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1
ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
Graduação
ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
85
U
N
ID
A
D
E 
7 TEORIA DE SISTEMAS
Nesta unidade estudaremos a Teoria de Sistemas. Ela constitui-se em
um marco na Teoria Geral da Administração por ter incorporado e adaptado
ao seu campo particular de estudo uma teoria geral que, do mesmo modo
foi adotada e adaptada na maioria dos campos das ciências, tendo o termo
“sistema” encontrado uma aplicação popular e genérica para tudo que nos
relaciona. Nosso interesse está no estudo dessa teoria no âmbito da Teoria
Geral da Administração.
OBJETIVOS DA UNIDADE:
• Conhecer as origens da Teoria de Sistemas e a influência do
biólogo alemão Ludwig Von Bertalanffy, as organizações como
sistemas abertos e a representação de uma organização como
sistema;
• Compreender as características dos sistemas abertos, os
conceitos importantes da teoria de sistemas; o foco no
ambiente, a organização como um sistema aberto, a
consideração da natureza funcional do homem - “o homem
funcional” que desempenha papéis, e o conflito de papéis,
termos e expressões mais recentes sobre sistemas.
PLANO DA UNIDADE:
• Origem da Teoria dos Sistemas.
• O que é um sistema?
• Classificação dos sistemas.
• Características das organizações como Sistemas Abertos
abordadas por Katz e Kahn (1970).
• Conceitos importantes surgidos com a Teoria dos Sistemas.
• Principais críticas ou comentários sobre a Teoria de Sistemas.
Bons estudos!
UNIDADE 7 - TEORIA DE SISTEMAS
86
ORIGENS
A Teoria Geral de Sistemas teve origem fora do âmbito da Administração,
a partir do estudo do biólogo alemão Ludwig Von Bertalanffy sobre uma
Teoria Geral de Sistemas que já vinha sendo realizada no final da década de
1940, mas que só teve repercussão a partir da década de 1950, quando
estudos e publicações se intensificaram em busca de maior consistência.
A preocupação maior do criador da Teoria Geral de Sistemas foi possibilitar
um referencial comum para os vários ramos de especialização da ciência
que estavam fragmentados e naturalmente diferenciados, a exemplo da
psicologia, da física, da química e de outros, com a adoção de um conjunto
de princípios e padrões conceituais próprios e também diferenciados entre si.
Esta postura dos estudiosos - agir de forma isolada, dificultava o
desenvolvimento de seu ramo de conhecimento, bem como a própria
integração de forma multidisciplinar. Muitas vezes, em cada ramo se buscava
conceitos e princípios para determinadas situações que já haviam sido
desenvolvidas em outras ciências sem uniformidade teórica. Portanto,
Bertalanffy percebeu os benefícios de cada ramo se beneficiar do que seria
uma concepção teórica comum de abordagem, mas que pudesse possibilitar
sentido e diferenciação aos objetos diferentes de cada ramo de
conhecimento. Em outras palavras, não importa se a área do conhecimento
é biologia, física, química ou ciências sociais, de um modo geral, deve haver
entre elas interligação e não isolamentos, abordagens isoladas. A ciência é
uma coisa só.
Imagine uma árvore. Ou melhor, imagine várias árvores...
uma floresta. Isso mesmo, uma floresta! A Ciência é como
uma floresta, possui vários ramos de conhecimento
denominados também de ciências, em conformidade com
os seus respectivos objetos, como se fossem a variada flora
e fauna existente na natureza, que apesar de serem
diferentes, todas as partes estão relacionadas com
conceitos e princípios da floresta, ou seja, o todo, que é o
conceito de sistema.
Hoje é possível utilizarmos vários conceitos na
administração. Eles fazem sentidos específicos em vários ramos de
conhecimentos - nas ciências físicas, sociais etc, devido à uniformidade
defendida por Ludwig Von Bertalanffy, na qual cada uma delas menciona um
tipo de conceito que é entendido no sentido geral por todos os ramos do
conhecimento.
