Buscar

Liderança em enfermagem - Artigo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
FACULDADE DE ENFERMAGEM
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM BÁSICA
DISCIPLINA ADMINISTRAÇÃO EM ENFRMAGEM II
Docente: Raquel Líquer de Deus
Conteúdo: Liderança em enfermagem
Objetivos: 
 Compreender a importância da liderança para o desenvolvimento do trabalho
em enfermagem;
 Discutir os estilos de liderança no trabalho em equipe e na prática em
enfermagem e sua influência na qualidade da assistência de enfermagem;
1- Introdução:
A liderança constitui um dos temas administrativos mais pesquisados nas
últimas décadas. Onde vários autores desenvolveram diversas teorias, sendo que
estas foram se aperfeiçoando ao longo do tempo de acordo com as especificidades e
necessidade que a organização apresentava para concretização de suas metas e
objetivos. Esta é necessária em todos os tipos de organização humana,
principalmente nas organizações que são subdivididas em departamentos. Onde
administrador precisa conhecer a natureza humana e saber conduzir as pessoas, e
ter principalmente a capacidade de resolução de problemas e atividades frente os
mesmos (CHIVANATO, 1993). 
A liderança tem sido também uma preocupação importante por parte dos
administradores das organizações e instituições de saúde, sendo indispensável dar
atenção à relação de aumento da produtividade e de prestação de bens e serviços,
ainda por ser um processo de constante transformação tecnológica (KURCGANT,
2005).
Contudo, o enfermeiro não tem como negar sua parcela de participação e
compromisso nesse contexto (“enfermagem é gente que cuida de gente”), no qual o
desenvolvimento do potencial do ser humano no trabalho será o grande diferencial
das organizações. E é neste contexto que surge o líder, cabendo a ele demonstrar,
por meio de seu próprio exemplo, a possibilidade de crescimento para mudança
(GAMA, 2012).
Cabe ao enfermeiro enquanto líder, ser um facilitador desse processo de
aprendizagem, criando um ambiente no qual seus colaboradores possam
compreender seu passado, entender seu propósito nas organizações e vislumbrar
novas possibilidades.
2- As características de um líder: 
Embora o termo líder esteja em uso desde o século XIV, o termo liderança só
ficou conhecido na língua inglesa na primeira metade do século XIX. Desde a
definição técnica de Chapin (1924), apresentando-a como “um ponto de polarização
para a cooperação do grupo”, ate a afirmação abstrata de De Pree (1987), de que
“liderança não é a ciência ou disciplina; é uma arte e, como tal, deve ser sentida,
experimentada, criada”.
O líder é aquele que possui alguns traços específicos de personalidade que o
distinguem das demais pessoas do grupo. Assim o líder apresenta características
marcantes de personalidade por meio das quais podem influenciar o comportamento
dos membros do grupo. 
Entre as características de um líder segundo Krecer e Crutchfield apud
Kurcgant (1996), está a de coordenar a atividade do grupo, o planejamento destas
atividades, o conhecimento técnico e específico, a determinação de recompensas e
de punições, o papel de elemento exemplo do grupo. O conceito de líder envolve
aceitação voluntária de sua autoridade pelos demais membros, e sua contribuição
para o progresso do grupo.
Drucker (1996) afirma que “Líderes eficazes delegam bem muitas ações;
precisam fazê-lo, ou se afogam em ninharias. No entanto, não delegam algo que
apenas eles podem executar com excelência, aquilo que realmente tem importância,
aquilo que define padrões, aquilo pelo que desejam ser lembrados. ELES AGEM”.
Enfim, Chiavenato (1999) aponta algumas características, ligadas a
personalidade, desejáveis no líder, como: Inteligência, otimismo, calor humano,
Comunicabilidade, mente aberta, espírito empreendedor, habilidades humanas,
empatia, assunção de riscos, criatividades, tolerância, impulso para ação, entusiasmo,
disposição para ouvir, visão do futuro, flexibilidade, responsabilidade, confiança,
maturidade, curiosidade e perspicácia.
