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Capítulo 7 - A Pesquisa Científica

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A PESQUISA CIENTÍFICA
Pesquisa é o procedimento racional e sistemático 
que tem como objetivo proporcionar respostas aos 
problemas propostos
Neste capítulo temos o objetivo de levar o estudante a entender o que é pesquisa, considerar as experiências para raciocinar sobre os resultados da pesquisa, como 
acadêmico tornar-se crítico referente à pesquisa, e concebê-la 
como princípio educativo, visando o entendimento e domínio 
dos processos, métodos e técnicas que envolvem o fazer 
científico. É importante desenvolver uma reflexão crítica 
sobre os elementos propostos para uma produção científi-
ca eficaz nas diferentes áreas do conhecimento humano. 
A produção científica é o resultado de um trabalho na qual aplicou-se a mente, a razão de forma metódica, sistemática, 
disciplinada, utilizando métodos e técnicas sobre 
um determinado objeto ou fenômeno. 
Para entendermos a importância e a função 
da pesquisa, fazemos uma comparação com o 
trabalho. O que é o trabalho? É a capacidade e 
o poder que o ser humano tem de transformar 
o mundo e o próprio homem com o objetivo de 
conquistar o que precisa, para satisfazer suas ne-
cessidades vitais, em dimen-
são material, social, psicoló-
gica e espiritual.
Tendo isso como pres-
suposto, podemos afirmar 
que o homem tem poder de 
criar suas condições de exis-
tência e, ao produzir suas condições reais e con-
cretas de vida, simultaneamente, produz também 
o conhecimento. 
O que é 
pesquisa
Nesse sentido, o conhecimento é resulta-
do do trabalho do homem, que é realizado por 
homens-pesquisador, os quais se dedicam a in-
vestigar o mundo concreto e os outros homens, 
com o propósito de desvendarem os mistérios e 
os elementos constitutivos dos mesmos. Por isso 
o conhecimento é histórico e social.
Desvendar, descobrir, 
desvelar, demonstrar, inves-
tigar, buscar novas explica-
ções, eis apenas alguns dos 
verbos que caracterizam o 
trabalho do pesquisador. Pes-
quisar é o ato pelo qual os 
homens que o praticam produzem idéias, repre-
sentações, explicações e conceitos, dando senti-
do e significações ao mundo e ao existir humano.
Fig
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A pesquisa científica requer sistematização, 
uso de métodos e técnicas rigorosas de investigação, 
a fim de justificar e demonstrar suas conclusões.
O conhecimento é 
resultado do trabalho 
do homem.
Por Prof. Ms. Cosme Luiz Chinazzo e
Prof. Dr. Otávio José Weber
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 A pesquisa como trabalho humano é uma 
atividade racional, pois o homem é o único ser 
racional. É através da pesquisa como atividade 
racional e sistemática, isto é, realizada com téc-
nicas, métodos e com rigor adequados, que surge 
a possibilidade de conhecermos coisas novas. 
Entendemos que a excelência da pesquisa é a 
produção do novo, novas verdades, novas idéias, 
novos conceitos, novas teorias que, conseqüen-
temente, conduzem a humanidade para novas 
ações, novas práticas transformadoras que carac-
terizam dinâmica da evolução da humanidade. 
Podemos afirmar que, onde não há pesquisa, não 
acontece a evolução, pois não acontece o novo, 
ou seja, permanecemos no antigo, na reprodu-
ção, na repetição.
Portanto, pesquisar possui uma dimensão 
grandiosa, a de buscar algo a mais do que aquilo 
que já conhecemos. É trabalhar como o propó-
sito de produzir novos conhecimentos, porque o 
conhecimento é algo dinâmico que não está de-
finitivamente pronto, ao contrário, se constrói, é 
passível de alterações.
Pode-se definir pesquisa como o proce-
dimento racional e sistemático que tem 
como objetivo proporcionar respostas aos 
problemas propostos. A pesquisa é reque-
rida quando não se dispõe de informação 
suficiente para responder o problema, ou 
então quando a informação disponível se 
encontra em tal estado de desordem, que 
não possa ser adequadamente relacionada 
ao problema. 1
É através da pesquisa que o ser humano atribui 
sentidos e significações ao mundo e ao seu próprio 
existir.
