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Prévia do material em texto

LETRAS | 1
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LINGUÍSTICA TEXTUAL 
LETRAS | 2
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LETRAS | 3
LINGUÍSTICA TEXTUAL 
CARLA ALECSANDRA DE MELO BONIFÁCIO 
JOÃO WANDEMBERG GONÇALVES MACIEL 
 
 
 
 
 
 
Apresentação 
Caros Alunos,
Dando continuidade ao trabalho iniciado pelas disciplinas de Leitura e Produção de Texto I e II, a
disciplina de LINGUÍSTICA TEXTUAL abordará a história dos estudos sobre o texto, discutindo suas várias
concepções, questões relativas ao seu funcionamento, bem como processos e estratégias de sua
construção, de maneira que o objetivo da disciplina é acompanhar o quadro evolutivo dos estudos da
Linguística Textual e sua contribuição metodológica e didática para o estudo do texto.
Para alcançarmos esse objetivo, dividimos a disciplina em quatro unidades temáticas: a primeira
contemplará um breve histórico da Linguística Textual de modo que o aluno tenha uma visão de onde e
quando ela surgiu, qual o seu objeto de estudo e quais as suas fases até os dias atuais.
A segunda unidade versará sobre os articuladores textuais que têm sido objeto de reflexão da
Linguística Textual desde os seus primórdios, uma vez que um texto não é simplesmente um amontoado de
palavras ou uma sequência de frases isoladas, mas sim uma unidade linguística com propriedades
estruturais específicas. Dentre os vários mecanismos articulatórios serão elencados: repetição de itens
lexicais, paralelismo, paráfrases, recorrência de elementos fonológicos, de tempos verbais.
No tocante aos vários assuntos da Linguística Textual, a terceira unidade terá como prioridade a
discussão sobre o conceito de intertextualidade, a sua importância no processo da leitura e da escrita,
levantando questões relativas ao seu papel no processo ensino aprendizagem da língua portuguesa de
modo que possa contribuir efetivamente na formação do aluno do Curso de Letras.
Finalmente, a quarta unidade contemplará os gêneros textuais emergentes na mídia virtual e no
ensino, uma vez que diante da penetração e do papel da tecnologia digital na sociedade contemporânea e
das novas formas comunicativas aportadas, o estudo da comunicação virtual na perspectiva dos gêneros é
particularmente interessante porque a interação on line tem o potencial de acelerar enormemente a
LETRAS | 4
evolução dos gêneros, tendo em vista a natureza do meio tecnológico em que ela se insere e os modos
como se desenvolve.
Com este material em mãos, pretendemos contribuir para sua formação e ao mesmo tempo
esperando a sua avaliação, sugestão e opinião, de maneira que a participação será essencial para o bom
desenvolvimento do nosso trabalho em uma grande parceria em prol do sucesso intelectual e profissional.
Para tanto, vamos construir juntos, trocando experiências.
Um abraço fraterno!
Os autores
LETRAS | 5
UNIDADE I 
BREVE HISTÓRICO DA LINGUÍSTICA TEXTUAL 
Como se sabe, foi na década de 60 na Europa, especialmente na Alemanha, que a lingüística textual
começou a desenvolver se como ciência da estrutura e do funcionamento dos textos. De acordo com
Fávero (2010), a origem do termo lingüística textual encontra se em Cosériu1 embora, no sentido que lhe é
atualmente atribuído, tenha sido empregado pela primeira vez por Weinrich2.
O objeto de investigação da Linguística Textual não é mais a palavra ou a frase, mas sim o texto,
uma vez que os textos são formas específicas de manifestação da linguagem. Dentro desta perspectiva, a
Linguística Textual ultrapassa os limites da frase e concebe a linguagem como interação. Assim, justifica se
a necessidade de descrever e explicar a língua dentro de um contexto, considerando suas condições de uso.
Dentre as causas do seu desenvolvimento, é possível mencionar as falhas das gramáticas da frase
no tratamento de fenômenos como a referência, as relações entre sentenças não ligadas por conjunções, a
ordem das palavras no enunciado, a entoação, a concordância dos tempos verbais, fenômenos estes que só
podem ser explicados em termos de texto ou em referência a um contexto situacional.
Portanto, o que legitima a Linguística Textual é a sua capacidade de explicar fenômenos
inexplicáveis por meio de uma gramática do enunciado, também chamada de Linguística do Discurso que,
para Marcuschi (apud BENTES, 2001) “seu surgimento deu se de forma independente, em vários países de
dentro e de fora da Europa Continental, simultaneamente, e com propostas teóricas diversas”, havendo,
assim, não só uma gradual ampliação do objeto de análise da Linguística Textual, mas também um
progressivo afastamento da influência teórico metodológica da Linguística Estrutural saussuriana.
É importante ainda salientarmos, antes de irmos para as fases da Linguística Textual que, de forma
geral a Lingüística Textual teve alguns precursores históricos distintos, conforme aponta pesquisa de
Tafarello e Rodrigues (1993), que corresponde a três grandes linhas de pensamento: a Retórica Clássica
(Empédocles, Corax, Tísias) que das suas cinco partes duas têm relação com a lingüística do texto: uma diz
 
