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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
PRINCÍPIOS E MÉTODOS DA
ORIENTAÇÃO, INSPEÇÃO,
SUPERVISÃO E GESTÃO ESCOLAR
APOSTILA
PROED
2 
 
ORIENTADOR EDUCACIONAL 
 
Nas concepções tradicionais, caracterizadas como liberais, a Orientação 
Educacional tinha o papel de ajustar o aluno à escola, à família e à sociedade, 
levando em consideração um modelo de homem, de sociedade, de escola e até de 
Orientação. 
Na pedagogia tradicional o orientador tinha a responsabilidade de aplicar 
testes e instrumentos de medida. Já na pedagogia renovada o orientador tinha o 
papel de consultor, identificando as mudanças no desenvolvimento do aluno através 
de atividades de estimulo. Nas concepções progressistas, a orientação trabalha com 
A realidade social do aluno, diante as contradições e conflitos, fazendo a mediação 
entre individuo e sociedade. O indivíduo é construído no processo histórico e social 
Da vida humana. 
Segundo Grinspun (2006, p. 55) “O orientador educacional dialetiza as 
relações e vê o aluno como um ser real, concreto e histórico”. Dessa forma, ele 
assume uma postura política, percebendo que a educação faz parte de um contexto 
sócio-econômico-político-cultural e que o aluno é o principal sujeito desse contexto 
onde, o mesmo está inserido em uma determinada sociedade. Por isso, o Orientador 
Educacional é um profissional de grande importância na escola, pois, ele vai 
articular/orientar e clarificar as contradições e confrontos, e nesse meio, buscar 
ajudar o aluno a compreender as redes de relações que na sociedade se 
estabelecem. 
3 
 
Hoje, torna-se necessário que o Orientador Educacional, tenha uma boa 
formação política-pedagógica, psicológica e cultural, pois o sujeito/aluno hoje, não é 
o mesmo de ontem. Assim, é preciso nos questionar: Quem é o sujeito/aluno, hoje? 
Como ele se forma? O que é preciso para se educar para o futuro, neste novo 
século em que vivemos? 
Para responder aos seguintes questionamentos, a Orientadora Alaíse Farias 
concedeu a oportunidade de uma entrevista, para analisar a realidade atual. 
Segundo ela o sujeito/aluno, “é um sujeito permeado por um mundo que têm por 
base a negação do amor e dos valores humanos, gerando atitudes de violência e 
intolerância. Um sujeito desprovido de otimismo, perspectivas, esperança, sonhos e 
ideais, combustíveis essenciais para uma vivência cidadã”. Daí percebe o 
sujeito/aluno que temos em nossas escolas, sendo preciso lançar novas 
perspectivas sobre o sentido da formação da cidadania, “o que se faz necessário 
educar para participação social, para o reconhecimento das diferenças entre vários 
grupos sociais, para a diversidade cultural, para os valores e direitos humanos”. 
(LIBÂNEO, 2001 p. 38). 
Esse mesmo aluno segundo Alaíse, se forma “nas relações de troca com o 
outro, no acesso ilimitado de situações de comunicação e informação no espaço 
dentro e fora da sala de aula”. Esse olhar diante o cotidiano do aluno „como ele se 
forma‟, é importante porque o sujeito que está na escola tem direta ou indiretamente 
a participação em outros meios tendo contato com diversos conhecimentos. Porém, 
como diz Saviani, (2000, p. 41) “é preciso concretizá-lo no cotidiano, questionando, 
respondendo, avaliando, num trabalho desenvolvido por grupos e indivíduos que 
constroem o seu mundo e o fazem por si mesmos”. O orientador então, atua 
possibilitando conhecimentos sistemáticos, levando o aluno a ter uma "consciência 
crítica" como dizia o Educador Paulo Freire. 
Educar, hoje, exige mais do que nunca olhar o sujeito/aluno de forma ampla, 
um ser que é que constituído de história, crenças e valores, e por isso a escola deve 
ter um projeto político-pedagógico, onde nele implícito ou explicitamente, deve ser 
refletido a questão da formação do sujeito. O Orientador deve, portanto, buscar os 
meios necessários para que a escola cumpra seu papel de educar, mediante ao seu 
projeto político-pedagógico. 
 
4 
 
ATRIBUIÇÕES DO ORIENTADOR EDUCACIONAL 
 
Durante o planejamento o Orientador Educacional deverá ter disponível a 
legislação específica que ao regulamentar a profissão, delimitou suas atribuições. 
Trata-se da Lei nº 5564, de 21/12/1968, regulamentada pelo Decreto nº 72.846, de 
26 de setembro de 1973. Os artigos 8º e 9º do referido Decreto definem mais 
especificamente, em âmbito nacional, as atribuições do Orientador Educacional 
dada à importância de seu conhecimento, esses dois artigos são transcritos a seguir: 
Artigo 8º - São atribuições privativas do Orientador Educacional: 
a. Planejar e coordenar à implantação do Serviço de Orientação Educacional - SOE. 
É muito importante que na implantação do SOE e no decorrer do seu trabalho, 
o Orientador Educacional deixe bem claro para a comunidade escolar e local, 
as respectivas funções e atribuições do Orientador Educacional, assim como a 
intencionalidade do seu Plano de Ação, objetivando uma melhor compreensão 
das ações envolvidas ao SOE, fortalecendo assim a identidade do Orientador e 
a formação de parcerias. 
b. Integrar o Plano de Ação do SOE aos Programas e projetos desenvolvidos na 
escola; As ações do SOE não devem ser vistas na escola de forma 
reducionista, desvinculada e isolada da dinâmica escolar, mais integrada e 
contextualizada ao currículo pleno da escola. Todo o projeto político da escola 
em especial, tem que estar com seus objetivos entrosados. Precisamos nos 
juntar aos demais profissionais da educação e em especial aos professores, 
afim de que dentro das nossas especificidades possamos favorecer as 
relações entre o desenvolvimento e aprendizado. 
5 
 
c. Coordenar o processo de sondagem de aptidões interesses e habilidades do 
educando. Esse processo não é tarefa exclusiva do Orientador Educacional 
mas é por ele coordenado, é um trabalho de importante relevância, uma vez 
que viabiliza o diagnóstico geral dos educandos, ressaltando que se entende a 
sondagem de aptidões como a exploração de características não só quanto às 
aptidões, mas incluindo também os interesses e características físicas, sociais 
e emocionais. Esse processo pode ser realizado de forma individual, grupal, 
por amostragem para tabulação. 
d. Coordenar o processo de informação educacional e profissional. Aqui se faz de 
grande relevância que o Orientador Educacional colete, pesquise e busque o 
máximo de informações possíveis sobre o aluno, a comunidade e o mundo do 
trabalho articulando tais informações de forma contextualizadas.Tendo sempre 
em vista a autonomia do educando no processo de escolha. 
e. Sistematizar o processo de coleta, registro e intercâmbio de informações 
necessário ao conhecimento global do educando. É fundamental que o Orientador 
Educacional tenha todos os registros do desenvolvimento do seu trabalho, 
assim como os resultados de forma sistemática e continua, e que sejam 
organizados por série, turno e ano, de cada aluno. Ao passar de um ano para 
outro é importante que todos esses dados sejam tabulados para arquivo uma 
vez que o processo de ensino e aprendizagem não é realizado de forma 
fragmentada e sim continua. A tabulação da coleta de dados é fator 
importantíssimo no acompanhamento do Orientador Educacional aos alunos 
uma vez que possibilita a organização e obtenção de dados concretos da 
realidade escolar. 
f. Sistematizar o processo de acompanhamento dos alunos encaminhados a outros 
especialistas aqueles que exigirem assistência especial. Este processo de 
acompanhamento é responsabilidade coletiva de todos os educadores. Toda a 
escola deve oferecer um clima propício ao desenvolvimento do aluno como 
pessoa. Quanto ao Orientador Educacional cabe sistematizar o processo de 
acompanhamento que é feito portodos. 
g. Promover atendimento ao professor, ao aluno e a família, individualmente e ou em 
grupo, aplicando técnicas adequadas; Nesse sentido o Orientador Educacional 
deve ter muito cuidado, de que sua prática seja vista de forma isolada da 
dinâmica escolar e sua função confundida com a de psicólogo ou 
6 
 
