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Resumo de Histologia - Tecido Conjuntivo

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CAROLINE FELICIANO - MED 107 
 
TECIDO CONJUNTIVO 
 
• Garante o estabelecimento e manutenção da forma do corpo. 
• Possui tipos celulares diversificados. 
• Intensamente vascularizado. 
• O principal constituinte do tecido conjuntivo é a MATRIZ EXTRACELULAR, formada por uma 
combinação de proteínas fibrosas e de substância fundamental. 
- Fibras: predominantemente colágeno (constituem tendões, aponeuroses, cápsulas de órgãos e 
as meninges; formam o componente mais rígido do estroma - tecido de sustentação dos 
órgãos); elásticas (resistência ou elasticidade); reticulares (suporte). 
- Substância fundamental amorfa: complexo viscoso hidrofílico de macromoléculas aniônicas 
(glicosaminoglicanos e proteoglicanos) e glicoproteínas adesivas (laminina, fibronectina), 
que se ligam a proteínas receptoras (integrinas) presentes na superfície de células bem como a 
outros componentes da matriz, fornecendo força tênsil e rigidez à matriz. 
• Originam-se do tecido embrionário mesênquima, formado por células alongadas 
(mesenquimais). O mesênquima se origina do mesoderma. (Também dá origem às células do 
sangue, dos vasos sanguíneos e dos tecidos musculares). 
 
CÉLULAS DO TECIDO CONJUNTIVO 
 
Origem: células mesenquimais indiferenciadas e células hemocitopoiéticas. 
 
RESIDENTES (regularmente presentes no tecido conjuntivo frouxo): fibroblastos, 
plasmócitos, macrófagos, mastócitos, adipócitos e pericitos. 
TRANSITÓRIAS (migram do sangue): neutrófilos, eosinófilos, linfócitos e monócitos. 
 
 FIBROBLASTOS 
 
• Derivados de células mesenquimais indiferenciadas; 
• Principais células do tecido conjuntivo; 
• Sintetizam as moléculas da matriz - fibras colágenas, elásticas e reticulares, além dos 
glicosaminoglicanos, proteoglicanos e glicoproteínas; 
• Estão envolvidos na produção de fatores de crescimento, que controlam a proliferação e a 
diferenciação celular e também no processo de cicatrização; 
 • Existem em dois estágios: fibroblastos (intensa atividade de síntese; citoplasma abundante e 
rico em mitocôndrias e com RER e golgi bem desenvolvidos, núcleo grande - característico de 
células que fazem síntese proteica, com muitos prolongamentos citoplasmáticos) e fibrócitos 
(estado latente dos fibroblastos, menores e mais delgados, com aspecto fusiforme e poucos 
prolongamentos citoplasmáticos). 
 
 
CAROLINE FELICIANO - MED 107 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MACRÓFAGOS 
 
• Originam-se de precursores da medula óssea, que se dividem produzindo os monócitos. Em 
seguida, circulam no sangue, penetram no tecido conjuntivo, onde amadurecem e adquirem as 
características morfofuncionais de macrófagos; 
• Células grandes, irregulares e com prolongamentos citoplasmáticos de tamanhos variáveis 
(pseudópodes); 
• Citoplasma basófilo rico em lisossomos, com Complexo de Golgi e RER bem desenvolvidos; 
• Fazem a fagocitose de microrganimos, agentes estranhos, células velhas, danificadas e 
cancerosas; 
Aplicação Médica 
 A capacidade regenerativa dos tecidos conjuntivos é claramente observada quando os 
tecidos são destruídos por lesões inflamatórias ou traumáticas. A principal célula envolvida na 
cicatrização é o fibroblasto. 
 Os fibrócitos revertem para o estado de fibroblastos, reativando sua capacidade de 
síntese. Na reparação das feridas, observam-se células conhecidas como miofibroblastos 
(possuem a maioria das características dos fibroblastos, mas contêm uma quantidade 
aumentada de actina e miosina); sua atividade contrátil participa do fechamento de feridas após 
lesões (contração da ferida). 
 
