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Disciplina: Fundamentos da Epidemiologia Aula 4: Indicadores Epidemiológicos Apresentação Nesta aula, você estudará as condições de saúde do Brasil. Serão destacadas as formas de medição da saúde de maneira simplificada e os indicadores de morbidade, focalizando o conceito de frequência, a relação entre a prevalência e a incidência de doenças. Em seguida, abordaremos os indicadores de mortalidade, representados pela taxa geral e específica, destacando também, a taxa de mortalidade infantil e a razão de mortalidade materna. Trataremos ainda dos objetivos e da estrutura da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD). O conceito de desenvolvimento humano (IDH) que parte do pressuposto de que para aferir o avanço de uma população não se deve considerar apenas a dimensão econômica, mas também as características sociais, culturais e políticas que influenciam a qualidade da vida humana. Objetivos Descrever os conceitos e as aplicações dos principais indicadores epidemiológicos, os indicadores básicos para a saúde no Brasil; Registrar o cálculo e a interpretação das medidas de ocorrência de doenças, agravos e óbitos; Diferenciar as relações de prevalência e incidência de doenças; Identificar os objetivos e a estrutura da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD); Analisar o conceito de desenvolvimento humano. O que são e para que servem os indicadores? De acordo com Rouquayrol (1999), indicadores são parâmetros utilizados internacionalmente com o objetivo de avaliar, sob o ponto de vista sanitário, a higidez de agregados humanos, bem como fornecer subsídios aos planejamentos de saúde, permitindo o acompanhamento das flutuações e tendências históricas do padrão sanitário de diferentes coletividades consideradas à mesma época ou da mesma coletividade em diversos períodos de tempo. Segundo o documento, Indicadores básicos de saúde no Brasil (análise do período 1996 a 1999): O grau de excelência de um indicador deve ser definido por sua: VALIDADE (capacidade de medir o que se pretende) CONFIABILIDADE (reproduzir os mesmos resultados quando aplicado em condições similares) MENSURABILIDADE (basear-se em dados disponíveis ou fáceis de conseguir) RELEVÂNCIA (responder a prioridades de saúde) CUSTO-EFETIVIDADE (os resultados justificam o investimento de tempos e recursos) Saiba mais Leia o Painel Indicadores do SUS – Saúde da Família;Leia os Indicadores Básicos para a Saúde no Brasil: conceitos e aplicações - 2008 - 2ª Edição da RIPSA, publicado pela Organização Pan-Americana da Saúde – RIPSA (Rede Interagencional de Informações para a Saúde). Indicador de desempenho. (Fonte: Mll / Shutterstock) Os indicadores são apresentados como: ✔ Indicadores de Morbidade e fatores de risco; ✔ Indicadores de Mortalidade; ✔ Indicadores Demográficos; ✔ Indicadores Socioeconômicos; ✔ Indicadores de Recursos; ✔ Indicadores de Cobertura. Medidas de ocorrência de doenças, agravos e óbitos Como as doenças e agravos de interesse em saúde coletiva se distribuem segundo as condições de vida, revelando as desigualdades sociais que necessitam de intervenção? A análise da situação de saúde é uma das aplicações da Epidemiologia, na interface entre a produção de conhecimentos e sua aplicação aos serviços de saúde. Na verdade, é necessário conhecer o que afeta a saúde da população e em que medida isso ocorre, o que compromete o pleno desempenho das potencialidades humanas, quais os fatores relacionados ao surgimento de doenças, agravos e óbitos e os que podem ser evitados através de prevenção e assistência adequada. Segundo Paulo Buss (2000), o estado de saúde está associado à qualidade de vida das populações e que as características da vida em sociedade, o modo de viver a vida e as relações sociais guardam relação com o nível de saúde. Daí a necessidade de analisar a situação sanitária de acordo com as características sociais, econômicas, políticas e culturais das coletividades. Por ser mais difícil de se mensurar a saúde, mede-se a “não saúde”, ou seja, as doenças e agravos (morbidade), as mortes (mortalidade), as incapacidades físicas e mentais (sequelas); mede-se, também, as variáveis relacionadas a processos fisiológicos (como a gestação), hábitos e estilo de vida (exercícios físicos, dietas saudáveis etc.), entre outros. A doença como evento pode ser medida em sua frequência e analisada para o estudo das características e do impacto sobre a situação de saúde da população (Barata, 1997).Dessa forma, métodos epidemiológicos são empregados para estudar uma doença ou agravo à saúde identificando, assim, grupos que estejam sob maior risco, indicando possíveis causas e produzindo informações que auxiliem o controle das enfermidades e na avaliação dos resultados das ações e serviços de saúde. A produção de dados referentes às doenças (dados de morbidade) e os óbitos (dados de mortalidade) a partir de registros ambulatoriais, hospitalares ou de inquéritos populacionais é uma ferramenta extremamente útil. Leitura Clique aqui <galeria/aula4/anexo/a04_04_01.pdf> , para continuar os estudos sobre o levantamento de dados para a produção de indicadores Epidemiológicos. Os principais indicadores utilizados na epidemiologia para avaliar o estado de saúde das comunidades são: Morbidade é uma variável característica de comunidades de seres vivos e refere-se ao conjunto de indivíduos que adquirem doenças em um dado intervalo de tempo e lugar. Designa-se morbidade ao comportamento das doenças e dos agravos à saúde em uma população exposta. Leitura Clique aqui <galeria/aula4/anexo/a04_04_02.pdf> para continuar os estudos sobre Morbidade. Em Saúde Pública, os indicadores utilizados com mais frequência para avaliar o risco de um problema de saúde ou