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Vemos que a pesquisa é um processo de in-
vestigação que consiste em conhecer qualquer 
coisa. Ela inicia com a percepção de um pro-
blema a respeito do qual têm-se informações 
insuficientes ou as informações existentes não 
respondem os novos questionamentos. A pesqui-
sa científica desenvolve-se a partir dos conhe-
cimentos existentes, passa por inúmeras fases, 
etapas, desde a formulação do problema até a 
satisfatória apresentação de resultados.
Fazer ciência é natural no ser humano. A sua 
capacidade permite observar, trocar informações 
e impressões, idéias sobre o mundo que o cerca. 
Percebe que precisa revisar a sua forma de viver 
no mundo revisando as suas crenças, intenções e 
conhecimentos.
Surge, assim, o problema dentro de um con-
texto de mundo de forma relevante e significati-
vo. Isto lhe constitui um desafio que, aplicando a 
sua inteligência, deverá ir a procura de soluções. 
Para tal é preciso observar, experimentar, anali-
sar, comparar, identificar, medir, realizar e con-
trolar as situações emergentes. A fim de realizar 
tal tarefa o ser humano abra mão da pesquisa, 
não de forma mecânica, mas requer imaginação 
e criação e iniciativa individual. Não é um traba-
lho feito ao acaso, porque o trabalho científico 
deve ser criativo, emprego de procedimentos, 
métodos e técnicas específicas.
Ao se fazer ciência nascem às leis ou teorias, 
a partir de hipóteses estabelecidas. A função das 
leis ou teorias e que expliquem e, ainda devem 
prever fatos ou fenômenos. Sem dúvida, se aceita 
as teorias quando forem corroboradas, passando 
pelo experimento ou teste. Caso contrário, é ne-
cessário levantar novas hipóteses, a realização 
de novas provas ou testes e adicionar os experi-
Verdade: um dos principais comprometimentos 
do pesquisador é buscar e revelar a verdade.
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mentos que indicam regularidade do problema e 
assim, concretiza-se a nova teoria.
Uma vez comprovadas as teorias ou as leis 
entram em fase de utilização, transforma-se em 
novo saber face ao problema original e são apli-
cadas no campo da tecnologia. Ocorre um novo 
ajustamento intelectual, pois modifica o contor-
no. O contorno humano é formado por crenças, 
valores, intenções, simbolizações, opiniões e co-
nhecimentos. A vivência humana é compreender 
este contorno constantemente sob novas visões. 
Isto torna o conhecimento sempre provisório. 
Portanto a ciência é um estilo de pensamento e 
de ação, precisamente o mais universal e provei-
toso para todos.
A pesquisa científica está na “cabeça do pes-
quisador” na sua forma de ver e analisar o mun-
do. As exigências são coletivas ou sociais, por 
isso a autocorreção, a superação de resultados, é 
feita mediante a dialética do cotidiano, do racio-
cínio e da pesquisa. 
 Dentro do contexto atual, onde a globa-
lização é uma realidade, a pesquisa adquire uma 
dimensão grandiosa. Pois o conhecimento não 
está pronto, mas se constrói, e isto é feito, ou de-
veria ser, no sentido de construir algo a mais.
 Quanto ao êxito da pesquisa, Gil , refere-se 
dizendo que o êxito depende muito de algumas 
qualidades intelectuais e sociais que o pesquisa-
dor deve possuir, entre as quais são:
 a. possuir conhecimentos básicos sobre o 
assunto a ser pesquisado;
 b. motivação e ou curiosidade;
 c. criatividade e criticidade;
 d. sensibilidade social;
 e. integridade intelectual;
 f. imaginação disciplinada;g. atitude autocorretiva;
 h. perseverança e paciência;
i) confiança na experiência. 
O pesquisador deve estar permanentemente 
atento para os mais variados problemas e vari-
áveis que podem interferir e, dependendo dessa 
Experiência, raciocínio e 
pesquisa
O problema impulsiona o pesquisador a conviver, a decifrar o meio-ambiente e a entender a relação lógica do problema 
com os demais fatos. Inicia, assim, o processo de 
decodificação da realidade ou a busca de solução 
do problema que envolve três passos: a experiên-
cia, o raciocínio e a pesquisa. 
A experiência emana do dia-a-dia, das in-
formações prévias na resolução de problemas 
práticos. Envolve as experiências pessoais, o 
valor do cotidiano que são expressos no senso 
comum.
interferência poderá comprometer os resultados 
da investigação científica. 
