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Principio Fundamentais Do Recurso

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1 
Aula 3 - PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DOS RECURSOS CIVIS 
 
NOÇÕES SOBRE PRINCÍPIOS 
- fonte subsidiária do direito, mas hoje, porém, este papel de fonte subsidiária não é 
tão aceito na doutrina, haja vista que reconhecem neles a feição de normatividade, 
de sorte a autorizar afirmar-se que os princípios gerais, ao lado das regras, são 
verdadeiras normas jurídicas, independente de estarem positivados ou não. 
 
CONCEITO DE PRINCÍPIOS: 
· segundo Miguel Reale: são "verdades ou juízos fundamentais, que servem de alicerce 
ou de garantia de certeza a um conjunto de juízos, ordenados em um sistema de 
conceitos relativos a dada porção da realidade". 
· E acresce: "Às vezes também se denominam princípios certas proposições que, apesar 
de não serem evidentes ou resultantes de evidências, são assumidas como fundantes 
da validez de um sistema particular de conhecimentos, como seus pressupostos 
necessários.” REALE, Miguel - Filosofia do Direito, 18ª ed., São Paulo, Ed. Saraiva, 
1998. 
 
FUNÇÕES DOS PRINCÍPIOS 
Segundo De Castro, citado por Plá Rodriguez, os princípios gerais de direito têm três 
funções: informadora, ou seja, a que serve de inspiração ao legislador e de fundamento 
para o ordenamento jurídico; normativa, atuando como fonte supletiva, na ausência da lei, 
nesse caso constituindo meio de integração do direito; e interpretadora, para orientar o 
intérprete ou o julgador. (PLÁ RODRIGUEZ, Américo - Princípios de Direito do Trabalho, 
tradução portuguesa por Wagner Giglio, 1ª ed., 2ª tiragem, São Paulo, Editora LTr, 1993. ) 
 
 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DOS RECURSOS CIVIS 
 
DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO 
· Conceito: “possibilidade de a sentença definitiva ser reapreciada por órgão de jurisdição 
normalmente hierarquicamente superior” (Nery) “consiste na possibilidade de submeter-
se a lide a exames sucessivos, por juízes diferentes, ‘como garantia da boa justiça’ 
(Humberto Theodoro Júnior) (a última citação se refere a Montesquieu que dizia ser uma 
garantia fundamental de boa justiça no seu livro O Espírito das Leis). 
· O princípio surgiu com a Revolução Francesa, estando presente hoje na maioria das 
nações cultas do mundo. 
 2 
· É decorrente da própria sistemática processual que visa conter os abusos do juiz. Para 
Ada Pelegrini Grinover o princípio é uma consequência do “devido processo legal” 
· A doutrina italiana defende a extinção do princípio, uma vez que ele adia o julgamento 
dos feitos. 
· Não está previsto na CF expressamente, mas é subentendido pela previsão da 
competência originária e recursal dos Tribunais. Porém, não é um princípio rígido, pois a 
própria CF o limita (competência originária do STF, CF art. 121, § 3º etc). Assim, cabe à 
Lei Federal disponibilizar a garantia do princípio apenas nos casos indicados 
expressamente, podendo limitá-lo nas situações omissas. Ex. Lei de Execução Fiscal – 
art. 34 – irrecorribilidade das sentenças em ações com valores inferiores a 50 OTN – 
cabe apenas embargos infringentes ao próprio juiz; Lei dos Juizados – art. 41 – recurso 
a um órgão de mesma hierarquia; 
· é de ordem pública; 
· no caso do art. 515, § 3º CPC (Lei 10532/01) – julgamento direto do mérito em sede 
apelação contra sentença que não julgou o mérito: NERY entende que há violação do 
princípio, e ainda do princípio do juiz natural, nos casos de Agravo de Instrumento para 
subir RE e RESP não haveria pois a competência para julgamento é do próprio STF e 
STJ (acompanha MARCOS AFONSO BORGES); THEODORO JR diz que não há 
violação do princípio pois ele não é ilimitado e não é expresso na CF como inerente ao 
devido processo legal (acompanha ORESTES NESTOR DE SOUZA LASPRO). 
ARRUDA ALVIM diz que pode haver possibilidade de reformatio in pejus, o que tornaria 
inviável a aplicação do recurso. BARBOSA MOREIRA afirma que não há nenhum vício, 
pois se o duplo grau não é expressamente previsto, ele somente pode ser analisado 
frente ao que a lei dispor. Logo, se a lei não excepcionou, não o que se distinguir. 
 
PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE 
· tem o condão de conciliar rapidez com segurança e justiça, já que não dá à parte o 
direito de criar recursos ou de escolher o que entender melhor. O princípio se refere à 
criação de recursos, pois a escolha do recurso melhor se refere ao princípio da 
singularidade. Não quer dizer que só o CPC pode criar recursos, mas só a Lei Federal, 
porém isto vai contra a unidade do sistema processual civil, chegando até a criar 
divergências (Lei de Execução Fiscal prevê recurso diferente mas com o mesmo nome 
do CPC – Embargos Infringentes – art. 34); 
· os recursos existentes são art. 496 - numerus clausus – interpretação restritiva 
(expressão “seguinte”). O inciso II só diz agravo, englobando as três espécies. Assim, os 
3 Agravos Internos (dentro do mesmo processo - antigos agravos regimentais) previstos 
também são considerados recursos (arts. 532 – indeferimento de Embargos Infringentes; 
 3 
art. 545 indeferimento de AI; art. 557, e seu § 1º - indeferimento de recurso 
manifestamente inadmissível; 
· o recurso RETIDO e ADESIVO são apenas formas de interposição do recurso tipo. 
· O art. 1217 do CPC já foi totalmente cumprido e adaptado à sistemática atual. 
· As ações de impugnação não são recursos, mas por suas finalidades são consideradas 
como SUSCEDÂNEOS de recursos. A uniformização de jurisprudência e a reclamação 
não são sucedâneos, são apenas procedimentos incidentais. 
· A REMESSA OBRIGATÓRIA – art. 475 – criada como maneira de fiscalização, é 
condição de eficácia da sentença {não possui pressupostos recursais como legitimidade 
(art. 499), preparo, tempestividade (o TJ pode avocar se o juiz esquecer art. 475, p. ún); 
voluntariedade}. Há quem defenda que é recurso, por parecer o seu processamento com 
a apelação (Sérgio bermudes). Porém, já é pacífico o entendimento contrário. Contudo, 
em face da teoria vencida, é assente (NERY, BARBOSA, BARBI, FREDERICO) que no 
DGJ cabe embargos infringentes dos acórdãos não unânimes (TFR Súm. 77), e que o 
TJ pode decidir o Agravo Retido, ainda que falte recurso das partes, pois o DGJ tem 
translatividade plena. Não cabe quando for Autarquias e Sociedades de Economia Mista. 
· CORREIÇÃO PARCIAL – medida administrativa ou disciplinar destinada a levar ao 
conhecimento do tribunal superior a prática de ato processual pelo juiz, consistente em 
“error in procedendo” caracterizador de abuso ou inversão tumultuária do andamento do 
processo, quando para o caso não existir um recurso previsto na lei processual. A 
finalidade é fazer com que o TJ corrija o ato que subverteu a ordem procedimental.” 
(Nery). 
· Para Nery o instituto está desprovido de finalidade, pois existe meio processual 
criado por lei federal para atingir os mesmo fins, que é o mandado de segurança. 
Theodoro Jr e Rogério Lauria Tucci defendem o instituto, entretanto. 
· A previsão da correição parcial pela Lei 5010/66 (organização da justiça federal), o 
qual é julgada pelo Conselho da JF, é inconstitucional pois submete atos judiciais ao 
controle administrativo, violando sua independência (Frederico Marques). 
· RITJGO – Art. 385. São suscetíveis de correição, mediante reclamação da parte ou 
do órgão do Ministério Público, os despachos irrecorríveis do juiz que importem 
inversão da ordem legal do processo, ou resultem de erro de ofício ou abuso de 
poder. Competência do órgão que julga os recursos ordinários. Prazo: dentro do 
prazo de cinco dias, contados da data da ciência do despacho que indeferir o 
pedido de reconsideração.( § 1º A parte não poderá reclamar sem, antes, no prazo 
de dois dias, pedir a reconsideração.) Art. 391. Se for apurada falta funcional do 
juiz, proceder-se-áde acordo com o disposto no Código de Organização Judiciária 
do Estado. 
· PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO 
 4 
· Não previsão expressa no direito positivo. Mas é bastante usado pelos advogados. 
· Havia previsão nas ordenações filipinas, e foi mantido nos códigos estaduais (RS, 
RN, MG- objetivava a revogação da decisão interlocutória) 
· O pedido não interrompe o prazo para recorrer (o prazo é peremptório) nem a 
preclusão pro judicato (art. 471). 
· Não se tem permitido conhecer o pedido de reconsideração como Agravo (Nery) 
· Pode servir para provocar o juiz: 
· a decidir questão de ordem pública, que pode ser conhecida a qualquer tempo 
(art. 267, § 3º), 
· a reconsiderar a decisão nos casos previstos na lei como é o ECA (art. 198, VII) 
que confere ao juiz retratação plena, em todos os recursos; 
· Se o ato puder ser revogado é corolário a oitiva da parte contrária, já que pode ser 
transformado e acarretar gravame à outra parte (Ex. Ag. Retido, pode haver 
retratação, mas deve ouvir o agravado – 523, § 2º) 
· AÇÕES AUTÔNOMAS DE IMPUGNAÇÃO – são considerados sucedâneos de 
recursos, pois se dirigem contra as decisões judiciais (Exs. Ação Rescisória, Embargos 
de Terceiro, Mandado de Segurança, Habeas Corpus, Medida Cautelar Inominada – se 
não houve preclusão, Habeas data, Mandado de Injunção). 
· INCIDENTES NO PROCESSO – não são recursos também. Possuem outros fins. 
· INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA – art. 476 CPC 
· é um incidente prévio ao julgamento do recurso, não é recurso. Nele nada se 
julga, apenas se firma a tese a ser adotada, que vincula apenas o Tribunal, mas 
não os juízes de primeiro grau. Fica a critério do tribunal emitir a súmula (art. 479) 
· Falta-lhe os pressupostos recursais: tipicidade, efeito devolutivo, voluntariedade 
(a unicidade de jurisprudência é matéria de ordem pública por isso pode ser 
suscitado até de ofício) 
· RITJGO - Art. 378. A requerimento de qualquer de seus membros, poderão as 
Turmas, Câmaras ou Seções Cíveis promover o pronunciamento prévio do Órgão 
Especial sobre a interpretação de qualquer norma jurídica, se reconhecer que 
sobre ela ocorre ou poderá ocorrer divergência de interpretação entre Turmas ou 
Câmaras. § 1º As partes poderão, nas razões do recurso ou em petição 
separada, fundamentadamente, e instruída, requerer que o julgamento obedeça 
ao disposto neste artigo e seguintes, relativos à matéria. ART. 381. Parágrafo 
único. As súmulas, que serão numeradas, deverão ser publicadas no órgão oficial 
e constituirá precedente na uniformização da jurisprudência. ART. 383. Parágrafo 
único. Enquanto não modificado pelo Órgão Especial, prevalecerá a súmula. 
 
