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Classificação das Normas - Direito Constitucional em questões

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CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 1
CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS QUANTO AO 
GRAU DE EFICÁCIA E APLICABILIDADE 
 
Na aula de hoje comentarei exercícios sobre o assunto “aplicabilidade 
das normas constitucionais”, também denominado “classificação das 
normas constitucionais quanto ao grau de eficácia e aplicabilidade”. 
Para estudarmos esse assunto, temos que partir das seguintes 
premissas: todas as normas constitucionais possuem eficácia jurídica; 
não existem normas desprovidas de eficácia jurídica no texto da 
Constituição; o que se admite é a existência de uma variação no grau 
de eficácia e aplicabilidade dessas normas, isto é, todas têm eficácia, 
mas o grau dessa eficácia é variável. Enfim, algumas têm um maior 
grau de eficácia (produzem seus efeitos essenciais com a simples 
promulgação da Constituição), enquanto outras têm um grau de 
eficácia reduzido (só produzem os seus plenos efeitos quando forem 
regulamentados por lei). 
Portanto, nesta aula, não estaremos separando as normas 
constitucionais em “normas eficazes” e “normas ineficazes”. 
Estaremos, apenas, identificando os diferentes graus de eficácia de 
tais normas - mas, partindo sempre da idéia de que todas elas 
possuem eficácia jurídica. 
Quando afirmo isso em sala de aula, é comum eu ser indagado sobre 
a eficácia do preâmbulo da Constituição e das normas integrantes do 
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT. 
Vamos, então, antes de adentrarmos na classificação das normas 
constitucionais quanto ao grau de eficácia e aplicabilidade, examinar 
a situação jurídica desses dois grupos de normas que integram a 
nossa Constituição: preâmbulo e ADCT. 
Preâmbulo – Segundo a jurisprudência do STF, o preâmbulo não é 
norma constitucional; trata-se de mera manifestação de cunho 
filosófico/ideológico que não se insere no âmbito do Direito 
Constitucional; portanto, o preâmbulo não possui a mesma força 
normativa das demais normas constitucionais, não serve de 
parâmetro para a declaração da inconstitucionalidade das leis, não 
impõe limite ao poder constituinte derivado ao emendar a 
Constituição e não é de observância obrigatória pelo Estado-membro 
na elaboração de sua Constituição (o Estado não precisa nem mesmo 
criar preâmbulo na Constituição Estadual). 
ADCT – O ADCT é uma norma constitucional como qualquer outra, 
ressalvada a sua natureza transitória; a única distinção entre uma 
norma do ADCT e uma norma que integra a parte dogmática (corpo 
principal) da Constituição é a natureza transitória da primeira; uma 
vez ocorrida a situação transitória prevista na norma do ADCT, 
esgota-se a sua eficácia; portanto, as normas do ADCT são 
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formalmente constitucionais, situam-se no mesmo nível hierárquico 
das demais normas constitucionais e podem ser modificadas (ou 
revogadas, ou acrescentadas) por emenda à Constituição. 
Veja que as peculiaridades dessas normas – do preâmbulo e do ADCT 
– não retiram a validade da máxima segundo a qual “todas as 
normas constitucionais possuem eficácia jurídica”. Por que não? 
Porque o preâmbulo não integra o Direito Constitucional, e as normas 
do ADCT têm sim eficácia jurídica, enquanto não ocorrida a situação 
nela prevista. 
Feitas essas considerações iniciais, passemos ao estudo das 
classificações das normas constitucionais quanto à eficácia e 
aplicabilidade. 
Neste curso veremos as classificações elaboradas pelos professores 
José Afonso da Silva e Maria Helena Diniz, por serem as cobradas em 
concursos, pelas diferentes bancas examinadoras (principalmente a 
primeira classificação, que se transformou em padrão no Direito 
brasileiro). 
O Professor José Afonso da Silva divide as normas constitucionais em 
três diferentes graus de eficácia: eficácia plena, eficácia contida e 
eficácia limitada. 
As normas de eficácia plena são aquelas que já estão aptas para 
produzirem os seus plenos efeitos com a simples entrada em vigor da 
Constituição, independentemente de regulamentação por lei. 
São, por isso, dotadas de aplicabilidade imediata (porque estão aptas 
para produzir efeitos imediatamente, com a simples promulgação da 
Constituição), direta (porque não dependem de nenhuma norma 
regulamentadora intermediária para a produção de efeitos) e integral 
(porque já produzem seus integrais efeitos). 
As normas de eficácia contida são aquelas que também estão aptas 
para a produção de seus plenos efeitos com a promulgação da 
Constituição (aplicabilidade imediata), mas que podem ser 
restringidas. O direito nelas previsto é imediatamente exercitável, 
com a simples promulgação da Constituição, mas esse exercício 
poderá ser restringido no futuro. 
São, por isso, dotadas de aplicabilidade imediata (porque estão aptas 
para produzir efeitos imediatamente, com a simples promulgação da 
Constituição), direta (porque não dependem de nenhuma norma 
regulamentadora intermediária para a produção de efeitos), mas não-
integral (porque sujeitas à imposição de restrições). 
As restrições às normas de eficácia contida poderão ser impostas: 
a) por lei (exemplo: art. 5º, XIII, da CF/88, que prevê as restrições 
ao exercício de trabalho, ofício ou profissão, que poderão ser 
impostas pela lei que estabelecer as qualificações profissionais); 
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b) por outras normas constitucionais (exemplo: art. 139 da CF/88, 
que impõe restrições ao exercício de certos direitos fundamentais, 
durante o período de estado de sítio); 
c) por conceitos ético-jurídicos geralmente aceitos (exemplo: art. 5º, 
XXV, da CF/88, em que o conceito de “iminente perigo público” 
autoriza a autoridade competente a impor uma restrição ao direito de 
propriedade, requisitando administrativamente a propriedade 
particular). 
Um bom exemplo de norma constitucional de eficácia contida é o 
inciso XIII do art. 5º: “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício 
ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei 
estabelecer”. 
Veja que essa norma assegura, com a simples promulgação da 
Constituição, o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, 
mas sujeita-se à imposição de restrições futuras por parte do 
legislador ordinário, devendo ser interpretada da seguinte maneira: 
a) enquanto não estabelecidas em lei as qualificações profissionais 
necessárias para o exercício de determinada profissão, o seu 
exercício será amplo, vale dizer, qualquer pessoa poderá exercê-la; 
b) em um momento seguinte, quando a lei vier a estabelecer as 
qualificações profissionais necessárias para o exercício dessa 
profissão, só poderão exercê-la aqueles que atenderem a essas 
qualificações previstas em lei. 
Veja que, nesse exemplo, a lei posterior vem impor restrição ao 
exercício de determinada profissão - exercício esse que, até então, 
era amplo. 
As normas de eficácia limitada são aquelas que só produzem seus 
plenos efeitos depois da exigida regulamentação. Elas asseguram 
determinado direito, mas esse direito não poderá ser exercido 
enquanto não for regulamentado pelo legislador ordinário. Enquanto 
não expedida a regulamentação, o exercício do direito permanece 
impedido. 
São, por isso, dotadas de aplicabilidade mediata (só produzirão seus 
efeitos essenciais posteriormente, depois da regulamentação por lei), 
indireta (não asseguram, diretamente, o exercício do direito, 
dependendo de norma regulamentadora intermediária para tal) e 
reduzida (com a promulgação da constituição, sua eficácia é 
meramente “negativa”, conforme estudaremos em exercício adiante). 
As normas de eficácia limitada são ainda classificadaspelo Professor 
José Afonso da Silva em dois grupos distintos: 
a) as definidoras de princípio institutivo ou organizativo; 
b) as definidoras de princípio programático. 
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As normas definidoras de princípio institutivo ou organizativo 
são aquelas em que a Constituição estabelece regras para a futura 
criação, estruturação e organização de órgãos, entidades ou 
institutos, mediante lei. São exemplos: “a lei disporá sobre a 
organização administrativa e judiciária dos Territórios” (art. 33); “a 
lei disporá sobre a criação, estruturação e atribuições dos Ministérios” 
(art. 88); “a lei regulará a organização e o funcionamento do 
Conselho de Defesa Nacional” (art. 91, § 2o); “a lei disporá sobre a 
constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias e 
condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho” (art. 113). 
As normas constitucionais definidoras de princípios 
programáticos são aquelas em que a Constituição estabelece os 
princípios e diretrizes a serem cumpridos futuramente pelos órgãos 
estatais (legislativos, executivos, jurisdicionais e administrativos), 
visando à realização dos fins sociais do Estado. 
Constituem programas a serem realizados pelo Poder Público, 
disciplinando interesses econômico-sociais, tais como: realização da 
justiça social; valorização do trabalho; amparo à família; combate ao 
analfabetismo etc. Esse grupo é composto pelas chamadas normas 
programáticas. Exemplos: o art. 3º; o parágrafo único do art. 4º; o 
art. 7º, XX; o art. 7º, XXVII; o art. 173, § 4º; o art. 216, § 3º. 
Veja que, embora essas terminologias - definidoras de princípio 
institutivo ou organizativo e definidoras de princípio programático - 
não sejam “amigáveis”, na prova é fácil distinguir um grupo do outro. 
Isso porque, como são apenas dois grupos, se a norma de eficácia 
limitada não está ligada à criação, estruturação e organização de 
órgãos ou entidades, certamente ela é uma norma definidora de 
princípio programático (norma programática). 
Passemos aos comentários aos exercícios, deixando a classificação da 
Professora Maria Helena Diniz para um momento futuro, na resolução 
de uma questão da Fundação Carlos Chagas. 
 
