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2 - PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO D. PROCESSUAL CIVIL

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TEXTO BASEADO NAS AULAS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL I – UNICESUMAR 
 
GABRIEL DOS SANTOS FREDERICO 6 
 
2) PRINCÍPIOS DO PROCESSO CIVIL (FUNDAMENTAIS E INFRACONSTITUCIONAIS) 
 
2.1) CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
O Direito Processual, na atualidade, é considerado como um ramo autônomo da ciência jurídica. A 
autonomia dá-se ao fato de possuir regras e princípios próprios e que somente a partir disto, o ramo está 
apto para agir de forma independente, porém sempre em sintonia com os demais ramos do Direito e 
principalmente sobre a égide da Constituição Federal. Lembrando que o ordenamento jurídico é uno e 
indivisível. 
Os princípios são a base de toda a ciência, pois é ele quem dá o regramento de tal ramo, formando 
uma estrutura que com coerência, uniformidade e unidade. 
Tais Princípios podem dividir-se em dois: 
 Informativos, que “constituem, em verdade, regras técnicas e têm cunho mais propriamente 
axiomático que ideológico” (GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios, 2012) 
 Fundamentais, que são “diretrizes nitidamente inspiradas por características políticas, 
trazendo em si carga ideológica significativa, e, por isto, válidos para os sistemas 
ideologicamente afeiçoados aos princípios fundamentais que lhes correspondam” (ALVIM 
NETTO, José Manoel de Arruda, 2000) 
 
Eis um quadro esquematizado sobre ambos os princípios e suas ramificações: 
 
 
 
 
 TEXTO BASEADO NAS AULAS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL I – UNICESUMAR 
 
GABRIEL DOS SANTOS FREDERICO 7 
 
2.2) PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS CONSTITUCIONAIS 
 
2.2.1) PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL 
 
Também chamado de princípio da legalidade e está previsto no art. 5º, LIV da CF - “ninguém será 
privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”. Esse é o princípio base do processo civil, 
uma vez que dele decorrem todos os demais princípios processuais. 
Ele prega que o Estado deve dar a cada um aquilo que é seu, sempre respeitando a lei. No mesmo 
sentido, assegura que a liberdade e os bens pessoais não devem ser privados de seu titular sem que existam 
atos legítimos Estatais para tanto. 
Para Humberto Theodoro Júnior: 
“Como esclarece, o princípio é um só e consiste justamente em organizar-se o processo 
segundo procedimento capaz de cumprir sua função institucional de tutela dentro dos 
padrões previstos na Constituição. O processo justo não é senão aquele normatizado para 
promover um comportamento necessário e adequado à sua funcionalidade” (THEODORO 
JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Teoria geral do direito processual 
civil e processo de conhecimento – vol. I – Rio de Janeiro: Forense, 2014. p. 191) 
 
De acordo com Nelson Nery Junior: 
 
“o princípio fundamental do processo civil, que entendemos como a base sobre a qual todos 
os outros se sustentam, é o do devido processo legal, expressão oriunda da inglesa due 
process of law (...) bastaria a norma constitucional haver adotado o princípio do due process 
of low para que daí decorressem todas as consequências processuais que garantiriam aos 
litigantes o direito a um processo e a uma sentença justa. É, por assim dizer, o gênero do qual 
todos os demais princípios constitucionais do processo são espécies.” (NERY JÚNIOR, Nelson. 
Princípios do processo civil na constituição federal. 6ª ed., São Paulo: RT, 2000, p. 31.) 
 
Possui dois aspectos - Devido processo legal formal e substancial: 
 Formal: quanto à forma, liga-se a tutela processual. Ao processo em si e as garantias que este 
processo deve respeitar, a forma como deve ser conduzido. 
 Substancial: quanto a matéria. É o limite imposto ao Estado para que este não edite normas 
que venham a ofender as bases do regime democrático. 
 
2.2.2) PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DO CONTROLE JURISDICIONAL (ACESSO A 
JUSTIÇA). 
 
