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Modificação da Constituição - Direito Constitucional em questões

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CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 1
AULA 7 
MODIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO 
 
Na aula de hoje, estudaremos o processo de modificação da Constituição 
Federal de 1988. 
Vimos em aula pretérita que a Constituição Federal é do tipo rígida, isto 
é, ela admite modificações no seu texto, mas somente mediante 
processo especial, mais árduo do aquele de elaboração das demais leis. 
Vimos, também, que o poder constituinte derivado reformador, que tem 
a competência para aprovar alterações no texto constitucional, é um 
poder subordinado e condicionado, ou seja, que está sujeito a limites 
impostos pelo poder constituinte originário e que só pode aprovar 
modificações à Constituição Federal cumprindo fielmente o rito e as 
condições pré-estabelecidas no texto desta. 
Portanto, estudar o processo de modificação da Constituição é verificar o 
que pode (e o que não pode!) ser abolido mediante a aprovação de 
emendas; como deverão ser aprovadas essas emendas; como poderá 
ser fiscalizado pelo Poder Judiciário esse procedimento de modificação 
da Constituição – e assim por diante. 
Esse assunto é muito cobrado em concurso e tem uma grande 
vantagem para o candidato: ele está disciplinado em apenas dois artigos 
da Constituição Federal! Logo, se o candidato conhecer bem o art. 60 da 
Constituição e o art. 3º do ADCT, mais as orientações doutrinárias e 
jurisprudenciais a respeito deles, não errará nada na prova! Nos 
comentários aos exercícios desta aula teremos oportunidade de 
examinar todos esses aspectos... 
 
1) (ESAF/PFN/2006) Embora nem todos os direitos enumerados no título 
dos Direitos Fundamentais sejam considerados cláusulas pétreas, 
nenhum outro, fora desse mesmo título, constitui limitação material ao 
poder constituinte de reforma. 
Item ERRADO. 
A Constituição Federal somente gravou expressamente como cláusula 
pétrea os direitos e garantias individuais (art. 60, § 4º, IV). 
Portanto, nem todos os direitos fundamentais enumerados no “Título II 
– Dos Direitos e Garantias Fundamentais” são cláusulas pétreas, pois 
são enumerados nesse Título, além dos direitos e garantias individuais, 
os deveres e direitos coletivos (art. 5º), os direitos sociais (art. 6º a 
11), os direitos de nacionalidade (arts. 12 e 13), os direitos políticos 
(arts. 15 e 16) e os direitos dos partidos políticos (art. 17). 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
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Assim, a primeira parte do enunciado da Esaf (“embora nem todos os 
direitos enumerados no Título dos Direitos Fundamentais sejam 
considerados cláusulas pétreas”) está correta, pois, de fato, os deveres 
e direitos coletivos (art. 5º), os direitos sociais (art. 6º a 11), os direitos 
de nacionalidade (arts. 12 e 13), os direitos políticos (arts. 15 e 16) e os 
direitos dos partidos políticos (art. 17) não são cláusulas pétreas. 
Entretanto, a segunda parte do enunciado está errada, pois o Supremo 
Tribunal Federal já firmou entendimento de que a cláusula pétrea 
“direitos e garantias individuais” protege direitos fora do Título dos 
direitos e garantias fundamentais. Em consonância com esse 
entendimento, o Tribunal já reconheceu como cláusula pétrea o princípio 
da anterioridade tributária (art. 150, III, b), por representar uma 
garantia individual do contribuinte. 
 
2) (ESAF/PFN/2006) Consolidou-se o entendimento de que, mediante o 
mecanismo da dupla revisão, é viável a superação das cláusulas pétreas 
entre nós. 
Item ERRADO. 
Há alguns constitucionalistas que defendem a tese de que é possível a 
superação de uma cláusula pétrea mediante o processo conhecido por 
“dupla revisão”, isto é, mediante a aprovação de duas emendas à 
Constituição. 
Vejamos um exemplo, a fim de facilitar o entendimento dessa tese 
jurídica. Imagine que o Congresso Nacional quisesse, hoje, abolir o 
direito de voto do analfabeto. Sabemos que isso hoje não seria possível, 
pois existe uma proibição expressa neste sentido na Constituição, que 
gravou o voto direto, secreto, periódico e universal como cláusula pétrea 
(art. 60, § 4º, II). 
Diante dessa situação, os ideólogos da tese da “dupla revisão” 
defendem que o direito de voto do analfabeto poderia sim ser abolido, 
desde que mediante a aprovação de duas emendas seqüenciais à 
Constituição Federal, da seguinte forma: a primeira emenda suprimiria 
da Constituição a proibição que hoje existe (isto é, revogaria o inciso II 
do § 4º do art. 60 da Constituição Federal); num segundo momento, 
não existindo mais essa proibição, seria aprovada a segunda emenda, 
abolindo o direito de voto do analfabeto (isto é, revogaria a alínea “a” 
do inciso II do § 1º do art. 14 da Constituição Federal). 
Entretanto, a tese da “dupla revisão” como meio de superar uma 
cláusula pétrea não é admitida no Brasil, pois essa primeira emenda 
constitucional, que revogaria o inciso II do § 4º do art. 60 da 
Constituição Federal, é flagrantemente inconstitucional, por ofensa a 
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uma limitação material implícita, que proíbe modificações 
prejudiciais ao processo de modificação da Constituição Federal. 
 
3) (ESAF/PFN/2006) As normas constantes do Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias são insuscetíveis de revogação. 
Item ERRADO. 
As normas integrantes do ADCT podem ser revogadas mediante a 
aprovação de emenda à Constituição Federal, observado o procedimento 
e os limites impostos pelo art. 60 da Constituição. 
 
4) (CESPE/PROCURADOR/MP/TO/2006) Acerca do poder constituinte, 
julgue os itens que se seguem. 
I - Diversamente do que ocorre com as normas constitucionais 
originárias, as derivadas são passíveis de controle de 
constitucionalidade, quer na via concentrada, quer por meio de exceção. 
II - Uma das funções precípuas de uma constituição é a limitação do 
exercício do poder, a fim de evitar abusos contra as garantias 
fundamentais e desrespeito a elas. Nessa perspectiva, e também por 
força da supremacia das normas constitucionais, o exercício do poder 
constituinte, originário ou derivado, deve pautar-se pelos limites 
impostos no texto constitucional. 
III - Não obstante o poder constituído derive do povo, o exercício 
daquele esbarra não apenas em limitações explicitamente contidas na 
Constituição da República, mas também em limitações implícitas. 
IV - As constituições podem sofrer mudança por meio informal. 
A quantidade de itens certos é igual a 
a) 1. 
b) 2. 
c) 3. 
d) 4. 
Gabarito: “c” 
Questão de altíssimo nível! 
O item I está certo porque, de fato, as normas constitucionais 
originárias, elaboradas pelo poder constituinte originário no momento de 
elaboração da Constituição, não se sujeitam a controle de 
constitucionalidade, vale dizer, não há possibilidade de que o Poder 
Judiciário declare a inconstitucionalidade de uma norma constitucional 
originária. Por outro lado, as normas constitucionais derivadas, 
introduzidas no texto constitucional por meio de emendas, podem ser 
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declaradas inconstitucionais, mediante controle concentrado ou difuso, 
por ofensa às limitações circunstanciais, processuais ou materiais 
previstas no art. 60 da Constituição. 
O item II está errado, porque afirma que o exercício do poder 
constituinte, originário ou derivado, deve pautar-se pelos limites 
impostos no texto constitucional. Essa afirmação está correta no tocante 
ao poder constituinte derivado, que, como vimos em aula pretérita, tem 
o seu exercício condicionado pelos limites fixados pela própria 
Constituição. Entretanto, tal afirmaçãoestá errada em relação ao poder 
constituinte originário, que tem por característica ser incondicionado, 
isto é, o seu exercício não está sujeito à obediência de procedimento 
estabelecido na Constituição. 
O item III está certo, pois o poder constituinte derivado encontra 
limitações expressamente contidas na Constituição da República 
(circunstanciais, processuais e materiais) e, também, limitações 
materiais implícitas. 
IV - As constituições podem sofrer mudança por meio informal. 
O item IV está certo, pois os textos constitucionais podem sofrer 
mudanças informais mediante o processo denominado “mutações 
constitucionais”. As mutações constitucionais constituem, portanto, 
processo informal de mudança das Constituições, quando ocorrem 
mudanças no seu conteúdo sem nenhuma alteração da literalidade do 
seu texto. Geralmente, as mutações constitucionais decorrem de novas 
interpretações constitucionais, que atualizam o sentido e o alcance de 
certo dispositivo constitucional. 
Temos, portanto, três itens corretos (I, III e IV). 
 
5) (FCC/ENGENHEIRO PERITO/TCE – MG/2007) NÃO será objeto de 
deliberação pelas Casas do Congresso Nacional a proposta de emenda à 
Constituição tendente a abolir 
a) o voto direto, secreto, universal e obrigatório. 
b) a prestação de contas da administração pública, direta e indireta. 
c) a aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos 
estaduais na manutenção e desenvolvimento do ensino. 
d) a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial. 
e) a forma federativa de Estado. 
Gabarito: “e” 
A assertiva “a” está errada porque a obrigatoriedade do voto não é 
cláusula pétrea. Trata-se de um dever fundamental dos maiores entre 
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dezoito e setenta anos de idade, mas que poderá ser suprimido 
mediante emenda à Constituição. 
As assertivas “b”, “c” e “d” estão erradas porque se referem a situações 
que autorizam a intervenção federal nos estados e no Distrito Federal, 
previstas, respectivamente, nos seguintes dispositivos constitucionais: 
art. 34, VII, d; art. 34, VII, e; e art. 34, VI. Nesse ponto, o examinador 
quis “pegar” o candidato, confundindo as matérias gravadas como 
cláusulas pétreas com as situações autorizadoras de intervenção 
federal! 
A assertiva “e” está certa, pois, de fato, a forma federativa de Estado 
constitui cláusula pétrea, nos termos do art. 60, § 4º, I, da Constituição 
Federal. 
 
