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78 A rt ig o e li ng ua ge m c ie nt ífi ca Instrumentalização Científica 79 www.ulbra.br/ead ARTIGO E LINGUAGEM CIENTÍFICA A seguir é apresentado um mode- lo1* que pode ser utilizado como re- ferência na construção de um artigo científico. Esse, como qualquer mo- delo de artigo, segue as normas da instituição que o apresenta, que é ba- seada nas normas da ABNT, mas não as seguem na íntegra. 1 * O referido modelo baseia-se nas normas oferecidas pela SBC para confecção de seus artigos e resumos de artigos. Artigo científico Um artigo científico pode ser definido como um trabalho científico completo, autônomo, porém de dimensão reduzi- da, pois não possuem conteúdo suficiente para que constitua um livro1. Os artigos científicos normalmente corres- pondem ao formato exigido para publicações de trabalhos em revistas, jornais ou boletins. Es- tes veículos exigem formatos próprios para sua construção. Como fazer um trabalho científico? Qual é o formato exigido? Instruções para os Autores de Artigos Científicos Patrícia Noll de Mattos Instrumentalização Científica – Universidade Luterana do Brasil {patricianoll@terra.com.br} Abstract. This meta-paper describes the style to be used in articles. for scientific conferences. The abstracts should not have more than 10 lines and must be in the first page of the paper. Resumo. Este meta-artigo descreve o estilo a ser usado na confecção de artigos a serem utilizados em conferências científicas.O autor deve tomar cuidado para que o resumo (e o abstract) não ultrapassem 10 linhas cada, sendo que ambos devem estar na primeira página do artigo. Palavras-chave e key-words: (colocar entre 3 a 5) A rt ig o e li ng ua ge m c ie nt ífi ca Instrumentalização Científica 80 www.ulbra.br/ead Informações Gerais Os artigos devem ser escritos em Português, em formato de papel A4, em uma única coluna, com espaçamento simplese alinhamento justificado. Para a margem superior, utilizar 3.5 cm, 2.5 cm para margem inferior e 3.0 cm para as margens laterais, sem cabeçalhos e rodapés. A fonte principal deve ser Times, tamanho 12, com 6 pontos de espaço antes de cada parágrafo. Suprimir número de página na versão final. Página Principal A página principal deve apresentar o título, o nome e o endereço eletrônico dos autores, o abstract em Inglês e um resumo em Português. O título deve ser cen- tralizado, na parte superior da folha, com fonte tamanho 14 ou 16 e em negrito. Os nomes dos autores devem ser centralizados, em tamanho de fonte 12 e em negrito (dispostos na mesma linha, separados por vírgulas). Os endereços devem ser cen- tralizados, com tamanho de fonte 12. O abstract deve possuir tamanho de fonte 12, com recuo de 0.8cm em ambos os lados. Seções e Parágrafos Os títulos das seções devem estar em negrito, maiúsculo, com tamanho de fonte 13 e alinhados à esquerda. Deve existir um espaço extra de 12 pontos antes de cada título. O primeiro parágrafo de cada seção não deve possuir recuo; os primeiros parágrafos subseqüentes devem possuir 1.27 cm de recuo (da margem esquerda). Subseções Os títulos das subseções devem estar em negrito, com tamanho de fonte 12, e alin- hados à esquerda (se o desenvolvimento do texto necessitar de subseções, torna-se necessário identificar a divisão das seções através de uma numeração arábica. Di- visão primaria, secundaria e terciária... Ex.: 1; 1.1; 1.1.1...). Figuras e Capítulos A descrição de figuras e tabelas devem ser centralizadas, caso não ultrapassem uma linha (veja Figura 1). Se ultrapassar uma linha, deve ser justificado, com recuo de 0.8 cm de ambos os lados, como apresentado na Figura 2. A fonte deve ser Helvetica, tamanho 10 pontos, em negrito, com 6 pontos de espaço antes e depois de cada de- scrição. Em tabelas, não utilizar cores ou preenchimento de células (backgrounds), dispensar linhas grossas, duplas ou fragmentadas. Quando forem reportados dados empíricos, não use mais casas decimais do que as necessárias para expressar a precisão na re- produção. A descrição das tabelas devem aparecer antes da tabela propriamente dita (veja Tabela 1) e a fonte utilizada deve ser Helvetica, tamanho 10 , em negrito, com 6 80 A rt ig o e li ng ua ge m c ie nt ífi ca Instrumentalização Científica 81 www.ulbra.br/ead pontos de espaço antes e depois de cada descrição. Figura 1. Uma típica figura Figura 2. Esta figura é um exemplo de figura cuja