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Error Cascades in the Biological Sciences

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Exercício 1: Explique resumidamente (cerca de 1 página) como as consequências indesejadas do uso da má taxonomia podem 
afetar a ecologia, de acordo com a exposição de motivos do autor Alexandre Bortolus, no texto à seguir. (Individual) 
 
Erros em cascata nas Ciênc ias B io lóg icas: As conseqüênc ias indesejadas do uso 
da má t axonomia na Eco log ia 
Alejandro Bortolus 
Ambio Vol. 37, No. 2, March 2008 
Texto traduzido e adaptado 
 
Resumo: Por que os ecólogos parecem subestimar as conseqüências do 
uso da má taxonomia? Será porque as conseqüências ainda não foram 
examinadas e expostas o suficiente? Será que essas conseqüências são 
irrelevantes? Neste artigo eu avalio e discuto essas questões, focando no 
fato de que, em razão dos trabalhos ecológicos fornecerem a informação 
básica para diversas outras disciplinas, eles exercem um papel chave em 
difundir e ampliar a existência de uma variedade de erros conceituais e 
metodológicos. Apesar de negligenciados e subestimados, esse processo 
em cascata se origina de problemas taxonômicos triviais que afetam 
hipóteses e idéias, mas rapidamente se transforma em um problema 
prático profundo que afeta nosso conhecimento a respeito da natureza, 
bem como da estrutura do ecossistema. De forma a melhorar a 
comunicação entre as disciplinas, eu proponho uma série de requisitos 
específicos que revistas científicas deveriam exigir de todos os autores, e 
também defendo o apoio financeiro e institucional urgente direcionado ao 
revigoramento da criação de coleções científicas que integrem a 
taxonomia e a ecologia. 
 
INTRODUÇÃO 
No início dos anos 1900s, ecólogos iniciaram a divergência da biologia e 
ecologia descritiva tradicional através da criação de uma abordagem 
mais experimental da natureza. O sucesso gradual de uma abordagem 
experimental manipulada (1) ganhou popularidade em razão de que 
somente observações descritivas e a análise da correlações dos dados 
não explicavam os processos causais. A medida que a ecologia 
experimental otimizou a busca pela causa por oferecer metodologias e 
perspectivas apropriadas, a maioria dos ecólogos rapidamente se 
dedicou à pesquisa experimental. Subsequentemente, outras disciplinas 
descritivas, como a taxonomia-α, começaram a ser progressivamente 
mais incomuns (2) até o momento em que a palavra “descritiva” anexa a 
qualquer disciplina científica e pesquisa começou a ter implicações 
pejorativas (3). Essa tendência desequilibrada afetou fortemente a 
estrutura da comunidade científica internacional, gerando i) um declínio 
no numero de empregos em taxonomia ao longo do tempo (4, 5), ii) um 
declínio na proporção de artigos taxonômicos publicados em revistas 
com alto fator de impacto (6), e iii) a citação não freqüente desses 
trabalhos em estudo ecológicos (7-10). Apesar da maioria dos ecólogos 
não serem capazes de classificar e identificar todos os táxons envolvidos 
em um estudo padrão (11), eles parecem não demonstrar interesse em 
outras disciplinas alem da ecologia (2, 3). Além disso, a longa e 
opressiva falta de recursos destinados à taxonomia (12, 13) irão 
provavelmente diminuir o impactos dos estudos taxonômicos em outras 
disciplinas. Nesse contexto, há uma questão chave de amplo impacto: 
Como os ecólogos obtêm o nome científico correto para todos os táxons 
em seus estudos? 
A figura 1 apresenta uma amostragem de 80 artigos científicos de 
ecologia publicados de 2005 a 2007 em revistas científicas de ponta nas 
disciplinas ecológicas (Ecology, Ecological Monographs, Journal of 
Ecology, Oikos, Oecologia, Frontiers in Ecology, Journal of Experimental 
Marine Biology and Ecology and Marine Ecology Progress Series). De 
cada jornal, eu apenas analisei aqueles artigos (10 por jornal) 
relacionados explicitamente com estudos ecológicos de comunidades que 
envolveram mais de uma espécie de qualquer tipo de organismo de 
bactérias a vertebrados e plantas com flores, e especificamente busquei 
as ferramentas ou procedimentos utilizados para garantir/apoiar a 
identificação taxonômica correta dos organismos envolvidos no estudo. 
