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1 ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS Graduação ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS 65 TEORIA COMPORTAMENTAL Nesta unidade estudaremos a Teoria Comportamental, que é um conjunto de idéias mais aprofundado do que foi o conjunto apresentado pela Teoria das Relações Humanas, da qual se originou. A Teoria das Relações Humanas e a Teoria Comportamental ou Behaviorista representam a participação e a contribuição significativa de psicólogos e da psicologia no âmbito da Teoria Geral da Administração. OBJETIVOS DA UNIDADE: • Conhecer as origens da Teoria Comportamental e as etapas do processo decisório, a ênfase nas pessoas e no ambiente externo à organização. PLANO DA UNIDADE: • Origens da Teoria Comportamental. • Concepções da Teoria Comportamental. • Conflito entre os objetivos organizacionais e os objetivos individuais. • Teorias da motivação. • Estilos de administração. • Críticas à Teoria Comportamental. • Dimensões bipolares da Teoria Comportamental. Bons estudos! U N ID A D E 5 UNIDADE 5 - TEORIA COMPORTAMENTAL 66 Para melhor conduzirmos o aprendizado sobre esta teoria vamos abordar suas origens, a consideração da organização que até então era “vista” pelas teorias anteriores como de natureza só formal ou só informal. Esta teoria será considerada contendo ambas as naturezas, funcionando de forma cooperativa, na qual se admite a possibilidade de conflitos entre os objetivos da organização formal (administração) e da organização informal (indivíduos), entendendo esses conflitos como tratáveis por negociação, visando à obtenção de integração e equilíbrio entre os objetivos da administração e das pessoas. Estudaremos a natureza administrativa do homem que trabalha nas organizações, apresentado como um ser limitado na qualidade de sua decisão pelo conhecimento e experiência sobre os assuntos, objeto da decisão. Enquanto nas teorias anteriores os incentivos eram considerados apenas como salariais ou sociais, na Teoria Comportamental os dois tipos de incentivo serão considerados, apresentando de forma relevante as teorias da motivação utilizadas pelos líderes nos processos de liderança. ORIGENS A Teoria Comportamental surgiu como um desdobramento ou uma evolução da Teoria das Relações Humanas, mas não a livra de suas críticas, da mesma forma como foi criticada a Teoria Clássica e a Administração Científica, por terem formulado princípios parciais, incompletos, até mesmo contraditórios, como se fossem únicos e definitivos. Fayol (1975), por exemplo, formulou o princípio da “unidade de comando”, que não se harmoniza com o princípio da especialização. Portanto, a cada chefe se reportam vários operários com tarefas que podem requerer especializações variadas e, conseqüentemente, exigindo a orientação técnica especializada de mais de um nível de chefia de especialização técnica na empresa. Você deve estar se perguntando: de que modo os operários portadores de várias especializações diferentes podem receber orientação de um único chefe de autoridade hierárquica na cadeia escalar da organização? Na realidade do dia-a-dia, os operários especializados, ao necessitarem de orientação especializada devido à pressa com que as tarefas necessitam ser realizadas, acabam por recorrer a mais de um chefe, ou seja, adotam o princípio da “supervisão funcional”, apresentado por Taylor (1978). Como acabamos de constatar, na própria abordagem clássica, na qual Taylor e Fayol foram os maiores expoentes, existem contradições. Mesmo a Teoria Comportamental não concordando com o mecanicismo orientado para a execução de tarefas, representado pela abordagem clássica da administração, omitindo o aspecto comportamental, critica a Teoria das Relações Humanas por ter se dedicado a demonstrar que a abordagem clássica não estava correta em suas idéias e princípios para a obtenção da máxima eficiência no trabalho, ao invés de Unidade de comando - Método pelo qual cada subordinado só pode re- correr a um único chefe e dele receber ordens. Especialização - Método pelo qual cada subordi- nado realiza uma peque- na parcela repetitiva e especializada do traba- lho ou do bem inteiro a ser produzido. ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS 67 ter se dedicado a verificar o que era correto em relação a idéias e princípios para o aumento da eficiência no trabalho. Afinal, tanto o esforço em relação à tarefa quanto ao comportamento estão corretos e se complementam. A Teoria Comportamental dá um novo sentido à Teoria da Administração ao se preocupar em aproveitar o que é relevante de cada uma das teorias anteriores – trata-se de uma teoria agregadora das boas idéias apresentadas anteriormente. Iniciando um novo modo de apresentar as idéias, ou seja, ao invés de ser uma abordagem normativa ou impositiva, adotou uma abordagem que descreve e explica, sendo por isso uma teoria não impositiva. O “pai do processo decisório” da Teoria Comportamental foi o economista americano Herbert Simon, que a influenciou bastante mediante uma abordagem sobre o processo decisório da administração. Considerado um dos maiores autores dessa teoria, Simon publicou pelo menos três livros nos Estados Unidos que prestaram relevante contribuição à Teoria Comportamental. O primeiro, intitulado “Comportamento Administrativo”, foi lançado em 1947 – há divergências. O segundo, “Teoria das Organizações”, foi lançado em 1958 juntamente com James March e o terceiro foi “A Capacidade de Decisão e Liderança”, publicado em 1960. Porém inúmeros autores contribuíram para essa teoria, formando um conjunto relevante de conhecimentos sobre o comportamento humano no trabalho. CONCEPÇÕES DA TEORIA COMPORTAMENTAL Concepções da Teoria Comportamental em relação: À ORGANIZAÇÃO - sistema social, cooperativo, racional destinado à obtenção de resultados razoáveis, dada a limitação do tomador de decisões. No funcionamento do processo de alcance de seus propósitos, tanto a organização formal quanto a organização informal interagem. A organização é definida pela relação de pessoas que decidem participar cooperativamente, à medida que esta cooperação resulte em benefícios mútuos, ou seja, atendam à obtenção do objetivo comum, tanto para as pessoas quanto para a empresa. Nesse sentido, a cooperação ou participação dos esforços no trabalho resulta de um processo racional dos indivíduos, em que são avaliados os resultados favoráveis e os resultados desfavoráveis dos esforços a serem realizados. Os conflitos são entendidos como naturais e devem ser negociados quando surgirem. Dois autores destacam-se quanto às contribuições ao estudo da cooperação racional no trabalho – Chaster Barnard, e em relação ao processo decisório - Herbert Simon, conforme seus estudos publicados sobre o assunto. Os objetivos da empresa ou da organização são: lucro, aumento do lucro, rentabilidade, crescimento do número de produtos vendidos, crescimento do faturamento, redução dos custos, aumento da qualidade e da produtividade etc. Já os objetivos dos indivíduos no trabalho são: maiores salários, promoção ou crescimento profissional, reconhecimento, satisfação social no relacionamento com os colegas de trabalho. Organização formal - aquela que é baseada na estrutura, nas nor- mas e nos procedimen- tos em relação aos car- gos e tarefas, definida, oficializada por escrito e comunicada pela ad- ministração para todos os níveis hierárquicos. Organização informal - aquela formada pelo conjunto dos grupos in- formais, aqueles que se formam espontanea- mente por laços de afi- nidade e lealdade no trabalho. UNIDADE 5 - TEORIA COMPORTAMENTAL 68 A organização é definida como um sistema social cooperativo,racional por depender da decisão do indivíduo em participar do esforço. No trabalho, os indivíduos têm a perfeita noção de que dependem da cooperação de outros para poder obter o resultado pretendido, mas para que isso ocorra, ele também precisa cooperar com os outros. Sendo assim, nenhum indivíduo, isoladamente, se sente confortável para decidir negar a sua colaboração quando também necessita da cooperação dos outros colegas de trabalho. Natureza Humana – Homem Administrativo As teorias Clássica, das Relações Humanas