6) (ESAF/AFC/CGU/2003) A distinção doutrinária, entre revisão e 
reforma constitucional, materializou-se na CF/88, uma vez que o atual 
texto constitucional brasileiro diferencia tais processos, ao estabelecer 
entre eles distinções quanto à forma de reunião do Congresso Nacional e 
quanto ao quorum de deliberação. 
Item CERTO. 
Em 1988, o poder constituinte originário criou dois procedimentos 
distintos para que o poder constituinte derivado pudesse modificar o 
texto da Constituição Federal: o procedimento simplificado de revisão 
constitucional, previsto no art. 3º do ADCT; e o procedimento rígido de 
reforma, estabelecido no art. 60 da CF/88. 
Há algumas semelhanças entre os dois procedimentos. 
Com efeito, os dois procedimentos – revisão e reforma - são 
manifestações do poder constituinte derivado (por isso, alguns autores 
falam em poder constituinte reformador e poder constituinte derivado 
revisor). Se esses dois procedimentos são obra do poder constituinte 
derivado, significa dizer que ambos sujeitam-se às limitações impostas 
pelo poder constituinte originário, especialmente no tocante à não-
abolição das cláusulas pétreas. 
Importante este aspecto: as limitações ao poder constituinte derivado, 
embora previstas no art. 60 da CF/88, aplicam-se também, no que 
couber, ao procedimento de revisão constitucional, estabelecido no art. 
3º do ADCT. 
Há quem defenda que essas limitações, por estarem no art. 60 da 
Constituição, só se aplicam ao procedimento de reforma, previsto no 
próprio art. 60. Entretanto, esse entendimento é minoritário. Portanto, 
não podemos afirmar que no procedimento simplificado de revisão, 
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realizado cinco anos após a promulgação da Constituição, era possível 
tudo, que as cláusulas pétreas poderiam ter sido violadas etc. 
As diferenças entre o procedimento simplificado de revisão 
constitucional (ADCT, art. 3º) e o procedimento rígido de reforma 
constitucional (CF, art. 60) são apresentadas no quadro a seguir: 
 
Revisão Constitucional 
(ADCT, art. 3º) 
Reforma Constitucional 
(CF, art. 60) 
Reunião unicameral do Congresso 
Nacional 
Reunião bicameral do Congresso 
Nacional 
Procedimento simplificado: exigia 
apenas maioria absoluta, em 
sessão unicameral do Congresso 
Procedimento rígido: exige votação 
em dois turnos, com aprovação de 
três quintos dos membros das 
Casas 
Procedimento único: só foi prevista 
uma revisão constitucional, cinco 
anos após a promulgação da CF/88 
Procedimento permanente: 
enquanto a CF/88 existir, poderá 
ser modificada por meio de reforma 
Não pode ser adotado pelos 
estados-membros 
É de observância obrigatória pelos 
estados-membros 
Não pode ser criado outro por meio 
de emenda (limitação material 
implícita) 
Não pode ser prejudicado por meio 
de emenda (limitação material 
implícita) 
As emendas aprovadas são 
chamadas de Emendas 
Constitucionais de Revisão – ECR 
As emendas aprovadas são 
chamadas de Emendas 
Constitucionais - EC 
As ECR foram promulgadas pela 
Mesa do Congresso Nacional 
As EC são promulgadas pelas 
Mesas da Câmara dos Deputados e 
do Senado Federal 
 
O item está certo, pois afirma que entre os procedimentos há distinções 
quanto à forma de reunião do Congresso Nacional (na revisão, 
unicameral; na reforma, bicameral) e quanto ao quorum de deliberação 
(na revisão, maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional; na 
reforma, três quintos dos membros das Casas do Congresso Nacional). 
 
7) (FCC/TÉCNICO DE CONTROLE EXTERNO I – DIREITO/TCE – 
MG/2007) Dispunham o artigo 217, caput, e seus parágrafos 1º, 5º e 
6º, da Constituição brasileira de 1946, a seguir transcritos: 
“Art. 217 − A Constituição poderá ser emendada: 
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§ 1º. Considerar-se-á proposta a emenda, se for apresentada pela 
quarta parte, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do 
Senado Federal, ou por mais da metade das Assembléias Legislativas 
dos Estados no decurso de dois anos, manifestando-se cada uma delas 
pela maioria dos seus membros. 
(...) 
§ 5º. Não se reformará a Constituição na vigência do estado de sítio. 
§ 6º. Não serão admitidos como objeto de deliberação projetos 
tendentes a abolir a Federação ou a República.” 
Comparativamente à disciplina estabelecida para alteração da 
Constituição da República atualmente vigente, é correto afirmar que, 
nesta, 
a) a legitimidade para propositura de emenda à Constituição é mais 
restrita, embora sejam mais flexíveis os limites circunstanciais do poder 
de reforma constitucional. 
b) são maiores as limitações circunstanciais e materiais a que se 
submete o poder de reforma constitucional. 
c) os limites materiais ao poder de reforma da Constituição são mais 
flexíveis, assim como a iniciativa para proposta de emenda, 
relativamente às Assembléias Legislativas. 
d) há mais legitimados para a proposição de emendas à Constituição, 
sendo ainda menos exigente o quorum estabelecido para as propostas 
de Deputados Federais e Senadores. 
e) somente é dispensado o mesmo tratamento à matéria no que tange àlegitimidade para apresentação de propostas de emenda à Constituição. 
Gabarito: “b” 
A assertiva “a” está errada porque, na Constituição Federal de 1988, a 
legitimação para a apresentação de proposta de emenda é mais ampla, 
contemplando também o Presidente da República (art. 60, I a III). 
Ademais, as limitações circunstanciais são também mais amplas, pois a 
Constituição não poderá ser emendada na vigência de estado de defesa, 
estado de sítio e intervenção federal (art. 60, § 1º). 
A assertiva “b” está certa porque, na Constituição Federal de 1988, as 
limitações circunstanciais (art. 60, § 1º) e as limitações materiais (art. 
60, § 4º) são maiores do que aquelas previstas na Constituição de 
1946. 
A assertiva “c” está errada, pois os limites materiais são maiores, mais 
rígidos na Constituição Federal de 1988 (art. 60, § 4º). 
A assertiva “d” está errada porque, na Constituição Federal de 1988, o 
quorum estabelecido para a proposta de Deputados Federais e 
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Senadores é mais rígido, pois a proposta só poderá ser apresentada por, 
no mínimo, um terço (1/3) dos membros da Câmara dos Deputados ou 
do Senado Federal (art. 60, I). Veja que na Constituição de 1946 a 
proposta poderia ser apresentada pela quarta parte (1/4) dos 
membros das Casas Legislativas. 
A assertiva “e” está errada porque as Constituições de 1946 e de 1988 
não dispensam o mesmo tratamento no tocante à legitimação para 
apresentação de proposta de emenda à Constituição. Na Constituição de 
1946, a proposta podia ser apresentada pela quarta parte, no mínimo, 
dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, ou por 
mais da metade das Assembléias Legislativas dos Estados no decurso de 
dois anos, manifestando-se cada uma delas pela maioria dos seus 
membros. Na Constituição de 1988, os legitimados estão arrolados nos 
incisos I, II e III do art. 60, e são distintos. 
 
8) (ESAF/MPOG/ENAP/ADMINISTRADOR/2006) A aprovação de Emenda 
Constitucional durante o estado de sítio só é possível se os membros do 
Congresso Nacional rejeitarem, por quorum qualificado, a suspensão das 
imunidades dos Parlamentares durante a execução da medida. 
Item ERRADO. 
Não é possível, em hipótese alguma, a aprovação de emenda à 
Constituição Federal durante a vigência de estado de sítio (art. 60, § 
1º). 
 
9) (CESPE/ANALISTA MINISTERIAL/ESPECIALIDADE CIÊNCIAS 
JURÍDICAS/MINISTÉRIO PÚBLICO/TO/2006) Nos termos da literalidade 
da Constituição Federal, o poder de reforma constitucional proíbe que a 
Constituição seja emendada para se suprimir direitos sociais. 
Item ERRADO. 
A Constituição Federal só proíbe expressamente a aprovação de 
emendas tendentes a abolir os direitos e garantias individuais (art. 
60, § 4º, IV). 
Embora haja considerável controvérsia na doutrina sobre esse assunto, 
o fato é que a Constituição Federal não gravou expressamente os 
direitos sociais como cláusulas pétreas. 
 