descrição possui mais de uma linha e é justificada levando em consideração as margens mencionadas na seção 4. Tarefa Variável Métrica utilizada Seleção Distância do alvo Virtual cubits Direção horizontal e vertical do alvo Graus do arco Distância do objeto oculto Virtual cubits Direção da oclusão Esquerda/direita/cima/baixo Posicionamento Distância inicial Virtual cubits Direções iniciais horizontal e vertical Graus do arco Distância final Virtual cubits Direções finais horizontal e vertical Graus do arco Precisão vertical Porcentagem de sobreposição Precisão horizontal Porcentagem de sobreposição Orientação Distância Virtual cubits Direções horizontal e vertical Graus do arco Orientação inicial (3 angulos) Graus do arco Orientação final (3 angulos) Graus do arco Exatidão/precisão Graus do arco Table 1. Variables to be considered on the evaluation of interaction techniques Fi gu ra 1 : A rq ui vo U lb ra E ad Fi gu ra 2 : A rq ui vo U lb ra E ad A rt ig o e li ng ua ge m c ie nt ífi ca Instrumentalização Científica 82 www.ulbra.br/ead Imagens Todas as imagens e ilustrações devem estar em branco e preto ou em tons de cinza. A resolução deve ser cerca de 600 dpi, para imagens em branco e preto; e 150-200 dpi para imagens em tons de cinza. Não incluir imagens com resolução muito alta, pois podem demorar muito para serem impressas, sem muita diferença de resultado. Referências As referências bibliográficas requerem uma uniformidade. As referências (referên- cias diretas longas requerem a indicação do sobrenome do autor (maiúsculo), ano e página) Ex. (KNUTH, 1984, p. 15). Citações Para fortalecer e apoiar suas argumenta-ções, em muitas situações impõe-se a ne-cessidade de o redator aproveitar idéias de outros autores, esse recurso é conhecido como citação. Na verdade, citar outros autores não con- siste em demérito para quem cita, desde que isso seja feito com critério e cuidado citando apenas componentes relevantes, para aprofundar e expli- car as exposições temáticas. Na verdade, as cita- ções quando forem bem selecionadas ajudam a enriquecer o texto, principalmente, quando são citados autores clássicos e renomados. Recomen- da-se o cuidado para não fazer uso em número excessivo de citações, e distribuí-las adequada- mente no texto. Deve-se selecionar com crité- rio e cuidado, as idéias e conceitos que pretendemos citar. Citações diretas ou literais Correspondem a transcrições literais de uma parte do texto do autor, respeitando todas as suas características, isto é, “ao pé da letra”. Neste caso, deve-se transcrever integralmente todas palavras do autor citado, acompanhadas de indicações ou devidamente numeradas. As citações diretas ou literais poderão ser curtas ou longas. As citações com até três linhas de extensão são consideradas curtas, estas podem ser inseridas no texto, e devem ser escritas entre aspas. Entretanto as citações longas devem ser escritas em parágrafo próprio, ou seja, com um recuo de 4 cm da margem esquerda, estas não necessitam ficar entre aspas, mas devem ser escritas com letras em ta- manho menor que as letras do texto,tendo o cuidado de escre- ver com espaço simples entre suas linhas (FURASTÉ, 2006). Fi gu ra 3 : S to ck .X ch ng ® 82 A rt ig o e li ng ua ge m c ie nt ífi ca Instrumentalização Científica 83 www.ulbra.br/ead Em qualquer um dos casos, deve- se informar quem é o autor da citação e de qual veículo foi transcrito: a. Cita-se o sobrenome do autor (vírgu- la), o ano da obra (vírgula) e a página em que foi extraída citação. b. O sobrenome do autor deve ser escrito em letras maiúsculas, quando apresen- tado dentro de parênteses (no final da citação) e em letras minúsculas quando apresentado no próprio texto (antes da citação). Citação com supressão de trecho: em cita- ções diretas existem casos em que um pequeno trecho, pode ser uma frase ou palavras, do pará- grafo transcrito, não seja de interesse do redator, então, ignora-se tal trecho, em seu lugar insere- se reticências entre colchetes [...], esse recurso A citação sempre deverá encaixar-se na seqüência lógica do raciocino desenvolvido no texto. Tem-se que cuidar para ela não provocar rupturas de idéias. indica que foi extraído um trecho da citação. Citação de citação: pode ocorrer a necessidade de citarmos idéias ou conceitos que encontramos já cita- dos nos textos que analisamos, e não termos acesso às fontes originais, neste caso faz-se uma citação