Buscar

Processo Legislativo - Direito Constitucional em questões

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 76 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 76 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 76 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
AULA 14: PROCESSO LEGISLATIVO DAS LEIS 
 
Revisaremos, hoje, o processo legislativo de elaboração das leis 
ordinárias e complementares, por meio de comentários a exercícios que 
tratam das diferentes fases desse procedimento (iniciativa, discussão e 
votação, sanção, veto etc.). 
Paralelamente, revisaremos, também, a relação hierárquica entre as 
diferentes espécies normativas que integram o nosso ordenamento 
jurídico, desde as normas constitucionais originárias até os atos 
administrativos, como os decretos do chefe do Executivo. 
Eu aprecio muito ministrar aulas sobre processo legislativo (tenho até 
um livro publicado só sobre esse assunto em co-autoria com o Prof. 
Marcelo Alexandrino - “Processo Legislativo”, Editora Impetus) e, 
justamente por isso, corro sempre o risco de exagerar nos comentários! 
Por isso, tentarei ser o mais conciso possível, enfatizando somente 
aqueles detalhes que têm sido mais cobrados pelas bancas 
examinadoras. 
Vamos, então, revisar esse assunto apaixonante! 
 
1) (FCC/PROCURADOR DO MUNICÍPIO 2ª CLASSE/PREFEITURA DE 
SALVADOR/2006) O veto do Presidente da República a projeto de lei 
a) não pode ser parcial. 
b) não pode ser tácito. 
c) deve ser apreciado, em sessão conjunta, pelos Deputados e 
Senadores, em votação aberta. 
d) se não mantido pelo Congresso Nacional, leva a que o projeto de lei 
seja promulgado pelo Presidente do Senado Federal. 
e) não pode ser político, admitindo-se apenas o veto jurídico. 
Gabarito: “b” 
O veto é a manifestação de discordância do Chefe do Executivo com o 
projeto de lei aprovado pelo Poder Legislativo. É o poder 
constitucionalmente outorgado ao Chefe do Executivo para recusar 
sanção a projeto de lei já aprovado pelo Legislativo. 
A Constituição Federal dispõe que, se o Presidente da República 
considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário 
ao interesse público, vetá-lo-á, total ou parcialmente (CF, art. 66, § 1º). 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 1
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
Assim, pode-se concluir que a assertiva “a” está errada, pois o veto do 
Presidente da República poderá sim ser parcial, desde que abranja texto 
integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea (art. 66, § 2º). 
A assertiva “b” está certa, pois, de fato, não existe, entre nós, veto 
tácito, por decurso de prazo. O veto é sempre ato expresso, devendo 
resultar de uma manifestação explícita do Presidente da República. 
Afinal, o silêncio do Chefe do Executivo, durante o prazo assinalado para 
o veto, implica sanção tácita do projeto de lei (CF, art. 66, § 3º). 
A assertiva “c” está errada porque a apreciação do veto deverá ser em 
sessão conjunta e voto secreto, e não em votação aberta (art. 66, § 
4º). 
A assertiva “d” está errada porque, no caso de rejeição do veto, a 
prioridade para a promulgação da matéria é do Presidente da República, 
que terá o prazo de 48 (quarenta e oito horas) para fazê-lo. Apenas se o 
Presidente da República não o fizer nesse prazo, é que nasce a 
competência do Presidente do Senado, que, igualmente, terá o prazo de 
48 horas para a promulgação. Se este também não o fizer, caberá ao 
Vice-Presidente do Senado Federal fazê-lo (art. 66, § 7º). 
A assertiva “e” está errada porque o veto do Presidente da República 
poderá ser político ou jurídico. Será político, quando fundamentado na 
motivação “contrário ao interesse público”; será jurídico, quando 
fundamentado na “inconstitucionalidade” do projeto (art. 66, § 1º). 
 
2) (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT-
RN/2003) O Presidente da República vetou integralmente, por contrário 
ao interesse público, um projeto aprovado pelo Congresso Nacional. 
Este, examinando as razões do veto, rejeitou-o, devolvendo o projeto 
para a promulgação do Presidente da República. Decorrido o prazo, sem 
qualquer providência do Chefe do Poder Executivo, a lei será 
promulgada pelo 
a) Presidente da Câmara dos Deputados. 
b) Presidente do Senado Federal. 
c) Presidente do Supremo Tribunal Federal. 
d) Vice-Presidente da República. 
e) Procurador Geral da República. 
Resposta: “b” 
Vamos revisar um pouco de processo legislativo de elaboração das leis. 
Determina a Constituição, em seu artigo 66, que a Casa na qual tenha 
sido concluída a votação (Câmara dos Deputados ou Senado Federal) 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 2
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
enviará o projeto de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o 
sancionará. 
Entretanto, se o Presidente da República considerar o projeto, no todo 
ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-
á, total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da 
data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao 
Presidente do Senado Federal os motivos do veto. 
Uma vez encaminhado ao Legislativo, o veto será apreciado em sessão 
conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo 
ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, 
em escrutínio secreto. 
Ao final da apreciação do veto pelo Congresso Nacional, teremos o 
seguinte: 
a) caso o veto seja mantido, o projeto será arquivado e a respectiva 
matéria somente poderá constituir novo projeto, na mesma sessão 
legislativa, se houver solicitação da maioria absoluta de uma das Casas 
do Congresso Nacional (CF, art. 67); 
b) se o veto for rejeitado pelo Congresso Nacional, a matéria será 
encaminhada ao Presidente da República para promulgação. 
Recebida a matéria, o Presidente da República terá o prazo de quarenta 
e oito horas para promulgá-la. Entretanto, se a lei não for promulgada 
dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da República, o 
Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual 
prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo (CF, art. 66, § 7º). 
Está correta, portanto, a assertiva “b”, pois, diante a omissão do 
Presidente da República, a competência para a promulgação pertence ao 
Presidente do Senado Federal. 
Cuidado com esse detalhe! Há uma tendência de o candidato pensar 
que, nas hipóteses de “rejeição do veto” e “sanção tácita do projeto, em 
razão do silêncio do Presidente da República”, a competência para a 
promulgação é, diretamente, do Presidente do Senado Federal. Isso 
não é verdade. Nessas duas hipóteses, a prioridade para a promulgação 
pertence ao Presidente da República, que terá o prazo de 48 (quarenta e 
oito) horas para fazê-lo. A competência do Presidente do Senado 
Federal somente nascerá se esse prazo de 48 (quarenta e oito) horas 
esgotar-se sem a manifestação do Presidente da República. Essa regra 
consta expressamente do § 7º do art. 66 da Constituição Federal. 
 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 3
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
3) (FCC/ ANALISTA – ÁREA CONTROLE INTERNO/MPU/2007) É certo que 
o veto do Presidente da República a projeto de lei aprovado pelo 
Congresso Nacional pode ser 
a) parcial, com exclusão de parte de texto de artigo, de parágrafo, de 
inciso ou de alínea. 
b) rejeitado por qualquer das Casas do Congresso. 
c) oposto, se o projeto de lei for contrário ao interesse público. 
d) rejeitado pelo voto da maioria simples dos Deputados e Senadores, 
em escrutínio secreto. 
e) deverá ser oposto no prazo máximo de dez dias úteis, contados do 
recebimento do projeto. 
Resposta: “c” 
Vamos analisar, uma a uma, as assertivas desta nova questão, cobrada 
recentemente no concurso do Ministério Público da União. 
A assertiva “a” está errada, pois o veto parcial do Chefe do Executivo a 
um projeto delei somente abrangerá texto integral de artigo, de 
parágrafo, de inciso ou de alínea (CF, art. 66, § 2º). 
Dessa forma, é vedado o veto parcial que incida sobre parte de texto 
de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea. Ou seja, não poderá 
haver veto incidindo sobre orações, palavras ou expressões isoladas de 
um desses dispositivos do projeto de lei. 
A assertiva “b” está errada, pois o veto do Presidente da República a 
projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional não poderá ser 
rejeitado por qualquer das casas do Congresso. O veto somente poderá 
ser rejeitado em sessão conjunta do Congresso Nacional, em 
escrutínio secreto, por maioria absoluta de votos (CF, art. 66, § 
4º). 
A assertiva “c” está certa porque, de fato, o veto poderá ser oposto se o 
Presidente da República considerar o projeto de lei, no todo ou em 
parte, (i) inconstitucional ou (ii) contrário ao interesse público (CF, art. 
66, § 1º). 
A assertiva “d” está errada porque o veto do Chefe do Executivo a um 
projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional somente poderá ser 
rejeitado pelo voto da maioria absoluta (e não da maioria simples!) 
dos Deputados e Senadores, em sessão conjunta, mediante escrutínio 
secreto (CF, art. 66, § 4º). 
Em síntese, conforme expresso no art. 66, § 4º, a apreciação do veto se 
dará em sessão conjunta do Congresso Nacional, dentro de trinta dias a 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 4
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da 
maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio secreto. 
A assertiva “e” está errada, pois o Presidente da República dispõe do 
prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, para 
vetar o projeto de lei. Decorrido o prazo de quinze dias úteis sem que o 
Presidente da República manifeste-se expressamente, seu silêncio 
importará em sanção tácita do projeto de lei (CF, art. 66, § 3º). 
 