· INCIDENTE DE DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE (ART. 480 CPC) 
 5 
· Sua finalidade não é decidir o mérito da demanda. O que se decide é uma 
questão prejudicial ao merecimento do recurso. 
· Quando suscitado a Câmara envia a questão ao Órgão Especial para apreciá-lo e 
depois ele é devolvido. Quando já houve manifestação sobre o caso (inclusive do 
STF) ele pode ser indeferido de plano. Reserva de plenário – maioria absoluta do 
TJ (art. 97 da CF). 
· As RECLAMAÇÕES AO STF não são recursos, pois visam apenas a preservar a 
sua competência ou a fazer cumprir suas decisões (arts. 102, l, e 105, f, CF). 
· HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA (Art. 102, II, h, CF e 483 e 484 
CPC, art. 215 do RISTF 
· Instrumento destinado a conferir eficácia à sentença proferida por outro país, já 
transitada em julgado. 
· É verdadeira ação e tem natureza jurisdicional (não é de jurisdição voluntária) 
Possui nova causa de pedir e pedido. Por isso não obsta à homologação a 
pendência perante o juiz brasileiro, de ação entre as mesma partes e sobre a 
mesma matéria RTJ 97/1005 – STF. No projeto de reforma do judiciário a 
competência passará do STF para o STJ. 
 
