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Poder Constituinte - Direito Constitucional em questões

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CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 1
AULA 6: PODER CONSTITUINTE 
 
Na aula de hoje, trataremos do assunto “poder constituinte”. 
Em verdade, se comparado a outros tópicos do Direito Constitucional 
tratados neste curso on-line, esse assunto não é dos mais cobrados em 
concursos. Entretanto, esse assunto assume ímpar relevância para o 
entendimento de outros tópicos que estudaremos adiante, tais como 
reforma da Constituição e controle de constitucionalidade das leis. 
De fato, não há como entender, por exemplo, como uma emenda à 
Constituição pode ser declarada inconstitucional sem se ter, 
previamente, uma boa noção sobre a distinção entre poder constituinte 
originário e poder constituinte derivado. De igual forma, não há como se 
entender as chamadas “cláusulas pétreas implícitas” sem essa mesma 
noção sobre o poder constituinte – e assim por diante. 
Portanto, embora esta aula não apresente tantos exercícios quanto 
outras deste curso on-line (em razão da inexistência de muitos 
exercícios sobre o assunto), considero-a tão importante quanto qualquer 
outra aula – pois, como dito, serão nela apresentados conceitos e 
noções indispensáveis ao estudo de outros tópicos do Direito 
Constitucional, que veremos adiante. 
Antes de adentrarmos nos comentários aos exercícios, farei uma breve 
revisão sobre poder constituinte. Nessa breve revisão, serei forçado a 
abordar alguns fatos históricos, destacando o pensamento do abade 
francês Emmanuel Sieyès (faço essa ressalva porque sei que, de regra, 
concursando tem pavor a elemento histórico, mas é que esses aspectos, 
de vem em quando, são cobrados em concurso!). 
A teoria do poder constituinte, como hoje estudada, resultou do 
pensamento do abade francês Emmanuel Sieyès, no período da 
Revolução Francesa, em sua obra “Qu’est-ce que le Tiers État?” (“Que é 
o Terceiro Estado?”). 
No período anterior à revolução francesa, o exercício do poder pelas 
monarquias européias era justificado pelo Direito divino e pela 
hereditariedade. Pelo Direito divino, afirmava-se que Deus era o 
titular do poder e o exercia por meio de seu representante na terra (rei 
ou monarca). Pela hereditariedade, justificava-se a transmissão do 
exercício do poder aos sucessores de sangue do rei ou monarca. 
Com a decadência das monarquias e a ascensão da burguesia, a idéia 
do Direito divino e da hereditariedade é superada, surgindo, então, a 
necessidade de se desenvolver novos fundamentos para o exercício do 
poder burguês. Foi nesse momento, então, que assumiu relevância o 
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
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pensamento de Sieyès, com a teoria do poder constituinte. Pela teoria 
de Sieyès, o titular do poder deixa de ser Deus (representado pelo 
monarca) e passa a ser a nação, e o fundamento para o exercício desse 
poder deixa de ser a vontade divina, passando a ser a razão humana. 
Inicialmente, portanto, pelo pensamento de Sieyès, o titular do poder 
era a nação, que o exerceria por meio de representantes eleitos, 
encarregados de elaborar a Constituição. Enfim, a titularidade do poder 
pertencia à nação, mas esta não exerceria esse poder diretamente, e 
sim por meio de representantes eleitos (sistema representativo). 
Feito esse breve relato histórico, veremos a seguir como, hoje, é 
estudada a teoria do poder constituinte. Perceberemos, facilmente, que 
a essência do pensamento de Sieyès continua viva, mas alguns aspectos 
de sua teoria foram redefinidos. 
 
1) CONCEITO 
O poder constituinte é o poder de elaborar normas constitucionais. 
 
2) TITULARIDADE 
A titularidade do poder constituinte pertence ao povo. A idéia inicial de 
Sieyès, de que a titularidade do poder constituinte pertenceria à nação, 
foi superada. 
 
3) ESPÉCIES 
O poder constituinte é tradicionalmente classificado em: originário e 
derivado. 
 