1) (ESAF/Auditor-Fiscal da Receita Estadual – Ceará/2007) Sobre a 
aplicabilidade das normas constitucionais e sobre os direitos e 
garantias fundamentais, marque a única opção correta. 
a) As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm 
aplicação imediata e eficácia plena. 
b) As normas constitucionais de eficácia contida são aquelas que 
apresentam aplicabilidade reduzida, haja vista necessitarem de 
norma ulterior para que sejam aplicadas. 
c) As normas constitucionais de eficácia limitada estreitam-se com o 
princípio da reserva legal, haja vista regularem interesses relativos à 
determinada matéria, possibilitando a restrição por parte do 
legislador derivado. 
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d) O condicionamento da aplicação de direitos e garantias 
fundamentais à preexistência de lei, não retira o poder normativo do 
dispositivo constitucional, haja vista impor ao legislador e ao 
aplicador da norma limites de atuação. 
e) Caberá mandado de injunção sempre que a falta de norma 
regulamentadora torne inviável o exercício de direitos e liberdades 
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à 
soberania e à cidadania. Logo, poderá ser impetrado o remédio 
constitucional para sanar a omissão de norma de eficácia contida. 
Gabarito: “d” 
A assertiva “a” está errada. Determina a Constituição Federal que as 
normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm 
aplicação imediata (art. 5º, § 1º). Entretanto, isso não significa que 
sejam todos os direitos e garantias fundamentais dotados de eficácia 
plena, haja vista muitos deles estarem consagrados em normas 
programáticas (de eficácia limitada, portanto), dependentes de 
regulamentação por lei para a produção de seus efeitos essenciais. 
Por exemplo: os direitos fundamentais sociais previstos nos incisos 
XX (“proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante 
incentivos específicos, nos termos da lei”) e XXVII (“proteção em face 
da automação, na forma da lei”) do art. 7º da Constituição são 
normas tipicamente programáticas, dependentes de lei para a 
produção de seus efeitos essenciais. 
A assertiva “b” está errada porque as normas de eficácia contida são 
dotadas de aplicabilidade imediata e, por isso, não necessitam de 
lei posterior para que sejam aplicadas. 
A assertiva “c” está errada porque, ao se referir à possibilidade de 
restrição pelo legislador ordinário, apresenta característica das 
normas de eficácia contida. Na norma de eficácia limitada, a 
atuação do legislador será para assegurar o exercício do direito 
constitucional nela previsto (até então impedido, por falta de norma 
regulamentadora), e não para restringir esse exercício. 
A assertiva “d” está certa. O fato de a Constituição condicionar o 
exercício da aplicação de certos direitos e garantias fundamentais à 
regulamentação por lei não retira a força normativa dessas normas 
constitucionais de eficácia limitada. Isso porque, como vimos, com a 
simples promulgação da Constituição, independentemente de 
regulamentação, as normas de eficácia limitada já impõem limites à 
atuação do legislador, que não poderá contrariar os seus comandos, 
sob pena de inconstitucionalidade. 
A assertiva “e” está errada. É cabível mandado de injunção quando a 
falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício de direitos 
e liberdades constitucionais (art. 5º, LXXI). Ora, o direito previsto em 
norma constitucional de eficácia contida não depende de lei 
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regulamentadora para o seu exercício, haja vista que essas normas 
são dotadas de aplicabilidade imediata (a lei regulamentadora, se 
houver, será para restringir o exercício desse direito). Logo, não cabe 
mandado de injunção diante da falta de norma regulamentadora de 
direito previsto em norma de eficácia contida. O mandado de 
injunção é remédio para falta de norma regulamentadora de direito 
previsto em norma de eficácia limitada (pois neste tipo de norma 
sim, o exercício do direito depende da expedição de norma 
regulamentadora). 
 
2) (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006) As normas de 
aplicabilidade limitada dependem sempre de uma lei que lhes 
complete a normatividade, de maneira que possam produzir seus 
efeitos essenciais. 
Item ERRADO. 
Nem toda a norma de eficácia limitada depende de regulamentação 
por lei para que possa produzir seus efeitos essenciais. A regra, de 
fato, é a necessidade de regulamentação por lei, mas há normas 
tipicamente programáticas (de eficácia limitada, portanto) que não 
dependem, propriamente, de lei regulamentadora, mas sim da 
atuação positiva do Estado a favor de sua concretização. 
Exemplo: os objetivos da República Federativa do Brasil, indicados no 
art. 3º da Constituição Federal, são normas de eficácia limitada, 
definidoras de princípios programáticos. Dentre esses objetivos, está 
o de “erradicar a pobreza”. Veja que essa norma programática não 
está, propriamente, a requerer a expedição de uma lei que lhe faça 
produzir seus efeitos essenciais, mas sim a exigir do Estado uma 
atuação positiva nesse sentido, mediante políticas sociais. 
 
3) (ESAF/APO/MPOG/2005) Uma norma constitucional que possua em 
seu texto a expressão “na forma da lei”, até a promulgação e 
publicação dessa lei, é classificada por José Afonso da Silva, quanto à 
sua aplicabilidade, como norma constitucional deeficácia contida. 
Item ERRADO. 
Embora essa regra não seja absoluta, a expressão “na forma da lei” 
normalmente indica uma norma constitucional de eficácia limitada 
(e não contida, como afirmado no enunciado). 
Outras expressões que normalmente indicam uma norma 
constitucional de eficácia limitada são as seguintes: “cabe à lei...”; “a 
lei estabelecerá...”; “lei federal disporá sobre...”; “nos termos 
estabelecidos em lei”. 
Mas, que fique claro: não se trata de regra absoluta! Existem 
diversas normas constitucionais de eficácia limitada que não vêm 
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acompanhadas de nenhuma dessas expressões. É o caso, por 
exemplo, do art. 3º e do parágrafo único do art. 4º da Constituição 
Federal, que são normas tipicamente programáticas (de eficácia 
limitada, portanto), mas não são acompanhadas de nenhuma dessas 
expressões indicativas. 
 