1 COSÉRIU, E. 1955. Determinación y entorno. Dos problemas de uma lingüística del hablar. Romanistisches Jahrbuch,7: 29 54.
2 WEINRICH, H. 1966. Linguistik der Lüge. Heidelberg, Verlag Lambert Schneider.
LETRAS | 6
respeito à definição de operações lingüísticas subjacentes à produção do texto, ou seja, a sua
microestrutura; a segunda refere se à localização do texto no processo global de comunicação, ou, a sua
macroestrutura.
A outra linha de pensamento foi a Estilística que se serviu da retórica, da gramática e da filosofia. A
Estilística tinha por objeto todas as relações acima do nível da frase, considerando que até bem pouco
tempo a maior unidade da lingüística era a frase.
A terceira e última linha de pensamento foi a dos Formalistas Russos, pertencentes ao Círculo
Lingüístico Moscou. Dentro os quais têm Propp (analisou as estrutura dos contos populares), Jakobson
(rompeu com os padrões tradicionais de análise de texto) a partir do esquema de comunicação (emissor,
canal, código, interlocutores etc.)
De acordo com Tafarello e Rodrigues (1993) também há precursores stricto senso, que de uma
forma ou de outra tiveram sua atenção voltada para o texto. Fazem parte deste conjunto de precursores:
Hjelmslev, Harris, Pike, Jakobson, Benveniste, Pêcheux, Orlandi, entre outros.
Após termos, brevemente, explicado quando, onde e quais as causas do surgimento da Linguística
Textual, esboçaremos neste momento, as suas fases, que para Bentes (2001), na história da constituição da
Lingüística textual não se pode ter com precisão uma sequência cronológica e homogênea no
desenvolvimento das teorias da lingüística de texto, porém, podem se definir três momentos teóricos e
bastante diferentes entre si:
1ª FASE 2ª FASE 3ª FASE 
 
Transfrástica 
 
As gramáticas textuais 
 
Elaboração de uma teoria de texto 
Tentaremos explicar, a partir de agora, como se deu cada uma dessas fases:
1ª Fase: Transfrástica 
De acordo com Koch (2004), a primeira fase se deteve ao estudo dos mecanismos interfrásticos que
fazem parte do sistema gramatical da língua, cujo uso possibilitaria a duas ou mais sequência ao estatuto
de texto.
Nesta época, os estudos possuíam orientações diversas, podendo ser estruturalistas, gerativistas ou
até mesmo funcionalistas e dentre os fenômenos a serem explicados podemos citar a correferência, a
pronominal
tempos ver
No
observado
ultrapassav
exemplo, ac
É i
denominaçõ
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de enunciad
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Lembrete!
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LETRAS | 8
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Linguagens:
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LETRAS | 9
 
1. Competência formativa: 
estaria relacionada ao fato de o usuário ser capaz 
de produzir e compreender um número infinito de 
texto e avaliar, a boa ou má formação de um 
texto; 
 
2. Competência transformativa: 
faz referência à capacidade de resumir um texto, 
parafraseá-lo, reformulá-lo, ou atribuir-lhe um 
título, como também de avaliar a adequação do 
resultado dessas atividades; 
 