3.1) PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO 
O poder constituinte originário (primário, principal, inaugural, inicial, ou 
de primeiro grau) é o poder de elaborar a Constituição. 
3.1.1) NATUREZA 
É um poder político, extrajurídico (e não jurídico). Não é um poder 
jurídico porque é ele o critério jurídico inicial do Estado, isto é, é com 
base nele que serão elaboradas as demais normas jurídicas. 
3.1.2) MANIFESTAÇÃO / EXERCÍCIO 
O poder constituinte originário manifesta-se em dois momentos 
distintos: na formação de um novo Estado (quando é elaborada a 
primeira Constituição), ou, em um Estado já existente, quando ocorre 
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uma ruptura da ordem jurídica, sendo uma Constituição substituída por 
outra nova. 
O poder constituinte ora se manifesta de forma democrática, ora se 
manifesta de forma antidemocrática. Na primeira hipótese, temos o 
chamado poder constituinte legítimo, enquanto na segunda temos o 
poder constituinte usurpado. 
Em face dessa realidade, temos: 
a) poder constituinte usurpado, quando o poder do povo é usurpado por 
algum agente revolucionário, que elabora unilateralmente uma 
Constituição e a impõe ao povo (Constituição outorgada); 
b) poder constituinte legítimo, quando a Constituição é elaborada com a 
participação popular, mediante democracia direta (o povo, diretamente, 
aprova a Constituição, por plebiscito ou referendo), democracia 
representativa (o povo elege seus representantes, que elaboram a 
Constituição) ou democracia mista (quando os representantes do povo 
elaboram a Constituição e o texto final é submetido à aprovação do 
povo, mediante referendo). 
3.1.3) CARACTERÍSTICAS 
O poder constituinte originário tem por características ser um poder 
inicial, autônomo, incondicionado e permanente. 
É um poder inicial porque a sua obra, que é a Constituição, é a base da 
ordem jurídica. 
É um poder autônomo ou ilimitado porque não está limitado pelo 
direito anterior, isto é, não tem que respeitar os limites estabelecidos 
pelo direito positivo antecessor. 
É incondicionado porque não está sujeito a qualquer forma prefixada 
para manifestar sua vontade. Enfim, o poder constituinte originário não 
tem que obedecer a qualquer forma ou procedimento pré-determinado 
para realizar a sua obra de elaboração de uma nova Constituição. 
É permanente porque não desaparece, não se esgota com a realização 
de sua obra, isto é, com a elaboração da nova Constituição. Elaborada a 
nova Constituição, o poder constituinte permanece latente, podendo 
manifestar-se posteriormente, mediante uma nova Assembléia 
Constituinte ou um novo ato revolucionário. 
Cuidado! É importante você memorizar bem esses conceitos, pois as 
bancas examinadoras, especialmente a Esaf, têm confundido muito os 
candidatos em suas provas. Enfim, a Esaf tem misturado esses 
conceitos em prova, afirmando, por exemplo, que o poder constituinte 
originário é autônomo, porque não está sujeito a qualquer forma 
prefixada para sua manifestação (esta afirmação está errada, pois, 
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como vimos acima, esse conceito se refere ao fato de ser o poder 
constituinte incondicionado!). 
 