De acordo com a Constituição Federal de 1988 em seu art. 5º, XXXV – “a lei não excluirá da apreciação 
do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito” 
Traz, em seu primeiro exame, a ideia de resposta do Poder Judiciário as questões a ele impostas, e 
essa liberdade de questionar e buscar resposta é ampla e incondicional (ainda que a resposta seja para 
negar a apreciação do pedido) 
 
 TEXTO BASEADO NAS AULAS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL I – UNICESUMAR 
 
GABRIEL DOS SANTOS FREDERICO 8 
 
Marcus Vinícius Rios Gonçalves diz que: 
 
“O acesso à justiça é garantido pelo exercício do direito de ação, que permite ao interessado 
deduzir suas pretensões em juízo, para que sobre elas seja emitido um pronunciamento 
judicial. Esse direito sofre limitações que lhe são naturais e restringem sua amplitude, mas 
nem por isso constituem ofensa ao princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional. 
Nem todo aquele que ingressa em juízo obterá um provimento de mérito, porque é preciso o 
preenchimento das condições da ação. Quem não tem legitimidade ou interesse, ou formula 
pedido juridicamente impossível, é carecedor de ação e não receberá do Judiciário resposta 
de acolhimento ou rejeição de sua pretensão”. (GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Novo 
curso de direito processual civil – teoria geral e processo de conhecimento (1ª parte). V.1. 
9ª ed., São Paulo: Saraiva, 2012, p. 49-50) 
 
Ainda, o acesso à justiça não limita-se somente ao alcance do Poder Judiciário de forma que ele deva 
apreciar o petitório, mas estende-se a concretizar o acesso ao Judiciário e que tal função seja exercida de 
modo sério, rápido, adequado e eficaz. 
 
 
2.2.3) PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA 
 
Em relação a este princípio, a Constituição esclarece em seu art. 5º, LV – “aos litigantes em processo 
judicial ou administrativo, e aos acusados em geral, são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com 
os meios e recursos a ela inerente” 
O contraditório e a ampla defesa se desdobram em duas situações amparadas pelo ordenamento. 
1) Inicialmente, a primeira função deste princípio consiste no dever de se dar ciência ao Réu(s) da 
existência de uma ação movida em face dele(s) 
2) Após a ciência da existência da ação, possibilitar a este(s) Réu(s) que, caso queiram, tenham 
meios de se manifestar, de forma contrária ou em concordância com os termos trazidas na 
inicial. 
Para Ney Alves Veras: 
 
“O princípio do contraditório, além de fundamentalmente constituir-se em manifestação do 
princípio do estado de direito, tem íntima ligação com o da igualdade das partes e o do direito 
de ação, pois o texto constitucional, ao garantir aos litigantes o contraditório e a ampla 
defesa, quer significar que tanto o direito de ação quanto o direito de defesa são 
manifestação do princípio do contraditório. 
Por contraditório deve entender-se, de um lado, a necessidade de dar conhecimento da 
existência da ação e de todos os atos do processo às partes, e, de outro, a possibilidade de 
as partes reagirem aos atos que lhe sejam desfavoráveis. Os contendores têm direito de 
deduzir suas pretensões e defesas, de realizar as provas que requereram para demonstrar a 
existência de seu direito, em suma, direito de serem ouvidos paritariamente no processo em 
todos os seus termos.” (VERAS, Ney Alves. Manual de Direito Processual Civil – V. Único. 
2013, p. 61-62) 
 
 
 TEXTO BASEADO NAS AULAS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL I – UNICESUMAR 
 
GABRIEL DOS SANTOS FREDERICO 9 
 
Há diferenças em relação ao Contraditório nas esferas civis e penais 
 Civil: Você pode não se defender e sofrer revelia (impossibilidade de se manifestar) e seus 
efeitos (presunção de verdadeiros os fatos da ação) CPC art. 319 e seguintes. Possibilidade de 
julgamento antecipado da lide (art. 330, II, CPC). 
Casos de ausência dos efeitos da revelia – direitos indisponíveis (art.320, II, CPC). 
Caso a defesa for inadequada, cada parte arca com os ônus disso, sem que o Juiz tenha condições 
ou poderes de interferir. 
 Penal: Impossibilidade de ausência de defesa, ou seja, não há réu revel no Processo Penal, uma 
vez que, o direito a ser cerceado é o de liberdade, princípio muito relevante para o ordenamento 
jurídico. Independente se o réu for citado e assim mesmo permanecer inerte, será nomeado um 
advogado dativo para ele. 
Caso a atuação do advogado nomeado (pelo Réu ou pelo próprio Estado) não seja adequada, 
poderá o Juiz destituir-lhe sendo possibilitado ao Réu a contratação de novo procurador, o que, 
caso não ocorra, acarretará em nomeação de advogado dativo. 
 