3. Competência qualificativa: 
estaria voltada à capacidade de o usuário 
identificar o tipo ou gênero de um dado tipo, assim 
como à possibilidade de produzir um texto de um 
tipo particular. 
Segundo Koch (2004, p.5), uma vez que todos os falantes teriam essas capacidades, as tarefas
básicas de uma gramática do texto seriam as seguintes:
a) Verificar o que faz com que um texto seja um texto, em outras palavras, determinar seus 
princípios de constituição, os fatores responsáveis pela sua coerência, as condições em que se 
manifesta a textualidade; 
b) Levantar critérios para a delimitação de textos; 
c) Diferenciar as várias espécies de texto. 
Embora empenhados no sentido de desenvolver uma gramática textual, tais tarefas não puderam
ser contempladas por problemas na formulação das Gramáticas Textuais.
O primeiro se refere à conceituação do texto, que como já mencionamos, seria uma unidade
formal, dotada de uma estrutura interna e gerada a partir de um sistema finito de regras, internalizado por
todos os usuários da língua. Semelhante, em sua formulação, à gramática gerativa da sentença, de
Chomsky, esse sistema finito de regras constituiria a gramática textual de uma língua. Com base nisto,
propor um percurso gerativo para o texto não seria fácil, já que ele não constitui uma unidade estrutural,
originária de uma estrutura de base e realizada por meio de transformações sucessivas.
Além disso, a separação entre as noções de texto (unidade estrutural, gerada a partir da
competência de um usuário idealizado e descontextualizado) e discurso (unidade de uso) acabou se
constituindo em um outro problema das gramáticas de texto pelo fato desta separação não ter justificativa,
uma vez que o texto só pode ser compreendido a partir do uso em uma situação real de interação.
Apesar dos problemas, não se pode negar o mérito das gramáticas de texto que estabeleceram dois
pilares para a consolidação dos estudos voltados ao texto e ao discurso:
1) a verificação de que o texto constitui a unidade lingüística mais elevada se desdobrando ou se 
subdividindo em unidades menores, igualmente passíveis de classificação, onde as unidades menores 
(inclusive os
estruturação
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LETRAS | 10
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LETRAS | 11
Beaugrande & Dressler – Se aproximam da linha americana da Análise do Discurso e seus estudos
estão voltados aos critérios ou padrões essenciais de textualidade e do processo cognitivo do texto, sendo
centrados no texto os critérios de textualidade a coesão e a coerência, enquanto que a informatividade, a
situacionalidade, a intertextualidade, a intencionalidade e a aceitabilidade são centrados nos usuários.
Entre outros pressupostos adotados estão os da semântica procedural, que realçam o estudo da coerência
e do processamento do texto, não só o conhecimento declarativo (dado pelo conteúdo proposicional dos
enunciados), mas também o conhecimento construído através da vivência, condicionado sócio
culturalmente, que é armazenado na memória, sob a forma de modelos cognitivos globais.
Givón e outros estudiosos filiados à linha americana da Análise do Discurso, buscando subsídios em
pesquisas nas áreas da Psicologia da Cognição e da Inteligência Artificial estão voltados tanto com as
formas de construção lingüística do texto enquanto seqüência de frases, quanto com a questão do
processamento cognitivo do texto (isto é, com os processos de produção e compreensão) e,
conseqüentemente, com o estudo dos mecanismos e modelos cognitivos envolvidos nesse processamento.
Na concepção de Weinrich toda Linguística é Linguística de Texto. O objetivo dos seus trabalhos é a
construção de uma macrossintaxe do discurso, com base no tratamento textual de categorias gramaticais
como os artigos, os verbos etc. Utiliza como método heurístico a “partitura textual”, que consiste em unir a
análise frasal por tipo de palavras e a estrutura sintática do texto num só modelo, tal como uma “partitura
musical a duas vozes”. Para o autor, o texto é uma seqüência linear de lexemas e morfemas que se
condicionam reciprocamente e que, de modo recíproco, constituem o contexto: texto é, pois, “um andaime
de determinações onde tudo se encontra interligado”, uma “estrutura determinativa”.
Já Van Dijk vem, desde 1985, atuando na perspectiva da Análise Crítica do Discurso (Critical
Discourse Analysis). Seu trabalho está relacionado à questão da tipologia dos textos, no que diz respeito ao
estudo das macroestruturas textuais, e ao das superestruturas ou esquemas textuais. Tendo dedicado,
inicialmente, maior atenção às superestruturas narrativas, passou, mais tarde, a examinar outros tipos de
superestruturas, especialmente as do noticiário jornalístico.
O trabalho de Petöfi a princípio se voltou para construção de uma teoria semiótica dos textos
verbais denominada de TeSWeST (Teoria da Estrutura do Texto – Estrutura do Mundo). Esta teoria visa ao
relacionamento entre a estrutura de um texto e a interpretação extensional (em termos de mundos
possíveis) do mundo (ou do complexo de mundos) que é textualizado em um texto, implicando, assim,
elemento con textuais (externos ao texto) e cotextuais (internos ao texto). Como conseqüência,
atualmente, os interesses desse autor e de seu grupo estão direcionados à questão da
compreensão/produção de textos.
Para Schmidt, a textualidade é o modo de toda e qualquer comunicação transmitida por sinais,
inclusive os lingüísticos, preferindo a denominação Teoria de Texto a Lingüística de Texto. Segundo o autor,
o texto é “
‘jogo de at
reconhecíve
Con
também co
Charolles, C
Ma
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como estud
funcioname
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produção e
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Marcuschi e
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(1990), Nus
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LETRAS | 12
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3) apud Koc
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ância a que
so ao conh
studo dos gê
a, os gênero
erreno extrem
uestão dos g
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Você, tamb
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LETRAS | 13
aplicados no âmbito educacional, por muitos estudiosos como, por exemplo, na Inglaterra, a obra de
Swales; nos Estados Unidos, cabe ressaltar autores como Bhatia, Miller, Freedman, Coe e Bazerman; na
França, a obra de Jean Michel Adam, destacando se, neste domínio, os trabalhos conduzidos por Bernard
Schneuwly, Joaquim Dolz e Jean Paul Bronckart.
É importante ainda esclarecer que os estudos de Schneuwly, Dolz e Bronckart consideram o gênero
como suporte das atividades de linguagem, definindo o com base em três dimensões essenciais:
1) os conteúdos e os conhecimentos que se tornam dizíveis a partir dele; 
2) os elementos das estruturas comunicativas e semióticas partilhadas pelos textos reconhecidos como 
pertencentes a determinado gênero; 
3) as configurações específicas de unidades de linguagem, traços, principalmente, da posição 
enunciativa do enunciador, bem como dos conjuntos particulares de seqüências textuais e de tipos discursivos 
que formam sua estrutura. 
De forma que se estabelece, então, distinção entre gêneros, tipos discursivos e sequências textuais
que são vistas como esquemas que fazem parte da constituição dos vários gêneros, variando menos que
eles em função das circunstâncias sociais.
Finalizando, é possível afirmar veementemente que a lingüística Textual tem contribuído
significativamente com seu escopo, tanto para o texto, quanto para a construção de sentido do mesmo,
alcançando assim, grandes avanços no campo da textualidade.
Vimos, através de suas fases, que o que era apenas um estudo da frase, passou para um estudo da
gramática de texto, na tentativa de suprir algumas lacunas não preenchidas pela corrente estruturalista e
gerativista; e logo em seguida, chegou se aos conceitos de texto, que por sua vez o define não mais como
algo pronto e acabado, mas como um processo em construção e, nesse sentido as contribuições tem sido
ainda mais significantes, pois, hoje se tem conceitos mais globais do seja um texto, bem como dos gêneros
textuais, gêneros do discurso e tipos de suportes dos gêneros textuais.
Assim, atualmente, a Linguística Textual tem como objeto particular de investigação não mais a
palavra ou a frase isolada, mas o texto, considerado a unidade básica de manifestação da linguagem, isto
porque que o homem se comunica por meio de textos, ocorrendo diversos fenômenos lingüísticos que só
podem ser explicados no seu interior.
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LETRAS | 14
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LETRAS | 1
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15
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LETRAS | 16
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LETRAS | 1
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17
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LETRAS | 18