Para cada artigo, eu também chequei se havia a participação de um ou 
mais taxonomistas nas seções de métodos ou agradecimentos/ 
reconhecimentos, ou entre os autores. Encontrei que 62.5% desses 
estudos modernos são ausentes de qualquer informação que sustente, 
justifique ou garanta a identificação dos organismos estudados ou 
manipulados. Em outras palavras, os 62.5% dos artigos analisados não 
mencionaram ou reconheceram a participação de taxonomistas ou o uso 
da bibliografia taxonômica ou ecológica ou nenhuma outra fonte de 
informação da qual o autor poderia ter encontrado os nomes científicos 
dos organismos em seu estudo. Alem disso, 2.5% dos artigos analisados 
reportaram que espécimes testemunhos foram depositados em uma 
instituição científica, o que extermina todas as perspectivas para a 
condução de futuras confirmações taxonômicas nos outros 97.5%. 
Logicamente, os 2.5% que reportou o depósito de material testemunho 
vieram dos poucos trabalhos envolvendo taxonomistas. A figura 1 
também demonstra que a participação de taxonomistas na pesquisa 
ecológica pontuou o mesmo do que o uso de trabalhos ecológicos 
anteriores e observações pessoais (feitas por ecólogos). Em adição, o 
uso da literatura cinza (incluindo teses de ecologia e relatórios técnicos) 
é mais comum do que o uso de literatura taxonômica especializada. Os 
resultados demonstrados nessa figura acordam de forma complementar 
com o numero relativamente alto de identificações errôneas encontradas 
recentemente em diferentes táxons de ecossistemas marinhos, entre 
outros (14). Quase metade de todos os artigos pesquisados relataram a 
manipulação experimental de diversos táxons envolvidos no estudo, 
sugerindo que procedimentos experimentais são executados 
independente da qualidade das identificações taxonômicas. 
Essa análise expõe o fato que nomes científicos são comumente 
transferidos de um trabalho ecológico para outro. Entretanto, geralmente 
somente taxonomistas bem treinados são capazes de encontrar e corrigir 
erros taxonômicos. Consequentemente, erros taxonômicos são prováveis 
de permanecer desapercebidos em trabalhos ecológicos até que um 
taxonomista bem treinado o corrija. Infelizmente, o impacto gerado por 
erros taxonômicos frequentemente transcendem o limite da ecologia e do 
manejo ambiental, enquanto o oposto é menos freqüente. Medicina, 
bioquímica, paleontologia e geomorfologia são algumas das disciplinas 
nas quais a identificação errônea podem gerar grande perda de tempo, 
conhecimento, dinheiro e até mesmo vidas humanas. 
O termo taxonomia ruim é uma expressão que em Biologia implica a 
identificação, classificação e nomenclatura dos organismos sem seguir os 
procedimentos adequados e regras que taxonomistas especializados 
definem (15). Essas regras são especificadas nos diferentes códigos 
internacionais de nomenclatura e têm a função fundamental de unificar a 
forma que nomeamos organismos a nível mundial. Por que os ecólogos 
parecem subestimar as conseqüências do uso da má taxonomia? Será 
porque as conseqüências ainda não foram examinadas e expostas o 
suficiente? Será que essas conseqüências são irrelevantes? Por discutir 
exemplos específicos neste artigo, eu avalio a hipótese de que diferentes 
falhas na comunicação entre as Ciências Biológicas evoluem para uma 
cascata de erros com conseqüências negativas para o desenvolvimento 
do conhecimento científico, bem como para a biodiversidade e o bem-
estar humano. A fim de melhorar a comunicação entre as disciplinas, 
proponho um conjunto de requisitos específicos que revistas científicas 
devem solicitar de todos os autores, e também o apoio financeiro e 
institucional urgente direcionado ao revigoramento da criação de 
coleções científicas que integrem a taxonomia e a ecologia. Emboramuitos casos de erros de identificação taxonômica são favorecidos, 
deliberadamente gerados e / ou mascarados por cientistas e não-
cientistas sem limites éticos ou morais, eu não abordarei este tema aqui 
 
A HIERARQUIA DOS ERROS E O SEU EFEITO NA NATUREZA 
Os objetivos das ciências biológicas são essencialmente relacionados 
com a identificação de padrões e processos na natureza em uma 
variedade de escalas temporais e espaciais, com a finalidade última de 
manipular recursos naturais de uma forma benéfica ou ótima. Disciplinas 
biológicas diferentes compartilham e assimilam os seus resultados de 
uma maneira que estabelece-se uma estrutura completamente vertical 
entre elas. Sendo assim, em condições normais, os estudos de manejo 
ambiental são baseados nos resultados dos trabalhos ecológicos (2, 16, 
17). De forma semelhante, estudos ecológicos experimentais são 
sustentados por estudos ecológicos mensurativos, que por sua vez, são 
apoiados por estudos biológicos descritivos e estudos taxonômicos. 
