lucrativo  invoca  a  exceção 
prevista  no  art.  150,  §  3º  da  Constituição.  O  recebimento  de  remuneração  pela  prestação  dos 
serviços  confirma,  ainda,  capacidade  contributiva.  A  imunidade  recíproca  é  uma  garantia  ou 
prerrogativa  imediata de entidades políticas federativas, e não de particulares que executem, com 
inequívoco  intuito  lucrativo,  serviços  públicos  mediante  concessão  ou  delegação,  devidamente 
remunerados. Não há diferenciação que justifique a tributação dos serviços públicos concedidos e a 
não‐tributação  das  atividades  delegadas.  Ação  Direta  de  Inconstitucionalidade  conhecida,  mas 
julgada improcedente. 
4.2.2 Imunidade dos tempos de qualquer culto (alínea b) 
Essa  imunidade tem por objetivo garantir a  liberdade religiosa, a  liberdade de culto, previsto no 
art. 5º, VI da CF, naturalmente representando um cláusula pétrea – imodificável nem mesmo por Emenda 
Constitucional. Convém ressaltar que essa imunidade abrange somente os impostos. 
O  §4º  do  art.  150  diz  que  as  imunidades  compreendem  somente  o  patrimônio,  a  renda  e  os 
serviços relacionados com as finalidades essenciais (possibilitar o culto, divulgar a religião)das atividades 
nelas mencionadas. 
Ocorreu uma discussão no  STF,  em uma  certa medida,  são manifestações de  religião.  Pode‐se 
considerar o cemitério como uma extensão do templo? 
CEMITÉRIOS ‐ RE 578562 ‐ EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. IMUNIDADE 
TRIBUTÁRIA. IPTU. ARTIGO 150, VI, "B", CB/88. CEMITÉRIO. EXTENSÃO DE ENTIDADE DE CUNHO RELIGIOSO. 
1. Os  cemitérios  que  consubstanciam  extensões  de  entidades  de  cunho  religioso  estão  abrangidos  pela 
garantia contemplada no artigo 150 da Constituição do Brasil.  Impossibilidade da  incidência de  IPTU em 
relação a eles. 2. A imunidade aos tributos de que gozam os templos de qualquer culto é projetada a partir 
da interpretação da totalidade que o texto da Constituição é, sobretudo do disposto nos artigos 5º, VI, 19, I 
(Brasil é um Estado laico) e 150, VI, "b". 3. As áreas da incidência e da imunidade tributária são antípodas. 
Recurso extraordinário provido. Julgamento do plenário em 2008. 
O pároco da igreja que reside em sua extensão terá imunidade quanto ao IPTU. 
A renda oriunda da locação de imóvel de propriedade da igreja para particular se destinada para 
fins  eclesiásticos  será  isento  de  IPTU.  Desde  que  não  se  provoque  uma  concorrência  desleal  com  a 
concorrência para os demais ramos. 
4.2.3 Imunidade  de  partidos  políticos,  entidades  sindicais  de  trabalhadores,  entidades  de 
educação e assistência social (alínea c) 
As entidades de educação e assistência social não poderão ter fins lucrativos. 
 
