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02/10/14 1 IED Profª. Leila Beuttenmüller 5ª AULA 1. Conceito de norma. 2. Estrutura lógica e características da norma. 3. As diversas classificações da norma. a) Quanto ao tipo de comando b) Quanto à amplitude c) Quanto ao elemento espacial d) Quanto ao elemento temporal e) Quanto aos efeitos sobre o fato f) Quanto às fontes 4 . O s p l a n o s d a vigência, validade e eficácia da norma. - O desuso das leis e as leis anacrônicas * Direito costumeiro e validade normativa 2 Leila Beuttenmüller É a conduta exigida ou o modelo imposto de organização social (Paulo Nader, 2008). Trata-se das regras imperativas pelas quais o Direito se manifesta, e que estabelecem as maneiras de agir ou de organizar, impostas coercitivamente aos indivíduos, destinando-se ao estabelecimento da harmonia, ordem e da segurança da sociedade (Orlando Secco,). Segundo o Direito Positivo, a norma jurídica é o padrão de conduta social imposto pelo Estado, para que seja possível a convivência entre os homens (Estácio, 2010). 3 Leila Beuttenmüller Comando, um imperativo dirigido às ações dos indivíduos e das pessoas jurídicas Regra de conduta social Finalidade: regular as atividades dos sujeitos em suas relações sociais norma jurídica regra jurídica lei 4 Leila Beuttenmüller Dir. costumeiro é um conj. de normas de conduta social, criadas expontaneamente pelo povo, através do uso reiterado, uniforme e que gera a certeza da obrigatoriedade, reconhecidas e impostas pelo Estado (Paulo Nader, 2010). 5 Leila Beuttenmüller norma jurídica lei Direito costumeiro REFERÊNCIAS LEI COSTUME AUTOR PODER LEGISLATIVO POVO FORMA ESCRITA ORAL OBRIGATORIEDADE INÍCIO DA VIGÊNCIA A PARTIR DA EFETIVIIDADE CRIAÇÃO REFLEXIVA EXPONTÂNEA POSITIVIDADE VALIDADE QUE ASPIRA À EFETIVIIDADE EFETIVIDADE QUE ASPIRA À VALIDADE CONDIÇÕES DE VALIDADE CUMPRIMENTO DE FORMAS E RESPEITO À HIERARQUIA DAS FONTES SER ADMITIDO COMO FONTE E RESPEITO À HIERARQUIA DAS FONTES QUANTO À LEGITIMIDADE QUANDO TRADUZ OS COSTUMES E VALORES SOCIAIS PRESUMIDA 6 Leila Beuttenmüller (PAULO NADER, 2009) 02/10/14 2 Proibição ou obrigação 1. ( ) P ( ) O 2. Obrigação de crachá no atendimento ao público ( ) P ( ) O 7 Leila Beuttenmüller 2. Obrigação de crachá no atendimento ao público TJRJ - APELACAO: APL 200900137150 RJ 2009.001.37150 Ementa Ação de obrigação de fazer, cujo pedido é cumulado com o de indenização por danos morais. Utilização de crachá funcional pelos rodoviários com suas fotografias e logomarca da Prefeitura. Alegação de uso indevido de imagem de funcionários municipais, para fins de propaganda. Sentença de Improcedência. Obrigatoriedade do uso do documento funcional, apenas durante o exercício da atividade laborativa. Intuito de identificar os funcionários das concessionárias de transporte, bem como possibilitar o uso gratuito do serviço de transporte e a liberação das catracas, quando inoperantes os cartões dos passageiros. Logomarca do poder concedente do serviço de transporte coletivo, que não configura publicidade com fins lucrativos. Inexistência de ato ilícito e de violação a direito de imagem dos empregados. Dano moral não configurado. Recurso a que se nega seguimento, com base no caput do artigo 557, do Código de Processo Civil. 8 Leila Beuttenmüller 2. Obrigação de crachá no atendimento ao público STJ - RECURSO ORDINARIO EM MANDADO DE SEGURANÇA: RMS 11012 MT 1999/0062886-1 Ementa RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. OAB. CIRCULAR DA PRESIDÊNCIA DO TJMT. OBRIGATORIEDADE DO USO DE CRACHÁ DE IDENTIFICAÇÃO NAS DEPENDÊNCIAS DAQUELE PRÉDIO. LEGALIDADE E COMPETÊNCIA DO ATO PRATICADO. INEXISTÊNCIA DE RESTRIÇÃO AO LIVRE EXERCÍCIO DA ADVOCACIA. DESPROVIMENTO DO RECURSO. 1. Não constitui prática de ato ilegal ou abusivo e incompetente, a emissão de Circular pela Presidência de Tribunal local que determine o uso obrigatório de crachá pelas pessoas que circularem em suas dependências. Tal medida não tolhe nem limita o exercício da advocacia, porém, visa a garantir a segurança e, até mesmo, facilitar o atendimento das respectivas prioridades. 