Em essência, a gestão ambiental não seria possível sem estudos 
ecológicos e ecologia não seria possível sem taxonomia (a direção 
oposta nesta relação interdisciplinar é possível, mas não pertinente 
aqui), e esta estrutura é o que parece fazer as ciências biológicas uma 
disciplina robusta (18). No entanto, como irei explicar, esta mesma 
estrutura é o que muitas vezes facilita a propagação de erros entre as 
disciplinas. Isso ocorre porque uma única identificação taxonômica 
incorreta tem um grande potencial para ser assimilado por muitos 
estudos biológicos e ecológicos diferentes e, então, por vários estudos e 
programas de gestão ambiental, multiplicando o seu impacto 
sinergicamente. Esse erro em cascata é passível de gerar uma variedade 
de conseqüências negativas. 
Erros em estudos taxonômicos são comumente corrigidos antes que 
sejam transmitidos para outras disciplinas. Por exemplo, a classificação 
dos caracóis argentinos do gênero Littoridina (Hydrobiidae) foram 
revistos e sua nomenclatura alterado para Heleobia (19, 20). Parodi 
(21) identificou algumas gramíneas da Patagônia como Spartina 
towsendii, um híbrido estéril nativo, quando na verdade a identificação 
correta seria S. anglica, como Nicora (22) corrigiu seis décadas mais 
tarde (23). 
Quando os erros em estudos taxonômicos não são detectados, é possível 
que eles sejam assimilados em estudos biológicos e ecológicos sem 
causar grandes conseqüências. Por exemplo, Scott et al. (24) realizaram 
uma pesquisa para aumentar o conhecimento dos foraminíferos da 
América do Norte e do Sul. Neste levantamento, os autores basearam a 
descrição da vegetação associada aos foraminíferos em uma 
identificação taxonômica incorreta que resultou na identificação de S. 
patens ao invés de S. densiflora (nome correto), já que ambas as 
espécies apresentavam um fenótipo semelhante (25). Percebi esse erro 
negligenciado enquanto pesquisava no mesmo local durante uma revisão 
de S. densiflora (26). No entanto, este erro de identificação não afetou a 
qualidade da conclusão dos autores de que ''foraminíferos respondem a 
gradientes latitudinais em ambos os hemisférios das Américas'' (24). A 
suculenta halófita Sarcocornia perennis (Mill.) A.J. Scott foi 
experimentalmente manipulada em pântanos de água salgada da lagoa 
costeira Mar Chiquita (Argentina) sob o nome de Salicornia ambigua para 
testar se a cobertura vegetal, por reduzir o impacto de condições 
ambientais adversas criticas, tais como temperatura e umidade, facilitaria 
a colonização e sobrevivência de invertebrados nos níveis mais altos do 
pântano (27). Embora este problema de nomenclatura ter sido detectado 
mais tarde, o erro não afeta a natureza em si, de forma alguma, e 
também não afetou as conclusões do Bortolus et al. Exemplos como este, 
no qual um organismo não é identificado corretamente e as 
conseqüências disso são insignificantes são relativamente comuns na 
literatura científica (26, 28). Nestes casos, a divulgação de uma errata é 
geralmente suficiente para alterar o problema. 