A respeito das liminares “inaudita altera parte” (sem ouvir a outra parte), concedida nas medidas 
cautelares e tutelas antecipadas, não fere o princípio do contraditório e da ampla defesa, pois somente são 
concedidas em caso de “fumus boni iuris” (fumaça do bom direito – parece ser correto) e “periculum in 
mora” (perigo na demora – perigo de dano grave e de difícil reparação caso haja demora). 
 
Para Ney Alves Veras, tal concessão... 
“Não fere o princípio do contraditório ou a ampla defesa, uma vez que tais medidas 
pressupõem urgência e perigo de dano grave e de difícil reparação, ou mesmo a existência 
de risco de perda de eficácia se a outra parte for ouvida, e tornar inviável a realização da 
medida.” (VERAS, Ney Alves. Manual de Direito Processual Civil – V. Único. 2013, p. 62) 
 
CONTRADITÓRIO E O ART. 285-A CPC 
 
Art. 285-A. Quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no juízo já houver 
sido proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos, poderá ser 
dispensada a citação e proferida sentença, reproduzindo-se o teor da anteriormente 
prolatada. 
§ 1º Se o autor apelar, é facultado ao juiz decidir, no prazo de 5 (cinco) dias, não manter a 
sentença e determinar o prosseguimento da ação. 
§ 2º Caso seja mantida a sentença, será ordenada a citação do réu para responder ao recurso. 
 
PROVA EMPRESTADA E O CONTRADITÓRIO 
A prova emprestada consiste na utilização de uma prova produzida em um outro processo para valer 
e provar a mesma matéria no processo atual 
O princípio do contraditório e da ampla defesa dá o direito de as partes participarem da produção de 
provas – então em regra a prova de um processo não valeria para o outro. 
Possibilidade: Se a outra parte tiver participado da produção da prova ou, caso não tenha 
participado, concorde com sua utilização. 
 
 TEXTO BASEADO NAS AULAS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL I – UNICESUMAR 
 
GABRIEL DOS SANTOS FREDERICO 10 
 
2.2.4) PRINCÍPIO DA RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO 
 
A Constituição Federal em seu art. 5º, LXXVIII diz que: “A todos, no âmbito judicial e administrativo, 
são assegurados a duração razoável do processo e os meios que garantem a celeridade de sua tramitação”. 
Tal princípio veio para agilizar o trâmite processual, vindo para “resolver” a demora da prestação 
jurisdicional e possui 3 (três) pessoas como o principal destinatário de seu conteúdo: Legislador, 
Administrador e o Juiz. 
1 - O próprio legislador, pois este deve procurar editar leis que acelerem os processos, assim como 
deve procurar não editar leis que possam travar o andamento processual ainda mais. 
2 - Ao administrador, para que este supervisione e mantenha os órgãos do Poder Judiciário aptos a 
trabalharem de forma adequada. 
3 - Ao Juiz que deve proceder de forma a colaborar na rápida solução dos litígios que encontram-se 
sob sua responsabilidade de julgamento e decisão. 
Marcos Vinicius Gonçalves diz sobre o tema: 
 
“Esse princípio é dirigido, em primeiro lugar, ao legislador, que deve cuidar de editar leis que 
acelerem e não atravanquem o andamento dos processos. Em segundo lugar, ao 
administrador, que deverá zelar pela manutenção dos órgãos judiciários, aparelhando-os 
de sorte a dar efetividade à norma constitucional. E, por fim, aos juízes, que, no exercício de 
suas atividades, devem diligenciar para que o processo caminhe para uma solução rápida. 
A busca deve ser a da obtenção dos melhores resultados possíveis, com a máxima economia 
de esforços, despesas e tempo.” (GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Novo curso de direito 
processual civil – teoria geral e processo de conhecimento (1ª parte). V.1. 9ª ed., São Paulo: 
Saraiva, 2012, p. 54) 
 
Teresa Arruda Alvim Wambier, acrescenta que: 
 