aconselhador. Portanto deverá primar pelos trabalhos coletivos e 
interdisciplinares. 
h. Coordenar o processo de escolha, acompanhamento e orientação de 
representantes de classe e de professores orientadores de turmas; Durante o 
processo de escolha, é fundamental que o Orientador realize um trabalho de 
conscientização sobre as atribuições dos representantes de turmas e do 
professor Orientador, registrando todo o processo e formalizando-o. Vale 
ressaltar que o acompanhamento deverá ser realizado durante todo o ano 
letivo, a fim de subsidiar a atuação dos mesmos assim como verificar se a 
respectiva atuação corresponde ao perfil pré-estabelecido. 
i. Supervisionar os órgãos e entidades estudantis existentes na escola; 
j. Emitir pareceres sobre matéria concernente à Orientação Educacional: No 
conselho de classe, na supervisão de estágio de Orientação Educacional,na relação 
professor x aluno, na avaliação da conduta do aluno. 
k. Supervisionar estágios na área de Orientação Educacional 
Além das atribuições privativas arroladas e comentadas, o Decreto 72.846 
define atribuições que devem ser partilhadas com outros profissionais. Assim temos 
no artigo 9º - Compete ainda ao Orientador Educacional: 
a. Participar no processo de identificação das características básicas da 
comunidade; Este trabalho poderá ser feito mediante instrumentos de 
diagnóstico onde investigue a realidade social, econômica e cultural, por 
amostragem abarcando no mínimo 10% da comunidade. 
b. Participar no processo de caracterização da clientela escolar; É de suma 
importância diagnosticar a realidade dos educandos para atingir o sucesso da 
dinâmica educacional. Nesse sentido é relevante o levantamento dos dados 
sócio-econômico afetivo e sociais dos alunos que poderá ser feito através de 
aplicação de questionários por amostragem e posteriormente tabulados. Esse 
documento certamente converterá em um instrumento importantíssimo para o 
desenvolvimento do processo ensino e aprendizagem. 
c. Participar no processo de elaboração do currículo pleno da escola; Nos dias 
atuais é inadmissível desenvolvermos uma pratica de Orientação no contexto 
escolar isolada e fragmentada. O Orientador só terá sua credibilidade 
conquistada, quando sua pratica estiver em plena consonância com o 
currículo pleno da escola por esta razão é fundamental que participe 
7 
 
efetivamente da elaboração do mesmo, ou seja, do seu Projeto Político 
Pedagógico, assegurando desta forma uma proposta humanizada, que 
contemple o educando na sua totalidade. É preciso que a comunidade escolar 
compreenda que as atividades desenvolvidas pelo Orientador são tão 
importantes e fundamentais para a sua formação, quanto qualquer outra 
atividade desenvolvida pela escola, e esta compreensão só será 
internalizada,quando a comunidade perceber que tudo que o Orientador 
desenvolve estar integrada a 
proposta curricular, fazendo parte 
de um processo avaliativo, 
sistemático e continuo. 
d. Participar na composição e 
caracterização e acompanhamento 
de turmas e grupos; 
e. Participar do processo de avaliação e recuperação dos alunos. Como o 
desenvolvimento educacional acontece de forma sistemática e contínua, toda 
a equipe pedagógica deverá estar atenta ao máximo de informações possíveis 
a cada educando; objetivando intervir em suas dificuldades de forma integral; 
o Orientador Educacional deverá repassar informações, importante e não 
sigilosas para equipe pedagógica e professores com o propósito de que os 
critérios avaliativos sejam os mais justos possíveis respaldados na realidade 
de cada aluno. 
f. Participar do processo e acompanhamento dos alunos estagiários; g. Participar no 
processo integração escolar/família/comunidade. A integração 
família/comunidade/escola é uma responsabilidade de todos, só através de um 
currículo integrado e coeso dividindo responsabilidades em prol de um só 
objetivo que a escola efetivamente alcançará êxito. De nada adianta buscar a 
parceria escola x família, sem antes preparará o currículo da escola, assim 
como toda a sua dinâmica escolar para esta integração. 
 
 
 
 
 
8 
 
O INSPETOR ESCOLAR 
 
 
A Inspeção Escolar está ligada a vários fatores que contribuem com o 
processo democrático da comunidade escolar. Evidentemente, nem sempre foi 
assim. A própria expressão lingüística nos remete à história, desde o Brasil colonial, 
de que o ato de inspecionar nos lembra o ato de fiscalizar, observar, examinar, 
verificar, olhar, vistoriar, controlar, vigiar… 
Porém, atualmente, a figura deste profissional nas Instituições Escolares 
proporciona uma estreita ligação entre os outros órgãos do Sistema Educacional, 
quer sejam Secretárias quer sejam Regionais e Unidades Escolares, para garantir a 
aplicação legal do regime democrático. Por isso, o Inspetor tem uma grande 
concentração nos aspectos Administrativos, Financeiros e Pedagógicos das 
Unidades Escolares, trabalhando inclusive, como agente sócio-político. 
Neste sentido, o Inspetor Escolar trabalha estreitamente com a gestão de 
pessoal. Está sempre preocupado com a veracidade e atualização da escrituração e 
organização escolar para proporcionar segurança no processo de arquivos e no 
futuro, próximo e até cem anos, esteja resguardada para servir de acervo de 
pesquisas históricas ou da situação funcional dos servidores que almejam a 
aposentadoria. 
9 
 
Isto acontece, inclusive, com os documentos informativos da vida escolar dos 
alunos. Em qualquer tempo, as pessoas poderão procurar a sua instituição escolar 
de origem para requerer um novo documento, Histórico Escolar, por exemplo. 
O Inspetor Escolar está sempre imaginando as possibilidades do futuro, pois 
não se sabe quando alguém que conhece e trabalha na instituição Escolar ainda 
estará ou nem se lembrará das situações, casos ou momentos ocorridos; ou seja, as 
equipes de trabalhos estão sempre se renovando e acaba necessitando de uma 
Escrituração dos fatos, ato na Organização escolar muito bem definida para 
resguardar a integridade de todo arquivo (Atas, Diários de Classe, Fichas individuais 
e entre outros). 
Inclusive, como o Inspetor Escolar está sempre em contato com as 
comunidades escolares e tem um papel importante na comunicação entre os órgãos 
da administração superior do sistema e os estabelecimentos de ensino que o 
integram, “volta-se para : organização e funcionamento da escola e do ensino, a 
regularidade funcional dos corpos docente e discente, a existência de satisfatórios 
registros e documentação escolar…”(RESOLUÇÃO 305/83). 
Por isso, este profissional, como prática educativa, se torna um importante 
agente político e de caráter pedagógico do sistema, pois poderá sugerir mudanças 
de estratégias nas decisões dos órgãos do sistema para promover uma 
implementação organizacional mais ampla e democrática para garantir acesso de 
toda sociedade nas Instituições Escolares, ao conhecimento e à cultura. 
Pensando nisso, os estudos e aplicação das normas do Sistema observadas 
pelo Inspetor Escolar, o faz posicionar diante de uma pragmática de educação, 
sociedade, modelos de organização e funcionamento, prática pedagógica e valores 
das práticas de conscientização e discussões. 
As ações do Inspetor não se limitam, evidentemente, apenas nas aplicações 
de normas, mas, também, nas ações de revisãoou mudanças na legislação, numa 
perspectiva crítica adequada à realidade social a que se destina, dando 
conhecimento à administração do Sistema das conseqüências da aplicação dessas 
mesmas normas. 
Sob o ponto de vista Ideológico, o Inspetor Escolar quando age criticamente 
nos aspectos educacionais no momento da aplicação da legalidade pode contribuir 
nas reformulações das leis, fazendo o legislador legislar sob o ponto de vista do ato 
de educar. Ou melhor, o Inspetor converte o conteúdo ideológico da legislação do 
10 
 
ensino em diretrizes capazes de orientar a ação dos agentes do Sistema. Por isso, é 
um agente Político. 
Portanto, o papel do Inspetor Escolar no processo democrático é de 
fundamental importância social sob o ponto de vista educacional, pois se torna os 
“olhos”, a presença ou a representação, a ação do Estado ou do órgão executivo e 
Legislativo “in loco”, nas Instituições de Ensino. Inclusive, por causa da aplicação 
das normas que podem ser verificada a sua adequação na práxis operativa do 
Sistema Educacional. 
Por fim, o processo democrático, na função do Inspetor, é captar os efeitos da 
aplicação da norma com o objetivo de promover a desejada adequação do “formal” 
ao “real” e vice-versa com uma função Comunicadora, Coordenadora e 
Reinterpretadora das orientações e informações das bases do sistema. 
 
