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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano IFBAIANO – Campus Guanambi Profª Daniela Silveira Germinação das Sementes Ferreira & Borghetti, 2004 Kerbauy, 2001 Marcos Filho, 2005 Representação esquemática da sequência de eventos que caracterizam o repouso fisiológico pós-maturidade. Semente quiescente: possui aptidão para germinar sob condições favoráveis do meio ambiente; Ao final do período de desenvolvimento, as sementes podem ser: Semente dormente: necessita de estímulos ambientais específicos para iniciar o processo de germinação. Viviparidade ou Germinação precoce Ocorre quando não há restrição da germinação, permitindo o crescimento do embrião com a semente ainda ligada a planta - mãe Germinação das Sementes Retomada do desenvolvimento do embrião, originando uma plântula, compreendendo uma sequência ordenada de atividades metabólicas iniciadas a partir da embebição. Biólogo protrusão da radícula. Tecnologista de sementes formação de plântula normal. ENCERRAMENTO DO PROCESSO Biólogo Tecnologista de sementes 0 10 25 50 75 100 Plântula de açaizeiro com cem dias após a semeadura, mostrando as principais estruturas e regiões onde foram realizados cortes transversais (Neto, M.A.M., 2005) Germinação das Sementes Conceitos: Germinação compreende uma série de processos que transformam a semente em uma entidade relativamente inerte em outra ativa, em crescimento (Heydecker, 1980). Germinação compreende uma sequência ordenada de eventos metabólicos, que resulta no reinício do desenvolvimento do embrião, originando uma plântula (Marcos Filho, 1986). Germinação de uma semente é a reativação do crescimento do embrião, resultando na ruptura da cobertura da semente e na emergência da plântula (Copeland & McDonald, 1995). PONTO DE VISTA FISIOLÓGICO - embebição de água; - alongamento das células; - divisão celular (alguns autores- início do crescimento plântula); - diferenciação das células e tecidos. PONTO DE VISTA BIOQUÍMICO - reidratação; - aumento da respiração; - síntese de novo de enzimas; - digestão enzimática de reservas; - mobilização e transporte das reservas; - assimilação metabólica; - crescimento e diferenciação dos tecidos. Fases do processo germinativo 1. Hidratação ou embebição 2. Elevação da taxa respiratória 3. Ativação e síntese enzimática 4. Digestão enzimática de reservas 5. Mobilização e transporte de reservas 7. Crescimento e diferenciação de tecidos Popinigs (1977) considerou as seguintes etapas da germinação: 6. Assimilação metabólica Fases do processo germinativo Bewley & Black (1994) sugeriram três etapas: Fases do processo germinativo A) FASE 1: EMBEBIÇÃO B) FASE 2: PROCESSO QUIMICO PREPARATÓRIO / INDUÇÃO DO CRESCIMENTO C) FASE 3: CRESCIMENTO Padrão trifásico de absorção de água • Fase I - Rápida: depende do potencial matricial da semente - Processo físico - ocorre em semente viva ou morta. • Fase II - Nível de água constante ou com pequeno aumento - Ocorrem alterações metabólicas. • Fase III - Aumenta a concentração de solutos na célula - Aumenta o conteúdo de água - Expansão do embrião – protrusão da radícula - Chamada de “ponto sem retorno”. Fase 1. Embebição Fases do processo germinativo Fases do processo germinativo Fase I: ↑ intensidade respiratória, acúmulo de ATP, síntese de mRNA e reparo de DNA, ativação de polissomos, síntese de proteínas a partir da síntese “ de novos” mRNAs. Fase II: ↑ síntese e duplicação de DNA; degradação de reservas é iniciada; células da radícula se alongam e a protrusão da raiz primária é evidenciada. Fase III: ↑ atividade mitótica. Captação de água por diferentes partes de sementes de soja (A) e de aveia (B), durante a germinação (Burch & Delouche, 1995). HIDRATAÇÃO DAS SEMENTES • LIBERAÇÃO DE EXSUDADOS • Alteração na permeabilidade das membranas. Processo de embebição: as membranas alteram seu estado físico, passando do estado gel, menos fluido para o estado cristalino líquido, mais fluido. • Ao se iniciar a embebição, ativam-se mecanismos de reparo, permitindo a recuperação da permeabilidade seletiva e reduzindo ou impedindo a liberação de exsudados. Mudanças de fase das membranas durante a dessecação e a embebição da semente. Fonte: Kerbauy G.B., 2004 Redução da liberação de exsudados com o decorrer da embebição das sementes, associada à reestruturação das membranas (Powell, 1986). • LIBERAÇÃO DE EXSUDADOS A liberação de exsudados pode diminuir consideravelmente a germinação e o vigor, além de aumentar muito a taxa de plântulas anormais. Fase 2. Processo Bioquímico Preparatório / indução de crescimento Fases do processo germinativo Durante a germinação, os órgãos de reserva (endosperma ou cotilédones) perdem massa rapidamente. Digestão de reservas O material proveniente da degradação das reservas é transportado para o eixo embrionário e dividido entre