Buscar

Resumo - sobre ética e imprensa

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

RESUMO SOBRE ÉTICA JORNALÍSTICA 
 
Eugenio Bucci começa seu texto falando sobre os aristocratas do absolutismo 
que, para manterem suas formalidades, se valiam da etiqueta. Com as revoluções 
burguesas que puseram fim aos regimes absolutistas, prevaleceu a ética, ancorada 
nos direitos dos cidadãos. A ética questionava todos os aspectos da vida social que 
a etiqueta silenciava, e a imprensa surgiu a partir dessas revoluções e do 
pensamento democrático subsequente a elas. 
O jornalismo de hoje é uma instituição da cidadania e um dos instrumentos do 
fazer ético. É natural, portanto, que haja exigências sobre ele. É natural a exigência 
de limitação do poder dos meios de comunicação. É cuidar para que o espírito 
original do jornalismo (a busca do bem comum e dos direitos do cidadão) não seja 
corrompido pelo poder de suas atividades. 
Para Bucci, só existe ética porque há conflito nas relações sociais. No caso 
da ética jornalística, ela não estabelece como deve se comportar um jornalista, mas 
estabelece os valores que guiam o fazer jornalístico, sob vigilância pública. A ética 
jornalística não trata das premissas do jornalismo, mas lida com as “consequências” 
dos seus atos. É uma forma de pensar que ajuda os jornalistas a decidirem 
impasses profissionais visando os interesses coletivos. 
A ética (“ethos”), conforme sua origem, se refere aos costumes de uma 
sociedade, tanto no âmbito individual quanto no social. Várias correntes filosóficas 
tratam da ética, mas todas têm suas bases firmadas na racionalidade, na liberdade e 
na responsabilidade do sujeito. Uma ação (individual) só é ética se ela é racional, 
tomada por livre-arbítrio e responsável e se respeita e essas três características 
alheias. Isto é, o agente tem autonomia para agir, mas está ligado a valores sociais 
exteriores. 
“Cada um, agindo eticamente constrói o próprio caráter em direção à virtude; 
no mesmo movimento, constrói o bem comum tal como ele é entendido em sua 
comunidade.” (BUCCI, 2000, p. 16). 
O estudo da ética parte do exercício prático das ações, analisando o que é 
bom e o que não é. A ação é a principal causa dos diversos modos de ser. Por isso, 
não existe boa conduta fora dos costumes de uma sociedade. Nem a ética se 
encerra na prescrição de comportamentos, mas ela é produto da conciliação de 
vários costumes e ideias objetivando o bem comum. Por sua própria natureza, os 
costumes são imobilizadores, mas a busca do bem comum permite a sua 
transformação. 
Contudo, o exercício do jornalismo põem seus agentes em impasses entre 
dois valores igualmente válidos. A ética jornalística ajuda dando parâmetros para 
que o profissional escolha a melhor opção entre duas válidas e possíveis. 
Sendo assim, duas correntes éticas são utilizadas no jornalismo: taleologia e 
deontologia. A taleologia leva em consideração as consequências dos atos, isto é, 
qual ação trará mais benefícios para um maior número de pessoas? Também 
chamada de utilitarismo, mas não deve ser confundida com a máxima maquiavélica 
de “os fins justificam os meios”. Fraqueza: o jornalista não tem como prever o 
impacto de suas ações com precisão. 
A deontologia não se importa com a consequência do ato. Para ela, uma 
regra só é eticamente aceita se for universal (todos a aceitam). Neste caso, o 
importante é a ação se apoiar em regras eticamente aceitas por todos. Fraqueza: é 
principalista e não ajuda a escolher entre duas regras eticamente aceitas, por 
exemplo; busca ser aistórica sem compreender que essas regras podem mudar de 
acordo com o espaço e o tempo. De qualquer modo, a decisão ética é individual, 
mas deve ser pautada pelo bem comum. 
 
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
 
BUCCI, Eugênio. Sobre ética e legislação. São Paulo: Companhia das Letras, 
2000. p. 9-28.

Outros materiais

Perguntas Recentes