Uma situação diferente seria se os erros em estudos taxonômicos 
permanecessem despercebidos por ecológos e uma espécie identificada 
erroneamente fosse envolvida em experimentos de intervenção, 
resultando na alteração dos padrões naturais de distribuição das 
espécies. Mesmo assim, dado que o número e o tamanho das parcelas 
experimentais usadas na maioria dos estudos de campo são 
relativamente pequenos (devido à restrições logísticas e econômicas), as 
conseqüências ecológicas deste tipo de erro são geralmente não muito 
importantes. Porém, em alguns cenários ecológicos, a detecção desse 
tipo de erro pode resultar, por exemplo, no caso em que uma população 
a qual acreditava-se ser homogênea e monoespecífica seja reconhecida 
como um conjunto complexo, com origem e padrões de distribuição 
espacial inesperados. Por exemplo, os mexilhões Mytilus galloprovincialis, 
M. trossulus e M. edulis tem sido freqüentemente referidos pelos 
cientistas como uma única espécie, porque eles constituem um complexo 
de espécies morfologicamente semelhantes (29). Esta confusão causou 
que o declínio da nativa M. trossulus nos EUA fosse mascarado pela 
introdução de uma de suas espécies irmãs, até que esse evento fosse 
confirmado por estudos moleculares recentemente (29). Os diferentes 
membros desse complexo de espécies geralmente aparecem nas 
margens rochosas de muitas regiões em todo o mundo (29), onde 
atualmente estão ou podem estar envolvidas em estudos ecológicos 
experimentais. Embora morfologicamente idênticas, estas espécies têm 
características comportamentais e ecológicas distintas, incluindo 
habilidades competitivas, resistência a infecções parasitarias, estratégias 
de fixação e taxas de mortalidade (29). Portanto, um erro na 
identificação das espécies manipuladas podem comprometer seriamente 
as interpretações dos resultados experimentais e também apresentar 
conseqüências negativas para as comunidades nas quais os 
experimentos são executados por afetar a abundância relativa e 
distribuição geográfica de organismos nativos e não nativos. Esta 
situação origina-se de um erro na taxonomia, que evoluiu para um erro 
na ecologia experimental. O pior tipo de erro surge quando um erro na 
taxonomia torna-se um erro na ecologia experimental e então esse é 
incorporado em um estudo experimental em larga escala ou em um 
programa de gestão ambiental. Um erro em gestão ambiental é fácil de 
ser detectado a posteriori por causa do impacto visual que geralmente 
provoca, mas é difícil de ser alterado porque compromete a integridade 
dos aspectos ecológicos e físicos do meio ambiente. Um exemplo claro 
desse erro vem da Costa Oeste de os EUA (25). Durante o final dos anos 
1970, uma equipe de geneticistas, administradores, arquitetos, políticos, 
biólogos e paisagistas envolveram-se no transplante de propágulos da 
gramínea Spartina foliosa da Baía de Humboldt para o Parque Creekside, 
em San Francisco, Califórnia, como parte de um projeto de restauração 
envolvendo a única espécie de Spartina nativa da costa ocidental. Usando 
um critério estético, eles selecionaram coberturas cinzas agregadas de S. 
densiflora, acreditando que essa seria uma forma nativa bela de S. 
foliosa, e eles não questionaram a identificação da espécie (afinal, era a 
única espécie de Spartina descrita para a região até então). Na verdade, 
os biólogos mencionaram que as plantas ''na Baía de Humboldt pareciam 
diferente das nativas de San Francisco, mas nenhuma tentativa adicional 
foi feita para identificá-la '' (o que teria corrigido o erro) ''até após ter 
sido introduzida no Parque Creekside'' (30). Quando as diferenças 
fenológicas e ecológicas tornaram-se bastante evidentes entre os 
transplantes e os espécimes botânicos locais, foi que os botanicos 
perceberam que estavam provavelmente trabalhandocom uma espécie 
diferente do que pensavam. Cerca de 30 anos depois, os espécimes 
transplantados foram corretamente reconhecido como S. densiflora (31). 
O transplante repetido desta espécie parece ter desencadeado uma 
capacidade invasora latente em S. densiflora, que aparentemente 
expandiu sua amplitude original de distribuição, depois de décadas de 
inatividade, para deslocar maciçamente organismos nativos e alterar a 
fisionomia de toda as paisagens regionais ao longo da costa oeste (32). 