As partes, sejam do que for, a exemplo do corpo humano, não podem
ser consideradas apenas na sua individualidade, mas fundamentalmente
na sua ligação e funcionamento integrado com os outros órgãos, sendo
esta a essência do conceito de sistemas no âmbito da administração, que
estudaremos a seguir.
A denominação de sistema
Vejamos como a idéia de sistema está institucionalizada na sociedade
em que vivemos.
ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
87
Em nosso cotidiano, ouvimos e falamos expressões do tipo: “Sistema
financeiro”, “Sistema econômico”, “Sistema social”, “Sistema eleitoral”,
“Sistema da qualidade”, “Sistema digestivo”, “Sistema de processamento
de dados”, “Sistema de remuneração”, “Sistema educacional”, “Sistema de
avaliação”...
Se tudo é sistema, existe um maior que junta todos os sistemas
“menores” que nós mencionamos, extrapolando a idéia de país, indo para
mundo, onde adotamos o termo globalização numa tentativa de denominar
um sistema comercial e de relacionamento que, mediante a tecnologia de
informação, está transformando o mundo num “Sistema global” de
relacionamento físico e virtual, reduzindo e até eliminando fronteiras
geográficas ou físicas.
Se existe sempre um “todo maior” ou um sistema maior, como
denominaríamos os “sistemas menores” que citamos acima? Chamaríamos
de “Subsistemas”. Mas nada nos impede de, no nosso mundo particular,
denominarmos o objeto de nossa preocupação de “sistema”, porém o que
não podemos é esquecer que esse pedaço de nossa ocupação sempre vai
estar ligado a uma série de outras partes e fundamentalmente a um sistema
maior. Nada se encontra de forma isolada no mundo e nas organizações.
O QUE É UM SISTEMA?
“Um conjunto de partes inter-relacionadas que forma um todo para
uma determinada finalidade”. Não basta que as partes existam, elas
precisam ser inter-relacionadas.
O ser humano é um sistema? Bem, ele tem uma série de órgãos que
interagem dinamicamente entre si para alguma finalidade. É um sistema
biológico que tem algumas características que os sistemas mecânicos não
têm, mas pode ser entendido de forma semelhante.
Um ser humano nasce, cresce, envelhece e um dia morre! Essa condição
de morte, nos sistemas biológicos, é denominada de entropia.
Um automóvel ou uma empresa podem ser percebidos da mesma forma
que os sistemas biológicos. Pense comigo!
Imagine um automóvel novo que você acabou de comprar
– lindo, 0 km, da sua cor preferida... Passados alguns anos,
você continua com aquele mesmo “carrinho”, porém ele já
não é como antes, ficou velho. Você, então decide vendê-lo
para o ferro velho.
Da mesma forma que no sistema biológico, aqui também
ocorreu a entropia.
Se o automóvel fosse enviado para uma boa reforma e
depois lhe fosse entregue na condição de “quase novo”,
não teríamos mais a manifestação da entropia, mas sim da
entropia negativa, que é o contrário, ou seja, a reversão da entropia.
E no caso de uma empresa?
A mesma coisa. Se ela for criada, crescer e um dia fechar as portas
definitivamente, teremos novamente a entropia (morreu, parou de funcionar).
UNIDADE 7 - TEORIA DE SISTEMAS
88
Se os dirigentes aprimorarem a administração e reverterem o caso de “quase
morte”, teremos a entropia negativa, ou seja, a reversão da morte.
É bom observar que para os sistemas biológicos existe a
certeza, o determinismo da morte, mas para os sistemas
mecânicos, físicos ou sociais, existe a possibilidade de reversão
da morte. Mas todos se beneficiam dos conceitos comuns,
que podem explicar fenômenos em áreas distintas do
conhecimento.
CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS
Quanto à inter-relação com o sistema externo:
Sistema fechado - A organização não tem relação com
o ambiente externo.
Sistema aberto - A organização tem relação com o ambiente exter-
no, a exemplodos desejos e das expectativas dos usuários, o ambi-
ente das leis, as condições da economia, as condições sociais da po-
pulação etc.