 
ATRIBUIÇÕES DO INSPETOR ESCOLAR 
 
Os novos paradigmas da educação nacional encaminham a questão de 
ordem prática: são desafios que colocam o Inspetor Escolar para a observância da 
legislação da educação junto às escolas, pelo seu papel de legítimo representante 
da administração central e regional do Sistema. Uma leitura mais atenta da LDBN e 
de alguns de seus artigos remete a algumas competências que o Inspetor Escolar 
pode exercer, em ação solidária com as escolas e seus diretores, pedagogos e 
professores e em interação com setores das secretarias estaduais e municipais e 
dos órgãos regionais de educação. 
11 
 
A Inspeção Escolar é correição, auditoria, orientação e assistência técnica. 
Esses profissionais são os olhos e os ouvidos do Poder Público na escola. O perfil 
desse profissional deve ser: 
 Função Verificadora: deve possuir domínio da legislação, ser pesquisador e 
observador. 
 Função Avaliadora: Educador 
 Função Orientadora: ter boa comunicação oral e escrita. Conciliador. 
 Função Corretiva: segurança e postura pedagógica. 
 Função realimentadora: criatividade. 
 
 Além disso, o Inspetor Escolar deve ser orientado profissionalmente conforme 
o Art. 4º da Resolução Secretaria Estadual de Ensino nº. 305/83: 
I - comunicação entre os órgãos da administração superior do sistema e os 
estabelecimentos de ensino que o integram; 
II - verificação e avaliação das condições de funcionamento dos estabelecimentos 
de ensino; 
III - orientação e assistência aos estabelecimentos de ensino na aplicação das 
normas do sistema; 
IV - promoção de medidas para a correção de falhas e irregularidades verificadas 
nos estabelecimentos de ensino, visando à regularidade do seu funcionamento e a 
melhoria da educação escolar. 
V - informação aos órgãos decisórios do sistema sobre a impropriedade ou 
inadequação de normas relativas ao ensino e sugestão de modificações, quando for 
o caso. 
Com relação à conquista da autonomia da escola são atribuições do Inspetor 
Escolar: 
 
A – Integrar-se na elaboração do Plano de Desenvolvimento da Escola; 
. Sensibilizar a comunidade escolar para a importância do Plano de 
Desenvolvimento da Escola; 
. Participar das discussões dos usuários e profissionais da escola sob seu Plano de 
Desenvolvimento, esclarecendo as funções da comunidade escolar; 
. Auxiliar professores e especialistas a definir os componentes do Plano de 
Desenvolvimento da Escola, orientando-os sobre sua elaboração. 
12 
 
 
B – Subsidiar e escola na elaboração e desenvolvimento do seu projeto pedagógico: 
. Esclarecer a escola sobre os padrões básicos (currículo, recursos humanos e 
insumos) indispensáveis à elaboração do processo pedagógico; 
.Orientar a escola na definição de sua proposta curricular, adequando-se às 
especificidades sócio-culturais da região e às necessidades, prioridades e 
possibilidades da comunidade à qual atende; 
. Analisar o calendário escolar considerando as especificidades da escola, as 
peculiaridades regionais e locais e as referências legais, zelando pelo seu 
cumprimento; 
.Participar da implementação do projeto pedagógico da escola, propondo a revisão 
de suas práticas educativas, quando necessário; 
Orientar a escola na elaboração e revisão de normas regimental consoante as 
diretrizes estabelecidas em seu próprio projeto. 
C – Orientar a escola para a realização e a utilização de estudos e pesquisas que 
visem à melhoria da qualidade do ensino: 
.Encaminhar à escola os resultados da avaliação externa, orientando-a para a 
análise dos mesmos; 
.Subsidiar a escola na elaboração de 
estudos e projetos de pesquisa que 
visem à melhoria de ensino e à inovação 
pedagógica; 
Promover o intercâmbio entre escolas e 
outras instituições para troca de 
experiências pedagógicas. 
 
D - Colaborar com a escola, orientando-
a na definição de seu plano de capacitação de recursos humanos: 
.Subsidiar o levantamento e as necessidades de treinamento e capacitação dos 
profissionais da escola, a partir dos resultados da avaliação; 
. Promover a integração das propostas de treinamento e capacitação de conjuntos 
de escolas de seu setor e da jurisdição; 
. Tomar providências, junto à S.R. E, para que as propostas de capacitação se 
efetivem. 
13 
 
E – Orientar a direção da escola na aplicação das normas referentes à Assembléia 
Escolar como instrumento de gestão democrática da escola. 
 
F – Incentivar a integração das escolas entre si e destas com a comunidade. 
 
O Inspetor Escolar deve ainda assegurar o funcionamento regular da escola, 
interpretando e aplicando as normas do ensino. Nesse sentido o inspetor Escolar 
deve: 
A - Orientar a direção da escola na aplicação das normas referentes ao quadro 
pessoal. 
 
B – Tomar providências que assegurem o funcionamento regular da escola; e 
verificar a regularidade do funcionamento da escola tomando as providências 
necessárias. 
. Propor a instauração de sindicância ou inquérito administrativo. 
 
C – Assegurar a autenticidade e a fidedignidade da escrituração escolar. 
 
D - Fazer cumprir a legislação pertinente à gratuidade do ensino. 
 
O Inspetor Escolar tem ainda como atribuição a orientação da Escola pública 
na capacitação e aplicação de recursos financeiros. Dessa forma cabe ao Inspetor 
Escolar: 
A – Propor a criação e registro de caixa escolar para administrar os recursos 
financeiros da escola: 
.Orientar a direção da escola sobre a organização e funcionamento de caixas 
escolares; 
.Informar e esclarecer a direção da escola sobre a necessidade da participação da 
Assembléia Escolar, na composição da Caixa escolar, na aplicação de seus 
recursos e na prestação de contas; 
. Auxiliar a direção da escola na identificação de possíveis fontes de recursos ou de 
estratégias para a obtenção e aplicação. 
 
14 
 
B – Propor a celebração de convênios que concorram para a melhoria do ensino 
ministrado na escola: 
 . Interpretar com a direção da escola a legislação que trata da celebração de 
convênios; 
. Esclarecer a direção da escola quanto às exigências e procedimentos referentes à 
celebração de convênios. 
 
 Quanto ao processo 
de organização do atendimento 
escolar em nível regional e local 
o Inspetor Escolar tem tambématribuições definidas, tais como: 
A – Orientar as escolas e 
órgãos municipais de educação 
quando o levantamento da 
demanda escolar: 
.Informar a escola sobre os 
critérios, procedimentos e instrumentos necessários à realização do cadastro 
escolar; 
.Articular a integração entre as escolas, órgãos municipais de educação e a 
comunidade, buscando estratégias adequadas de divulgação e realização do 
cadastro escolar. 
 
B – Participar da definição da proposta de organização do atendimento à demanda 
escolar do município: 
.Analisar com as escolas e autoridades municipais as condições efetivas de 
atendimento à demanda escolar do município; 
. Auxiliar a direção da escola e o órgão municipal de educação, no levantamento de 
estratégias diferenciadas de organização escolar, para atendimento à demanda nos 
diversos graus de modalidades de ensino. 
 
C – Orientar e acompanhar processos de criação, organização de escolas: 
15 
 
.Orientar a direção da escola e a entidade mantenedora quanto às exigências e 
requisitos necessários à criação e organização de escolas e participar da instrução 
do processo; 
.Elaborar o relatório de verificação “in loco”, para instruir o processo de criação, 
organização e organização de escolas. 
 