· PRINCÍPIO DA SINGULARIDADE (Unirrecorribilidade, Unicidade) 
· para cada ato judicial recorrível há um único tipo de recurso previsto no 
ordenamento, sendo vedada a interposição simultânea ou cumulativa de mais outro 
visando a impugnação do mesmo ato judicial. Ex. interposição de dois agravos 
contra uma mesma decisão, pela mesma parte. Deve-se ter um único tipo de recurso 
visando um determinado fim, mas pode haver tantas apelações quantos forem os 
litisconsortes sem ofensa ao princípio. 
· O princípio visa impedir a tumultuação do processo com a promiscuidade e a 
proliferação dos recursos contra um único ato. Frise-se: um único tipo de recurso 
para cada ato e por uma única vez. 
· Era previsto no CPC de 1939. Hoje é implícito no CPC de 1973, pela interpretação 
sistemática do art. 496 (arts.162, 504, 513, 522). Theotonio Negrão diz que é 
possível a interposição de dois recursos, face à não vedação expressa do atual CPC 
(nota ao art. 496). Barbosa Moreira também fala que é possível a interposição de 
Embargos de Declaração e de Apelação, sendo esta a única exceção. Nery diz que 
esta hipótese é apenas formal, pois os Emb. Declaração visa apenas a integração e 
não tem a mesma finalidade da apelação. 
· Para se saber qual o recurso cabível deve-se avaliar o conteúdo da decisão e a sua 
finalidade (se coloca termo ao processo todo – Nery. Existe divergência quando a 
relação processual é extinta somente para um dos litisconsortes, entendendo caber 
 6 
apelação neste caso. Há entendimento do STF nos dois sentidos). A sentença 
absorve a decisão interlocutória. Não se pode dividir a decisão para efeitos de 
recorribilidade (mesmo sendo um ato complexo, decidindo questões de 
interlocutórias e de sentença). Para Barbosa Moreira é possível a impugnação de 
tópicos da decisão, por isto o art. 498 não é exceção. A própria existência do recurso 
de Embargos Infringentes comprovaria isto, já que só ataca a parte decidida por 
maioria. 
· Isto não se confunde com a prática de mais de um ato na mesma ocasião (Ex. 
audiência de instrução e julgamento) 
· Nery e Theodoro: O art. 498 é uma exceção (Embargos Infringentes + RE + RESP). 
 
· PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE 
· O princípio traduz a possibilidade da interposição de um recurso por outro que seria 
o correto para o ataque da decisão judicial. Havendo reconhecimento do princípio, 
deve-se encaminhar o processo ao juízo competente para o julgamento do recurso. 
· Não é expresso no CPC 73, embora fosse no de 1939 (art. 810). É amplamente 
aceito atualmente pelo STF (já recebeu embargos de declaração como se agravo 
fosse). 
· A exposição de motivos do CPC 73 se refere ao princípio, dizendo de sua 
desnecessidade, face à simplificação do sistema recursal. No início da vigência, a 
doutrina pugnava pela sua não recepção. No CPC revogado isto era correto pois era 
conflituoso a distinção das decisões. Hoje, mesmo tendo ficado mais claro, ainda 
persistem conflitos o que justifica a vigência do princípio, pois a parte não poderia ser 
prejudicada por este fato. Trata-se de atenuação do princípio da adequação 
(taxatividade). 
· REQUISITOS PARA APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO: 
· Dúvida objetiva sobre qual recurso cabível - a dúvida deve estar contida na 
doutrina ou na jurisprudência – não basta a opinião do recorrente. 
1) o CPC designa uma decisão interlocutória como sentença, ou vice-versa, ou 
deixa isto obscuro; 
a) art. 790, caput (fala em sentença) c/c 558 (que fala em agravante); 
b) art. 718 – é no curso da execução e não extingue o processo; 
c) art. 395 – o ato que julga o incidente não é sentença, pois não encerra o 
processo; 
d) art. 338 – fala em “despacho” saneador – enquanto é nitidamente uma 
decisão 
e) o art. 930 p. un é nítida a falha do código 
 7 
2) a doutrina ou jurisprudência divergem quanto à naturezae classificação de 
determinados atos – consequentemente quanto ao recurso cabível; 
a) o art. 318 do CPC determina que a decisão da reconvenção deve ser 
conjunta com a sentença. Assim, a rejeição liminar da reconvenção ou da 
ação declaratória incidental (art. 325 - mesma natureza) através de decisão 
gera dúvida; Nery: no caso há cumulação de mais de uma lide dentro de uma 
mesma relação processual e processo. Logo, desafiaria Agravo, caso seja 
extinta uma delas liminarmente (pois não colocou termo ao processo) tese 
majoritária. Se a ação incidental for autuada em apenso, cabe apelação – 
STF RTJ 97/291). 
b) Ato do juiz que resolve o incidente de falsidade (art. 395); há quem opine só 
pelo agravo ou só pela apelação, embora no caso do art. 391 diga que o 
incidente corre em simultaneus processus (393 é apenso). Se for apelação 
poderia se dizer que todo o processo seria suspenso e enviado ao TJ. 
c) ato do juiz que remove o inventariante (art. 997); é uma decisão embora seja 
autuado em apartado. Marcos Afonso Borges entende que cabe apelação. 
3) ERRO DO JUIZ – situação interessante citada pela doutrina. O juiz ao receber 
uma petição contendo um incidente de incompetência absoluta em processo de 
execução, decide dizendo: “julgo improcedente os embargos”. Neste caso seria 
duvidoso se a decisão seria sentença ou interlocutória. 
 
· Inexistência de erro grosseiro 
· este requisito é alternativo, ou seja, não havendo dúvida objetiva, pode ser 
considerado este requisito para aplicação do princípio. 
· Não há consenso na doutrina quanto à conceituação de erro grosseiro. Mas a 
jurisprudência já, quase, pacificou que “será erro grosseiro quando o recurso 
está previsto expressamente na lei” (art. 296, 280, III, 520, III, 1184, CPC; art. 
17 Lei 1050/60). Ex. apelar de decisão interlocutória. 
· STF – recursos extraordinário já estão previstos na CF, logo impassível de 
aplicação do princípio à espécie. 
· Não haverá erro quando há dúvida na doutrina. 
· Não penalizar o erro seria favorecer o recorrente desidioso, que desrespeita 
as regras expressas do sistema processual 
· Irrelevância do prazo do recurso próprio 
· O CPC de 39 exigia. 
· A doutrina é praticamente unânime em não se poder exigir a observância do 
prazo, ao contrário da jurisprudência (STF e STJ, mas há algumas poucas 
divergências) que exige o prazo, numa tentativa de se penalizar a má-fé (a 
 8 
qual não pode ser presumida) e por dizer que o ato já foi objeto de coisa 
julgada 
 
· PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE 
· “O recorrente deverá declinar o porquê do pedido de reexame da decisão” (Nery). Ou 
seja, os recursos devem vir acompanhados de fundamentação. 
· Só assim pode haver contra-razões e se delimitaria o “quantum apelatum”. 
· É exigido pelo CPC em todos os recursos, exceto nos Embargos Infringentes. Mas 
neste caso, havendo omissão da lei segue a regra geral do recurso ordinário por 
excelência que é a apelação. 
· Existe para o Agravo Retido Oral (controverso) – art. 523, § 3º, CPC. 
· O DGJ não exige por não ser recurso. 
· A falta de razões acarreta a irregularidade formal do recurso. 
 
· PRINCÍPIO DA VOLUNTARIEDADE 
O recurso só existe quando interposto com o conhecimento e vontade da parte. (“ne 
procedat judex ex officio”) 
 
· PRINCÍPIO DA IRRECORRIBILIDADE EM SEPARADO DAS 
INTERLOCUTÓRIAS 
· O princípio faz referência ao fato de não se poder suspender o processo todo 
para que uma decisão interlocutória seja submetida a recurso. Tanto que o 
agravo não tem, em regra, efeito suspensivo (558) 
· Coaduna com a celeridade processual. 
· Na Justiça do trabalho e no JEC as interlocutórias são irrecorríveis. 
 
· PRINCÍPIO DA COMPLEMENTARIEDADE 
· O recorrente poderá complementar a fundamentação do seu recurso já 
interposto, se houver mudança na decisão (via embargos de declaração) que 
a altere ou integre. Porém, somente quanto ao ponto modificado. Não poderá 
haver novo recurso. 
· PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DA “REFORMATIO IN PEJUS” 
· Não é expresso, mas é consequência do princípio dispositivo, da 
sucumbência e do efeito devolutivo. Diz que o Tribunal não poderá piorar a 
situação do recorrente: ou porque extrapola o efeito devolutivo (só a matéria 
impugnada pelo recorrente), ou porque não existe recurso da outra parte. 
 9 
· A análise de questões de ordem pública (art. 267, § 3º) pode implicar em 
prejuízo para o recorrente sem a violação do princípio. Da mesma maneira a 
mudança de fundamentação, eis que não fazem coisa julgada. 
· Reformatio in melius??? Proibida também, pois extrapola o efeito devolutivo e 
gera prejuízo à outra parte. 
· O conhecimento de questões novas (art. 462, 517) não caracteriza prejuízo, 
pois trata-se de uma situação nova àquele processo. Também a condenação 
em honorários, pois é um dever do juiz arbitrá-los a qualquer tempo. 
· Remessa obrigatória – o STF diz que sem recurso não pode haver piora para 
a Fazenda pública (STJ Súm 45), já que haveria trânsito em julgado para a 
parte privada. Nery é contra pois a devolutividade do DGJ é plena e obsta a 
preclusão, além do que seria inconstitucional poder piorar para a parte 
privada e não para a fazenda pública. Princípio da isonomia. GRINOVER fala 
que o art. 475, II e III é inconstitucional pois diferencia as partes (isonomia) 
 
· PRINCÍPIO DA CONSUMAÇÃO 
· Uma vez exercido o direito de recorrer, consuma-se a oportunidade de fazê-lo 
novamente (preclusão consumativa). Por isso a obrigatoriedade de se juntar 
as razões do recurso juntamente com sua interposição, diferentemente do 
processo penal. Daí a inconstitucionalidade do RITJSP que permite a juntada 
das razões do recurso no prazo do recurso. Ex. interpor Ag de instrumento e 
retido. 
· Há quem diga que o recurso parcial, pode ser complementado por ocasião do 
recurso adesivo. (Nery é contra, pois o adesivo é apenas uma forma de 
interposição).

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