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Paralelismo
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LETRAS | 20
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também o se
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falta de par
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as mesmas
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procuravam
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e o mar, sem
m homem m
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essage/268
os de réis; n
eitor em um
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rosa.
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morte prem
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e trazia nas
a, e todos v
ar, trouxe a
nível em:
>.
nada menos
m ritmo que
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lismo pode
ordenações
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ão amora fun
heiro.
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m, das
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procurar
matura
ueles
a praia
suas
vieram à
coisa e
s.
e remete ao
recurso seja
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logicamente
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Len
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pedra, que
3. A
uma relaçã
intercompre
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um mecanis
la. É estabe
Veja
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Carlos D
M
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Ah! Ce
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Deus, ó
ganhe
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do os verso
ônica dos ver
metaforiza u
A paráfrase é
o de equiva
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o as ideias, re
Parafras
smo de se fa
lecer uma re
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o do caminh
no meio do
Drummond
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opel de paixõ
ego eu cria, a
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que inúmero
xistência fala
s eis sucumb
al, que a vida
eres, sócios m
alma, que se
bismo vos su
ó Deus!... Qu
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ba morrer o q
B
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um obstáculo
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alência semâ
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be Natureza
a em sua orig
meus e meu
edenta e si nã
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que viver não
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mond acima,
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o do dia a dia
o no qual o e
ântica (expli
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ma tessitura c
a reafirmar,cia a uma ob
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ma pedra / t
tinha uma p
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ourava!
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s tiranos!
ão coube,
senganos.
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deram anos
o soube.
percebe se
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a humano.
enunciado re
cação, reite
nteração, ist
coesa e orga
em palavras
ra que lhe é
de.
tinha uma p
pedra.
na
que o terce
o tropeço pro
eformulador
ração, ênfas
to é, no mo
anizada.
s diferentes,
anterior com
pedra no me
Meus dias c
em banque
comigo a pa
na Alemanha
Oh! secret
Não sejas
a própria líng
o choru
Marinhas (
o que de b
é impossíve
Quando o Ri
desça o tr
saiba desc
eiro verso qu
ovocado pel
r mantém co
se), com o o
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, o sentido d
m o intuito d
eio do cami
consumir de
etes com reis
nça encheu
a, na França,
tário que tão
mole: dente
gua, que ain
ume daquela
(1), meu neg
bom nesta b
el que ao pra
io a Petrópo
rem com fina
er o que sub
Olavo Bila
LETRAS | 2
uebra repent
a presença i
om o enuncia
objetivo de
que escreve
de um texto
e reafirmá la
nho / tinha
terra em ter
s todos os dia
também Tob
, na Inglaterr
o bem comias
e agudo ferra
da agora enc
as iguarias!
go, se tu visse
arriga coube
nto resistiss
lis me roube
as gulodices,
bir não soube
ac
21
tinamente a
ncômoda da
ado anterior
assegurar a
emos vamos
o. É também
a, esclarecê
uma
rra,
as;
bias
ra...
s!
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cerra
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e,
es.
e (2)
,
e!
a
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r
a
s
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Apó
qual se trad
de atividade
com novos
A p
palavras, co
marcadores
em outras p
1. No prin
do Zero;
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LETRAS | 22
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LETRAS | 23
(KOCK; ELIAS, 2009, p. 169)
4. Recorrência de elementos fonológicos trata se de fatos suprassegmentais, como a entonação, o
metro, a rima, o ritmo, assonâncias, aliterações, etc. Vejamos os exemplos abaixo.
João Marcelo da Silva Elias, 4ª série, Colégio Madre Alix
PR O V A de que não são exatamente os 
tempos, mas o caráter de cada povo que 
determina as tradições, é o consumo de 
tomar banhos. Ou de não tomar banho. 
Os gregos e romanos, por exemplo, 
sempre foram adeptos da prática. Já os 
europeus, em pleno século XIX, fugiam da 
água como se ela fosse praga. 
Literalmente. É que como a água quente 
dilata os poros, os médicos europeus 
acreditavam que os banhos facilitavam a 
entrada de germes. Ou seja, fugir das 
banheiras era recomendado como uma 
medida de higiene. Outra crença dizia que 
a água amolecia o organismo e impedia o 
crescimento. Assim, crianças eram 
frequentemente impedidas de entrar no 
banho
 SOALHEIRO, Bárbara. Como fazíamos sem... São Paulo: Panda Books, 2006. 
5. Recorrênc
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LETRAS | 24
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KOCH; ELIAS, 20
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LETRAS | 25
No segundo período do primeiro parágrafo, é usado o tempo presente – “ouço”, “vou abri la” –,
marcando um dos momentos mais relevantes da narrativa. Segundo a teoria de Weinrich, trata se da
metáfora temporal, isto é, o emprego de um tempo de um dos mundos no interior do outro. Este recurso
imprime maior atenção, maior engajamento, uma vez que consiste no uso de um tempo do mundo
comentado no interior do mundo narrado.
O momento de maior tensão, denominado “clímax”, acontece no 3º período do 1º parágrafo, onde
o verbo “abrir” também é empregado no presente, para a seguir surgir “... deparei me...” , expressão no
pretérito perfeito, tempo zero do mundo narrado.
No período seguinte o verbo “pedir” encontra se no pretérito perfeito e o verbo “querer”, no
pretérito imperfeito, tempos sem perspectiva do mundo narrado que manifestam ação propriamente dita,
1º plano, passando para “pano de fundo” (“me pediram para... pois só queriam as jóias,...”). Interessante
perceber que o pano de fundo, normalmente registrado no início do texto, neste aparece no clímax,
quando o autor apresenta o motivo que desencadeou a ação principal.
No segundo e último parágrafo, o emprego do verbo “ser” no presente denota um aspecto
descritivo dos personagens “... são muito ágeis,...”, mesmo recurso utilizado em: “..., pois é um dia especial
para descanso.” para, novamente, serem empregados o pretérito perfeito “...eu consegui cair...” e “...
escapei com vida e...” seguido do pretérito imperfeito “estavam” e “continuavam”, repetindo o que já foi
explicado no final do primeiro parágrafo.
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LETRAS | 26
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LETRAS | 29
Assim, vale à pena reafirmar que, para o processo de compreensão, além do conhecimento do
texto fonte,também é necessário considerar que a retomada de texto ou textos em outro(s) texto(s)
conduz a construção de novos sentidos, já que estes fazem parte de outra situação de comunicação.
Na literatura, e até mesmo nas artes, a intertextualidade se faz presente, uma vez que todo texto,
seja ele literário ou não, é originado de outro, seja direta ou indiretamente. Qualquer texto que se refere a
assuntos abordados em outros textos é considerado como exemplo de intertextualização.
A intertextualidade está presente em áreas como na pintura. Veja as várias versões da famosa
pintura de Leonardo da Vinci, Mona Lisa:
Mona Lisa, Leonardo da Vinci. Óleo sobre
tela, 1503
Mona Lisa, de Marcel Duchamp, 1919
Mona Lisa, Fernando Botero, 1978 Mona Lisa, propaganda publicitária
Como já dito anteriormente, é possível encontrar exemplos de intertextualidade em várias áreas,
como a pintura, a literatura, a música, a propaganda, ocorrendo também em vários gêneros como a charge.
LETRAS | 30
A título de ilustração, temos abaixo um exemplo desse gênero criado pelo chargista Duke onde se vê a
referência a um contexto político que, através da intertextualidade com uma música do grupo Solteirões do
forró, nota se a construção de uma crítica a atuação do político em cartaz.
Você Não Vale Nada Mais Eu Gosto de Você 
Solteirões do Forró 
Composição: Dorgival Dantas 
 