10) (FCC/TRT/BA/2006) Proposta de Emenda à Constituição com vistas 
à inclusão do direito à alimentação entre os direitos sociais, apresentada 
à Câmara dos Deputados por 1% do eleitorado nacional, distribuído nos 
Estados do Acre, Alagoas, Bahia e Pernambuco, fere a Constituição 
porque 
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a) não aderiram tantos Estados quantos necessários para a 
apresentação de proposta de Emenda de iniciativa popular à 
Constituição. 
b) direitos sociais não podem ser objeto de proposta de Emenda à 
Constituição. 
c) a votação de proposta de iniciativa popular tem início no Senado 
Federal, e não na Câmara dos Deputados. 
d) a matéria relacionada aos direitos sociais é de iniciativa privativa do 
Presidente da República. 
e) não pode haver apresentação de proposta de Emenda à Constituição 
por iniciativa popular. 
Gabarito: “e” 
Não há previsão de iniciativa popular para a apresentação de emenda à 
Constituição, sendo os únicos legitimados aqueles enumerados nos 
incisos I, II e III do art. 60 da Constituição. A iniciativa popular perante 
a Câmara dos Deputados é para a apresentação de projeto de lei (art. 
61, § 2º). 
 
11) (FCC/PROCURADOR DO MUNICÍPIO 2ª CLASSE/PREFEITURA DE 
SALVADOR/2006) Proposta de emenda constitucional 
a) rejeitada ou havida por prejudicada pode ser reapresentada na 
mesma sessão legislativa, observados os requisitos constitucionais para 
tanto. 
b) que viole os limites ao poder de emenda pode ser objeto de controle 
jurisdicional de constitucionalidade. 
c) aprovada em uma das casas do Congresso Nacional não pode ser 
emendada significativamente pela segunda casa. 
d) que viole os limites ao poder de emenda não pode ser objeto de 
controle político de constitucionalidade. 
e) aprovada pelas casas do Congresso Nacional deve ser promulgada 
pelo Presidente da República com o respectivo número de ordem. 
Gabarito: “b” 
A assertiva “a” está errada, porque matéria constante de proposta de 
emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de 
nova proposta na mesma sessão legislativa, não havendo exceção a 
essa proibição (CF, art. 60, § 5º). 
A assertiva “b” está certa, pois, como vimos, proposta de emenda que 
desrespeite as limitações circunstanciais, processuais ou materiais 
previstas no art. 60 da Constituição pode ser objeto de controle de 
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constitucionalidade realizado pelo Supremo Tribunal Federal, a partir da 
impetração de mandado de segurança por congressista. 
A assertiva “c” está errada porque proposta de emenda aprovada em 
uma das casas do Congresso Nacional pode ser emendada 
substancialmente pela segunda Casa Legislativa, hipótese em que a 
matéria retornará à primeira Casa Legislativa, para reapreciação, em 
dois turnos de votação, considerando-se aprovada se obtiver, em 
ambos, aprovação de, pelo menos, três quintos dos respectivos 
membros. 
A assertiva “d” está errada, pois proposta de emenda que desrespeite as 
limitações do art. 60 da Constituição pode ser objeto de controle político 
de constitucionalidade, realizado pela Comissão de Constituição e Justiça 
– CCJ das Casas Legislativas. 
A assertiva “e” está errada, porque a emenda à Constituição é 
promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado 
Federal, com o respectivo número de ordem (art. 60, § 3º), e não pelo 
Presidente da República. 
 
12) (FCC/AUDITOR TRIBUTÁRIO/PREFEITURA DE JABOATÃO DOS 
GUARARAPES/2006) Proposta de Emenda à Constituição de iniciativa do 
Presidente da República, versando sobre mudanças no processo de 
elaboração de leis, é aprovada em dois turnos, por três quintos dos 
membros da Câmara dos Deputados, sendo, no entanto, rejeitada em 
primeiro turno de votação pelo Senado Federal. Nessa hipótese, 
a) a proposta deve ser submetida a nova votação no Senado, pois a 
Constituição exige votação em dois turnos em cada Casa do Congresso 
Nacional. 
b) nova proposta de Emenda à Constituição versando sobre a mesma 
matéria somente poderá ser apresentada na sessão legislativa seguinte. 
c) não mais poderá o Presidente da República exercer sua iniciativa de 
reforma da Constituição em relação a essa matéria. 
d) a apreciação de eventual nova proposta de Emenda à Constituição 
sobre a mesma matéria deverá ser iniciada obrigatoriamente no 
Senado. 
e) somente um terço dos membros de uma das Casas do Congresso 
Nacional terá legitimidade para apresentar nova proposta de Emenda à 
Constituição sobre a mesma matéria. 
Gabarito: “b” 
Se a proposta de emenda à Constituição foi rejeitada pelo Congresso 
Nacional, ela só poderá ser reapresentada em sessãolegislativa 
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diferente daquela em que se deu a rejeição, por força do art. 60, § 5º, 
da Constituição. 
 
13) (FCC/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL / PARAÍBA / 2006) 
Proposta de Emenda à Constituição apresentada por Deputado Federal 
com vistas à abolição da obrigatoriedade de alistamento eleitoral e voto 
para os maiores de dezoito e menores de setenta anos, transformando-
os em facultativos, é aprovada, inicialmente, por três quintos dos 
membros da Câmara dos Deputados, em dois turnos de votação, e, na 
seqüência, por dois terços dos membros do Senado Federal, igualmente 
em dois turnos de votação. Uma vez aprovada, é promulgada a Emenda 
à Constituição pelas Mesas das duas Casas do Congresso. 
Referida Emenda é inconstitucional, em decorrência de 
a) vício de iniciativa. 
b) afronta a cláusula pétrea constitucional. 
c) insuficiência de quorum de aprovação na Câmara dos Deputados. 
d) insuficiência de quorum de aprovação no Senado Federal. 
e) promulgação efetuada por órgãos incompetentes. 
Gabarito: “a” 
Referida emenda é inconstitucional porque um Deputado Federal, 
isoladamente, não dispõe de legitimação para apresentar proposta de 
emenda à Constituição (a Constituição exige a manifestação de, pelo 
menos, um terço dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado 
Federal – art. 60, I). 
Cuidado! Não há inconstitucionalidade no fato de a emenda ter sido 
aprovada por dois terços dos membros do Senado Federal, haja vista 
que a aprovação de dois terços é superior ao mínimo exigido, que é de 
três quintos. 
 
14) (FCC/AUDITOR/TCE-MG/2005) No tocante à doutrina do poder 
constituinte, a forma federativa de Estado é, segundo a Constituição 
brasileira vigente, 
a) limitação implícita do poder constituinte originário. 
b) baliza circunstancial do poder constituinte decorrente. 
c) limitação material do poder constituinte derivado. 
d) baliza formal do poder constituinte de revisão. 
e) limitação formal do poder constituinte instituído. 
Gabarito: “c” 
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A forma federativa de Estado é uma limitação material explícita ou 
expressa ao poder constituinte derivado, prevista no art. 60, § 4º, I, da 
Constituição Federal. 
 
15) (FCC/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCE-MA/2005) O núcleo 
intangível da Constituição 
a) abrange o voto direto, secreto, universal e periódico. 
b) representa os limites formais ao poder constituinte instituído. 
c) amplia a abrangência do poder de veto sobre as emendas 
constitucionais. 
d) abriga a forma federativa e republicana de Estado. 
e) limita circunstancialmente o poder de reforma constitucional. 
Gabarito: “a” 
A expressão “núcleo intangível da Constituição” foi empregada pela FCC 
como sinônima de “cláusula pétrea” e, portanto, a resposta é a assertiva 
“a”, que apresenta a cláusula pétrea voto direto, secreto, universal e 
periódico (art. 60, § 4º, II). 
Uma consideração a esse respeito. Juridicamente, não é correto afirmar 
que as cláusulas pétreas representam o “núcleo intangível da 
Constituição” ou o “o núcleo imutável da Constituição”. Isso porque as 
cláusulas pétreas podem ser objeto de emendas, desde que essas não 
tenham tendência à abolição das respectivas garantias. Mas, em provas 
de concursos, tome cuidado, pois as bancas examinadoras têm mania 
de utilizar tais expressões como sinônimas de cláusulas pétreas. Como 
não vale a pena brigar com o examinador na hora da prova, a saída é 
ficar de olho e usar do bom-senso ao responder a questão... 
 
16) (CESPE/EMBRAPA/2005) Apresentada proposta de Emenda 
Constitucional pelo presidente da República no sentido de garantir aos 
estados-membros o direito de secessão, o projeto foi encaminhado ao 
Congresso Nacional para deliberação, na forma do que determina o art. 
60 da Constituição Federal. 
Com relação à situação hipotética acima apresentada, julgue os itens 
subseqüentes. 
I) Trata-se de matéria que não pode ser sujeita ao poder de reforma 
constitucional, pois que não será objeto de deliberação a proposta de 
emenda tendente a abolir a forma federativa de Estado. 
II) A referida matéria não será discutida pelo Congresso Nacional, visto 
que não cabe ao presidente da República a iniciativa de proposta de 
emenda constitucional. 
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III) Trata-se de proposta viável sob o ponto de vista constitucional, pois 
tendo o Brasil assumido a forma federativa de Estado, o direito de 
secessão é garantido aos estados-membros. 
IV) Sendo a proposta previamente aprovada pelas comissões técnicas 
das duas Casas do Congresso Nacional, o processo legislativo será o 
mesmo da lei ordinária, exigindo-se para a sua aprovação voto favorável 
da maioria dos parlamentares presentes na sessão. 
O item I está certo, pois a forma federativa de Estado é cláusula pétrea 
(art. 60, § 4º, I) e tem como um de seus princípios básicos a 
indissolubilidade, isto é, os entes federados não dispõem do direito de 
secessão, não podem se separar da República Federativa do Brasil. 
O item II está errado, pois o Presidente da República é um dos 
legitimados para apresentar proposta de emenda à Constituição (art. 
60, II). Na verdade, essa proposta não deverá ser discutida no 
Congresso Nacional, mas não pelo fato de o Presidente da República não 
ser legitimado para apresentar a proposta; ela não deverá ser discutida 
no Congresso Nacional porque se trata de proposta tendente a abolir 
cláusula pétrea. 
O item III está errado, pois na forma federativa de Estado não se 
admite o direito de secessão aos entes federados. Na verdade, a forma 
federativa de Estado pressupõe uma união indissolúvel de entes 
federados dotados de autonomia política. 
O item IV está errado, pois, caso a proposta de emenda à Constituição 
fosse aprovada pelas comissões, o processo legislativo não seria igual 
àquele aplicável às leis ordinárias, mas sim àquele previsto no § 2º do 
art. 60, qual seja, aprovação nas duas Casas do Congresso Nacional, em 
dois turnos de votação, por três quintos dos respectivos membros. 
 