Organizações como sistemas abertos
A idéia do biólogo Ludwig Bertalanffy encontrou eco em várias áreas do
conhecimento, dentre elas a psicologia, na qual dois psicólogos - Daniel Katz
e Robert L. Kahn e dois professores experientes da Universidade de Michigan
publicaram um livro, em 1966, nos Estados Unidos e em 1970, no Brasil. O
livro foi intitulado “Psicologia Social nas Organizações” e foi considerado um
marco e uma contribuição significativa para a Teoria Geral da Administração,
pois logo nas primeiras páginas fazia um relato das características dos
sistemas abertos.
Sistema aberto
Katz e Kahn (1970) abordaram a organização como se fosse um sistema
que importa energia (input), transforma e exporta energia (output). O
resultado da transformação para o ambiente de onde havia importado
energias, no qual ao término da transformação e exportação da energia -
resultado da transformação - faz com que o sistema tenha que voltar a
repetir todo o ciclo.
As organizações sociais são consideradas sistemas abertos porque o
input (entrada) de energias e a conversão dos outputs (saídas) em novos
inputs de consistem em transações entre a organização e seu ambiente
externo.
Gráfico: representação simples de sistema cibernético
Katz Daniel e Kahn L. Robert. A Psicologia Social das Organizações. São Paulo: Atlas, 1970.
ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
89
Representação de uma organização industrial
Vejamos uma figura bastante utilizada para representar o conceito de
sistema aberto:
Katz Daniel e Kahn L. Robert. A Psicologia Social das Organizações. São Paulo: Atlas, 1970.
CARACTERÍSTICAS DAS ORGANIZAÇÕES COMO SISTEMAS ABERTOS
ABORDADAS POR KATZ E KAHN (1970)
1- Input - Importação de energias ou recursos do ambiente no qual estão
inseridas para poder realizar o seu propósito.
Exemplos: Pessoas, materiais, máquinas, equipamentos, tecnologia,
informações etc.
2- A transformação - Combinação e modificação das energias ou recursos
que haviam sido adquiridos (importados) do ambiente no sentido transformá-
los em bens ou serviços a fim de disponibilizá-los para os clientes ou usuários.
Exemplos: Fabricação de bebidas, de motos, conserto de automóveis, corte
de cabelos, consultas médicas, operações cirúrgicas.
3- O output - Exportação de energias ou recursos transformados sob forma
de bens e serviços para os clientes ou usuários das organizações.
Exemplo: Venda ou doação de bens e serviços.
4-Ciclos de eventos - Condição de a organização ter que repetir
continuamente o mesmo ciclo de sua atividade para produção de bens ou
para a prestação de serviços.
Exemplos: Input de energias ou recursos, transformação de energias ou
recursos e output dos bens ou serviços resultantes da transformação de
recursos.
5-Entropia negativa - Capacidade que os sistemas abertos têm de reverter
ou de retardar a entropia (desorganização e morte) do sistema.
Exemplos: Reorganização de uma empresa ou o desenvolvimento e alteração
dos bens e serviços oferecidos etc.
EXEMPLIFICANDO
EXEMPLIFICANDO
EXEMPLIFICANDO
EXEMPLIFICANDO
EXEMPLIFICANDO
UNIDADE 7 - TEORIA DE SISTEMAS
90
Para manter os sistemas abertos precisa-se evitar a entropia (morte do
sistema), em outras palavras esta é, por lógica, a entropia positiva. Portanto,
todas as ações realizadas pelo sistema no intuito de evitar a morte são
denominadas de entropia negativa.
Nos sistemas biológicos, de onde se originou a Teoria de Sistemas, os
seres vivos nascem, se desenvolvem, vão se degenerando e morrem. Esse
processo que conduz para a desordem do sistema e para a morte foi
denominado de processo entrópico. Entretanto, as organizações com
sistemas abertos, a exemplo das empresas, podem reverter o processo
entrópico com renovação de tecnologia, a criação de novos produtos, a
implantação de um novo estilo de administração etc. A essa capacidade de
reverter o processo de degeneração e morte, os autores denominam de
entropia negativa.