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IMUNIDADES > Imunidades mais relevantes 
Essa imunidade será aplicada diante da presença de requisitos previstos em lei. 
Art. 150, VI –  [...]c) patrimônio,  renda ou serviços dos partidos políticos,  inclusive suas  fundações, 
das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem 
fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; 
4.2.3.1 Requisitos para a fruição da imunidade 
Esses  requisitos  estão  previstos  em  lei,  necessariamente,  lei  complementar,  por  ter  a 
competência de regulamentar as imunidades. (atenção, contrário ao entendimento comum que quando o 
texto constitucional disser “casos previstos em lei” será lei ordinária). 
A lei que trata dessas imunidades é o Código Tributário Nacional, especificamente no art. 14. 
Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes 
requisitos pelas entidades nele referidas: 
I  –  não  distribuírem  qualquer  parcela  de  seu  patrimônio  ou  de  suas  rendas,  a  qualquer  título; 
(Redação dada pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) 
II  ‐  aplicarem  integralmente,  no  País,  os  seus  recursos  na  manutenção  dos  seus  objetivos 
institucionais; 
III ‐ manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes 
de assegurar sua exatidão. 
§  1º  Na  falta  decumprimento  do  disposto  neste  artigo,  ou  no  §  1º  do  artigo  9º,  a  autoridade 
competente pode suspender a aplicação do benefício. 
§  2º  Os  serviços  a  que  se  refere  a  alínea  c  do  inciso  IV  do  artigo  9º  são  exclusivamente,  os 
diretamente  relacionados  com  os  objetivos  institucionais  das  entidades de que  trata  este  artigo, 
previstos nos respectivos estatutos ou atos constitutivos. 
Antes  da  CF  88  o  CTN  já  previa  a  não  incidência  sobre  essas  instituições.  Com  a  CF88  a  não 
incidência de  impostos  foi alçada a  título  constitucional, então o art. 9º,  IV,  c perderam  a eficácia, mas 
continuam valendo como requisitos. 
I. Não poderá haver distribuição de lucros ou patrimônio; 
II. Os recursos devem ser aplicados no Brasil, com vistas à manutenção da entidade; 
III. Manter livros contábeis em que seja possível apurar as receitas e despesas. 
Cabe lembrar que somente o CTN nesse caso disciplina as imunidades. 
4.2.3.2 Imunidades dos partidos políticos e entidades sindicais dos trabalhadores 
Tanto para partido político quanto entidade sindical o objeto é garantir a liberdade de expressão, 
possibilitar que as pessoas se associem em políticos políticos e divulguem suas ideias, que trabalhadores se 
organizem  em entidades  sindicais e  reivindiquem  seus direitos.  Sendo  assim, essa  imunidade é  cláusula 
pétrea. 
Essa  imunidade  atinge  o  patrimônio,  a  renda  e  os  serviço  dos  partidos  políticos  ou  entidades 
sindicais, porém o patrimônio, a redá e os serviços deverão estar relacionado com as finalidades essenciais 
(art. 150, §4º CF). 
O  imóvel onde se  localiza o partido político obviamente estará abrangido pela  imunidade, o que 
não se aplica, entretanto, para o imóvel cedido para o Presidente do Partido, por exemplo. 
4.2.3.3 Imunidade das entidades de educação e assistência social sem fins lucrativos 
A imunidade se refere ao patrimônio, renda e serviços dessas entidades que estejam relacionados 
com a sua finalidade essencial (art. 150, IV CF). 
Essas entidades serão  imunes desde que não tenham fins  lucrativos – requisito adicional ao art. 
14  do  CTN.  As  entidades  não  poderão  visar,  perseguir  o  lucro,  o  que  não  significa,  entretanto,  que  as 
entidades não poderão obter ou apurar lucros. 
Não poderão  realizar  suas  atividades  visando o  lucro, deverá  reaplicar os  lucros e  reaplicar na 
própria instituição. 
 
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IMUNIDADES > Imunidades mais relevantes 
4.2.3.3.1 Debates na jurisprudência acerca dessa imunidade 
Debate relativo ao ICMS – no ICMS há duas possibilidades. 
VENDA DE BENS POR UMA ENTIDADE  VENDA DE BENS A UMA ENTIDADE 
1 Entidade vende a camiseta da entidade  1 Entidade compra a matéria prima 
2 Segundo o STF, haverá imunidade do ICMS (EDv 
no RE 186175, Pleno). 
2 Não  há  imunidade  do  ICMS,  porque  nesse 
caso o sujeito passivo é a empresa vendedora, 
e,  assim  sendo,  não  interessa  se  está 
vendendo  a  uma  entidade  imune  ou  não 
(AgRg no AI 769925). 
 
   
 
