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AULA 02 2 CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO Dimensionar um elemento ou uma estrutura, pode ser entendido como a escolha correta das seções que vão compô-la, assegurando o desempenho estrutural e a solução mais econômica possível. A economia está ligada ao menor consumo de material e de mão-de-obra, que dependem das condições de fabricação, transporte e de montagem de cada obra. O desempenho está ligado à capacidade da estrutura em resistir a todas as ações que vierem a solicitá-la durante a sua vida útil, sem apresentar deslocamentos excessivos, escoamento dos seus elementos, perda de estabilidade, enfim, sem que ocorra ruína ou colapso. O dimensionamento sofreu, ao longo do tempo, um processo constante de evolução. As primeiras estruturas foram construídas baseadas na experiência dos seus construtores, sendo um processo totalmente empírico. Com o desenvolvimento das construções, diminuindo-se as seções visando economizar material entre outras razões, surgiu a necessidade de saber até que ponto isto era possível, mantendo as estruturas seguras. Surgia assim o conceito quantitativo de segurança. Para os elementos tracionados, a imposição de uma tensão, característica de cada material, que não fosse ultrapassada pelas tensões atuantes revelou-se um critério coerente e seguro. Para elementos comprimidos ou fletidos tal critério não se revelou suficiente, tendo-se que buscar não mais uma tensão do material, mas sim a carga de colapso que depende também das propriedades geométricas da seção. Surgiram assim os métodos do coeficiente de segurança interno e do coeficiente de segurança externo. Os dois critérios atualmente se confundem em um apenas, que é denominado genericamente de Método das Tensões Admissíveis. Visando o aperfeiçoamento deste método, com a introdução do conceito de probabilidade, surgiu o método semi-probabilístico de dimensionamento denominado Método dos Estados Limites. 2.1 Método das Tensões Admissíveis Neste método, a segurança é introduzida impondo-se que as tensões atuantes fiquem abaixo de um valor, chamado de admissível, que tanto pode caracterizar o escoamento no caso de peças tracionadas, como uma perda de estabilidade no caso de peças comprimidas ou fletidas. As tensões admissíveis são obtidas multiplicando-se as tensões críticas por um fator menor que a unidade. 01,.crítica As tensões atuantes são obtidas, por meio do cálculo estrutural, partindo-se de valores de ações definidas em outras normas, ou retiradas da experiência e do bom senso do projetista. açõesfatuante e a condição de segurança é expressa como: atuante Este é o método adotado pelas normas NB-11 (antiga norma de madeiras), NB-14 (estruturas de aço, até 1986), AISC até a 9a. edição (1990) agora com a sigla ASD, AISI - ASD, etc. A critica principal a este método pode ser sintetizada como o tratamento determinístico dado às ações e resistências. 2.2 Método dos Estados Limites Neste método, a introdução da segurança é feita de forma qualitativa, não mais quantitativa. As ações, solicitações e resistências recebem um tratamento semi-probabilístico. A condição de segurança é expressa como: Sd Rd onde: Sd = solicitação de cálculo Rd = resistência de cálculo As ações são assumidas com valores nominais que, multiplicadas por um coeficiente maior que a unidade, transformam-se em ações de cálculo. As resistências, assumidas com seus valores convencionais mínimos, são multiplicadas por um coeficiente menor que a unidade, transformando-se em resistências de cálculo. Assim: Sd = Sn . > 1,0 Rd = Rn . < 1,0 Este é o método adotado pela NBR-8800, atual NB-14/86, AISC de 1988 e AISI com a sigla LRFD, EUROCODE, norma canadense, entre outras. 2.3 Combinações de Ações Na quase totalidade das estruturas ocorre a atuação simultânea de diversas ações, sendo que cada método analisa de forma diferente este fato. No método das tensões admissíveis as ações ou as solicitações são simplesmente somadas e a ação ou a solicitação resultante define a tensão atuante. No método dos estados limites, as combinações são feitas mediante a aplicação de um coeficiente de redução (fator de combinação) que procura representar a probabilidade existente em ocorrer a atuação de duas ou mais ações variáveis simultaneamente. 2.4 A Norma NBR- 8800/2008 Esta norma particulariza a aplicação do método dos Estados Limites à estruturas de edifícios executadas com aço, com espessura dos elementos (perfis e chapas) igual ou superior a 3,0mm (1/8"). Deve ser verificada a possibilidade de ocorrer estados limites últimos e de serviço. Definindo os estados limites últimos como os ligados à resistência e à estabilidade da estrutura e os estados limites de serviço como aqueles ligados aos deslocamentos, vibrações, enfim, com o bom funcionamento da edificação. As combinações a serem pesquisadas para os estados limites últimos sâo: -Combinações Últimas Normais: Onde: = coeficiente de ponderação das ações = fator de combinação FQ1= ação variável principal FQj = demais ações variáveis n j kQjjqjkQq m i kGigid FFFF -Combinações Últimas Especiais (de construção): Onde: 0j,ef = fator de combinação normalmente igual á 0j, mas para ações variáveis principais com tempo de atuação muito pequeno pode ser tomado igual à 2j. -Combinações Excepcionais: onde: FQ,exc = ação excepcional A seguir são apresentados na tabela 1 os fatores de ponderação adotados pela NBR 8800, para as combimações apresentadas anteriormente e para vários tipos de ações. n j kQjefjqjkQq m i kGigid FFFF n j kQjefjqjexcQ m i kGigid FFFF TABELA 1 – Valores dos coeficientes de ponderação das ações Os valores mais empregados para o fator de combinação, adotados pela NBR8800, são os apresentados a seguir: Exercícios propostos: 01. Determine a solicitação crítica de uma estrutura solicitada pelas seguintes ações: Ng = 10kN (p.p. da estrutura metálica) Nq1 = 30kN (vento 1) Nq2 = -40kN (vento 2) Nq3 = 60 kN (equipamento) Obs.: - as ações de vento não são simultâneas - o equipamento produz ação decorrente do uso - supor combinações positivas e negativas 02. Determine a combinações críticas em uma coluna de um edifício que esta submetida às seguintes solicitações: Ng = 100kN (p.p. da estrutura metálica) Ng1 = 350kN (p.p. da laje de concreto) Nq1 = 300kN (sobrecarga devido ao uso) Nq2 = 250kN (sobrecarga da cobertura) Nq3 = 310 kN(vento 1) Nq4 = -260 kN (vento 2) Nq5 = -70 kN (variação da temperatura) Nq6 = -340 kN (sobregarga de equipamento)
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