Você não vale nada, 
Mas eu gosto de você! 
Você não vale nada, 
Mas eu gosto de você! 
Tudo que eu queria 
era saber Porquê?!? 
Tudo que eu queria 
era saber Porquê?!? 
 
Você brincou comigo, 
bagunçou a minha vida. 
Esse sofrimento 
não tem explicação. 
Já fiz de quase tudo tentando te esqueçer. 
Vendo a hora morrer 
não posso me acabar na mão. 
Seu sangue é de barata, 
a Boca é de vampiro. 
Um dia eu lhe tiro 
de vez meu coração. 
Aí ja não lhe quero 
Amor não dê ouvidos 
Por favor me perdoa 
Tô morrendo de paixão... 
 
Eu quero ver você sofrer 
Só pra deixar de ser ruim 
Eu vou fazer você chorar, se humilhar 
Ficar correndo atras de mim....(2X) 
 
Você não vale nada, 
Mas eu gosto de você! 
Você não vale nada, 
Mas eu gosto de você! 
Tudo que eu queria 
era saber Porquê?!? 
Tudo que eu queria 
era saber Porquê?!? 
Fonte: http://www.dukechargista.com.br/
Para aprender mais sobre intertextualidade, você poderá acessar o 
seguinte link http://www. 
infoescola.com/portugues/intertextualidade-parafrase -e-parodia/, 
tendo autonomia em suas pesquisas, tirando suas próprias 
conclusões. 
Segundo Kock (2006), é possível falar em intertextualidade em stricto sensu, que ocorre quando,
em um texto, está inserido outro texto (intertexto) anteriormente produzido, que faz parte da memória
social da co
no sentido e
De
intertexto –
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Contexto, 2
exemplo cit
6), na tirinh
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s maneiras. D
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e explícita.
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2006.
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citações e r
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Neste caso, e
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sentido amp
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um já dito, q
implícita 
ade, passare
lícita ou imp
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ncluindo o nu
o, no texto,
Quando acon
referências;
nas 85, 86 e 8
ssa questão.
er: os sentido
stra exatame
atar a inser
uma vez que
embora não
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mente resga
plo, lato sen
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mos agora a
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nos resumos
87 do livro d
. Referência:
os do texto.
LETRAS | 3
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a abordar a m
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: KOCH, Inge
São Paulo:
31
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ro texto – o
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plicitação da
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faz presente
u seja, ela é
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maneira pela
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a, e de uma
fonte não é
o intertexto,
e traduções,
Koch,
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e
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LETRAS | 32
Vejamos agora como ocorre à intertextualidade explicita através de um anúncio da Pfizer, veiculado
pela revista Veja de 2005.
Fonte: Revista Veja. São Paulo: abril, ed. 1.929, ano 38, n. 44, 02 nov. 2005
Fonte:http://vagalume.uol.com.br/nandoreis/do seu lado.html
Muito prazer,
nós somos a Pfizer
Paixão segundo Nando Reis: “Faz muito tempo, mas eu me lembro... 
você implicava comigo. Mas hoje eu vejo que tanto tempo me deixou 
muito mais calmo. O meu comportamento egoísta, o seu temperamento 
difícil. Você me achava meio esquisito e eu te achava tão chata. Mas 
tudo que acontece na vida tem um momento e um destino. 
Viver é uma arte, é um ofício. Só que precisa cuidado. Prá perceber que 
olhar só prá dentro é o maior desperdício. O teu amor pode estar do seu 
lado. O amor é o calor que aquece a alma. O amor tem sabor prá quem 
bebe a sua água. Eu hoje mesmo quase não lembro que já estive 
sozinho. Que um dia eu seria seu marido, seu príncipe encantado. 
Ter filhos, nosso apartamento, fim de semana no sítio. Ir ao cinema todo 
domingo só com você do meu lado. O amor é o calor que aquece a alma. 
Para Nando Reis, paixão significa estar do seu lado. Para Pfizer, paixão é 
o que faz a gente pesquisar as curas para os males que afetam a 
qualidade de vida dos homens e mulheres. E a gente faz isso todos os 
dias. Com paixão. 
Do Seu Lado 
Nando Reis 
Faz muito tempo, mas eu me lembro... você implicava comigo 
Mas hoje eu vejo que tanto tempo me deixou muito mais calmo 
O meu comportamento egoísta, o seu temperamento difícil 
Você me achava meio esquisito e eu te achava tão chata 
 