3.2) PODER CONSTITUINTE DERIVADO 
O poder constituinte derivado (secundário, instituído, constituído, ou de 
segundo grau) está previsto no texto da própria Constituição, resultando 
da vontade do poder constituinte originário. Vale dizer, ele é “derivado” 
do poder constituinte originário, pois foi criado por esse poder. 
3.2.1) NATUREZA 
É um poder jurídico (ao contrário do originário, que é político), pois 
integra o direito positivo, isto é, está presente no texto da própria 
Constituição. 
3.2.2)CARACTERÍSTICAS 
O poder constituinte derivado tem por características ser um poder 
derivado, subordinado e condicionado. 
É derivado porque retira sua força do poder constituinte originário. 
É subordinado porque se encontra limitado pelas normas expressas e 
implícitas presentes na Constituição Federal, normas essas que não 
poderá contrariar, sob pena de inconstitucionalidade de sua conduta. 
A doutrina classifica as limitações que podem ser impostas ao poder 
constituinte derivado, ao modificar o texto da Constituição, em quatro 
grupos, a saber: 
a) temporais - quando a Constituição estabelece um período 
durante o qual o seu texto não pode ser modificado (não tivemos 
limitações desta natureza na Constituição Federal de 1988); 
b) circunstanciais - quando a Constituição veda a sua modificação 
durante certas circunstâncias excepcionais, de conturbação da vida 
do Estado (a Constituição Federal de 1988 prevê limitações 
circunstanciais, ao proibir a aprovação de emendas durante a 
vigência de estado de defesa, estado de sítio e intervenção federal – 
art. 60, § 1º); 
c) processuais ou formais - quando a Constituição estabelece 
certas exigências no processo legislativo de aprovação de sua 
modificação, tornando este mais difícil do que aquele estabelecido 
para a elaboração das demais leis do ordenamento (na Constituição 
Federal de 1988, estão presentes no art. 60, incisos I, II e III e §§ 
2º, 3º e 5º); 
d) materiais - quando a Constituição enumera certas matérias que 
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não poderão ser abolidas do seu texto pelo reformador. 
Na Constituição Federal de 1988, temos limitações materiais 
expressas ou explícitas e limitações materiais implícitas ou 
tácitas. 
As limitações materiais expressas ou explícitas estão previstas no 
§ 4º do art. 60 da Constituição, e são as chamadas “cláusulas 
pétreas expressas”. 
As limitações materiais implícitas ou tácitas são aquelas que 
impedem a alteração da titularidade do poder constituinte originário, 
a alteração da titularidade do poder constituinte derivado e 
alterações prejudiciais ao procedimento estabelecido na Constituição 
para a modificação do seu texto. 
É condicionado porque seu exercício deve obedecer fielmente às 
regras previamente estabelecidas no texto da Constituição Federal. 
Não aprofundaremos, aqui, o estudo e a exemplificação dessas 
limitações ao poder constituinte derivado porque esse assunto será 
detalhadamente examinado na aula sobre “Modificação da Constituição 
de 1988”. 
Novamente, reafirmo o meu conselho: memorize bem todas essas 
características, pois elas poderão estar presentes na sua prova, com 
esses conceitos trocados pela banca examinadora! 
3.2.3) ESPÉCIES 
O poder constituinte derivado subdivide-se em: poder constituinte 
reformador e poder constituinte decorrente. 
O poder constituinte derivado reformador é o competente para 
modificar o texto da Constituição Federal, respeitando-se o regramento 
estabelecido pela própria Constituição. Na Constituição Federal de 1988, 
é exercido pelo Congresso Nacional, na forma do artigo 60 da 
Constituição (processo de reforma ou emenda) e do art. 3º do Ato das 
Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT (processo de revisão 
constitucional). 
Não estudaremos, aqui, os detalhes desses dois procedimentos de 
modificação da Constituição, pois eles serão oportunamente examinados 
em momento posterior, em aula específica sobre a modificação da 
Constituição de 1988. 
O poder constituinte derivado decorrente é a competência que têm 
os estados-membros, em virtude de sua autonomia político-
administrativa, de elaborar suas próprias Constituições. 
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Bem, relembradas essas noções sobre o poder constituinte, passemos 
ao exame dos exercícios. 
 
