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DEPARTAMENTO DE QUÍMICA E FÍSICA ANDRADE, Í. F. GASES PERFEITOS CALOR ESPECÍFICO MOLAR A PRESSÃO E A VOLUME CONSTANTES Santa Cruz do Sul, 14 de Outubro de 2011 1 ) GASES PERFEITOS O gás ideal só existe teoricamente, pois deve obedecer rigorosamente as leis de Boyle Mariotte e Charles e Gay Lussac. No entanto podemos tomar como gás ideal os gases reais a temperaturas relativamente altas e a baixas pressões. Ao se combinar a lei descrita acima obtém se a lei dos gases ideais: (1) Em que: (2) 2 ) CALOR ESPECÍFICO Podemos dizer que o calor específico corresponde a capacidade térmica por unidade de massa, isso significa que para elevar em 1°C a temperatura de 1 g, cada material necessita de uma quantidade diferente de calor definida como calor específico. Usa se a letra Q para a quantidade de calor. Quando associado a uma variação infinitessimal de temperatura T o chamamos de Q. Verificou se que a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de uma massa (m) de a é aproximadamente proporcional a variação de temperatura e a massa. Utilizando a 1° lei da termodinâmica temos que: Q=mc T (3) Onde a grandeza c possui valores diferentes para cada tipo de material. Para uma variação infinitessimal de temperatura e uma correspondente quantidade de calor temos: Q=mc T (4) Onde c= (5) A unidade usual de calor específico é cal/g °C (Caloria por grama por grau Celsius), já no sistema internacional de medidas utiliza se J/Kg K (Joule por kilograma por Kelvin). 2.1 ) CALOR ESPECÍFICO MOLAR Em muitas situações, a unidade mais conveniente para especificar a quantidade de matéria de uma substância não é a massa (m) e sim o mol (n), onde: 1mol=6,02 unidades elementares Lembrando que 1mol de substância pura sempre contem o mesmo numero de moléculas. O mol ou massa molar depende da massa da molécula e não do seu peso. Quando quantidades são expressas em mols, o calor especifico também deve ser expresso em mols, onde: m=nM (6) Substituindo m na eq.3 temos: Q=nMc T (7) Onde o produto Mc e denominado calor específico molar (calor molar), que é representado pela letra C então obtemos: Q=nC T (8) Comparando a eq.8 com a eq.5 podemos expressar C (calor por mol por variação de temperatura) em termos de calor específico (c) (calor por massa por variação de temperatura) e a massa molar (M) C= =Mc (9) Antes de falarmos no calor específico molar a volume constante ( ) e calor específico molar a pressão constante ( ), primeiro deduziremos uma equação para a energia interna de um gás ideal. E posteriormente utilizaremos esta equação para deduzir uma expressão para o calor especifico de um gás ideal. 2.2 ) ENERGIA INTERNA Primeiramente vamos supor que o nosso gás é monoatômico como o Hélio ou Argônio. Lembrando que a energia interna esta associada ao movimento aleatório de átomos e moléculas, vamos supor ainda que a energia interna do nosso gás ideal seja simplesmente a soma das energias cinéticas de translação de suas moléculas. A energia cinética de translação media de uma molécula isolada, só depende da temperatura do gás e é dada pela eq.10 = (10) Como em uma porção de mols deste gás contem moléculas e �� EMBED Equation.3 e (conste dos gases), temos que a energia interna da porção de gás e: (11) Como a energia interna é uma função só da temperatura do gás, sendo independente de outras variáveis, a partir da eq.10 podemos deduzir as expressões para o calor específico molar a volume constante e para o calor específico molar a pressão constante. Por que se utiliza pressão (p) ou volume (v) constantes, pois se quando nem pressão e nem volume permanecem constantes, existe uma infinidade de calores específico possíveis. 2.3 ) CALOR ESPECÍFICO MOLAR A VOLUME CONSTANTE ( ) Figura 1 A figura 1 mostra n mols de um gás ideal a pressão (p) e a temperatura (t), confinados em um cilindro com volume fixo (V), este estado inicial do gás esta marcado no gráfico com a letra i. Supondo que adicionamos uma pequena quantidade de calor Q ao sistema, a temperatura do gás ira aumentar de T para T+ , e a pressão de P para P+ , levando o gás até o estado final (f). Então a equação para o calor específico a volume constante de acordo com a eq.3 e: (12) Substituindo a eq.12 na primeira lei da termodinâmica temos: (13) Como o volume é constante W=0 obtemos: (14) Utilizando a eq.10 e substituindo o resultado na eq.14 obtemos: (15) Onde esta previsão teórica concorda com experiências realizadas com gases reais monoatômicos. Agora que foi definido , podemos generalizar a eq.10 para sua energia