4) (ESAF/AFT/2003) Segundo a melhor doutrina, as normas de 
eficácia contida são de aplicabilidade direta e imediata, no entanto, 
podem ter seu âmbito de aplicação restringido por uma legislação 
futura, por outras normas constitucionais ou por conceitos ético-
jurídicos. 
Item CERTO. 
Como dito na introdução desta aula, as normas de eficácia contida 
são aquelas que estão aptas para a produção de seus efeitos com a 
promulgação da Constituição (aplicabilidade imediata), mas que 
podem ser restringidas. O direito nelas previsto é imediatamente 
exercitável com a simples promulgação da Constituição, mas esse 
exercício poderá ser restringido no futuro. 
Essa restrição poderá ser futuramente imposta por lei, por outras 
normas constitucionais ou pela utilização de conceitos ético-jurídicos 
geralmente aceitos, tais como “eminente perigo público”, “utilidade 
pública”, “interesse social” etc. 
O enunciado está CERTO porque reproduz textualmente o conceito 
dado pelo Prof. José Afonso da Silva às normas de eficácia contida. 
 
5) (ESAF/AFC/STN/2005) Uma norma constitucional de eficácia 
limitada não produz seus efeitos essenciais com a sua simples 
entrada em vigor, porque o legislador constituinte não estabeleceu 
sobre a matéria, objeto de seu conteúdo, uma normatividade 
suficiente, deixando essa tarefa para o legislador ordinário ou para 
outro órgão do Estado. 
Item CERTO. 
Mais uma vez, a Esaf se limitou a reproduzir o conceito de norma de 
eficácia limitada desenvolvido pelo Professor José Afonso da Silva, a 
saber: são aquelas que não produzem seus plenos efeitos (efeitos 
essenciais) com a entrada em vigor da Constituição, porque esta 
optou por não estabelecer normatividade suficiente para tal, deixando 
essa tarefa para o legislador ordinário ou para outro órgão do Estado. 
Observe que, na parte final do enunciado, a Esaf afirma que a tarefa 
de regulamentar poderá ser deixada para o legislador ou para “outro 
órgão do Estado”. Essa redação é precisa, pois, de fato, nem sempre 
direitos previstos na Constituição são disciplinados pelo legislador em 
sentido estrito (Poder Legislativo). Há situações em que também 
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outros órgãos do Estado têm competência para regulamentar direito 
previsto na Constituição (regulamentação pelo Chefe do Poder 
Executivo, por decreto, por exemplo). 
 
6) (ESAF/AFTE-RN/2004) Uma norma constitucional de eficácia 
limitada possui eficácia plena após a sua promulgação, porém essa 
eficácia poderá ser restringida por uma lei, conforme expressamente 
previsto no texto da norma. 
Item ERRADO. 
Nesse enunciado, a Esaf tentou confundir o candidato, apresentando 
o conceito de norma de eficácia contida, como se fosse o de norma 
de eficácia limitada. 
Com efeito, o conceito está perfeito, mas para norma de eficácia 
contida – e não para norma de eficácia limitada, como diz o 
enunciado. 
 
7) (ESAF/AFRF/2000) As normas programáticas são, na sua maioria, 
normas auto-aplicáveis. 
Item ERRADO. 
As chamadas “normas programáticas” são, na verdade, uma das 
espécies do gênero normas de eficácia limitada. Ora, se são 
normas de eficácia limitada, é porque não são auto-aplicáveis (de 
eficácia plena). 
Como vimos, as normas de eficácia limitada são divididas pelo Prof. 
José Afonso da Silva em dois grupos: (i) definidoras de princípios 
institutivos ou organizativos; e (ii) definidoras de princípios 
programáticos. 
Olha, eu lamento por essas terminologias um tanto quanto 
complicadas, mas foram essas as utilizadas pelo Prof. José Afonso da 
Silva, e as bancas examinadoras as têm cobrado assim. Portanto, não 
posso inventar nesse assunto! 
As normas de eficácia limitada definidoras de princípios 
institutivos ou organizativos são aquelas pelas quais a 
Constituição indica esquemas gerais para a criação, estruturação e 
organização de órgãos ou entidades, para que o legislador ordinário 
os estabeleça posteriormente, mediante lei. 
São exemplos: “a lei disporá sobre a organização administrativa e 
judiciária dos Territórios” (art. 33); “a lei disporá sobre a criação, 
estruturação e atribuições dos Ministérios” (art. 88); “a lei regulará a 
organização e o funcionamento do Conselho de Defesa Nacional” (art. 
91, § 2º); “a lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, 
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competência, garantias e condições de exercício dos órgãos da Justiça 
do Trabalho” (art. 113). 
As normas de eficácia limitada definidoras de princípios 
programáticos são aquelas pelas quais a Constituição, em vez de 
regular, direta e imediatamente, determinados interesses, limitou-se 
a lhes traçar os princípios para serem cumpridos pelos seus órgãos 
(legislativos, executivos, jurisdicionais e administrativos), como 
programas das respectivas atividades, visando à realização dos fins 
sociais do Estado. 
Esse grupo de normas corresponde ao que a doutrina denomina, 
simplesmente, “normas programáticas”. São exemplos: o art. 3º; o 
parágrafo único do art. 4º; o art. 7º, XX; o art. 7º, XXVII; o art. 173, 
§ 4º; o art. 216, § 3º. 
Bem, como dito acima, as terminologias utilizadas pelo Prof. José 
Afonso da Silva não são tão simples, mas devem ser memorizadas, 
porque esse tema tem sido presença certa em praticamente todo 
concurso realizado pela Esaf. Então, para simplificar um pouco, pense 
nessa seqüência: 
(1º) as normas de eficácia limitada podem ser de dois grupos 
distintos: definidoras de princípios institutivos ou organizativos e 
definidoras de princípios programáticos; 
(2º) as primeiras dizem respeito à criação, estruturação ou 
organização de órgãos ou entidades; 
(3º) as últimas são as chamadas “normas programáticas”, que 
estabelecem programas e diretrizes para a atuação futura dos órgãos 
estatais (desde que esses programas não digam respeito à criação, 
estruturação ou organização de órgãos ou entidades). 
O enunciado está ERRADO porque afirma que as normas 
programáticas são, em sua maioria, normas auto-aplicáveis. Isso não 
é verdade, pois, sendo espécie de normas de eficácia limitada, tais 
normas não são auto-aplicáveis. 
 
8) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Os direitos e garantias 
fundamentais expressos na Constituição Federal têm aplicabilidade 
imediata, o que significa dizer que são assegurados materialmente 
independentemente de qualquer prestação positiva por parte dos 
poderes públicos. 
Item ERRADO. 
De fato, como regra, a Constituição Federal estabelece que as 
normas definidoras de direitos e garantias fundamentais têm 
aplicabilidade imediata (CF, art. 5º, § 1º). 
Porém, afirmar que uma norma constitucional é dotada de 
aplicabilidade imediata não significa dizer queela dispensa a atuação 
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positiva por parte dos poderes públicos. Significa dizer, apenas, que o 
direito nela previsto poderá ser exigido pelo seu destinatário de 
imediato, sem necessidade de regulamentação por lei. 
Vejamos um exemplo. O inciso LXXIV do art. 5º estabelece que o 
Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que 
comprovarem insuficiência de recursos. Trata-se, conforme já decidiu 
o STF, de norma de aplicabilidade imediata (eficácia plena), isto é, o 
indivíduo pôde, com a simples promulgação da CF/88, pleitear essa 
assistência gratuita, sem necessidade de aguardar qualquer 
regulamentação por lei. Por outro lado, é norma que exige uma 
prestação positiva por parte do Poder Público, que deverá, por meio 
das Defensorias Públicas (CF, art. 134), concretizar essa 
determinação constitucional. 
 
