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A Era Cristã da Enfermagem Prof. Dr. Ana Paula Carvalho Orichio 2016 ◼ Os ensinamentos de Cristo pregavam que os serviços prestados aos mais humildes era serviço prestado a Deus, sendo obrigação e privilégio dos fortes suportar os fardos dos fracos. ◼ Devia-se servir ao sofredor como garantia da salvação eterna. O sofredor era comparado a imagem de Cristo. ◼ Os primeiros cristãos foram inspirados a procurar os necessitados de ajuda, indo além dos limites do próprio lar, cuidando das necessidades físicas e espirituais dos doentes e pobres; A Enfermagem no período cristão A Enfermagem no período cristão ◼ Nos primeiros séculos do cristianismo, o cuidado ao enfermo era prestado por diáconos e diaconisas – que eram pessoas ricas que praticavam a filantropia e o cuidado de enfermagem. São Pedro organizou os diáconos para socorrerem os necessitados, sendo São Estevão o primeiro diácono; ◼ As diaconisas prestavam socorro as mulheres necessitadas. Destacaram-se Foebe, Maria, Trifena Trifosa e Priscila; ◼ No inicio do cristianismo não existia nenhum serviço organizado de socorro. Foi uma verdadeira revolução social o conjunto de serviços de assistência organizado e mantido pelos primeiros cristãos. A Enfermagem no período cristão Características dos serviços dos diáconos e diaconisas: ◼ Visitavam as casas das pessoas para levar-lhes os ensinamentos da igreja; ◼ Revezavam, alimentavam-nos, distribuíam esmolas; ◼ As diaconisas, na sua maioria eram solteiras, viúvas e as virgens que se consagravam a Deus; ◼ Os judeus e os pagãos perseguiram os cristãos até que o Imperador Constantino publicou o Edito de Milão em 313, declarando a Igreja livre para exercer suas atividades; ◼ A partir deste marco, os Bispos nas suas dioceses organizaram hospitais e recolhimentos, possibilitando grande difusão do cristianismo. A Enfermagem no período cristão • Essa liberdade inspirou a idéia de se reunirem em comunidades a serviço da cristandade, organizando-se em instituições; • São Bento, pai dos monges do ocidente (Sec VI) impulsionou a criação dos mosteiros beneditinos. • Esses monges beneditinos copiaram manuscritos antigos, organizaram bibliotecas e escolas, cultivaram plantas medicinais, mantendo sempre um Hospital para os pobres; • Esta ordem religiosa buscava associar oração e trabalho num equilíbrio sem excessos ou rigores desfavoráveis a saúde. Idade Média ◼ A Idade Média constituiu um período histórico que se estende segundo historiadores, do século V ao XVIII. Inicia-se com a queda do Império Romano no ano de 476. ◼ Nos séculos IV e V houve grande florescimento de hospitais e recolhimentos destinados a doentes, órfãos, velhos, aleijados e peregrinos; ◼ A imagem do enfermo associava-se a do santo; ◼ A Enfermagem era reconhecida como um trabalho de Deus; ◼ As abadessas eram mulheres religiosas que dirigiam os conventos femininos e objetivavam o progresso dos hospitais e os cuidados aos doentes; Idade Média ◼ Tinham a participação da nobreza e objetivavam alcançar a purificação e a expiação dos pecados ; ◼ Regras dos monastérios: uso de vestes brancas contribuindo para a identidade pessoal e singular da pessoa. Para as monjas alcançarem a dignidade como mulheres teriam que retirar-se da sociedade para santificar a própria alma. Os cuidados eram prestados nos Xenodóquios . Principais Abadessas ◼ Santa Radegunda – deixou o trono da França para fundar um convento dedicado ao tratamento de leprosos, onde se tornou abadessa; Principais Abadessas ◼ Santa Hildegarda – de família tradicional e nobre, nascida na Alemanha, viveu no século XI e foi educada em um convento. Tinha grande conhecimento em ciência natural, enfermagem e medicina, por isso é conhecida como a maior abadessa. Escreveu sobre várias doenças (pulmões, verminoses, icterícia e disenteria) e, chegou a conclusão que a água era muito importante