e da Burocracia, conforme foram abordadas nas unidades anteriores, consideraram a natureza humana como: econômica, social e organizacional, respectivamente. A Teoria Comportamental considerou a natureza humana como administrativa, ou seja, o “Homem Administrativo” - um indivíduo que no dia-a-dia de seu trabalho, para decidir, necessita de dados e informações atualizados, o que quase sempre não se obtém devido à pressa com que as decisões precisam ser tomadas. Na realidade, o homem administrativo carrega algumas características e uma delas é a de não ter uma vocação para o resultado máximo e sim para o resultado normal ou satisfatório. Ele não tem vocação para o excepcional. Outra característica é a do indivíduo no trabalho ter que decidir com os dados e as informações disponíveis. Portanto, ao ter que decidir, contará com o conhecimento, a personalidade e a experiência sobre o assunto, favorecendo a decisões tanto ótimas quanto medíocres a cada tipo de decisão. Podemos concluir que a média das decisões tomadas concorrerá para a obtenção de resultados satisfatórios, mas nunca para resultados ótimos. Nunca lucro máximo, vendas máximas etc. No aspecto do comportamento administrativo para a solução de problemas, a Teoria Comportamental se apóia nas contribuições de Herbert Simon, encontradas nos livros “Comportamento Administrativo” e “Teoria das Organizações”, escritos por Simon em co-autoria com James March. Etapas do Processo Decisório Existem inúmeros modelos de processo decisório na administração propostos por estudiosos da Teoria Comportamental. Sendo assim, vejamos um modelo simples e prático adotado pelos administradores: 1. Definição do problema que requer uma decisão para a solução; 2. Busca de dados e informações sobre o problema; 3. Definição das possíveis alternativas para a tomada de decisão; 4. Análise comparativa das alternativas obtidas; 5. Seleção da melhor alternativa; 6. Tomada de decisão; 7. Avaliação dos resultados decorrentes da decisão tomada. A qualidade da decisão vai estar condicionada à formação do decisor, à experiência, ao prazo, à quantidade de qualidade das informações. Tratando-se de uma combinação difícil de ser realizada, o Administrador terá de se contentar com decisões razoáveis, dificilmente ótimas. A qualidade das decisões influencia a qualidade dos resultados da organização. ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS 69 Entre todas as teorias da Administração, inclusive as posteriores, a Teoria Comportamental foi a única a admitir resultados razoáveis para a organização e não máximos como as demais. Portanto, a organização é como um sistema social, cooperativo, racional destinado à obtenção de resultados razoáveis, dada a limitação dos tomadores de decisões. CONFLITO ENTRE OS OBJETIVOS ORGANIZACIONAIS E OS OBJETIVOS INDIVIDUAIS A teoria comportamentalista admite o conflito pela difícil integração dos mesmos. Os dois grandes desafios para os administradores são procurar integrar os objetivos organizacionais com os objetivos individuais e negociar conflitos, quando surgirem. Motivo, Incentivo e Motivação Para que a motivação seja obtida de maneira adequada torna-se necessário que o nível hierárquico imediatamente superior compreenda o significado de motivo e a sua influência no comportamento das pessoas. √√√√√ Motivo é uma necessidade interior que conduz o indivíduo a realizar esforços para atingir resultados (objetivos e metas) para a organiza- ção e, em contrapartida, para ele próprio; √√√√√ Incentivo é um benefício relacionado ao cargo, dependente do indi- víduo ocupante do cargo e que é controlado pela administração da empresa. Serve para corresponder ao motivo do indivíduo e conse- qüentemente impulsioná-lo para alcançar objetivos e metas do cargo; √√√√√ Motivação é a maneira pela qual indivíduos e grupos são estimula- dos a realizar esforços para atingir objetivos e metas da organização e, em contrapartida, os seus próprios resultados. TEORIAS DA MOTIVAÇÃO Modelo de Maslow - A hierarquia de necessidades O modelo mais comentado é o do psicólogo americano Abraham Maslow. Tal modelo