“a garantia de razoável duração do processo constitui desdobramento do princípio 
estabelecido no art. 5º, XXXV da CF/1988, já que a tutela a ser realizada pelo Poder Judiciário 
deve ser capaz de realizar, eficazmente, aquilo que o ordenamento jurídico material reserva 
à parte. E eficaz é a tutela jurisdicional prestada tempestivamente, e não tardiamente. O 
princípio referido somente terá aplicação efetiva no direito brasileiro na medida em que a 
legislação contiver mecanismos processuais capazes de propiciá-la e o Poder Judiciário 
estiver estruturado de modo quantitativa e qualitativamente capaz de absorver as demandas 
judiciais.” (WAMBIER, Teresa Arruda Alvim; MEDINA, José Miguel Garcia. Processo civil 
moderno – parte geral e processo de conhecimento. São Paulo: RT, 2009, p. 61-62.) 
 
Alguns exemplos de situações criadas que favorecem a duração razoável do processo. 
Ex: 
 Tutelas de urgência. 
 CPC 285 – A. 
 Súmula vinculante. 
 Possibilidade limitada de concessão de efeito suspensivo aos recursos. 
 
 
 TEXTO BASEADO NAS AULAS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL I – UNICESUMAR 
 
GABRIEL DOS SANTOS FREDERICO 11 
 
2.2.5) PRINCÍPIO DA ISONOMIA 
 
O Princípio da Isonomia está baseado no art. 5º caput e inciso I da Constituição Brasileira de 1988 e 
determina um tratamento de igualdade entre todos perante a lei. 
O princípio da igualdade em matéria de processo significa que os litigantes devem receber do juiz 
tratamento idêntico (CPC, Art. 125. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, competindo-
lhe: I - assegurar às partes igualdade de tratamento;). 
Há dois tipos de Isonomia – Formal e Real: 
 Formal: Tratar as pessoas de forma igual, sem observar determinadas ou eventuais diferenças 
existentes entre elas. 
 Real: Tratar os iguais igualmente, e os desiguais desigualmente, na medida da sua 
desigualdade. 
Marcus Vinícius Rios Gonçalves traz em sua doutrina que: 
 
“a paridade, no entanto, não pode ser apenas formal. Não basta tratar igualmente a todos, 
que nem sempre têm as mesmas condições econômicas, sociais ou técnicas. O tratamento 
formalmente igualitário pode ser causa de grandes injustiças. É preciso que a igualdade seja 
substancial, tal como revelada na vetusta fórmula: ‘tratar os iguais igualmente, e os 
desiguais desigualmente, na medida da sua desigualdade.” (GONÇALVES, Marcus Vinícius 
Rios. Novo curso de direito processual civil – teoria geral e processo de conhecimento (1ª 
parte). V.1. 9ª ed., São Paulo: Saraiva, 2012, p. 44) 
 
A lei deve buscar meios de equilibrar as relações existentes entre pessoas que se encontrem em condições 
diferentes. Ex.: 
 Prazos MP e Fazenda Pública: 4x para defesa e 2x para recurso. 
 Reexame necessário de sentenças contra a Fazenda Pública. 
 
 
 
2.2.6) PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE DO JUIZ E DO JUIZ NATURAL 
 
Ambos os princípios estão ligados intrinsicamente, ou seja, um é complemento do outro. 
Quando a Constituição Federal, no art. 5º, XXXVII estabelece que “não haverá juízo ou tribunal de 
exceção” esta referindo-se ao princípio da Imparcialidade do Juiz. Já quando, no art. 5º, LIII estabelece que 
“ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente”, refere-seao princípio do 
Juiz Natural. 
 
“Diz-se que o tribunal é de exceção quando de encomenda, isto é, criado após o fato para 
julgar num ou noutro sentido, com parcialidade, para prejudicar ou beneficiar alguém, tudo 
acertado previamente. Enquanto o Juiz Natural, é aquele previsto abstratamente, o juízo de 
exceção é aquele designado para atuar no caso concreto ou individual” (VERAS, Ney Alves. 
Manual de Direito Processual Civil – V. Único. 2013, p. 67) 
 
 
 
 TEXTO BASEADO NAS AULAS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL I – UNICESUMAR 
 
GABRIEL DOS SANTOS FREDERICO 12 
 
Sobre o Tribunal de Exceção: 
 
“Esse princípio se encontra topograficamente assentado nos incisos XXXVII e LIII do art. 5º da 
Carta Magna, e representa a garantia de que a causa não pode ser julgada por juízo ou 
tribunal de exceção, assim entendido, na sua forma mais contundente, o órgão notadamente 
constituído na época da ditadura, geralmente pelo Poder Executivo, em arrepio ao Texto 
Constitucional” (MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de direito processual civil – teoria 
geral do processo e processo de conhecimento. V.1. 7ª ed., São Paulo: Atlas, 2011, p. 23.) 
 