Nesta fase (após o erro na gestão ambiental ser originado), a 
erradicação de S. densiflora dos EUA pode ser possível, mas é incerto e 
caro. Embora a fronteira entre os erros em taxonomia e os outros erros 
possa parecer pouco clara, deve ser observado que erros na taxonomia 
implicam em um problema teórico, enquanto que os erros em ecologia 
experimental e erros na gestão ambiental são problemas práticos. 
Portanto, enquanto o primeiro (erros na taxonomia) afetam o nosso 
conhecimento sobre a natureza, o último (erros em ecologia de 
manipulação, os erros na gestão ambiental) afetam diretamente a 
natureza. 
 
EFEITOS DO ERRO EM CASCATA SOBRE O NOSSO CONHECIMENTO SOBRE 
A NATUREZA 
A discussão a seguir apresenta exemplos de como a qualidade de um 
estudo taxonômico pode afetar nossa maneira de interpretar a natureza 
quando reconstruímos condições paleoambientais, quando avaliamos a 
integridade de um dado ecossistema, ou quando descrevemos padrões e 
processos ecológicos. A classificação de paleoespécimes é 
particularmente susceptível à confusão taxonômica, dado que o número 
de características morfológicas geralmente disponível é limitada e que os 
estudos moleculares não são sempre possíveis. Por exemplo, uma 
análise da taxonomia de Ostracoda do Triássico e Jurassico revelou que a 
validade de muitos gêneros é questionável (33). Dado que estes 
organismos são usados em interpretações paleoambientais de muitos 
dos depósitos do Triássico, erros de identificação podem ter levado a 
falhas na formulação das previsões retrospectivas nas disciplinas 
paleobiológicas. 
Um caso semelhante é encontrado na malacologia. Conchas fósseis dos 
caracóis da América do Sul Heleobia australis e H. parchappii também 
são usadas como indicadores paleobiológicos e paleoambientais para 
reconstruir a geomorfologia evolutiva de ambientes costeiros do 
Holoceno na Argentina. As diferenças mostradas na concentração dos 
fósseis das duas espécies parecem estar relacionados com as condições 
de energia dos ambientes em que viveram (34). Embora H. australis 
habite ambientes de água salobra, H. parchapii é restrita a ambientes de 
água doce (35). No entanto, H. australis viventes atualmente 
freqüentemente coexistem com H. conexa, uma terceira espécie 
extremamente difícil de diferenciar das outras duas. A morfologia da 
concha destas três espécies é variável, e a ocorrência de formas 
convergentes é comum (35). No entanto, embora a discriminação 
específica seja possível a partir da observação de sua morfologia peniana 
(36), este caracter não é preservado no registro fóssil (35), o que 
originou uma série de erros de identificação em registros fósseis. As 
populações viventes destas três espécies comumente se sobrepõem em 
distribuição ao longo de gradientes de salinidade. No entanto, enquanto 
H. australis é restrita a zonas estuarinas, H. conexa é mais abundante em 
áreas rasas de água salgada, sugerindo que a presença de cada uma 
dessas espécies pode estar relacionada a diferentes condições 
ambientais (34, 35). Por conseguinte, a qualidade da determinação 
taxonômica irá determinar se o resultado da reconstrução paleoambiental 
é certo ou errado (37). A interpretação errônea das condições 
ambientais causada por erros taxonômicos ocorre com mais freqüência 
do que pensamos. Atualmente, muitos erros de interpretação dos 
bioindicadores de poluição ambiental são originados de falhas 
taxonômicas envolvendo espécies irmãs. Knowlton (38) argumentou que 
espécies crípticas são comuns em ambientes marinhos e não reconhecê-
las afeta a nossa compreensão evolutiva e ecológica de comunidades 
marinhas e os fatores ambientais envolvidos com a sua sobrevivência. 
Por exemplo, três espécies do coral Montastraea, que têm diferentes 
taxas de crescimento e os taxas de isótopos de oxigênio, têm sido 
comumente medidos (indistintamente) como indicadores de degradação 
ambiental e variação do clima global, ignorando o fato de que eles têm 
metabolismos diferentes (39, 40). Conseqüentemente, o sinal ambiental 
presumido é confundido quando as espécies crípticas não são 
reconhecidas e sua a biologia não é bem compreendida (39, 40). 