3- A Liderança em Enfermagem:
Em 2001 foram instituídas as novas Diretrizes Curriculares do Curso de
Graduação em Enfermagem baseadas em competências. Tais diretrizes definem a
formação de enfermeiros generalistas, humanos, críticos e reflexivos, capazes de
aprender a aprender e que atendam as necessidades da população de acordo com os
princípios que norteiam o Sistema Único de Saúde (SUS). Dentre as competências
instituídas nas Diretrizes Curriculares, necessárias para o exercício da enfermagem,
destaca-se: a atenção à saúde, tomada de decisões, comunicação, administração e
gerenciamento, educação permanente e liderança, a qual daremos ênfase a seguir.
A liderança passou a ser pesquisada cientificamente no início do século XX e
consiste no processo de influenciar as pessoas a atuarem de modo ético-profissional,
o que exige o estabelecimento de laços de confiança, a fim de que se possa trabalhar
coletivamente, com o intuito de alcançar objetivos em comum.
A enfermagem, como parte fundamental constituinte da estrutura
organizacional, o poder de influência de novas habilidades, novos conhecimentos não
apenas relacionado a técnicas operacionais, mas principalmente através de uma nova
ótica administrativa com aumento na prestação de bens e serviços, assim como o
bem pessoal que são o maior objetivo do cuidar em enfermagem.
Alguns autores da Enfermagem consideram-na como um fenômeno de
influência grupal, no qual é imprescindível agregar esforços individuais para atingir as
metas compartilhadas pelo grupo (AMESTOY ET AL, 2012).
Desta forma, percebe-se que exercer a liderança no contexto atual consiste
numa realidade que permeia as ações do enfermeiro, em virtude da ocupação, cada
vez mais frequente, de cargos de destaque nos serviços de saúde, relacionados ao
gerenciamento do cuidado.
No processo de trabalho da enfermagem, a liderança representa um
instrumento gerencial indispensável, pois se encontra tangenciando a rede das
relações humanas do enfermeiro ao coordenar uma equipe de trabalho, além de
contribuir na tomada de decisões e no enfrentamento de conflitos (AMESTOY, 2010).
Para Marquis e Huston (1999), é necessário procurar entender a relação entre
liderança e administração, dessa forma, devemos verificar o que caracteriza gerentes
e líderes. Nesse caso, o que se deseja é que o gerente seja de fato um líder. 
A seguir é apresentada uma síntese das principais diferenças entre gerente e
líder:
Gerente:
• Têm um cargo designado na organização formal;
• Têm uma fonte legítima de poder devida à autoridade que acompanha o cargo;
• Exercem determinadas funções, tem deveres e responsabilidades;
• Enfatizam o controle, a tomada de decisões, a análise das decisões e os
resultados;
• Manipulam pessoas, ambiente, dinheiro, tempo e outros recursos para o
alcance das metas da organização;
• Tem responsabilidade e comprometimento formais em relação à racionalização
e ao controle maiores do que os líderes;
• Dirigem subordinados cooperativos e não-cooperativos.
Líderes:
• Não costumam ter autoridade delegada, obtém o poder por outros meios, como
a influencia;
• Tem maior variedade de papeis do que os administradores;
• Podem não pertencer à organização formal;
• Focalizam o processo de grupo, a coleta de informações, a retroalimentação e
o fortalecimento dos outros;
• Enfatizam as relações interpessoais;
• Dirigem seguidores cooperativos;
• Tem metas que podem ou não refletir as da organização.
A liderança tem sido necessário em todas as atividades do enfermeiro,
principalmente quando o profissional tem o interesse de exercer com competência o
seu trabalho, onde muitas vezes tem se encontrado dividido entre o desempenhode
atividades assistenciais ao cuidado direto ao paciente, ou então assumindo a função
administrativa que envolve a interação com o pessoal de enfermagem (KURCGANT,
2005).
Em uma equipe de enfermagem há pessoas com diferentes personalidades e
de nível técnico variados, onde o enfermeiro tem que ter uma visão de grupo, ou seja,
perceber em cada membro da equipe suas habilidades técnicas e ao mesmo tempo a
superação de suas dificuldades, em meio a uma interrelação entre a qualidade da
orientação do líder que dedica um tempo determinado a explicar os deveres e
responsabilidades de uma pessoa ou de todo grupo (WEBBE, 2005).