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Quarta‐feira,  12  de  janeiro  de  2011.  
Entidade beneficente é ao mesmo tempo imune a imposto e a contribuição social‐previdenciárias 
(art. 150, VI, “c” e art. 195, §7º CF). No §7º há uma impropriedade técnica, devendo ser considerada uma 
imunidade. 
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e  indireta, nos 
termos da  lei, mediante  recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: [...] 
§ 7º  ‐ São  isentas  [imune] de  contribuição para a  seguridade  social as entidades beneficentes de 
assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. 
Súmula 724 do STF: 
Súmula  724  do  STF  ‐  AINDA  QUANDO  ALUGADO  A  TERCEIROS,  PERMANECE  IMUNE  AO  IPTU  O 
IMÓVEL  PERTENCENTE  A  QUALQUER  DAS  ENTIDADES  REFERIDAS  PELO  ART.  150,  VI,  "C",  DA 
CONSTITUIÇÃO, DESDE QUE O VALOR DOS ALUGUÉIS SEJA APLICADO NAS ATIVIDADES ESSENCIAIS 
DE TAIS ENTIDADES (correspondência fática). Fonte de Publicação DJ de 9/12/2003. 
Todos os entes mencionados na alínea “c” poderão exercer atividades relacionadas, conforme art. 
150, §4º da CF. A renda oriunda desde que o valor dos alugueis seja aplicado nas atividades essenciais das 
atividades. Essa é a chamada correspondência fática. 
Súmula 730 do STF: 
Súmula  730  do  STF  ‐  A  IMUNIDADE  TRIBUTÁRIA  CONFERIDA  A  INSTITUIÇÕES  DE  ASSISTÊNCIA 
SOCIAL SEM FINS LUCRATIVOS PELO ART. 150, VI, "C", DA CONSTITUIÇÃO, SOMENTE ALCANÇA AS 
ENTIDADES  FECHADAS  DE  PREVIDÊNCIA  SOCIAL  PRIVADA  SE  NÃO  HOUVER  CONTRIBUIÇÃO  DOS 
BENEFICIÁRIOS. Fonte de Publicação DJ de 9/12/2003. 
Essas  entidades  fechadas  de  previdência  social  privada  são  os  chamados  fundos  de  pensão. 
Determinadas  empresas  se  propõe  a  custear  a  previdência  social  dos  seus  empregados  e  acabam  se 
aproximando das entidades de assistência social buscando a imunidade. 
A súmula, entretanto, exigiu que não haja contribuição dos beneficiários nos casos de entidades 
privadas. A empresa deverá arcar  integralmente com a previdência que se propõe a pagar – ausência de 
contraprestação dos empregados. Ex.: Sociedade de previdência privada do Brasil da Shell. 
4.2.4 Imunidade de livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão 
Art.  150.  Sem  prejuízo  de  outras  garantias  asseguradas  ao  contribuinte,  é  vedado  à  União,  aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...] 
VI ‐ instituir impostos sobre: [...] 
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. 
Três veículos de pensamento (livros, jornais e periódicos) e um insumo (papel). 
As alíneas “a”, “b” e “c” protegem pessoas (imunidades subjetivas) e a alínea “d” protege coisa 
(imunidade objetiva). 
Os  impostos  incidirão  normalmente  sobre  as  pessoas  jurídicas  que  editam  jornais,  livros  ou 
periódicos, pois a imunidade incide somente sobre os bens relacionados. 
Não incidiria sobre a comercialização dos livros e os outros ICMS e IPI. No caso de importação de 
livros ou coisa do gênero não pagaria imposto de importação. 
O elemento axiológico da  imunidade dos  livros,  jornais e periódicos é a  liberdade de expressão, 
difusão  do  conhecimento,  acesso  à  cultura  e  utilidade  social  do  bem.  São  vários  elementos  axiológicos 
convergentes que dão sustentação à imunidade. 
O  STF  entende  que  a  imunidade  da  lista  telefônica  faz  parte  dos  bens  imunes  em  razão  da 
utilidade social do bem, incluído dentre os periódicos. 
Revistas  pornográficas  estão  abrangidas  pela  imunidade  em  razão  da  liberdade  de  expressão. 
Entende‐se que tal imunidade deverá proteger o veículo de pensamento independentemente do conteúdo 
difundido, se leviano ou erótico ex.: kama sutra e playboy. 
 