2. Recurso Ordinário desprovido. 9 Leila Beuttenmüller 10 Leila Beuttenmüller BILATERALIDADE GENERALIDADE ABSTRATIVIDADE IMPERATIVIDADE COERCIBILIDADE HETERONOMIA ATRIBUTIVIDADE IMPERATIVIDADE Disciplinar as maneiras de agir em sociedade Representar o mínimo de exigências, de determinações necessárias. Garantir efetivamente a ordem social Normas que possuem caráter imperativo 11 Leila Beuttenmüller Imperativo categórico Religião – moral - costumes N.J.: “deve ser A” Caráter taxativo. “Art. 10, CC: Far-se-á averbação em registro público: I - das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal; II - dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação; 12 Leila Beuttenmüller 02/10/14 3 Imperativo categórico: Sentido positivo/negativo ( ) ( ) ( “Respeite a fila” 13 Leila Beuttenmüller ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Imperativo categórico: Sentido positivo/negativo ( ) ( ) ( “Respeite a fila” 14 Leila Beuttenmüller ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) “É proibido falar com o motorista" Em diversos países: Vaticano : É pecado falar com o motorista Israel : O que você ganha falando com o motorista? Itália : Se você falar com o motorista, com que mãos ele vai dirigir ? Alemanha : Não fale com o motorista, nem no ônibus, nem na casa dele,em nenhum lugar Antiga URSS: Cuidado com o que fala ao motorista USA: Cale a boca Brasil: Não deixe o motorista falar com você Japão: Falar com motorista, só com hora marcada 15 Leila Beuttenmüller ( ) ( ) Imperativo hipotético Dependência de ocorrer a hipótese ou fato. “Se for B, então deve ser A”, onde “se for B” é a hipótese, suposto ou fato, e “deve ser A” é o enunciado, dispositivo ou consequência. Art 1.275, CC: “Além das causas consideradas neste Código, perde-se a propriedade: III- pelo abandono” Se for abandonada a coisa (B), deve ser perdida a propriedade da mesma (A). Porque somente é aplicável na ocorrência da hipótese estipulada, qual seja, o abandono da coisa. 16 Leila Beuttenmüller Imperativo hipotético Dependência de ocorrer a hipótese ou fato. “Se for B, então deve ser A”, onde “se for B” é a hipótese, suposto ou fato, e “deve ser A” é o enunciado, dispositivo ou consequência. Art. 1.521, CC: “Não podem casar: I – os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco naturalou civil;” É uma ordem hipotética proibitiva ou imperativo hipotético em sentido negativo. 17 Leila Beuttenmüller IMPERATIVIDADE Poder de império “O caráter imperativo da norma jurídica significa imposição de vontade e não mero aconselhamento” (Paulo Nader, 2008) 18 Leila Beuttenmüller 02/10/14 4 GENERALIDADE “A norma jurídica é preceito de ordem legal que obriga a todos que se acham em igual situação jurídica (Paulo Nader). Generalidade da norma Princípio da isonomia da lei 19 Leila Beuttenmüller GENERALIDADE Art. 12, I, a, CF: São brasileiros natos os n a s c i d o s n a República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país. 20 Leila Beuttenmüller ABSTRATIVIDADE Fórmula padrão de conduta aplicável a qualquer membro da sociedade. Regular os fatos em sua casuística Códigos mais extensos 21 Leila Beuttenmüller Sociedade é mais rica que a imaginação do homem. BILATERALIDADE O direito existe sempre vinculando duas ou mais pessoas, conferindo poder a uma parte e impondo dever à outra. Regula a conduta de um ou mais sujeitos em relação à conduta de outro(s) sujeito(s) (relação de alteridade). Sujeito ativo - Direito Subjetivo Sujeito passivo - Dever jurídico 22 Leila Beuttenmüller ATRIBUTIVIDADE “A norma jurídica é atributiva por atribuir às partes de uma relação jurídica, direitos e deveres recíprocos” (Paulo Nader, 2008). Atribui à outra parte o Direito de exigir o seu cumprimento. 