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Autoimunidade e Hipersensibilidade

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O que é autoimunidade?
R: Distúrbio dos mecanismos responsáveis pela auto-tolerância e indução de uma resposta imune contra componentes do próprio individuo. 
Explique as principais causas que levam ao desenvolvimento de autoimunidade.
R: Escape de clones celulares auto-reativos; Reatividade cruzada a antígenos exógenos; Modificação de antígenos próprios; Desregulação de citocinas e expressão inapropriada de MHC; Função supressora sub-ótima.
Explique e dê exemplos de doenças autoimunes devido a presença de auto-Ac e a presença de LT autorreativos.
R: Doenças autoimunes por auto-Ac: Anemia Hemolítica Autoimunológica, Miastemia Grave, Doença de Graves, Lupus Eritematoso Sistêmico, Tireoidite de Hashimoto. 
Autoimune pela presença de LT autorreativos: Esclerose múltipla, Diabetes melito tipo I, Artrite reumatoide.
Explique as causas imunológicas de cada uma delas.
Durante uma infecção por Streptococcus pyogenes, foram gerados altos níveis de anticorpos IgM e IgG contra um antígeno de S. pyogenes, porém esse Ag apresenta similaridade estrutural com moléculas do coração. Explique o que pode acontecer nesse caso.
R: Os Ac gerados para o agente infeccioso podem reconhecer as moléculas do coração e gerar uma resposta imunológica contra esse órgão, levando ao desenvolvimento de uma doença autoimune.
O que é hipersensibilidade? Quais os tipos?
R: Hipersensibilidade se refere às reações excessivas, indesejáveis (danosas, desconfortáveis e às vezes fatais) produzidas pelo sistema imune normal. Reações de hipersensibilidade requerem um estado pré-sensibilizado (imune) do hospedeiro. Reações de hipersensibilidade podem ser divididas em quatro tipos: tipo I, tipo II, tipo III e tipo IV, baseados nos mecanismos envolvidos e tempo levado para a reação. Frequentemente, uma condição clínica particular (doença) pode envolver mais de um tipo de reação.
Diferencie os mecanismos imunológicos de cada tipo de hipersensibilidade.
R: HIPERSENSIBILIDADE TIPO I
Hipersensibilidade tipo I é também conhecida como imediata ou hipersensibilidade anafilática. A reação pode envolver pele (urticária e eczema), olhos (conjuntivite), nasofaringe (rinorréia, rinite), tecidos broncopulmonares (asma) e trato gastrointestinal (gastroenterite). A reação pode causar uma variedade de sintomas desde inconveniências mínimas até a morte. A reação normalmente leva 15 - 30 minutos para o período de exposição ao antígeno, embora às vezes possa ter início mais demorado (10 - 12 horas). Hipersensibilidade imediata é mediada por IgE. O componente primário celular nessa hipersensibilidade é o mastócido ou basófilo. A reação é amplificada e/ou modificada pelos plaquetas, neutrófilos e eosinófilos. Uma biópsia do local da reação demonstra principalmente mastócitos e eosinófilos. O mecanismo da reação envolve produção preferencial de IgE, em resposta a certos antígenos (alergenos). IgE tem muito elevada afinidade por seu receptor em mastócitos e basófilos. Uma exposição subsequente ao mesmo alergeno faz reação cruzada com IgE ligado a células e dispara a liberação de várias substâncias farmacologicamente ativas (figura 1). Ligação cruzada do receptor Fc de IgE é importante para a estimulação de mastócitos. A degranulação de mastócitos é precedida pelo aumento do influxo de Ca++, que é um processo crucial; ionóforos que aumentam Ca++ citoplasmático também promovem degranulação, enquanto agentes que depletam Ca++ citoplasmático suprimem degranulação.
HIPERSENSIBILIDADE TIPO II
Hipersinsibilidade tipo II também é conhecida como hipersensibilidade citotóxica e pode afetar uma variedade de órgãos e tecidos. Os antígenos são normalmente endógenos, embora agentes químicos exógenos (haptenos) que podem se ligar a membranas celulares podem também levar a hipersensibilidade tipo II. Anemia hemolítica induzida por drogas, granulocitopenia e trombocitopenia são exemplos. O tempo de reação é minutos a horas. A hipersensibilidade tipo II é primariamente mediada por anticorpos das classes IgM ou IgG e complemento.
HIPERSENSIBILIDADE TIPO III
