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Assistência de enfermagem em cirurgias neurológicas 1 Anatomia DO SISTEMA NERVOSO Divisão do Sistema Nervoso com base em critérios anatômicos e funcionais: Fonte: auladeanatomia.com.br 2 Anatomia DO SISTEMA NERVOSO Fonte: auladeanatomia.com.br Sistema Nervoso Central: localizado dentro do esqueleto axial (encéfalo e medula espinal) Sistema Nervoso Periférico: localizado fora desse esqueleto 3 Anatomia DO SISTEMA NERVOSO Estruturas e funções do encéfalo Cérebro: atividades sensoriais, movimentos, aprendizado, percepção, inteligência e memória. Mesencéfalo: tônus muscular, postura corporal, coordenação de reflexos visuais e integração de informações sensoriais. Cerebelo: coordenar movimentos, garantir a postura corporal e desenvolver habilidades motoras. Ponte: transferência de informações entre várias partes do encéfalo Bulbo: controla o batimento cardíaco e a respiração. Além disso, atua em reflexos de deglutição, vômito e tosse. Tálamo: classificar o estímulo e enviá-lo para o local apropriado de processamento. Fonte: todamateria.com.br 4 Medula Espinal: Estabelece a comunicação entre o corpo e o sistema nervoso Age nos reflexos, protegendo o corpo em situações de emergência em que é preciso que haja uma resposta rápida Na região interna, possui subst. Cinzenta (concentração de corpos celulares de neurônios) e subst. Branca (concentração de dendritos e axônios). Na região externa, é revestida pelas meninges Dura-máter, Pia-máter e Aracnoide. Entre esses espaços, situa-se o LCR. Anatomia DO SISTEMA NERVOSO 5 Fonte: todamateria.com.br 6 Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. Anatomia DO SISTEMA NERVOSO Neurocirurgia: especialidade cirúrgica que se dedica ao tratamento das doenças e lesões do sistema nervoso central e periférico (cérebro, medula e nervos) e das doenças da coluna vertebral de natureza degenerativa (como a hérnia discal), infeciosa ou tumoral. São aplicadas técnicas de microcirurgia para a qual é essencial o suporte de exames de imagem e tecnologias avançadas como a neuro-localização e a neuro-navegação, de modo a garantir a segurança do doente e aumentar a eficácia da intervenção. Harvey William Cushing, considerado pai da neurocirurgia moderna (1905) 7 Neurocirurgia Fonte: infoescola.com.br 8 Tecnologias em neurocirurgia neuronavegação Exame de imagem pré-operatório que funciona como se estivéssemos usando um “GPS” para o cérebro para localizarmos uma lesão específica. Permite maior precisão para executar a cirurgia O neurocirurgião pode decidir qual o melhor lugar da incisão cirúrgica e da craniotomia, fazendo-as de tamanho mínimo necessário Indicadas em cirurgias pequenas e próximas a áreas eloquentes, estruturas cerebrais importantes podem se beneficiar do uso do neuronavegador. Fonte: https://raquelzorzi.com.br A tractografia funciona em conjunto com o neuronavegador, porém com o adicional de além de mostrar a lesão mostrar os tractos cerebrais relacionados com ela. Nada mais é do que “desenhar” os tractos cerebrais em uma ressonância através de um software próprio para o neurocirurgião saber qual sua localização precisa. Os tractos são responsáveis por comunicar funções diferentes, por exemplo: visão e área motora, audição e área afetiva, etc. 9 Tecnologias em neurocirurgia tractografia Fonte: https://raquelzorzi.com.br É um procedimento no qual através de uma pequena perfuração no crânio (trepanação), introduz-se um aparelho no cérebro, o neuroendoscópio, de maneira segura e minimamente invasiva até chegar aos ventrículos cerebrais. Este aparelho possui iluminação própria e uma câmera acoplada que transmite a imagem por um sistema óptico em tempo real para um monitor instalado na sala de cirurgia, através do qual o neurocirurgião se guia para operar com precisão. Possibilitam cirurgias mais rápidas, com menor risco de complicações e pós-operatório mais curto. 