Por outro lado, os seres vivos não possuem a condição plena da entropia
negativa, só podem retardar um pouco o seu designo final, “a morte”. A
medicina, a veterinária e a botânica tem evoluído muito, a ponto de reverter
por longos períodos o processo entrópico natural, mas evitar a morte ainda
é uma esperança através da substituição de órgãos naturais por órgãos
artificiais.
Você acha possível a morte ser totalmente evitada? Algum dia seremos
imortais? Como dizem: quem viver, verá!
6- Input de informação e retroinformação negativa -
Capacidade de os sistemas se relacionarem com o
ambiente no que se refere à obtenção de informações
(input, transformação e output) tanto de ordem geral, a
exemplo dos tipos de decisões do governo, leis, ações
da concorrência em relação a novos produtos, preços,
propagandas, locais de vendas... quanto de informações
obtidas do ambiente a respeito dos bens e serviços oferecidos pela própria
organização, visando se informar sobre a receptividade dos clientes em
relação aos bens e serviços oferecidos.
Exemplos: Informações sobre a mudança da taxa do dólar, aumento ou
redução da taxa de juros, opinião dos clientes sobre os tipos e produtos e
serviços prestados pela organização. A partir dessas informações, as
organizações podem se aperfeiçoar para atender melhor ao mercado.
A retroinformação dar-se tanto em forma de aceitação e elogios em
relação a bens, serviços e atendimentos oferecidos aos clientes (feedback
positivo) quanto em relação a reclamações e críticas (feedback negativo),
possibilitando condições para a organização se informar e procurar se
aperfeiçoar cada vez mais.
7-Homeostase dinâmica - É a busca permanente pelo equilíbrio ou estado
firme no sistema ou na organização para que não se desorganizem e
“morram”, a exemplo dos sistemas biológicos. As organizações e os sistemas
são sempre modificados para evitar a entropia, estão sempre procurando o
equilíbrio num estado dinâmico ou de movimento. Daí a denominação de
homeostase dinâmica (equilíbrio em situação de movimento).
Feedback - retorno da
informação em relação
a uma determinada
ação realizada.
EXEMPLIFICANDO
ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
91
Exemplo: Para sobreviver, uma empresa necessita implantar um sistema de
informações, tendo para isso a necessidade de treinar muitos de seus
funcionários em relação as suas novas tarefas. A empresa tenta obter o
equilíbrio ou estado firme sempre num estágio diferente de crescimento ou
de operação. Devemos lembrar que estado firme de um sistema não
significa sistema parado ou imóvel.
8-Diferenciação - Para conseguir atender ao ambiente em constante
mudança, representado por clientes com seus desejos e expectativas, a
legislação existente, a concorrência etc., as organizações são
departamentalizadas com órgãos, funções, atividades e tarefas
especializadas, diferenciando-se a cada instante do que foi anteriormente.
Exemplo: Criação de um órgão denominado de SAC (Serviço de Atendimento
ao Cliente) para ouvir, analisar e atender às reivindicações dos clientes dentro
do possível.
9- Eqüifinalidade - É a característica pela qual as organizações podem obter
os mesmos resultados, mediante procedimentos administrativos, técnicos
e operacionais diferentes e em condições iniciais diferentes.
Exemplo: Um supermercado de pequeno porte chega aos mesmos
resultados de faturamento que um de médio porte, mediante procedimentos
administrativos e operacionais diferentes. Tal supermercado procurou cada
vez mais ouvir e atender aos desejos e às expectativas dos clientes,
oferecendo-lhes produtos cada vezmelhores e mais baratos.
Os sistemas abertos são ainda caracterizados pelo princípio da
eqüifinalidade, o qual foi sugerido por Von Bertalanffy, em 1940. De acordo
com esse princípio, um sistema pode alcançar, por uma variedade de caminhos,
o mesmo estado final, partindo de diferentes condições iniciais.