Populações de organismos com diferentes genótipos, mas fenótipos 
semelhantes podem alterar a capacidade de ecólogos e gestores 
ambientais reconhecerem mudanças em padrões e processos diferentes 
que ocorrem na paisagem local. Por exemplo, a introdução e invasão de 
um genótipo não-nativo da gramínea Phragmites australis, comum na 
América do Norte, mostrou como populações podem ser criticas aos 
olhos dos cientistas e a relevância real de reconhecê-las 
apropriadamente (41). Apesar de P. australis ser cosmopolita, estudos 
moleculares relataram recentemente uma população com um genótipo 
exótico que parece ser muito mais agressivo do que os nativos (41). 
Como as populações nativas Phragmites comumente cresciam em 
pântanos costeiros com pouca ou nenhuma diferença morfológica em 
relação ao genótipo introduzido, o reconhecimento deste genótipo não 
tinha sido observado até esse momento. As populações com este 
genótipo exótico aumentaram dramaticamente sua distribuição e 
abundância ao longo dos últimos 150 anos e, atualmente, são mais 
comuns do que os haplótipos nativos da América do Norte. Este exemplo 
mostra definitivamente o quanto organismos podem ser diferente em sua 
biologia, ecologia e evolução, mesmo sendo considerados como 
pertencendo à mesma espécie e/ou aparentarem ser extremamente 
semelhantes. Ele também evidencia a necessidade real da verificação 
taxonômica constante e confiável dos diferentes táxons que trabalhamos, 
através de métodos e perspectivas atualizados. 
Ecólogos normalmente tem a sensação de que a assistência taxonômica 
pode não ser necessária ao trabalhar em áreas que têm sido estudadas 
há décadas (ou séculos) por muitos outros ecólogos. Na verdade, isto 
pode ser o maior motivo da citação de trabalhos ecológicos sustentando 
a identificação taxonômica em artigos de ecologia (Fig. 1). No entanto, é 
evidente que só porque muitos outros ecólogos têm trabalhado no 
mesmo lugar que estamos agora não garante que o conjunto de espécies 
existentes é atualmente o mesmo ou impede a existência de complexos 
de espécies não nativas (por exemplo, Spartina densiflora na Califórnia) 
ou genótipos (por exemplo, Phragmites na América do Norte) sendo 
introduzidos de forma desapercebida. 
 
ALGUMAS CONSEQUENCIAS SOCIOECONOMICAS DO ERRO EM CASCATA 
Embora a perda de biodiversidade nativa pelo favorecimento 
desapercebido da introdução de espécies invasoras e não-invasoras ser 
uma das conseqüências mais impactantes do erro em cascata, as 
conseqüências podem ser muito mais diversificadas e ter efeitos sócio-
econômicos diretos. Por exemplo, a classificação do mosquito Anopheles 
foi comumente baseada em interpretações taxonômicas intuitivas de um 
número limitado de semelhanças morfológicas (42). No entanto, 
considerando que cerca de 20% das espécies de Anopheles revistas por 
Harbarch (42) eram espécies crípticas, a ''intuição'' não parece melhor 
do que um par de dados. Na província de Binh Thuan, no Vietnã, o que 
foi reconhecido como um morfotipo incomum do mosquito Anopheles 
minimus (conhecido vetor da malária) na verdade era um An. varuna s.l. 
(não vetor da malária), e a maioria dos espécimes identificados como a 
primeira espécie era relativos asegunda (43). Assim, durante muito 
tempo um organismo não relacionado ao vetor foi incorretamente 
apontado como um vetor da malária, enquanto que o alvo primário para 
o controle vetorial na região era de fato um An. dirus (43). Este caso 
mostra que simples erros na identificação podem ter um impacto 
profundo nos temas biológicos, ecológicos e sociológicos. Estes erros 
podem causar não apenas o desperdício de grandes quantidades de 
dinheiro, mas também do tempo precioso de pessoas doentes à espera 
de uma cura. 