 Além das atribuições constantes da Lei nº. 7.109/77 (art. 13, inciso IV), da 
Resolução CEE no 305/83 e da Resolução SEE nº. 7.149/93; compete igualmente 
ao Inspetor Escolar: 
1 – Homologar o Regimento e o Calendário Escolar, inclusive o Calendário Escolar 
Especial (Resolução SEE nº. 7.149/95 – art. 2º, § 2º, artigo 6º e Orientação SEE nº. 
02/95). 
2 - Visar comprovantes de conclusão da 4ª série do ensino fundamental de 
candidatos maiores de 14 (quatorze) anos, segundo o disposto na Instrução SDE nº. 
01/95. 
3 – Orientar e acompanhar o cumprimento das disposições da Portaria SD nº. 
004/95, bem como os dispostos nos artigos 58 e 59 da Resolução SEE nº. 7.762/95. 
4 – Assinalar juntamente com o Secretário e o Diretor da Escola a relação nominal 
dos concluintes dos cursos de ensino médio, candidatos à obtenção de diplomas ou 
certificados de habilitações profissionais, conforme o disposto no at. 6º da Portaria 
SAE nº. 639/95. 
5 – Visar processo de autorização para lecionar, secretariar e dirigir estabelecimento 
de ensino fundamental e médio. 
6 – Convocar a atenção de diretores de estabelecimentos de ensino, sob sua 
orientação, para o disposto no art. 6º das Medidas Provisórias, mensalmente 
reeditadas, a saber: 
“Art. 6º - São proibidas a suspensão de provas escolares, a retenção de documentos 
escolares, inclusive os de transferências, ou a aplicação de quaisquer outras 
penalidades pedagógicas, por motivos de inadimplemento”. 
7 – E ainda: verificar, permanentemente, no que se refere à legislação do ensino, a 
situação legal e funcional do pessoal administrativo, técnico e docente, 
encaminhando relatório específico ao Órgão Regional de Ensino (SRE), de acordo 
com o disposto no artigo 19 º, §4º, da Resolução CEE nº. 397/94. 
 
16 
 
O TRABALHO DO INSPETOR ESCOLAR NAS 
SUPERINTENDÊNCIAS REGIONAIS DE ENSINO 
 
 
As S.R. E (Superintendência Regional de Ensino) é uma repartição pública 
responsável pelas instituições de ensino. 
A finalidade das Superintendências Regionais de Ensino é exercer, em nível 
regional, as ações se supervisão técnica, orientação normativa, cooperação e 
articulações e integração Estado e Município em consonância com as políticas 
educacionais. 
A Superintendência Regional de Ensino de Pouso Alegre – M.G, por exemplo, 
atende trinta cidades na região do Sul de Minas Gerais e possui 19 Inspetores 
Escolares. A organização dos Setores de Inspeção Escolar e a distribuição entre os 
Inspetores são feitas pelo Diretor S.R. E, levando em conta a compatibilidade das 
escolas, a distância entre os municípios, o perfil do Inspetor e o tempo de serviço. 
Para que esse profissional possa ter sua sede na Superintendência ele necessita 
atender profissionalmente pelo menos uma escola na rede estadual de Pouso Alegre 
para depois, atender as unidades escolares das cidades da região. 
As escolas municipais e particulares situados na cidade que estiver sob a 
responsabilidade de visita do Inspetor Escolar, também receberão respaldo legal do 
mesmo. 
Na cidade de Pouso Alegre, o Inspetor também ficará responsável por 
escolas municipais e particulares, mas a preferência de atendimento desse 
profissional será sempre a escola estadual e as visitas nestas deverão ocorrer pelo 
17 
 
menos uma vez por semana. As viagens feitas pelo Inspetor Escolar até as cidades 
sob sua responsabilidade, serão custeadas pelo governo do estado conforme 
legislação pertinente. Mediante essa ajuda de custo e por uma questão de ética o 
Inspetor Escolar não poderá exigir nenhum tipo de alimentação especial nas escolas 
e nenhum tipo de transporte específico. A jornada de trabalho será de 40 horas 
semanais; incluindo as viagens, visitas e reuniões na superintendência de ensino, 
sendo considerado um cargo de dedicação exclusiva. 
Durante as visitas nas unidades escolares o Inspetor Escolar utilizará a 
comunicação escrita, o seu melhor instrumento de trabalho, assim sendo, “O Termo 
de Visita” deve ser claro, objetivo, informativo e conter sugestões, análise e quando 
necessário, determinar prazo para o cumprimento de medidas saneadoras 
sugeridas, não se deve colocar opinião pessoal e atenção especial quanto aos 
elogios. O termo deverá ser lido com o Gestor da Escola antes de ser assinado por 
este. Há outros registros que podem ser efetuados como, por exemplo, a Ata 
Técnica, que não deixa de ser um Termo de Visita, porém é lavrado por técnicos da 
S.R. E, em atendimento à Ordem de Serviço, quando a comissão não conta com a 
presença de Inspetor Escolar. 
Outro tipo de registro é o relatório Circunstanciado, uma explanação 
minuciosa e descritiva de fatos e ocorrências. È utilizado nos processos de 
verificação preliminar e sindicância; validação e convalidação de atos escolares, 
processos de regularização de vida escolar e verificação “in loco” e documentos 
supostamente falsos. Além de todos esses registros e de suas atribuições acima já 
citados, esse profissional deverá estar sempre bem instruído sobre a legislação 
educacional que tem como objetivo ajudar as instituições escolares e nossos alunos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
SUPERVISÃO 
 
 
Um dos assuntos mais polêmicos da atualidade e que vem sendo 
amplamente discutido é a educação, no seu sentido de formação humana. Educar é 
uma tarefa que exige comprometimento, perseverança, autenticidade e 
continuidade. As mudanças não se propagam em um tempo imediato, por isso, as 
transformações são decorrentes de ações. No entanto, as ações isoladas não 
surgem efeito. É preciso que o trabalho seja realizado em conjunto, onde a 
comunidade participe em prol de uma educação de qualidade baseada na igualdade 
de direitos. 
Com base em tais considerações, o supervisor escolar representa um 
profissional importante para o bom desempenho da educação escolar, o grupo 
escolar, o qual deve opinar, expor seu modo de pensar e procurar direcionar o 
trabalho pedagógico para que se efetive a qualidade na educação. Na atualidade o 
supervisor se direciona para uma ação mais científica e mais humanística no 
processo educativo, reconhecendo, apoiando, assistindo, sugerindo, participando e 
inovando os paradigmas, pois tem sua “especialidade” nucleada na conjugação dos 
elementos do currículo: pessoas e processos. Desse modo, caracteriza-se pelo que 
congrega, reúne, articula, enfim soma e não divide. 
Neste contexto, compreendere caracterizar a função supervisora no contexto 
educacional brasileiro não ocorre de forma independente ou neutra. Essa função 
decorre do sistema social, econômico e político e está relacionada a todos dos 
determinantes que configuram a realidade brasileira ou por eles condicionada. 
19 
 
O desenvolvimento da sociedade moderna representa motivos de muita 
reflexão, principalmente pelo fato de que a área educacional possui muitos 
problemas e que diretamente vinculam-se as demais atividades sociais visto que são 
tais profissionais que irão atuar junto ao mercado de trabalho. 
Existe uma preocupação com a formação humana e com a forma com que o 
educando vem obtendo o conhecimento científico. Acredita-se na viabilidade de 
fazer do ambiente escolar um espaço construtivo, que desperte o interesse do 
educando para aprender e fazer do professor um mediador do saber. 
Trata-se de ignorar as velhas práticas educacionais e acreditar na possibilidade de 
construir uma sociedade onde o homem tenha consciência do seu papel e da sua 
importância perante o grupo. 
Santos e Haerter (2004:3) assinalam: 
 
A necessidade de empreendermos tentativas de rompimento com 
verdadeiros “receituários” que todos nós professores tínhamos no sentido 
de “educar é assim”, “conhecimento é isso”, “é preciso cumprir o programa 
de conteúdos”, o que não nos causa estranhamento, uma vez que somos 
frutos de uma maneira bastante específica de ser, pensar, sentir e agir no 
mundo, identificada com a concepção cartesiana de conhecimento, que 
orientou e ainda orienta os conceitos e práticas relacionados à gestão e ao 
ensino na educação. 
 