Refrão 
Mas tudo que acontece na vida tem um momento e um destino 
Viver é uma arte, é um ofício 
Só que é preciso cuidado 
Pra perceber que olhar só pra dentro é o maior desperdício 
O teu amor pode estar do seu lado 
O amor é o calor que aquece a alma 
O amor tem sabor pra quem bebe a sua água 
 
Eu hoje mesmo quase não lembro que já estive sozinho 
Que um dia eu seria seu marido, seu príncipe encantado 
Ter filhos, nosso apartamento, fim de semana no sítio 
Ir ao cinema todo domingo só com você do meu lado 
 
Yeeah 
 
Mas tudo que acontece na vida tem um momento e um destino 
Viver é uma arte, é um ofício 
Só que é preciso cuidado 
Pra perceber que olhar só pra dentro é o maior desperdício 
O teu amor pode estar do seu lado 
O amor é o calor que aquece a alma 
O amor tem sabor pra quem bebe a sua água 
LETRAS | 33
Como se pode notar, o anúncio dessa campanha publicitária é estruturado a partir da citação
completa de um discurso cultural, que tem como matriz a letra da canção “Do seu lado”, do compositor
Nando Reis. De modo que para se comunicar com o público, a Pfizer emprega aqui o argumento de
autoridade, através da citação direta, uma vez que o artista é cultuado por um público fiel ao seu tipo de
música. Observa se, então, que a intertextualidade,através da letra da música, em aspas, funciona como
gancho para que o anunciante expresse seu posicionamento ligado à “paixão” pelo ser humano, de quem
diz estar sempre “ao lado”.
Se tomarmos por base os textos literários, a citação de outros textos é implícita, ou seja, um poeta
ou romancista não indica o autor e a obra de onde retira as passagens citadas, pois pressupõe que o leitor
compartilhe com ele um mesmo conjunto de informações a respeito de obras que compõem um
determinado universo cultural. No entanto, isto não quer dizer que a intertextualidade implícita ocorra
apenas em textos literários, já que ela ocorre em outros textos também.
A fim de entendermos melhor, vejamos um exemplo de intertextualidade implícita através da
comparação do poema No meio do caminho publicado pela primeira vez em 1928, na modernista Revista
de Antropofagia, pelo poeta Carlos Drummond de Andrade com uma propaganda de um projeto de
educação ambiental.
Considerando o texto publicitário, podemos dizer que ele dialoga com o poema de Drummond
ocorrendo uma intertextualidade implícita, visto que o autor do poema No meio do caminho não é
mencionado.
Vale à pena destacar que o leitor que tenha o conhecimento prévio do poema pode fazer a
remissão rapidamente àquele e, consequentemente notar que um texto dialoga com o outro. Contudo, se
não acontecer uma identificação de referências ao poema de Drummond, será difícil para o leitor atribuir
um novo sentido ao texto da propaganda.
No meio do caminho tinha uma pedra 
Tinha uma pedra no meio do caminho 
Tinha uma pedra 
No meio do caminho tinha uma pedra 
Nunca me esquecerei desse acontecimento 
Na vida de minhas retinas tão fatigadas 
Nunca me esquecerei que no meio do caminho tinha uma pedra 
Tinha uma pedra no meio do caminho 
No meio do caminho tinha uma pedra. 
Carlos Drummond de Andrade 
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LETRAS | 35
intertextualidade se faça presente em todos os textos, cabe ao leitor, mediante suas leituras, perceber em
que nível esse fator textual está presente nos mais variados textos, como corrobora Koch (2006, p. 78),
“identificar a presença de outro(s) texto(s) em uma produção escrita depende do conhecimento do leitor,
do seu repertório de leitura”.
Portanto, uma vez que a leitura é uma forma de se adquirir conhecimento de mundo, é através
desse conhecimento que se pode perceber a existência de outros textos em determinada produção,
levando se em consideração o contexto sócio histórico cultural já que dependendo da situação, da época,
do momento, os sentidos dos textos podem mudar e podem levar a outras significações.
Isso nos remete a uma citação, muito feliz, de Bazerman (2006, p. 88) “nós criamos os nossos textos
a partir do oceano de textos anteriores que estão à nossa volta e do oceano de linguagem em que vivemos.
E compreendemos os textos dos outros dentro desse mesmo oceano.” Como podemos observar, são
muitas as influências pelas quais as produções textuais passam, sofrendo ascendências não apenas do lugar
que se vive, da linguagem utilizada, mas também do momento histórico por que passa determinada
sociedade.
A identificação, o reconhecimento de um texto no outro é indispensável para que ocorra uma
interação textual, de um diálogo entre intertextos, revelando a capacidade que os escritores possuem em
estabelecer ligações para a conclusão de suas idéias e pensamentos.
A intertextualidade e o ensino de Língua Portuguesa
Partindo do pressuposto de que é através de um texto que o usuário da língua pode desenvolver a
sua capacidade de organizar o pensamento e de transmitir idéias, informações, opiniões em situações
comunicativas, a intertextualidade na perspectiva da sala de aula, torna se um dos principais desafios
vivenciados pelos professores, sobretudo, no ensino de Língua Portuguesa, pela dificuldade que se tem de
ver a compreensão do texto como um produto histórico social, relacionando o á outros textos que já foram
lidos e/ou ouvidos, admitindo, portanto uma multiplicidade de leituras possíveis para ele.
Com base na compreensão do que seja texto, torna se indispensável o trabalho, em ambiente de