Cérebro Olhar Orelha
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O raciocínio é a capacidade intelectual de or-
denar logicamente os fatos através do pensamen-
to. Pelo raciocínio estabelece-se a ligação entre 
os fatos. Em ciência sempre quer conhecer-se a 
causa para poder tratar com eficácia os efeitos. 
Existem raciocínios básicos: o indutivo, o dedu-
tivo, indutivo-dedutivo e o hipotético dedutivo. 
Todos eles, de formas diferentes, e aplicados a 
um problema específico, possibilitam chegar ao 
conhecimento de causa, ou seja, a verdade. O 
cientista deve ser alguém que pensa muito, pois 
a verdade está escondida nos fatos, na natureza 
física e humana. Até numa linguagem religiosa 
poderíamos afirmar que está no “dogma da cria-
ção”. A criatividade permite descobrir a realida-
de íntima do mundo. Uma vez descobertas as leis 
que regem o mundo podem ser enunciadas como 
válidas para a realidade. Pelo raciocínio trans-
forma-se e constrói-se uma nova realidade que, 
pode propiciar a construção sistemas audaciosos 
de explicação que podem ser refutados-rejeitados 
ou aceitos como verdadeiros. O raciocínio utiliza 
a pesquisa para comprovar ou rejeitar os fatos.
A pesquisa constitui o passo final e funda-
mental para que ocorra efetivamente ciência e 
contribuir na solução dos graves problemas que a 
humanidade hoje enfrenta. A pesquisa não pode 
ser dogmática no sentido de trabalhar com idéias 
só do passado. Utiliza-se do passado para enten-
der o presente com os olhos projetados para o 
futuro, para o desconhecido. Professores e alu-
nos devem concentrar-se na ciência inacabada, 
nas lacunas e preenchê-las com a pesquisa.
A ciência passa pela pesquisa. Esta se utili-
za critérios metodológicos, rigor de raciocínio, 
sistemas formais (lógica, matemática) e critérios 
para estabelecer a lógica do universo. Pela pes-
Tanto o mundo quan-
to o homem não estão 
prontos, não podem ser 
encaixotados e enquadra-
dos todos de uma mesma 
forma, e uma das fun-
ções da pesquisa é abrir 
“a caixa que quadra os 
segredos” para abrir no-
vos caminhos, sentidos, 
quisa criamos uma realidade nova, artefatos que 
passam a existir pela transformação da realidade. 
O cientista descobre novos métodos e técnicas 
para manipular a realidade de acordo com as ne-
cessidades de cada época. De um universo dado, 
passa-se para um universo criado.
A vida e a realidade social não estão con-
cluídas. Nunca podemos pensar que “tudo está 
concluído”, mas centrar-se na imperfeição que 
é manifesta na pluralidade e multiplicidade de 
saberes, num mundo físico e humano que não é 
homogêneo, mas dinâmico, compreendido atra-
vés da linguagem que é simbólica.
A pesquisa atual deve considerar o uno, o 
múltiplo, o dinâmico e o simbólico humano. O 
mundo existe desta forma: as pessoas o explicam 
diferentemente. A finalidade da pesquisa cientí-
fica é libertar o ser humano dos seus problemas, 
sejam eles práticos ou teóricos. 
Isto significa esperança diante de um mundo 
inacabado, cheio de lacunas e problemas a serem 
resolvidos. A pesquisa pode preencher e satisfa-
zer a ânsia do saber. Ela contribui para o aper-
feiçoamento intelectual e promove o desenvolvi-
mento pessoal e social-cultural. Habilitarmo-nos 
a resolver problemas de toda ordem através da 
utilização de métodos e técnicas científicas. 
A pesquisa como princípio 
científico e educativo
O grande desafio da Universidade hoje é EDUCAR o universitário para a PES- QUISA. Que os conhecimentos gerados sirvam a sociedade nos seus diferentes níveis de forma 
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qualitativa e de formação do cidadão. Para tanto, 
é necessário estimular o educando a desenvolver 
certas qualidades intelectuais e sociais. 
Educar não é simplesmente preparar o aca-
dêmico no domínio das tecnologias metodológi-
cas ou a resolução de problemas de forma lógica, 
mas sim, estabelecer as reais competências entre 
ciência, universidade e sociedade. 
Neste sentido a responsabilidade da univer-
sidade é fundamental, pois ela que, através dos 
mecanismos normativos, propicia a formação de 
cidadãos, por isso, a universidade deve se cons-
tituir num centro de debates e estudos em busca 
de novos saberes.