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SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL > Conceito 
Doutrina minoritária diz o contrário, pois se a Constituição  indica que devem ser preservados a 
família e os valores da  família esse  tipo de publicação que  incita à  libido, à  concupiscência e ao apetite 
sexual não deveria estar inserido no rol de imunidades. 
O conceito de livro é aberto e complexo, mudando, em processo dinâmico, com o tempo. Livro é 
todo o suporte físico difusor de um pensamento formalmente considerado e neste ínterim o STF apreciou 
que  apostilas  e  livros  técnicos  também  são  considerados  livros.  Livros  de  bordo,  livros  pontos  não  são 
considerados livros para fins de imunidade. 
O “livro piano” é um livro com base para emissão de sons. Será considerado um livro para fins de 
imunidade? Esse  suporte  físico não pode  ser amesquinhado das  imunidades e elementos axiológicosda 
imunidade. O suporte físico é irrelevante para a discussão da imunidade em análise, devendo prevalecer a 
homenagem ao vetor axiológico. 
O mesmo se aplica ao cd‐rom. 
CD‐ROM  e  E‐BOOK:  incidência  ou  não  de  impostos  sobre  o  livro  magnético  oscila  na 
jurisprudência brasileira. Igual divergência ocorre no plano doutrinário (Roque Carrazza aceita a imunidade; 
Ricardo Lobo Torres discorda dela). 
Para outros leitores modernos o e‐book e o cd‐rom são dotados de imunidade. 
Não é uma questão pacífica. 
Em  2010,  o  Min.  Dias  Toffoli,  em  decisão  monocrática,  entendeu  que  deve  haver  a  normal 
incidência  de  impostos  sobre  o  livro  em  forma  de  cd‐rom  (foi  o  caso  de  uma  enciclopédia  jurídica). O 
entendimento  tem  gerado  inúmeras  discussões,  o  que  indica  que  a  matéria  ainda  está  aberta  (RE 
330817/RJ). 
Com relação a jornal não há grande celeuma, mas com relação a periódicos há. 
Periódicos ‐ duas discussões: 
Listas telefônicas: imune por se inclui nos periódicos. 
Álbum de figurinhas: para o STF é imune na condição de periódico. 
Insumo 
Papel: que serve para produção de  jornais,  livros e periódico.  Incluindo também os papéis mais 
modernos chamados de  filmes. Na visão do STF, até hoje, os outros  insumos  (tudo o que  se utiliza para 
produzir o livro, tinta, maquinários etc) pagam. 
Súmula 657 do STF: 
Súmula 657 do STF  ‐ A  IMUNIDADE PREVISTA NO ART. 150, VI,  "D", DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
ABRANGE  OS  FILMES  E  PAPÉIS  FOTOGRÁFICOS  NECESSÁRIOS  À  PUBLICAÇÃO  DE  JORNAIS  E 
PERIÓDICOS. Fonte de Publicação DJ de 9/10/2003. 
5 SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL 
5.1 Conceito 
Segundo o art. 3º do CTN, 
Art. 3º Tributo é  toda prestação pecuniária  compulsória, em moeda ou  cujo valor nela  se possa 
exprimir, que não  constitua  sanção de  ato  ilícito  [multa],  instituída  em  lei e  cobrada mediante 
atividade administrativa plenamente vinculada. 
Sanção de ato ilícito significa multa, e, atividade plenamente vinculada é o lançamento. 
A pecúnia é o dinheiro. Portanto, o tributo será pago em nossa moeda (real). O art. 162, I do CTN 
prevê que o tributo pode ser pago em cheque. 
Art. 162. O pagamento é efetuado: 
I ‐ em moeda corrente, cheque ou vale postal; 
 