sala de aula, utilizando vários gêneros textuais, em situações distintas e com objetivos distintos, como a
construção e desconstrução dos textos, onde sejam ressaltados os efeitos advindos das alterações; a
criação de intertextos; a verificação e a modificação de um gênero textual, entre outros. Para tanto, o
professor de língua portuguesa deve saber diferenciar o uso de uma língua, de modo que possa adequá la a
vários contextos e também a análise da língua, tendo consigo conceitos não apenas sobre a sua estrutura,
funcionamento, mas assim também como a nomenclatura pertinente.
LETRAS | 36
Nos dias atuais, a escola tem procurado enfatizar o trabalho de leitura e a produção de textos, ao
mesmo tempo, que tenta um equilíbrio com a análise das estruturas da língua e seu uso. Dessa maneira, o
professor pode por meio da interação com vários gêneros textuais e o intertexto presente neles, averiguar
as experiências anteriores do aluno enquanto leitor e deixar se guiar pelas dicas deixadas pelo autor no
texto para considerar também o implícito, inferindo, assim as intenções do autor, possibilitando ao aluno a
oportunidade de desempenhar tanto o papel deleitor, quanto o de produtor de textos.
Baseado em propostas interativas, o processo ensino/aprendizagem deve promover o
desenvolvimento do individuo em uma dimensão integral e nesta perspectiva, o trabalho do professor,
dentre outros, seria o de desenvolver no alunado a capacidade de identificação do intertexto, uma vez que
a intertextualidade é um fenômeno que faz parte da produção de sentido e pode acontecer entre textos
expressos por linguagens distintas. Assim, o professor poderia investir, em sua sala de aula, no fato de que
todo texto é produto de outros textos, já que toda palavra é dialógica e que o que se diz em um texto é a
resposta a outro algo que já foi dito em outros textos.
LETRAS | 37
UNIDADE IV 
GÊNEROS TEXTUAIS EMERGENTES NA MÍDIA VIRTUAL 
Os gêneros textuais são entidades sócio discursivas e formas de
ação social incontornáveis em qualquer situação comunicativa.
Luiz Antônio Marcuschi
O estudo acerca dos gêneros textuais não é novo e vem sendo tratado desde os anos 60 quando
surgiram a Linguística de Texto, a Análise Conversacional e a Análise do Discurso. Atualmente, no Brasil,
presencia se uma explosão de estudos na área.
Na tradição ocidental, os gêneros textuais já perduram por mais de vinte e cinco séculos e este
termo “gênero” estava ligado especialmente aos gêneros literários. Segundo Swales (apud MARCUSCHI,
2008, p. 147), “a noção de gênero já não mais se vincula apenas à literatura, o termo é facilmente usado
para referir uma categoria distinta de discurso de qualquer tipo”.
Falam se muito, hoje, em gêneros textuais emergentes no contexto da tecnologia digital, gêneros
virtuais ou digitais, os quais possuem características muito semelhantes à dos gêneros já conhecidos
tradicionalmente, nas várias formas de comunicação e na prática da linguagem escrita da sociedade.
Não é difícil constatar que nos últimos dois séculos foram as novas tecnologias, em
especial as ligadas à área da comunicação, que propiciaram o surgimento de novos
gêneros textuais. Por certo, não são propriamente as tecnologias per se que originam os
gêneros e sim a intensidade dos usos dessas tecnologias e suas interferências nas
atividades comunicativas diárias (MARCUSCHI, 2005)
Diante da penetração e do papel da tecnologia digital na sociedade contemporânea e das novas
formas comunicativas aportadas, o estudo da comunicação virtual na perspectiva dos gêneros é
particularmente interessante porque a interação on line tem o potencial de acelerar enormemente a
evolução dos gêneros, tendo em vista a natureza do meio tecnológico em que ela se insere e os modos
como se desenvolve. Esse meio propicia, ao contrário do que se imaginava, uma “interação altamente
participativa”.
LETRAS | 38
Se tomarmos o gênero segundo a visão Marcuschiana, como texto concreto, situado histórica e
socialmente, culturalmente sensível, recorrente, relativamente estável do ponto de vista estilístico e
composicional e na visão bakhtiniana, servindo como instrumento comunicativo com propósitos específicos
como forma de ação social, nota se que um novo meio tecnológico, na medida em que interfere nessas
condições, deve também interferir na natureza do gênero produzido.
Uma das peculiaridades da mídia virtual é a centralidade da escrita, uma vez que a tecnologia
digital depende totalmente da escrita. Para Marcuschi (2005) com a era eletrônica não se pode mais
postular como propriedade típica da escrita a relação assíncrona, caracterizada pela defasagem temporal
entre produção e recepção, já que os bate papos virtuais são síncronos, ou seja, realizados em tempo real e
essencialmente escritos. Nesse sentido, existem vários aspectos a serem considerados, pois as novas
tecnologias não mudam os objetos, mas as nossas relações com eles.
David Crystal em seu livro, Linguagem e a Internet, ao destacar o “papel da linguagem na Internet e
o efeito da Internet na linguagem” nos chama a atenção para os seguintes aspectos:
do ponto de vista dos usos da linguagem, temos uma pontuação minimalista, 
uma ortografia um tanto bizarra, abundância de siglas e abreviaturas nada convencionais, 
estruturas frasais pouco ortodoxas e uma escrita semi-alfabética; 
 