 “À medida que os sistemas abertos se deslocam em direção a mecanismos
regulatórios, para controlar suas operações, a quantidade de eqüifinalidade
pode ser reduzida”. Katz e Kahn (1970, 41)1
CONCEITOS IMPORTANTES SURGIDOS COM A TEORIA DOS SISTEMAS
Eficiência
Em termos da Teoria de Sistemas, se considera eficiência organizacional,
o resultado da diferença do que se produziu em relação a todos os tipos de
recursos que entraram, mediante a forma de importação (input). O que
concorre para reduzir a produtividade é o que se utiliza no produto final e o
que foi absorvido pela própria organização para atender à necessidade
operacional normal ou ao desperdício. A eficiência abrange a consideração
dos fatores técnicos e econômicos empregados em relação à quantidade
produzida face aos custos e às despesas incorridas pela organização para
obtê-los num dado período de tempo. Portanto, envolvendo os fatores
técnicos e monetários empregados na transformação de bens ou na
prestação de serviços.
Negentropia (negentropy)
É a condição pela qual a organização, como sistema aberto, tem que
importar (input) mais recursos de todas as formas, expressos em valor
EXEMPLIFICANDO
EXEMPLIFICANDO
EXEMPLIFICANDO
UNIDADE 7 - TEORIA DE SISTEMAS
92
monetário, do que devolver (output) ao ambiente em termos de produtos
finais, expressos em valor monetário. Parte dos recursos (input-entrada) é
apropriada nos custos dos bens ou serviços produzidos e parte é empregada
para pagar despesas operacionais, envolvendo os salários e encargos dos
funcionários administrativos e também para investimentos em construção
para ampliação das instalações e também em ativos necessários.
Eficácia organizacional
Em termos da Teoria de Sistemas, se considera eficácia organizacional o
resultado do que se produziu face à maior ênfase nos fatores não-econômicos
e políticos, em relação aos benefícios do fazer a coisa certa (resultado) e
não necessariamente fazer corretamente o que estava previsto (resultado).
Abrange fundamentalmente a consideração dos fatores não-econômicos e
políticos. Entretanto, a eficácia organizacional pode ser obtida por ambos os
fatores ( não-econômicos e políticos e também com os fatores econômicos
e técnicos).
Fronteiras
São os limites ou a divisão do âmbito da atuação da organização com
outras organizações com as quais necessita se relacionar no ambiente,
lembrando que ambiente é tudo que está localizado fora da organização.
Portanto, para realizar a sua missão junto aos clientes, a empresa terá que
se relacionar com a comunidade, a sociedade, os fornecedores, o governo,
mediante as condições exigidas para o funcionamento da organização,
incluindo as que visam à proteção ecológica e aos tributos que terá de pagar
conforme a legislação vigente. Esses relacionamentos exigem tempo e
dedicação da administração, que terá que definir tarefas e procedimentos
administrativos e operacionais.
Organização como sistema de papéis
Qualquer organização pode e deve ser representada graficamente por
um organograma que mostre o conjunto de órgãos e cargos da organização
formal. Todos os cargos administrativos e operacionais representam uma
posição social de cada ocupante em relação aos outros. Sociologicamente, a
cada posição social que é denominada de status tem inerente um papel
social na organização a ser cumprido pelo detentor do status, envolvendo,
portanto, resultados e comportamentos sociais compatíveis. Por exemplo,
do diretor e da gerência espera-se que: realizem reuniões para planejar,
organizar, orientar os subordinados em relação à conduta administrativa e
operacional; façam avaliações e promoções justas; conduzam a organização
com eficiência e eficácia face aos objetivos que foram estabelecidos, bem
como, comportamentos sociais compatíveis com os seus respectivos cargos.
Os subordinados têm papéis sociais a cumprir em relação ao que a
organização necessita que cumpram.
A organização como sistema de papéis
Funciona como uma sociedade em miniatura. O cargo que cada um ocupa
representa uma posição social na estrutura organizacional (status) e de
cada cargo se espera os comportamentos e procedimentos (pessoais e
profissionais) coerentes com o cargo ocupado.
ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
93
Quando se considera a organização como um sistema de papéis é que
as pessoas que ocupam os cargos responderão com procedimentos,
desempenhos de umas em relações as outras, de modo que possam atingir
com eficácia e eficiência a finalidade da empresa. À medida que a sociedade
vai evoluindo tecnologicamente, a estrutura organizacional receberá, em
sua estrutura, especialistas diferenciados com papéis diferentes dos
conhecidos até então pela organização.
Daí a denominação “homem funcional” -
aquele que vive em constante conflito de papéis
nas organizações, inclusive dos que traz do
ambiente externo, o de marido, filho, pai, amigo
etc.
Atenção
Sistema de papéis na organização, segundo a abordagem das
organizações como sistema aberto. Significa “papéis sociais” e não
relacionamento com “muito papel”. Embora as pessoas possam trabalhar
com muitos papéis, uma situação não pode ser confundida com outra.
Sistemas de Informações Gerenciais (SIG)
Trata-se de um sistema composto de pessoas, hardwares, softwares e
materiais para fornecer informações à gerência em qualquer nível da
hierarquia organizacional.
Dado - é a menor unidade de uma informação, podendo ser um código de
material, o nome do material, uma quantidade, um peso etc.
Informação - é o significado obtido do relacionamento de um conjunto de
dados.
PRINCIPAIS CRÍTICAS OU COMENTÁRIOS SOBRE A TEORIA DE SISTEMAS
Das teorias da Administração estudadas até agora, a Teoria dos Sistemas
é a menos criticada. Provavelmente, isso se deve ao caráter geral que
visou facilitar a integração conceitual e de princípios das ciências sociais. Na
verdade, dado o potencial dessa teoria, muitas mudanças e adaptações
podem ser realizadas no âmbito da Teoria de Administração, mediante o
emprego da Teoria dos Sistemas. Essa teoria possui um escopo amplo de
abrangência, indo desde a área da cibernética, métodos matemáticos:
pesquisa operacional, teoria das filas, teoria dos grafos, programação linear,
probabilidade aplicada à amostragem e às previsões e, atualmente,
avançando cada vez mais na área do conhecimento em que temos o EAD -
Ensino a distância mediante o apoio da TI - Tecnologia da informação. Assim,
percebe-se a grande influência da Teoria de Sistemas nas práticas
organizacionais no século XXI.
A Teoria de Sistemas enriqueceu muito a Teoria da Administração quanto
a sua aplicabilidade mais abrangente de interligação e da integração das
unidades entre si e com as situações dos ambientes com as quais convivem.
Uma crítica recebida pela Teoria de Sistemas é que ela é abstrata para
efeito de compreensão e, com isso, oferece dificuldade de aplicação no
ambiente organizacional quanto à conduta da administração.
UNIDADE 7 - TEORIA DE SISTEMAS
94
 Os comentários em relação à Teoria de Sistemas são mais sobre a
contribuição dessa teoria para a Teoria Geral da Administração.
As teorias Clássica, das Relações Humanas, da Burocracia e Neoclássica
são teorias que trataram as organizações como se fossem unidades num
vácuo, ou seja, lidando com ambientes como se fossem estáveis - sistemas
fechados para o ambiente,ignorando as influências que poderiam ser
exercidas em relação aos conceitos e princípios concebidos com o olhar
apenas para o interior da organização, sem considerar o ambiente e as
influências que estes normalmente exercem sobre a organização.
Naturalmente, não podemos deixar de considerar cada teoria em seu contexto
histórico, envolvendo as condições econômicas, políticas e sociais de cada
época. Mas o ambiente tem mudado com maior velocidade e com isso nos
permitindo maior visibilidade das condições com que a administração deve
ser considerada nas organizações.
A Teoria de Sistemas forneceu uma série de contribuições para efeito de
análise e administração das organizações. Da cibernética foi incorporada à
administração a concepção da organização como um sistema pela existência
e funcionamento cíclico de condições denominadas de:
1- entradas.
2- processamento.
3- saída.