23 Leila Beuttenmüller BILATERALIDADE ATRIBUTIVIDADE Relação jurídica: A B Ex: contrato de compra e venda 24 Leila Beuttenmüller 02/10/14 5 COERCIBILIDADE - Coação Intimidação, através das penalidades previstas para as hipóteses de violações das normas jurídicas Força propriamente, que é acionada quando o destinatário da regra não a cumpre espontaneamente 25 Leila Beuttenmüller psicológica material COERCIBILIDADE Coação é uma reserva de força a serviço do Direito, enquanto a sanção é considerada, geralmente, medida punitiva para a hipótese de violação de normas. 26 Leila Beuttenmüller Coação Sanção HETERONOMIA Imposto ou garantido pela lei Independe da vontade de seus destinatários Adesão espontânea às leis Ex: Imposto de renda. 27 Leila Beuttenmüller IMPERATIVIDADE GENERALIDADE ABSTRATIVIDADE BILATERALIDADE ATRIBUTIVIDADE COERCIBILIDADE HETERONOMIA 28 Leila Beuttenmüller Escrita emanada do Poder Legislativo em processo de formação regular, promulgada e publicada. Lei em sentido formal é a que atende apenas aos requisitos de forma faltando-lhe caracteres de conteúdo, como a generalidade ou substância jurídica. Ex.: A aprovação, pela assembléia da Revolução Francesa, da lei que declarava a existência de Deus e a imortalidade da alma. Em sentido formal-material a lei deve preencher os requisitas de substância e de forma. Ex.: leis de uma maneira geral 29 Leila Beuttenmüller Reúne normas de conduta social que definem os direitos e deveres das pessoas em suas relações. regra principais Aglutina regras de procedimento no andamento de questões forenses. natureza instrumental 30 Leila Beuttenmüller Lei Substantiva Lei Adjetiva 02/10/14 6 31 Leila Beuttenmüller Lei Substantiva Lei Adjetiva ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) S ( ) A ( ) ( ) ( ) ( ) 32 Leila Beuttenmüller Lei Substantiva Lei Adjetiva ( ) ( A ) ( S ) ( ) ( ) S ( ) A ( S ) ( ) ( ) ( A ) Normas codificadas são aquelas que constituem um corpo orgânico sobre certo ramo do direito Ex: Código Civil. Normas consolidadas são as que formam uma reunião sistematizada de todas as leis existentes e relativas a uma matéria; a consolidação distingue-se da codificação porque sua principal função é a de reunir as leis existentes e não a de criar leis novas Ex: CLT. Normas extravagantes ou esparsas todas as leis que não estão incorporadas às Codificações ou Consolidações: são as leis que vagam fora; são as editadas isoladamente para tratar de temas específicos. Ex: Lei de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, Lei do Inquilinato etc. 33 Leila Beuttenmüller Carlota Silveira, proprietária de imóvel alugado para Raimundo Honorato, já perdeu as esperanças de receber os aluguéis em atraso ou reaver seu imóvel de volta. Isto porque Raimundo vive dando desculpas esfarrapadas há mais de seis meses para não pagar o aluguel ou deixar o imóvel. Sem saber o que fazer procura Dr. Elesbão famoso advogado do local que a orienta a notificar Raimundo para pagar o que deve em determinado prazo, sob pena de despejo, e mostra a Carlota o art. 65 da lei 8.245/91 (Lei do Inquilinato) que assim dispõe: Art. 65. Findo o prazo assinado para a desocupação, contado da data da notificação, será efetuado o despejo, se necessário com emprego de força, inclusive arrombamento. 34 Leila Beuttenmüller Pergunta-se: a) Qual a principal característica da norma jurídica que se percebe no artigo acima citado? Justifique. Na lei n. 8245, de 18 de outubro de 1991, que dispõe sobre as locações dos imóveis urbanos e os procedimentos a elas pertinentes, é possível encontrar as demais características das normas jurídicas? Fundamente. 