A liderança pode ser considerada um processo de influência que o indivíduo
utiliza sobre o outro, para o alcance dos objetivos numa determinada situação. É
através da liderança que o enfermeiro tenta conciliar as metas da organização com a
da equipe de enfermagem, geralmente envolve o conceito de poder e autoridade,
abrangendo todas as maneiras pelas quais se introduzem mudanças no
comportamento de pessoas ou de um grupo de pessoas. Mas quanto esta forma de
influência é negativa ela pode levar os liderados a questionarem o poder do
enfermeiro dentro da equipe de enfermagem (BALSANELI, 2006). 
Para Chiavenato (1999), a liderança é um fenômeno tipicamente social que
ocorre exclusivamente em grupos sociais e organizações e define como “uma
influência interpessoal exercida numa dada situação e dirigida através do processo de
comunicação humana para a consecução de um ou mais objetivos específicos”. Os
elementos que caracterizam a liderança, e que afetam, portanto a liderança do
enfermeiro são quatro, a saber: a influência, a situação, o processo de comunicação,
os objetivos a alcançar.
O líder eficaz terá que lidar com indivíduos, grupos e metas, e essa eficácia
será considerada em termos de grau de realização de uma meta ou combinação de
metas. O líder servirá ao grupo/equipe como um instrumento para ajudar a alcançar
objetivos.
Durante algum tempo, considerou-se que a liderança era uma qualidade
pessoal, originada da própria personalidade do indivíduo. Hoje já se aceita a
existência de fatores determinantes e que interferem na capacidade de liderança
como a posição hierárquica, a competência profissional e a própria personalidade.
Segundo Michael Useem(1998), professor de Liderança da Wharton Business
School nos Estados Unidos, Citado em VOCÊ S.A.(Abril/1999) são nove os princípios
de liderança.
PRINCÍPIOS DE LIDERANÇA
1- Conheça a si mesmo Entender seus valores e onde quer chegar irão garantir
que você saiba que direção tomar.
2- Explique-se Somente assim os funcionários poderão entender onde
você quer chegar e se querem acompanhar.
3- Exija o máximo Exigir o melhor é um pré-requisito para obtê-lo.
4- Busque o comprometimento Obter consenso antes de uma decisão irá mobilizar
aqueles dos quais você depende após tomar a decisão.
5- Comece já Obter apoio hoje é indispensável, se você planeja lançar
mão dele no futuro.
6- Prepare-se Buscar tarefas variadas e desafiadoras agora irá
desenvolver confiança e habilidades que serão
necessárias mais tarde.
7- Aja com rapidez A inércia e sempre tão desastrosa quanto a ação
imprópria.
8- Encontre-se Para usar seu potencial de liderança é necessário que
você combine seus objetivos e talentos à empresa
certa.
9- Mantenha-se firme A fé em sua visão irá assegurar que seus seguidores
permaneçam inabaláveis na busca de seus objetivos.
(Michael Useem, 1998)
A liderança é um processo de escolha e ao ajudar o grupo a lidar com elas, a
liderança passa a ser também considerada uma questão de processo decisorial.
Dessa forma, o enfermeiro tem no planejamento, como unidade de direção, um forte
subsidio para o processo de tomada de decisão e para o exercício de sua liderança.
Revendo a trajetória da liderança em enfermagem e sua relação com as
Teorias de Administração Geral, Vale a pena lembrar o perfil de líder de cada um
destes momentos:
1950/1970 1970/1980 1970/1980 1980/1990
Líder nato Líder comportamental Líder situacional Líder completo
Nesta época
acreditava-se que
alguns profissionais
nasciam com o
dom de liderar.
Características:
ambição,
integralidade e
autoconfiança e
profundo
conhecimento
técnico. Embora há
alguns que
acreditem nisso, os
especialistas dizem
que esse conceito
é um mito
Aqui surgem os
líderes voltados
para os resultados
e para as pessoas.
Essa teoria deu
origem ao
Managerial Grid
(Grade Gerencial),
que classifica as
pessoas em eixos
(produção X
pessoas). Daí
nasceram rótulos
como 9/9 (nota
máxima em
resultado em
gestão de
equipes). Já o 1/1
era o fracasso total.
Detectaram-se
falhas no modelo
anterior. Um líder
9/9 acabou levando
uma empresa à
ruína, enquanto o
1/1 levantou um
negócio de forma
brilhante. O que fez
a diferença? A
situação. O líder
situacional surge
porque traz
resultados num
cenário especifico,
desenvolvendo
pessoas.