10 Tecnologias em neurocirurgia neuroendoscopia Fonte: https://raquelzorzi.com.br Monitora as funções neuronais durante a cirurgia. Utiliza recursos como eletroencefalografia (EEG) e a eletromiografia (EMG) para monitorar a integridade de estruturas neurais específicas (ex. porções do cérebro, medula, nervos periféricos) durante cirurgias que as coloquem em risco. O objetivo da MIO é, portanto, reduzir o risco de lesão ao sistema nervoso e/ou prover orientação funcional ao cirurgião e ao anestesista 11 Tecnologias em neurocirurgia Monitorização intraoperatória (mio) Fonte: https://raquelzorzi.com.br O uso de substâncias fluorescentes vem para suprir algumas necessidades das dificuldades encontradas nas cirurgias. Por exemplo, a visualização da rede de vasos cerebrais evitando qualquer lesão vascular não intencional durante uma cirurgia. 12 Tecnologias em neurocirurgia fluorescência Fonte: https://raquelzorzi.com.br Cirurgia onde um endoscópio rígido com câmera e iluminação própria é introduzido pelo nariz, onde o cirurgião terá acesso a base do crânio e realizar a cirurgia sem cortes externos. A indicação é clássica para operar lesões na sela túrcica, especialmente tumores da hipófise, mas atualmente vem sendo utilizadas para várias outras cirurgias. Nem todas as lesões desta região podem ser operadas por dentro do nariz. O neurocirurgião analisará a lesão e os riscos e benefícios de cada tipo de abordagem. 13 Tecnologias em neurocirurgia Neurocirurgia endoscópica nasal Doenças do Crânio e Encéfalo: Tumores intracranianos (cerebrais) Tumores da Hipófise Aneurismas Intracrânianos (cerebrais) AVC (Acidente Vascular Cerebral/Derrames) Trauma Cranioencefálico Cranioestenoses Epilepsia Hidrocefalia Neuralgia do Trigêmio 14 Principais intervenções neurocirúrgicas Fonte: bemparana.com.br Doenças da coluna vertebral: Hérnia de disco Espondiloartrose Doenças da coluna cervical Meningomielocele Espinha bífida Lesões da medula espinal Tumores da medula espinal 15 Principais intervenções neurocirúrgicas Fonte: youtube.com/medicinae Bisturi com lâminas 23, 15 e 11 02 Tesouras Metzenbaum curvas 01 Tesoura de Mayo curva 01 Tesoura de Metzenbaum reta 12 Pinças Kelly curvas + 12 Kelly retas 10 Pinças de Backaus 02 Pinças anatômicas 03 Pinças dente-de-rato 02 Pinças Adson com dentes 01 Pinças-tumor em baioneta 04 Porta-Agulhas (2 delicadas e 2 grosseiras) 15 cm Descoladores de Peinfield Np 16 Instrumentos cirúrgicos Caixa básica para craniotomias 01 Rugina de Lambote 01 Passador para serra de Gigli 01 Serra de Gigli 02 Espátulas maleáveis delicadas 01 Goiva Duck-bill 01 Goiva Leksell 01 Goiva de Luer 01 Kerrison 5 mm 01 Kerrison 3 mm 03 Pontas de aspirador de Frazier 17 Instrumentos cirúrgicos Caixa básica para craniotomias (cont.) 01 Cabo nº 7 para lâmina nº 11 02 Tesouras de Metzembaum curvas 01 Tesoura de Mayo curva 01 Tesoura de Metzembaum reta 12 Pinças de Kelly curvas 06 Pinças de Kelly retas 10 Pinças Backaus 02 Pinças anatômicas 03 Pinças dente-de-rato 02 Pinças de Vough com dente (dente delicado para dura-máter) 01 Pinça-tumor em baioneta 04 Porta-agulhas (2 delicadas e 2 grosseiras) 18 Instrumentos cirúrgicos Caixa básica para laminectomia 04 Descoladores de dura-máter nQ 1, 