 
 
Acredita-se que se existem falhas no sistema educacional a melhor maneira 
de redimensionar o trabalho é assumir o compromisso de fazer do trabalho 
educacional uma meta a ser atingida por todos. Nessa busca incessante por uma 
nova postura de trabalho, o professor possui um papel fundamental, por isso, deve 
recuperar o ânimo, a sede e a vontade de educar e fazer do ensino uma ação 
construtiva. Deve agir como um verdadeiro aprendiz na busca pelo conhecimento e 
fazer desta ferramenta um compromisso social. 
Diante das perspectivas de inovação o supervisor escolar representa uma 
figura de inovação. Aquele profissional que assume o papel fundamental de 
decodificar as necessidades, tanto da administração escolar, a fim de fazer com que 
sejam cumpridas as normas e como facilitador da atividade docente, garantindo o 
sucesso do aprendizado. Contudo, a ação supervisora tornar-se-á sem efeito se não 
for integrada com os demais especialistas em educação, (Orientador Escolar, 
Secretário Escolar e Administrador Escolar) respectivamente. 
20 
 
Medina (1997) argumenta que nesse processo, o professor e supervisor têm 
seu objeto próprio de trabalho: o primeiro, o que o aluno produz; e o segundo, o que 
o professor produz. O professor conhece e domina os conteúdos lógico-
sistematizados do processo de ensinar e aprender; o supervisor possui um 
conhecimento abrangente a respeito das atividades de quem ensina e das formas de 
encaminhá-las, considerando as condições de existência dos que aprendem 
(alunos). 
O que de forma alguma é 
admissível é manter as velhas 
políticas de submissão, onde toda a 
estrutura escolar submetia-se aos 
interesses da classe dominante. De 
certa forma, tem-se a impressão de 
ser esta uma postura radical. No 
entanto, busca-se uma escola 
cidadã, onde haja comprometimento 
com o ensino, com a aprendizagem, 
onde o professor seja valorizado enquanto profissional e onde o supervisor consiga 
desenvolver com eficiência a sua função. A nova realidade denota que a função do 
supervisor educacional assume um parecer diferente do que era conceituada na 
escola tradicional. 
Conforme Freire (1998), a educação libertadora passou a inspirar novos 
conceitos que orientam uma nova sociedade baseada nos princípios de liberdade, 
de participação e de busca pela autonomia. 
Passerino (1996:39) estabelece alguns conceitos fundamentais da educação 
libertadora, sendo que estes se tornam suporte desta nova concepção do supervisor 
educacional: 
 Práxis via análise do cotidiano: é preciso olhar a realidade presente em sala de 
aula e os conceitos trazidos pela criança para refletir os métodos e modo como 
devem ser trabalhos no espaço escolar; 
 Diálogo inclui conflito: o diálogo representa uma possibilidade de 
desenvolvimento das relações interpessoais de modo a permitir a análise e o 
desocultamento da realidade. Ser dialógico é permitir que cada educando 
exponha seu modo de pensar mesmo que este não seja coerente com a sua 
21 
 
visão. Todavia para administrar os conflitos que podem ser gerados o professor 
precisa desenvolver uma série de dinâmicas em grupo; 
 Conscientização a partir da dúvida e do questionamento: o supervisor deve 
atuar na dinamização de um clima de análise das rotinas da escola para que as 
mesmas possam ser confrontadas com as novas idéias que se almeja 
desenvolver. Convém destacar que o processo de desenvolvimento da 
consciência é lento e requer uma interpretação abrangente do todo; 
 O método dialético supera a visão parcial: a aplicação do método dialético 
proporciona uma visão objetiva de toda a realidade permitindo a compreensão 
entre o velho e o novo. A partir destas o supervisor pode encaminhar 
estratégica concreta para a superação das dificuldades encontradas. 
 Participação crítica para a transformação: a escola segundo a visão de 
educação libertadora, colabora para a emancipação humana à medida que 
garantem o conhecimento às camadas menos favorecidas da sociedade. Assim 
sendo, o supervisor, deve ser aquela pessoa que orienta e estimula a 
concretização de um projeto transformador sob o qual são elaborados esforços 
coletivos para a obtenção dos êxitos; 
 Pela democracia, chega-se à liberdade: todo e qualquer trabalho desenvolvido 
pelo supervisor deve partir dos conceitos de liberdade e democracia, conceitos 
esses que serão desenvolvidos lentamente para que possa se efetivar a 
condição de mudanças sociais. 
Para Passerino (1996:40), “o trabalho do supervisor educacional deve ser 
orientado pela concepção libertadora de educação, exige um compromisso muito 
amplo, não somente com a comunidade na qual se está trabalhando, mas consigo 
mesmo”. Trata-se de um compromisso político que induz a competência profissional 
e acaba por refletir na ação do educador, em sala de aula, as mudanças almejadas. 
Todavia, a tarefa do supervisor é muito difícil de ser realizada, exige participação 
para a integração em sua complexidade. 
Assim, descreve Ganhem (1983:89), esta ação não é fácil, por que: 
 Exige compromisso pessoal de todos; 
 Exige abertura de espaços para a participação; 
 Há necessidade de crer, de ter fé nas pessoas e nas suas capacidades; 
 Requer globalidade (não é participação em alguns momentos isolados, mas é 
constante); 
22 
 
 Distribuição de autoridade; 
 Igualdade de oportunidades em tomada de decisões; 
 Democratização do saber. 
No entanto, diante do exposto até aqui se conclui que a escola, como parte 
integrante da totalidade social, não é um produto acabado. É resultado, dos conflitos 
sociais que os trabalhadores vivem nas relações de produção, nas relações sociais 
e nas lutas de classe. É também fruto das lutas sociais pela escola como lugar para 
satisfazer a necessidade de conhecimentos, qualificação profissional, e de melhoria 
de suas condições de vida enquanto possibilita melhores empregos e o acesso a 
uma maior renda. Não se pode negar este direito aos trabalhadores, e, por isso, a 
escola pública, apesar dos pesares, é um espaço de Educação Popular.Contudo, caracteriza Brandão (1999, em seu artigo): A educação existe no 
imaginário das pessoas e 
na ideologia dos grupos 
sociais e, ali, sempre se 
espera, de dentro, ou 
sempre se diz para fora, 
que a sua missão é 
transformar sujeitos e 
mundos em alguma coisa 
melhor, de acordo com 
as imagens que se tem 
de uns e outros. 
Para que a escola 
possa cumprir com este 
papel, será necessário investir na mudança de atitude do seu professor, do 
supervisor, no sentido de criar condições que favoreçam este elo, tendo como 
objetivo a valorização e a cultura do aluno e busque promover o diálogo com a 
cultura erudita. Sem dúvida, é imprescindível a presença do supervisor, como 
instigador da capacitação docente, destacando a necessidade de adquirir 
conhecimento e condições de enfrentar as dificuldades próprias de sua profissão, 
como também, estar preparado para administrar as constantes mudanças, no 
contexto escolar. 
23 
 
