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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA INSTITUTO DE CIEˆNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE MATEMA´TICA PROFESSORES: JOANA DARC E TATIANA AULA 6 - TUTORIA DE EQUAC¸O˜ES DIFERENCIAIS I Questa˜o 1. Considere a sequeˆncia definida recursivamente por y1 = 1 e yn+1 = 3− 1 yn , para n ≥ 1. (a) Mostre que a sequeˆncia (yn)n∈N e´ crescente. (b) Mostre que a sequeˆncia e´ convergente. (c) Determine o limite da sequeˆncia. (a) Uma sequeˆncia (an)n∈N e´ crescente se an+1 > an para todo n ∈ N. Usaremos induc¸a˜o para provar o que se pede. Observe inicialmente que y2 = 3 − 1 = 2 e que y2 > y1. Suponhamos agora que yn > yn−1 para n > 2. Enta˜o 1yn−1 > 1 yn , ou ainda, − 1 yn > − 1 yn−1 . Portanto yn+1 = 3− 1yn > 3− 1yn−1 = yn. O que significa que a sequeˆncia e´ crescente. (b) Vamos provar que a sequeˆncia e´ limitada, ou seja, que existem nu´meros reais N e M tais que N ≤ yn ≤M para todo n ∈ N. Inicialmente observe que, como a sequeˆncia e´ crescente e y1 > 0, todos os elementos da sequeˆncia sa˜o positivos. Portanto da relac¸a˜o yn+1 = 3 − 1yn , segue que yn ≤ 3 para todo n ∈ N. Logo 0 ≤ yn ≤ 3 para todo n ∈ N. Usando o Teorema que garante que toda sequeˆncia mono´tona limitada e´ convergente, pode- mos concluir que a sequeˆncia (yn)n∈N e´ convergente. (c) Como o limite lim n→∞ yn = a ∈ R, podemos usar as propriedades de limites na igualdade yn+1 = 3− 1yn para obter a relac¸a˜o a = 3− 1a . Logo a deve satisfazer a relac¸a˜o a2−3a+1 = 0. Resolvendo-se esta u´ltima obtemos que a = 3 + √ 5 2 . Portanto a sequeˆncia (yn)n∈N converge para a = 3 + √ 5 2 . Questa˜o 2. Considere a sequeˆncia (an)n∈N dada por a1 = 1 e an+1 = an + (n + 1), para todo n > 1. Decida se a sequeˆncia dada e´ convergente ou divergente. Observemos que a2 = 1 + 2, a3 = a2 + 3 = 1 + 2 + 3, a4 = a3 + 4 = 1 + 2 + 3 + 4, .... Provemos inicialmente que an = 1+2+ · · ·+n. Suponhamos, por induc¸a˜o, que an−1 = 1+2+3+ · · ·+n−1. Enta˜o an = an−1 + n = 1 + 2 + 3 + · · ·+ n− 1 + n. Agora provaremos que an = n(n + 1) 2 para todo n ∈ N. De fato, a1 = 1 = 1(1+1)2 . Suponhamos por induc¸a˜o que an−1 = (n− 1)(n− 1 + 1) 2 , onde n > 1. Enta˜o an = an−1 + n = (n− 1)(n− 1 + 1) 2 + n = (n− 1)n 2 + n = (n− 1)n + 2n 2 = (n + 1)n 2 . Consideremos a func¸a˜o f : (0,+∞)→ R definida por f(x) = x(x + 1) 2 . Como lim x→+∞ f(x) = +∞, segue que a sequeˆncia (an)n∈N diverge e lim n→+∞ an = +∞. Questa˜o 3. Decida se a sequeˆncia dada e´ convergente ou divergente. (a) ( en cosn 3n ) n∈N (b) ( n + 4 n! + 2 ) n∈N (c) ( − 2 n sen (1/n) + 1 n ) n∈N (d) ( ln 1 n 2 √ n ) n∈N (e) { ln(2n2 + 1)− ln(n2 + 1)} n∈N (f) { n− 1 n } n∈N (a) ( en cosn 3n ) n∈N Observe que como | cosn| ≤ 1, enta˜o −e n 3n ≤ e n cosn 3n ≤ e n 3n . Como a sequeˆncia { en 3n } n∈N = {(e 3 )n} n∈N e e/3 < 1 segue que esta sequeˆncia converge para zero. Logo a sequeˆncia {(− en 3n )} n∈N tambe´m converge para zero. Usando a propriedade de sequeˆncias que diz que se (an)n∈N e (bn)n∈N sa˜o sequeˆncias que convergem para o mesmo limite L e (cn)n∈N e´ uma outra sequeˆncia tal que an ≤ cn ≤ bn, para todo n ∈ N, enta˜o a sequeˆncia (cn)n∈N tambe´m converge e converge para L, conclu´ımos que a sequeˆncia dada converge para zero. (b) ( n + 4 n! + 2 ) n∈N Observe que 0 ≤ n + 4 n! + 2 ≤ n + 4 n! ≤ n + n n! = 2 (n− 1)! , se n > 4. Como limx→+∞ 1 (n− 1)! = 0, segue que a sequeˆncia dada converge para zero. (c) ( − 2 n sen (1/n) + 1 n ) n∈N Como lim x→+∞ 1 x sen (1/x) = lim x→+∞ 1/x sen (1/x) = lim y→0 y sen y = 1, segue que a sequeˆncia ( 1 n sen (1/n) ) n∈N converge para 1. Ale´m disso, a sequeˆncia ( 1 n ) n∈N converge para zero. Como o produto de uma sequeˆncia convergente por uma constante e´ convergente e a diferenc¸a de sequeˆncias convergentes e´ tambe´m uma sequeˆncia convergente, segue que a sequeˆncia e´ convergente e converge para -2. (d) ( ln 1 n 2 √ n ) n∈N Da relac¸a˜o ln 1 n 2 √ n = − ln√n√ n e do fato que lim x→+∞ lnx x = lim x→+∞ 1/x 1 = 0, segue a sequeˆncia converge para zero. (e) { ln(2n2 + 1)− ln(n2 + 1)} n∈N Observe que as sequeˆncias { ln(2n2 + 1) } n∈N e { ln(n2 + 1) } n∈N sa˜o divergentes. Logo na˜o podemos usar a propriedade que nos da´ informac¸a˜o sobre a diferenc¸a de sequeˆncias. Neste caso observamos que { ln(2n2 + 1)− ln(n2 + 1)} n∈N = { ln ( 2n2 + 1 n2 + 1 )} n∈N . Como lim x→+∞ 2n2 + 1 n2 + 1 = 2, segue que a sequeˆncia converge para ln(2). (f) { n− 1 n } n∈N Como a sequeˆncia {n}n∈N diverge e a sequeˆncia { 1 n } n∈N converge para zero, afirmamos que a sequeˆncia dada e´ divergente. De fato, se tal sequeˆncia fosse convergente enta˜o a sequeˆncia {n}n∈N = { 1 n } n∈N + { n− 1 n } n∈N seria convergente (pois a soma de sequeˆncias convergentes e´ tambe´m convergente). O que e´ um absurdo.
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