A eficiência da gestão ambiental e da conservação geralmente depende 
da confiabilidade das informações taxonômicas disponíveis (14). A sub- 
ou superestimação da riqueza de espécies em um determinado ambiente 
não só apresentará uma imagem irreal de sua biodiversidade, estrutura 
da comunidade e conformação da paisagem, mas também irá dificultar a 
elaboração de políticas eficientes e regras direcionadas para proteger 
melhor os recursos naturais e serviços ambientais (44). A taxonomia de 
confiança está entre os principais fatores que garantem a identificação 
precisa de Hotspots de biodiversidade e áreas na Terra com natureza 
selvagem (45). Essa questão se torna dramática quando ela é 
combinada negativamente com a exploração intensiva e extensiva dos 
recursos naturais (44). Como podemos controlar ou mesmo medir o 
impacto da pesca, caça, ou de recuperação de terras em biodiversidade 
quando a biodiversidade em si é descrita de forma não-confiável? Como 
podemos sequer delimitar reservas naturais potenciais ou parques 
nacionais? Em suma, como podemos proteger os nossos recursos 
naturais de serem superexplorados e/ou destruídos? Ou será que os 
estudos de impacto ecológico fornecem conclusões confiáveis e corretas 
quando se referem à biodiversidade? Todas essas preocupações 
genuínas surgem da análise do problema do erro em cascata. 
 
OBSERVAÇÕES E PERSPECTIVAS 
Este artigo é um apelo reforçado para pesquisadores, editores e 
revisores para incorporar e defender a idéia de interação disciplinar não 
como uma utopia (46), mas como uma ferramenta científica essencial 
que deve ser implementada com ênfase especial nas áreas que eu 
discuto aqui. A ampliação e difusão de erros têm uma variedade de 
percursos opcionais, mas todos eles revelam a mesma importância 
prática de subestimar a utilização da má taxonomia em biologia, ecologia 
e projetos de gestão ambiental. Atenção especial pode ser direcionada 
em trabalhos que não usam nomes científicos, mas apresentam valores 
dos índices de riqueza específica, índices de biodiversidade, e todos os 
outros índices com base em identificações taxonômicas. Isso porque os 
índices de riqueza de espécies e biodiversidade podem ser 
inesperadamente sub- ou superestimados em razão de erros anteriores 
de identificação taxonômica. Ainda mais atenção deve ser dada aos 
estudos que utilizam métodos parataxonomicos, porque o tipo de erro 
que estes podem originar não são previsíveis (47). Na minha opinião, os 
ecólogos podem ter de assumir um papel central neste problema, porque 
nós constituímos um passo fundamental no processo de erro em cascata 
por assimilar, produzir, ampliar e distribuir erros. 
 
O principal fator causal na cascata de erro é que, embora reconhecemos 
a taxonomia como uma parte importante da biologia como um todo, 
durante as últimas décadas taxonomistas perderam a consideração do 
restante dos cientistas (6, 48). Mesmo depois de gritar por ajuda para o 
resto da comunidade científica (49, 50), eles receberam um réquiem (6), 
em vez de mais atenção. Não é bem compreendido por que bons 
taxonomistas e seu trabalho parecem ter sido tão segregados (3, 51). 
No entanto, eles agora tem exercer o papel emergencial de auxiliar 
outras disciplinas, não apenas na solução de seus problemas 
nomenclaturais, mas também na melhoria das suas competências 
taxonômicas (4), e ajudá-los a amadurecer e evoluir. Se os ecólogos 
desconsiderarem ou subestimarem o trabalho de taxonomistas, então 
eles devem apresentar confiabilidade e excelência em suas identificações, 
e este não é o que atualmente parece estar ocorrendo (Fig. 1). Tal como 
com qualquer outro aspecto detalhado nas seções de materiais e 
métodos de todos os trabalhos científicos, artigos de ecologia devem 
declarar explicitamente como autores realizaram uma identificação 
taxonômica confiável. É claro que citar trabalhos ecológicos anteriores 
vagamente relacionados não é suficiente para garantir isso, e também é 
claro que a literatura taxonômica não agrada muito os ecólogos, 
provavelmente porque normalmente ela requer um treinamento 
específico difícil para que seja totalmente compreendida. Por isso, a 
situação ideal é aquela em que os taxonomistas especializados são 
diretamente envolvidos ou consultado sobre todos os táxons diferentes 
presentes nos estudos ecológicos. Neste caso, a participação dos 
taxonomistas bem treinados deve ser explicitamente reconhecida por 
toda e qualquer contribuição, permitindo que qualquer leitor verifique a 
confiabilidade de cada nome científico separadamente, se necessário. Se 
isso não for possível, então os autores devem especificar quais métodos 
e/ou materiais foram utilizados (por exemplo, chaves, listas de espécies, 
catálogos, amostras materiais testemunhos, teses, relatórios técnicos, 
páginas da web), juntamente com justificativas que apoiem a sua escolha. 