as diversas partes da nova planta (raiz e parte aérea). Estas reservas consistem, principalmente, de carboidratos, proteínas e lipídios. Fases do processo germinativo Digestão de reservas Digestão de reservas Marcos Filho, 2005 Principais enzimas hidrolíticas envolvidas na mobilização de reservas nutricionais das sementes. Digestão de reservas Marcos Filho, 2005 Esquema geral da mobilização de reservas durante a germinação. Translocação e Assimilação de nutrientes Alterações no peso da matéria seca do eixo embrionário e dos cotiledones de Vigna sp. durante a germinação (Mayer & Polijakoff-Mayber, 1975, citado por Marcos Filho, 2005) Marca o início do crescimento do eixo embrionário/ retomada da absorção de água; Culmina com a emergência ou a protrusão da radícula através das estruturas envoltórias da semente; A nível fisiológico marca o final da germinação e o início do crescimento da plântula; Intolerante à dessecação. Fase 3. Crescimento do embrião Fases do processo germinativo Germinação de sementes de caroá [Neoglaziovia variegata (Arr. Cam.) Mez.] com a temperatura de 30º C. Silveira et al., 2011 Principais eventos metabólicos que caracterizam a germinação de sementes (Bewlew, 1997). FASE 1 FASE 2 FASE 3 Marcos Filho, 2005 Representação esquemática de eventos desencadeadores com a captação de água pela semente de uma gramínea e pela síntese de giberelina, culminando com a retomada do crescimento do embrião. Como ocorre a germinação de sementes em cereais? Amabis & Martho, 2001 Existem dois tipos de germinação Hipógea: em que os cotilédones ou o grão permanecem sob o solo e não se tornam fotossintetizantes. Epígea: em que os cotilédones ou o endosperma ficam acima do solo e podem se tornar verdes e fotossintetizantes. Fases da germinação da ervilha (Pisum sativum). Peske, 2006 Hipógea: Epígea: Fatores que afetam a germinação 1.Fatores Intrínsecos LONGEVIDADE GRAU DE MATURIDADE GENÓTIPO DORMÊNCIA SANIDADE VITALIDADE E VIABILIDADE Fatores Intrínsecos: Longevidade Longevidade das sementes: as sementes perdem a viabilidade com o tempo (armazenamento sob condições ideais). Ortodoxas: teor de água varia entre 5 e 10% da sua massa fresca e podem ser desidratadas a níveis baixos de umidade. Intermediárias: toleram a dessecação entre 10 e 13% de umidade, mas quando desidratada a 7% perdem significativamente a viabilidade. Fatores Intrínsecos: Longevidade Recalcitrantes: teor de água varia entre 60 e 70%de sua massa fresca, não tolerando dessecação em níveis de umidade de 15 a 20%; viabilidade curta. Fatores Intrínsecos: Longevidade Em laboratório Umidade da semente parece ser o fator mais importante O2 CO2 Aumento da umidade de 5 para 10% Aumento da temperatura de 20 para 40ºC Redução da viabilidade muito maior Fatores Intrínsecos: Longevidade Fatores Intrínsecos: Grau de maturidade G e rm in a ç ã o ( % ) Período de armazenamento (meses) Fatores Intrínsecos: Genótipo Longevidade de sementes de duas linhagens de milho e de seu híbrido, quando armazenadas em ambiente com 75% de umidade relativa do ar a 30ºC. Fatores que afetam a germinação 2. Fatores do Ambiente ÁGUA OXIGÊNIO TEMPERATURA REGULADORES DO CRESCIMENTO LUZ A entrada de H2O na semente: controlada pela permeabilidade do tegumento, pela disponibilidade de H2O e pela composição química das reservas da semente. - Amolecer o tegumento - Síntese de enzimas - Respiração - Favorecer digestão, mobilização, assimilação de reservas - Estrutura das membranas - Crescimento da plântula Funções: Fatores do ambiente: Água Processo que requer energia E quem fornece essa energia? Respiração! Processo que depende de O2 Na maioria das espécies, a redução de O2 inibe a germinação Fatores do ambiente: Oxigênio Fatores do ambiente: Temperatura Temperatura ótima - máxima germinação no menor período de tempo. Espécie Temperatura oC Mínima Ótima Máxima Arroz (Oryza sativa L.) 10-12 30-37 40-42 Cevada (Hordeum vulgare L) 3-5 19-27 30-40 Centeio (Secale cereale L) 3-5 25-31 30-40 Milho (Zea mays L) 8-10 32-35 40-44 Tomate (Lycopersicon esculentum L) 20 20-35 35-40 Em condições naturais, as sementes muitas vezes são expostas a temperaturas alternadas (dia/noite). Temperaturas cardinais de germinação Valores médios de germinação (G), tempo médio de germinação (TMG), velocidade média de germinação (VMG) e índice de velocidade de germinação (IVG) de sementes de caroá [Neoglaziovia variegata (Arr. Cam.) Mez] submetidas a diferentes temperaturas. Médias de quatro repetições. Silveira et al., 2011 Muitas outras, incluindo a maioria das espécies cultivadas, não são afetadas pela luz, ou seja, elas germinam na luz ou no escuro. Fotoblásticas positivas: a luz estimula o processo de germinação. Fotoblásticas negativas: a germinação é inibida pela luz. Fatores do ambiente: Luz Agora vamos praticar...
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