Sobre o Juiz Natural: 
 
“o princípio do juiz natural pode ser visualizado sob dois enfoques. Em uma perspectiva 
objetiva, o princípio do juízo natural consagra duas garantias básicas: proibição de juízo ou 
tribunal de exceção (art. 5º, XXXVII) e respeito absoluto às regras objetivas de 
determinação da competência (art. 5º, LIII). Sob um viés subjetivo, o princípio do juiz natural 
encerra a garantia da imparcialidade. Todos os agentes que integram o órgão jurisdicional 
e exercem munus público (juiz, escrivão, promotor de justiça, defensor público e perito, entro 
outros) deverão agir com vistas à justa composição do litígio e não voltados a interesses ou 
vantagens particulares. A exceção fica por conta dos advogados, sujeitos parciais por 
excelência” (NUNES, Elpídio Donizetti. Curso didático de Direito Processual Civil. 14ª ed., 
São Paulo: Atlas, 2010, p. 252-253.) 
 
Se obedece ao princípio do Juiz natural quando: 
1 - Observa-se que o julgamento será proferido por alguém investido de jurisdição. 
2 - O órgão Julgador deve ser preexistente. 
3 - O juiz competente deve julgar a causa e de acordo com as regras da CF. 
 
Modificação de competência – viola o Juiz Natural? 
Perpetuatio jurisidicionis: a competência é determinada no momento do ajuizamento da Ação. 
Mas há exceção para esse deslocamento: 
 Supressão do órgão ou alteração de competência em razão da matéria ou hierarquia: não viola 
pois essa possibilidade de alteração já está prevista na lei, logo, não ofende o Juiz natural é 
determinado pelas leis prévias somente observando a lei é que saberei que é o meu Juiz 
natural, logo esta alteração, prevista em lei previa, não ofende o princípio do Juiz natural. 
 
Ex: União Estável – vara cível e de família 
Sociedade de fato x Entidade familiar 
Alteração da matéria 
 
Promotor Natural 
Quanto ao sentenciamento por pessoa competente, não abre-se margem para questionar-se que 
princípio do Juiz natural prevalece entre nós. Mas o art. 5º, LIII da CF, diz mais, ele diz que ninguém será 
sentenciado ou processado por quem não for competente. 
Isso abriu margem para questionamentos sobre a possibilidade da adoção, pelo Brasil, do princípio do 
promotor natural. A doutrina entende que sim e o STF entende que não (HC 67559/RJ e HC 90277/DF). 
 TEXTO BASEADO NAS AULAS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL I – UNICESUMAR 
 
GABRIEL DOS SANTOS FREDERICO 13 
 
2.2.7) PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO 
 
O princípio do duplo grau de jurisdição não se encontra expressamente previsto na CF. No entanto sua 
existência é presumida em razão das características do próprio Poder Judiciário determinadas pelas regras 
constitucionais. 
A própria CF determina a criação de Juízos e Tribunais com competência para apreciação de recursos 
interpostos em face de decisões. Assim, acaba admitindo, no sistema, a possibilidade de reanalise do 
conteúdo e da forma das decisões emanadas do próprio Poder Judiciário. 
Marcus Vinícius Rios Gonçalves diz: 
“O principal fundamento para a manutenção do princípio é de natureza política: nenhum ato 
estatal pode ficar sem controle. A possibilidade de que as decisões judiciais venham a ser 
analisadas por um outro órgão assegura que as equivocadas sejam revistas. Além disso, 
imbui o juiz de maior responsabilidade, pois ele sabe que sua decisão será submetida a nova 
apreciação. Como regra, o duplo grau de jurisdição depende de provocação do interessado, 
ressalvado o reexame necessário.” (GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Novo curso de 
direito processual civil – teoria geral e processo de conhecimento (1ª parte). V.1. 9ª ed., 
São Paulo: Saraiva, 2012, p. 52) 
 
Tal princípio tem como fundamentação a possibilidade de que a decisão do juiz a quo (1º grau) ter 
sido: 
 Injusta (error in judicando) – erro no entendimento, na interpretação da lei, subsunção 
incorreta da situação fática do caso concreto, e que pede a anulação do ato. 
 Errada (error in procedendo) – erro na aplicação da lei, ilegalidade no tramite processual, erro 
no procedimento, que pede a reforma da decisão. 
 