Ressaltando que a LDB, no seu capítulo IX afirma: “quando se fala em uma 
nova abordagem pedagógica (...) e avaliação contínua do aluno, tudo isto exige um 
novo tipo de formação e treinamento ou retreinamento de professores”. 
Medina (1997) aduz que o supervisor, tomando como objeto de seu trabalho a 
produção do professor, afasta-se da atuação hierarquizada e burocrática - que 
sendo questionada por educadores, e passa a contribuir para um desempenho 
docente mais qualificado. Assim, torna-se desafio do professor a busca do 
conhecimento para poder encaminhar e articular o trabalho nas diferentes áreas; 
reflexões permanentes sobre os princípios que fundamentam os valores, objetivando 
a construção da cidadania no espaço escolar. 
Neste sentido, o professor passa a ser visto como um elemento fundamental 
responsável pela construção da sociedade, tendo em vista resultados a curto, médio 
e longo prazo. A LDB no seu art. 22 afirma: “a educação básica tem por finalidade 
desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o 
exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos 
posteriores”. Lembrando que a escola deve trabalhar a educação, de maneira a 
ajudar de forma intencional, sistemática, planejada e contínua para os alunos que a 
freqüentam. Esta educação deve ser diferente da forma como fazem as outras 
instituições como: a família, os meios de comunicação, o lazer e os outros espaços 
de construção do conhecimento e de valores para convivência social. 
Deve, portanto, assumir explicitamente o compromisso de educar os seus 
alunos dentro dos princípios democráticos. Ela precisa ser um espaço de práticas 
sociais em que os alunos não só entrem em contato com valores determinados, mas 
também aprendam a estabelecer hierarquia entre valores, ampliam sua capacidade 
de julgamento e realizam escolhas conscientes, adquirindo habilidades de 
posicionar-se em situações de conflito. 
De acordo com os PCNs (1997), como princípio, o espaço escolar 
caracteriza-se como um espaço de diversidade. O caráter universal do ensino 
fundamental, definido em lei, torna a escola um ponto de convergência de diversos 
meios sociais, traz para o seu seio os mais variados valores expressos na 
diversidade de atitudes e comportamentos das pessoas que a integram. Como 
instituição permanente, defronta-se com o desafio da constante mudança em seu 
interior. Coloca-se para a escola a questão de como enfrentar o conflito entre suas 
normas e regras e aqueles valores que cada um de seus membros traz consigo. Tal 
24 
 
conflito traduz-se freqüentemente em problemas que, se não são novos, têm se 
tornado cada vez mais relevantes no espaço escolar, como, por exemplo, a 
indisciplina e a violência, portanto, a necessidade de problematizá-las na perspectiva 
de uma formação moral. 
Logicamente o supervisor escolar, em suas ações, pode delinear o início de 
uma nova era educacional, onde haja mais coletividade e o ensino seja buscado 
com qualidade, priorizando o aluno e valorizando as experiências significativas. 
 
 
AS ATRIBUIÇÕES DO SUPERVISOR EDUCACIONAL 
 
As atribuições do Supervisor Educacional, estão descritas no PLC 132/2005 e 
na lei 132/1978. 
Art. 4º São atribuições do Supervisor Educacional: 
I – coordenar o processo de construção coletiva e execução da Proposta 
Pedagógica, dos Planos de Estudo e dos Regimentos Escolares; 
II – investigar, diagnosticar, planejar, implementar e avaliar o currículo em integração 
com outros profissionais da Educação e integrantes da Comunidade; 
III – supervisionar o cumprimento dos dias letivos e horas/aula estabelecidos 
legalmente; 
IV – velar o cumprimento do plano de trabalho dos docentes nos estabelecimentos 
de ensino; 
V – assegurar processo de avaliação da aprendizagem escolar e a recuperação dos 
alunos com menor rendimento, em colaboração com todos os segmentos da 
Comunidade Escolar, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da 
qualidade de ensino; 
VI – promover atividades de estudo e pesquisa na área educacional, estimulando o 
espírito de investigação e a criatividade dos profissionais da educação; 
VII – emitir parecer concernente à Supervisão Educacional; 
25 
 
VIII – acompanhar estágios no campo de Supervisão Educacional; 
IX – planejar e coordenar atividades de atualização no campo educacional; 
X – propiciar condições para a formação permanente dos educadores em serviço; 
XI – promover ações que objetivem a articulação dos educadores com as famílias e 
a comunidade, criando processos de integração com a escola; 
XII – assessorar os sistemas educacionais e instituições públicas e privadas nos 
aspectos concernentes à ação pedagógica. 
 
GESTOR 
 
A construção da educação reinventada, instituinte da emancipação humana 
pelo seu caráter intersubjetivo, num mundo que se engendra parceiro com o 
conhecimento, como nova base material, demanda nova estrutura organizacional na 
gestão da escola e gestores com novas aptidões cognitivo-atitudinais. 
 
Competência necessária 
A prática educativa emancipatória, universal e de qualidade exige uma escola 
autônoma-cidadã, democraticamente gerida. Sua gestão, por exigências 
sociohistóricas e histórico-educativas, deverá ampliar os espaços de participação 
efetiva, na perspectiva da autogestão. Isto demanda uma coordenação colegiada e, 
dos responsáveis pela sua gestão, demanda competências de coordenação, a ponto 
de poderem ser expressões e sínteses de todo processo educativo daquela unidade 
escolar. Para tanto, a integração não é suficiente, pois ela poderia levar à diluição da 
identidade e da responsabilidade, o que constituiria sua omissão funcional. Na 
26 
 
função coordenadora, a metanóia é indispensável. Para produzir-se ou forjar-se 
gestor, há necessidade da .conversão de olhar. ou da revolução mental. Esta 
metanóia nos habilita para podermos nos inscrever competentemente no mundo. 
Entretanto, esta conversão 
não é, apenas, um instante 
de ruptura, um salto 
qualitativo momentâneo 
que nos situa noutro 
patamar. Ela constitui um 
processo permanente. 
Poderíamos dizer 
que o gestor, como 
educador-investigador, está 
em estado metanóico. Os 
eventuais saltos qualitativos na competência pesquisante são sintomas deste 
permanente processo de metamorfose. Não estamos felizes porque sorrimos, mas 
sorrimos porque estamos felizes. Assim, também, não nos tornamos competentes 
por rupturas ou saltos qualitativos, mas estes são sintomas de nossa morfogênese 
cognitiva. 
Este elemento da educação do gestor implica ou constitui-se pelo 
desenvolvimento do conhecimento e produção de habilidades. O desenvolvimento 
do conhecimento e da produçãode habilidades não é anterior à ação, mas se 
realizam na própria ação. Somos tratores que nos construímos no próprio ato da 
lavração. O objetivo da formação do gestor da educação é o desenvolvimento do 
conhecimento e das habilidades, que o qualificam como coordenador. Para tanto, na 
sua formação, tanto universitária quanto em serviço e permanente, é necessário 
construir ecologias cognitivas, meios desafiadores, para impulsionar o processo 
metanóico, na autopoiese socioindividual da sua inscrição histórica e humana. 
 
 
 
 
 
 
27 
 
Os fundamentos básicos da formação e prática do gestor da unidade escolar 
 
O processo de construção das aptidões cognitivas e atitudinais necessárias 
ao gestor escolar alicerça-se em três pilares ou eixos desta formação: o 
conhecimento, a comunicação e a historicidade. 
O conhecimento é o objeto específico do trabalho escolar. Portanto, a 
compreensão profunda do processo de (re)construção do conhecimento no ato 
pedagógico é um determinante da formação do gestor escolar. 
O segundo eixo de sua formação é a competência de interlocução. A 
competência lingüística e comunicativa são indispensáveis no processo de 
coordenação da elaboração, execução e avaliação do projeto político-pedagógico. É 
fundamental a competência para a obtenção e sistematização de contribuições, para 
que, no processo educativo escolar, a participação seja efetiva pela inclusão das 
contribuições dos envolvidos, inclusive, em documentos (re)escritos. 
O terceiro elemento essencial, fundante da competência do gestor de escola, 
é sua inscrição histórica. A escola trabalha o conhecimento em contextos 
socioinstitucionais específicos e determinados. O reconhecimento das demandas 
educacionais, como também das limitações, das possibilidades e das tendências 
deste contexto histórico, no qual se produz e se trabalha o conhecimento, é 
fundamental para o seu impacto e o sentido da prática educativa e para sua 
qualidade. Um gestor escolar tem, como um dos fundantes de sua qualificação, o 
conhecimento do contexto histórico-institucional no qual e para o qual atua. Por isso, 
gestão da escola é um lugar de permanente qualificação humana, de 
desenvolvimento pessoal e profissional. 
 