ganhou muita aceitação e, por isso, é muito utilizado. Ele é empregado nas funções empresariais, no Marketing, ao estudar o comportamento do consumidor, na produção, nas realizações da fabricação, no sentido de obter horas extras, troca de turnos e também em Finanças e Administração de Pessoas, também conhecida por Recursos Humanos. UNIDADE 5 - TEORIA COMPORTAMENTAL 70 Exemplos de motivos de acordo com Maslow: 1. Fisiológicos: constituem o nível basilar relacionados à sobrevivência e envolvem as necessidades relacionadas à alimentação (fome, sede), horas de descanso no trabalho, desejo sexual, abrigo, etc.; 2. Segurança: relacionado ao ambiente de trabalho saudável e sem ris- co, plano de saúde, plano de previdência, casa própria, estabilidade de emprego etc.; 3. Sociais: envolvem necessidades de aceitação pelos grupos e realiza- ção de amizades no trabalho, clube recreativo, atividades comemora- tivas da empresa etc.; 4. Estima: são as necessidades relacionadas ao reconhecimento e or- gulho do indivíduo, como status, promoções na organização e o pres- tígio conquistado pelo seu trabalho. 5. Auto-realização: são as necessidades mais elevadas do indivíduo proporcionadas através do trabalho criativo e desafiador, capacidade e autonomia e poder para decidir, bem como a possibilidade de autodesenvolvimento. Segundo essa teoria de motivação, as necessidades humanas ocorrem hierarquicamente. Primeiro existe a necessidade fisiológica. Enquanto o indivíduo estiver com essa necessidade insatisfeita, não adianta querer satisfazê-lo em sua necessidade de segurança, social e de estima. Então, ao procurarmos satisfazer a necessidade de motivação de um ser humano, torna-se necessário verificar se a necessidade hierarquicamente de nível inferior encontra-se satisfeita. Se tivermos um servente na empresa trabalhando em ambiente de alto risco (necessidade de segurança insatisfeita) não adianta querer motivá-lo em relação à necessidade de nível 3, ou seja, a necessidade social, dando lhe um nome pomposo para o cargo: “Servente oficial”. Modelo de Frederick Herzberg - Teoria dos dois Fatores 1-Fatores Motivacionais satisfacientes em relação ao cargo. São fatores controlados pelos funcionários: o trabalho em si, a realização, o reconhecimento, o progresso profissional e a responsabilidade. 2-Fatores Higiênicos insatisfacientes em relação ao contexto do cargo. São os fatores não motivadores, dados e controlados pela empresa. Ao se observar atentamente este modelo, verifica-se que ele é muito genérico quanto a considerar os motivos: as condições de trabalho, a administração da empresa, o salário, as relações com o supervisor, os benefícios e serviços sociais. ESTILOS DE ADMINISTRAÇÃO McGregor propôs, no final da década de 1950, uma teoria para o estilo de administração a ser adotada em função da natureza humana. Para procurar evidenciar a diferença da sua nova teoria quanto ao que já existia, ele a denominou de “Teoria X” e “Teoria Y”. A “Teoria X” baseia-se em julgamentos equivocados a respeito dos empregados, que no caso seria o estilo adotadopelos clássicos. A “Teoria Y” refere-se à concepção atual e ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS 71 sem preconceitos a cerca do comportamento humano na organização. Vejamos, a seguir, no quadro comparativo como ele as relacionou. McGregor. Estudos de economia moderna: aspectos humanos da empresa. Lisboa: Livraria clássica Editora: Lisboa, 1970. McGregor, em seu modelo de motivação denominado de Teoria Y, considerou a capacidade humana de exercer em grau relativamente elevado à imaginação, o talento e o espírito criador na solução de problemas organizacionais. Essas qualidades humanas encontram-se em quantidade e facilmente distribuídas entre as pessoas. Na realidade das organizações, as potencialidades intelectuais do ser humano médio são utilizadas apenas em parte. Portanto, cabe às organizações uma melhor utilização das capacidades e potencialidades das pessoas. Pela não utilização dessas capacidades e potencialidades, não cabe culpar os indivíduos e sim a própria organização. Chefia e Liderança Embora