para descrever a situação de morbidade em uma comunidade são as duas medidas básicas da frequência: a prevalência e a incidência. Leitura Clique aqui <galeria/aula4/anexo/a04_04_03.pdf> para continuar os estudos sobre os indicadores de Morbidade - prevalência e a incidência. Mortalidade é uma propriedade natural das comunidades dos seres vivos. Refere-se ao conjunto dos indivíduos que morrem em um dado intervalo de tempo e em certo espaço. Leitura Clique aqui <galeria/aula4/anexo/a04_04_04.pdf> para continuar os estudos sobre Mortalidade. Indicadores Demográficos Esperança de vida A esperança de vida para uma faixa etária definida é um indicador geral das condições de vida e saúde e reflete o padrão de mortalidade de uma população. Principais funções dos Indicadores Demográficos Analisar variações geográficas e temporais na expectativa de vida da população; Contribuir para a avaliação dos níveis de vida e de saúde da população; Subsidiar processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas de saúde e de previdência social, entre outras, relacionadas com o aumento da expectativa de vida ao nascer. Médico e elementos de saúde. (Fonte: ESB Professional / Shutterstock) Pesquisa Nacional por Amostrade Domicílio (PNAD) A PNAD apresenta dados sobre as condições de saúde, necessidades, acesso e utilização de serviços e planos de saúde, moradia, censo populacional. Objetivos da PNAD: Levantamento estatístico que integra o Programa Nacional de Pesquisas Contínuas por Amostra de Domicílios da Fundação IBGE; Vem sendo realizada desde 1967 com um duplo objetivo: a) Suprir a falta de informações sobre a população brasileira durante o período intercensitário; b) Estudar temas insuficientemente investigados ou não contemplados nos censos demográficos decenais realizados por aquela instituição. Clique aqui <galeria/aula4/anexo/a04_06_01.pdf> e confira alguns dados de pesquisa do IBGE - PNAD. A PNAD está estruturada em: Pesquisa básica Investiga, de forma contínua, os temasdefinidos como de maior importância para medir e acompanhar o nível socioeconômico da população: habitação e mão de obra, além de características demográficas e educacionais. Pesquisas suplementares Aprofundam os temas permanentes e investigam outros assuntos de interesse que se interliguem com os da pesquisa básica. Pesquisas especiais Abordam assuntos de maior complexidade, que exigem tratamento à parte da pesquisa básica. Fonte: Portal MEC Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) O conceito de Desenvolvimento Humano parte do pressuposto de que para aferir o avanço de uma população não se deve considerar apenas a dimensão econômica, mas também outras características sociais, culturais e políticas que influenciam a qualidade da vida humana. O objetivo da elaboração do IDH é oferecer um contraponto a outro indicador muito utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que considera apenas a dimensão econômica do desenvolvimento. Fases da vida. (Fonte: Lyudmyla Kharlamova / Shutterstock) Desde 2010, quando o Relatório de Desenvolvimento Humano completou 20 anos, novas metodologias foram incorporadas para o cálculo do IDH. Atualmente, os três pilares que constituem o IDH (saúde, educação e renda) são mensurados da seguinte forma: Saúde Uma vida longa e saudável é medida pela expectativa de vida. Educação O acesso ao conhecimento é medido por: 1) Média de anos de educação de adultos, que é o número médio de anos de educação recebidos durante a vida por pessoas a partir de 25 anos; 2) A expectativa de anos de escolaridade para crianças na idade de iniciar a vida escolar, que é o número total de anos de escolaridade que um criança na idade de iniciar a vida escolar pode esperar receber se os padrões prevalecentes de taxas de matrículas específicas por idade permanecerem os mesmos durante a vida da criança. Renda E o padrão de vida é medido pela Renda Nacional Bruta (RNB) per capita expressa em poder de paridade de compra (PPP) constante, em dólar, tendo 2005 como ano de referência. Fonte: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento As medidas da frequência das doenças, agravos à saúde e de óbitos representam um desafio constante para a realização de ações de prevenção, promoção da saúde e da qualidade de vida. Os principais sistemas de informação possuem grande cobertura em todo país e o seu aperfeiçoamento possibilitam obter indicações com elevado grau de fidedignidade para as áreas com melhor desenvolvimento social e de gestão dos serviços de saúde. Dessa forma, melhorias no processo saúde-doença-cuidado podem ser proporcionadas através da interpretação das medidas de morbidade e mortalidade, mesmo com suas limitações. Atividade Estudo de Caso A febre amarela silvestre é uma doença que apresenta grande variação na letalidade. Dados do SINAN - Sistema de Informação sobre Agravos de Notificação do Ministério da Saúde -, revelam que entre 2001 e 2006 foram notificados no Brasil 109 casos confirmados da doença e 51 óbitos (RIPSA, 2008). 1) Calcule o coeficiente de letalidade da febre amarela nesse período e escreva o resultado no espaço abaixo, considerando apenas os 3 primeiros dígitos. 2) Como você explicaria essa variação na letalidade? Próximos Passos Etapas do método epidemiológico; Problematização na pesquisa epidemiológica; Hipóteses epidemiológicas; Epidemiologia Descritiva; Variáveis epidemiológicas; Formas de ocorrência das doenças; Risco e vulnerabilidade às doenças; Desenhos de pesquisa em Epidemiologia. Explore mais Pesquise na internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Em caso de dúvidas, converse com seu professor online por meio dos recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem.
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