17) (ESAF/AFRF/2000) Assinale a opção correta. 
a) As normas da Constituição de 1988 dispostas no Ato das 
Disposições Constitucionais Transitórias são insuscetíveis de ser 
revogadas ou emendadas. 
b) As normas do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da 
Constituição de 1988 não se definem como normas formalmente 
constitucionais. 
c) Uma norma constitucional, fruto do poder constituinte originário, 
não pode ser declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, 
mesmo que não esteja de acordo com algum princípio fundamental, 
inspirador da Constituição, como o da isonomia e o da democracia. 
d) É inconstitucional toda reapresentação de proposta de emenda à 
Constituição rejeitada pelo Congresso Nacional. 
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e) A lei ordinária anterior à nova Constituição, que com esta é 
materialmente incompatível, continua em vigor até que seja revogada 
por outra lei do mesmo status hierárquico. 
Gabarito: “c” 
As normas que integram o Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias – ADCT são normas constitucionais como todas as demais 
normas constitucionais. A única distinção é que as normas do ADCT são 
de cunho transitório e, portanto, têm a sua eficácia esgotada tão-logo 
ocorra a situação transitória nelas prevista. 
As normas do ADCT podem ser (e têm sido) modificadas ou revogadas 
por meio de emenda constitucional, desde que observadasas regras 
estabelecidas pelo art. 60 da Constituição Federal. A assertiva “a” está, 
portanto, errada. 
As normas do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da 
Constituição de 1988 são normas formalmente constitucionais, que se 
situam no mesmo patamar hierárquico das demais normas 
constitucionais. Estudamos em aula passada que uma norma é 
formalmente constitucional pelo simples fato de integrar o texto de uma 
Constituição escrita, solenemente elaborada (rígida). É o caso das 
normas integrantes do ADCT, que integram o texto da Constituição 
Federal de 1988, que é do tipo escrita e rígida. Está errada, portanto, a 
assertiva “b”. 
A assertiva “c” está certa, pois as normas constitucionais originárias não 
se sujeitam a controle de constitucionalidade, vale dizer, não é possível 
juridicamente a declaração da inconstitucionalidade de uma norma 
constitucional originária, elaborada pelo poder constituinte originário. 
Veremos, adiante, que é possível a declaração da inconstitucionalidade 
de uma norma constitucional derivada, resultante de emenda, caso 
haja desrespeito aos limites e procedimentos impostos pelo art. 60 da 
Constituição Federal. 
A assertiva “d” está errada porque afirma que é inconstitucional toda 
reapresentação de proposta de emenda à Constituição rejeitada pelo 
Congresso Nacional. 
A Constituição Federal só proíbe a reapresentação de matéria objeto de 
PEC rejeitada ou havida por prejudicada na mesma sessão legislativa 
(CF, art. 60, § 5º). Logo, é possível a reapresentação, desde que em 
sessão legislativa distinta daquela em que se deu a rejeição ou a 
prejudicialidade da proposta anterior. 
A letra “e” está errada porque uma lei ordinária anterior à nova 
Constituição, que com esta é materialmente incompatível, é revogada 
na data da entrada em vigor do novo texto constitucional. Vimos 
anteriormente que a revogação do direito pré-constitucional 
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materialmente incompatível com a nova constituição ocorre sempre 
numa mesma data: na data da entrada em vigor do novo texto 
constitucional. 
 
18) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo precedente do STF, no caso 
brasileiro, não é admitida a posição doutrinária que sustenta ser o poder 
constituinte originário limitado por princípios de direito suprapositivo. 
Item CERTO. 
Embora alguns doutrinadores defendam a idéia de que o poder 
constituinte originário, ao elaborar uma nova Constituição, está sujeito a 
limites impostos pelo direito suprapositivo, esse não é o entendimento 
predominante no Brasil. 
O Brasil adota a linha positivista, que não reconhece a existência de 
limites ao poder constituinte originário em princípios jurídicos não-
positivados. Com isso, para o fim de concurso público, temos que 
considerar que o poder constituinte originário é absolutamente ilimitado 
no seu papel de criação de uma nova Constituição. 
 
19) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a melhor doutrina, a aprovação de 
emenda constitucional, alterando o processo legislativo da própria 
reforma, ou revisão constitucional, tornando-o menos difícil, não seria 
possível, porque haveria um limite material implícito ao poder 
constituinte derivado em relação a essa matéria. 
Item CERTO. 
A doutrina dominante entende que uma emenda constitucional não pode 
prejudicar o procedimento de modificação da Constituição Federal de 
1988, estabelecido no art. 60 (processo de reforma) e no art. 3º do 
ADCT (processo de revisão). 
O procedimento de modificação da Constituição Federal de 1988 não 
pode ser prejudicado por meio de emenda porque existe uma limitação 
material implícita à atuação do poder constituinte derivado que proíbe 
essas alterações prejudiciais. 
Essa limitação material implícita deve ser assim entendida. Ao elaborar 
a Constituição Federal, o poder constituinte originário (Assembléia 
Nacional Constituinte, em 1988) criou o poder constituinte derivado, 
para modificar futuramente o texto constitucional. Nessa criação, o 
poder constituinte originário fixou o procedimento e os limites que 
deverão ser futuramente obedecidos pelo poder constituinte derivado. 
Ora, se o poder constituinte derivado pudesse aprovar emenda 
afastando esse procedimento e esses limites que lhe foram impostos 
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pelo poder constituinte originário, estaria havendo uma fraude à 
vontade do poder constituinte originário. 
Um exemplo nos auxiliará na compreensão do sentido dessa limitação 
material implícita ao poder constituinte derivado. Vejamos. 
Determina a Constituição que o seu texto somente poderá ser alterado 
mediante emenda discutida e votada em dois turnos nas Casas do 
Congresso Nacional, com aprovação de pelo menos três quintos dos 
respectivos membros (CF, art. 60, § 2º). 
Imagine se o Congresso Nacional aprovasse uma emenda constitucional 
alterando a redação desse dispositivo, passando a exigir, daí por diante, 
votação em um só turno e aprovação de apenas maioria simples dos 
membros das Casas Legislativas para aprovação de uma emenda 
constitucional. 
Ora, não é preciso pensar muito para perceber que o poder constituinte 
derivado estaria fraudando completamente a vontade do poder 
constituinte originário, retirando a rigidez da nossa Constituição, 
transformando-a numa Constituição flexível. Essa emenda seria, então, 
flagrantemente inconstitucional, por tornar mais fácil o procedimento de 
modificação da Constituição. 
Ou, em outras palavras: essa emenda seria flagrantemente 
inconstitucional por desrespeitar uma limitação material implícita ao 
poder constituinte derivado, que proíbe modificações prejudiciais ao 
processo de modificação da Constituição. 
Podemos resumir essa idéia da seguinte maneira: o texto da 
Constituição Federal somente pode ser modificado pelos procedimentos 
nela estabelecidos (reforma constitucional, nos termos do art. 60; e 
revisão constitucional, nos termos do art. 3º do ADCT); qualquer 
tentativa de criar outro procedimento ou de simplificar esses já 
existentes será flagrantemente inconstitucional, por desrespeitar uma 
limitação material implícita ao poder constituinte derivado. 
Em verdade, como o procedimento de revisão constitucional (ADCT, art. 
3º) já se esgotou, enquanto a Constituição Federal de 1988 existir ela 
só poderá ser modificada pelo procedimento de reforma, estabelecido no 
seu art. 60. Qualquer tentativa de burlar, de enfraquecer, ou de criar 
outro procedimento para a modificação do seu texto será 
flagrantemente inconstitucional, por desrespeitar uma limitação 
material implícita ao poder constituinte derivado. 
 
20) (ESAF/ACE/TCU/2006) Segundo a doutrina majoritária, no caso 
brasileiro, não há vedação à alteração do processo legislativo das 
emendas constitucionais, pelo poder constituinte derivado, uma vez que 
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a matéria não se enquadra entre as hipóteses que constituem as 
cláusulas pétreas estabelecidas pelo constituinte originário. 
Item ERRADO. 
Vimos que o processo legislativo de modificação da Constituição não 
pode sofrer modificações substanciais mediante emenda à Constituição, 
em razão da existência de uma limitação material implícita (ou, 
como preferem alguns autores, em razão da existência de uma 
cláusula pétrea implícita). 
 