no tratamento das doenças. Cuidadoras hospitaleiras no Hôtel Dieu, Paris, 1521. As cruzadas ◼ No sec VII Jerusalém se encontrava sob o domínio dos mulçumanos. Este fato político causou inúmeros problemas aos cristãos que peregrinavam pela Terra Santa. ◼ A ideia de libertar o túmulo de Cristo toma vulto entre os cristãos. ◼ Esta foi a origem das expedições militares ou cruzadas, iniciadas no século XI. As Cruzadas e sua influência na ação de cuidar ◼ As cruzadas duraram 196 anos e foi uma pseudo guerra religiosa. ◼ Os cristãos eram induzidos e alienados em busca da terra santa, logo, as Cruzadas foram empreendidas por motivo religioso, expansão territorial e intercâmbio cultural (monges e militares), e foram dirigidas pelo papa. ◼ A terra santa era buscada por peregrinos, homens e mulheres que queriam visitar o túmulo de Cristo, mas eles sofriam perseguições de muçulmanos. ◼ A caminhada para a terra santa era árdua e longa e não havia provisão alimentar suficiente e nem precauções sanitárias. ◼ Até os monges deixavam seus mosteiros para participar destas expedições. ◼ Com a aliança do cristianismo e feudalismo, juntos, buscaram uma solução. ◼ Os senhores feudais assumiram o encargo de aliviar a Europa e a terra santa de enfermidades e pobreza. ◼ E a igreja, com a ajuda dos povoados, começaram a construir hospitais, onde se instalou grande número de monges-militares para cuidar dos ferimentos e doenças. Entre os peregrinos haviam muitas mulheres, o qual gerou a necessidade de construir hospitais também para elas. Daí o surgimento do Hospital de São João de Jerusalém para homens e o Hospital de Santa Maria de Madalena para as mulheres. Mas não há dúvida de que a Enfermagem sofreu forte influência das Cruzadas, uma vez que a rígida hierarquia e a disciplina existentes na vida militar e mesmo na clerical e religiosa foram em muito assimiladas pelos pioneiros para moldar a formação dos primeiros enfermeiros. As cruzadas eram expedições militares que contavam, entre seus participantes, com os guerreiros e também com monges e senhores feudais. Todos estampavam uma cruz vermelha nos ombros, no peito e nas bandeiras, dai o nome de cruzada por usarem a cruz, símbolo de Cristo. Período Crítico da Enfermagem ◼ Houve grande influência pagã e mundana com diminuição do espírito de caridade, fechamento dos monastérios. ◼ A Reforma Protestante (Martinho Lutero , monge alemão; Henrique VIII, rei da Inglaterra; João Calvino da Suíça): ◼ Os reformadores renunciaram ao catolicismo, separando-se da Igreja Católica de Roma, expulsaram dos hospitais as religiosas que se dedicavam aos doentes e, não dispondo de nenhuma organização religiosa ou leiga para substituí-las, fecham grande quantidade de Hospitais (na Inglaterra foram amais de 1.000). Período Crítico da Enfermagem ◼ Houve o recrutamento de mão de obra leiga, remunerada para o serviço dos doentes. ◼ Como se tratava de serviço pesado, com baixa remuneração, falta de organização e falta de supervisão, o pessoal que se apresentava para o trabalho era o mais baixo da escala social, grande parte da contratação foi feita nos presídios, pois trabalhar na Enfermagem reduzia a pena das pessoas. A Reforma Católica ◼ O papa católico convoca o Concílio de Trento (durou 18 anos) para esclarecer os pontos doutrinários atacados pelos protestantes e tomar providências para a reforma dos costumes, onde a questão da assistência foi cuidadosamente estudada. Reforma Católica ◼ Constavam das atas do Concílio de Trento: ◼ Recomendações dos bispos para organização, manutenção e fiscalização dos serviços hospitalares; ◼ Orientação para assistência espiritual nos hospitais; ◼ Reforma do clero e escolas – ponto de partida para a criação de organizações religiosas dedicadas a enfermagem; ◼ SéculoXIX – organizações para elevação da Enfermagem quanto a dedicação aos doentes
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