9) (ESAF/AFRF/2000) Normas constitucionais não auto-aplicáveis 
somente se tornam normas jurídicas depois de reguladas por lei, uma 
vez que, antes disso, não são capazes de produzir efeito jurídico. 
Item ERRADO. 
Vimos que o direito previsto em uma norma constitucional de eficácia 
limitada somente pode ser exercido após a exigida regulamentação. 
Em face dessa realidade, desenvolveu-se uma tese doutrinária 
segundo a qual as normas de eficácia limitada somente se tornariam 
normas jurídicas depois de regulamentadas por lei, haja vista que, 
antes disso, não seriam capazes de produzir os seus efeitos jurídicos 
essenciais. 
A tese não é absurda. Vamos aplicá-la à atual situação do direito de 
greve do servidor público civil (CF, art. 37, VII). É verdade que o 
servidor tem o direito de greve assegurado na Constituição. Porém, 
na prática, não pode exercê-lo atualmente, porque inexiste a lei 
ordinária específica regulamentadora. Logo, defenderam alguns 
doutrinadores, que esse dispositivo constitucional, em verdade, não 
possui eficácia jurídica antes de sua regulamentação. 
Entretanto, essa tese jurídica – de que as normas constitucionais não 
auto-aplicáveis são desprovidas de eficácia jurídica antes de sua 
regulamentação – não é aceita pelo constitucionalismo moderno, que 
refuta a idéia da existência de “letra morta” no texto de uma 
Constituição. 
O entendimento moderno é o de que as normas constitucionais não 
auto-aplicáveis (as normas de eficácia limitada) não produzem os 
seus plenos/essenciais efeitos com a sua promulgação. Porém, 
não se pode afirmar que sejam elas desprovidas de eficácia jurídica, 
pois, com a simples promulgação da Constituição, já produzem, pelo 
menos, os seguintes efeitos: 
a) revogam as disposições pretéritas em sentido contrário; 
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b) impedem a produção legislativa posterior contrária aos seus 
comandos. 
Assim, voltando ao nosso exemplo do direito de greve do servidor 
público civil, temos o seguinte: 
(a) eventuais leis do regime constitucional pretérito que proibissem o 
direito de greve do servidor teriam sido revogadas pelo art. 37, VII, 
da CF/88, com a sua simples promulgação, em 05/10/1988; 
(b) qualquer lei posterior à promulgação da CF/88 que proíba o 
direito de greve do servidor será flagrantemente inconstitucional, por 
desrespeito ao comando programático do art. 37, VII, da CF/88. 
Essa eficácia especial das normas constitucionais não auto-aplicáveis 
é chamada “eficácia negativa”. Eficácia negativa porque ela não 
assegura ao titular do direito a sua imediata fruição, mas impede a 
atuação do Estado em sentido contrário (pela revogação das leis 
pretéritas em sentido contrário, e pelo impedimento à elaboração de 
leis posteriores contrárias ao comando programático). 
Por isso, diz-se que uma norma programática pode ser parâmetro 
para a realização do controle de constitucionalidade das leis, abstrato 
ou concreto. Na verdade, uma norma programática poderá ser usada 
como parâmetro para fiscalizar a validade das leis pré-constitucionais 
(que serão consideradas revogadas pela nova Constituição, caso 
contrariem norma programática) e também das leis editadas após a 
promulgação da Constituição (que serão consideradas 
inconstitucionais, caso contrariem o programa estabelecido na 
norma programática). 
O enunciado está ERRADO porque afirma que essas normas 
constitucionais não auto-aplicáveis não produziriam efeitos jurídicos 
antes de sua regulamentação por lei, o que, conforme explicado 
acima, não é verdade. 
 
10) (ESAF/AFRF/2000) As normas que prevêm direitos fundamentais 
são, em sua maioria, normas não auto-aplicáveis, dependendo de 
desenvolvimento legislativo para produzirem todos os seus efeitos. 
Item ERRADO. 
O enunciado está ERRADO porque, como vimos, as normas 
definidoras de direitos e garantias fundamentais têm, em sua 
maioria, aplicabilidade imediata (CF, art. 5º, § 1º). 
A regra, portanto, em se tratando de normas constitucionais 
definidoras de direitos e garantias fundamentais, é a auto-
aplicabilidade (“eficácia plena”, nos dizeres de José Afonso da Silva). 
Importante salientar que essa regra não é absoluta, pois temos, no 
texto da Constituição Federal de 1988, direitos fundamentais 
consagrados em normas não auto-aplicáveis, dependentes de 
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regulamentação para a produção dos seus efeitos essenciais. Mas, 
repita-se, a regra é a aplicação imediata, por força do § 1º do art. 5º 
da Constituição Federal. 
 
11) (ESAF/AFRF/TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA/2005) O art. 5º, inciso 
XXII, da Constituição Federal de 1988, que estabelece “Art. 5º [...] 
inciso XXII – é garantido o direito de propriedade”, é uma norma 
constitucional de eficácia contida ou restringível. 
Item CERTO. 
O Professor José Afonso da Silva classifica o direito de propriedade 
(art. 5º, XXII) como típica norma de eficácia contida. 
Segundo ele, o direito de propriedade é norma de eficácia contida 
porque, embora a Constituição Federal assegure sua imediata eficácia 
(art. 5º, XXII), o mesmo texto constitucional já autoriza a imposição 
de restrição ao seu gozo, mediante desapropriação por 
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social (art. 5º, 
XXIV) e também mediante requisição administrativa, em caso de 
iminente perigo público (art. 5º, XXV). 
 
12) (ESAF/APO/MPOG/2005) Quanto à natureza jurídica, a doutrina 
mais moderna considera que certas disposições de uma Constituição, 
por não possuírem eficácia positiva direta e imediata, não devem ser 
classificadas como normas jurídicas, mas como normas meramente 
diretivas, de caráter não obrigatório. 
Item ERRADO. 
Conforme dito na introdução desta aula, a doutrina moderna não 
admite a existência de normas constitucionais sem força jurídica. Ao 
contrário, o entendimento moderno é de que todas as normas 
constitucionais possuem eficácia jurídica. O que se admite é a 
existência de uma variação no grau dessa eficácia. 
 
13) (ESAF/ADVOGADO/IRB/2006) Uma norma constitucional 
classificada quanto à sua aplicabilidade como uma norma 
constitucional de eficácia contida não possui como característica a 
aplicabilidade imediata. 
Item ERRADO. 
Como vimos, uma norma constitucional de eficácia contida tem como 
característica a aplicabilidade imediata, podendo o exercício do direito 
nela previsto ser restringido posteriormente por lei, por outras 
normas constitucionais ou por conceitos ético-jurídicos amplamente 
aceitos. 
 
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14) (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006) Segundo a doutrina mais 
atualizada,nem todas as normas constitucionais têm natureza de 
norma jurídica, pois algumas não possuem eficácia positiva direta e 
imediata. 
Item ERRADO. 
Conforme já exaustivamente comentado, a doutrina moderna não 
admite a existência de normas constitucionais sem força jurídica. Ao 
contrário, o entendimento moderno é de que todas as normas 
constitucionais possuem eficácia jurídica, sendo admitida, apenas, a 
existência de variação no grau dessa eficácia. 
 