21) (ESAF/Auditor-Fiscal da Receita Estadual – Ceará/2007) Sobre a 
possibilidade de emendas à Constituição Federal de 1988, marque a 
única opção correta. 
a) Não poderá ser objeto de deliberação a proposta de emenda à 
Constituição, na vigência de intervenção federal, estado de defesa ou 
estado de sítio.b) Constitui limitação material implícita ao poder constituinte derivado, a 
proposição de emenda constitucional que vise à modificação de 
dispositivos referentes aos direitos sociais, considerados cláusulas 
pétreas. 
c) A emenda à Constituição Federal só ingressa no ordenamento jurídico 
após a sua promulgação pelo Presidente da República, e apresenta a 
mesma hierarquia das normas constitucionais originárias. 
d) O Presidente da República poderá ajuizar ação direta de 
inconstitucionalidade, perante o Supremo Tribunal Federal, a fim de que 
seja arquivada proposta de emenda à Constituição tendente a abolir 
cláusula pétrea. 
e) A promulgação de emendas à Constituição Federal compete às Mesas 
da Câmara e do Senado, não se sujeitando à sanção ou veto 
presidencial. 
Gabarito: “e” 
A assertiva “a” está errada porque determina o texto constitucional que 
“a Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção 
federal, de estado de defesa ou de estado de sítio” (art. 60, § 1º). 
Como o texto constitucional determina que a Constituição não poderá 
ser “emendada”, entende a doutrina que a matéria poderia tramitar e 
ser objeto de discussão durante essas medidas, não podendo, somente, 
ser aprovada e promulgada a emenda. 
Essa matéria não encontra consenso na doutrina, mas o fato é que a 
Esaf perfilhou o entendimento de que, durante a execução dessas 
medidas de exceção, é possível a deliberação sobre a proposta de 
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emenda nas Casas Legislativas, desde que a Constituição Federal não 
seja, efetivamente, emendada no respectivo período. 
A assertiva “b” está errada porque os direitos sociais não se encontram 
dentre as limitações materiais implícitas ao poder constituinte derivado. 
Como vimos, as limitações materiais implícitas impedem emendas 
prejudicais (a) à titularidade do poder constituinte originário, (b) à 
titularidade do poder constituinte derivado e (c) ao procedimento de 
modificação da Constituição. 
A assertiva “c” está errada porque a emenda à Constituição é 
promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado 
Federal, e não pelo Presidente da República (art. 60, § 3º). Uma vez 
promulgada pelas Mesas da Câmara e do Senado, a emenda ingressa no 
ordenamento jurídico na mesma situação hierárquica das normas 
constitucionais originárias. 
A assertiva “d” está errada, por dois motivos. Primeiro, porque o 
Presidente da República não é legitimado para recorrer ao Poder 
Judiciário para sustar a tramitação de proposta de emenda à 
Constituição tendente a abolir cláusula pétrea, haja vista que essa 
legitimação é exclusiva dos congressistas. Segundo, porque a ação 
cabível nessa situação é o mandado de segurança, e não ação direta de 
inconstitucionalidade. 
A assertiva “e” está certa, pois a emenda à Constituição não se sujeita à 
sanção ou veto do Presidente da República, sendo diretamente 
promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal 
(art. 60, § 3º). 
 
 
22) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a melhor doutrina, o art. 3º do Ato 
das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal de 
1988 (CF/88), que previa a revisão constitucional após cinco anos, 
contados de sua promulgação, é uma limitação temporal ao poder 
constituinte derivado. 
Item ERRADO. 
Temos limitação temporal quando a Constituição estabelece um período 
durante o qual o seu texto não poderá ser modificado. A limitação 
temporal estabelece, portanto, um período determinado de absoluta 
imutabilidade do texto da constituição. 
A Constituição Federal de 1988 não apresenta limitações de ordem 
temporal. 
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É verdade que pelo processo simplificado de revisão o texto 
constitucional só pôde ser modificado cinco anos após a promulgação da 
Constituição Federal (ADCT, art. 3º). 
Porém, durante esse período a Constituição podia ser modificada (e, de 
fato, foi modificada!) por meio de emendas, desde que essas fossem 
aprovadas de acordo com o procedimento de reforma, previsto no art. 
60. Enfim, desde a data de sua promulgação, a Constituição Federal 
sempre pôde ser modificada, se observados os limites impostos pelo seu 
art. 60. 
Pensem assim: na data da promulgação da Constituição Federal 
(05/10/1988) um dos legitimados pelo art. 60 (Presidente da República, 
por exemplo) já poderia ter apresentado uma proposta de emenda 
constitucional – PEC ao Legislativo, para alteração do texto 
constitucional, de acordo com o rito estabelecido no art. 60. 
No Brasil, a única Constituição que apresentou limitação de ordem 
temporal foi a Constituição Imperial de 1824, que só admitia 
modificações no seu texto após quatro anos do início de sua vigência. 
 
23) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo o STF, é possível a declaração de 
inconstitucionalidade de normas constitucionais resultantes de 
aprovação de propostas de emenda à constituição, desde que o 
constituinte derivado não tenha obedecido às limitações materiais, 
circunstanciais ou formais, estabelecidas no texto da CF/88, pelo 
constituinte originário. 
Item CERTO. 
Sabe-se que o poder constituinte derivado se sujeita a limitações 
circunstanciais (art. 60, § 1º), processuais ou formais (art. 60, I a III e 
§§ 2º, 3º e 5º) e materiais (art. 60, § 4º). 
Portanto, sempre que uma emenda constitucional desrespeitar uma 
dessas limitações haverá uma ofensa à Constituição e o Poder Judiciário 
poderá ser provocado para declarar essa inconstitucionalidade. 
Uma emenda constitucional poderá ser impugnada na via abstrata ou na 
via incidental. 
Na via abstrata, um dos legitimados pelo art. 103 da Constituição 
poderá propor uma ação direta – ação direta de inconstitucionalidade, 
ação declaratória de constitucionalidade ou argüição de descumprimento 
de preceito fundamental - perante o STF. Nesse caso, a decisão do STF 
será dotada de eficácia contra todos (erga omnes). 
Na via incidental, qualquer pessoa prejudicada pela emenda 
constitucional poderá impugná-la perante o juízo competente, com o fim 
de afastar a sua aplicação ao caso concreto. Nessa hipótese, a eficácia 
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da decisão do Poder Judiciário será restrita às partes do processo (inter 
partes). 
 
24) (ESAF/AFC/2000) Sobre o processo de emenda à Constituição 
Federal, assinale a opção correta. 
a) Nenhuma emenda que alargue ou diminua o catálogo dos direitos 
e garantias individuais pode ser votada no Congresso Nacional, por 
serem os direitos e garantias individuais cláusulas pétreas. 
b) Nada obsta a que a matéria constante de proposta de emenda 
rejeitada numa sessão legislativa possa ser objeto de nova proposta na 
sessão legislativa seguinte. 
c) Incumbe ao Presidente da República promulgar as emendas à 
Constituição aprovadas pelo Congresso Nacional. 
d) Todo deputado ou senador pode, individualmente, apresentar 
proposta de emenda à Constituição. 
e) As emendas à Constituição relacionadas a servidores públicos são 
da iniciativa exclusiva do Presidente da República. 
Gabarito: “b” 
A assertiva “a” está errada, porque nada impede que uma emenda 
constitucional alargue o catálogo dos direitos e garantias individuais. 
A Constituição Federal determina que não será objeto de deliberação 
emenda tendente a abolir os direitos e garantias individuais (CF, art. 
60, § 4º, IV). 
Nada impede, portanto, que uma emenda trate de direitos e garantias 
individuais, desde que não haja tendência à abolição, à supressão dos 
institutos. Criar novos direitos e garantias individuais é permitido; a 
proibição constitucionaldiz respeito, tão-somente, à emenda tendente à 
abolição desses institutos. 
Aliás, um bom exemplo foi a aprovação da EC nº 45/2004 (Reforma do 
Judiciário), que acrescentou o novo inciso LXXVIII ao art. 5º da 
Constituição Federal, que prevê o princípio da celeridade processual, 
alargando o catálogo dos direitos e garantias individuais (“a todos, no 
âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do 
processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação”). 
Não houve, nessa situação, nenhuma ofensa à cláusula pétrea, pois a 
EC nº 45/2004 alargou o catálogo dos direitos fundamentais, sem 
nenhuma tendência à abolição desses institutos. 
A assertiva “b” está certa porque a matéria constante de PEC rejeitada 
ou havida por prejudicada poderá constituir nova proposta, desde que 
em sessão legislativa distinta (CF, art. 60, § 5º). 
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A assertiva “c” está errada porque as emendas constitucionais são 
promulgadas pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado 
Federal (CF, art. 60, § 3º), e não pelo Presidente da República. 
Todo congressista pode, individualmente, apresentar projeto de lei (CF, 
art. 61). Porém, para a apresentação de uma proposta de emenda à 
Constituição exige-se a manifestação de um terço, no mínimo, dos 
membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal (CF, art. 60, 
I). Está errada, portanto, a assertiva “d”. 
A assertiva “e” está errada porque afirma que as emendas 
constitucionais relacionadas a servidores públicos são da iniciativa 
privativa do Presidente da República, o que não é verdade. 
Em se tratando de proposta de emenda à Constituição, a Constituição 
Federal não estabeleceu iniciativa privativa do Presidente da República. 
A iniciativa privativa do Presidente da República, prevista no § 1º do art. 
61 da Constituição, diz respeito à apresentação de projeto de lei, e 
não à apresentação de proposta de emenda à Constituição. 
Vejamos um exemplo. Estabelece o texto constitucional que são de 
iniciativa privativa do Presidente da República as leis que disponham 
sobre servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, 
provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria (art. 61, § 1º, II, c). 
Pois bem, a iniciativa será privativa do Presidente da República se essa 
matéria for apresentada em projeto de lei. Se essa mesma matéria for 
apresentada em proposta de emenda à Constituição, a iniciativa não 
será mais privativa do Presidente da República, ou seja, qualquer um 
dos legitimados (art. 60, I, II e III) poderá apresentar tal proposta de 
emenda à Constituição. 
 