a Teoria Comportamental tenha se dedicado ao estudo da Liderança, é interessante incluirmos esse tópico sobre chefia. É comum encontrarmos a confusão entre os termos chefia e liderança. Todo líder não deixa de ser um “chefe”, mas nem todo chefe é um líder. O chefe dá ordens e se esconde atrás do cargo, já o líder motiva o seu pessoal a caminhar com ele em direção aos objetivos organizacionais. O líder é um orientador, um facilitador da evolução de sua equipe, não usa o cargo para impor a sua importância. Por ser preparado sob liderança, ele sabe que sua importância não pode ser imposta por ele, tem de ser reconhecida pelas pessoas que o cercam. Esse reconhecimento social é também denominado de aceitação ou de legitimidade. IMPORTANTE UNIDADE 5 - TEORIA COMPORTAMENTAL 72 A liderança é um processo de influenciar pessoas e grupos para atingirem resultados (objetivos e metas) para a organização. Há pessoas que são líderes natos, outras não. Por outro lado, a capacidade de liderança pode ser aprendida e as pessoas comuns, uma vez preparadas, podem se tornar líderes incomuns. Estilos de liderança Blair J. Kolasa (1973), em “White e Lippitt”, traçou três estilos de liderança que julgamos terem emergido de suas pesquisas. Em diversas experiências, eles variaram sistematicamente o clima de liderança dos grupos de meninos de 10 anos que trabalhavam em seus hobbies. Conforme tinham postulado, criaram três estilos de liderança: o autocrático, o democrático e o laissez-faire. Kolasa. Ciência do comportamento da administração. LTC: Rio de Janeiro, 1978. IMPORTANTE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS 73 Kolasa (1973) considera que os resultados expostos anteriormente são de caráter geral, tendo aparecido variações individuais. Por exemplo, nem todos os sujeitos se mostraram satisfeitos com o enfoque democrático e nem todos trabalharam da maneira mais eficiente sobre esse estilo de liderança. Algumas pessoas mais estruturadas “não atuam bem fora de liderança”. Ainda existe muita discussão sobre esses estilos de liderança. CRÍTICAS A TEORIA COMPORTAMENTAL Apesar de a Teoria Comportamental ter considerado a existência da organização formal e da informal, ela acabou privilegiando o comportamento das pessoas, ou seja, a organização informal, deixando de lado as situações referentes à estrutura, às normas e aos regulamentos, às tarefas e aos cargos. O estudo e as concepções sobre a estrutura organizacional, os cargos e o como fazer para obter maior produtividade com as tarefas foi deixado de lado. Portanto, teve uma abordagem incompleta, parcial ou simplificada da realidade da organização. Autores comportamentalistas preferem fazer alterações organizacionais seja na estrutura, nas tarefas ou nos processos, para obter melhorias no comportamento humano e organizacional. Como crítica positiva, podemos enfatizar a abordagem agregativa, considerando as contribuições válidas de mais de uma teoria sobre a organização, por tê-la admitida de dupla natureza - formal e informal. Também por ter procurado explicar e descrever as suas principais idéias, deixando por conta dos administradores, avaliarem os momentos da aplicação, usando o próprio julgamento sobre quando adotar as idéias, ao invés de tê-las colocado de forma impositiva, conforme a Abordagem Clássica, a Teoria das Relações Humanas e a Teoria da Burocracia, que foram as únicas a impor suas idéias como se fossem normas rígidas de conduta administrativa. A Teoria Comportamental tem sido uma teoria mais elogiável do que criticável. Com a Teoria Comportamental houve uma negação da idéia de poder baseado na coerção, conforme adotado pela abordagem Clássica e pela Teoria da Burocracia, que enfatizavam o poder (autoridade x obediência), apresentando em contrapartida um conceito novo na Teoria da Administração, “colaboração e consenso”, na integração de objetivos individuais e organizacionais, visando mais a liderança democrática que leve em consideração o ser humano em relação a sua natureza e aos seus objetivos. UNIDADE 5 - TEORIA COMPORTAMENTAL 74 Dimensões bipolares da Teoria Comportamental Chiavenato, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. Rio de Janeiro: Campus, 1999, pág 311-312 Considerações às Teorias de Motivação As principais teorias da motivação são: a Teoria de Maslow, a Teoria de McGregor e a Teoria de Herzberg. ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS 75 Cabe à organização considerar que existem objetivos individuais e organizacionais interagindo e não só objetivos organizacionais a serem considerados. É mais sensato esperar melhores resultados de organizações que são apoiadas em grupos estáveis, autônomos e participativos nas decisões, mediante comunicações diretas em estruturas flexíveis, não burocráticas, que se orientam em direção aos objetivos e não a procedimentos para servir à estabilidade e a propósitos de manutenção do status-quo da organização. Uma crítica que pode ser feita é a de que a motivação humana tem sido colocada quase que exclusivamente como responsabilidade da empresa, sob a responsabilidade do líder. Como se a felicidade fosse algo só alcançável no espaço da empresa. Não devemos esquecer que vários tipos de satisfações e insatisfações são atingíveis fora do local de trabalho. Sobre esse ponto de vista podemos colocar em dúvida a veracidade do conjunto de necessidades humanas e se este vale todo o tempo independente de situações imprevistas em relação ao indivíduo. As necessidades humanas só podem ser realizadas na empresa? Idéias novas trazidas pela Teoria Comportamental da Administração UNIDADE 5 - TEORIA COMPORTAMENTAL 76 As próximas teorias que vamos estudar são agregadoras, ou seja, apesar de acrescentarem novas idéias, elas aproveitam idéias formuladas das teorias estudadas anteriormente. Se você seguiu as instruções, leu e releu o material didático, então já cumpriu a fase de familiaridade com a dinâmica de estudo da disciplina, que leva à auto-aprendizagem dirigida. À medida que superamos dificuldades, nos esforçamos e assimilamos alguns conhecimentos, preparamos um alicerce e progressivamente o conhecimento vai sendo realizado com mais facilidade, maior rapidez e menos esforço. É uma espécie de construção: começando pelo alicerce e, posteriormente, cada tijolo assentado vai dependendo dos anteriores e assim sucessivamente, até que a construção seja concluída. Aqui, a construção final é a nossa profissão, que deve ser sólida. Ela é construída a partir de uma decisão e um esforço pessoal na construção dos primeiros esforços na preparação do alicerce e sucessivamente no domínio de cada unidade de estudo dessa disciplina. LEITURA COMPLEMENTARCHIAVENATO, Idalberto. Introdução a Teoria Geral da Administração. 7 ed. Rio de Janeiro: Campus, 2001. Leia a parte sobre “Teoria Comportamental da Administração”. Este conteúdo é comum em mais de um livro do mesmo autor e em edições e editoras diferentes. Você também poderá aprofundar seu aprendizado lendo a Parte IV, “Enfoque comportamental”, de Maximiniano, Antônio C. Amaru, Teoria geral da administração, editora Atlas: Rio de Janeiro, 2002. É HORA DE SE AVALIAR! Não esqueça de realizar as atividades desta unidade de estudo, presentes no caderno de exercício! Elas irão ajudá- lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija as respostas no caderno e depois as envie através do nosso ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco! Agora que você concluiu a quinta unidade e estudou a Teoria Comportamental, dispõe de conhecimento substancial sobre as quatro primeiras teorias da Administração, lembra-se delas? A Abordagem Clássica, envolvendo a Administração Científica e a Teoria Clássica, a Teoria das Relações Humanas, a Teoria da Burocracia e a Teoria Comportamental. Mas não ficamos só no estudo das teorias em si, fomos além: aprimoramos os recursos teóricos para fazer reflexões, comparações, aguçar o raciocínio analítico e crítico em relação à administração. Na unidade 6 estudaremos a Teoria Estruturalista, que é uma teoria que recebeu a influência da Sociologia, da mesma forma que a Teoria da Burocracia. Não deixe de fazer suas leituras e reflexões.
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