15) (ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2006) Uma norma 
constitucional programática pode servir de paradigma para o 
exercício do controle abstrato de constitucionalidade. 
Item CERTO. 
Vimos que, com a mera promulgação da Constituição, a norma 
programática poderá ser parâmetro para o controle de 
constitucionalidade das leis (abstrato ou concreto), haja vista que 
nem a legislação pretérita, nem a legislação futura poderão contrariar 
os seus comandos programáticos. Assim, a legislação pretérita 
conflitante com a norma programática será por esta revogada, e a 
legislação futura que a contrariar poderá ser declarada 
inconstitucional. 
 
16) (ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2006) Normas 
constitucionais de eficácia restringida não apresentam eficácia 
jurídica alguma senão depois de desenvolvidas pelo legislador 
ordinário. 
Item ERRADO. 
Normas constitucionais de eficácia restringida (eficácia contida) não 
dependem de legislação ordinária regulamentadora para produzirem 
eficácia jurídica, pois têm elas aplicabilidade imediata. 
Ademais, cabe ressaltar que esse enunciado estaria errado ainda que 
ele se referisse às normas de eficácia limitada. Por quê? Porque, 
como já visto, mesmo as normas de eficácia limitada possuem 
eficácia jurídica antes de regulamentadas por lei, pois, com a simples 
promulgação da Constituição, elas: (a) revogam a legislação pretérita 
em sentido contrário; (b) impedem a produção legislativa futura em 
sentido contrário. 
 
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Até aqui, examinamos somente questões cobradas pela Esaf. 
Vejamos, a seguir, a forma como o Cespe e a FCC cobram esse 
mesmo assunto. 
 
17) (CESPE/ANALISTA/STM/2004) Segundo a jurisprudência do STF, 
o preceito constitucional que reconhece o direito de greve ao servidor 
público civil constitui norma de eficácia contida. 
Item ERRADO. 
O STF firmou entendimento de que a norma constitucional que 
reconhece o direito de greve do servidor público civil (CF, art. 37, 
VII) é de eficácia limitada. 
Significa dizer que o servidor público somente poderá realizar 
movimento grevista depois de expedida a lei ordinária específica, 
exigida pela Constituição para regulamentar esse direito. Enquanto 
não houver essa regulamentação (sabe-se que hoje ainda não 
existe!), o direito de greve do servidor público civil não poderá ser 
exercido. 
Duas considerações sobre esse assunto. 
A primeira é que essa é a situação jurídica do direito de greve dos 
servidores públicos na atualidade, em face da inexistência da lei 
específica regulamentadora. Ou seja: esse é o entendimento válido 
para a prova de qualquer concurso público. O candidato não deve ser 
influenciado pela realidade do cotidiano no momento de prestar o 
concurso. Isso porque sabemos que, na prática, a despeito desse 
entendimento do STF, há categorias de servidores que assumem os 
riscos e realizam movimentos grevistas. Essa realidade, porém, 
repito, deve ser desconsiderada no momento da realização da prova! 
A segunda consideração é que os comentários aqui apresentados 
referem-se ao direito de greve dos servidores públicos civis (CF, art. 
37, VII). O direito de greve do servidor público civil, aqui estudado, 
não pode ser confundido com o direito de greve dos trabalhadores 
celetistas (previsto no art. 9º da CF/88 e já regulamentado pela Lei 
nº 7.783, de 1989, sendo, portanto, plenamente exercitável), 
tampouco com a regra constitucional relativa aos militares, que 
proíbe expressamente o direito de greve (CF, art. 142, § 3º, IV: “ao 
militar são proibidas a sindicalização e a greve”). 
 
18) (CESPE/PROCURADOR/TCPE/2004) No caso das normas 
constitucionais conhecidas como programáticas, assim como no das 
classificadas como de eficácia limitada, é juridicamente válido o 
advento de norma infraconstitucional que lhes seja contrária, 
justamente porque a eficácia delas é deficiente. 
Item ERRADO. 
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Conforme vimos, um dos efeitos produzidos pelas normas 
programáticas (que são normas de eficácia limitada) é impedir a 
produção legislativa em sentido contrário. Se uma norma 
programática estabelece determinado programa para a atuação 
futura do Estado, este não poderá contrariá-la, editando leis em 
sentido contrário. Se for editada alguma lei contrariando o programa 
estabelecido na norma programática, será ela inconstitucional. 
Voltemos ao exemplo do direito de greve do servidor público (CF, art. 
37, VII), que, segundo o STF, é norma de cunho programático. Se 
por um lado é correto afirmar que atualmente o direito de greve não 
pode ser exercido, pela falta da lei específica regulamentadora, 
também é certo afirmar que o legislador não pode, hoje, editar uma 
lei vedando o direito de greve ao servidor público. Não pode porque 
essa lei, impeditiva do direito de greve, desrespeitaria o programa 
estabelecido na norma programática, que assegura o direito de greve 
ao servidor. 
Essa eficácia das normas programáticas é chamada “eficácia 
negativa”. 
Diz-se “eficácia negativa” porque a norma constitucional 
programática, por si só, enquanto não regulamentada, não assegura 
ao titular do direito o seu imediato exercício (não dispõe de eficácia 
positiva). Porém, desde a sua promulgação, impede que o legislador 
atue de maneira contrária ao programa nela estabelecido (dispõe de 
eficácia negativa). 
 
19) (CESPE/AUDITOR/ES) O preâmbulo da Constituição Federal, por 
não trazer disposições de ordem político-estruturais do Estado, não é 
considerado texto constitucional propriamente dito. 
Item CERTO. 
Segundo a jurisprudência do STF, o preâmbulo da Constituição 
Federal de 1988 não dispõe de relevância jurídica. Significa dizer que 
o preâmbulo não integra o Direito Constitucional propriamente dito, 
mas sim o domínio da política, refletindo mera posição ideológica do 
legislador constituinte no momento de elaboração da Constituição. 
Em decorrência desse entendimento do STF, podemos afirmar, em 
síntese, que o preâmbulo: (a) não tem força normativa como as 
demais normas constitucionais; (b) não serve de parâmetro para a 
declaração da inconstitucionalidade de leis; (c) não constitui limite à 
atuação do poder constituinte reformador, ao modificar a CF/88; (d) 
não é de observância obrigatória pelos estados-membros, na 
elaboração de suas constituições (o preâmbulo da Constituição do 
Estado do Acre, por exemplo, não faz nenhuma referência a Deus, 
aspecto que foi considerado válido pelo STF). 
 
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20) (CESPE/FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – ACRE/2006) Normas 
constitucionais de eficácia contida são aquelas que não podem ser 
aplicadas de imediato, sem a necessidade de um ato legislativo 
regulamentar. 
Item ERRADO. 
As normas constitucionais de eficácia contida são dotadas de 
aplicabilidade imediata, independentemente de norma 
regulamentadora. A norma regulamentadora, se houver, será para 
restringir o exercício do direito nelas previsto. 
 
21) (CESPE/FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – ACRE/2006) A 
erradicação da pobreza e da marginalização são tidas como normas 
de eficáciaplena por grande parte da doutrina e da jurisprudência. 
Item ERRADO. 
A erradicação da pobreza e da marginalização, um dos objetivos da 
República Federativa do Brasil (CF, art. 3º), constitui típica norma 
programática (portanto, de eficácia limitada) que estabelece para o 
Estado o dever de envidar esforços para concretizar os seus 
preceitos. 
 