1) (ESAF/AFRF/2005) Sobre o poder constituinte, marque a única opção 
correta. 
a) A impossibilidade de alteração da sua própria titularidade é uma 
limitação material implícita do poder constituinte derivado. 
b) A existência de cláusulas pétreas, na Constituição brasileira de 1988, 
está relacionada com a característica de condicionado do poder 
constituinte derivado. 
c) Como a titularidade da soberania se confunde com a titularidade do 
poder constituinte, no caso brasileiro, a titularidade do poder 
constituinte originário é do Estado, uma vez que a soberania é um dos 
fundamentos da República Federativa do Brasil. 
d) A impossibilidade de a Constituição Federal ser emendada na vigência 
de estado de defesa se constitui em uma limitação material explícita ao 
poder constituinte derivado. 
e) O poder constituinte originário é inicial porque não sofre restrição de 
nenhuma limitação imposta por norma de direito positivo anterior. 
Gabarito: “a” 
A assertiva “a” está certa, porque, de fato, a titularidade do poder 
constituinte derivado não pode ser por ele alterada. Vimos que o poder 
constituinte derivado reformador é o poder de modificar a Constituição 
Federal, mediante a aprovação de emendas constitucionais. Esse poder, 
de titularidade do povo, é exercido, mediante representação, pelo 
Congresso Nacional. Pois bem, embora não haja proibição expressa na 
Constituição, o fato é que o Congresso Nacional não pode alterar essa 
sua titularidade, transferindo a função de modificar a Constituição 
Federal para outro órgão do Estado. A aprovação de emenda com esse 
intuito – isto é, de outorgar a outro órgão a competência para aprovar 
futuras emendas à Constituição – será flagrantemente inconstitucional, 
por violar essa limitação material implícita ao poder constituinte 
derivado. 
Veja que essa limitação material é denominada “implícita” porque ela 
não consta, expressamente, do texto da Constituição. Enfim, não existe 
no texto da Constituição uma proibição do tipo: “o Congresso Nacional 
não poderá transferir a sua competência de modificar a Constituição 
para outro órgão do Estado”. Se essa proibição existisse expressamente 
no texto da Constituição, estaríamos diante de uma limitação material 
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expressa; mas, como essa vedação não consta expressamente do texto 
da Constituição, estamos diante de uma limitação material implícita. 
A assertiva “b” está errada porque a característica de condicionado do 
poder constituinte derivado não está relacionada com a existência de 
cláusulas pétreas, mas sim com o fato de que o seu exercício deve 
obedecer fielmente às regras previamente estabelecidas no texto da 
Constituição Federal (aprovação da emenda em dois turnos de votação 
nas Casas do Congresso Nacional, por maioria qualificada de três 
quintos dos seus membros etc.). 
A assertiva “c” está errada porque, como vimos, a titularidade do poder 
constituinte pertence ao povo, e não ao Estado. 
A assertiva “d” está errada porque a impossibilidade de a Constituição 
Federal ser emendada na vigência de estado de defesa se constitui em 
uma limitação circunstancial ao poder constituinte derivado, prevista 
no art. 60, § 1º, da Constituição. 
A assertiva “e” está errada porque o poder constituinte é inicial porque 
a sua obra (a Constituição) representa a base da ordem jurídica, isto é, 
o início de uma nova ordem jurídica. O fato de o poder constituinte 
originário não sofrer restrição de nenhuma limitação imposta por norma 
de direito positivo anterior está relacionado com a sua característica de 
ilimitado ou autônomo (e não com o fato de ser ele inicial). 
 
2) (CESPE/JUIZ SUBSTITUTO/TJ - BA/2005) Dos pontos de vista 
sociológico, político e econômico, é certo que o poder constituinteoriginário não tem liberdade total para moldar, a seu talante, a nova 
constituição de um país, porquanto está sujeito a limitações variadas. 
Do ponto de vista estritamente jurídico, todavia, prevalece o 
entendimento de que não há limitações, no plano interno, àquele poder. 
Item CERTO. 
De fato, há autores que apontam limites sociológicos, políticos e de 
natureza econômica ao poder constituinte originário. Porém, como no 
Brasil adota-se a corrente normativo-positiva, podemos afirmar que o 
poder constituinte originário é ilimitado, não encontrando nenhum limite 
à sua atuação. Esse é o entendimento perfilhado pelo Supremo Tribunal 
Federal e, portanto, é ele que você deverá adotar na prova, seja de qual 
banca examinadora for. 
 
3) (CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2006) O poder constituinte 
derivado decorrente abrange os estados, para elaborarem suas 
constituições, e os municípios, para elaborarem suas leis orgânicas. 
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Item ERRADO. 
Vimos que o poder constituinte derivado decorrente é aquele outorgado 
aos estados-membros para elaborar suas próprias Constituições. 
Muito se discute se o poder constituinte derivado decorrente alcançaria, 
também, o Distrito Federal e os municípios, no tocante à elaboração de 
suas leis orgânicas. Embora não haja consenso doutrinário a respeito, 
parece-me que o entendimento dominante é no sentido de que o poder 
constituinte derivado decorrente alcança o Distrito Federal (no tocante à 
competência para elaborar a sua lei orgânica, pois esta se equipara 
hierarquicamente à Constituição Estadual), mas não alcançaria os 
Municípios. 
De qualquer forma, essa foi a linha perseguida pelo Cespe/Unb nessa 
assertiva, isto é, de que o poder constituinte derivado decorrente não 
alcança os Municípios. 
 