CAROLINE FELICIANO - MED 107 
 
• Participam ainda dos processos de digestão parcial e apresentação de antígenos a linfócitos, 
para que estes façam a resposta imunológica; 
• Secretam substâncias que participam de processos inflamatórios e reparação dos tecidos (ex.: 
colagenases); 
• Obs.: 
Sistema fagocitário mononuclear (células com ancestral comum da medula óssea, ricas em 
lisossomos e receptores para anticorpos e que possuem elevada capacidade de fagocitose - 
"macrófagos distribuídos pelos órgãos"): células de Kupffer - fígado; monócitos - sangue; 
osteoclastos - ossos; micróglia - sistema nervoso; células de Langerhans - pele; célula da poeira - 
pulmão). 
 
 
 
MASTÓCITOS 
 
• Originam-se de células hematopoiéticas situadas na medula óssea; 
• É a maior célula conjuntiva, globosa e com citoplasma repleto de grânulos metacromáticos 
contendo diversas substâncias como a histamina (vasodilatadora; aumenta a permeabilidade 
vascular), a heparina (anticoagulante), glicosaminoglicanos e o fator quimiotático dos eosinófilos 
na anafilaxia (ECF-A); 
• Suas secreções são principalmente do tipo parácrina (isto é, atuam localmente); 
• Existem duas populações de mastócitos: mastócito do tecido conjuntivo (encontrado na pele e 
na cavidade peritoneal e que secreta heparina) e mastócito da mucosa (presente na mucosa 
intestinal e pulmões e que secreta condroitim sulfatado em vez de heparina); 
• Colaboram com as reações imunes e têm um papel fundamental na inflamação, nas reações 
alérgicas e na expulsão de parasitas; 
• Possuem receptores específicos para imunoglobulina E (IgE) produzida pelos plasmócitos; 
 
 
 
CAROLINE FELICIANO - MED 107 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aplicação Médica 
 A liberação de mediadores químicos armazenados nos mastócitos promove reações 
alérgicas denominadas reações de hipersensitividade imediata, porque ocorrem dentro de 
poucos minutos após a penetração do antígeno em indivíduos previamente sensibilizados pelo 
mesmo antígeno. O choque anafilático é o exemplo mais drástico, sendo potencialmente fatal. 
 O processo de anafilaxia consiste na seguinte sequência de eventos: a primeira exposição 
ao antígeno (alérgeno), tal como veneno de abelha, resulta na produção de IgE, uma classe de 
imunoglobulina (anticorpo), pelos plasmócitos. A IgE liga-se avidamente à superfície dos 
mastócitos. A segunda exposição ao mesmo antígeno resulta na ligação do antígeno à IgE presa 
na superfície dos mastócitos liberando histamina, leucotrienos, ECF-A e heparina. A histamina 
causa contração do músculo liso (principalmente dos bronquíolos), além de dilatação e aumento 
de permeabilidade, principalmente em vênulas pós-capilares. Leucotrienos produzem lentas 
contrações do músculo liso e ECF-A atrai eosinófilos do sangue. Embora a heparina tenha ação 
anticoagulante, em humanos durante o choque anafilático não ocorre alteração na formação do 
coágulo. Os mastócitos são abundantes na derme e nos tratos digestivo e respiratório. 
 
CAROLINE FELICIANO - MED 107 
 
PLASMÓCITOS 
• Células de defesa ovalada e com núcleo esférico; 
• Originários de células da medula óssea, tendo como intermediários os linfócitos B (tipo de 
leucócito do sangue); 
 • Possuem abundante retículo endoplasmático rugoso, complexo de Golgi desenvolvido e poucas 
mitocôndrias; 
• Produzem anticorpos (imunoglobulinas) em resposta à penetração de moléculas estranhas 
(antígenos); 
• São poucos numerosos no tecido conjuntivo normal, exceto nos locais sujeitos à penetração de 
bactérias e proteínas estranhas, como a mucosa intestinal, sendo abundantes nas inflamações 
crônicas (onde predominam plasmócitos, linfócitos e macrófagos); 
• Imunoglobulinas: IgG (+ abundante), IgD, IgE (fenômenos alérgicos), IgA (protege mucosas), 
IgM (maior e primeira a ser produzida, marcadora de infecção aguda). 
 