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SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL > Espécies de tributos 
II ‐ nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado, ou por processo mecânico. 
§ 1º A legislação tributária pode determinar as garantias exigidas para o pagamento por cheque ou 
vale  postal,  desde  que  não  o  torne  impossível  ou  mais  oneroso  que  o  pagamento  em  moeda 
corrente. 
§ 2º O crédito pago por cheque somente se considera extinto com o resgate deste pelo sacado. 
§  3º  O  crédito  pagável  em  estampilha  considera‐se  extinto  com  a  inutilização  regular  daquela, 
ressalvado o disposto no artigo 150. 
§ 4º A perda ou destruição da estampilha, ou o erro no pagamento por esta modalidade, não dão 
direito a restituição, salvo nos casos expressamente previstos na  legislação tributária, ou naquelas 
em que o erro seja imputável à autoridade administrativa. 
§  5º  O  pagamento  em  papel  selado  ou  por  processo  mecânico  equipara‐se  ao  pagamento  em 
estampilha. 
O código é de 1966 e na época havia outras formas e atualmente antiquados de pagamento quais 
sejam estampilha, papel selado ou processo mecânico. 
Não  se admite o  tributo  “in natura” no Brasil  (soja, milho ou outras  commodities). Em  tese, é 
possível que se pague o tributo por meio de dação em pagamento. 
Lei Complementar 104/01 (art. 156, XI do CTN – dação em pagamento2). A dação em pagamento 
serve  apenas  para  bens  imóveis  e  compatibilidade  com  o  artigo  3º,  justamente  com  o  que  parecia  um 
pleonasmo na expressão “valor em que se possa exprimir”. 
O tributo não é voluntário, facultativo tampouco contratual. 
Tributo não é multa. 
Art. 157. A imposição de penalidade não ilide o pagamento integral do crédito tributário. 
Ilidir – contestar. Elidir – eliminar. 
Multa  é  prestação  pecuniária,  compulsória,  não  é  tributo,  depende  de  lei  e  depende  de 
lançamento. MACETE – prestação pecuniária, compulsória, diversa de tributo, depende de lei (art. 97, V do 
CTN) e cobrada por lançamento (art. 142, caput do CTN). 
Tributo – lei: Princípio da Legalidade tal princípio consta do CTN neste artigo 3º e no art. 113, §1º 
c/c 114 do CTN. 
Exceções à legalidade: II, IE, IPI, IOF, contribuições dos combustíveis. 
Lançamento – não pode ser conceituado como direito discricionário, mas sim vinculado, balizado 
pela lei. É a atividade administrativa plenamente vinculada, ou seja, é procedimento vinculado à lei, e não 
dotado de discricionariedade, sob pena de responsabilização funcional, civil e/ou penal. 
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa  constituir o  crédito  tributário pelo 
lançamento, assim entendido o procedimento administrativo  tendente a verificar a ocorrência do 
fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do 
tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. 
Parágrafo único. A atividade administrativa de  lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de 
responsabilidade funcional. 
5.2 Espécies de tributos 
A doutrina sempre discutiu as espécies tributárias no plano quantificativo: se duas, três, quatro ou 
cinco. 
                                                            
 
2 Art. 156. Extinguem o crédito tributário: I ‐ o pagamento; II ‐ a compensação; III ‐ a transação; IV ‐ remissão; V ‐ a prescrição e a 
decadência; VI ‐ a conversão de depósito em renda; VII ‐ o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do 
disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º; VIII ‐ a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164; IX ‐ a 
decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação 
anulatória;  X  ‐  a  decisão  judicial  passada  em  julgado.  XI  –  a  dação  em  pagamento  em  bens  imóveis,  na  forma  e  condições 
estabelecidas em lei.  (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou 
parcial do crédito sobre a ulterior verificação da irregularidade da sua constituição, observado o disposto nos artigos 144 e 149. 
 
 
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SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL > Espécies de tributos 
Geraldo Ataliba defendeu a existência de duas espécies  (Teoria Dualista ou Bipartida):  tributos 
vinculados (taxas) e tributos não vinculados (impostos). Hoje é utilizada para fins didáticos CESPE 2006. 
Rubens Gomes  de  Sousa,  um  dos  elaboradores  do  CTN,  entendeu  que  havia  três  espécies  de 
tributo (Teoria Tripartida ou Tricotômica): impostos, taxas e contribuições de melhoria (art. 5º CTN). Obs.; o 
art. 145 da CF, prevê três espécies tributárias no Brasil, pois o constituinte 88 e recebeu por  irradiação a 
linha doutrinária e teórica. 
O pensamento doutrinário (Luciano Amaro e Ricardo Lobo Torres) admite, até mesmo, a divisão 
dos tributos em quatro espécies (Teoria quadripartite ou quadripartida).  
O STF, desde a década de 90, tem entendido que são cinco os tributos no Brasil: 
1. Impostos; 
2. Taxas; 
3. Contribuições de melhoria; 
4. Empréstimo Compulsório 
5. Contribuições; 
Essa  é  a  chamada  Teoria  Pentapartida.  As  três  primeiras  espécies  foram  incluídas  na  teoria 
tricotômica por terem todas 
Os  empréstimos  compulsórios  e  as  contribuições  são  tributos  finalísticos,  ou  seja,  definidos 
constitucionalmente  pela  finalidade  justificadora.  Os  três  outros  são  definidos  pelo  FG,  enquanto  a 
finalidade lhes é irrelevante (art. 4º, I e II

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