4) (ESAF/MPOG/ENAP/ADMINISTRADOR/2006) O poder constituinte 
derivado, no caso brasileiro, possui como uma das suas limitações a 
impossibilidade de promoção de alteração da titularidade do poder 
constituinte originário. 
Item CERTO. 
Como vimos, uma das limitações materiais implícitas ao poder 
constituinte derivado é impossibilidade de alteração da sua própria 
titularidade e, também, da titularidade do poder constituinte originário 
(que é do povo). 
Na prática, significa que o Congresso Nacional não pode aprovar uma 
emenda constitucional outorgando a outro órgão de Estado a 
competência para a elaboração de uma nova Constituição (pois isso 
implicaria alteração da titularidade do poder constituinte originário), 
nem para a elaboração de emendas à Constituição Federal de 1988 
(pois isso implicaria alteração da titularidade do poder constituinte 
derivado). 
 
5) (ESAF/Analista de Controle Externo/TCU/2006) Para o positivismo 
jurídico, o poder constituinte originário tem natureza jurídica, sendo um 
poder de direito, uma vez que traz em si o gérmen da ordem jurídica. 
Item ERRADO. 
O poder constituinte originário tem natureza política, não-jurídica, 
devido à sua natureza inicial, de ser anterior ao próprio Direito do 
Estado. 
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O poder constituinte derivado é que possui natureza jurídica, pois está 
positivado no texto da própria Constituição. 
 
6) (ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2006) Consolidou-se o 
entendimento de que é possível invocar direito adquirido em face de 
decisão do poder constituinte originário. 
Item ERRADO. 
Não há direito adquirido frente ao poder constituinte originário, isto é, 
não há direito adquirido frente a uma nova Constituição. Como vimos, o 
poder constituinte originário é ilimitado ou autônomo, não se sujeitando 
a nenhum limite estabelecido pelo direito anterior. Logo, não impede 
que ele afaste direito adquirido na vigência de Constituição pretérita. 
 
7) (ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2006) Do poder constituinte 
dos Estados-membros é possível dizer que é inicial, limitado e 
condicionado. 
Item ERRADO. 
O poder constituinte derivado decorrente, conferido aos estados-
membros para a elaboração de suas Constituições, é um poder 
derivado, limitado, condicionado e subordinado. 
 
8) (FCC/RF 5ª Região/Juiz Substituto/2001) A origem da idéia de Poder 
Constituinte e a conseqüente distinção entre poder constituinte e 
poderes constituídos é atribuída a 
a) Siéyès, na obra "Que é o Terceiro Estado?". 
b) Rousseau, na obra "O contrato social". 
c) Ferdinand Lassale, na obra "Essência da Constituição – Que é uma 
Constituição?". 
d) Carl Schmitt, na obra "Teoria da Constituição". 
e) Montesquieu, na obra "O Espírito das Leis". 
Gabarito: “a” 
Conforme vimos, na introdução desta aula, a teoria do poder 
constituinte foi desenvolvida pelo abade francês Emmanuel Sieyès, na 
obra “Qu’est-ce que le Tiers État?” (“Que é o Terceiro Estado?”). 
 
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9) (FCC/AUDITOR-FISCAL/TCE-PIAUÍ) A obrigatória aprovação, por 
referendo popular, de uma Constituição elaborada por uma assembléia 
constituinte, caracteriza o procedimento constituinte chamado de 
a) essencialmente direto. 
b) indireto. 
c) necessariamente federal. 
d) misto. 
e) essencialmente representativo. 
Gabarito: “d” 
O exercício do poder constituinte originário mediante a elaboração de 
uma Constituição pelos representantes do povo e, posteriormente, a 
submissão do texto elaborado a referendo do povo caracteriza a 
democracia mista. 
 