Agora o conceito
de liderança exige
nova postura
profissional. O líder
traz resultados,
constrói relações
com os clientes e o
mercado, fala a
língua do acionista,
é exemplo na
gestão de pessoas.
E é líder de si
mesmo.
 
Contudo, o enfermeiro líder é aquele que mesmo não dispondo de qualquer
autoridade estatutária, ou seja, dentro de uma organização formal, consegue ser
aceito e respeitado, porque é capaz de unir o grupo fazendo-o uma equipe/time de
trabalho, de representa-lo e de conduzi-lo coeso para a busca de seus objetivos e
anseios compartilhados, de manter relações interpessoais positivas.
Existem vários estilos de liderança, sendo que alguns autores referem-se à
liderança carismática, paternalista, maquiavélica, entre outros, porém os estilos de
liderança mais divulgados e estudados na atualidade são apresentados a seguir.
4- Estilos de liderança: 
À medida que estudos sobre liderança foram se desenvolvendo, a pesquisa
afastou-se do estudo das características do líder para dar maior ênfase em suas
ações, quais as maneiras e estilos de comportamento adotados por líderes, e assim
definir os estilos de liderança.
• Liderança autocrática:
O líder é focado apenas nas tarefas. É também é chamado de liderança autoritária ou
diretiva. O líder toma decisões individuais, desconsiderando a opinião dos liderados.
O líder determina as providências e as técnicas para a execução das tarefas, de
modo imprevisível para o grupo. Além da tarefa que cada um deve executar, o líder
determina ainda qual o seu companheiro de trabalho. O líder é dominador e pessoal
nos elogios e nas críticas ao trabalho de cada membro. Esse estilo de liderança
favorece a centralização do poder, promovendo um comportamento dependente e
submisso aos membros do grupo, com sentimentos de tensão, frustração e sobre
tudo apresenta manifestação de conflito entre membros da equipe. O trabalho
somente se desenvolve com a presença física dos líderes, tendo a qualidade do
serviço realizado inferior, mas produzindo em grande quantidade, sendo superior aos
grupos de liderança democrática (WEBBE, 2005).
• Liderança Liberal - Laissez-faire:
Laissez-faire é a contração da expressão em língua francesa laissez faire, laissez
aller, laissez passer, que significa literalmente "deixai fazer, deixai ir, deixai passar".
Neste tipo de liderança as pessoas tem mais liberdade na execução dos seus
projetos, indicando possivelmente uma equipe madura, auto dirigida e que não
necessita de supervisão constante. Por outro lado, a Laissez faire também pode ser
indício de uma liderança negligente e fraca, onde o líder deixa passar falhas e erros
sem corrigi-los.• Liderança Democrática:
É o líder do povo, pelo povo e para o povo, preocupa-se com a participação do grupo,
estimula, orienta, acata e ouve as opiniões do grupo. Chamada ainda de liderança
participativa ou consultiva. A divisão das tarefas fica ao critério do próprio grupo e
cada membro pode escolher os seus próprios companheiros de trabalho. O líder
procura ser um membro normal do grupo. É impessoal e objetivo em suas críticas e
elogios, para ele o grupo é o centro das decisões. O líder democrático é de suma
importância para o progresso de uma organização. Há autonomia do grupo para
decidir e implementar estratégias para resolução dos problemas, para atingir metas,
deixando o caráter do líder intervir apenas quando o grupo solicita e necessita de
orientações técnicas e aconselhamento. A liderança democrática apresenta maior
qualidade no serviço prestado, mas com menor quantidade de serviços
(CHIAVENATO, 1993).
Em suma:
Aspectos Liderança
autocrática
Liderança Liberal/
Laissez-faire
Liderança
Democrática
Tomada de decisão Apenas o líder
decide e fixa as
diretrizes, sem
nenhuma
participação do
grupo.
Total liberdade ao
grupo para tomar
decisões, com
mínima intervenção
do líder.
As diretrizes são
debatidas e
decididas pelo
grupo, que é
estimulado e
orientado pelo líder.
Programação dos
trabalhos
O líder dá ordens e
determina
providencias para a
execução de
tarefas, sem
explica-las ao
grupo.
Participação
limitada do líder.
Informações são
dadas desde que
solicitadas pelo
grupo.
O líder aconselha e
dá orientação para
que o grupo esboce
objetivo e ações.
As tarefas ganham
perspectivas com
os debates.