interna. qualquer gás (16) 2.4 ) CALOR ESPECÍFICO MOLAR A PRESSÃO CONSTANTE ( ) Agora vamos imaginar que a temperatura do gás seja aumentada, mas sua pressão se mantém constante. Podemos deduzir que o calor específico molar a pressão constante definido a partir de: (17) Será maior que ( ), pois teremos que fornecer energia não somente para elevar a temperatura, mas também para realizar trabalho. Para relacionar com , partimos da primeira lei da termodinâmica (18) Substituindo na eq.16 e Q na eq.17, como a pressão permanece constante , utilizando a lei dos gases ideais obtemos: (19) Substituindo na eq.18 e dividindo a expressão por , vemos: ou (20) Estas previsões teóricas concordam experimentalmente para gases monoatômicos e também para gases em geral desde que suas densidades não sejam muito altas. 2.5 )RAZÃO ENTRE OS CALORES ESPECÍFICOS ( ) A razão pode ser medida diretamente de varias maneiras, sem a necessidade de se medir separadamente os calores específicos molares e . Podemos também deduzir uma expressão a partir da teoria cinética dos gases combinando a eq. e a eq. para obtermos a seguinte equação: Este resultado concorda com resultados experimentais para gases monoatômicos, onde f=3 e, logo . E para gases diatômicos cujo valor de f=5 e . 2.6 ) CALOR ESPECÍFICO MOLAR A VOLUME CONSTANTE ( ) E A FÍSICA QUÂNTICA A dependência do calor específico molar a volume constante com a temperatura para gases reais nos fornece uma forte evidencia da natureza quântica do movimento rotacional. A altas temperaturas o calor específico molar a volume constante tem o seu valor previsto pelo principio da equiparação. Já a temperaturas baixas, as colisões moleculares não são energéticas o suficiente para excitar o movimento de rotação quantizado. 3 ) TEOREMA DA EQUIPARAÇÃO Diz que: “Qualquer espécie de molécula possui um certo numero (f) de graus de liberdade, que correspondem aos modos independentes pelos quais ela pode armazenar energia. Cada grau de liberdade tem associado a ele em media uma energia por mol. 4 ) EXEMPLIFICANDO Imagine um recipiente contendo cerca de 5 mols de um gás (monoatômico), a temperatura de 300 K. Qual a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura da massa gasosa até 350 K, a pressão constante e também a volume constante? Considere o gás como ideal e tome por base =1,67. Comente sobre os resultados. O primeiro passo a ser feito é calcular os calores específicos molares . Como: e Temos que: Substituindo os valores: J/mol.K J/mol.K Volume constantePressão constante O fato de que a pressão constante necessitar de mais calor para que sofra a mesma variação de temperatura que um sistema a volume constante é algo fácil de ser explicado, pois a pressão constante deve se fornecer calor não apenas para variar sua energia interna, mas também para realização de trabalho esterno, ou seja, empurrar o embolo. Em quanto que a volume constante W=0, ou seja, Q= . 5 ) BIBLIOGRAFIA 1-Guemez, Julio. Fiolhais, Carlos e Fiolhais, Manuel. Fundamentos de termodinâmica do Equilíbrio. Portugal, Lisboa, Fundação Caloust Gulbenkian 1998 2-Halliday, David, Resnick, Robert. Fundamentos de Física 2, 4°Ed. Rio de Janeiro RJ, Ltc 1996 3-Young, Hugh D. Física 2, 12° Ed. São Paulo SP, Parson Editora 2010 �PAGE � �PAGE �1� _1379939241.unknown _1379942698.unknown _1379948765.unknown _1379952219.unknown _1380105482.unknown _1380106494.unknown _1380106790.unknown _1380111284.unknown _1380107856.unknown _1380106653.unknown _1380106011.unknown _1380106186.unknown _1380105820.unknown _1380105946.unknown _1380105529.unknown _1380104460.unknown _1380104969.unknown _1379952296.unknown _1379949203.unknown _1379949460.unknown _1379950043.unknown _1379951290.unknown _1379949925.unknown _1379949259.unknown _1379949027.unknown _1379949049.unknown _1379948916.unknown _1379944579.unknown _1379945004.unknown _1379945241.unknown _1379945289.unknown _1379945186.unknown _1379944850.unknown _1379944931.unknown _1379944727.unknown _1379943781.unknown _1379944073.unknown _1379944154.unknown _1379944035.unknown _1379943000.unknown _1379943334.unknown _1379942708.unknown _1379939670.unknown _1379941988.unknown _1379942285.unknown _1379942439.unknown _1379939944.unknown _1379940408.unknown _1379941002.unknown _1379939760.unknown _1379939488.unknown _1379939551.unknown _1379939339.unknown _1379935140.unknown _1379936900.unknown _1379938363.unknown _1379938418.unknown _1379938099.unknown _1379935424.unknown _1379936106.unknown _1379935395.unknown _1379935018.unknown
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