NEUTRÓFILOS E EOSINÓFILOS 
 
• São glóbulos brancos, que fazem fagocitose. 
 
LEUCÓCITOS 
 
• Os leucócitos ou glóbulos brancos são constituintesnormais dos tecidos conjuntivos, vindo do 
sangue por migração (diapedese); 
• São células especializadas na defesa contra microrganismos agressores. A inflamação é uma 
reação celular e vascular contra substâncias estranhas, possui sinais característicos (vermelhidão, 
formação de edemas, calor, dor e alteração da função) e se inicia com uma liberação local de 
mediadores químicos (substâncias de diferentes origens, principalmente de células e proteínas do 
plasma sanguíneo) que induzem alguns de seus eventos característicos, como o aumento do fluxo 
sanguíneo e permeabilidade vascular, quimiotaxia e fagocitose. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aplicação Médica 
 O aumento da permeabilidade vascular é causado pela ação de substâncias vasoativas, 
como a histamina, a qual é liberada por mastócitos e leucócitos basófilos. O aumento do fluxo 
do sangue e da permeabilidade vascular são responsáveis por edema, vermelhidão e calor. A dor 
é devida principalmente à ação de mediadores químicos nas terminações nervosas. Quimiotaxia 
(fenômeno pelo qual tipos específicos de células são atraídos por algumas moléculas) é 
responsável pela migração de grandes quantidades de tipos celulares específicos para as regiões 
de inflamação. Como consequência da quimiotaxia, leucócitos cruzam as paredes de vênulas e 
capilares pelo processo de diapedese, invadindo a área inflamada. 
 
CAROLINE FELICIANO - MED 107 
 
ADIPÓCITOS 
 
• Células especializadas no armazenamento de energia na forma de triglicérides (gorduras 
neutras). 
 
PERICITOS 
 
• Originários de células mesenquimais indiferenciadas; 
• Ficam ao redor dos vasos sanguíneos e ajudam a controlar o fluxo sanguíneo por serem células 
contráteis; 
• Podem se diferenciar em células musculares lisas e endoteliais, por lesão. 
 
FIBRAS PROTEICAS 
 
Principais fibras do tecido conjuntivo: colágenas (proteína colágeno), reticulares (proteína 
colágeno) e elásticas (proteína elastina). 
 
 Na realidade, existem dois sistemas de fibras: sistema colágeno (fibras colágenas e fibras 
reticulares) e sistema elástico (fibras elásticas, elaunínicas e oxitalânicas). 
 
 COLÁGENO: dá resistência ao tecido; é o tipo de proteína mais abundante no organismo; 
suas fibrilas são formadas pela polimerização da unidade molecular tropocolágeno (3 cadeias 
polipeptídicas enroladas em hélice). 
 
* 20 tipos, dentre os quais se destacam: 
 
- Colágeno I: ocorre como estruturas classicamente conhecidas como fibrilas de colágeno, 
presente na maioria dos tecidos (ossos, pele, tendão, dentina, ligamentos, córnea e 
cimento); é o mais abundante (mais de 90% dos colágenos); é o primeiro formado 
evolutivamente; único que forma feixes de grossos calibres e possui a função de resistência à 
tensão. 
- Colágeno II: é encontrado no tecido cartilaginoso e no corpo vítreo; função de resistência 
à pressão. 
- Colágeno III: forma as fibras reticulares; presente na pele, músculo, vasos, frequentemente 
se associa ao tipo I; sua função é a manutenção da estrutura de órgãos expansíveis. 
- Colágeno IV: suas moléculas se associam em forma de rede, forma as lâminas basais; suas 
funções são suportar estruturas delicadas, aderência e filtração. 
- Colágeno VII: forma as fibrilas de ancoragem que prendem a lâmina basal à camada 
fibroreticular do tecido conjuntivo (fibrilas que ancoram as fibras de colágeno tipo I à lâmina 
basal), logo, é encontrado na interface epitélio-conjuntivo. 
 