A princípio somente é efetivado o duplo grau de jurisdição, caso haja uma nova provocação do poder 
judiciário, ou seja, quando o vencido/desfavorecido pela decisão de 1º Grau, apresentar recurso contra ela. 
Porém, não há a necessidade de nova provocação nos casos expressamente previstos em lei e tendo 
em vista os interesses públicos relevantes, sendo que a jurisdição superior é provocada de ofício, ou como 
muitos dizem: remessa necessária. 
Assim, a principal finalidade do princípio do Duplo Grau de Jurisdição é o Controle de atos judiciais, 
por juízes mais experientes, diante da manifestação de inconformismo de uma das partes ou ambas. 
 
Há, contudo, algumas exceções ao duplo grau de jurisdição: 
1. Causas de competência originária do STF 
2. Embargos infringentes na Execução Fiscal, interpostos em Ação de embargos de pequeno valor 
(é apreciado pelo próprio Juiz que prolatou a decisão embargada) 
3. 515, §3º CPC – apelação em face de sentença que extinguiu a Ação sem julgamento do mérito 
– havendo meios e elementos necessários a formar a convicção, o próprio Tribunal poderá 
julgar o mérito da causa. 
 
 TEXTO BASEADO NAS AULAS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL I – UNICESUMAR 
 
GABRIEL DOS SANTOS FREDERICO 14 
 
2.2.8) PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS 
 
Expressamente previsto na CF no art. 5º, inciso LX:” A lei só poderá restringir publicidade dos atos 
processuais quando a defesa da intimidade ou do interesse social exigirem”. Também está previsto no art. 
93, IX da CF: “todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos”. Sendo assim, tal princípio 
é uma garantia constitucional e torna-se uma preciosa garantia do indivíduo no tocante ao exercício da 
jurisdição. 
“A presença do público nas audiências e a possibilidade do exame dos autos por qualquer 
pessoa representam o mais seguro instrumento de fiscalização popular sobre a obra dos 
magistrados, promotores públicos e advogados. Em última análise, o povo é o juiz dos juízes. 
E a responsabilidade das decisões judiciais assume outra dimensão, quando tais decisões hão 
de ser tomadas em audiência pública, na presença do povo.” (VERAS, Ney Alves. Manual de 
Direito Processual Civil – V. Único. 2013, p. 64) 
 
“na prestação jurisdicional há um interesse público maior do que o privado defendido pelas 
partes. Todos, e não apenas os litigantes, têm direito de conhecer e acompanhar tudo o que 
se passa durante o processo. A publicidadeda atividade jurisdicional é, em razão disso, 
assegurada por preceito constitucional (...) por isso, a justiça não pode ser secreta, nem 
podem ser as decisões arbitrárias, impondo-se sempre a sua motivação, sob pena de 
nulidade” (THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil – teoria geral 
do direito processual civil e processo de conhecimento. 53ª ed., Rio de Janeiro: Forense, 
2012, p. 42.) 
 
A publicidade existe e é exigida para que toda a sociedade tenha meios de verificar e acompanhar o 
trabalho realizado pelos Juízes e Tribunais. 
Porém, há exceções nas hipóteses do art. 155 do CPC: 
CPC, Art. 155. Os atos processuais são públicos. Correm, todavia, em segredo de justiça os 
processos: 
I - em que o exigir o interesse público; 
II - que dizem respeito a casamento, filiação, separação dos cônjuges, conversão desta em 
divórcio, alimentos e guarda de menores. 
Parágrafo único. O direito de consultar os autos e de pedir certidões de seus atos é restrito 
às partes e a seus procuradores. O terceiro, que demonstrar interesse jurídico, pode requerer 
ao juiz certidão do dispositivo da sentença, bem como de inventário e partilha resultante do 
desquite. 
 