Se os métodos aplicados não envolvem taxonomistas, então espécimes 
testemunhos de todas as espécies em estudo (especialmente aquelas a 
serem manipuladas, medidas, comparadas, ou integrando o cerne da 
obra) devem ser depositados em uma instituição científica a fim de que a 
verificação taxonômica seja possível. Revistas ecológicas e periódicos 
relacionados devem ter esses requisitos mínimos para todos os autores 
que submetem manuscritos. Tais requisitos irão revigorar não só a 
valorização de taxonomistas, mas também a qualidade dos trabalhos 
ecológicos. Isso também vai incentivar a criação de novas coleções 
científicas em todo o mundo, favorecendo de forma indireta a contratação 
de taxonomistas especializados em táxons locais. A criação de coleções 
científicas locais provavelmente aliviará a tensão crescente nesse cenário, 
fornecendo aos ecólogos um lugar para incluir espécimes das 
populações envolvidos em seus estudos para verificação taxonômica 
mais apropriada. 
Há muitas ligações entre fatos ambientais, políticos, éticos, biológicos e 
das ciências sociais, e para melhor ou para pior, essas conexões são 
mais do que meras perguntas racionais. Uma vez que cada disciplina tem 
sua própria linguagem, as regras de análise e as normas de validação, a 
passagem de argumentações de um para outro frequentemente resultam 
em confusões. O tipo do cenário em que essa confusão acontece 
determinará o tipo de impacto que terá (em idéias ou sobre a natureza). 
Se nós aceitarmos o erro em cascata como algo normal e inevitável, 
então estamos violando o fundamento central da ciência por aceitar a 
formulação sistemática de argumentações baseadas em pressupostos 
errados. 
 
REFERÊNCIAS E NOTAS 
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51. Wilson, E.O. 1998. Consilience: The Unity of Knowledge. AA Knopf 
Inc., New York, 332 pp. 
52. I am more than grateful to R. Gomez, E. Schwindt, P. Laterra, J. Crisci, 
O. Solbrig, and C. De Francesco for their useful opinions on different 
stages of the manuscript and to the two anonymous reviewers who 
helped me clarify my thoughts in a final version. I thank J. Geller for the 
Mytilus example and L. Marone for nutritive early discussions about this 
topic. N. Kraft and Monty Hawkins assisted me with the English. My 
research is currently supported by CONICET, FONCYT (BID 1201/OC-AR-
PICT N8 14666), and GEF (PNUD ARG 02/018 A-B17). 
53. First submitted 21 February 2007. Accepted for publication 24 April 
2007. 
 
ANEXO : Figura 1 
 
 
 
Figure 1. Percentages from a total of 80 selected ecological papers 
published between 2005 and 2007 in high-impact peer-reviewed 
ecological journals supporting their taxonomic identifications with 
the following: vaguely related ecological papers from which the 
authors may have obtained the scientific names they used (Vague); 
nothing at all (Nothing); thesis, technical reports, and field guides 
(Grey Literature); specialized taxonomic keys or papers (Taxonomic 
Literature); authors acknowledge thetaxonomic assistance on one 
or more species (Acknowledgments); the participation of taxonomists 
is explicitly reported (Taxonomists); previous ecological 
papers mentioning the scientific names used (Ecological Literature); 
personal observations (PO) and communications (PC); standard 
supplied by a commercial laboratory (Commercial). Manipulative 
refers to the proportion of these papers reporting experimental 
manipulation of one or more taxa, and Species Vouchers refers to 
the papers reporting the deposit of specimen vouchers in scientific 
institutions.

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