* Nos colágenos tipo I, II e III as moléculas de tropocolágeno se agregam em subunidades 
(microfibrilas) que se juntam para formar fibrilas através de pontes de hidrogênio e interações 
 
CAROLINE FELICIANO - MED 107 
 
hidrofóbicas (essa união é reforçada pela lisil oxidase). Nos colágenos do tipo I e do tipo III, as 
fibrilas se associam para formar fibras. O colágeno tipo II, presente na cartilagem, forma fibrilas, 
mas não forma fibras. O colágeno tipo IV, presente nas lâminas basais, não forma fibrilas nem 
fibras e suas moléculas de tropocolágeno se associam de uma maneira peculiar - "tela de 
galinheiro". 
* As regiões de sobreposição de proteínas tropocolágeno são estriadas. 
 
 A síntese do colágeno era atribuída apenas a um grupo restrito de células (fibroblastos, 
condroblastos e osteoblastos), mas outros tipos de células produzem essa proteína. Composta 
pelos aminoácidos glicina (repetido a cada terceira posição da sequência de aminoácidos), prolina, 
hidroxiprolina, sendo a hidroxiprolina e a hidroxilisina características do colágeno. 
 
 
Biossíntese do Colágeno tipo I 
 
1 - De acordo com a codificação do RNAm, polirribossomos ligados à membrana plasmática do 
retículo endoplasmático rugoso sintetizam cadeias polipeptídicas (preprocolágeno), que crescem 
para o interior das cisternas. Logo após a liberação da cadeia na cisterna do retículo 
endoplasmático, o peptídeo sinal é quebrado, formando-se o procolágeno. 
2 - À medida que estas cadeias (alfa) se formam, ocorre a hidroxilação de prolinas e lisinas, sob a 
ação das enzimas prolina hidroxilase e a lisina hidroxilase. Hidroxilisina e hidroxiprolina livres 
não são incorporadas às cadeias polipeptídicas. 
3 - Tão logo a hidroxilisina se forma começa a sua glicosilação. Todos os tipos de colágeno 
possuem galactose ou glicosil galactose ligados à hidroxiprolina. 
4 - Cada cadeia alfa é sintetizada com dois peptídeos de registro em cada uma das 
extremidades amino e carboxil. Eles garantem que as cadeias peptídicas se arranjem de maneira 
apropriada para formar a tríplice hélice que resulta na formação da molécula de procolágeno. Esta 
é uma molécula mais longa que o colágeno maduro, solúvel e que não se agrega, o que impede a 
formação de fibrilas de colágeno no interior da célula. Com o auxílio de microtúbulos, o 
procolágeno é transportado em vesículas desde o Golgi até a membrana plasmática, de onde é 
exocitado para a matriz extracelular. 
5 - No meio extracelular, os peptídeos de registro são clivados pelas proteases procolágeno 
peptidases. Sem os peptídeos de registro a molécula passa a ser chamada de tropocolágeno, 
sendo agora capaz de se polimerizar para formar fibrilas de colágeno. 
 
CAROLINE FELICIANO - MED 107 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aplicação Médica 
A osteogenesis imperfecta decorre de mutações relacionadas à síntese do colágeno. Além disso, a troca de um 
aminoácido, particularmente a glicina, é suficiente para causar certos tipos de doenças. Isto porque para que 
a tríplice hélice se forme corretamente, o aminoácido glicina deve estar presente em cada terceira posição na 
cadeia polipeptídica. 
Na esclerose sistêmica progressiva quase todos os tecidos podem apresentar um excessivo acúmulo de 
colágeno (fibrose). Isto ocorre principalmente na pele, trato digestivo, músculos e rins. Outro tipo de fibrose 
é um espessamento localizado na pele, devido a um depósito excessivo de colágeno que se forma em 
cicatrizes (quelóides). 
Deficiência em vitamina C (ácido ascórbico) leva ao escorbuto, doença caracterizada pela degeneração do 
tecido conjuntivo. Sem esta vitamina os fibroblastos produzem um colágeno defeituoso e não são capazes de 
repor o colágeno antigo. Este processo causa uma degeneração generalizada do tecido conjuntivo que se 
torna mais acentuada em áreas nas quais o colágeno deve ser renovado com mais frequência, como o 
ligamento periodontal que fixa os dentes no osso alveolar. O ácido ascórbico é cofator para a enzima prolina 
hidroxilase, a qual é essencial para a síntese normal de colágeno. 
 
