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REVISÃO DE LITERATURA

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INTEGRANTES DO GRUPO
ADILSON RIAN MARQUES FARIAS
MAYCON DOWGLAS PINTO DOS SANTOS 
FERNANDA BEATRIZ DE SOUZA CERQUEIRA
JHONATA MATHEUS DA SILVA CONCEIÇÃO
JÚLIO CESAR DO NASCIMENTO MENDONÇA
9 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
9.1 Adolescentes
Adolescência, para alguns autores, é considerada a partir do momento em que os “jovens” começam a ter autonomia sobre o seu caminho profissional, sobre o seu projeto de vida, quando eles começam a construir a sua própria identidade. O período da adolescência está determinado culturalmente. A autonomia corresponde assim a uma das tarefas desenvolvimentistas mais importante da adolescência (Fleming, 2004).
Para Shaffer (2005), a adolescência é atualmente entendida como uma etapa de desenvolvimento marcada por drásticas mudanças, tanto a nível físico, como a nível cognitivo e social. Considera-se que se inicia por volta dos 10 anos de idade e termina por volta dos 19 anos. Seguindo esta referência, as informações e análises realizadas serão representadas por jovens dentro desta faixa etária.
Numa sociedade de classe média baixa, de acordo com Foucault (1996), conclui-se que, as práticas sociais podem chegar a engendrar domínios de saber que não somente fazem aparecer novos objetos, novos conceitos, novas técnicas, mas também fazem nascer formas totalmente novas de sujeitos e de sujeitos de conhecimento. Ou seja, a prática social auxilia o adolescente no seu bem-estar físico, mental e social.
Complementando esta linha de raciocínio Ribeiro (2003) diz que a avaliação do bem-estar da criança e do adolescente, torna-se fundamental ter em conta a experiência subjetiva em vez das condições de vida. Uma vez que a relação entre as condições objetivas e o estado psicossocial é imperfeita e que, para conhecer a experiência da qualidade de vida, é necessário o recurso direto à descrição do próprio indivíduo sobre o que sente pela sua vida.
9.2 Qualidade de Vida
	Há uma relação entre qualidade de vida e estado de saúde tanto física como psicológica. Nos últimos anos temos observado um crescente movimento pelo bem-estar, promoção de saúde e qualidade de vida. Como lembra Witier (1997), para o ser humano, o apetite da vida está estreitamente ligado ao menu que lhe é oferecido. Seria, portanto, qualidade de vida uma adaptação às condições socioculturais, moldando cada indivíduo de acordo com o ambiente em que ele se encontra.
Ros e colaboradores (1992) reiteram que a maioria dos autores afirma que é necessária a conceituação precisa para poder determinar o que é uma boa ou má qualidade de vida, que parâmetros a definem e que importância tem seus componentes objetivos e subjetivos. A medida de qualidade de vida, mesmo se é ainda um instrumento recente e vindo de uma tradição estrangeira, anglo-saxônica, empirista e utilitarista, é um fato irreversível que vai, provavelmente, pertencer ao nosso universo, da mesma forma que a ecografia (Rameix, 1997). A expressão qualidade de vida ligada à saúde é definida por Auquier et al. (1997) como o valor atribuído à vida, ponderado pelas deteriorações funcionais; as percepções e condições sociais que são induzidas pela doença, agravos, tratamentos; e a organização política e econômica do sistema assistencial.
O tema qualidade de vida é tratado sob os mais diferentes olhares, seja da ciência, através de várias disciplinas, seja do senso comum, seja do ponto de vista objetivo ou subjetivo, seja em abordagens individuais ou coletivas. Trazendo a ideia da importância a prática de um esporte na vida dos adolescentes, Hallal e colaboradores (2005) afirmam que o nível de atividade física de pessoas de baixa renda tende a ser alto, provavelmente porque essas pessoas tendem a ter uma ocupação profissional com características de moderada a intensa exigência física. Por outro lado, o tempo de atividade física relacionada ao lazer, o qual é mais uma escolha do que uma obrigação é mais frequente entre pessoas com uma condição econômica mais favorável. Dito isto será analisado o nível de prazer relacionado com a prática da capoeira dos adolescentes bem como a contribuição do esporte para a melhoria da qualidade de vida de cada um dos entrevistados.