4) (FCC/PROCURADOR DE CONTAS DE 2ª CLASSE/MP-AM/2006) Terão 
início no Senado Federal a discussão e a votação dos projetos de lei de 
iniciativa 
a) da Câmara dos Deputados. 
b) do Supremo Tribunal Federal e do Senado Federal. 
c) do Presidente da República e do Senado Federal. 
d) dos Tribunais Superiores e do Senado Federal. 
e) do Senado Federal. 
Resposta: “e” 
Determina a Constituição que a discussão e votação dos projetos de lei 
de iniciativa do Presidente da República, do Supremo Tribunal 
Federal e dos Tribunais Superiores terão início na Câmara dos 
Deputados (art. 64), bem assim aqueles apresentados pelos cidadãos, 
no uso da iniciativa popular (art. 61, § 2º). 
Na verdade, dentre todos os legitimados do art. 61 da Constituição 
Federal, somente os projetos de lei apresentados por Senador da 
República ou por Comissão do Senado terão a discussão e votação 
iniciada no Senado Federal. Todos os demais legitimados do art. 61 da 
Constituição apresentarão seus projetos de lei à Câmara dos Deputados. 
 
5) (FCC/AUDITOR/TCE-PI/2005) Projeto de lei complementar de 
iniciativa do Presidente da República, visando à instituição de novo 
Código Tributário Nacional, é aprovado sob regime de urgência nas 
Casas do Congresso Nacional, sendo submetido à apreciação do 
Presidente da República, que sanciona, promulga e faz publicar. O novo 
Código Tributário Nacional, nessa hipótese, seria inconstitucional, 
porque 
a) o Presidente não possui iniciativa para projeto de lei complementar. 
b) normas gerais em matéria tributária não dependem de lei 
complementar. 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 5
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
c) não se aplicam os prazos do regime de urgência a projetos de código. 
d) projeto de lei de iniciativa do Presidente não se submete a sanção. 
e) não tramitam em regime de urgência projetos de iniciativa do 
Presidente. 
Resposta: “c” 
O regime de urgência Constitucional está previsto nos §§ 1º ao 4º do 
art. 64 da Constituição Federal, cujas regras podem ser assim 
resumidas: 
a) o Presidente da República poderá solicitar urgência para a apreciação 
de projetos de sua iniciativa; 
b) se o Presidente da República solicitar a urgência, a Câmara dos 
Deputados e o Senado Federal deverão se manifestar sobre a 
proposição, cada qual, sucessivamente, em até quarenta e cinco dias; 
ademais, se o Senado Federal emendar o projeto, a Câmara dos 
Deputados deverá apreciar as emendas no prazo de dez dias; 
c) caso esses prazos não sejam cumpridos, haverá o que rotineiramente 
se denomina “trancamento de pauta”, isto é, serão sobrestadas todas as 
demais deliberações legislativas da respectiva Casa, com exceção das 
que tenham prazo constitucional determinado, até que se ultime a 
votação (note-se que o trancamento de pauta não é absoluto, pois não 
atinge as matérias que tenham prazo constitucional determinado, como 
é o caso das medidas provisórias); 
d) esses prazos não correm nos períodos de recesso do Congresso 
Nacional; 
e) o regime de urgência não pode ser aplicado aos projetos de código 
(Código Penal, Código Civil, Código Tributário etc.), pois se trata de 
matéria que, pela sua complexidade, exige muito debate no âmbito das 
Casas do Congresso Nacional, não podendo ser apreciada nesses prazos 
tão exíguos. 
Portanto, o Código Tributário Nacional aprovado seria inconstitucional 
porque o regime de urgência constitucional não pode ser aplicado à 
aprovação de códigos. 
 
6) (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 8ª 
REGIÃO/2004) No que diz respeito ao processo legislativo, considere: 
I – Espécie normativa destinada a veicular basicamente as matérias de 
competência exclusiva do Congresso Nacional. 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 6
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
II – Ato normativo elaborado e editado pelo Presidente da República, em 
razão de autorização do Poder Legislativo, nos limites postos por este, 
para possibilitar a eficiência do Estado e suas necessidades de agir com 
maior celeridade. 
Essas espécies normativas, referem-se, respectivamente, 
a) à resolução e à medida provisória. 
b) ao decreto legislativo e à lei delegada. 
c) à lei ordinária e ao decreto legislativo. 
d) à lei complementar e à medida provisória. 
e) à emenda constitucional e à lei delegada. 
Resposta: “b” 
De fato, o decreto legislativo é espécie normativa primária integrante do 
processo legislativo (art. 59, VI) utilizada pelo Congresso Nacional para 
o tratamento das matérias da sua competência exclusiva, 
principalmente daquelas enumeradas no art. 49 da Constituição Federal. 
Portanto, na esfera federal, o decreto legislativo é ato privativo do 
Congresso Nacional para dispor sobre as matérias de sua competência 
exclusiva, sem sanção do Presidente da República. 
A lei delegada, por sua vez, é elaborada pelo Presidente da República 
após autorização, mediante resolução, do Congresso Nacional (CF, art. 
68). O Presidente da República solicita a delegação e o Congresso 
Nacional a aprova, expedindo uma resolução, que especificará seu 
conteúdo e os termos de seu exercício, tudo isso nos termos do art. 68 
da Constituição. 
 
7) (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 20ª 
REGIÃO/2002) Invocando sua iniciativa privativa, o Presidente da 
República apresenta ao Congresso Nacional projeto de lei prevendo a 
criação de determinado número de cargos públicos. No Congresso, um 
Deputado apresenta emenda a esse projeto, aumentando o número de 
cargos a serem criados. Tal emenda é 
a) constitucional, pois a matéria versada nesse projeto não é de 
iniciativa privativa do Presidente da República. 
b) inconstitucional, pois um Deputado, isoladamente, não tem o poder 
de apresentar emenda a projeto delei. 
c) inconstitucional, pois não é possível emenda de parlamentar em 
projeto de iniciativa privativa do Presidente da República. 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 7
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
d) constitucional, pois o poder de apresentar emendas a todo projeto de 
lei é inerente ao exercício do mandato parlamentar. 
e) inconstitucional, pois está implicando aumento da despesa prevista 
no projeto. 
Resposta: “e” 
Sabe-se que os membros do Congresso Nacional podem emendar os 
projetos de lei apresentados ao Congresso Nacional. Poderão ser 
emendados até mesmo aqueles projetos apresentados no âmbito da 
chamada “iniciativa privativa” de outro órgão (iniciativa privativa do 
Presidente da República, por exemplo). 
Entretanto, determina o art. 63, I, da Constituição que não será 
admitido aumento da despesa prevista nos projetos de iniciativa 
exclusiva do Presidente da República, ressalvadas, unicamente, as leis 
orçamentárias (art. 166, § 3º e § 4º). 
Assim, a mencionada emenda parlamentar seria flagrantemente 
inconstitucional, pois, com o aumento do número de cargos, certamente 
haverá aumento de despesa, causado pela emenda apresentada pelo 
Deputado. 
Vale lembrar, ainda, que além de não poder aumentar a despesa, a 
emenda parlamentar deve, necessariamente, guardar pertinência 
temática com a matéria constante do projeto, isto é, a emenda não 
pode tratar de assunto estranho à matéria constante do projeto 
apresentado pelo detentor da iniciativa privativa. 
Em resumo, podemos afirmar que são dois os requisitos que deverão 
ser cumpridos pelas emendas parlamentares a projeto de lei resultante 
de iniciativa privativa do Presidente da República: (i) não implicar 
aumento de despesa; e (ii) guardar pertinência temática com a matéria 
constante do projeto. 
 
8) (FCC/JUIZ SUBSTITUTO/TJ-RN/2002) Determinado projeto de lei de 
iniciativa do Supremo Tribunal Federal é primeiramente discutido, 
votado e aprovado sem emendas no Senado Federal, seguindo para a 
Câmara dos Deputados, onde também é discutido, votado e aprovado 
sem emendas, sendo então enviado ao presidente da República, para 
sancioná-lo ou vetá-lo no prazo de 15 dias úteis, contados da datas do 
recebimento. Todavia, o Presidente da República resta silente, sendo, 
pois, o projeto considerado vetado. Considerando exclusivamente os 
aspectos mencionados, nessa situação foram 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 8
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
a) desrespeitadas as regras constitucionais quanto à ordem de votação 
entre as casas legislativas, quanto ao prazo para sanção ou veto e 
quanto aos efeitos do silêncio do Presidente da República. 
b) respeitadas as regras constitucionais quanto ao processo legislativo. 
c) desrespeitadas apenas as regras constitucionais quanto à ordem de 
votação entre as casas legislativas e quanto aos efeitos do silêncio do 
Presidente da República. 
d) desrespeitadas apenas as regras constitucionais quanto ao prazo para 
sanção ou veto e quanto aos efeitos do silêncio do Presidente da 
República. 
e) desrespeitadas apenas as regras constitucionais quanto à ordem de 
votação entre as casas legislativas. 
Resposta: “c” 
Determina a Constituição que a discussão e votação dos projetos de lei 
de iniciativa do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal, 
dos Tribunais Superiores e, ainda, dos cidadãos, na forma da iniciativa 
popular, terão início na Câmara dos Deputados (CF, art. 61, § 2º e 
art. 64). 
Assim, o trâmite do projeto de lei detalhado no enunciado da questão 
desrespeita as regras constitucionais quanto à ordem de votação entre 
as Casas Legislativas, pois afirma que o mencionado projeto, de 
iniciativa do Supremo Tribunal Federal, teve sua votação iniciada no 
Senado Federal. 
Além disso, estabelece a Constituição que a Casa Legislativa na qual 
tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente da 
República, que, aquiescendo, o sancionará. Decorrido o prazo de quinze 
dias úteis, o silêncio do Presidente da República importará sanção (art. 
66, § 3º). Logo, o trâmite legislativo em questão desrespeita, também, 
as regras constitucionais quanto aos efeitos do silêncio do Presidente da 
República, pois este implica, sempre, a sanção tácita do projeto, e 
não o veto ao projeto, como afirmado. 
 