Divisão de trabalho O líder determina a
tarefa a cada um e
qual o seu
companheiro de
trabalho.
A divisão de tarefas
e escolha dos
colegas são do
grupo. Nenhuma
participação do
líder.
O grupo decide
sobre a divisão das
tarefas e cada
membro tem
liberdade para
escolher os
colegas.
Comportamento do Dominador e O líder assume o O líder é objetivo e
líder pessoal nos elogios
e nas críticas ao
grupo.
papel de membro
do grupo e atua
somente quando
solicitado.
limita-se aos fatos
nos elogios ou
criticas. Trabalha
como orientador da
equipe.
(Adaptado de CHIAVENATO, 1999).
Chiavenato (1999) faz uma correlação entre os 3 estilos de liderança e a postura do
subordinado, apresentado no quadro a seguir:
Líder Autocrático
(chefão)
Líder Liberal
(Mero colega)
Líder Democrático
(impulsionador)
Manda, impõe, exige,
coage.
Ausenta-se, omite-se,
ignora, deixa ficar.
Orienta, Estimula, Ensina,
Ajuda.
Subordinado Subordinado Subordinado
Obedece, aceita
cegamente, desconhece
Faz o que quer e quando
quer.
Colabora, Participa,
sugere, decide, ajuda,
coopera.
Diante de vários estilos de liderança na enfermagem observa-se que não há
um único estilo de liderança que seja incorporado pelo líder previamente sem
conhecer as características pessoais de seus liderados, dessa forma uma liderança
eficaz, demanda primeiro conhecimento por parte do líder da situação administrativa
do ambiente de trabalho assim como das virtudes e dificuldades enfrentadas por seus
liderados (BALSANELLI, 2006). 
Na prática, o enfermeiro utiliza os 3 estilos de liderança, de acordo com a tarefa
a ser desenvolvida, a situação e as pessoas, pois ele tanto determina o cumprimento
de ordens, como sugere a sua equipe a realização de certas tarefas e ainda consulta
a equipe antes de tomar alguma decisão. Dentro dessa perspectiva, cabe ao
enfermeiro saber se adaptar as diversas situações cotidianas, escolhendo o melhor
modelo a ser aplicado de acordo com a situação vivenciada. 
Kurcgant (1991) apresenta o Modelo Contingencial – Situacional de Liderança:
Este estilo adota o conceito de comportamento adaptativo do líder e considera que os
diferentes estilos podem ser eficientes ou não, dependendo dos elementos envolvidos
na situação. Para o estilo de liderança situacional, parte a convicção que não há um
único estilo ou característica de liderança válida para toda e qualquer situação, cada
uma requer um estilo de liderança diferente para alcançar a eficácia no trabalho e
promover o desempenho satisfatório dos subordinados. Além de oferecer ao líder a
possibilidade de se ajustar a um grupo com características diferentes as suas
convicções (SILVA, 2007). Não podemos negar a importância da interação entre
individuo e o meio, e a abordagem e estilo de liderança é uma consequência dessa
interação.
A mesma autora afirma ainda que para o reconhecimento de como ocorre a
liderança em enfermagem, faz necessário compreender o ambiente organizacional
onde a liderança se desenvolve.
A estrutura dos serviços de enfermagem segue, na grande maioria das
instituições modelos tradicionais característicos das Escolas Científicas e Clássicas
da Administração, onde existe um grande apego às regras, normas e seu
cumprimento. E assim, o enfermeiro desenvolve sua prática assumindo com
frequência cargos de chefia e liderança do grupo de enfermagem, formalizando seu
papel intermediário na estrutura organizacional das instituições. 
5- Formando líderes:
Formar líderes não é como uma receita de bolo, onde há cada ingrediente e suas
respectivas medidas. Porém existem algumas práticas, que subsidiam sua formação. 
A competência para liderar, assim como as demais, devem ser desenvolvidas nas
Instituições de Ensino Superior (IES) e aprimoradas ao longo da vida profissional e,
portanto as escolas e instituições hospitalares têm cada uma um papel fundamental
nesse processo, a primeira na formação e a segunda na educação contínua do
profissional.