2, 3 e 4 02 Ruginas de Cobb (tamanhos diferentes) 02 Pinças de Love-gruenwald ponta reta 2 e 3 mm 01 Pinça de Love-gruenwald para cima 3 mm 01 Par de afastadores de Farabeuf 01 Par de afastadores de Langenbeck 03 Kerrisons ângulo oblíquo 5, 3 e 2 mm 01 Goiva Duck-bill 01 Goiva Leksell 01 Goiva de Jansen 03 Pontas de aspirador de Frazier 02 Afastadores de Gelpi rasos 02 Afastadores de Gelpi profundos 02 Formões 01 Martelo 01 Cisalha 19 Instrumentos cirúrgicos Caixa básica para laminectomia (cont.) 01 Tesoura de microponta reta10 cm 01 Tesoura de microponta reta 15 cm 01 Tesoura de microponta reta em baioneta 01 Tesoura de microponta curva em baioneta 03 Pinças bipolar em baioneta de 3 tamanhos diferentes 01 Fio de bipolar 01 Conjunto de microdissectores de Rothon 01 Pinça-tumor em baioneta delicada 02 Aspiradores de Rothon nQ 5 de tamanhos diferentes 02 Aspiradores de Rothon nQ 7 de tamanhos diferentes 01 Porta-agulhas para microcirurgia 02 Pinças para anastomose 20 Instrumentos cirúrgicos Caixa básica para microcirurgia Diagnóstico médico Laudos necessários no momento da cirurgia Idade Estatura Nível de consciência Problemas de comunicação Incapacidade física resultante de condições neuropatológicas (e de outras causas) Abordagem cirúrgica específica Posição do paciente a ser usada Necessidade de qualquer equipamento especial Métodos planejados p/ reduzir PIC Necessidade de suporte radiológico durante o procedimento Procedimentos preliminares (como passar uma sonda vesical de demora, por exemplo) 21 Sistematização da assistência de enfermagem perioperatória Histórico de enfermagem O ENFERMEIRO DEVE ESTABELECER COMUNICAÇÃO COM A EQUIPE A FIM DE COLETAR AS INFORMAÇÕES PERNINTES AO PACIENTE 22 Sistematização da assistência de enfermagem perioperatória Considerações sobre o nível de consciência 23 Sistematização da assistência de enfermagem perioperatória Considerações sobre o nível de consciência Tranquilizar o paciente e a família, fornecendo conforto e atenção, tirando possíveis dúvidas relacionadas ao procedimento cirúrgico, recuperação, anestesia, tempo de intervenção Administrar medicação prescrita (normalmente anticonvulsivantes para reduzir risco de convulsão pós-operatória e esteroides para reduzir edema cerebral, diazepam para ansiedade, antibióticos para evitar infecção cerebral) Assegurar que a restrição de líquidos foi feita corretamente Inserção de cateter vesical de demora, para controle do débito urinário no intra-operatório Tricotomizar couro cabeludo se cirurgia em região craniana 24 Sistematização da assistência de enfermagem perioperatória Cuidados no pré-operatório Vários elementos são fundamentais para se gerenciar: Monitorização incessante dos sinais vitais - Vigilância e detecção precoce de complicações cirúrgicas (AVC, convulsões e sangramento) - Recuperação da anestesia - Avaliação da consciência prejudicada - Restauração e manutenção da temperatura corporal normal - Controle da dor - Náusea e vômito no pós-operatório - Profilaxia para TVP e sangramento gastrointestinal 25 Sistematização da assistência de enfermagem perioperatória Cuidados no pós-operatório Pebmed.com.br Ansiedade relacionada à cirurgia/resultado cirúrgico Défict de conhecimento relacionado a testes diagnósticos e procedimentos cirúrgicos Elevado risco de padrões respiratórios ineficazes relacionados à localização do tumor, posição cirúrgica, ou efeitos da anestesia geral Elevado risco de dor relacionado a alterações fisiopatológicas Elevado risco de infecção relacionado à intervenção cirúrgica 26 Sistematização da