25) (ESAF/GESTOR/MPOG/2002) A Emenda Constitucional não está 
sujeita a sanção ou a veto do Presidente da República, mas deve ser por 
ele promulgada. 
Item ERRADO. 
As emendas constitucionais não se sujeitam à sanção ou veto do 
Presidente da República, tampouco são por ele promulgadas. 
As emendas são promulgadas pelas Mesas da Câmara dos Deputados e 
do Senado Federal (CF, art. 60, § 3º), sem nenhuma participação do 
Presidente da República. 
Em verdade, a única participação do Presidente da República no 
processo de modificação da Constituição é na iniciativa, caso a proposta 
de emenda seja por ele apresentada. A partir daí, todo o procedimento 
esgota-se no âmbito do Legislativo. 
 
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26) (ESAF/GESTOR/MPOG/2002) Proposta de Emenda Constitucional 
pode ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade perante o 
Supremo Tribunal Federal, se desrespeitar algum limite material ao 
poder de reforma da Constituição. 
Item ERRADO. 
Proposta de emenda constitucional - PEC não pode ser objeto de ação 
direta de inconstitucionalidade perante o STF. 
O que pode ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade perante o 
STF é a emenda constitucional, pronta e acabada, depois de promulgada 
e inserida no ordenamento jurídico. 
Veremos adiante, ainda nesta aula, que, antes da promulgação, o único 
controle judicial admissível é o incidente sobre o processo legislativo em 
si, com o fim de sustar a tramitação de proposta de emenda que 
desrespeita a Constituição Federal. Mas esse controle judicial não pode 
ser por meio de ação direta, e sim por meio de mandado de segurança 
ajuizado por um congressista perante o STF. 
Lembre-se: a ação direta de inconstitucionalidade é ação que visa a 
retirar do ordenamento normas que desrespeitam a Constituição 
Federal; logo, a propositura de uma ação direta pressupõe a existência 
de uma norma pronta e acabada, já inserida no ordenamento jurídico; 
em hipótese alguma será cabível ação direta contra projeto de lei ou 
proposta de emenda à Constituição. 
 
27) (ESAF/TCE/RN/2000) Assinale a opção correta. 
a) A matéria constante de proposta de emenda à Constituição, 
rejeitada num determinado ano, pode ser reapresentada no mesmo ano, 
desde que em sessão legislativa diferente. 
b) A Constituição Federal pode ser emendada mediante proposta de 
um por cento do eleitorado nacional. 
c) As emendas à Constituição devem receber a sanção do Presidente 
da República antes de serem promulgadas. 
d) Sendo os direitos e garantias individuais cláusulas pétreas, estão 
proibidas as emendas à Constituição que tenham por objeto esse tema. 
e) A Constituição de 1988 não conhece limitações temporais nem 
circunstanciais ao exercício do poder de emenda da Carta. 
Gabarito: “a” 
A assertiva “a” está certa. 
Estabelece a Constituição que a matéria constante de proposta de 
emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de 
nova proposta na mesma sessão legislativa (CF, art. 60, § 5º). 
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Note-se que a vedação à reapresentação da matéria rejeitada ou 
prejudicada alcança a “mesma sessão legislativa”, e não o “mesmo 
ano”. 
Acontece que, em tese, é possível a existência de mais de uma sessão 
legislativa no mesmo ano. 
Com efeito, em todo ano temos a sessão legislativa ordinária – SLO, que 
é composta de dois períodos legislativos (o primeiro período legislativo, 
de 2/2 a 17/7; e o segundo período legislativo, de 1º/8 a 22/12). 
Além dessa sessão legislativa ordinária, é possível que, nos períodos de 
recesso do Congresso Nacional, seja convocada sessão legislativa 
extraordinária – SLE, que é sessão legislativa distinta da SLO, 
convocada nas hipóteses constitucionalmente autorizadas (CF, art. 57, § 
6º). 
Logo, matéria constante de PEC rejeitada ou havida por prejudicada 
poderá constituir nova proposta no mesmo ano, desde que em sessão 
legislativa diferente. 
Já houve caso no Congresso Nacional em que a PEC foi rejeitada em 
janeiro (durante a SLE, portanto), e a matéria foi reapresentada em 
nova PEC no mesmo ano (durante a SLO, a partir de fevereiro do 
mesmo ano). 
A assertiva “b” está errada porque não existe iniciativa popular em se 
tratando de proposta de emenda à Constituição. 
Os únicos legitimados para apresentar PEC estão taxativamente 
enumerados no art. 60, I a III, da Constituição Federal, a saber: um 
terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do 
Senado Federal; Presidente da República; mais da metade das 
Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, 
cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. 
A iniciativa popular prevista na Constituição Federal é para apresentação 
de projeto de lei ao Legislativo, e não para apresentação de proposta 
de emenda à Constituição. 
Vale lembrar que a iniciativa popular em projeto de lei é obrigatória na 
esfera federal (CF, art. 61, § 2º), estadual (CF, art. 27,§ 4º) e 
municipal (CF, art. 29, XIII). 
Por falar em iniciativa popular, vamos ver como estão os seus 
conhecimentos sobre processo legislativo das leis: no Brasil, o povo 
pode apresentar projeto de lei ao Legislativo? No Brasil, o povo dispõe 
de iniciativa no processo legislativo de elaboração das leis? 
A resposta é negativa. O povo não dispõe de iniciativa no processo 
legislativo das leis. Como não, se acabamos de estudar a iniciativa 
popular? Ah, a iniciativa é popular, mas não pertence ao povo. Pertence 
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somente aos cidadãos (CF, art. 61), que, como se sabe, não é qualquer 
do povo, mas somente aqueles no gozo da chamada capacidade eleitoral 
ativa (aptos para votar). Enfim, a iniciativa é popular, mas não pertence 
ao povo! 
A assertiva “c” está errada porque as emendas à Constituição não se 
submetem à sanção ou veto do Presidente da República. São elas 
diretamente promulgadas pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do 
Senado Federal (CF, art. 60, § 3º). 
A assertiva “d” está errada porque nada impede que emenda 
constitucional tenha por objeto os direitos e garantias individuais, desde 
que a emenda não seja tendente à abolição desses institutos. 
Conforme comentado antes, um bom exemplo de emenda constitucional 
tratando de direitos e garantais individuais sem violação de cláusula 
pétrea tivemos na promulgação da EC nº 45/2004 (Reforma do 
Judiciário), que introduziu o inciso LXXVIII ao art. 5º da Constituição 
Federal. 
A assertiva “e” está errada porque a Constituição Federal de 1988 
possui limitações circunstanciais ao poder constituinte derivado, pois o 
seu texto não poderá ser emendado na vigência de estado de sítio, 
estado de defesa e intervenção federal (CF, art. 60, § 1º). 
É verdade que a Constituição Federal não possui limitações temporais, 
mas a afirmação de que a Constituição também não possui limitações 
circunstanciais invalida a assertiva. 
 
28) (ESAF/AFRF/2000) Assinale a opção correta. 
a) A Constituição prevê expressamente a possibilidade de ser 
emendada por proposta de um determinado número de cidadãos 
(iniciativa popular). 
b) Somente em caso de urgência e relevância, é possível emendar a 
Constituição durante a vigência de intervenção federal. 
c) Não cabe sanção ou veto do Presidente da República em proposta 
de Emenda à Constituição. 
d) Emenda à Constituição não é suscetível de controle abstrato de 
normas perante o Supremo Tribunal Federal. 
e) O Presidente da República tem iniciativa reservada para a 
proposta de emenda à Constituição sobre matéria relacionada a direitos 
e deveres de servidores públicos. 
Gabarito: “c” 
A assertiva “a” está errada porque, como vimos, não há iniciativa 
popular em se tratando de proposta de emenda constitucional – PEC. A 
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iniciativa popular prevista na Constituição diz respeito à apresentação de 
projeto de lei. 
A assertiva “b” está errada porque em hipótese alguma a Constituição 
Federal poderá ser emendada na vigência de estado de sítio, estado de 
defesa e intervenção federal (CF, art. 60, § 1º). São as chamadas 
limitações circunstanciais, que não admitem nenhuma exceção para o 
caso de urgência e relevância. 
A assertiva “c” está certa, pois, de fato, as propostas de emenda 
constitucional – PEC não se sujeitam à sanção ou veto do Presidente da 
República. As emendas são diretamente promulgadas pelas Mesas da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, sem sanção do Chefe do 
Executivo (CF, art. 60, § 3º). 
A assertiva “d” está errada porque as emendas constitucionais podem 
ser objeto de controle abstrato perante o STF, por meio de ADIN, ADC 
ou ADPF. 
A assertiva “e” está errada porque, como vimos, não há iniciativa 
privativa (exclusiva ou reservada) em se tratando de proposta de 
emenda à Constituição Federal. As iniciativas privativas previstas no 
texto da Constituição Federal dizem respeito à apresentação de projeto 
de lei. 
 