 A sociedade precisa de uma parcela da po-
pulação que de forma ativa, criadora e de respon-
sabilidade ética a curto, médio e longo prazo, 
através da pesquisa, apresente as respostas aos 
problemas econômicos, sociais de maneira estra-
tégica aos interesses de todos. 
Neste sentido é preciso 
educar o jovem universitá-
rio para a pesquisa que, ao 
escolher um tema de seu 
interesse, definindo o pro-
blema, enfatize a relevância 
deste como sendo original 
no contexto regional, social, 
sócio-cultural e científico. 
Isto contribui que ele assu-
ma, avalie e compromete-se 
com o sócio-político de sua 
atividade de estudante.
A universidade tem o papel de oferecer en-
sino com pesquisa e para pesquisa. O acadêmico, 
na sua fase inicial é introduzido na iniciação cien-
tífica, despertando-o para a reflexão, educando-o 
para a originalidade e domínio de conhecimento. 
Por isso, na graduação deve ser feita uma abor-
dagem sistemática de caráter teórico-prático, po-
demos afirmar que não se faz universidade sem 
pesquisa.
O fazer pesquisa exige de quem a ela se pro-
põe um preparo intelectual, um posicionamento 
crítico, ético e moral, vontade, curiosidade cien-
tífica, tempo (horas-dia) para vencer a apatia 
científica hoje presente na universidade.
Não se faz pesquisa só através de simples 
leituras ou estudos esporádicos, mas sim com 
o propósito de resolver alguma dificuldade. A 
simples leitura nem sempre representa um ato de 
aprimoramento. Ler, meramente com o objetivo 
de concluir um texto não, não é pesquisa.
É a pesquisa que oferece a possibilidade de 
novas descobertas e, além disso, proporciona o 
intercâmbio entre as diversas áreas do conheci-
mento. A excelência da ciência dá-se através da 
pesquisa. É graças à pesquisa que surge a possi-
bilidade do novo.
Para um estudante pes-
quisador é importante que 
ele forme o seu espírito 
científico. Pouco adianta o 
domínio de métodos e téc-
nicas sofisticadas, o domí-
nio de instrumentos, sem 
clareza de idéias e com au-
sência de rigor e seriedade. 
É imperiosa a necessidade 
de aprender a dominar os 
princípios das exigências 
científicas e se expressar 
através da linguagem cien-
tífica, isso deveria estar manifesto em qualquer 
trabalho ou pesquisa acadêmica, para de modo 
lento e gradual ir formando o seu espírito crítico 
e científico. 
Formar um espíritocrítico e científico impli-
ca em aos poucos ir reconhecendo que ele, aca-
A universidade deve se 
constituir num centro de 
debates e estudos em busca 
de novos saberes.
 Pesquisar 
exige preparo 
intelectual e 
posicionamento 
crítico.
Formar um espírito crí-
tico e científico implica 
em aos poucos ir reco-
nhecendo que ele, aca-
dêmico, é um produto 
da história, produzido e 
germinado no tempo.
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dêmico, é um produto da história, produzido e 
germinado no tempo. Implica também em enten-
der que as técnicas de pesquisa são adquiridas no 
decorrer da vida, portanto, a formação do senso 
crítico, enquanto universitário é adquirir a cons-
ciência de que se está construindo um ‘edifício’, 
que é um trabalho conjunto entre colaboradores, 
que buscam aos poucos aprender a trabalhar en-
frentado e solucionado problemas de toda ordem.
Os estágios, engajamento na pesquisa com 
professores e/ou institutos são formas excelentes 
de aprendizagem e de educação. Quanto mais 
cedo o aluno participar de atividades de pesquisa 
ele consegue assumir o papel de sujeito e gran-
de probabilidade de seu sucesso. O decurso da 
educação inicia nos cursos de graduação e esten-
de-se nos de pós-graduação, especialmente nos 
programas de stricto sensu, o ensino da pesquisa 
seja elemento definidor, preparando o pesquisa-
dor. 