 
CAROLINE FELICIANO - MED 107 
 
 Fibras Reticulares: formadas predominantemente por colágenotipo III associado à 
glicoproteínas e proteoglicanos, ficam pretas com impregnação por sais de prata pela quantidade 
de açúcar associada a essas fibras (argirófilas); abundantes em torno do músculo liso, endoneuro, 
algumas glândulas endócrinas e formando o estroma de sustentação dos órgãos hematopoiéticos 
e linfáticos (como o baço, nódulos linfáticos e medula óssea vermelha). Também são encontradas 
em torno dos adipócitos, dos pequenos vasos sanguíneos e dos nervos. 
 
 
 
 
 
 
 
 O Sistema Elástico: é composto por três tipos de fibras: oxitalânica, elaunínica e elástica. 
No primeiro estágio as fibras oxitalânicas consistem em feixes de microfibrilas de 10 nm de 
diâmetro compostas de diversas glicoproteínas, entre as quais uma molécula muito grande, 
denominada fibrilina. As fibrilinas formam o arcabouço necessário para a deposição da elastina. 
Fibrilinas defeituosas resultam na formação de fibras elásticas fragmentadas. As fibras oxitalânicas 
podem ser encontradas nas fibras da zônula do olho e em certos locais da derme, onde conectam 
o sistema elástico com a lâmina basal. As fibras oxitalânicas não possuem elasticidade, mas são 
altamente resistentes a forças de tração. Em um segundo estágio de desenvolvimento, ocorre 
uma deposição irregular de proteína elastina entre as microfibrilas oxitalânicas, formando as 
fibras elaunínicas. Estas estruturas são encontradas ao redor das glândulas sudoríparas e na 
derme. Durante o terceiro estágio, a elastina continua a acumular-se até ocupar todo o centro do 
feixe de microfibrilas. Estas são as fibras elásticas, o componente mais numeroso do sistema 
elástico. 
 As principais células produtoras de elastina são os fibroblastos e o músculo liso dos 
vasos sanguíneos. Antes da elastina madura forma-se a proelastina. A elastina é resistente à 
fervura, à extração com álcalis e com ácido e à digestão com proteases usuais, mas é facilmente 
hidrolisada pela elastase pancreática. 
 Além de glicina e prolina, a elastina contém dois aminoácidos incomuns, a desmosina e a 
isodesmosina, formados por ligações cruzadas entre quatro resíduos de lisina e que são 
responsáveis pela consistência elástica da elastina. 
 A elastina também ocorre na forma não fibrilar formando as membranas fenestradas 
(lâminas elásticas), presentes nas paredes de alguns vasos sanguíneos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aplicação Médica 
 A síndrome de Ehlers-Danlos do tipo IV ocorre por deficiência de colágeno tipo III e se 
caracteriza por ruptura na parede das artérias e do intestino, ambas ricas em fibras reticulares. 
Aplicação Médica 
 Mutações no gene da fibrilina, localizado no cromossomo 15, resultam na síndrome de 
Marfan, uma doença caracterizada pela falta de resistência dos tecidos ricos em fibras elásticas. 
Por causa da grande riqueza em componentes do sistema elástico, grandes artérias como a 
aorta, que são submetidas à alta pressão de sangue, rompem-se com facilidade em paciente 
portadores da síndrome de Marfan, uma condição de alto risco de morte. 
 