“A publicidade é necessária para que a sociedade possa fiscalizar seus juízes, preservando-
se com isso o direito à informação, garantido constitucionalmente. No entanto, muitas 
vezes, ela pode ser nociva, quando houver interesse público envolvido ou a divulgação 
puder trazer danos às partes. Por isso, justifica-se a imposição de restrições para que 
estranhos, em determinadas circunstâncias, tenham acesso ao que se passa no processo.” 
(GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Novo curso de direito processual civil – teoria geral e 
processo de conhecimento (1ª parte). V.1. 9ª ed., São Paulo: Saraiva, 2012, p. 52). 
 
 TEXTO BASEADO NAS AULAS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL I – UNICESUMAR 
 
GABRIEL DOS SANTOS FREDERICO 15 
 
2.2.9) PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAS 
 
Tem sua previsão legal no art. 93, IX da Constituição Federal e diz o seguinte: “todos os julgamentos 
dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, 
podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente 
a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o 
interesse público à informação”. Este artigo dispõe que todos os atos devem ser motivados/fundamentados, 
sob pena de nulidade. 
Somente por meio desta exigência é que as partes, os órgãos superiores e a própria sociedade 
conseguirão entender os motivos que levaram o julgador a adotar uma determinada postura em detrimento 
de outra. Isso auxilia na atividade de fiscalização, pelas partes, pelos órgãos superiores e pela própria 
sociedade. 
Somente os despachos dispensam fundamentação uma vez que não possuem caráter decisório e, em 
assim sendo, não apresentam riscos de prejuízo a uma das partes. Sentenças, acórdãos e decisões 
interlocutórias necessitam de fundamentação, podendo ser alvo de embargos de declaração ou mesmo de 
recurso que alegue a nulidade. 
 
“Fundamentar significa o magistrado dar as razões, de fato e de direito, que o convenceram 
a decidir a questão daquela maneira. A fundamentação tem implicação substancial e não 
meramente formal, donde é lícito concluir que o juiz deve analisar as questões postas a seu 
julgamento, exteriorizando a base fundamental de sua decisão.” (NERY JÚNIOR, Nelson. 
Princípios do processo civil na constituição federal. 6ª ed., São Paulo: RT, 2000, 
p.176.) 
 
“O juiz, ao fundamentar a sua decisão, não deverá ocupar-se apenas de convencer as partes 
do processo e as instâncias judiciais superiores sobre o acerto de seu julgado. Sob uma ótica 
democrática, também a opinião pública, em maior ou menor grau, tem interesse no modo 
como o juiz administra a justiça” (WAMBIER, Teresa Arruda Alvim; MEDINA, José Miguel 
Garcia. Processo civil moderno – parte geral e processo de conhecimento. São Paulo: RT, 
2009, p. 63-64.) 
 
 
2.2.10) PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DA PROVA ILÍCITA 
 
Segundo a CF, em seu art. 5º, inciso LVI: “são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios 
ilícitos”. Isto demonstra com clareza jamais admitir qualquer tipo de prova cuja sua obtenção se tenha dado 
de forma ilícita. Até mesmo encontramos na doutrina a teoria dos frutos da árvore envenenada, que consiste 
em que, caso haja nos autos uma prova ilícita, qualquer prova derivada desta se tornará nula. Porém o 
entendimento doutrinário majoritário demonstra uma exceção, como podemos ver a seguir: 
 
“O texto constitucional parece, contudo, jamais admitir qualquer prova cuja obtenção tenha 
sido ilícita, porém não sendo esta regra absoluta, porque nenhuma regra constitucional é 
absoluta, uma vez que tem de conviver com outras regras ou princípios também 
constitucionais. Assim, continuará a ser necessário o confronto ou peso entre os bens 
jurídicos, desde que constitucionalmente garantidos, a fim de se admitir, ou não, a prova 
 TEXTO BASEADO NAS AULAS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL I – UNICESUMAR 
 
GABRIEL DOS SANTOS FREDERICO 16 
 
obtida por meio ilícito.” (VERAS, Ney Alves. Manual de Direito Processual Civil – V. Único. 
2013, p. 66) 
 
“A doutrina se manifesta de forma bastante controvertida a respeito da utilização da prova 
ilícita, havendo opiniões, por exemplo, no sentido de admitir-se a prova obtida ilicitamente 
como válida e eficaz no processo civil, sem nenhuma ressalva” (NERY JÚNIOR, Nelson. 
Princípios do processo civil na constituição federal. 6ª ed., São Paulo: RT, 2000, p.152)

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