22) (FCC/PROCURADOR DE CONTAS DE 2ª 
CLASSE/AMAZONAS/2006) Considerando a classificação doutrinária 
predominante no tocante à aplicabilidade das normas constitucionais, 
a norma constitucional que estabelece que “ninguém será obrigado a 
fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”, e que 
expressa o princípio da legalidade, é norma 
a) de eficácia plena e de aplicabilidade imediata. 
b) de eficácia limitada e de aplicabilidade dependente de lei posterior. 
c) de eficácia contida e de aplicabilidade diferida. 
d) programática e dependente de medidas administrativas para sua 
concreção. 
e) de caráter institutivo e dependente de norma posterior que lhe fixe 
o alcance. 
Gabarito: “a” 
Trata-se de norma apta para produzir seus efeitos essenciais com 
simples entrada em vigor da Constituição, sem necessidade de 
regulamentação por lei. Portanto, norma de eficácia plena e de 
aplicabilidade imediata. 
 
23) (FCC/AUDITOR/TCE-MG/2005) A norma constitucional que dispõe 
que o Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a 
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pesquisa e a capacitação tecnológicas é, quanto à aplicabilidade, uma 
norma 
a) auto-executável. 
b) incondicionada. 
c) programática. 
d) condicionada. 
e) de eficácia contida. 
Gabarito: “c” 
Trata-se de norma que estabelece um programa a ser futuramente 
perseguido pelos órgãos estatais, tratando-se, portanto, de típica 
norma programática. 
 
24) (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-
SP/2006) Tendo em vista a aplicabilidade das normas constitucionais, 
considere o que segue: 
I. É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, 
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer. 
II. São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o 
Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
Tais preceitos são considerados, respectivamente, de normas 
constitucionais de 
a) eficácia redutível ou restringível; e de princípio programático. 
b) eficácia limitada; e de princípio programático. 
c) princípio institutivo; e de eficácia plena. 
d) eficácia redutível ou restringível; e de eficácia absoluta. 
e) princípio contido; e de princípio institutivo. 
Gabarito: “d” 
Nessa questão, a Fundação Carlos Chagas – FCC adotou a 
classificação elaborada pela Professora Maria Helena Diniz, a seguir 
apresentada. 
A Professora Maria Helena Diniz divide as normas constitucionais em 
quatro grupos, a saber: 
a) normas com eficácia absoluta; 
b) normas com eficácia plena; 
c) normas com eficácia relativa restringível; 
d) normas com eficácia relativa dependente de complementação 
legislativa. 
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As normas de eficácia absoluta são normas constitucionais 
intangíveis, que não poderão ser contrariadas nem mesmo por meio 
de emenda constitucional. É o caso das cláusulas pétreas, previstas 
no art. 60, § 4º, da Constituição Federal. 
As normas com eficácia plena são aquelas plenamente eficazes 
desde a entrada em vigor da Constituição, por conterem todos os 
elementos imprescindíveis para que haja a produção imediata dos 
efeitos previstos. Diferem das normas de eficácia absoluta porque, ao 
contrário destas, poderão ser atingidas por emenda constitucional. 
As normas com eficácia relativa restringível correspondem em sua 
descrição às que o professor José Afonso da Silva denomina normas 
de eficácia contida. Têm aplicabilidade imediata, embora sua eficácia 
possa ser reduzida, restringida nos casos e na forma que a lei 
estabelecer. 
As normas com eficácia relativa dependente de 
complementação legislativa não têm aplicação imediata, por 
dependerem de norma posterior que lhes desenvolva a eficácia, para 
então permitir o exercício do direito ou benefício nelas consagrado. 
Correspondem às normas de eficácia limitada, na terminologia 
adotada pelo Professor José Afonso da Silva. 
O item “I” trata de típica norma de eficácia restringível (não 
repetiremos aqui os comentários sobre a eficácia dessa norma porque 
ela foi, precisamente, a escolhida para exemplificar o alcance de uma 
norma de eficácia contida na introdução desta aula). 
O item “II” trata da separação dos Poderes, matéria gravada como 
cláusula pétrea (CF, art. 60, § 4º, III) e, por isso, classificada pela 
Professora Maria Helena Diniz como de eficácia absoluta. 
Portanto, a assertiva que responde ao enunciado é a “d”. 
Veja que a novidade trazida pela classificação da Professora Maria 
Helena Diniz é a existência das normas com eficácia absoluta. Nos 
demais grupos, há certa correspondência com a classificação do 
Professor José Afonso da Silva, apenas com mudança de 
terminologia. 
 
25) (FCC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MP-PE/2002) Quanto à 
aplicabilidade das normas de um novo texto constitucional 
promulgado, pode-se dizer que uma norma tem eficácia 
a) contida quando o constituinte regula e contém integralmente uma 
determinada matéria, sem deixar margem à atuação restritiva ou 
discricionária do Poder Público. 
b) limitada em seus princípios programáticos quando independem de 
ações legislativas para sua implementação. 
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c) limitada em seus princípios institutivos quando estrutura órgãos ou 
institutos sem depender da lei ordinária. 
d) plena quando produz todos os seus efeitos tão logo esteja em 
vigor, independentemente de sua regulamentação. 
e) relativa restringível quando o legislador ordinário pode restringi-la 
sem qualquer limite, até mesmo a ponto de cancelá-la. 
Gabarito: “d” 
A assertiva “a” está errada porque a norma de eficácia contida é 
exatamente aquela em que o legislador constituinte deixa margem ao 
poder público para restringir o exercício do direito nela previsto. 
As assertivas “b” e “c” estão erradas porque as normas de eficácia 
limitada dependem de regulamentação legislativa para a produção 
de seus efeitos essenciais. 
A assertiva “d” está certa, pois a norma é de eficácia plena quando 
produz os seus efeitos essenciais tão logo esteja em vigor, 
independentemente de sua regulamentação. 
A assertiva “e” está errada porque a norma constitucional de eficácia 
relativa restringível pode sim ser restringida pelo legislador ordinário, 
mas há limite para essa imposição de restrição, não podendo o 
legislador ordinário afastar o núcleo essencial da norma 
constitucional, cancelando-a. 
 
26) (FCC/AUDITOR-FISCAL TRIBUTÁRIO MUNICIPAL I/PREFEITURA 
DE SÃOPAULO/2007) Dispõem os incisos IX e XIII do artigo 5º e o 
artigo 190, todos da Constituição: 
“Art. 5º. (...) 
IX. é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e 
de comunicação, independentemente de censura ou licença; 
XIII. é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, 
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.” 
“Art. 190. A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento da 
propriedade rural por pessoa física ou jurídica estrangeira e 
estabelecerá os casos que dependerão de autorização do Congresso 
Nacional.” 
Referidos dispositivos constitucionais consagram, respectivamente, 
normas de eficácia 
a) plena, contida e limitada. 
b) contida, limitada eplena. 
c) plena, limitada e contida. 
d) contida, plena e limitada. 
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e) plena, limitada e limitada. 
Gabarito: “a” 
O primeiro dispositivo constitucional estabelece regra de eficácia 
plena, que independe de regulamentação para a produção dos seus 
efeitos essenciais; o segundo, estabelece regra de aplicabilidade 
imediata, mas que poderá ser posteriormente restringida por lei; o 
terceiro, estabelece um programa a ser perseguido pelo Estado, 
dependente de regulamentação por lei. Temos, portanto, 
respectivamente: eficácia plena, eficácia contida e eficácia limitada. 
 
