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CARACTERIZAÇÃO DA PSICOLOGIA: HISTÓRIA, OBJETOS DE ESTUDO E MÉTODOS Isabela Amblard Doutoranda em Psicologia – UFPE A HISTÓRIA DA PSICOLOGIA Ciência e Senso Comum: Quantas vezes, no nosso dia a dia, ouvimos o termo psicologia? Utilização do termo com diversidade de sentidos; Psicologia do senso comum x Psicologia científica; O senso comum: conhecimento da realidade Tipo de conhecimento acumulado no cotidiano; Conhecimento intuitivo, espontâneo, de tentativa e erros; Essencial à nossa vida e cotidiano; Produção de “teorias”. A HISTÓRIA DA PSICOLOGIA O senso comum: conhecimento da realidade O senso comum mistura e recicla conhecimentos especializados, reduzindo-os a um tipo de teoria simplificada, que, por sua vez, produz uma visão de mundo. Exemplo: “Psicanálise” (1); “Rapaz complexado (2) Utilização de termos da Psicologia (1) Não existe apenas uma psicanálise, mas várias representações dela, que se mostram de modo diferente da maneira como essa própria teoria se vê e se define. A HISTÓRIA DA PSICOLOGIA O conceito de ciência Conjunto de conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade (objeto de estudo), expresso por meio de uma linguagem precisa e rigorosa. Tais conhecimentos devem ser obtidos de maneira programada, sistemática e controlada, para que se permita a verificação de sua validade. Característica fundamental à ciência: objetividade. Portanto, o conhecimento científico envolve: objeto específico, linguagem rigorosa, métodos e técnicas específicas, processo cumulativo do conhecimento e objetividade. A HISTÓRIA DA PSICOLOGIA A Psicologia científica Diversidade de objetos de estudo da Psicologia Reconhecimento da Psicologia enquanto ciência no final do século 19, embora já existisse enquanto preocupação humana na Filosofia. O pesquisador confunde-se com o objeto de estudo pesquisado (o homem). ----- Neutralidade? Diferentes concepções de homem entre os cientistas. Assim, conforme a concepção de homem adotada, tem-se uma concepção de objeto que combine com ela. Diversidade de objetos também justificada pela impossibilidade dos fenômenos psicológicos serem acessados a partir de um mesmo nível de observação. Podemos falar, portanto, em ciências psicológicas. OBJETO DE ESTUDO: SUBJETIVIDADE Homem em todas as suas expressões: Visíveis: nosso comportamento Invisíveis: nossos sentimentos Singulares: porque somos o que somos Genéricas: porque somos todos assim A subjetividade é o mundo de ideias, significados e emoções construído internamente pelo sujeito a partir de suas relações sociais, de suas vivências e de sua constituição biológica; é, também, fonte de suas manifestações afetivas e comportamentais. OBJETO DE ESTUDO: SUBJETIVIDADE “... é a maneira de sentir, pensar, fantasiar, sonhar, amar e fazer de cada um. É o que constitui o nosso modo de ser: sou filho de japoneses e militante de um grupo ecológico, detesto matemática, adoro samba, pratico ioga, tenho vontade mas não consigo namorar.” Subjetividade não é inata, mas construída aos poucos. Reflexão: “O importante e bonito é isso: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando. Afinam e desafinam” (Grande Sertão: Veredas, Guimarães Rosa). A forma de conceber a subjetividade (assim como outros objetos de estudo) dependerá da concepção de homem adotada pelas diferentes escolas psicológicas). PSICOLOGIA E MISTICISMO Psicologia como área científica: 1875, a partir da criação do primeiro laboratório, em Leipzig (Alemanha), por Wundt. Desligamento das ideias psicológicas de ideias abstratas e espiritualistas, que defendiam a existência de uma alma nos homens, a qual seria sede da vida psíquica. Fortalecimento de vínculos com princípios e métodos científicos. Ideia fortalecida de homem autônomo, capaz de se responsabilizar pelo seu próprio desenvolvimento e pela sua vida. Falta de explicação para diversos fenômenos, e incapacidade de esgotamento de questões devido às novas demandas que surgem a cada dia. PSICOLOGIA E MISTICISMO A partir de tais “desconhecimentos” há uma busca por respostas em outros campos do saber = práticas não psicológicas (tarô, astrologia, numerologia, etc.). Práticas não construídas no campo da Ciência, a partir do método e dos princípios científicos; Opõem-se aos princípios da Psicologia, que vê não só o homem como ser autônomo, que se desenvolve e se constitui a partir de sua relação com o mundo social e cultural, mas também o homem sem destino pronto, que constrói seu futuro ao agir sobre o mundo. Reconhecimento (sem preconceito) de que o homem construiu muitos saberes em busca de sua felicidade. Embora tais saberes não estejam no campo da Psicologia, podem se tornar seu objeto de estudo.
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