35 Leila Beuttenmüller Pergunta-se: a) Qual a principal característica da norma jurídica que se percebe no a r t i g o a c i m a c i t a d o ? Justifique. COERCIBILIDADE 36 Leila Beuttenmüller 02/10/14 7 Pergunta-se: Na lei n. 8245, de 18 de outubro de 1991, que dispõe sobre as locações dos imóveis urbanos e os procedimentos a elas pertinentes, é possível encontrar as demais características das normas jurídicas? Fundamente. A) Abstratividade: a lei não trata de um contrato de aluguel em particular,mas impõe-se a qualquer um. B) Generalidade: a lei 8.245 impõe-se tanto aos locadores quanto aos locatários em geral. C) Imperatividade: a lei 8.245 é obrigatória, devendo ser obedecida. D) Heteronomia: a lei 8.245 foi elaborada pelo legislador para ser aplicada a cada um dos contratantes numa relação de locação E) Alteridade: a lei de locação implica intersubjetividade, ou seja, relação entre duas ou mais pessoas, no caso locador e locatário. F) Bilateralidade atributiva: Por conta do previsto nesta lei a relação jurídica entre locador e locatário deve resultar a atribuição garantida de uma pretensão ou ação. 37 Leila Beuttenmüller “O que caracteriza uma norma jurídica, de qualquer espécie, é o fato de ser uma estrutura proposicional enunciativa de uma forma de organização ou de conduta, que deve ser seguida de maneira objetiva e obrigatória.” Miguel Reale 38 Leila Beuttenmüller “São destinatários da norma j u r í d i c a a s p e s s o a s o u autoridades que estiverem na situação jurídica nela prevista”. Exemplos: PLANOS DE SAÚDE – coberturas obrigatórias pelas seguradoras LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL – Incide sob os governantes Paulo Dourado Gusmão 39 Leila Beuttenmüller Critério da Destinação Critério da Existência Critério da extensão territorial Critério do Conteúdo Critério da Imperatividade Critério da Sanção Critério da Natureza 40 Leila Beuttenmüller Critério da Destinação 1.Normas de organização: normas de sobredireito 2. Estrutura e normas de conduta: normas de direito 1.Normas de organização: normas de sobredireito normas instrumentais estrutura e funcionamento dos órgãos disciplina de processos técnicos de identificação aplicação de normas convivência juridicamente ordenada 41 Leila Beuttenmüller Destinatário próprio Estado Critério da Destinação 1. Normas de organização: normas de sobredireito 2. Estrutura e normas de conduta: normas de direito 2. Estrutura e normas de conduta: normas de direito disciplinam o comportamento dos indivíduos atividades dos grupos entidades sociais em geral eventual conflito levado ao Poder Judiciário, este passa a ser seu destinatário 42 Leila Beuttenmüller Destinatário P.F. – P.J. - Autoridade 02/10/14 8 Critério da Existência 1. Norma explícita escrita nos códigos e nas leis. 2. Norma implícita subentendida a partir da norma explícita Interpretação da lei Integração do Direito 43 Leila Beuttenmüller Critério da extensão territorial Normas federais, estaduais e municipais Critério do espaço limite espacial de incidência da norma Esfera do Poder Público de que emanam União, pelos Estados-Membros e pelos Municípios Direito Constitucional 44 Leila Beuttenmüller Critério da extensão territorial - Quanto à amplitude de seu conteúdo DE DIREITO COMUM ou GERAL – todo o território nacional Ex. Leis Federais DE DIREITO LOCAL – parte do território do Estado Ex:normas estaduais ou municipais DE DIREITO ESPECIAL – determinado grupo e definido campo Ex. Código Penal Militar EXCEPCIONAL – tratamento jurídico excepcional em determinados casos, pessoas ou situações. Ex. Anistia fiscal, foro privilegiado, etc. 45 Leila Beuttenmüller Critério da extensão territorial Normas federais, estaduais e municipais Hierarquia das normas “Não há, pois, uma hierarquia absoluta entre leis federais, estaduais e municipais, porquanto esse escalonamento somente prevalece quanto houver possibilidade de concorrência entre as diferentes esferas de ação.” (MIGUEL REALE) 46 Leila Beuttenmüller Critério do Conteúdo Direito público, direito privado e direito social: Teoria formalista da natureza da relação jurídica 1.Normas de Direito Privado Regras privadas - particulares Igualdade das partes Relação jurídica de coordenação Ex.: normas que regem os contratos 47 Leila Beuttenmüller Critério do Conteúdo Direito público, direito privado e direito