10) (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 23ª 
REGIÃO/2004) Dentre outras, é considerada característica do Poder 
Constituinte originário e derivado, respectivamente, ser 
a) decorrente e autônomo. 
b) condicionado e decorrente. 
c) reformador e incondicionado. 
d) inicial e ilimitado. 
e) autônomo e subordinado. 
Gabarito: “e” 
Como vimos, o poder constituinte originário caracteriza-se por ser um 
poder inicial, autônomo, incondicionado e permanente. Por sua vez, o 
poder constituinte derivado caracteriza-se por ser um poder derivado, 
condicionado e subordinado. 
Portanto, a assertiva “e” complementa corretamente o enunciado. 
 
11) (FCC/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO/TCE – MG/2007) O 
Poder Constituinte originário e o derivado têm, respectivamente, como 
característica, dentre outras, ser 
a) condicionado e incondicionado. 
b) autônomo e subordinado. 
c) ilimitado e inicial. 
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d) subordinado e condicionado. 
e) limitado e autônomo. 
Gabarito: “b” 
Embora cobrada em concurso diverso, essa questão da FCC é idêntica à 
questão anterior, já comentada. 
 
12) (CESPE/PROCURADOR/MINISTÉRIO PÚBLICO – TO/2006) Uma das 
funções precípuas de uma constituição é a limitação do exercício do 
poder, a fim de evitar abusos contra as garantias fundamentais e 
desrespeito a elas. Nessa perspectiva, e também por força da 
supremacia das normas constitucionais, o exercício do poder 
constituinte, originário ou derivado, deve pautar-se pelos limites 
impostos no texto constitucional. 
Item ERRADO. 
O exercício do poder constituinte derivado deve, de fato, pautar-se pelos 
limites impostos no texto constitucional, isto é, no exercício do poder 
constituinte derivado, de emendar a Constituição, o Congresso Nacional 
deve obedecer fielmente o regramento e os limites estabelecidos na 
Constituição Federal. 
Entretanto, o mesmo não se aplica ao poder constituinte originário, pois 
este não encontra limites no texto constitucional. Ao contrário, vimos 
que o poder constituinte originário é incondicionado,isto é, não está 
sujeito a qualquer forma prefixada para manifestar sua vontade. Enfim, 
o poder constituinte originário não tem que obedecer a qualquer forma 
ou procedimento pré-determinado para realizar a sua obra de elaborar 
uma nova Constituição. 
 
13) (FCC/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO/TCE – MG/2007) Não 
obstante o poder constituído derive do povo, o exercício daquele esbarra 
não apenas em limitações explicitamente contidas na Constituição da 
República, mas também em limitações implícitas. 
Item CERTO. 
Embora o poder constituinte constituído derive do povo (haja vista ser 
ele criado pelo poder constituinte originário, cuja titularidade pertence 
ao povo), vimos que o seu exercício está sujeito a limitações 
expressamente previstas na Constituição (circunstanciais, processuais e 
materiais expressas) e, também, a limitações materiais implícitas. 
Como afirmado antes, nesta aula não seriam comentados muitos 
exercícios, em razão de os concursos recentes não terem cobrado muito 
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esse assunto. De qualquer forma, volto a afirmar: é importantíssimo 
que você tenha uma boa noção sobre a teoria do poder constituinte para 
a compreensão de outros assuntos que estudaremos em aulas futuras, 
especialmente “modificação da Constituição” e “controle de 
constitucionalidade das leis”. 
Um forte abraço – e bons estudos! 
Vicente Paulo 
 
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LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA 
 
1) (ESAF/AFRF/2005) Sobre o poder constituinte, marque a única opção 
correta. 
a) A impossibilidade de alteração da sua própria titularidade é uma 
limitação material implícita do poder constituinte derivado. 
b) A existência de cláusulas pétreas, na Constituição brasileira de 1988, 
está relacionada com a característica de condicionado do poder 
constituinte derivado. 
c) Como a titularidade da soberania se confunde com a titularidade do 
poder constituinte, no caso brasileiro, a titularidade do poder 
constituinte originário é do Estado, uma vez que a soberania é um dos 
fundamentos da República Federativa do Brasil. 
d) A impossibilidade de a Constituição Federal ser emendada na vigência 
de estado de defesa se constitui em uma limitação material explícita ao 
poder constituinte derivado. 
e) O poder constituinte originário é inicial porque não sofre restrição de 
nenhuma limitação imposta por norma de direito positivo anterior. 
 