9) (FCC/PROMOTOR DE JUSTIÇA – MP-SE/2002) Considere a hipótese 
de Resolução do Congresso Nacional delegar ao Presidente da República 
a elaboração de uma lei, especificando seu conteúdo, os termos de seu 
exercício e determinando a apreciação do projeto pelo Poder Legislativo. 
Nesse caso, o Congresso Nacional deliberará em 
a) votação única, sendo vedada qualquer emenda. 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 9
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
b) duas votações, em cada uma das Casas, sendo permitidas emendas 
supressivas e aditivas. 
c) duas votações das Casas reunidas, sendo vedada qualquer emenda. 
d) duas votações das Casas reunidas, sendo permitidas somente as 
emendas supressivas. 
e) votação única, sendo permitidas somente as emendas supressivas. 
Resposta: “a” 
A presente questão trata de uma das espécies integrantes do processo 
legislativo: leis delegadas. 
As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que 
deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. Essa delegação terá 
a forma de resolução do Congresso Nacional e deverá especificar o seu 
conteúdo e os termos para o seu exercício (CF, art. 68, caput e § 2º). 
Conforme está explicitado na assertiva “a”, que é a resposta da questão, 
caso a resolução determine a apreciação do projeto pelo Congresso 
Nacional, este a fará em votação única, sendo vedada qualquer 
emenda (CF, art. 68, § 3º). 
Vamos entender melhor esse assunto. Quando o Congresso Nacional 
aprova a resolução da delegação legislativa, isto é, quando delega 
competência ao Presidente da República para que ele elabore uma lei 
delegada, essa delegação poderá assumir duas formas: (a) delegação 
típica; ou (b) delegação atípica. 
Na primeira forma – delegação típica –, a delegação será para o 
Presidente da República elaborar a lei delegada, promulgá-la e publicá-
la, sem nenhuma manifestação ou controle posterior do Congresso 
Nacional. 
Na segunda espécie de delegação – delegação atípica -, a delegação é 
somente para que o Presidente da República elabore o projeto de lei 
delegada e o submeta à posterior aprovação do Congresso Nacional. 
Nesse caso, a Constituição determina que a apreciação do projeto de lei 
delegada pelo Congresso Nacional será em votação única, sendo vedada 
qualquer emenda. Enfim, o Congresso Nacional apreciará o projeto de 
lei delegada elaborado pelo Presidente da República, mas não poderá 
alterá-lo; deverá aprová-lo integralmente, ou rejeitá-lo integralmente. 
 
10) (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECUÇÃO DE MANDADOS/TRF 4ª 
REGIÃO/2004) Em matéria de processo legislativo diz-se que a 
Resolução é 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 10
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
a) ato do Congresso Nacional, ou de qualquer de suas Casas, destinada 
a regular matérias de sua competência ou de competência privativa do 
Senado Federal ou da Câmara dos Deputados, mas em regra com 
efeitos internos. 
b) espécie normativa destinada a veicular assuntos de competência 
exclusiva do Congresso Nacional, cujo procedimento é tratado pela 
Constituição Federal, decorrendo sempre efeitos de natureza externa. 
c) espécie normativa elaborada e editada pelo Presidente da República 
em razão de autorização do Poder Legislativo, e nos limites postos por 
este, mas sem as características de um ato normativo primário. 
d)ato normativo diferenciado, com processo legislativo próprio, 
dispondo sobre matéria comum às demais leis, com a diferença de que o 
quorum para a sua aprovação é de maioria absoluta. 
e) ato normativo, com forma de lei, da Câmara dos Deputados ou do 
Senado Federal sobre qualquer matéria, decorrente dos casos de 
relevância e urgência, devendo ser submetido ao Congresso Nacional. 
Resposta: “a” 
Diferentemente do decreto legislativo, que na esfera federal é ato 
privativo do Congresso Nacional, a resolução poderá ser editada pela 
Câmara dos Deputados, pelo Senado Federal ou pelo Congresso 
Nacional, para disciplinar as matérias de competência da respectiva 
Casa Legislativa. 
Na prática, as resoluções são editadas: pela Câmara dos Deputados, 
para regulamentar as matérias do art. 51 da Constituição; pelo Senado 
Federal, para disciplinar as matérias do art. 52 da Constituição; pelo 
Congresso Nacional, para disciplinar as matérias de sua competência 
privativa, ressalvadas aquelas que exijam lei (art. 48) ou decreto 
legislativo (art. 49). 
Da mesma forma, ao contrário do decreto legislativo, que é expedido 
para a regulação de matéria de natureza externa, as resoluções 
normalmente são utilizadas para disciplinar matéria interna, de 
interesse das próprias Casas Legislativas. 
 
11) (FCC/Analista Judiciário – Área Judiciária/ TRT 5ª Região/2003) O 
Presidente da República apresentou ao Senado Federal projeto de lei 
dispondo sobre servidores públicos da União, requerendo que fosse 
colocado em votação em regime de urgência. O projeto não tendo sido 
colocado em votação nos 45 dias seguintes, foram sobrestadas todas as 
demais deliberações em curso no Senado Federal, até que se ultimasse 
a votação, com exceção daquelas com prazo constitucional determinado. 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 11
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
Na situação narrada, verifica-se vício de inconstitucionalidade formal na 
tramitação do projeto, porque 
a) somente após 30 dias da apresentação do projeto o Presidente da 
República poderia ter solicitado a urgência. 
b) não é cabível solicitação de urgência nos projetos de lei sobre 
servidores públicos. 
c) o Presidente da República não tem iniciativa legislativa para a 
matéria. 
d) o sobrestamento das deliberações somente poderia ocorrer após 
decorridos 60 dias da apresentação do projeto à Casa legislativa 
competente. 
e) a votação do projeto deveria iniciar-se na Câmara dos Deputados. 
Resposta: “e” 
Comentário. 
A assertiva “a” está errada porque a Constituição Federal, ao determinar 
que o Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação 
de projetos de sua iniciativa (CF, art. 64, § 1º), não impõe prazo limite 
para que seja solicitada tal urgência. 
A assertiva “b” está errada porque, como se sabe, o Presidente da 
República poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de sua 
iniciativa (CF, art. 64, § 1º) e a iniciativa do projeto de lei de que trata o 
enunciado da questão foi do Presidente da República. Note-se que o 
projeto de lei em questão trata de matéria de iniciativa privativa do 
Presidente da República (CF, art. 61, § 1º, II, c). 
Na verdade, a Constituição Federal somente veda que o Presidente da 
República solicite urgência para apreciação de projetos de código, 
como, por exemplo, Código Tributário, Código Civil, Código Penal etc. 
(CF, art. 64, § 4º). 
A assertiva “c” está errada, pois a Constituição Federal determina que 
são de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que 
disponham sobre servidores públicos da União e Territórios, seu regime 
jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria (CF, art. 
61, § 1º, II, c). 
A assertiva “d” está errada, pois, uma vez solicitada a urgência pelo 
Chefe do Executivo, se a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não 
se manifestarem sobre a proposição, cada qual, sucessivamente, em até 
quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão todas as demais deliberações 
legislativas da respectiva Casa (trancamento de pauta), com exceção 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 12
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
das que tenham prazo constitucional determinado, até que se ultime a 
votação (CF, art. 64, § 2º). 
A assertiva “e” está certa porque, de fato, o projeto de lei de que trata a 
questão foi apresentado na Casa Legislativa errada, o que ocasiona o 
vício de inconstitucionalidade formal na tramitação do projeto. De 
acordo com o texto constitucional, a discussão e votação dos projetos de 
lei de iniciativa do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal 
e dos Tribunais Superiores terão início na Câmara dos Deputados (CF, 
art. 64). Dessa forma, por ser de iniciativa do Presidente da República, o 
projeto de lei em questão deveria ter sua votação iniciada na Câmara 
dos Deputados. 
 