assistência de enfermagem perioperatória Diagnósticos de enfermagem ao paciente neurocirúrgico Giphy.net Diagnóstico: ansiedade relacionada à cirurgia Resultado: a ansiedade do paciente está controlada 27 Sistematização da assistência de enfermagem perioperatória Implementação de cuidados ao paciente neurocirúrgico intervenções Classificar amplamente a ansiedade (baixa, moderada, alta) Tranquilizar e explicar, repetir quando necessário Proporcionar espaço para perguntas, tanto do paciente quanto da família Envolver outras pessoas no apoio Determinar habilidades de adaptação do paciente Utilizar o toque para comunicar os cuidados 28 Diagnóstico: déficit de conhecimento relacionado aos diagnósticos e procedimentos cirúrgicos Resultado: o paciente ou a família verbalizará sobre exames diagnósticos e procedimentos cirúrgicos Sistematização da assistência de enfermagem perioperatória Implementação de cuidados ao paciente neurocirúrgico intervenções Determinar o nível de conhecimento do paciente ou da família (e o desejo pelo conhecimento) Corrigir erros de informação; encaminhar a outros membros da equipe quando apropriado Estimular o aprendizado Fornecer as informações usando termos compreensíveis Explicar a rotina perioperatórias, fornecendo informações reais e sensações esperadas Basear as intervenções nas necessidades individuais 29 Diagnóstico: alto risco de padrão respiratórios ineficazes relacionados à localização do tumor, posição cirúrgica, ou efeitos da anestesia geral. Resultado: o paciente manterá padrões respiratórios eficazes Sistematização da assistência de enfermagem perioperatória Implementação de cuidados ao paciente neurocirúrgico intervenções Proporcionar acessórios de posicionamento apropriados, auxiliar em seu posicionamento Monitorar gasometria arterial, interpretar e relatar alterações dos valores esperados Avaliar oximetria de pulso para monitorar saturação de O2 no sangue Colaborar com o anestesia na monitorização do CO2 do volume de corrente final Manter acesso de aspiração aberto Observar FR, profundidade e características dos ruídos respiratórios Comunicar a SRPA a necessidade de suporte ventilatório no Pós-Op. Verificar frequentemente a perviedade das vias aéreas. 30 Diagnóstico: alto risco de dor relacionado a alterações fisiopatológicas Resultado: o paciente irá relatar redução da dor Sistematização da assistência de enfermagem perioperatória Implementação de cuidados ao paciente neurocirúrgico intervenções Determinar a eficácia de medicamentos pré-operatórios; comunicar ineficácia Administrar medicamentos prescritos para controle da dor Ajudar o paciente a adotar medidas eficazes para controle da dor Proporcionar medidas de conforto físico (como cobertores) Explicar esquemas pós-operatórios para controle da dor 31 Diagnóstico: alto risco de infecção relacionada à intervenção cirúrgica Resultado: o paciente estará livre de sinais e sintomas de infecção Sistematização da assistência de enfermagem perioperatória Implementação de cuidados ao paciente neurocirúrgico intervenções Aderir à técnica asséptica rígida Implementar precauções ambientais Controlar padrões de circulação Documentar a classificação das feridas operatórias Identificar e corrigir falhas da técnica Fazer curativos de feridas, locais de acesso intravenoso e local de saída de dreno de forma asséptica Monitorar indicações de infecção Fornecer ao paciente informações específicas sobre cuidados com a ferida e os sinais e sintomas que devem ser descritos Muito obrigado!!!
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