CAROLINE FELICIANO - MED 107 
 
SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL AMORFA 
 
- Mistura hidratada de proteoglicanas, glicosaminoglicanas, glicoproteínas multiadesivas e água. 
- Preenche os espaços entre as células e fibras do tecido conjuntivo. 
- Não tem estrutura histológica - amorfa. 
- Gel hidratado, cuja viscosidade impede a entrada de agentes estranhos e atua como lubrificante. 
 
 Os Glicosaminoglicanos (GAG's) são polímeros lineares formados por unidades 
dissacarídicas compostas, usualmente, de ácido urônico (pode ser o ácido glicurônico ou o 
idurônico) e de uma hexosamina (glicosamina ou galactosamina). Com exceção do ácido 
hialurônico, todas estas cadeias lineares são ligadas covalentemente a um eixo proteico, formando 
a molécula de proteoglicano. Devido à abundância de grupos hidroxilas, carboxilas e sulfato da 
cadeia de carboidrato na maioria dos glicosaminoglicanos, os proteoglicanos são intensamente 
hidrofílicos e atuam como poliânions. Com exceção do ácido hialurônico, todos têm um grau de 
sulfatação. Os proteoglicanos podem se ligar a um grande número de cátions (normalmente ao 
sódio) através de pontes eletrostáticas (iônicas) e são estruturas altamente hidratadas por uma 
camada de água de solvatação. Os proteoglicanos são compostos de um eixo proteico associado a 
um ou mais dos quatro tipos de glicosaminoglicanos: dermatam sulfatado, condroitim 
sulfatado, queratam sulfatado e heparam sulfatado. Os proteoglicanos podem localizar-se 
em grânulos citoplasmáticos de células como os mastócitos (heparina), na superfície das células 
(sindecam), nas membranas basais (perlecam) ou na matriz intersticial (agrecam, versicam, entre 
outros). Um importante proteoglicano da matriz extracelular é o agrecam, principal proteoglicano 
sulfatado da cartilagem hialina. O agrecam se associa por meio de seu eixo proteico e de maneira 
não covalente a uma molécula de ácido hialurônico, formando agregados de alto peso molecular. 
Os proteoglicanos de superfície celular são ligados à superfície de muitos tipos de células, 
particularmente epiteliais (ex.: sindecam e fibroglicam). 
 Além de atuarem como componentes estruturais da matriz extracelular e de ancorar células 
à matriz, os proteoglicanos também se ligam a fatores de crescimento (por ex., TGF-β, fator de 
crescimento de fibroblastos do tipo beta). 
 A síntese dos proteoglicanos se inicia com a síntese do eixo proteico no reticulo 
endoplasmático rugoso. A glicosilação é iniciada ainda no retículo endoplasmático rugoso e 
completada no complexo de Golgi, onde também ocorre a sulfatação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aplicação Médica 
 A falta de enzimas lisossômicas que degradam proteoglicanos (glicosidases) pode causar 
várias doenças devido ao acúmulo destas moléculas nos tecidos, como a síndrome de Hurler, 
síndrome de Hunter, síndrome de Sanfilippo e síndrome de Morquio. 
 As bactérias capazes de produzir a enzima hialuronidase, glicosidade que hidrolisa o ácido 
hialurônico, têm grande poder de invasão, uma vez que podem reduzir a viscosidade da 
substância fundamental dos tecidos conjuntivos. 
 
CAROLINE FELICIANO - MED 107 
 
 
 