 
28 
 
PAPEL DO GESTOR 
 
Nas escolas eficazes, os gestores agem como líderes pedagógicos, apoiando 
o estabelecimento das prioridades, avaliando os programas pedagógicos, 
organizando e participando dos programas de desenvolvimento de funcionários e 
também enfatizando a importância de resultados alcançados pelos alunos. Também 
agem como líderes em relações humanas, enfatizando a criação e a manutenção de 
um clima escolar positivo e a solução de conflitos, o que inclui promover o consenso 
quanto aos objetivos e métodos, mantendo uma disciplina eficaz na escola. 
Deve-se ter em conta que a motivação, o ânimo e a satisfação não são 
responsabilidades exclusivas dos gestores. Os professores e os gestores trabalham 
juntos para melhorarem a qualidade do ambiente escolar, criando as condições 
necessárias para o ensino e a aprendizagem mais eficaz, identificando e 
modificando os aspectos do processo do trabalho, considerados adversários da 
qualidade do desempenho. 
A prática de liderança em escolas altamente eficazes incluem: apoiar o 
estabelecimento com objetivos claros, propiciar a visão do que é uma boa escola e 
encorajar os professores, de modo a auxiliá-los nas descobertas dos recursos 
necessários para que realizem adequadamente o seu trabalho. 
Luck (1996), elenca as dimensões de liderança relacionadas com as escolas 
eficazes, que são: enfoque pedagógico do diretor, ênfase nas relações humanas, 
criação de ambiente positivo, ações voltadas para metas claras, realizáveis e 
relevantes, disciplina em sala de aula garantida pelos professores, capacitação em 
serviço voltada para questões pedagógicas e acompanhamento contínuo das 
atividades escolares. 
29 
 
Nas escolas, onde há integração entre professores, tendem a ser mais 
eficazes do que aquelas em que os professores se mantêm profissionalmente 
isolados. A escola, os professores, tudo flui e tudo “rende” e a comunidade percebe 
que naquele ambiente acontece à gestão participativa. As escolas bem dirigidas, 
exibem uma cultura de reforço mútuo das expectativas: confiança, interação entre os 
funcionários e a participação na construção dos objetivos pedagógicos, curriculares 
e de prática em sala de aula. 
Segundo Vieira (2003), diante do novo perfil do gestor, as demandas por 
transformação e quebras de paradigmas devem continuar intensas, passando a ser 
a tônica de uma sociedade em constante evolução. 
A postura crítica na adoção de novas perspectivas deve somar-se a novas 
formas de facilitar sua introdução no sistema escolar, o que exigirá uma cultura em 
constante processo de auto-organização, um estado de experimentação, pesquisa e 
análise de novos processos e, ao mesmo tempo, a consolidação via resolução 
consistente de problemas encontrados no dia-a-dia. 
O papel principal do gestor é saber acompanhar essas mudanças e tentar 
ampliar a capacidade de realização da organização escolar, levando-a a atingir seu 
potencial pleno e a tornar-se uma instituição que traga orgulho profissional a seus 
integrantes. Segundo Lück (1990), o gestor 
escolar tem como função precípua coordenar 
e orientar todos os esforços no sentido de 
que a escola, como um todo, produza os 
melhores resultados possíveis no sentido de 
atendimento às necessidades dos 
educandos e a promoção do seu 
desenvolvimento. 
Dentro desta concepção o gestor, 
deve revestir-se de esforços voltados para o 
desenvolvimento de conhecimentos, 
habilidades e atitudes, para que a sua 
atuação participativa torne-se gradativamente mais eficiente. O gestor assume a 
responsabilidade quanto à consecução eficaz da política educacional do sistema e 
desenvolvimento pleno dos objetivos educacionais, organizando, dinamizando e 
30 
 
coordenando todos os esforços nesse sentido e controlando todos os recursos para 
tal. 
Devido a sua posição central na escola, o gestor, no desempenho de seu 
pape, exerce forte influência sobre todos os setores e pessoas da escola. Lück 
(1990), relata ainda, que o gestor deve ter a habilidade de influenciar o ambiente que 
depende, em grande parte, da qualidade e do clima escolar, do desempenho do seu 
pessoal e da qualidade do processo ensino-aprendizagem. A vivência de uma 
metodologia participativa em que as relações solidárias de convivência pontificam, 
provocam, mesmo que lentamente, a concretização de uma nova ordem social, 
iniciando pela parcela menor, que é a escola. Faz-se necessário propiciar à 
comunidade escolar a vivência de uma nova dimensão da vida social, na qual não 
participe só da execução, mas também da discussão dos rumos da instituição 
escolar. Em outras palavras, sendo presença ativa e criativa no ambiente escolar. 
O clima relacional de uma escola provém, basicamente, dos educadores que 
nela atuam. São eles que determinam as relações internas, através do acolhimento, 
da aceitação, da empatia, da real comunicação, do diálogo, do ouvir e do escutar, do 
partilhar interesses, preocupações e esperanças. 
A gestão participativa preocupa-se em promover um clima de amor, de 
fraternidade e de diálogo, que alimente o convívio, não só entre os professores, mas 
destes com seus alunos, procurando estabelecer comunhão e compromisso. 
Propicie integração e coesão, isto é, a vivência da comunhão entre o grupo de 
educadores, podendo assim estabelecer atividades integradas, tais como: partilhas, 
debates, reflexões sobre textos específicos, confraternizações,amigo secreto, 
manhãs ou tardes de formação, atividades coletivas, sempre com vistas a criar e a 
desenvolver um clima integrador e dialógico. 
O processo participativo visa envolver todas as pessoas da instituição escolar 
na busca comum e na responsabilidade pelo todo da instituição. A ação grupal 
reflete constantemente uma metodologia participativa, em que todos têm condições 
de se envolver ativamente no trabalho, com reflexos nos resultados alcançados pelo 
grupo. (DALMÁS, 1994, p.58). 
Sabe-se que o grupo de professores pode transformar ou manter a dinâmica 
de uma instituição. A força transformadora de uma escola está em seu corpo 
docente e isto tudo dependerá do rumo e do auxílio do gestor. 
 
31 
 
FUNÇÕES DO GESTOR 
 
A efetividade do processo de ensino e de aprendizagem implica em 
garantir o acesso dos educandos à escola e, sobretudo, sua permanência e sucesso 
no processo educativo, propiciando condições favoráveis para o fortalecimento de 
sua identidade como sujeita do conhecimento. Para que isso aconteça, são funções 
do gestor: 
• Coordenar a elaboração e implementação da proposta pedagógica e sua 
operacionalização através dos planos de ensino, articulando o currículo com as 
diretrizes da Secretaria. 
• Incentivar a utilização de recursos tecnológicos e materiais interativos para o 
enriquecimento da proposta pedagógica da escola. 
• Estimular e apoiar os projetos pedagógicos experimentais da escola. 
• Assegurar o alcance dos marcos de aprendizagem, definidos por ciclo e série, 
mediante o acompanhamento do progresso do aluno, identificando as 
necessidades de adoção de medidas de intervenção para sanar as dificuldades 
evidenciadas. 
• Garantir o cumprimento do Calendário Escolar, monitorando a prática dos 
professores (regentes e coordenadores pedagógicos) e seu alinhamento com a 
proposta pedagógica, organizando o currículo em unidade didática. 
32 
 
• Acompanhar as reuniões de atividades complementares – AC, avaliando os 
resultados do processo de ensino e de aprendizagem, adotando, quando 
necessário, medidas de intervenção. 
• Articular-se com as Coordenadorias Regionais e setores da SMEC na busca de 
apoio técnico-pedagógico, socioeducativo e administrativo, visando elevar a 
produtividade do ensino e da aprendizagem. 
• Acompanhar a freqüência e avaliação contínua do rendimento dos alunos 
através dos registros nos Diários de Classe, analisando, socializando os dados e 
adotando medidas para a correção dos desvios. 
• Assegurar o cumprimento do sistema de avaliação estabelecido no Regimento 
Escolar. 
• Monitorar a rotina da sala de aula através da atuação do Coordenador 
Pedagógico. 
• Assegurar um ambiente escolar propício, estabelecendo as condições favoráveis 
para a educação inclusiva de forma produtiva e cidadã. 
• Identificar as ameaças e fraquezas da unidade escolar, a partir da sua análise 
situacional, adotando medidas de intervenção para superar as dificuldades. 
• Acompanhar a execução dos projetos em parcerias com outras instituições, 
adequando-os à realidade da sua escola. 
 