social: 2. Normas de Direito Público Regra do poder público Poder de império Relação jurídica de subordinação. Ex.: As normas de Direito Administrativo 48 Leila Beuttenmüller 02/10/14 9 Critério do Conteúdo Direito público, direito privado e direito social: 3. Normas de Direito Misto Regras simultâneas do interesse público e o interesse privado. Ex.: Normas de Direito Família 49 Leila Beuttenmüller Critério da Imperatividade Imperativas Normas impositivas Proibitivas Normas dispositivas 50 Leila Beuttenmüller Critério da Imperatividade Normas impositivas – de ordem pública “São as que ordenam ou proíbem alguma coisa (obrigação de fazer ou de não fazer) de modo absoluto.” (Mª Helena Diniz, 2010) Ex: art. 3º e incisos, CC Divisão: IMPERATIVAS – ordenam, impõe. NEGATIVAS ou PROIBITIVAS – são as normas que proíbem a ação ou omissão 51 Leila Beuttenmüller Critério da Imperatividade Normas impositivas - Divisão: IMPERATIVAS ou AFIRMATIVAS – ordenam, impõe. Ex.: Art. 876, 1.245, CC. NEGATIVAS ou PROIBITIVAS – são as normas que proíbem a ação ou omissão. Ex.: Art. 228, 426, 1860, CC 52 Leila Beuttenmüller Critério da Imperatividade Normas Dispositivas POSITIVAS ou PERMISSIVAS – ação ou omissão. Ex: 1639, CC. “As normas dispositivas dizem respeito apenas aos interesses dos particulares, admitem a não- adoção de seus preceitos, desde q por vontade expressa das partes interessadas.” (Paulo Nader, 2011) 53 Leila Beuttenmüller Quanto a vontade das partes (Critério da Imperatividade) TAXATIVAS OU COGENTES – por resguardarem interesses fundamentais da sociedade, obrigam ou proíbem determinado ato, independente da vontade das partes. Ex. Art. 1521, CC: “Não podem casar: I – os ascendentes com os descendentes” (...) •DISPOSITIVAS – dizem respeito aos interesses dos particulares e admitem a não adoção de seus preceitos, desde que por expressa das partes interessadas. Ex. Art. 1640, parágrafo único, CC – “Poderão os nubentes no processo de habilitação, optar por qualquer dos regimes que este código regula.” (...) 54 Leila Beuttenmüller 02/10/14 10 Critério da Sanção Normas mais que perfeitas Normas perfeitas Normas menos que perfeitas Normas imperfeitas 55 Leila Beuttenmüller Critério da Sanção Normas mais que perfeitas – se violadas, aplicação de 2 sanções: 1. Nulidade do ato praticado 2. Restabelecimento da situação anterior - pena ao violador (Mª Helena Diniz, 2010) Ex.: Art. 1548 e 1521, CC. Art. 235, CP: Contrair alguém, sendo casado, novo casamento: Pena – reclusão, de dois a seis anos. 56 Leila Beuttenmüller Critério da Sanção Normas perfeitas - se violadas: 1. declaração da nulidade do ato 2. Possibilidade de anulação do a t o p r a t i c a d o c o n t r a s u a disposição 3. Não aplicação de pena ao violador. (Mª Helena Diniz, 2010) Ex: art. 1730, CC; art.9º, CLT 57 Leila Beuttenmüller Critério da Sanção Normas menos que perfeitas, se violadas, autorizam: 1. aplicação de pena ao violador 2. não nulidade ou anulação do ato que as violou Ex: 1523, I, CC, 1254, CC 58 Leila Beuttenmüller Critério da Sanção Normas imperfeitas -se violadas: 1. não acarreta consequência jurídica Ex: dívidas de jogo, art. 814, CC. 59 Leila Beuttenmüller AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO N° 266.529 – RIO DE JANEIRO EMENTA: PROCESSUAL CIVIL - REGIMENTAL - MATÉRIA DE FATO (EXECUÇÃO DE AVALISTA POR DÍVIDA DE JOGO) - RECURSO QUE NÃO REBATE FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. I - Inviável é o Regimental instrumentalizado para impugnar a matéria fática do aresto recorrido (Súmula 07/STJ) mas não rebate os fundamentos da decisão agravada. II- Regimental improvido. VOTO O EXMO SR. MINISTRO WALDEMAR ZVEITER(RELATOR): - Eis como concluiu o acórdão sub judice (fls. 17 - vol. I): "APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS DO DEVEDOR. COBRANÇA DENOTA PROMISSÓRIA DECORRENTE DE DÍVIDA DE APOSTA. AVALISTA. O processo executivo não pode ser utilizado para cobrança de dívida de aposta (art. 1477 do Código Civil). Não seria justo nem jurídico que a lei torne ineficaz a dívida em relação ao apostador e a mantenha íntegra para o avalista. Provimento do recurso para reformar a douta sentençaa quo, acolhendo os embargos e declarando a inexigibilidade. do título, insubsistente a penhora, invertendo-se os ônus da sucumbência. "(...) 