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PROCESSO CAUTELAR (Livro III, CPC – arts.796/889)
DOS PROCEDIMENTOS CAUTELARES EM ESPÉCIE
2 (arts.822/825)
2.1 Conceito 
O seqüestro é A APREENSÃO DA COISA OBJETO DO LITÍGIO, a fim de garantir a total entrega ao vencedor. No mesmo sentido HTJ ensina que o seqüestro é a medida cautelar que assegura futura execução para entrega da coisa e que consiste na apreensão de bem determinado, objeto do litígio, para lhe assegurar entrega, em bom estado, ao que vencer a causa.
Segundo VGF, quanto à materialidade e também quanto ao procedimento, o seqüestro é idêntico ao arresto. A diferença está em que, no arresto, os bens apreendidos são quaisquer bens penhoráveis que vão ser convertidos em dinheiro para pagamento do credor, ao passo que no seqüestro a apreensão é da coisa litigiosa, para garantir sua total entrega ao vencedor.
Atua o seqüestro, praticamente, através do desapossamento, com escopo de conservar a integridade de uma coisa sobre que versa a disputa judicial, preservando-a de danos, de depreciação ou deteriorização. 
2.2 Procedimento 
Ensina HTJ que o procedimento a observar é comum das medidas cautelares (802 e 803), podendo ser instaurado antes do processo principal ou no curso dele. Admite deferimento liminar, sem audiência da parte contrária (art.804), nas mesmas circunstâncias e sob as mesmas cautelas reclamadas para igual providência em matéria de arresto, inclusive, pois, prova documental ou justificação, de algum dos casos que autorizam a medida cautelar, com possibilidade de substituição dessa prova preliminar por caução (contracautela).
2.3 Cabimento do seqüestro
O seqüestro supõe dúvida sobre o direito material da parte e perigo de desaparecimento da coisa, mas não exige que a lide já esteja sub judice, pois existe o seqüestro preparatório e seqüestro incidente.
Na jurisprudência é comum a afirmação de que o seqüestro é medida violenta, odiosa e de exceção e por isso, o pedido só deve ser deferido diante de prova segura e convincente de que corre risco, insanável, a conservação da coisa.
2.4 Objeto do seqüestro 
O objeto do seqüestro, pela letra da lei são as coisas móveis e imóveis bem como os semoventes, compreendendo-se não só as coisas singulares mas também as coletivas como a herança e a empresa ou ainda o patrimônio do devedor insolvente.
Ressalva HTJ que no nosso sistema processual o seqüestro é limitado à apreensão judicial de coisas (móveis, semoventes ou imóveis); o seqüestro de pessoas recebe outras denominações como “depósito” de menores ou incapazes (art.888, V), “guarda judicial” de pessoas (art.799) ou “posse provisória” de filhos (art.888, III).
2.5 Requisitos de admissibilidade
Para o uso do seqüestro, seu promovente deverá demonstrar a ocorrência dos seguintes requisitos:
o temor de dano jurídico iminente, representado pela verificação de algum dos fatos arrola dos na lei (art.822, I a IV)
o interesse na preservação da situação de fato, enquanto não advém a solução de mérito, o que corresponde ao fumus boni iuris, segundo a doutrina clássica.
Ensina HTJ (2006, p.562) que a prova desses requisitos básicos deve ser feita, como no arresto, mediante documentos ou através de justificação prévia em segredo de justiça, admitindo-se, em casos de real urgência, a substituição dela por caução idônea.
2.6 Cabimento 
O juiz , a requerimento da parte decretará o seqüestro (art.822)
I - De bens móveis, imóveis e semoventes, quando lhes for disputada a propriedade ou a posse, havendo fundado receio de rixas e danificações;
II – de frutos e rendimentos e rendimentos do imóvel reivindicado, se o réu, depois de condenado por sentença ainda sujeita a recurso, os dissipar;
Comenta VGF que esta segunda hipótese é admissível quando o bem não tenha sido seqüestrado com fundamento no inc.I, porque se o foi, seus rendimentos, que são acessórios, também estariam por conseqüência.
III – dos bens do casal, nas ações de desquite (hoje separação judicial) e anulação de casamento, se o cônjuge os estiver dilapidando.
No caso, segundo VGF, o objeto do litígio principal é a separação ou anulação do casamento, mas dela vai decorrer a partilha, podendo o cônjuge que tem a posse dilapidá-los, daí o interesse e a necessidade de decretação do seqüestro.
IV – nos demais casos previstos em lei
Que segundo HTJ podem servir de exemplo os arts.125 do CPP, relativo ao produtos dos crimes; a dos bens do agente ou terceiro envolvido em ato de improbidade administrativa ( Lei nº8.429/92, art.16); a proteção dos privilégios de invenção (Lei nº9.279/96, arts.200 a 203). 
Interessante acrescentar o entendimento de HTJ no que tange aos casos para concessão do seqüestro. Segundo referido autor a solução adotada pelo Código atual de arrolar especificamente os casos em que admite seqüestro, na mesma linha que fez em relação ao arresto, representa um retrocesso em tema de técnica legislativa.
Segundo esse autor, o seqüestro deve ser admitido não somente nos casos declarados na lei civil e comercial, mas também sempre que houver necessidade de serem tomadas providências acauteladoras do direito das partes sobro o objeto do litígio. Por isso a melhor exegese do art.822 é a que sua enumeração como apenas exemplificativa. Dessa maneira, assegura-se ao seqüestro o principal atributo da tutela cautelar, que é a maleabilidade capaz de proporcionar socorro ao processo principal nas situações emergenciais , quaisquer que sejam elas, desde que haja necessidade de preservar sua eficiência e utilidade práticas.
2.7 Execução e efeitos do seqüestro
O decreto de seqüestro é auto-exeqüível, importando imediata expedição do mandado executivo. Não há citação do réu para execução, nem possibilidade de embargos. Assim, resumidamente, seqüestrados os bens, o juiz nomeará depositário, que pode ser pessoa indicada de comum acordo pelas partes; pode ser também qualquer das partes, desde que ofereça maiores garantias e preste caução idônea (art.824). 
Pode ser, também, depositário público ou pessoa de confiança do juiz. Não sendo depositário público, a pessoa nomeada depositária deve prestar compromisso, assumindo as responsabilidades do encargo (art.825). Assinado o compromisso, o depositário receberá os bens; se houve resistência da parte de os detenha, o juiz requisitará força policial (art.825, parágrafo único).

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