Em seu estudo “Processo de formação de enfermeiros líderes” Amestoy (2010)
constatou que, durante a graduação, alguns estudantes se preocupam,
excessivamente, em realizar atividades técnicas. Assim, é possível visualizar o
tecnicismo na formação, a desvalorização de aspectos gerenciais, como a liderança,
que muitas vezes, é lembrada quando o enfermeiro já está inserido na prática
profissional e necessita solucionar conflitos, além de coordenar uma equipe, que em
geral, é constituída por profissionais com mais idade e experiência. Além de destacar
que o aprendizado da enfermagem, ainda hoje, está associado às atividades de
natureza técnica, o que acaba influenciando o cuidado prestado pelos profissionais.
Por conseguinte, este cuidado é realizado, na maioria das vezes, de forma mecânica,
norteado por tarefas que obedecem rigidamente normas e prescrições. A autora
aponta ainda a desarticulação de instituições de ensino com as exigências do
mercado de trabalho.
Contudo, no contexto atual, almeja-se a formação de enfermeiros capazes de
atender as necessidades dos indivíduos e coletividades. Para tanto, torna-se
essencial repensar as desarmonias existentes entre o ensino e às exigências do atual
mercado de trabalho, sem olvidar que esse último, está engajado a um modelo
econômico e social, competitivo, individualizado e alienante. Conforme o exposto, não
há dúvidas de que a responsabilidade das Instituições de Ensino Superior é formar
líderes, críticos, reflexivos, politizados capazes de atuar de forma coerente, a fim de
criar e recriar sua realidade.
Sendo o docente responsável pela formação de líderes, é necessário que este
esteja ativamente inserido na prática assistencial de forma a corroborar com as atuais
e reais exigências do mercado de trabalho. Além disso, a reflexão sobre como
desenvolver o ensino-aprendizagem da liderança é imprescindível para a formação de
enfermeiros com esta competência.
Quanto ao discente,este deve despertar-se para a importância da liderança no
seu processo de trabalho e para as facilidades que a mesma proporcionará ao
enfermeiro-líder durante o gerenciamento da unidade e da equipe.
Após a graduação, a educação permanente desponta como uma proposta
que visa problematizar a prática, disponibilizar soluções adequadas às características
dos locais e trabalhadores, não se limitando a uma formação pontual.
Por fim, reforça-se a responsabilidade das instituições de ensino superior e
hospitalares frente à formação e o desenvolvimento permanente de enfermeiros-
líderes, pois além de potencializar as ações cuidativas, a liderança poderá auxiliar o
enfermeiro na construção de um ambiente de trabalho satisfatório, por meio do
estabelecimento de vínculos profissionais saudáveis e de processos dialógicos entre
o enfermeiro e os demais os integrantes da equipe de enfermagem (AMESTOY,2010).
6- Comunicação: ferramenta fundamental par o líder
A título de conhecimento, a
educação permanente é
compreendida como um
processo educativo, que
possibilita o surgimento de um
espaço para pensar e fazer no
trabalho. Também pode ser
compreendida como uma ação
que possibilita ao indivíduo
maior capacidade de atuar
dentro do mundo do trabalho,
como ser que constrói e destrói
sua realidade, norteado por
valores políticos, culturais e
éticos.
A comunicação representa uma estratégia que facilita o desempenho do
enfermeiro-líder, estando presente em boa parte dos estudos sobre liderança. Uma
das principais habilidades que formam líderes é a de se comunicar e se relacionar
com as pessoas, uma vez que um líder vende suas ideias, influencia conduz,
incentiva, levanta o ânimo, representa o grupo, define, compartilha, ouve, tem
sensibilidade para perceber as diferenças individuais, adequa-se ao contexto. 
A habilidade de se comunicar é reflexo de seu poder pessoal de influenciar os
seus liderados. A questão fundamental para reflexão é: um líder é líder porque se
comunica ou o desenvolvimento de sua capacidade de comunicação que torna
alguém líder? Existem pessoas com grande capacidade de comunicação, mas que
não são líderes, todavia, não conhecemos líderes que não saibam se comunicar. O
processo de comunicação deverá ser eficiente e efetivo, existindo um fluxo recíproco
das informações.