27) (FCC/ PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO / TCE – MG / 
2007) Tendo em vista a aplicabilidade das normas constitucionais, 
considere: 
I. Doutrinadores adotam as normas constitucionais de eficácia 
redutível ou restringível, como sendo de aplicabilidade imediata ou 
plena, embora sua eficácia possa ser reduzida ou restringida nos 
casos e na forma que a lei estabelecer. 
II. A doutrina reconhece as normas constitucionais de eficácia 
absoluta como sendo as intangíveis; contra elas nem mesmo há o 
poder de emendar, a exemplo da tripartição de Poderes. 
III. Certos doutrinadores afirmam que as normas de eficácia plena 
são de execução diferida, e não de aplicação ou execução imediata; 
mais do que comandos-regras, explicitam comandos-valores, a 
exemplo de que a ordem econômica, fundada na valorização do 
trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos 
existência digna, conforme os ditames da justiça social. 
IV. Os doutrinadores reconhecem as normas programáticas como 
sendo aquelas que apresentam aplicabilidade direta, imediata, 
reduzida ou não, somente incidindo totalmente sobre interesses, com 
a normatividade ulterior que lhe desenvolva a aplicabilidade. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) I e II. 
b) I, II e III. 
c) I, III e IV. 
d) II e III. 
e) II e IV. 
Gabarito: “a” 
 
Os itens “I” e “II” tratam da classificação da Professora Maria Helena 
Diniz – normas de eficácia restringível e de eficácia absoluta -, 
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nos exatos termos em que estudamos anteriormente nesta aula. 
Estão, portanto, certos. 
Os itens “III” e “IV” tratam da classificação do Professor José Afonso 
da Silva, e estão errados. 
O “III” está errado porque afirma que as normas de eficácia plena 
são de execução diferida, e não de aplicação ou execução imediata. 
Na verdade, vimos que as normas de eficácia plena são de 
aplicabilidade direta, imediata e integral. 
O item “IV” está errado porque as normas programáticas são 
espécies de normas de eficácia limitada e, como tais, são de 
aplicabilidade mediata, indireta e reduzida. 
Portanto, somente os itens “I” e “II” estão certos. 
 
28) (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE – 
PB/2007) As normas de eficácia contida são caracterizadas por 
a) não produzirem efeito de auto-aplicabilidade e imperatividade 
jurídica. 
b) somente produzirem efeito após a edição de norma que a 
complemente. 
c) estarem condicionadas, para a sua eficácia, de regulamentação 
posterior e futura. 
d) produzirem efeito imediatamente, muito embora possam ter tais 
efeitos restringidos por normas infraconstitucionais. 
e) se inviabilizarem quanto a sua aplicabilidade, na hipótese da 
edição de lei ordinária posterior. 
Gabarito: “d” 
A assertiva “d” apresenta o conceito de normas de eficácia contida, já 
exaustivamente apresentado nesta aula: são normas que produzem 
efeito imediatamente, mas que podem ter tais efeitos restringidos por 
normas infraconstitucionais (e, também, na lição do próprio José 
Afonso da Silva, por outras normas constitucionais ou pela utilização 
de conceitos ético-jurídicos amplamente aceitos). 
Nossa! Veja como os mesmos conceitos se repetem em provas e mais 
provas, das mais diferentes bancas examinadoras! 
Aliás, sobre esse assunto, acho que deu para notar que não há 
grandes diferenças entre as bancas examinadoras na forma de cobrá-
lo. Todas exigem conhecimento sobre praticamente os mesmos 
conceitos. A única diferença relevante é que a Fundação Carlos 
Chagas tem exigido mais a classificação elaborada pela Maria Helena 
Diniz, enquanto as outras bancas – Cespe e Esaf – têm cobrado 
somente a classificação do José Afonso da Silva. 
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Um forte abraço – e bons estudos. 
Vicente Paulo 
 
 
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LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA 
 
1) (ESAF/Auditor-Fiscal da Receita Estadual – Ceará/2007) Sobre a 
aplicabilidade das normas constitucionais e sobre os direitos e 
garantias fundamentais, marque a única opção correta. 
a) As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm 
aplicação imediata e eficácia plena. 
b) As normas constitucionais de eficácia contida são aquelas que 
apresentam aplicabilidade reduzida, haja vista necessitarem de 
norma ulterior para que sejam aplicadas. 
c) As normas constitucionais de eficácia limitada estreitam-se com o 
princípio da reserva legal, haja vista regularem interesses relativos à 
determinada matéria, possibilitando a restrição por parte do 
legislador derivado. 
d) O condicionamento da aplicação de direitos e garantias 
fundamentais à preexistência de lei, não retira o poder normativo do 
dispositivo constitucional, haja vista impor ao legislador e ao 
aplicador da norma limites de atuação. 
e) Caberá mandado de injunção sempre que a falta de norma 
regulamentadora torne inviável o exercício de direitos e liberdades 
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à 
soberania e à cidadania. Logo, poderá ser impetrado o remédio 
constitucional para sanar a omissão de norma de eficácia contida. 
 
2) (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006) As normas de 
aplicabilidade limitada dependem sempre de uma lei que lhes 
complete a normatividade, de maneira que possam produzir seus 
efeitos essenciais. 
 
3) (ESAF/APO/MPOG/2005) Uma norma constitucional que possua em 
seu texto a expressão “na forma da lei”, até a promulgação e 
publicação dessa lei, é classificada por José Afonso da Silva, quanto à 
sua aplicabilidade, como norma constitucional de eficácia contida. 
 
4) (ESAF/AFT/2003) Segundo a melhor doutrina, as normas de 
eficácia contida são de aplicabilidade direta e imediata, no entanto, 
podem ter seu âmbito de aplicação restringido por uma legislação 
futura, por outras normas constitucionais ou por conceitos ético-
jurídicos. 
 
5) (ESAF/AFC/STN/2005) Uma norma constitucional de eficácia 
limitada não produz seus efeitos essenciais com a sua simples 
entrada em vigor, porque o legislador constituinte não estabeleceu 
sobre a matéria, objeto de seu conteúdo, uma normatividade 
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suficiente, deixando essa tarefa para o legislador ordinário ou para 
outro órgão do Estado. 
 
6) (ESAF/AFTE-RN/2004) Uma norma constitucional de eficácia 
limitada possui eficácia plena após a sua promulgação, porém essa 
eficácia poderá ser restringida por uma lei, conforme expressamente 
previsto no texto da norma. 
 
7) (ESAF/AFRF/2000) As normas programáticas são, na sua maioria, 
normas auto-aplicáveis. 
 
8) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Os direitos e garantias 
fundamentais expressos na Constituição Federal têm aplicabilidade 
imediata, o que significa dizer que são asseguradosmaterialmente 
independentemente de qualquer prestação positiva por parte dos 
poderes públicos. 
 
9) (ESAF/AFRF/2000) Normas constitucionais não auto-aplicáveis 
somente se tornam normas jurídicas depois de reguladas por lei, uma 
vez que, antes disso, não são capazes de produzir efeito jurídico. 
 
10) (ESAF/AFRF/2000) As normas que prevêm direitos fundamentais 
são, em sua maioria, normas não auto-aplicáveis, dependendo de 
desenvolvimento legislativo para produzirem todos os seus efeitos. 
 
11) (ESAF/AFRF/TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA/2005) O art. 5º, inciso 
XXII, da Constituição Federal de 1988, que estabelece “Art. 5º [...] 
inciso XXII – é garantido o direito de propriedade”, é uma norma 
constitucional de eficácia contida ou restringível. 
 
12) (ESAF/APO/MPOG/2005) Quanto à natureza jurídica, a doutrina 
mais moderna considera que certas disposições de uma Constituição, 
por não possuírem eficácia positiva direta e imediata, não devem ser 
classificadas como normas jurídicas, mas como normas meramente 
diretivas, de caráter não obrigatório. 
 