12) (FCC/ ANALISTA – ÁREA ORÇAMENTO/MPU/2007) A respeito de 
Processo Legislativo, observe: 
I. Em regra, não será admitido aumento da despesa prevista nos 
projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República. 
II. É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria reservada à 
lei complementar. 
III. O veto parcial do Presidente da República somente abrangerá texto 
integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea. 
IV. A matéria constante de projeto de lei rejeitado poderá constituir 
objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta 
de dois terços dos membros de qualquer das Casas do Congresso 
Nacional. 
Diante disso, conclui-se como correto o que consta APENAS em 
a) II, III e IV. 
b) II e III. 
c) I, III e IV. 
d) I, II e IV. 
e) I, II e III. 
Resposta: “e” 
Comentário. 
A assertiva I está certa, pois a Constituição Federal determina que não 
será admitido aumento da despesa prevista nos projetos de iniciativa 
exclusiva do Presidente da República (CF, art. 63, I) e, neste mesmo 
inciso, estabelece uma exceção no tocante à matéria orçamentária (art. 
63, I c/c art. 166, § 3º e § 4º). 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 13
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
A expressão “em regra” foi corretamente utilizada na assertiva, pois, de 
fato, a regra geral é a vedação ao aumento da despesa prevista no 
projeto de lei de iniciativa exclusiva pelo Presidente da República, 
existindo, porém, uma ressalva a essa vedação, que corresponde às leis 
orçamentárias. 
A assertiva II está certa porque, de fato, determina a Constituição 
Federal que é vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria 
reservada à lei complementar (CF, art. 62, § 1º, III). 
Veja que temos, aqui, mais uma assertiva sobre as vedações 
constitucionais à edição de medida provisória! Como eu já disse antes, 
quando tratamos de medida provisória, memorize essas vedações, pois 
a FCC adora esse assunto e, portanto, a chance de ser cobrado na prova 
é grande! 
A assertiva III está certa porque, de acordo com a Constituição Federal, 
o veto parcial somente poderá incidir sobre texto integral de artigo, de 
inciso, de parágrafo ou de alínea (CF, art. 66, § 2º). 
Sabe-se que o veto do Presidente da República a um projeto de lei 
poderá ser total – quando incidir sobre todo o texto do projeto de lei - 
ou parcial – quando alcançar apenas alguns dispositivos do projeto de 
lei. Mas, o veto parcial não poderá incidir sobre orações, palavras ou 
expressões isoladas de um dispositivo, por força dessa vedação 
constante do § 2º do art. 66 da Constituição. 
A FCC considerou errada a afirmativa IV, por força do disposto no art. 
67 da Constituição, que determina que a matéria constante de projeto 
de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto, na 
mesma sessão legislativa, mediante propostada maioria absoluta dos 
membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional. 
Como a assertiva diz que a proposta deve ser de dois terços dos 
membros da Casa Legislativa, a FCC a considerou errada. 
Entretanto, com o devido respeito, o “examinador decoreba” da FCC 
pisou na bola feio nessa questão! Por quê? Simplesmente porque “dois 
terços” correspondem a um número superior à “maioria absoluta”. 
Vejamos o caso da Câmara dos Deputados, que é composta de 513 
deputados. Nessa Casa, então, a maioria absoluta corresponde a 257 
deputados (primeiro número após a metade), enquanto dois terços 
correspondem a 342 deputados. Ora, se maioria absoluta da Casa 
Legislativa pode solicitar o retorno da matéria, em novo projeto de lei, 
na mesma sessão legislativa, é óbvio que dois terços dos seus 
membros (numericamente superior) também poderão! 
Enfim, quando a Constituição Federal determina que a matéria somente 
poderá constituir novo projeto de lei, na mesma sessão legislativa, por 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 14
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
solicitação de maioria absoluta, é óbvio que essa expressão “maioria 
absoluta” há que ser entendida como “no mínimo, maioria absoluta”, ou 
“maioria absoluta ou qualquer outro número superior de membros da 
Casa”. 
 
13) (ESAF/EPPGG/MPOG/2005) É constitucionalmente possível que o 
Congresso Nacional aprove lei ordinária, sem que a mesma tenha sido 
votada, quer pelo Plenário da Câmara dos Deputados, quer pelo Plenário 
do Senado Federal. 
Item CERTO. 
Em regra, os projetos de lei são apreciados previamente pelas 
comissões e depois votados no Plenário das Casas Legislativas. 
Entretanto, é possível que os projetos de lei sejam aprovados, 
conclusivamente, no âmbito das comissões, sem necessidade de 
submissão da matéria ao Plenário das Casas Legislativas. 
A autorização para essa aprovação conclusiva de projeto de lei no 
âmbito das comissões consta da própria Constituição Federal, que 
estabelece que cabe às comissões, em razão da matéria de sua 
competência, discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma 
do regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de 
um décimo dos membros da Casa (CF, art. 58, § 2º, I). 
Cabe destacar que a parte final desse dispositivo constitucional permite 
a retirada da competência de deliberação conclusiva da comissão, desde 
que haja recurso de um décimo dos integrantes da Casa Legislativa. 
Portanto, se o projeto de lei estiver tramitando em regime conclusivo 
nas comissões e um décimo dos integrantes da respectiva Casa 
Legislativa entender que, dada a relevância da matéria, deverá ela ser 
objeto de maior transparência e discussão no âmbito do Plenário, 
poderão apresentar recurso retirando a competência de deliberação 
conclusiva das comissões, forçando a submissão do projeto de lei à 
apreciação do Plenário. 
Cabe destacar, também, que não é qualquer espécie legislativa que 
pode ser objeto de aprovação conclusiva no âmbito das comissões. Os 
regimentos das Casas Legislativas estabelecem as matérias que não 
podem ser aprovadas conclusivamente nas comissões (trata-se de 
matéria regimental, que não nos interessa no estudo do Direito 
Constitucional). 
Mas, só para você ter uma idéia sobre o assunto, vejamos um exemplo. 
As leis complementares e as emendas constitucionais não podem ser 
aprovadas conclusivamente no âmbito das comissões. Por que não? 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 15
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
Porque essas espécies legislativas exigem deliberação qualificada para 
sua aprovação (maioria absoluta e três quintos dos membros das Casas 
Legislativas, respectivamente). Ora, como poderia ser apurada essa 
maioria qualificada no âmbito de uma comissão? Como apurar 308 votos 
de deputados (três quintos da Câmara dos Deputados) no âmbito de 
uma comissão? Como apurar 257 votos de deputados (maioria absoluta 
da Câmara dos Deputados) no âmbito de uma comissão? 
 
14) (ESAF/AFC/STN/2005) Tendo o presidente da República enviado ao 
Congresso Nacional um projeto de lei que cria o Código de Direito 
Administrativo Federal e já tendo a proposição sido aprovada na Câmara 
dos Deputados, poderá o presidente pedir urgência constitucional para 
esse projeto de lei, o qual deverá ser votado pelo Senado Federal no 
prazo máximo de quarenta e cinco dias contado do recebimento do 
pedido, sob pena de sobrestarem-se todas as demais deliberações 
legislativas dessa Casa Legislativa. 
Item ERRADO. 
O Presidente da República pode solicitar urgência para apreciação de 
projetos de lei de sua iniciativa (CF, art. 64, § 1º). 
Caso o Presidente da República solicite urgência, o processo legislativo 
será do tipo sumário, no qual a Câmara dos Deputados terá o prazo de 
45 dias para apreciar o projeto, o Senado Federal terá mais 45 dias e, 
se o projeto for emendado no Senado Federal, a Câmara terá apenas 10 
dias para apreciar tais emendas (esses prazos não correm nos períodos 
de recesso do Congresso). 
Caso haja o esgotamento desses prazos sem a deliberação sobre a 
matéria, sobrestar-se-ão todas as demais deliberações legislativas da 
respectiva Casa, com exceção das que tenham prazo 
constitucional determinado, até que se ultime a votação. 
Veja que esse trancamento de pauta não alcança as deliberações que 
tenham prazo constitucional determinado, como é o caso das 
deliberações sobre as medidas provisórias. 
Bem, a assertiva está errada porque a Constituição proíbe a utilização 
do processo legislativo sumário para a aprovação de código (CF, art. 64, 
§ 4º). 
A razão para essa proibição é que não faria sentido as Casas Legislativas 
serem obrigadas a apreciar um projeto de Código (Código Penal, por 
exemplo) em um prazo tão exíguo. 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 16
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
15) (ESAF/APO/MPOG/2005) A lei destinada a estabelecer as normas 
gerais para organização do Ministério Público dos Estados é de iniciativa 
privativa do Presidente da República. 
Item CERTO. 
De fato, determina a Constituição que é de iniciativa privativa do 
Presidente da República a lei que disponha sobre normas gerais para a 
organização do Ministério Público dos Estados (art. 61, § 1º, II, d). 
Muito cuidado com as regras constitucionais sobre a iniciativa de lei 
envolvendo o Ministério Público! São muitos detalhes, resumidos nos 
parágrafos seguintes. 
A lei complementar de organização do Ministério Público é de iniciativa 
concorrente entre o chefe do Executivo e o respectivo Procurador-geral 
(CF, art. 61, § 1º, II, d c/c art. 128, § 5º). 
Logo, na esfera federal, a iniciativa da lei complementar de organização 
do Ministério Público da União é concorrente entre o Presidente da 
República e o Procurador-geral da República. 
No âmbito estadual, a iniciativa da lei complementar estadual de 
organização do Ministério Público do Estado é concorrente entre o 
Governador e o Procurador-geral de Justiça. 
Entretanto, ao organizar o seu Ministério Público, o Estado está obrigado 
a seguir as normas gerais estabelecidas em lei federal de iniciativa 
privativa do Presidente da República (CF, art. 61, § 1º, II, d). 
Por último, temos a iniciativa de lei sobre a criação e extinção de cargos 
e serviços auxiliares, a política remuneratória e os planos de carreira do 
Ministério Público, que é privativa do respectivo Procurador-geral (CF, 
art. 127, § 2º). 
 
16) (ESAF/APO/MPOG/2005) É vedado o aumento de despesa, prevista 
no projeto de lei de orçamento anual, por meio de emenda apresentada 
por Parlamentar durante o processo legislativo desse projeto de lei no 
Congresso Nacional. 
Item ERRADO. 
Como regra, a Constituição proíbe a apresentaçãode emenda 
parlamentar que aumente despesa de projeto de lei resultante de 
iniciativa exclusiva do chefe do Executivo (art. 63, I). 
Porém, ao estabelecer essa proibição, a Constituição ressalva 
expressamente a possibilidade de aumento de despesa por emenda 
parlamentar ao projeto de lei do orçamento anual (art. 166, § 3º) e ao 
projeto de lei de diretrizes orçamentárias (art. 166, § 4º). 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 17
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
Portanto, nesses dois projetos de lei de iniciativa privativa do chefe do 
Executivo – projeto de lei do orçamento anual e projeto de lei de 
diretrizes orçamentárias – a Constituição admite emenda parlamentar 
que aumente despesa. 
 