Por reconhecer os benefícios de tal habilidade, é proposto uma nova maneira
de pensar a liderança na enfermagem através da utilização do diálogo, que consiste
num fenômeno humano que não pode ser reduzido ao simples depósito de ideias de
um sujeito no outro, por se tratar do encontro entre pessoas para problematizar
situações com o objetivo de transformar a realidade emerge, então, a liderança
dialógica enquanto capacidade do líder de influenciar seus colaboradores a atuarem
de forma crítica e reflexiva sobre sua práxis, mediante o estabelecimento de um
processo comunicacional eficiente, podendo contribuir para fomentação de mudanças
nos espaços de atuação da equipe de enfermagem (AMESTOY,2012)
7- Liderança e motivação:
A qualidade essencial do líder não é a perfeição, mas a credibilidade. Os líderes
verdadeiros não são centro das atenções: na verdade, sendo possível, eles evitam
isso. A autopromoção e a atividade de servir não se misturam. Os verdadeiros líderes
não agem pela aprovação e pelo aplauso dos outros. As pessoas devem ser capazes
confiar em você, caso contrário não o seguirão (GAMA,2012).
Frente a desmotivação da equipe, o líder precisa tomar uma atitude. Para isso
é necessário compreender como a motivação no trabalho funciona. Alguns sinais,
quando com frequência aumentada, podem sugerir falta de motivação no ambiente de
trabalho como, por exemplo: alta rotatividade de funcionários, diminuição da
produtividade, erros constantes, faltas, atrasos e justificativas sistemáticas, pessoas
tristes, melancólicas, mal humoradas e frequentemente irritadas, desempenho a
desejar, resultados aquém das metas definidas, entre outros.
Movimento e Motivação
• Movimento: é fácil e tem resultados rápidos (estímulo externo). Quando
alguém faz algo para evitar punição, ganhar uma recompensa ou competição e
o impulso inicial partiu de um terceiro e não dela própria, essa pessoa foi
posta em movimento. Se não houvesse estímulo externo, ela não teria feito
nada.
• Motivação: é difícil e tem resultados duradouros (estímulo interno): se a
iniciativa parte da própria pessoa por uma necessidade interior, se ela é levada
a agir por impulso interno, então essa pessoa está motivada. 
Diante da verdadeira motivação, é possível transformá-la em ação voluntária
constante, direcionada a metas e objetivos com a ajuda do processo educativo. Já no
movimento, se os estímulos cessarem ou não forem progressivos, tudo volta a estaca
zero, podendo até piorar em comparação com antes. Nesse caso, cuidado e
planejamento são fundamentais.
Mas como motivar a equipe de trabalho? Primeiramente: se a verdadeira
motivação precisa ser uma vontade espontânea, então NINGUÉM MOTIVA
NINGUÉM! 
Não é possível ter controle sobre a vontade das pessoas, mas o trabalho também
é um laboratório e dentro deste espaço e possível fazer mudanças visando alterações
comportamentais, basta saber separar motivação genuína de movimento artificial.
Somente sabendo separar os tipos de motivação é possível começar a catalogar as
técnicas separando-as nas duas categorias: motivação e movimento. Assim pode-se
criar um plano de motivação, estimulando quando necessário o “movimento inserido”
dentro de uma plataforma contínua de “motivação genuína” (GAMA, 2012).
8- Ciclo de Competências de liderança:
O ‘Inventário de Competências de Liderança (ICL) é um instrumento específico
para diagnosticar as competências criticas que configuram o processo de liderança. O
ICL proporciona um feedback de amplo espectro para o líder. Permite a comparação
da percepção do líder sobre ele próprio com a de seus subordinados. Seu superior
imediato e seus pares ou clientes. Este é o processo 360 o . 
As competências mensuradas abrangem os três principais vetores da liderança
efetiva: a visão do líder, sua sensibilidade para perceber as necessidades de
mudança e sua habilidade de implementação dessas mudanças.
A seguir são apresentadas as fases abordadas pelo Ciclo de Competências de
Liderança da Clark Group (2007):
- Ciclo de Competências
9-Considerações Finais:
A liderança é um tema importante para os gestores devido ao papel
fundamental que os líderes representam na eficácia do grupo e da organização. A
liderança pode ser considerada como um processo caracterizado por influenciar os
demais membros da equipe, buscando o apoio dos mesmos a fim de alcançar
objetivos em comum. A liderança em enfermagem não difere na essência da
liderança em outras áreas do conhecimento, pois os líderes de maneira geral são
responsáveis pelo sucesso ou fracasso da organização. A liderança é uma das
ferramentas imprescindíveis no processo de trabalho do enfermeiro. Liderar não é
uma tarefa simples, pelo contrário, exige
paciência, disciplina, humildade, respeito e compromisso.