 
 Glicoproteínas multiadesivas são compostos de proteínas ligadas a cadeias de glicídios. 
Ao contrário dos proteoglicanos, é o componente proteico que predomina nestas moléculas. O 
componente glicídico das glicoproteínas é frequentemente uma estrutura muito ramificada. 
 Desempenham um importante papel não somente na interação entre as células vizinhas 
nos tecidos adultos e embrionários, como também ajudam as células a aderirem sobre os seus 
substratos. A fibronectina é uma glicoprotéina sintetizada pelos fibroblastos e algumas células 
epiteliais, que apresenta sítios de ligação para células, colágeno e glicosaminoglicanos. Interações 
nestes sítios ajudam a intermediar e a manter normais as migrações e adesões celulares. A 
laminina participa na adesão de células epiteliais à sua lâmina basal, que é uma estrutura muito 
rica dessa glicoproteína. 
 As células interagem com componentes da matriz extracelular através de receptores de 
matriz denominados integrinas, que se ligam ao colágeno, à fibronectina e à laminina. A ligação 
das integrinas com moléculas da matriz é de baixa afinidade e dependente de Ca2+ ou Mg2+. 
Pelo lado citoplasmático, as integrinas interagem com elementos do citoesqueleto, normalmente 
com microfilamentos de actina. 
 
 
 
 
Estrutura molecular de 
proteoglicanos e glicoproteínas. 
A: Os proteoglicanos contêm um 
eixo de proteínas ao qual se ligam 
covalentemente moléculas de 
glicosaminoglicanos. Os GAGs são 
polissacarídeosnão ramificados 
construídos por unidades repetidas 
de dissacarídeos; um dos 
componentes é um açúcar amino e 
o outro é o ácido urônico. Os 
proteoglicanos contêm uma maior 
quantidade de carboidrato do que 
as glicoproteínas. 
B: Glicoproteínas são moléculas de 
proteínas globulares às quais se 
associam, covalentemente, a 
cadeias ramificadas de 
monossacarídeos. 
 
CAROLINE FELICIANO - MED 107 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Além da substância fundamental, existe nos tecidos conjuntivos o fluido tecidual (ou 
tissular), que é semelhante ao plasma sanguíneo quanto ao seu conteúdo em íons e substâncias 
difusíveis. Contém uma pequena porcentagem de proteínas plasmáticas, as quais passam através 
da parede dos capilares para os tecidos como resultado da pressão hidrostática do sangue. 
 Duas forças atuam na água contida nos capilares: a pressão hidrostática do sangue, 
consequente da ação de bombeamento do coração, a qual força água através da parede dos 
vasos; a outra força, que tem sentido contrário, é a pressão osmótica (coloidosmótica) do plasma 
sanguíneo, que traz a água de volta para os capilares e que se deve, principalmente, às proteínas 
do plasma. 
 Na metade arterial dos capilares passa água destes para o conjuntivo, e na metade venosa 
dos capilares a água passa do conjuntivo para os capilares, voltando para o sangue. Através deste 
mecanismo, os metabólitos circulam no tecido conjuntivo, alimentando as células. 
 Em várias situações patológicas a quantidade de fluidos nos tecidos pode estar aumentada 
consideravelmente, causando o edema. O edema pode resultar da obstrução de ramos venosos 
ou linfáticos, de uma diminuição do fluxo sanguíneo (resultante, por exemplo, de insuficiência 
cardíaca congestiva), de obstrução dos vasos linfáticos (como em certas parasitoses a exemplo da 
filariose e nas metástases dos tumores malignos), de insuficiência renal, da desnutrição crônica 
(mais especialmente a deficiência proteica, que causa queda da pressão osmótica), do aumento 
da permeabilidade vascular do endotélio de vênulas pós-capilares em resposta a agressões 
químicas e mecânicas ou por liberação de substâncias produzidas pelo organismo (por exemplo, 
histamina). 
 
* EDEMA ALÉRGICO: o IgE produzido pelos plasmócitos irão se aderir aos mastócitos, nos quais 
ocorrerá a degranulação com liberação de histamina. Como a histamina é vasodilatadora e 
aumenta a permeabilidade dos vasos, maior quantidade de líquido sairá do vaso pela pressão 
hidrostática do que retornará pela osmótica. 
 
 
TIPOS DE TECIDO CONJUNTIVO 
 
1) TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO 
 
a) Tecido conjuntivo propriamente dito FROUXO: 
 
Aplicação Médica 
 A fibronectina e a laminina parecem participar de modo importante no 
desenvolvimento dos tecidos embrionários. Elas também aumentam a habilidade de células 
tumorais cancerosas de invadir outros tecidos. A inativação da fibronectina nos primeiros 
estágios de desenvolvimento de embriões de camundongos provoca a morte destes embriões, o 
que demonstra o importante papel dessa molécula nesta fase do desenvolvimento. 
 