de citação, para tanto, deve- se mencionar o sobrenome do au- tor original, seguido da expressão la- tina apud, e completar mencionando o sobrenome do autor do texto que lemos, mais o ano da publicação e a página de onde foi extra- ída a citação. Citações indiretas ou livres As citações indiretas são aquelas nas quais expressamos o pensamento de um autor ou texto original, e o fazemos usando nossas próprias pa- lavras. Isto normalmente ocorre quando comen- tamos, interpretamos ou resumimos o parágrafo ou parte do texto, ou mesmo todo o texto. Neste caso, deve-se informar quem é o autor da citação e de qual veículo foi inspirado2. Notas As notas são informações importantes, mas que, no texto, podem prejudicar o estilo, a coerência e a lógica da produção. Por isso, é preciso diferenciá-las e destacá-las. Podemos distinguir em dois os tipos de no- tas: as de referências e as explicativas: a. As notas de referências são aquelas que indicam as fontes e as origens das cita- ções apresentadas. Essas notas podem ser feitas de três formas: ♦ Podem ser indicadas no texto, sobrenome do autor, ano da obra e página (mais prático e comumente utilizado); Fi gu ra 4 : S to ck .X ch ng ® A rt ig o e li ng ua ge m c ie nt ífi ca Instrumentalização Científica 84 www.ulbra.br/ead ♦ Ou através de um sistema numérico de chamada podem ser colocadas como notas de rodapé; ♦ Ou através de um sistema numérico de chamada podem ser relacionadas no final do trabalho. b. As notas explicativas são as obser- vações elucidativas e os comentários complementares, danado novas infor- mações, estabelecendo paralelos pos- síveis relacionados com o assunto ou fazendo menções com outras partes do mesmo estudo. Essas notas podem ser feitas de duas formas, através de um sistema numérico de chamada: ♦ Podem ser colocadas como notas de rodapé (mais prático e comumente utilizado); ♦ Ou podem ser relacionadas no final do trabalho. A linguagem científica Conforme esclarecem Cervo e Brevian 3, que sustentam o conteúdo apresentado neste tópico, na apresentação de qualquer trabalho científico está implícito que o pesquisa- dor tenha o domínio do idioma para transmitir os conhecimentos. A linguagem é um instrumento fundamental de comunicação entre as pessoas. Ela tem as seguintes funções: a. expressão (todos os homens e animais a possuem, portanto se expressam); b. comunicação (todos os homens e ani- mais se comunicam através sinais pró- prios); c. simbolização (é específica do homem que inventa ou cria proposições falsas e verdadeiras, portanto o homem é um Simbolização e des- crição são capacidades específicas do ser huma- no. ser que simboliza através de uma lin- guagem específica uma nova realida- de); d. descrição (sabe descrever, julgar, utili- zando a crítica, para chegar a uma ver- dade objetiva, criação de novos objetos. Esta escolha de uma seleção e criação de novos objetos é consciente). A linguagem está em forma de proposições verdadeiras e falsas, na formação do conhecimen- to humano (cultura). Se você, estimado estudan- te, utilizar a linguagem adequada apresentará a verdade. Caso contrário, sem domínio da lingua- gem, poderás enganar ou induzir ao erro. A linguagem científica utiliza-se de todas elas – a expressão, a comunicação, a simbo- lização e a descrição – para que os resultados comprovados possam ser apresentados com toda a clareza, ou seja, de forma mais perfeita possível. Fi gu ra 5 : W ik ip ed ia CC 84 A rt ig o e li ng ua ge m c ie nt ífi ca Instrumentalização Científica 85 www.ulbra.br/ead Qualidades básicas da redação científica Deve-se esperar que o texto de pesquisa apresente estilo agradável do ponto de vista li- terário. Isto, porém, representa um acréscimo, já que o pesquisador não tem a obrigação de possuir um estilo elegante a ponto de despertar a admira- ção do leitor. Entretanto, nada justifica um estilo obscuro ou complexo, caracterizado por frases longas, termos imprecisos e subjetivismos. O texto deve, também, apresentar certas qualidades no que se refere ao estilo. As mais importantes são: a. Impessoalidade – O texto deve ter caráter impessoal. Convém, para tanto, que seja redigido na terceira pessoa, devendo-se evitar referências pessoais, como “meu trabalho”, “meu estudo” e “minha tese”. São preferíveis ex- pressões como “este trabalho”, “o presente estudo” ou outras expressões equivalentes. O uso de “nós” é adota- do por muitos pesquisadores para