O enfermeiro deverá desempenhar uma gerência voltada para as
transformações, ou seja, inovadora, tendo como eixo norteador a melhoria da
qualidade da assistência de enfermagem e ainda buscar estratégias que possibilitem
maior satisfação para a equipe de enfermagem no seu dia a dia de trabalho.
Em fim, liderar não é um posto nem um cargo, não se contratam líderes,
estes se constroem. O líder não escolhe por si ser líder nem tem de estar disposto a
sê-lo, mas são os seus seguidores,que lhe atribuem esse estatuto. Mandar ou na
gíria “chefiar” é o que acontece através de uma nomeação ou atribuição de cargos.
“Um líder é aquele que sabe como ajudar as pessoas a atingir o máximo de si mesmas”
“Gente é mais importante que processos; gente sim. Processos não pensam, sentem ou
criam. Gente, sim. Antes que processos possam ser melhorados, nossa gente deve ser
melhorada”. (willinghan, 1999)
10- Referências: 
AMESTOY, S. C.; BACKES, V. M. S.; TRINDADE, L. DE L.; CANEVER, B. P.
Produção científica sobre liderança no contexto da enfermagem. Rev Esc Enferm
USP. 2012; 46(1):227-33.
AMESTOY, S. C.; BACKES, V. M. S.; TRINDADE, L. DE L.; WATERKEMPER, R.;
HEIDMAN, I.T.S.; BOEHS, A.E. Liderança dialógica nas instituições hospitalares. Rev
Bras Enferm, Brasília 2010 set-out; 63(5): 844-7.
BALSANELLI, A. P.; CUNHA, I. C. K.l O. Liderança no contexto da enfermagem. Rev.
esc. enferm. USP, São Paulo, v. 40, n. 1, Mar. 2006. 
CHIVANATO, I. Introdução à teoria geral da administração. 5ª ed. São Paulo: 
Makdon Books, 1993.
CHIVANATO, I. Administração nos novos tempos. São Paulo: Makdon Books, 
1999.
DINIZ, D. Seja um líder completo esteja de bem com a vida. Você AS julho/2007
Drucker, P. Nem todos os generais foram mortos. In: HESSELBEIN, F. et al. O líder 
do futuro. Trad. por Cyntia Azevedo. São Paulo, Futura, 1996. p. 11-4: Prefácio.
GAMA, B.M.B.de M., Material instrucional para disciplina de Administração em
Enfermagem II. Conteúdo: Liderança em enfermagem, Departamento de
Enfermagem Básica. Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de
Fora, 2012.
MARQUIS, B.L.; HUSTON, C.J. Administração e liderança em enfermagem –
teoria e aplicação, Artmed, Porto Alegre, 1999
KURCGANT, P. Liderança do enfermeiro, EPU, São Paulo, 1991.
KURCGANT, P. Administração em enfermagem. São Paulo: editora Pedagógica e 
Universitária LTDA, 1996. 
KURCGANT, P. (Coord.). Gerenciamento em Enfermagem . Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2005.
SILVA, M. A. da; GALVAO, C. M.. Aplicação da Liderança Situacional na enfermagem
de centro cirúrgico. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 41, n. 1, Mar. 2007 .
USEEM, M. A hora de ser líder, In: Você S.A. São Paulo, Ano 1, nº 10, abril/99.
WEHBE, Grasiela; GALVAO, Maria Cristina. Aplicação da Liderança Situacional em 
enfermagem de emergência. Rev. bras. enferm., Brasília, v. 58, n. 1, Feb. 2005 .
WILLINGHAM, R. Gente - o fator humano – uma revolucionária redefinição de 
liderança. Educator, São Paulo. 1999.
11- Leitura recomendada:
HUNTER, J.C. O Monge e o executivo- uma história sobre a essência da
liderança. Rio de Janeiro. Ed Sextante, 2004.
VILELA, P. F.; SOUZA, A. C. Liderança: Um Desafio Para O Enfermeiro Recém-
formado. Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2010 out/dez; 18(4):591-7.
Disponível em: < http://www.facenf.uerj.br/v18n4/v18n4a15.pdf>
Acesso em 08/05/2013

Outros materiais