2) (CESPE/JUIZ SUBSTITUTO/TJ - BA/2005) Dos pontos de vista 
sociológico, político e econômico, é certo que o poder constituinte 
originário não tem liberdade total para moldar, a seu talante, a nova 
constituição de um país, porquanto está sujeito a limitações variadas. 
Do ponto de vista estritamente jurídico, todavia, prevalece o 
entendimento de que não há limitações, no plano interno, àquele poder. 
 
3) (CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2006) O poder constituinte 
derivado decorrente abrange os estados, para elaborarem suas 
constituições, e os municípios, para elaborarem suas leis orgânicas. 
 
4) (ESAF/MPOG/ENAP/ADMINISTRADOR/2006) O poder constituinte 
derivado, no caso brasileiro, possui como uma das suas limitações a 
impossibilidade de promoção de alteração da titularidade do poder 
constituinte originário. 
 
5) (ESAF/Analista de Controle Externo/TCU/2006) Para o positivismo 
jurídico, o poder constituinte originário tem natureza jurídica, sendo um 
poder de direito, uma vez que traz em si o gérmen da ordem jurídica. 
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6) (ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2006) Consolidou-se o 
entendimento de que é possível invocar direito adquirido em face de 
decisão do poder constituinte originário. 
 
7) (ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2006) Do poder constituinte 
dos Estados-membros é possível dizer que é inicial, limitado e 
condicionado. 
 
8) (FCC/RF 5ª Região/Juiz Substituto/2001) A origem da idéia de Poder 
Constituinte e a conseqüente distinção entre poder constituinte e 
poderes constituídos é atribuída a 
a) Siéyès, na obra "Que é o Terceiro Estado?". 
b) Rousseau, na obra "O contrato social". 
c) Ferdinand Lassale, na obra "Essência da Constituição – Que é uma 
Constituição?". 
d) Carl Schmitt, na obra "Teoria da Constituição". 
e) Montesquieu, na obra "O Espírito das Leis". 
 
9) (FCC/AUDITOR-FISCAL/TCE-PIAUÍ) A obrigatória aprovação, por 
referendo popular, de uma Constituição elaborada por uma assembléia 
constituinte, caracteriza o procedimento constituinte chamado de 
a) essencialmente direto. 
b) indireto. 
c) necessariamente federal. 
d) misto. 
e) essencialmente representativo. 
 
10) (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 23ª 
REGIÃO/2004) Dentre outras, é considerada característica do Poder 
Constituinte originário e derivado, respectivamente, ser 
a) decorrente e autônomo. 
b) condicionado e decorrente. 
c) reformador e incondicionado. 
d) inicial e ilimitado. 
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e) autônomo e subordinado. 
 
11) (FCC/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO/TCE – MG/2007) O 
Poder Constituinte originário e o derivado têm, respectivamente, como 
característica, dentre outras, ser 
a) condicionado e incondicionado. 
b) autônomo e subordinado. 
c) ilimitado e inicial. 
d) subordinado e condicionado. 
e) limitado e autônomo. 
 
12) (CESPE/PROCURADOR/MINISTÉRIO PÚBLICO – TO/2006) Uma das 
funções precípuas de uma constituição é a limitação do exercício do 
poder, a fim de evitar abusos contra as garantias fundamentais e 
desrespeito a elas. Nessa perspectiva, e também por força da 
supremacia das normas constitucionais, o exercício do poder 
constituinte, originário ou derivado, deve pautar-se pelos limites 
impostos no texto constitucional. 
 
13) (FCC/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO/TCE – MG/2007) Não 
obstante o poder constituído derive do povo, o exercício daquele esbarra 
não apenas em limitações explicitamente contidas na Constituição da 
República, mas também em limitações implícitas. 
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GABARITO 
 
1) A 
2) C 
3) E 
4) C 
5) E 
6) E 
7) E 
8) A 
9) D 
10) E 
11) B 
12) E 
13) C

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