17) (ESAF/APO/MPOG/2005) Nos termos da Constituição, é fase 
obrigatória do processo legislativo das leis delegadas a apreciação do 
projeto, elaborado pelo Presidente da República, pelo Congresso 
Nacional, que sobre ele deliberará em sessão única, vedada qualquer 
emenda. 
Item ERRADO. 
Determina a Constituição que as leis delegadas serão elaboradas pelo 
Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso 
Nacional (art. 68). 
Portanto, o processo legislativo de elaboração de uma lei delegada é 
desencadeado pela solicitação de delegação feita pelo Presidente da 
República ao Congresso Nacional. 
O Congresso Nacional apreciará a solicitação de delegação e, se a 
aprovar, baixará uma resolução especificando o conteúdo da delegação 
e os termos de seu exercício (art. 68, § 2º). 
A resolução poderá, ou não, determinar a apreciação posterior do 
Congresso Nacional. 
Se a resolução não determinar a apreciação posterior do Congresso 
Nacional, o Presidente da República elaborará a lei delegada, a 
promulgará e publicará, sem nenhuma participação do Legislativo 
(delegação típica). 
Se a resolução determinar a apreciação ulterior do Congresso Nacional, 
o Presidente da República elaborará um projeto de lei delegada e o 
submeterá ao Congresso Nacional, que o apreciará em votação única, 
vedada qualquer emenda (delegação atípica). 
Veja que neste último caso (delegação atípica) o Congresso Nacional 
não poderá emendar o projeto de lei delegada elaborado pelo Presidente 
da República. Ou ele o rejeitará integralmente, determinando o seu 
arquivamento, ou o aprovará integralmente, devolvendo-o ao Presidente 
da República para promulgação e publicação. 
A assertiva está errada porque diz que é fase obrigatória do processo 
legislativo das leis delegadas a apreciação do projeto pelo Congresso 
Nacional, o que não é verdade (trata-se de opção do Congresso 
Nacional, no momento de aprovação da resolução). 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 18
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
18) (ESAF/AFC/CGU/2003) Nos termos da CF/88, o Presidente da 
República só poderá solicitar urgência para apreciação de proposição 
que verse sobre matéria cujo projeto de lei seja de sua iniciativa 
privativa. 
Item ERRADO. 
Estabelece a Constituição que o Presidente da República poderá solicitar 
urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa (art. 64, § 1º). 
Veja que o texto constitucional não exige que o projeto de lei trate de 
matéria de iniciativa privativa do Presidente da República. Exige, 
apenas, que o projeto de lei seja apresentado pelo Presidente da 
República. 
Portanto, ainda que o projeto de lei por ele apresentado trate de 
matéria cuja iniciativa não lhe é privativa – matéria tributária, por 
exemplo – poderá o Presidente da República solicitar urgência para a 
sua apreciação. 
 
19) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Sofre de 
inconstitucionalidade a lei orgânica do Município que não prevê a 
hipótese de iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico 
do Município, da cidade ou de bairros. 
Item CERTO. 
A Constituição estabelece a obrigatoriedade de iniciativa popular no 
processo legislativo das leis na esfera federal (art. 61, § 2º), estadual e 
distrital (art. 27, § 4º) e municipal (art. 29, XIII). 
Portanto, a lei orgânica que não prevê a iniciativa popular de projeto de 
lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros é 
flagrantemente inconstitucional, por ofensa ao art. 29, XIII, da 
Constituição. 
 
20) (ESAF/GESTOR/MPOG/2002) Conforme disposto expressamente na 
Constituição, depois de vetado o projeto de lei, o Presidente da 
República pode efetuar juízo de retratação, sancionando o diploma 
integralmente, desde que o faça antes de o Congresso Nacional se 
reunir para apreciar o veto. 
Item ERRADO. 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 19
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
Embora a Constituição não o diga expressamente, o veto do chefe do 
Executivo é ato absolutamente irretratável, ou seja, não admite 
desistência. 
 
21) (ESAF/GESTOR/MPOG/2002) Vencido o prazo constitucional para a 
sanção ou veto, se o Presidente da República permanecer inerte, nem 
vetando, nem sancionando a lei, esta deverá ser tida como tacitamente 
vetada. 
Item ERRADO. 
Expirado o prazo de quinze dias úteis para o veto, o silêncio do 
Presidente da República implica sanção tácita, e não veto (art. 66, §§ 
1º e 3º). 
Nesse ponto, uma breve observação. A redação do art. 66, § 3º, da 
Constituição, ao prever a sanção tácita, refere-se a “quinze dias”, e não 
a “quinze dias úteis”. 
Porém, esse § 3º do art. 66 deve ser combinado com o § 1º do mesmo 
artigo, que estabelece o prazo de quinze dias úteis para que o 
Presidente da República vete o projeto de lei. Ora, se o Presidente da 
República tem o prazo de quinze dias úteis para vetar, não podemos 
pensar em sanção tácita em quinze dias corridos, porque, caso 
contrário, poderíamos ter a esdrúxula situação de ocorrência da sanção 
tácita (com a expiração dos quinze dias corridos) e veto posterior ao 
mesmo projeto de lei (dentro dos quinze dias úteis)! 
Para finalizar, que tal um puxão de orelha no examinador da Esaf! Há 
mais um erro na redação dessa assertiva da Esaf! É um detalhe, 
provavelmente não proposital. Que erro é esse? 
Bem, o erro é que a assertiva fala em sancionar ou vetar a lei, o que é 
um equívoco. Por quê? Porque não se sanciona ou se veta uma lei, mas 
sim um projeto de lei! 
A coisa funciona assim: a sanção e o veto incidem sobre o projeto de lei, 
e não sobre a lei; ao incidir sobre o projeto de lei, a sanção faz nascer a 
lei, que será posteriormente promulgada e publicada; portanto, a 
promulgação e a publicação é que incidem sobre a lei – o veto e a 
sanção não, estes incidem sobre projeto de lei! 
 
22) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Não pode haver emenda 
parlamentar a projeto de lei da iniciativa privativa do Chefe do 
Executivo. 
Item ERRADO. 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 20
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
O projeto de lei de iniciativa privativa do Chefe do Executivo pode ser 
emendado pelos parlamentares, desde que sejam observados, 
cumulativamente, dois requisitos: 
a) as emendas parlamentares não impliquem aumento de despesa, 
exceto no caso do projeto da lei do orçamento anual e da lei de 
diretrizes orçamentárias (art. 63, I); e 
b) as emendas guardem pertinência temática com a matéria 
apresentada no projeto de lei. 
Mas, cuidado! Esses requisitos são cumulativos, isto é, as emendas 
parlamentares não poderão implicar aumento de despesa e deverão 
guardar pertinência temática com a matéria apresentada no projeto de 
lei. 
Se houver vício na emenda, a qualquer desses dois requisitos, a lei 
resultante será inconstitucional, ainda que o projeto de lei tenha sido 
sancionado pelo chefe do Executivo. Isso porque, segundo a 
jurisprudência do STF, a sanção do chefe do Executivonão convalida 
eventual vício de emenda parlamentar. 
Por falar em iniciativa privativa do chefe do Executivo, abro parêntese 
para um breve comentário sobre essa terminologia. Em se tratando de 
iniciativa de lei, as expressões “iniciativa privativa”, “iniciativa exclusiva” 
e “iniciativa reservada” são equivalentes. A própria Constituição ora 
utiliza a expressão “iniciativa privativa” (art. 61, § 1º), ora refere-se à 
“iniciativa exclusiva” (art. 63, I). 
Os candidatos normalmente fazem confusão com isso porque a distinção 
entre “exclusiva” e “privativa” é de suma importância no estudo da 
repartição de competências, para diferenciar a competência 
administrativa exclusiva e indelegável da União (art. 21) da competência 
legislativa privativa e delegável da União (art. 22). 
Mas, repita-se, em se tratando de iniciativa de lei, não há distinção a ser 
feita entre tais expressões. 
 
23) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Assinale a opção correta. 
a) É constitucionalmente ilegítimo o projeto de lei sobre matéria da 
iniciativa exclusiva do Presidente da República que foi proposto por 
grupo de parlamentares no Congresso Nacional, mesmo que a lei tenha 
sido sancionada pelo Chefe do Executivo. 
b) Num projeto de lei do Chefe do Executivo que concede gratificação 
a certa categoria de servidores da Administração Pública Direta, é 
legítima a emenda parlamentar que estende a vantagem a outras 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 21
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
categorias do serviço público, que estejam sob as mesmas condições da 
beneficiada inicialmente, sob o fundamento da isonomia. 
c) Não há impedimento a que, num projeto de lei, fixando novos 
vencimentos para certa carreira do serviço público, encaminhado pelo 
Presidente da República ao Congresso Nacional, seja aprovada emenda 
parlamentar sobre tema diverso, modificando regras sobre promoção de 
militares. 
d) A Constituição veda a apresentação de emendas parlamentares a 
projeto de lei de iniciativa popular. 
e) As regras básicas do processo legislativo federal referentes a 
reserva de iniciativa são facultativamente seguidas pelos Estados-
membros. 
Gabarito: “a” 
A assertiva “a” está certa porque se a matéria é de iniciativa exclusiva 
do Presidente da República, não podem os parlamentares apresentar 
projeto de lei sobre ela, sob pena de inconstitucionalidade, ainda que o 
Presidente da República posteriormente sancione o projeto resultante 
dessa iniciativa viciada. 
Isso porque, segundo a jurisprudência do STF, a sanção do chefe do 
Executivo não convalida o vício verificado na iniciativa. 
Logo, se houver vício na iniciativa, ainda que o Presidente da República 
posteriormente sancione o projeto de lei resultante, esse ato de sanção 
não convalidará o vício verificado na iniciativa, isto é, a lei resultante 
será inconstitucional, e sua invalidade poderá ser argüida a qualquer 
momento perante o Poder Judiciário. 
A assertiva “b” está errada porque essa emenda parlamentar, que 
estende vantagem a outras categorias do serviço público, é 
inconstitucional, por implicar aumento de despesa em projeto de lei 
de iniciativa privativa do chefe do Executivo (art. 61, § 1º, II, a). 
A assertiva “c” está errada porque a emenda parlamentar estaria 
tratando de tema diverso daquele apresentado pelo chefe do Executivo 
e, como vimos, a emenda parlamentar a projeto de lei de iniciativa 
privativa do chefe do Executivo deve guardar pertinência temática 
com a matéria apresentada no projeto de lei. 
A assertiva “d” está errada porque não há nenhuma proibição à 
apresentação de emenda parlamentar a projeto de lei resultante de 
iniciativa popular (art. 61, § 2º). 
Aliás, vale lembrar que o projeto de lei resultante de iniciativa popular 
será apresentado à Câmara dos Deputados e, daí por diante, seguirá o 
trâmite de projeto de lei apresentado por qualquer outro legitimado 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 22
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
(discussão e votação, apresentação de emendas, envio para sanção ou 
veto do chefe do Executivo etc.). 
A assertiva “e” está errada porque, segundo a jurisprudência do STF, as 
regras básicas do processo legislativo federal são de observância 
obrigatória pelos estados-membros, inclusive no tocante à iniciativa de 
lei. 
Assim, as matérias que na esfera federal são de iniciativa privativa do 
Presidente da República (art. 61, § 1º, e art. 165) são, no âmbito 
estadual, de iniciativa privativa do Governador. 
 
24) (ESAF/TCE/RN/2000) Os Estados-membros são livres para regular 
aspectos do processo legislativo referentes à reserva de iniciativa de 
modo diferente do estabelecido plano federal. 
Item ERRADO. 
Acabamos de estudar que, segundo a jurisprudência do STF, as regras 
básicas do processo legislativo federal são de observância obrigatória 
pelos estados-membros, inclusive no tocante à iniciativa de lei. 
Por exemplo: as matérias que na esfera federal são de iniciativa 
privativa do Presidente da República (art. 61, § 1º, e art. 165) são, no 
âmbito estadual, de iniciativa privativa do Governador. 
Logo, os estados-membros não são livres para regular diferentemente 
as hipóteses de iniciativa de lei previstas constitucionalmente para o 
processo legislativo federal. 
 
25) (ESAF/AFC/STN/2000) Uma lei que a Constituição prevê como 
sendo da iniciativa privativa do Supremo Tribunal Federal, proposta à 
deliberação do Congresso Nacional, entretanto, por um grupo de 
parlamentares, será considerada válida se o Presidente da República 
vier a sancioná-la. 
Item ERRADO. 
Segundo a jurisprudência do STF, a sanção do chefe do Executivo não 
convalida o vício verificado na iniciativa. Portanto, se houve vício na 
iniciativa, a lei resultante será inconstitucional, ainda que o projeto de 
lei tenha sido sancionado pelo chefe do Executivo. 
 
26) (ESAF/AFC/STN/2000) O veto do Presidente da República a um 
projeto de lei tem caráter absoluto, impedindo que o Congresso Nacional 
volte a discutir o mesmo assunto na mesma sessão legislativa. 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 23
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
Item ERRADO. 
No Brasil, o veto é do tipo relativo ou superável, e não absoluto. 
Significa dizer que o veto não põe fim ao processo legislativo, não 
impede, em caráter absoluto, que a lei venha a ser aprovada. Ao 
contrário, o veto prolonga o processo legislativo, porque faz nascer uma 
nova fase, obrigatória, que é a fase de apreciação do veto. Ao ser 
apreciado pelo Congresso Nacional, o veto poderá ser rejeitado – total 
ou parcialmente -, permitindo o nascimento da lei. 
 
27) (ESAF/AFC/STN/2000) Pelo mecanismo do veto parcial, o Presidente 
da República pode vetar expressões contidas no caput de um artigo de 
lei, sem ter que necessariamente vetar todo o caput do artigo. 
Item ERRADO. 
Determina a Constituição que o veto parcial somente poderá incidir 
sobre texto integral de artigo, de inciso, de parágrafo ou de alínea (art. 
66, § 2º). 
 
28) (ESAF/AFC/STN/2000) Um projeto de lei pode ser proposto à 
Câmara dos Deputados por iniciativa popular; a Constituição, porém, 
não prevê a possibilidade de o Congresso Nacional ser provocado a 
deliberar sobre proposta de Emenda à Constituição resultante 
diretamente de iniciativa popular. 
Item CERTO. 
A Constituição prevê a iniciativa popular no processo legislativo de 
elaboração das leis na esfera federal (art. 61, § 2º), estadual e distrital 
(art. 27, § 4º) e municipal (art. 29, XIII). 
Entretanto, não há previsão constitucional para a iniciativa popular em 
se tratando de proposta de emenda à Constituição. Os únicos 
legitimados para a apresentação de proposta de emenda à Constituiçãoestão enumerados no art. 60, I a III, dentre os quais não se encontram 
os cidadãos. 
 
29) (ESAF/AFRF/2000) Sobre a sanção ou veto do Presidente da 
República no âmbito do processo legislativo, é correto dizer: 
a) Vetado um dispositivo de lei pelo Presidente da República, a lei 
somente entrará em vigor, mesmo nas partes não vetadas, depois de 
analisado o veto pelo Congresso Nacional. 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 24
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
b) Diz-se que houve veto parcial quando um projeto de lei teve o 
texto integral de um dos seus artigos vetado pelo Presidente da 
República. 
c) O silêncio do Presidente da República no prazo constitucional para 
a sanção ou veto importa veto tácito ao projeto de lei. 
d) Os projetos de lei de iniciativa popular, aprovados pelo Congresso 
Nacional, não se submetem à sanção presidencial. 
e) Se o veto não for apreciado pelo Congresso Nacional dentro de 30 
dias da sua comunicação ao Presidente do Senado Federal, o veto torna-
se, tacitamente, definitivo. 
Gabarito: “b” 
A assertiva “a” está errada porque o veto parcial não impede a 
promulgação e entrada em vigor da parte não vetada do projeto de lei. 
Se o projeto de lei é composto de dez artigos e o chefe do Executivo 
vetar somente dois desses artigos, os demais artigos não ficarão 
aguardando a apreciação do veto pelo Congresso Nacional. Serão eles 
promulgados e publicados, independentemente da apreciação pelo 
Congresso Nacional do veto aos dois artigos. 
A assertiva “b” está certa porque, de fato, temos o veto parcial quando 
um projeto de lei teve o texto integral de um (ou de alguns) dos seus 
artigos, parágrafos, incisos ou alíneas vetado pelo chefe do Executivo 
(art. 66, § 2º). 
Temos o veto total quando todos os dispositivos do projeto de lei são 
vetados pelo chefe do Executivo. 
A assertiva “c” está errada porque o silêncio do Presidente da República 
no prazo constitucional para a sanção ou veto (quinze dias úteis) 
importa sanção tácita ao projeto de lei (art. 66, § 3º). 
A assertiva “d” está errada porque os projetos de lei de iniciativa 
popular, se aprovados pelas Casas do Congresso Nacional, serão 
submetidos à sanção do Presidente da República. 
A assertiva “e” está errada porque não existe rejeição tácita do veto no 
Brasil, isto é, o veto não é considerado rejeitado por decurso de prazo, 
com a expiração do prazo de trinta dias para sua apreciação. 
Então, com a expiração do prazo, o veto é considerado mantido? 
Também não. O veto nem é considerado rejeitado, nem é considerado 
mantido. Continuará sendo um veto pendente de apreciação. 
O que acontecerá, então? 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 25
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
Com o esgotamento do prazo de trinta dias sem a apreciação do veto, 
este será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as 
demais proposições, até sua votação final (art. 66, § 6º). 
Vale lembrar que, como o veto é apreciado em sessão conjunta do 
Congresso Nacional, será ele colocado na ordem do dia da sessão 
conjunta imediata, ficando sobrestadas as demais proposições, até sua 
votação final (isto é, ocorre o trancamento de pauta da sessão 
conjunta imediata, e não da pauta das Casas Legislativas). 
 
30) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) O projeto de lei de iniciativa do 
presidente da República, em regime de urgência constitucional há mais 
de quarenta e cinco dias, uma vez aprovado na Câmara dos Deputados 
será revisto pelo Senado Federal, sobrestando, desde seu recebimento 
pelo Senado Federal, todas as demais deliberações dessa casa 
legislativa, até que se ultime a sua votação. 
Item ERRADO. 
Essa assertiva está absolutamente errada! 
Primeiro, porque na solicitação de urgência do Presidente da República, 
que dá início ao processo legislativo sumário, cada Casa Legislativa tem 
o prazo de quarenta e cinco dias para apreciar o projeto. Portanto, com 
o recebimento da matéria pelo Senado Federal, depois da expiração dos 
primeiros quarenta e cinco dias na Câmara dos Deputados, não há 
sobrestamento automático das demais deliberações do Senado Federal, 
porque esta Casa Legislativa terá, também, o prazo de quarenta e cinco 
dias para apreciar a matéria (art. 64, § 2º). 
Vale lembrar que esses prazos do processo legislativo sumário não 
correm durante os períodos de recesso do Congresso Nacional (art. 64, 
§ 4º). 
Segundo, porque ainda que na hipótese dada houvesse o sobrestamento 
(coisa que, como explicado acima, não ocorreu!), este não alcançaria 
todas as deliberações da Casa Legislativa, pois não são alcançadas pelo 
sobrestamento as deliberações com prazo constitucional determinado, 
como as medidas provisórias (art. 64, § 2º). 
Bem, o que a Esaf fez nesse enunciado foi confundir o trancamento de 
pauta do processo legislativo de urgência das leis (art. 64, § 2º) com o 
trancamento de pauta das medidas provisórias (art. 62, § 6º). Vejamos, 
na tabela abaixo, as diferenças entre esses dois sobrestamentos de 
pauta das Casas Legislativas: 
 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 26
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
Trancamento de pauta das 
medidas provisórias (art. 62, § 
6º) 
Trancamento de pauta do 
processo legislativo de urgência 
das leis (art. 64, § 2º) 
Um só prazo de 45 dias para a 
atuação das duas Casas do 
Congresso Nacional 
Cada Casa Legislativa tem o prazo 
de 45 dias para apreciar a matéria 
Com a expiração do prazo, o 
trancamento da pauta da Casa em 
que a MP estiver tramitando é 
absoluto, isto é, a Casa estará 
impedida de deliberar sobre 
qualquer matéria legislativa 
Com a expiração de qualquer um 
dos prazos, o trancamento da 
pauta da Casa em que o projeto 
estiver tramitando não é absoluto, 
pois não alcança as matérias que 
tenham prazo constitucional 
determinado 
 
31) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Mesmo depois de mantido 
o veto do Chefe do Executivo a certo projeto de lei, o Legislativo pode, 
dando-se conta de que o veto era in-tempestivo, dá-lo por inexistente, 
considerando o projeto de lei tacitamente sancionado. 
Item ERRADO. 
Assim como o veto do chefe do Executivo, a apreciação do veto pelo 
Congresso Nacional é irretratável, insuscetível de desistência. 
Vamos entender bem essa situação. 
O Congresso Nacional pode, previamente, recusar o veto encaminhado 
pelo chefe do Executivo, dando conta de sua intempestividade, hipótese 
em que o projeto de lei será considerado tacitamente sancionado (art. 
66, § 3º). 
Entretanto, o Congresso Nacional não pode receber o veto, apreciá-lo 
em sessão conjunta e, posteriormente, considerá-lo inexistente, com a 
alegação de que foi intempestivo. 
 
32) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Assinale abaixo a única hipótese em 
que foram atendidas as normas básicas do processo legislativo fixado na 
Constituição Federal. 
a) Desde de que não impliquem aumento da despesa prevista, as 
emendas parlamentares a projetos de lei sobre organização dos serviços 
administrativos do Poder Judiciário podem dispor sobre matéria diversa 
daquela que é objeto da proposta inicial. 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 27
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
b) Podem as Leis Orgânicas dos Municípios estabelecer que a 
competência para iniciar o processo legislativo é, como regra, do chefe 
do Poder Executivo municipal e, apenas como exceção, da Câmara 
Municipal. 
c) É de iniciativa exclusiva do chefe do Poder Executivo estadual a lei 
que disponha sobre organização do Ministério Público do Estado. 
d) Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários 
de Estado serão fixados por lei de iniciativa da Assembléia Legislativa, 
que, ao concluira votação, enviará o respectivo projeto para sanção ou 
veto do chefe do Poder Executivo estadual. 
e) Podem as Constituições estaduais estabelecer a exigência de lei 
complementar para matérias que, segundo a Constituição Federal, são 
disciplinadas por lei ordinária cujo projeto seja de iniciativa privativa do 
chefe do Poder Executivo. 
Gabarito: “d” 
A assertiva “a” está errada porque a emenda parlamentar a projeto de 
lei resultante de iniciativa privativa - como é o caso desse projeto de lei 
sobre a organização dos serviços administrativos do Poder Judiciário, 
cuja iniciativa é privativa desse Poder – deve observar, 
cumulativamente, dois requisitos: (i) não implicar aumento de despesa 
(CF, art. 63, II); e (ii) guardar pertinência temática com a matéria 
proposta no projeto. 
A assertiva afirma que as emendas parlamentares, desde que não 
implicassem aumento de despesa, poderiam tratar de matéria diversa 
daquela que é objeto da proposta inicial, o que é vedado, em face do 
requisito “pertinência temática”. 
A assertiva “b” está errada porque, segundo a jurisprudência do STF, as 
regras básicas do processo legislativo federal são de observância 
obrigatória pelos estados, Distrito Federal e municípios. Dentre essas 
regras de observância obrigatória estão, sem dúvida, as referentes à 
iniciativa de lei. Então, se a Constituição Federal assegura a qualquer 
congressista a legitimidade para a apresentação de projeto de lei, essa 
simetria deverá ser observada no âmbito dos entes federados, 
atribuindo-se a legitimidade a qualquer deputado (nos estados e no 
Distrito Federal) e a qualquer vereador (nos municípios). 
A assertiva “c” está errada porque a lei complementar estadual que 
disponha sobre a organização do Ministério Público é de iniciativa 
concorrente entre o Governador e o Procurador-geral da Justiça (CF, 
art. 61, § 1º, II, d c/c art. 128, § 5º). 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 28
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
A assertiva “d” está certa por força do art. 28, § 2º, da Constituição, 
segundo o qual os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos 
Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa da Assembléia 
Legislativa. 
Ora, se a Constituição refere-se à lei, é porque a matéria deverá ser 
discutida e votada pelo Legislativo e o projeto, depois de aprovado, 
remetido ao chefe do Executivo, para sanção ou veto. 
A assertiva “e” está errada porque essa medida implicaria, segundo a 
jurisprudência do STF, ofensa ao princípio da separação dos Poderes, 
haja vista que o Legislativo estaria interferindo (exigindo maior quorum 
para aprovação) em matéria de iniciativa privativa do chefe do 
Executivo. 
 
33) (ESAF/PFN/2003) Não sofre de inconstitucionalidade formal a lei 
federal, de iniciativa de parlamentar, que, versando sobre matéria 
tributária, concede benefício fiscal a certas categorias de contribuintes 
de impostos de competência da União. 
Item CERTO. 
O enunciado está certo porque, segundo a jurisprudência do STF, a 
iniciativa de lei em matéria tributária não é privativa do chefe do 
Executivo. 
Logo, os membros do Poder Legislativo podem ter iniciativa sobre 
matéria tributária, sem ofensa à Constituição. 
Houve polêmica sobre essa matéria, mas, segundo o STF, a iniciativa 
privativa em matéria tributária prevista na Constituição é somente para 
matéria tributária no âmbito dos Territórios Federais (art. 61, § 1º, II, 
b). 
 
34) (ESAF/PFN/2003) Não havendo aumento de despesa, o Poder 
Legislativo pode livremente emendar projeto de lei de iniciativa privativa 
do Chefe do Poder Executivo. 
Item ERRADO. 
Como vimos, a emenda parlamentar a projeto de lei resultante de 
iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo deve observar, 
cumulativamente, dois requisitos: (i) não implicar aumento de despesa 
(CF, art. 63); e (ii) guardar pertinência temática com a matéria proposta 
no projeto. 
A assertiva afirma que não havendo aumento de despesa, o Legislativo 
seria livre para emendar o projeto de lei de iniciativa privativa do 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 29
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
Presidente da República, e isso não é certo, pois deverá ser observada, 
ainda, a necessária pertinência temática com a matéria proposta no 
projeto. 
 
35) (ESAF/PFN/2003) Diante de demora do Chefe do Executivo em 
apresentar projeto de lei da sua iniciativa privativa, o Poder Legislativo 
pode aprovar lei fixando prazo para que o projeto seja encaminhado. 
Item ERRADO. 
Segundo a jurisprudência do STF, é inconstitucional, por ofensa ao 
princípio da separação dos Poderes, a fixação de prazo pelo Poder 
Legislativo para que o chefe do Poder Executivo apresente projeto de lei 
sobre matéria de sua iniciativa privativa. 
O entendimento é de que quando a Constituição Federal estabelece a 
iniciativa privativa de lei a certo órgão, ela está outorgando não só a 
discricionariedade sobre o conteúdo do projeto de lei a ser apresentado, 
mas, também, sobre o momento de apresentação desse projeto de lei. 
 
36) (ESAF/PFN/2003) É firme a jurisprudência do Supremo Tribunal 
Federal no sentido de que a sanção presidencial a projeto de lei supre 
eventual vício de iniciativa. 
Item ERRADO. 
Atualmente é firme o entendimento do STF no sentido de que a sanção 
do chefe do Executivo não convalida eventual vício de iniciativa. 
Se a matéria é de iniciativa privativa do Presidente da República e o 
projeto de lei é apresentado por um congressista, ainda que esse 
projeto seja aprovado pelo Legislativo e expressamente sancionado pelo 
chefe do Executivo, a lei resultante será inconstitucional, e essa 
invalidade poderá ser argüida perante o Poder Judiciário. 
 
37) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Não viola os princípios da separação 
dos Poderes e da constitucionalidade das leis considerar que a sanção do 
Presidente da República a projeto de Lei que deveria ser de sua 
iniciativa privativa, mas que fora apresentado ao Poder Legislativo por 
parlamentar convalida o vício formal de iniciativa. 
Item ERRADO. 
A explicação é a mesma do item anterior: segundo a jurisprudência do 
STF, a sanção do chefe do Executivo não supre o vício verificado na 
iniciativa. 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 30
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
 
38) (ESAF/PFN/1998) Na hipótese de superação do veto parcial, a 
disposição vetada de um projeto de lei sancionado pelo Presidente da 
República entrará em vigor com eficácia retroativa (ex tunc). 
Item ERRADO. 
Quando o chefe do Executivo veta parcialmente o projeto de lei, a parte 
não vetada do projeto não fica aguardando a apreciação do veto pelo 
Congresso Nacional, podendo ser promulgada e publicada. 
O veto, acompanhado da devida motivação, seguirá para o Presidente 
do Senado Federal, que o submeterá à apreciação do Congresso 
Nacional, que terá o prazo de trinta dias para, em sessão conjunta e 
escrutínio secreto, apreciar o veto, só podendo rejeitá-lo por deliberação 
de maioria absoluta dos Deputados e Senadores (art. 66, §§ 1º e 4º). 
Caso, vinte dias depois, o veto seja rejeitado pelo Congresso Nacional, 
os dispositivos ingressarão no ordenamento jurídico com eficácia 
retroativa à data da publicação dos demais dispositivos não-vetados (ex 
tunc)? Ou será que os dispositivos entrarão em vigor com eficácia 
somente daí por diante (ex nunc)? 
Os dispositivos que tiveram o veto rejeitado entrarão em vigor com 
eficácia somente daí por diante (ex nunc), pois até então, em relação a 
eles, o processo legislativo ainda não havia sido concluído. 
 
39) (ESAF/AGU/1996) É admissível a rejeição parcial do veto total. 
Item CERTO. 
Assim como o veto pode ser total ou parcial, a suarejeição também 
poderá ser total ou parcial. 
Significa dizer que o Congresso Nacional poderá rejeitar o veto em 
relação a todos os dispositivos vetados (rejeição total), ou poderá 
rejeitar o veto em relação a alguns dispositivos e mantê-lo em relação a 
outros dispositivos do projeto de lei (rejeição parcial). 
 
40) (ESAF/GESTOR/MPOG/2002) Leis ordinárias, leis delegadas, 
decretos legislativos e medidas provisórias situam-se no mesmo 
patamar no que tange à hierarquia das normas jurídicas. 
Item CERTO. 
Dispõe a Constituição Federal que o processo legislativo compreende a 
elaboração de: emendas à Constituição; leis complementares; leis 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 31
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
ordinárias; leis delegadas; medidas provisórias; decretos legislativos e 
resoluções (CF, art. 59). 
Dentre essas espécies normativas, a única que se situa num patamar 
hierárquico diferenciado é a emenda constitucional, que, por ser norma 
constitucional, encontra-se no mesmo nível hierárquico das normas 
constitucionais originárias, inseridas na Constituição no momento da sua 
elaboração. 
Todas as demais espécies normativas que integram o nosso processo 
legislativo - leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, 
medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções – encontram-se 
no mesmo patamar hierárquico. A distinção entre elas diz respeito à 
reserva de matéria, e não ao critério hierárquico. Assim, medida 
provisória não pode disciplinar matéria reservada à lei complementar, 
ou ao decreto legislativo, mas não por ser hierarquicamente inferior a 
essas duas espécies normativas, e sim porque a Constituição reservou 
certas matérias à lei complementar e ao decreto legislativo. 
Portanto, ressalvada a emenda constitucional – que se situa em um 
patamar hierárquico superior, por ser norma constitucional -, todas as 
demais espécies que integram o nosso processo legislativo situam-se no 
mesmo nível hierárquico. 
 
41) (ESAF/AFC/STN/2005) Os tratados internacionais, dentro da 
hierarquia das normas, serão sempre equiparados à lei ordinária. 
Item ERRADO. 
Depois da promulgação da EC nº 45/2004 (Reforma do Judiciário), os 
tratados internacionais celebrados pelo Brasil não terão, 
necessariamente, hierarquia de lei ordinária. 
Os tratados internacionais em geral, incorporados pelo rito legislativo 
ordinário (aprovados definitivamente pelo Congresso Nacional, por 
decreto legislativo; promulgados pelo Presidente da República, por 
decreto), são equiparados à lei ordinária federal. 
Porém, em se tratando de tratados e convenções internacionais sobre 
direitos humanos, poderão eles ser incorporados com hierarquia de lei 
ordinária federal (se incorporados pelo rito ordinário: aprovação 
definitiva pelo Congresso Nacional, por decreto legislativo; promulgação 
pelo Presidente da República, por decreto) ou com hierarquia de 
emenda constitucional (se incorporados pelo rito especial, previsto no 
art. 5º, § 3º, da Constituição: aprovação em cada Casa do Congresso 
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos). 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 32
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
Logo, não podemos afirmar que os tratados e convenções internacionais 
celebrados pelo Brasil têm hoje, sempre, hierarquia de lei ordinária. Por 
que não? Porque se eles versarem direitos humanos e forem aprovadas 
em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos 
dos votos, terão hierarquia equivalente às emendas constitucionais. 
 
42) (ESAF/AFTE/RN/2004) Em razão da estrutura federativa do Estado 
brasileiro, as normas federais são hierarquicamente superiores às 
normas estaduais, porque as Constituições estaduais estão limitadas 
pelas regras e princípios constantes na Constituição Federal. 
Item ERRADO. 
Não há hierarquia entre normas oriundas de entes estatais distintos, 
vale dizer, não há hierarquia entre normas federais, estaduais, distritais 
e municipais. 
O conflito entre essas normas é resolvido com base na competência do 
ente federado para o tratamento da matéria, e não de acordo com o 
critério hierárquico. 
No conflito entre uma lei federal e uma lei municipal dispondo sobre o 
horário de funcionamento do comércio local prevalecerá a lei municipal. 
Mas, não pelo fato de a lei municipal ser hierarquicamente superior à lei 
federal. Prevalecerá a lei municipal porque o Município é o ente federado 
competente para a fixação do horário de funcionamento do comércio 
local, por representar assunto de interesse local (CF, art. 30, I). 
Se o conflito fosse entre uma lei federal e uma lei municipal fixando o 
horário de funcionamento das agências bancárias da municipalidade, a 
prevalência seria da lei federal, pois compete privativamente à União 
dispor sobre horário de funcionamento de instituições bancárias. Note-
se: a lei federal prevaleceria não por ser hierarquicamente superior à lei 
municipal, mas sim em razão de ser a União o ente federado 
competente para dispor sobre a respectiva matéria. 
Entretanto, devemos ressalvar duas situações importantes. 
A primeira é que existe hierarquia entre a Constituição Federal, a 
Constituição do Estado e a Lei Orgânica do Município. Num patamar de 
superioridade hierárquica temos a Constituição Federal, num patamar 
hierarquicamente inferior temos a Constituição do Estado, e, finalmente, 
numa posição hierarquicamente inferior a esta temos a Lei Orgânica do 
Município. A Lei Orgânica do Distrito Federal é hierarquicamente 
equiparada à Constituição do Estado. 
A segunda é que no âmbito da legislação concorrente a Constituição 
estabeleceu uma situação em que, no caso de conflito, a lei federal 
WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 33
CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
prevalecerá sobre a lei estadual. Trata-se do caso em que a 
superveniente lei federal de normas gerais suspende a eficácia da lei 
estadual, no que lhe for contrário (CF, art. 24, § 4º). Note-se que, nesse 
caso, a própria Constituição já estabeleceu uma relação de subordinação 
da lei estadual à lei federal superveniente. 
Portanto, ressalvadas essas duas situações especiais, não há hierarquia 
entre normas federais, estaduais, distritais e municipais. 
 
43) (ESAF/AFRE/RN/2005) Em razão da estrutura federativa do Estado 
brasileiro, as normas federais são hierarquicamente superiores às 
normas estaduais, porque as Constituições estaduais estão limitadas 
pelas regras e princípios constantes na Constituição Federal. 
Item ERRADO. 
É verdade que a Constituição Estadual é hierarquicamente inferior à 
Constituição Federal. Também é verdade que a Constituição do Estado é 
limitada pelas regras e princípios estabelecidos pela Constituição Federal 
(CF, art. 25). 
Porém, não é verdade que as leis federais são hierarquicamente 
superiores às leis estaduais. Como vimos, não existe hierarquia entre 
leis federais, estaduais, distritais e municipais. Eventuais conflitos entre 
essas normas são resolvidos pelo critério da competência para dispor 
sobre a matéria, e não pelo critério hierárquico. 
 
44) (ESAF/GESTOR/MPOG/2002) Assinale a opção correta. 
a) Segundo a visão pacificada da doutrina e da jurisprudência, os 
tratados de que o Brasil faz parte, versando direitos individuais, têm a 
mesma estatura hierárquica das normas constitucionais. 
b) No texto da Constituição Federal de 1988, há diferença hierárquica 
entre normas definidas como cláusulas pétreas e as demais normas do 
Estatuto Político. 
c) No texto da Constituição Federal de 1988, há diferença hierárquica 
entre normas estatuídas pelo poder constituinte originário e normas 
acrescentadas ao texto original por meio de emenda constitucional. 
d)

Outros materiais