29) (ESAF/AFCE/TCU/2000) Assinale a opção correta. 
a) É pacífico, entre nós, que não existem limitações implícitas ao 
poder constituinte de reforma. 
b) Uma proposta de emenda à Constituição que tenda a abolir uma 
cláusula pétrea não pode sequer ser levada à deliberação do Congresso 
Nacional. 
c) As emendas à Constituição expressam meio típico de manifestação 
do poder constituinte originário. 
d) A Constituição de 1988 contemplou ao Presidente da República a 
titularidade para promulgação das emendas Constitucionais. 
e) O poder de reforma ou de emenda é um poder ilimitado na sua 
atividade de constituinte de primeiro grau. 
Gabarito: “b” 
A assertiva “a” está errada porque a doutrina reconhece a existência de 
limitações implícitas ao poder constituinte de reforma. Em resumo, 
seriam três as limitações materiais implícitas ao poder de modificar a 
Constituição Federal de 1988: 
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i) a titularidade do poder constituinte originário (uma emenda 
constitucional não pode repassar a titularidade do poder constituinte 
originário do povo para outro órgão constituído); 
ii) o exercício do poder constituinte derivado (uma emenda 
constitucional não pode retirar do Congresso Nacional e outorgar a outro 
órgão o poder de emendar a Constituição); 
iii) o próprio procedimento de modificação da Constituição Federal (CF, 
art. 60 e art. 3º do ADCT) não pode ser prejudicado por meio de 
emenda constitucional. 
A assertiva “b” está certa porque, de fato, uma PEC que tenda a abolir 
cláusula pétrea não pode, sequer, ser levada à deliberação do 
Congresso Nacional. É o que estabelece, textualmente, o art. 60, § 4º, 
da Constituição Federal (“não será objeto de deliberação a emenda 
tendente a abolir...”). 
Não pode porque, segundo o STF, nesse caso, a mera tramitação e 
deliberação sobre a PEC já desrespeitam a Constituição Federal. 
Por esse motivo, é possível que, nesse caso, o STF seja provocado para 
fiscalizar a tramitação dessa PEC, com o fim de sustar a sua tramitação. 
Assim, iniciada a tramitação de uma PEC que desrespeita cláusula 
pétrea, um congressista poderá ajuizar um mandado de segurança 
perante o STF, com o fim de sustar o processo legislativo. 
Observe que esse controle é restrito: só um congressista poderá 
instaurá-lo (nenhuma outra pessoa poderá ter a iniciativa), somente por 
meio do mandado de segurança (não serão cabíveis outras ações, como 
a ação direta de inconstitucionalidade) e somente perante o STF (pois 
somente o STF dispõe de competência para apreciar mandado de 
segurança contra atos do Congresso Nacional, das suas Casas, das suas 
Comissões e dos seus Órgãos). 
Uma vez ajuizado o mandado de segurança pelo congressista, teremos o 
seguinte: 
i) caso o STF conceda a medida liminar, a tramitação da PEC será 
temporariamente suspensa, até que posteriormente o STF aprecie o 
mérito da ação; 
ii) caso o STF indefira a medida liminar, a PEC continuará a tramitar 
normalmente, até que o STF aprecie posteriormente o mérito da ação; 
iii) na apreciação do mérito, se o STF conceder a segurança, a PEC 
definitivamente não tramitará; caso o STF denegue a segurança, a PEC 
poderá tramitar pelas Casas do Congresso Nacional. 
Vimos que quando o STF indefere a medida liminar, a PEC continua 
tramitando normalmente nas Casas do Congresso Nacional, até que o 
STF aprecie o mérito do mandado de segurança. Entretanto, se a 
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emenda é promulgada antes do exame do mérito pelo STF, oTribunal 
não apreciará mais o mandado de segurança. O STF entende que, nessa 
hipótese, o mandado de segurança perde o seu objeto. Afinal, o objeto 
do mandado de segurança era sustar a tramitação da PEC, o que resta 
prejudicado, pois a PEC já concluiu a sua tramitação. 
A assertiva “c” está errada porque as emendas constitucionais são 
manifestação do poder constituinte derivado, e não do poder 
constituinte originário. 
A assertiva “d” está errada porque as emendas constitucionais não são 
promulgadas pelo Presidente da República, e sim pelas Mesas da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal (CF, art. 60, § 3º). 
A assertiva “e” está errada porque o poder de reforma ou de emenda é 
um poder limitado ou subordinado, sujeito a limitações 
circunstanciais, processuais e materiais previstas no art. 60 da CF/88. 
Além disso, não é um poder de primeiro grau, mas sim de segundo grau 
ou secundário. Poder constituinte de primeiro grau é o poder 
constituinte originário, competente para elaborar uma nova 
Constituição. 
 
30) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Insere-se no âmbito da 
auto-organização dos Estados-membros a decisão de permitir revisões 
periódicas da Constituição Estadual, com quorum de maioria simples. 
Item ERRADO. 
O procedimento simplificado de revisão da Constituição Federal, previsto 
no art. 3º do ADCT, não pode ser adotado pelos estados-membros para 
modificação da Constituição Estadual. Esse procedimento simplificado de 
revisão foi adotado exclusivamente para a modificação da Constituição 
Federal. 
As Constituições estaduais só podem ser modificadas pelo procedimento 
rígido de reforma, estabelecido no art. 60, § 2º, da Constituição Federal, 
isto é, por deliberação de três quintos dos membros da Assembléia 
Legislativa, em dois turnos de discussão e votação. 
Importante este aspecto: os Estados não podem estabelecer deliberação 
diferente daquela prevista na Constituição Federal para a modificação da 
Constituição Estadual; não poderão estabelecer deliberação menos 
rígida (maioria absoluta, por exemplo), nem mais rígida (quatro quintos, 
por exemplo); terão que estabelecer exatamente aquela prevista na 
Constituição Federal, isto é, deliberação de três quintos da Assembléia 
Legislativa. 
 
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31) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) A matéria constante de proposta de 
emenda à constituição rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser 
objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa, salvo se a nova 
proposta for apoiada por um número de parlamentares superior ao 
exigido para a sua aprovação. 
Item ERRADO. 
A matéria constante de PEC rejeitada ou havida por prejudicada não 
pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa em 
hipótese alguma (CF, art. 60, § 5º). 
A matéria rejeitada que poderá ser reapresentada na mesma sessão 
legislativa é aquela constante de projeto de lei, desde que haja 
solicitação de maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do 
Congresso Nacional (CF, art. 67). 
 
32) (ESAF/AFRE/RN/2005) O poder constituinte derivado pode modificar 
livremente as normas relativas ao processo legislativo das emendas 
constitucionais, uma vez que essa matéria não se inclui entre as 
cláusulas pétreas estabelecidas pela Constituição Federal de 1988. 
Item ERRADO. 
Vimos que o poder constituinte derivado não pode aprovar emendas 
prejudicando o processo de elaboração de emendas constitucionais, 
porque existe uma limitação material implícita nesse sentido. 
Qualquer emenda que introduza modificação prejudicial ao 
procedimento estabelecido no art. 60 da Constituição Federal será 
flagrantemente inconstitucional, por violar uma limitação material 
implícita (ou, como preferem alguns autores, por violar uma cláusula 
pétrea implícita). 
 
33) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) É característica do regime da 
revisão constitucional consagrada no artigo 3º do Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias: 
a) sessão bicameral. 
b) quorum de aprovação de três quintos dos votos dos parlamentares de 
cada Casa do Congresso Nacional, separadamente. 
c) iniciativa de mais da metade das Assembléias Legislativas das 
unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria 
relativa de seus membros. 
d) quorum de aprovação da maioria absoluta dos votos dos membros do 
Congresso Nacional, em sessão conjunta. 
e) cláusula pétrea da forma republicana de governo. 
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Questão ANULADA. 
Embora tenha sido anulada, essa questão da Esaf é muito útil para o 
nosso estudo. Vejamos o porquê da anulação. 
As assertivas “a”, “b” e “c” estão erradas porque se referem ao processo 
de reforma (CF, art. 60), e não ao processo de revisão constitucional 
(ADCT, art. 3º). 
A assertiva “e” está errada porque a forma republicana de governo não 
é cláusula pétrea na Constituição Federal de 1988 (essa matéria foi 
cláusula pétrea na vigência da Constituição de 1969). Na Constituição 
Federal de 1988, a forma federativa de Estado é que foi gravada como 
cláusula pétrea (CF, art. 60, § 4º, I). 
A assertiva “d” foi originariamente considerada CERTA, mas no gabarito 
definitivo a Esaf optou pela ANULAÇÃO da questão, providência 
acertada. 
Digo acertada porque na revisão constitucional o quorum de aprovação 
foi, de fato, maioria absoluta dos votos do Congresso Nacional (ADCT, 
art. 3º). Porém, essa maioria absoluta não era apurada em sessão 
conjunta, mas sim em sessão unicameral. 
Ora, sabe-se que sessão conjunta e sessão unicameral não são a 
mesma coisa. 
Vejamos a distinção entre sessão conjunta e sessão unicameral, 
levando-se em conta a atual composição das Casas do Congresso 
Nacional: Câmara - 513 deputados; Senado - 81 senadores. 
Na sessão conjunta, a discussão da matéria é em conjunto, mas a 
votação é em separado. Maioria absoluta em sessão conjunta é, pois, 
maioria absoluta apurada separadamente, entre os membros da Câmara 
dos Deputados e do Senado Federal. 
Significa dizer que para a aprovação da matéria serão necessários, no 
mínimo, 257 votos de Deputados e 41 votos de Senadores. Logo, se 513 
deputados votarem a favor, mas apenas 30 senadores votarem a favor, 
a maioria absoluta em sessão conjunta não estará alcançada (pois não 
foi obtida a maioria absoluta dentre os Senadores). 
Na sessão unicameral, como a própria denominação indica, temos o 
Congresso Nacional funcionando como uma só câmara (unicameral = 
uma só câmara). Logo, a maioria absoluta em sessão unicameral é 
apurada entre congressistas, indistintamente. 
Significa dizer que a maioria absoluta em sessão unicameral é 298 
votos, número que corresponde ao primeiro número inteiro após a 
metade do total de integrantes do Congresso Nacional [(513 + 81) / 2 = 
297]. Logo, se 300 deputados votarem a favor, e todos os senadores 
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votarem contra, a maioria absoluta em sessão unicameral estará 
alcançada. 
Como se vê, a questão devia mesmo ser anulada, pois não há assertiva 
que responda corretamente ao enunciado. 
 