dar caráter menos individual ao texto, no entanto diversos pesquisadores prefer- em esta forma porque sentem mais fa- cilidade para escrever na primeira que na terceira pessoa4. b. Clareza - Clareza constitui uma das qualidades básicas de um texto bem redigido. As idéias devem ser apre- sentadas de maneira tal que não dêem margem a ambigüidades. Devem ser selecionados termos que indiquem com a maior exatidão possível o problema pesquisado e os resultados alcançados. Não basta, porém, socorrer-se de bons dicionários para bem exprimir o pen- samento. Todavia, a consulta a essas fontes será de pouca valia se o reda- Na redação do texto científico deve-se evitar personalismos. tor não possuir o domínio do conteúdo enfocado. Para que haja clareza da ex- pressão é necessário que haja primeiro clareza das idéias. Ninguém é capaz de exprimir em termos claros uma idé- ia confusa. Evitar impressões subjeti- vas tais como: “eu penso que”, “o autor poderia ter dito...”, “a sala é mais ou menos grande e outras”. A linguagem precisa ser isenta de qualquer ambig- üidade. É muito útil pedir que outras pessoas leiam o texto antes da revisão final, afinal sentenças que parecem claras para você (autor), podem ser confusas para outras pessoas. Assim, essas pessoas poderão indicar as pas- sagens que parecem obscuras e mesmo sugerir alternativas para a superação dessas dificuldades. c. Precisão – Este item constitui outro importante requisito do texto de pes- quisa. Deve-se aplicar uma linguagem apropriada à natureza da pesquisa, pois a linguagem científica tem especifici- dades próprias, ou seja, possui termi- nologias específicas que possibilitama adequada transmissão de idéias. O redator do texto de pesquisa não pode ignorá-las, deverá primar pelo domínio e uso das propriedades da linguagem científica, para evitar exposições sub- jetivas ou ambíguas. Para que haja clareza da expressão é necessário que haja primeiro clareza das idéias. Tempo é dinhei- ro (Time is money). Se tempo é dinheiro, podemos parafrasear dizendo que escrever com clareza e preci- são é obter muitos ganhos... Fi gu ra 6 : S to ck .X ch ng ® A rt ig o e li ng ua ge m c ie nt ífi ca Instrumentalização Científica 86 www.ulbra.br/ead d. Concisão - As frases constantes no texto devem ser simples. As idéias de- vem ser expostas com poucas palavras. Convém, portanto, que cada parágrafo contenha uma única idéia, mas que a envolva completamente. Períodos lon- gos, abrangendo várias orações sub- ordinadas, dificul- tam a compreensão e tornam pesada a leitura. Não se deve temer a multi- plicação das frases, pois, à medida que isto ocorre, o leitor tem condições para estudar o texto sem maiores dificuldades. e. Modéstia e cortesia - Os resultados confirmados impõem-se por si só. Ela apresenta ou descreve exatamente como foi pensado, argumentado. A lingua- gem arrogante não convence ninguém. Portanto, recomenda-se ao pesquisador que seja modesto e cortez ao expressar o conhecimento. f. Vocabulário comum - Utilizar sinais ou símbolos convencionalmente aceitos. Não invente “modismos” porque isto dificulta a compreensão dos resultados e pode induzir ao erro. Este capítulo apresentou alguns aspectos im- portantes na construção de um documento que conterá os resultados de um trabalho de pesquisa. Além dos elementos que poderão compor o texto, foi apresentado um modelo de artigo científico, no caso de o resultado almejado não ser um relatório de pesquisa ou uma monografia. Além dos aspectos estruturais, tam- bém foram tratadas questões da linguagem a ser emprega- da no documento e as pos- síveis formas de se utilizar idéias que já estão expressas na literatura. Para finalizar deve ficar claro que expomos apenas algumas recomendações, no que tange aos aspectos da redação de um texto científico, uma vez que todo redator deve dispensar o má- ximo de cuidado com a linguagem escrita, por- que esta, enquanto instrumento de comunicação, poderá desempenhar múltiplas e diferentes fun- ções. Recomenda-se, também, executar uma boa revisão do texto escrito. Neste tocante, sempre será de grande valia solicitar o auxílio de outras pessoas, que entendem do assunto, leiam a fim de opinar e sugerir. A linguagem arrogante não convence ninguém. Os resultados confirmados impõem-se por si só 1 SALVADOR, 1977, p. 24. 2 Id. 3 CERVO; BREVIAN, 2005, p. 128-133. 4 Ibid., p. 129.
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