Leitura e pesquisa
Mesmo sendo a memória uma caracte-rística fundamental do ser humano, esta sofre desgastes com o passar do 
tempo. Por isso, não podemos atribuir absoluta 
confiança a ela, imaginando que ela mantenha 
arquivados eternamente os nossos conhecimen-
tos conquistados. Um texto lido hoje poderá ser 
de valiosa utilidade daqui a algum tempo. Deste 
modo, precisamos criar hábitos de realizar ano-
tações, observações, fichas, resumos, resenhas, 
fluxogramas das leituras que realizamos. Esta 
prática se for concretizada de modo organizado 
e com método, poderá contribuir para futuras 
Ler, fazendo 
apontamentos, im-
plica em estudar o 
texto e, consequen-
temente reverterá 
em qualidade, efici-
ência e eficácia da 
leitura.Figu
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pesquisas e estudos. 
Passamos, neste momento, a tecer alguns 
comentários e conceitos sobre como proceder 
na prática de anotações, observações e ficha-
mento de textos*. 
Anotações e observações
Ao lermos um texto, devemos fazer aponta-
mentos e grifos das idéias principais e das pala-
vras-chave de cada parágrafo. Isto pode ser feito 
com sublinhas ou com anotações nas margens.
Esta prática se torna produtiva, porque se 
separam as argumentações principais das secun-
dárias e, com isto, registramos nossas próprias 
observações.
Quanto à técnica de sublinhar, recomenda-
se nunca sublinhar na primeira leitura. Quando 
sublinhar é bom ter o cuidado de sublinhar as 
argumentações principais, de modo diferenciado 
das argumentações secundárias. Por exemplo, 
colocar um risco para as primárias e dois para 
as secundárias, ou utilizar cores diferentes, ou 
realizar círculos.
Quanto às anotações de margem, é impor-
tante o leitor criar um código de sinais, que indi-
que a sua maneira pessoal de realizar o entendi-
mento e questionamento do texto. Por exemplo, 
colocar um sinal de interrogação, quando a argu-
mentação do autor não está clara, sinal de igual 
quando a argumentação do autor coincide com a 
do leitor, sinal de mais quando o leitor percebe 
que pode acrescentar algo mais nas argumenta-
Ao lermos um tex-
to, devemos fazer apon-
tamentos e grifos das 
idéias principais e das 
palavras-chave de cada 
parágrafo
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ções do autor, sinal de exclamação para destacar 
palavras-chave, e outros sinais. 
Fichas de Leitura
A técnica de elaborar fichas de leituras é a 
melhor prática para auxiliar a memória de qual-
quer estudante, e ajuda no ganho tempo para situ-
ações futuras, tais como, quando o conteúdo des-
sas leituras for requerido tanto em momentos de 
provas ou exames, como também em trabalhos 
de pesquisa.
As fichas de leituras (Figura 1) constituem 
um importante instrumento de estudo, e principal-
mente para o pesquisador arquivar e organizar as 
principais informações provenientes das leituras.
As fichas de lei-
turas constituem um 
importante instrumen-
to de estudo para o 
pesquisador.
A maioria dos autores de livros sobre meto-
dologia e técnicas de pesquisa, apresenta suges-
tões e exemplos de como podem ser elaboradas 
as fichas de leituras. Todas têm sua importância 
e validade. Nós, porém, para expor e conceitu-
ar as questões básicas desta técnica, aderimos às 
desenvolvidas por Salvador , em seu livro “Méto-
dos e técnicas de pesquisa bibliográficas”.
FIGURA 01 – FICHA BIBLIOGRÁFICA DE LIVRO COMPLETO
Cabeçalho
Assunto geral:
Metodologia Científica
Tema:
Estudar
Classificação:
Ficha n. 1
Referência 
bibliográfica
GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 4. ed. São Paulo: 
Atlas, 1995.
Comentários 
conteúdos
Xxxxxx xxxxxx xxxxx xxxxx
Fig
ur
a 1
1:
 A
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ui
vo
 U
lb
ra
 Ea
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FONTE: SALVADOR (1986, p. 124).
São vários os modelos de fichas que pode-
mos elaborar. Todos os modelos devem conter, 
no mínimo, três partes:
 a. cabeçalho - dividido em três campos: 
o primeiro indica o assunto geral; o se-
gundo, o tema e o terceiro, a classifica-
ção da ficha;
1GIL, 2007, p. 17.
2Ibid., p. 18.
3SALVADOR, 1986.
 b. referência bibliográfica - apresenta o 
nome do autor, o título do texto, cidade 
da publicação, editora, ano da publica-
ção, etc;
 c. comentários ou conteúdos - dependerá do 
modelo de ficha, podendo ser um comen-
tário, uma citação direta ou uma citação 
indireta, ou ainda um esboço, etc.

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