4-retroação (feedback) em relação ao ambiente, repetindo todo o ciclo.
A organização, da mesma forma que os sistemas, não tem um caráter
estático e sim dinâmico, em movimento contínuo que certamente tenderá a
ser não repetitivo ou permanente. Os ambientes, de modo geral, são
hipercomplexos, nos quais muitos dos acontecimentos ocorrem de forma
imprevisível (probabilística - ambiente de incerteza) e não de forma previsível
(determinística - ambiente de certeza), tendo que adotar uma visão
multidisciplinar, considerando além da administração, a Tecnologia da
Informação, a Engenharia, a Sociologia, a Psicologia, a Economia etc., para
efeito de análise e tomada de decisões.
Considerando a Teoria de Sistemas, percebemos que a organização pode
ser analisada tanto sob o ponto de vista de uma unidade participante de um
ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
95
todo maior (ambiente formado pela comunidade, pela sociedade com todas
as organizações e influências) quanto de forma isolada, como se fosse única
e formada apenas por estrutura, com órgãos, funções, atividades e tarefas,
de forma interligada e bastando a si mesma.
A organização deve procurar melhorar não só o desempenho das partes
como o funcionamento do todo. Entretanto, a melhoria do todo nas
organizações não ocorre pela maximização da melhoria de cada parte, pois
algumas delas vão funcionar de modo mais sacrificado para que ocorra a
melhoria da organização como um todo. A essa condição dá-se o nome de
efeito sinérgico. Você sabe o que isso significa? Não? Pois efeito sinérgico é
um sistema que tem um resultado maior do que a soma das contribuições
das unidades menores. Ele tem um efeito multiplicador. Na maioria das vezes,
uma unidade se sacrifica mais do que outra para que o resultado final do
sistema possa ser maximizado.
Exemplos: Uma determinada empresa de projetos, para vencer uma
concorrência, requereu grande esforço de alguns de seus especialistas. Estes
definiram estratégias, desenvolveram o projeto, participaram de reuniões,
negociaram e, por fim venceram a concorrência e realizaram a venda. Nesse
projeto, os especialistas trabalharam sob carga intensa de trabalho,
perderam noites de sono para em seguida a empresa iniciar a produção do
que foi vendido. Muitas áreas da organização exerceram suas atividades
em ritmo normal, outras mais requeridas naquele momento pelos especialistas
exerceram um esforço maior do que as demais, para que, no final, o sistema
da empresa apresentasse um resultado surpreendente, que não foi obtido
pela simples soma das partes. O efeito sinérgico tem efeito multiplicador e
não de soma.
Na atualidade, as organizações têm sido administradas como um sistema
adaptativo (eficácia e eficiência) em relação ao ambiente e cada vez mais
como um sistema pró-ativo, no qual a organização procura construir o futuro
e não esperá-lo para em seguida procurar a adaptação.
Idéias trazidas pela Teoria de Sistemas
EXEMPLIFICANDO
UNIDADE 7 - TEORIA DE SISTEMAS
96
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data minig, freeware e hacker.
LEITURA COMPLEMENTAR:
Aprofunde seus conhecimentos lendo o capítulo 13 do livro
Andrade, Rui Otávio & Amboni, Nério, Teoria Geral da
Administração, M. books: São Paulo, 2006.
É HORA DE SE AVALIAR!
Não esqueça de realizar as atividades desta unidade de
estudo, presentes no caderno de exercício! Elas irão ajudá-
lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia
no processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija
as respostas no caderno e depois as envie através do nosso
ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco!
Agora que você concluiu a sétima unidade, que tratou da Teoria de
Sistemas, já dispõe de conhecimentos sobre uma das mais atuantes teorias
do estágio atual da Administração. Estudaremos na próxima unidade a Teoria
Neoclássica, que vai ter como foco os fins e os resultados a serem atingidos
pela organização, mediante a prática das funções administrativas:
planejamento, organização, direção e controle.
1 KATZ, Daniel e KAHN, Robert A. A Psicologia social das organizações.
São Paulo: Atlas, 1970.

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