34) (ESAF/MPOG/GESTOR/2000) Assinale a opção correta. 
a) A Constituição não estabelece limitações temporais nem 
circunstanciais ao poder de reforma do seu texto. 
b) Uma emenda à Constituição não pode suprimir um direito 
individual fundamental previsto pelo poder constituinte originário. 
c) Uma mesma proposta de emenda à Constituição rejeitada pelo 
Congresso Nacional pode ser reapresentada na mesma sessão 
legislativa, desde que por requerimento de mais da metade das 
Assembléias Legislativas das unidades da Federação.d) Uma emenda à Constituição não pode ser objeto de ação direta de 
inconstitucionalidade. 
e) O fato de a Constituição Federal em vigor poder ser alterada por 
um poder constituído, embora mediante um processo legislativo mais 
dificultoso e demorado do que o exigido para a elaboração de uma lei 
ordinária, define a Constituição brasileira como semi-rígida. 
Gabarito: “b” 
A assertiva “a” está errada porque a Constituição Federal de 1988 
estabelece limitações circunstanciais, haja vista que o seu texto não 
poderá ser emendado na vigência de estado de sítio, estado de defesa e 
intervenção federal (CF, art. 60, § 1º). 
A assertiva “b” está certa porque uma emenda constitucional não pode 
suprimir direitos e garantias individuais, institutos gravados como 
cláusula pétrea (CF, art. 60, § 4º, IV). 
A assertiva “c” está errada porque matéria constante de PEC rejeitada 
ou havida por prejudicada não pode ser reapresentada na mesma 
sessão legislativa em hipótese alguma (CF, art. 60, § 5º). 
A assertiva “d” está errada porque emenda à Constituição Federal pode 
ser objeto de ação direta perante o STF, caso desrespeite o art. 60 da 
Constituição Federal. 
A assertiva “e” está errada porque afirma que a nossa Constituição é do 
tipo semi-rígida, o que não é verdade. A Constituição Federal de 1988 é 
do tipo rígida, porque exige um processo especial para modificação de 
todo o seu texto, inclusive das normas constantes do ADCT. 
 
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35) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Indique entre as opções abaixo a 
única em que há afirmação destoante da jurisprudência do Supremo 
Tribunal Federal acerca dos limites constitucionais ao poder de reforma. 
a) Por não admitirem sanção ou veto presidencial, não podem as 
emendas constitucionais instituir tributo, uma vez que essa atitude 
implicaria ofensa à cláusula pétrea da separação dos Poderes. 
b) As cláusulas pétreas não inibem toda e qualquer alteração da sua 
respectiva disciplina constante das normas constitucionais originárias, 
não representando assim a intangibilidade literal destas, mas 
compreendem a garantia do núcleo essencial dos princípios e institutos 
cuja preservação nelas se protege. 
c) Os direitos e garantias individuais que representam limite ao poder de 
reforma não se encontram exclusivamente no art. 5º da Constituição 
Federal. 
d) As disposições constitucionais relativas a determinado regime de 
remuneração dos servidores públicos não podem deixar de ser 
modificadas sob o argumento de que sobre elas há direito adquirido. 
e) Não apresenta vício formal a emenda constitucional que, tendo 
recebido modificação não substancial na Casa revisora, foi promulgada 
sem nova apreciação da Casa iniciadora quanto à referida alteração. 
Gabarito: “a” 
A assertiva “a” está errada porque afirma que emenda constitucional 
não pode instituir tributos. 
Não há vedação à instituição de tributos por meio de emenda 
constitucional. Aliás, o antigo IPMF e a atual CPMF foram instituídos 
mediante emenda à Constituição. A criação da contribuição de 
iluminação publica – CIP também foi autorizada mediante emenda à 
Constituição. 
Essa, portanto, a assertiva que responde ao enunciado, pois a Esaf 
solicitou o apontamento da afirmação destoante da jurisprudência do 
Supremo Tribunal Federal. As demais assertivas, comentadas abaixo, 
estão de acordo com a jurisprudência do STF. 
A assertiva “b” está certa, pois as cláusulas pétreas, de fato, não inibem 
toda e qualquer alteração literal da sua respectiva disciplina. Matérias 
gravadas como cláusulas pétreas podem ser objeto de emenda 
constitucional. O que as cláusulas pétreas protegem é o chamado núcleo 
essencial das respectivas matérias, proibindo emendas tendentes à sua 
abolição (CF, art. 60, § 4º). 
A assertiva “c” está certa porque, segundo a jurisprudência do STF, a 
cláusula pétrea “direitos e garantias individuais” protege também outros 
direitos e garantias individuais além daqueles enumerados no art. 5º da 
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Constituição. Foi com base nesse entendimento que o STF deixou 
assente que o princípio da anterioridade tributária (CF, art. 150, III, b) é 
cláusula pétrea, por representar uma garantia individual do 
contribuinte. 
A assertiva “d” está certa porque, como já examinamos ao tratarmos 
dos direitos fundamentais, não há direito adquirido frente à mudança de 
regime jurídico estatutário dos servidores públicos. 
A assertiva “e” está certa. Sabe-se que a emenda constitucional só 
poderá ser promulgada se a matéria for aprovada, em dois turnos de 
votação, por três quintos dos membros das Casas do Congresso 
Nacional (CF, art. 60, § 2º). 
Logo, se a matéria é aprovada em dois turnos numa Casa e alterada 
substancialmente na outra, deverá retornar à Casa iniciadora para nova 
apreciação. 
Porém, segundo o STF, só há necessidade de retorno à Casa iniciadora 
se houver alteração substancial na segunda Casa Legislativa. Se a 
modificação for não-substancial (uma mera adequação de redação, 
por exemplo), não há necessidade de retorno à Casa iniciadora, 
podendo a matéria ser promulgada. 
Evidentemente, não há uma conceituação objetiva para o que seja 
“alteração substancial”. A eventual controvérsia sobre ter havido ou não 
“alteração substancial” na matéria ficará sujeita à apreciação do Poder 
Judiciário, diante de cada situação concreta. 
 
36) (CESPE/TÉCNICO/GDF/2004) Seria lícito que o Congresso Nacional 
aprovasse emenda à Constituição da República tornando facultativo o 
voto. 
Item CERTO. 
A Constituição Federal gravou o direito ao voto como cláusula pétrea, ao 
determinar que não será objeto de deliberação a emenda tendente a 
abolir o voto direto, secreto, universal e periódico (CF, art. 60, § 4º, II). 
Por sua vez, o voto é um dever fundamental, obrigatório para os 
maiores entre dezoito e setenta anos, nos termos do art. 14, § 1º, da 
Constituição Federal. 
Poderia, então, uma emenda constitucional suprimir a obrigação de 
votar? 
A resposta é afirmativa, pelas razões a seguir expostas. 
A supressão da obrigação de votar não tenderia à abolição do voto. O 
direito de votar permaneceria em sua totalidade, sem nenhum prejuízo 
ao eleitor (o eleitor, apenas, não estaria mais obrigado a votar!). 
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Ademais, a Constituição Federal gravou como cláusula pétrea os 
“direitos e garantias individuais”, e não os deveres fundamentais, como 
é o caso do dever fundamental de votar. 
Portanto, nada impede que uma emenda constitucional suprima a 
obrigatoriedade de votar. 
 
37) (CESPE/AUDITOR/TCU/2004) Em um país da América do Sul, foi 
eleita pelo voto direto uma Assembléia Nacional Constituinte (ANC), com 
o objetivo de elaborar um novo texto constitucional. Nessa situação, a 
ANC é dotada de poder constituinte decorrente, pois esse poder decorre 
da delegação popular. 
Item ERRADO. 
O poder de elaborar uma nova Constituição é o poder constituinte 
originário, e não o poder constituinte decorrente. 
No Brasil, o poder constituinte decorrente é o poder outorgado aos 
estados-membros para a elaboração de suas Constituições estaduais. 
 
38) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004-MODIFICADA) Assinale a opção 
correta. 
a) Emenda à Constituição não pode abolir o dever fundamental de votar. 
b) Os Estados-membros não têm qualquer participação ou iniciativa, 
direta ou indireta, no processo de Emenda da Constituição Federal. 
c) Suponha que uma emenda à Constituição resolva permitir a criação 
de um novo tributo, não previsto na Lei Maior, afastando, com relação

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