9.3 Capoeira
A Capoeira é um dos elementos nascidos da resistência negra ao fardo colonizador mais interessantes. O escravo utiliza seu corpo como arma, como recurso de defesa e não se submete docilmente ao opressor. Nas palavras de Silva (2008b, p. 13.): Verifica-se, na sociedade brasileira, que o negro foi escravizado, porém nunca conquistado. O trabalho foi escravizado, mas a alma não se submeteu a escravidão do corpo. A Capoeira é mais que um elemento simbólico de resistência, é factual. Homens e mulheres negros as desenvolveram-na para se defender perante o colonialismo europeu, se defender fisicamente, defender sua cultura e tradições, defender sua história. Usou seu próprio corpo na organização de seu sistema de defesa, se tornando um dos capítulos mais sugestivos da cultura popular (SALLES, 2004, p. 113).
A capoeira, segundo Soares et al. (1992), expressa a voz do oprimido na sua relação com o opressor, encerra em seus movimentos a luta de emancipação do negro no Brasil escravocrata. Seus gestos hoje esportivizados, no passado, significaram saudades da terra e da liberdade perdida e o desejo de reconquista desta liberdade usando como arma o próprio corpo. Por isso não se deve separar a capoeira de sua história, mas sim resgatá-la como algo que, além de jogo, luta ou esporte é uma manifestação cultural. Vieira (1998) propõe a capoeira como uma modalidade de luta realizada ao som de cânticos e instrumentos musicais (berimbau, pandeiro e atabaque), existindo registros de sua prática desde o século XVII, época das invasões holandesas no Nordeste. Hoje esta mistura de dança, jogo e luta é ensinada e praticada de forma mais sistematizada em clubes esportivos, escolas e em universidades, tornando-se a “arte marcial brasileira”.
Conhecer quais os motivos que levam os alunos à prática de atividades motoras na escola podem melhorar as atividades escolares e contribuir no processo de ensino-aprendizagem, já que a aprendizagem e a motivação são processos interdependentes no homem (BERLEZE; VIEIRA E KREBS, 2002). O conhecimento dos motivos que levam os adolescentes a praticar uma atividade motora, conforme Paim (2001), é um aspecto de fundamental importância para os professores de Educação Física, de modo que sua atuação seja estruturada com base no interesse do praticante, facilitando a escolha das atividades, o ritmo da aula, o comportamento relacional e a maneira de motivar para uma prática alegre e prazerosa.
Dessa forma, os motivos relacionam-se, primeiramente, à saúde; em segundo lugar, amizade/lazer são os que mais influenciam os jovens a procurar a prática da capoeira na escola. Esses resultados corroboram com achados de Berleze, Vieira e Krebs (2002), que estudando os motivos para a prática de atividades motoras na escola em meninos encontraram o prazer pela realização do movimento e o gosto pelo esporte como os motivos mais relevantes. Assim, o meio escolar, de certa forma, contribui para uma prática menos competitiva do esporte, ou pelo menos é isso que os jovens esperam. Os dados deste estudo, porém, apresentam diferenças dos achados de Gaya e Cardoso (1998), que pesquisando os fatores motivacionais de crianças e adolescentes para a prática esportiva em clubes esportivos, observaram que os motivos relacionados à competência. como o feedback do professor e as orientações para o resultado deverão levar em consideração os aspectos citados como importantes pelos adolescentes, ou seja, as questões relacionadas às categorias saúde e amizade/lazer. Além disso, de acordo Braghirolli et. al (2001), há muitos outros fatores, além dos motivos, que influenciam o comportamento, como a percepção, as emoções, a aprendizagem e, ainda, os motivos humanos, muitas vezes inconscientes, que também devem ser observados pelos educadores.
Costa e Vieira (2003) colocam que os fatoresmotivacionais influenciam no rendimento de maneira diferenciada dependendo da individualidade de cada um. Assim, proporcionar elementos motivadores durante o treinamento é muito importante para o sucesso no esporte, levando em consideração, além dos fatores motivacionais que levam um grupo de pessoas a praticarem uma atividade, também as aspirações individuais, não impondo limitações para o desempenho dos alunos.