do ponto de vista da natureza enunciativa dessa linguagem, integram-se mais 
semioses do que usualmente, tendo em vista a natureza do meio; 
 
do ponto de vista dos gêneros realizados, a internet transmuta de maneira 
bastante complexa gêneros existentes e desenvolve alguns realmente novos. 
A Internet e todos os gêneros a ela ligados são eventos textuais fundamentalmente baseados na
escrita. Na Internet a escrita continua essencial apesar da integração de imagens e de som. Como afirma
Marcuschi (2005), todo gênero digital possibilita um trabalho da oralidade e da escrita assim como os
gêneros textuais tradicionais utilizados na escola, pois se apresentam como uma evolução destes.
Para Erickson (apud Marcuschi, 2005), o gênero no ambiente virtual assim se define:
Um gênero é um padrão de comunicação criado pela combinação de forças individuais,
sociais e técnicas implícitas numa situação comunicativa recorrente. Um gênero estrutura
a comunicação ao criar expectativas partilhadas acerca da forma e do conteúdo da
interação, atenuando assim a pressão da produção e interpretação.
Com base nessa noção de gênero, Erickson (apud Marcuschi, 2005), sugere observar o seguinte em
relação ao discurso on line.
LETRAS | 39
Propósito comunicativo do discurso; 
Natureza da comunidade discursiva; 
Regularidades de forma e conteúdo da comunicação, expectativas subjacentes e convenções; 
Propriedades das situações recorrentes em que o gênero é empregado, incluindo as forças 
institucionais, tecnológicas e sociais que dão origem às regularidades do discurso. 
Os gêneros emergentes na mídia virtual 
A cada dia surge um novo tipo de interação e novos gêneros que a própria natureza da tecnologia
favorece. Os tipos variados já existentes irão, com certeza, dar lugar a outros que virão e com eles a
necessidade de dar continuidade aos estudos e análises dos tipos inovadores.
A Internet veio inaugurar uma forma significativa de comunicação e de uso da linguagem através do
surgimento dos gêneros virtuais, marcados pela fugacidade e volatilidade do texto, como no caso das salas
de bate papo, onde as conversas entre duas ou mais pessoas acontecem em tempo real, de maneira
síncrona, tornando então o texto fugaz; pela interatividade, já que permitem a interação entre o leitor e o
texto (como no caso dos weblogs, onde os leitores podem opinar, mandar recados ou discordar do que foi
escrito, interferindo, assim, no texto virtual); pelo anonimato, em alguns casos, como os das salas de bate
papo abertas, onde as pessoas se escondem atrás de um nickname (apelido), criando uma nova ou novas
identidades virtuais; dentre outras.
Marcuschi (2005), no quadro abaixo, sugere um paralelo formal e funcional com os gêneros
emergentes e suas contrapartes pré existentes.
GÊNEROS TEXTUAIS EMERGENTES NAMÍDIA VIRTUAL E SUAS CONTRAPARTES EM GÊNEROS PRÉ EXISTENTES
GÊNEROS EMERGENTES GÊNEROS JÁ EXISTENTES
1 E mail Carta pessoal // bilhete // correio
2 Bate papo virtual em aberto Conversações (em grupos abertos?)
3 Bate papo virtual reservado Conversações duais (casuais)
4 Bate papo ICQ (agendado) Encontros pessoais (agendados?)
5 Bate papo virtual em salas privadas Conversações (fechadas?)
6 Entrevista com convidado Entrevista com pessoa convidada
7 Aula virtual Aulas presenciais
8 Bate papo educacional (Aula participativa e interativa???)
9 Vídeo conferência Reunião de grupo/ conferência / debate
10 Lista de discussão Circulares/ séries de circulares (???)
11 Endereço eletrônico Endereço postal
(MARCUSCHI, 2005, p. 31)
LETRAS | 40
Segundo o autor, esses gêneros têm características próprias e devem ser analisados em particular.
Nem sempre têm uma contraparte muito clara e não se pode esperar uma especularidade na projeção de
domínios tão diversos

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