13) (ESAF/ADVOGADO/IRB/2006) Uma norma constitucional 
classificada quanto à sua aplicabilidade como uma norma 
constitucional de eficácia contida não possui como característica a 
aplicabilidade imediata. 
 
14) (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006) Segundo a doutrina mais 
atualizada, nem todas as normas constitucionais têm natureza de 
norma jurídica, pois algumas não possuem eficácia positiva direta e 
imediata. 
 
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15) (ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2006) Uma norma 
constitucional programática pode servir de paradigma para o 
exercício do controle abstrato de constitucionalidade. 
 
16) (ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2006) Normas 
constitucionais de eficácia restringida não apresentam eficácia 
jurídica alguma senão depois de desenvolvidas pelo legislador 
ordinário. 
 
17) (CESPE/ANALISTA/STM/2004) Segundo a jurisprudência do STF, 
o preceito constitucional que reconhece o direito de greve ao servidor 
público civil constitui norma de eficácia contida. 
 
18) (CESPE/PROCURADOR/TCPE/2004) No caso das normas 
constitucionais conhecidas como programáticas, assim como no das 
classificadas como de eficácia limitada, é juridicamente válido o 
advento de norma infraconstitucional que lhes seja contrária, 
justamente porque a eficácia delas é deficiente. 
 
19) (CESPE/AUDITOR/ES) O preâmbulo da Constituição Federal, por 
não trazer disposições de ordem político-estruturais do Estado, não é 
considerado texto constitucional propriamente dito. 
 
20) (CESPE/FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – ACRE/2006) Normas 
constitucionais de eficácia contida são aquelas que não podem ser 
aplicadas de imediato, sem a necessidade de um ato legislativo 
regulamentar. 
 
21) (CESPE/FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – ACRE/2006) A 
erradicação da pobreza e da marginalização são tidas como normas 
de eficácia plena por grande parte da doutrina e da jurisprudência. 
 
22) (FCC/PROCURADOR DE CONTAS DE 2ª 
CLASSE/AMAZONAS/2006) Considerando a classificação doutrinária 
predominante no tocante à aplicabilidade das normas constitucionais, 
a norma constitucional que estabelece que “ninguém será obrigado a 
fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”, e que 
expressa o princípio da legalidade, é norma 
a) de eficácia plena e de aplicabilidade imediata. 
b) de eficácia limitada e de aplicabilidade dependente de lei posterior. 
c) de eficácia contida e de aplicabilidade diferida. 
d) programática e dependente de medidas administrativas para sua 
concreção. 
e) de caráter institutivo e dependente de norma posterior que lhe fixe 
o alcance. 
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23) (FCC/AUDITOR/TCE-MG/2005) A norma constitucional que dispõe 
que o Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a 
pesquisa e a capacitação tecnológicas é, quanto à aplicabilidade, uma 
norma 
a) auto-executável. 
b) incondicionada. 
c) programática. 
d) condicionada. 
e) de eficácia contida. 
 
24) (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE-
SP/2006) Tendo em vista a aplicabilidade das normas constitucionais, 
considere o que segue: 
I. É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, 
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer. 
II. São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o 
Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
Tais preceitos são considerados, respectivamente, de normas 
constitucionais de 
a) eficácia redutível ou restringível; e de princípio programático. 
b) eficácia limitada; e de princípio programático. 
c) princípio institutivo; e de eficácia plena. 
d) eficácia redutível ou restringível; e de eficácia absoluta. 
e) princípio contido; e de princípio institutivo. 
 
25) (FCC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MP-PE/2002) Quanto à 
aplicabilidade das normas de um novo texto constitucional 
promulgado, pode-se dizer que uma norma tem eficácia 
a) contida quando o constituinte regula e contém integralmente uma 
determinada matéria, sem deixar margem à atuação restritiva ou 
discricionária do Poder Público. 
b) limitada em seus princípios programáticos quando independem de 
ações legislativas para sua implementação. 
c) limitada em seus princípios institutivos quando estrutura órgãos ou 
institutos sem depender da lei ordinária. 
d) plena quando produz todos os seus efeitos tão logo esteja em 
vigor, independentemente de sua regulamentação. 
e) relativa restringível quando o legislador ordinário pode restringi-la 
sem qualquer limite, até mesmo a ponto de cancelá-la. 
 
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26) (FCC/AUDITOR-FISCAL TRIBUTÁRIO MUNICIPAL I/PREFEITURA 
DE SÃOPAULO/2007) Dispõem os incisos IX e XIII do artigo 5º e o 
artigo 190, todos da Constituição: 
“Art. 5º. (...) 
IX. é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e 
de comunicação, independentemente de censura ou licença; 
XIII. é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, 
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.” 
“Art. 190. A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento da 
propriedade rural por pessoa física ou jurídica estrangeira e 
estabelecerá os casos que dependerão de autorização do Congresso 
Nacional.” 
Referidos dispositivos constitucionais consagram, respectivamente, 
normas de eficácia 
a) plena, contida e limitada. 
b) contida, limitada e plena. 
c) plena, limitada e contida. 
d) contida, plena e limitada. 
e) plena, limitada e limitada. 
 
27) (FCC/ PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO / TCE – MG / 
2007) Tendo em vista a aplicabilidade das normas constitucionais, 
considere: 
I. Doutrinadores adotam as normas constitucionais de eficácia 
redutível ou restringível, como sendo de aplicabilidade imediata ou 
plena, embora sua eficácia possa ser reduzida ou restringida nos 
casos e na forma que a lei estabelecer. 
II. A doutrina reconhece as normas constitucionais de eficácia 
absoluta como sendo as intangíveis; contra elas nem mesmo há o 
poder de emendar, a exemplo da tripartição de Poderes. 
III. Certos doutrinadores afirmam que as normas de eficácia plena 
são de execução diferida, e não de aplicação ou execução imediata; 
mais do que comandos-regras, explicitam comandos-valores, a 
exemplo de que a ordem econômica, fundada na valorização do 
trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos 
existência digna, conforme os ditames da justiça social. 
IV. Os doutrinadores reconhecem as normas programáticas como 
sendo aquelas que apresentamaplicabilidade direta, imediata, 
reduzida ou não, somente incidindo totalmente sobre interesses, com 
a normatividade ulterior que lhe desenvolva a aplicabilidade. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
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a) I e II. 
b) I, II e III. 
c) I, III e IV. 
d) II e III. 
e) II e IV. 
 
28) (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE – 
PB/2007) As normas de eficácia contida são caracterizadas por 
a) não produzirem efeito de auto-aplicabilidade e imperatividade 
jurídica. 
b) somente produzirem efeito após a edição de norma que a 
complemente. 
c) estarem condicionadas, para a sua eficácia, de regulamentação 
posterior e futura. 
d) produzirem efeito imediatamente, muito embora possam ter tais 
efeitos restringidos por normas infraconstitucionais. 
e) se inviabilizarem quanto a sua aplicabilidade, na hipótese da 
edição de lei ordinária posterior. 
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GABARITO 
 
1 – D 
2 – ERRADO 
3 – ERRADO 
4 – CERTO 
5 – CERTO 
6 – ERRADO 
7 – ERRADO 
8 – ERRADO 
9 – ERRADO 
10 – ERRADO 
11 – CERTO 
12 – ERRADO 
13 – ERRADO 
14 – ERRADO 
15 – CERTO 
16 – ERRADO 
17 – ERRADO 
18 – ERRADO 
19 – CERTO 
20 – ERRADO 
21 – ERRADO 
22 – A 
23 – C 
24 – D 
25 – D 
26 – A 
27 – A 
28 – D

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