CAROLINE FELICIANO - MED 107 
 
- Suporta estruturas normalmente sujeitas à pressão e atritos pequenos. 
- Preenche espaços entre grupos de células musculares, suporta células epiteliais e forma 
camadas em todo dos vasos sanguíneos. É também encontrado nas papilas da derme, na 
hipoderme, nas membranas serosas que revestem as cavidades peritoneais e pleurais e nas 
glândulas. 
- Possui todos os elementos estruturais do tecido conjuntivo propriamente dito, sem predomínio 
de componentes. 
- Células mais abundantes: macrófagos e fibroblastos. 
- Consistência delicada, é flexível, bem vascularizado e não muito resistente a trações. 
- CORRELAÇÃO CLÍNICA: contém muitas células transitórias, responsáveis por inflamação, alergia 
e respostas imunológicas. É o primeiro local onde o organismo ataca antígenos, bactérias e 
invasores. 
 
b) Tecido conjuntivo propriamente dito DENSO: 
- Possui mais fibras (colágenas) e menos células; 
- A orientação e organização das fibras colágenas, lhe dão maior resistência à tração; 
* MODELADO/ ORDENADO: feixes de fibras colágenas paralelas entre si, o que lhes garante 
resistência às trações feitas numa só direção. Encontrado nos tendões e nos ligamentos. As 
células dos tendões são morfologicamente classificadas como fibrócitos. 
* NÃO MODELADO/ DESORDENADO: os feixes de fibras colágenas estão dispostos 
desordenadamente. Consegue resistir a trações feitas em várias direções. É encontrado na derme, 
na bainha de nervos, cápsulas do baço, ovários, rins, linfonodos, etc. Possui fibras colágenas 
(aparecem em vários planos, devido à organização desordenada do tecido), elásticas e 
fibroblastos. 
 
2) TECIDOS CONJUNTIVOS ESPECIALIZADOS 
 
* TECIDO ELÁSTICO 
- Composto por feixes espessos e paralelos de fibras elásticas. 
- O espaço entre as fibras elásticas é preenchido por fibras delgadas de colágeno e por 
fibroblastos achatados. 
- A abundância de fibras elásticas lhe dá a cor amarela e grande elasticidade. 
- Localização: parede de vasos sanguíneos de grande calibre, ligamentos amarelos da coluna 
vertebral, pulmões e ligamento suspensor do pênis. 
 
* TECIDO RETICULAR 
- Forma uma rede tridimensional que suporta as células de alguns órgãos. 
- Rico em fibras reticulares (colágeno do tipo III), fibroblastos e macrófagos. 
- Fibroblastos especializados (células reticulares) ajudam a formar o retículo que sustenta as 
células livres. 
- Forma o arcabouço de sustentação de órgãos hematopoiéticos e linfoides (medula óssea, 
linfonodos e nódulos linfáticos e baço). 
 
CAROLINE FELICIANO - MED 107 
 
- Localização: sinusóides hepáticos, tecido adiposo, medula óssea e órgãos hematopoiéticos, 
músculo liso. 
 
* TECIDO MUCOSO 
- De consistência gelatinosa, pela predominância de substância fundamental composta 
principalmente de ácido hialurônico. 
- Contém poucas fibras colágenas e raras elásticas e reticulares. 
- É o principal componente do cordão umbilical, onde é referido como geleia de Wharton. 
Também é encontrado na polpa jovem dos dentes. 
- Suas células principais são os fibroblastos. 
 
 
OBS.: 
MESÊNQUIMA: tecido embrionário que forma blastemas (conjunto de células) que originam 
tecido conjuntivo, de suporte, musculares e órgãos de origem mesodérmica (ex.: parte do rim e 
cortéx da adrenal). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumo da 11ª edição do livro Histologia Básica - Luiz C. Junqueira e José Carneiro.

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