60 Leila Beuttenmüller 02/10/14 11 O grande CLÓVIS BEVILÁQUA (ob. cit, pág. 183) é claro a respeito do tema ora enfocado: "Se a dívida de jogo, ou aposta, não tem valor jurídico, igualmente não o pode ter o ato praticado para encobri-la, reconhecê-la, nová-la, ou afiançá-la. A nulidade da obrigação contraída no jogo ou na aposta estende-se, necessariamente, a esses atos, que derivam dela.” (...) 61 Leila Beuttenmüller Critério da Natureza Normas substantivas – DE DIREITO MATERIAL normas de conduta social Normas adjetivas – DE DIREITO PROCESSUAL regras de procedimento das questões forenses 62 Leila Beuttenmüller Critério da Natureza DE DIREITO MATERIAL – são as que definem e regulam relações jurídicas ou criam direitos e impõem deveres, regendo a matéria jurídica propriamente dita. Ex. disposições dos Códigos em relação ao direito material. DE DIREITO PROCESSUAL – são as que regulam o modo ou o processo de efetivar as relações jurídicas, ou de fazer valer os direitos ameaçados ou violados. Ex. normas processuais 63 Leila Beuttenmüller 64 Leila Beuttenmüller Norma Substantiva Norma Adjetiva ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) S ( ) A ( ) ( ) ( ) ( ) PRINCIPAL ( ) INSTRUMENTAL ( ) Critério da Destinação Critério da Existência Critério da extensão territorial Critério do Conteúdo Critério da Imperatividade Critério da Sanção Critério da Natureza 65 Leila Beuttenmüller Validade do ato ou negócio jurídico: presentes todos os seus elementos essenciais. Ausência de um requisito: o negócio é inválido, nulo Validade decorre, invariavelmente, de o ato haver sido executado com a satisfação de todas as exigências legais. 66 Leila Beuttenmüller 02/10/14 12 Validade de uma norma jurídica (Miguel Reale): 1) técnico-formal = vigência 2) social = eficácia 3) ético = fundamento 67 Leila Beuttenmüller a) Validade formal Vigência é “a executoriedade compulsória de uma norma jurídica, por haver preenchido os requisitos essenciais à sua feitura ou elaboração” (Miguel Reale). A vigência implica que a norma jurídica seja obrigatória (...), a vigência temporal é uma qualidade da norma relativa, ao tempo de sua atuação (Rizzato Nunes). 68 Leila Beuttenmüller a) Validade formal Elaboração com os requisitos essenciais: 1) emanada de órgão competente, 2) com obediência aos trâmites legais, 3 ) c u j a m a t é r i a s e j a d a competência do órgão elaborador 69 Leila Beuttenmüller b) Validade Social ou Eficácia. Eficácia vem a ser o reconhecimento e vivência do Direito pela sociedade, “é a regra jurídica enquanto monumento da conduta humana” (Miguel Reale). Quando as normas jurídicas são acatadas nas relações intersubjetivas e aplicadas pelas autoridades administrativas ou judiciárias, há eficácia. 70 Leila Beuttenmüller b) Validade Social ou Eficácia. “Vigência não se confunde com eficácia; logo, nada obsta que uma norma seja vigente sem ser eficaz (...)” (Maria Helena Diniz). A validade não se confunde com a vigência, posto que pode haver uma norma jurídica válida sem que esteja vigente. 71 Leila Beuttenmüller A Norma Jurídica somente alcança a sua plenitude quando presentes os três aspectos: 72 Leila Beuttenmüller VIGÊNCIA VALIDADE EFICÁCIA 02/10/14 13 Classificação de Paulo Nader - causas do desuso - defeitos das leis: 1.Leis anacrônicas: as que envelheceram enquanto a vida evoluía, havendo uma defasagem entre as mudanças sociais e a lei; 2.Leis artificiais: fruto apenas do pensamento, mera criação teórica e abstrata, estão distanciadas da realidade que vão governar; Ex: doação de órgãos. 