9.4 Conclusão
O presente estudo teve por objetivo identificar os fatores motivacionais que levam os adolescentes a participarem de clubes escolares de capoeira. Os fatores relacionados à saúde e amizade/lazer foram os de maior importância. No entanto, a questão relacionada à competência desportiva, desde que não seja voltada exclusivamente para a competição, também aparece como um importante fator motivacional para os praticantes de capoeira. 
A alta incidência na categoria saúde pode ter relação com a grande difusão de informações sobre qualidade de vida tanto no meio escolar, nas mídias como no ambiente familiar e também ao crescente número de pesquisas relacionadas ao tema. Ao educador cabe a tarefa de oportunizar uma prática coerente com as diversas características de seus alunos como os aspectos físicos, psicológicos e vivências anteriores. 
Isto irá proporcionar ao professor uma maior aproximação de seus alunos bem como irá norteá-lo para uma melhor sistematização de seus conteúdos. Na escola, onde o principal objetivo para a prática esportiva deve ser o educacional, é importante que haja uma relação entre a prática motora com o conjunto das motivações dos alunos. No momento em que o aluno se sente motivado para determinada prática, esta flui melhor e os objetivos propostos são alcançados de uma maneira mais fácil. Aos praticantes de capoeira, a partir dos dados deste estudo, devem ser oportunizadas práticas voltadas aos aspectos relacionados ao lazer, mas que esta prática também esteja relacionada à promoção da saúde e ao desenvolvimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AUQUIER P, SIMEONI, MC & MENDIZABAL H. Approches théoriques et méthodologiques de la qualité de vie liée à la santé. Revue Prevenir 33:77-86, 1997.
BERLEZE, A.; VIEIRA, L. F.; KREBS, R. J. Motivos que levam crianças para a prática de atividades motoras na escola. Revista da Educação Física/UEM, Maringá, v.13, n. 1, p.99-107, 2002.
BRACHT, V. Metodologia do ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992.
BRAGHIROLLI, E. M.; BISI, G. P.; RIZZON, L.A.; NICOLETTO, U. Psicologia geral. 21 ed. Porto Alegre: Editora Vozes, 2001.
COSTA, L. C. A.; VIEIRA, L. F. Estudo dos fatores motivacionais e estressantes em atletas do campeonato nacional de basquete masculino adulto. Revista da Educação Física/UEM, Maringá, v.14, n.1, p.7-16, 2003.
FLEMING, M. Adolescência e autonomia- O desenvolvimento psicológico e a relação com os pais. 3ª Edição, Edições Afrontamento. Porto, 2004.
FOUCAULT, M. A verdade e as formas jurídicas. Rio de Janeiro: NAU Ed, 1996. 
PAIM, M. C. C. Motivos que levam adolescentes a praticar o futebol. Revista Digital, Buenos Aires, ano 7, n.43, diciembre, 2001.
RAMEIX, S. Justifications et difficultés éthiques du concept de qualité de vie. Revue Prevenir 33:89-103, 1997.
RIBEIRO, J.L.P. Quality of life is a primary end-point in clinical settings. Clinical Nutrition, 23 (1): 121-130, 2003.
ROS, V. R. et al. Bases conceptuales para el diseño de um instrumento de medida de la calidad de vida en los afectados por problemas de salud: el índex de qualitat de vida de l'Escola Universitària d'Infermeria de la Universitat de València (IQV-EUIV-1). Medicina Clínica, Barcelona, v. 98, n. 17, p. 663-670, 1992. 
SALLES, Vicente. O negro na formação da sociedade paraense. Belém: Paka-tatu, 2004.
SHAFFER, D. R. Psicologia do Desenvolvimento: Infância e Adolescência. 6ª Edição, Thomson. São Paulo- Brasil, 2005.
SILVA, Eusébio Lôbo de. O corpo na capoeira: breve panorama: estória e história da capoeira. Campinas: Unicamp, 2008b.
SOARES, C. L.; TAFFAREL, C. N. Z.; VARJAL, E.; FILHO, L. C.; ESCOBAR, M. O.; VIEIRA, L. R. O jogo de capoeira: cultura popular no Brasil. 2 ed. Rio de Janeiro: Sprint, 1998.
WITIER, PL. La qualité de vie. Revue Prevenir 33:61-62, 1997.

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