As instalações e materiais considerados como infra-estrutura básica para o 
pleno funcionamento da escola envolvem ações de conservação, manutenção e 
mobilização da comunidade escolar para atuar de forma consciente e multiplicadora, 
consolidando a valorização da cultura de preservação do bem público. Neste 
sentido são atribuições do Gestor Escolar: 
 
• Identificar necessidades e acionar mecanismos, a fim de proporcionar um 
ambiente físico adequado ao pleno funcionamento da escola. 
• Assegurar o tombamento e responsabilizar-se pela guarda, conservação e 
manutenção dos móveis e equipamentos da escola. 
• Otimizar o uso dos recursos financeiros repassados à escola, destinados à 
aquisição de materiais, manutenção das instalações e dos equipamentos. 
• Suprir a escola com materiais adequados, que permitam aos professores e 
alunos desenvolverem atividades curriculares diversificadas. 
33 
 
• Promover campanhas, programas e outras atividades para conscientização da 
comunidade escolar e local de preservação e conservação da escola. 
 
A gestão participativa de processos está concebida como um 
gerenciamento fundamentado nos princípios de co-gestão com o Conselho Escolar e 
com as representações das organizações associativas da escola, legitimando a 
tomada de decisões numa ação colegiada com diferentes níveis de 
responsabilidades da equipe 
gestora da escola e do Sistema 
Municipal de Ensino. Neste 
sentido são atribuições do 
Gestor Escolar: 
 
• Coordenar a elaboração e 
implementação do 
Regimento Escolar. 
• Gerenciar o funcionamento 
da escola em parceria com o Conselho Escolar, zelando pelo cumprimento do 
Regimento Escolar, observando a legislação vigente, normas educacionais e 
padrão de qualidade de ensino. 
• Garantir o alcance dos objetivos da escola, identificando obstáculos, 
reconhecendo sua natureza e buscando soluções adequadas. 
• Desenvolver as ações educativas pertinentes a cada segmento de ensino, de 
acordo com as normas e diretrizes do Conselho Municipal de Educação. 
• Elaborar e implementar o Plano da Gestão Escolar alinhado ao PDE, Proposta 
Pedagógica, Regimento Escolar e Diretrizes do Sistema Municipal de Ensino, 
discutindo com a comunidade escolar e incorporando as contribuições. 
• Administrar a utilização dos espaços físicos da unidade escolar e o uso dos 
recursos disponíveis, para a melhoria da qualidade de ensino como: bibliotecas, 
salas de leitura, laboratório de tecnologias, entre outros. 
• Administrar, otimizando os recursos financeiros, conforme os procedimentos e 
rotinas de execução orçamentária e financeira, determinados pelas fontes de 
repasses, acompanhando e monitorando as despesas e o fluxo de caixa. 
• Organizar coletivamente as rotinas da escola e acompanhar o seu cumprimento. 
34 
 
• Estimular a formação de organizações estudantis, atividades esportivas, 
artísticas e culturais na unidade escolar. 
• Aplicar instrumentos de registro de matrícula e de acompanhamento da 
movimentação escolar do alunado, sistematizando os dados e emitindo 
relatórios. 
• Monitorar o desenvolvimento das ações gerenciais, em parceria com o Conselho 
Escolar, com vistas à identificação dos resultados, propondo as intervenções 
necessárias. 
• Promover a construção do PDE, bem como a sua execução e replanejamento, 
através de um trabalho coletivo em parceria com o Conselho Escolar, mediante 
processo de análise dos resultados e proposições adequada 
 
O clima escolar refere-se a um ambiente estruturado, de tal forma que 
expresse a responsabilização coletiva de todos os participantes da comunidade 
escolar em relação ao sucesso de 
ensinar e de aprender, resultando 
num clima harmônico e produtivo, 
onde todos unem esforços para 
atingir os objetivos propostos para a 
efetividade. Neste sentido são 
atribuições do Gestor Escolar: 
• Adotar estratégias gerenciais que 
favoreçam a prevenção de 
problemas na unidade escolar. 
• Gerenciar o funcionamento da escola, zelando pelo cumprimento da legislação, 
normas educacionais e pelo padrão de qualidade de ensino. 
• Proporcionar um ambiente que permita à escola cumprir sua missão, objetivos e 
metas, fundamentado nos seus valores, supervisionando o funcionamento e a 
manutenção dos diversos recursos de infra-estrutura. 
• Possibilitar o bom funcionamento da escola através do estabelecimento de 
normas regulamentadas no Regimento Escolar, favorecendo a melhoria da 
qualidade do trabalho. 
35 
 
• Promover o envolvimento da comunidade escolar, fazendo uso da liderança e 
dos meios de comunicaçãodisponíveis, com base na cooperação e 
compromisso, favorecendo a qualidade das relações interpessoais. 
• Manter o fluxo de informações atualizado e regular entre a direção, os 
professores, pais e a comunidade. 
• Coordenar as ações socioeducativas desenvolvidas na unidade escolar. 
• Assegurar visibilidade às ações da unidade escolar. 
• Socializar os resultados das ações gerenciais, reconhecendo os níveis de 
avanço e dificuldades da escola. 
• Expressar confiança na capacidade de eficácia da escola. 
 
O envolvimento dos pais e da comunidade decorre de um processo de 
mobilização e organização, de forma responsável e consciente, que possibilita 
canais de participação com representações de organizações associativas de pais, 
alunos e professores, contribuindo para o aperfeiçoamento do trabalho educativo e o 
relacionamento da escola com a comunidade. Neste sentido são atribuições do 
Gestor Escolar: 
 
• Promover o envolvimento dos pais na gestão da escola, em atividades 
educacionais e sociais, incentivando e apoiando a criação das associações de 
pais e as iniciativas do Conselho Escolar. 
• Estimular a participação dos pais na educação dos filhos, envolvendo-os no 
acompanhamento do desempenho dos alunos e fortalecendo o relacionamento 
entre pais e professores. 
• Administrar os programas compensatórios direcionados ao aluno e à família de 
acordo com as normas estabelecidas pelos órgãos promotores. 
36 
 
• Manter comunicação freqüente com os pais, mediante o repasse de informações 
sobre o processo educativo, normas e orientações do funcionamento da escola. 
• Viabilizar a integração entre a escola e a comunidade, criando e monitorando 
projetos em parceria com as diversas organizações, visando apoio às atividades 
educacionais, sociais, culturais e de lazer. 
• Maximizar a atuação da comunidade junto à escola, identificando os recursos e 
sendo hábil nas relações com os seus diversos segmentos. 
• Promover campanhas educativas e programas com temas que despertem o 
interesse da comunidade escolar. 
 
 
O desenvolvimento do patrimônio humano envolve a criação de ambiente 
favorável e oportunidades para a formação profissional, auto-formação, pesquisa, 
experimentos, debates e reflexão pedagógica e gerencial no interior da escola, 
estudando e analisando a prática educativa viabilizando a introdução legítima de 
novos padrões de gestão e de ensino. Neste sentido são atribuições do Gestor 
Escolar: 
 
• Oportunizar e facilitar o acesso a programas de aperfeiçoamento profissional 
para os recursos humanos da escola. 
• Identificar as necessidades de desenvolvimento dos recursos humanos da 
escola, estabelecendo estratégias de intervenção em articulação com a SMEC. 
37 
 
• Identificar e otimizar o potencial dos recursos humanos da escola, assegurando 
a integração e adotando uma postura participativa nas ações de planejamento e 
execução das atividades curriculares. 
• Proporcionar ao professor momentos de auto-avaliação, pesquisa, 
experimentos, debates e reflexão da prática pedagógica em uma perspectiva 
crítico reflexiva. 
• Promover a efetividade do processo de avaliação de desempenho do grupo 
magistério, junto ao Conselho Escolar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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