3.Leis injustas: aquelas que, traindo a mais significativa das missões do direito que a de espargir justiça, nega ao homem aquilo que lhe é devido; Ex: lei da escravatura 4.Leis defectivas: por não terem sido planejadas com suficiência, revelam-se na prática, sem condições de aplicabilidade, não fornecendo todos os recursos técnicos para a sua aplicação . Ex. Faixa de pedestre; quando prescreve uso de certa máquina pelo operário, mas que não existe no mercado. 73 Leila Beuttenmüller Causas do desuso 1- Leis anacrônicas: Leis que envelheceram durante o seu período de vigência e não foram revogadas por obra do legislador. Permaneceram imutáveis enquanto a vida evoluía. Caducou. 2- Leis artificiais: Leis em que falta correspondência com a base social onde estão inseridas sendo produtos de teorias e abstrações distanciadas da realidade. Incompatíveis com a sociedade 3- Lei injusta: É aquela que nega ao homem o que lhe é devido ou lhe confere o indevido. 4- Leis defectivas: Leis incompletas, que não foram planejadas com suficiência, revelando-se na prática sem condição. w F( ((www.direitonoturno.com.br) 74 Leila Beuttenmüller Desuso das Leis CONCLUSÃO: N e m t a n t o a o m a r , n e m t a n t o à t e r r a . A lei em desuso é um problema que não tem solução ideal. Dar validade à lei abandonada é ato de violência que poderá g e r a r s i t u a ç õ e s i n j u s t a s . Por outro lado, revogá-la por desuso trará insegurança jurídica. Assim, as leis importantes deverão estar a salvo da negligência dos legisladores. Deve-se prevenir este fenômeno e tal responsabilidade deve ser dividida entre os poderes da f e d e r a ç ã o . (Tânia Mara) 75 Leila Beuttenmüller c) Validade Ética ou Fundamento Toda a norma jurídica além da validade formal (vigência) e validade social (eficácia), deve possuir ainda validade ética ou fundamento. É o valor que legitima uma norma jurídica que lhe dá uma legitimidade Valor que dá a razão última da obrigatoriedade da norma. Valoração do Direito – dignidade do ser humano. 76 Leila Beuttenmüller c) Validade Ética ou Fundamento Distinção entre: legal = validade formal legítimo= validade ética 77 Leila Beuttenmüller 2. Leia as afirmativas abaixo: I - Eficácia da lei é a capacidade do texto normativo vigente de poder produzir efeitos jurídicos concretos no seio da sociedade. II - A vigência do Direito depende da opinião pública e da obediência às normas que disciplinam a sua elaboração. III - A validade ou não da norma jurídica repercutirá diretamente na esfera da sua eficácia. Agora, aponta a alternativa CORRETA: a) Estão todas corretas. b) Estão todas erradas. c) Somente a II está correta. d) Estão corretas a I e a II. e) Somente a I está errada. 78 Leila Beuttenmüller 02/10/14 14 2. Leia as afirmativas abaixo: I - Eficácia da lei é a capacidade do texto normativo vigente de poder produzir efeitos jurídicos concretos no seio da sociedade. II - A vigência do Direito depende da opinião pública e da obediência às normas que disciplinam a sua elaboração. III - A validade ou não da norma jurídica repercutirá diretamente na esfera da sua eficácia. Agora, aponta a alternativa CORRETA: a) Estão todas corretas. b) Estão todas erradas. c) Somente a II está correta. d) Estão corretas a I e a II. e) Somente a I está errada. 79 Leila Beuttenmüller 80 Leila Beuttenmüller REALE,Miguel. Lições Preliminares de Direito.Ed. Saraiva. São Paulo. 2000. NADER, Paulo. Introdução ao Estudo do Direito. Ed. Forense, 21º edição. Rio de Janeiro. 2000. GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao Estudo do Direito.Ed. Forense, 28ª edição. Rio de Janeiro. 2000. MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil; parte geral. V 1. Ed. Saraiva.São Paulo. 1967. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa.2ª edição. Ed. Nova Fronteira. Rio de Janeiro. 1986. REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito.Ed. Saraiva. São Paulo. 2000 81 Leila Beuttenmüller
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