Hipersensibilidade tipo III é também conhecida como hipersensibilidade imune complexa. A reação pode ser geral (ex. doença do soro) ou envolve órgãos individuais incluindo pele (ex. lupus eritematoso sistêmico, reação de Arthus), rins (ex. nefrite do lupus), pulmões (ex. aspergilose), vasos sanguíneos (ex. poliarterite), juntas (ex. artrite reumatóide) ou outros órgãos. Esta reação pode ser o mecanismo patogênico de doenças causadas por muitos microrganismos. A reação deve levar 3 - 10 horas após exposição ao antígeno (como na reação de Arthus). É mediada por complexos imunes solúveis. São na maioria de classe IgG, embora IgM possa estar também envolvida. O antígeno pode ser exógeno (bacteriano crônico, viral ou infecções parasitárias), ou endógeno (autoimunidade não órgão-específica: ex. lupus eritematoso sistêmico, LES). O antígeno é solúvel e não ligado ao órgão envolvido. Componentes primários são complexos imunes solúveis e complementos (C3a, 4a e 5a). O dano é causado por plaquetas e neutrófilos. A lesão contém primariamente neutrófilos e depósitos de complexos imunes e complemento. Macrófagos infiltrantes em estágios avançados podem estar envolvidos no processo de recuperação.
HIPERSENSIBILIDADE TIPO IV
A hipersensibilidade tipo IV está envolvida na patogênese de muitas doenças autoimunes e infecciosas (tuberculose, lepra, blastomicose, histoplasmose, toxoplasmose, leishmaniose, etc.) e granulomas devido a infecções e antígenos estranhos. Uma outra forma de hipersensibilidade tardia é a dermatite de contato (hera venenosa, agentes químicos, metais pesados, etc.) nos quais as lesões são mais papulares. Os mecanismos de dano na hipersensibilidade tardia incluem linfócitos T e monócitos e/ou macrófagos. Células T citotóxicas causam danos diretos enquanto que células auxiliates T (TH1) secretam citocinas que ativam células T citotóxicas e recrutam e ativam monócitos e macrófagos, que causam a maioria das lesões. As lesões da hipersensibilidade tardia contém principalmente monócitos e algumas células T. Linfocinas importantes envolvidas na reação da hipersensitividade tardia incluem fator quimiotáctico dos monócitos, interleucina-2, interferon-gama, TNF alpha/beta, etc.
O que é uma imunodeficiência?
R: Imunodeficiência é a falha do sistema imune em proteger contra doença ou malignidade. 
Quais as diferenças entre imunodeficiências primárias e secundárias?
R: Imunodeficiência primária é causada por defeitos no desenvolvimento ou genéticos no sistema imune. Esses defeitos estão presentes no nascimento mas devem aparecer mais tarde na vida. Imunodeficiência secundária ou adquirida é a perda da função do sistema imune como resultado da exposição a agentes de doenças, fatores ambientais, imunosupressão ou envelhecimento.
Quais as principais características nas imunodeficiências do sistema complemento, do sistema fagocitário, de LB, e de LT?
R: Relacionar a falha desses componentes com as suas funções.
	Infecções características das imunodeficiências primárias
	componente
	patógeno primário
	local primário
	exemplo clínico
	células T
	Intracelular, bactéria virus, protozoários, fungos
	nãp específico
	IDCS, DiGeorge
	células B
	Pneumococos, streptococos, hemofilus
	pulmão, pele e CNS
	IgG, deficiência de IgM
IgG, Deficiência de IgM
	
	Bactérias entéricas e virus
	GI, nasal, ôlho
	Deficiência de IgA
	fagócitos
	Estafilococos, Klebsiela Pseudomonas
	pulmão, pele, nódulo linfático regional
	Doença granulomatosa crônica (DGC)
	complemento
	Neisseria, Hemofilus, pneumococos, estreptococos
	CNS
pulmão
pele
	C3, Fatores I e H, componentes tardios C
 
Se a imunodeficiência adquirida humana (HIV) leva a destruição de LT CD4+ e monócitos/macrófagos, quais mecanismos imunológicos estarão afetados?
R: Resposta imune adaptativa celular, e prejudica também a produção de anticorpos.
O que um transplante ou enxerto? Quais os tipos de enxerto?
R: O transplante, também chamadode transplantação, é a transferência de células, tecidos e órgãos vivos com a finalidade de restabelecer uma função perdida. Tipos de enxertos: Xenográficos: Enxêrtos entre membros de espécies diferentes (também conhecidos como heterólogos, xenogeneicos ou heterográficos)
Alográficos: Enxêrtos entre dois membros da mesma espécie (também conhecido como alogênico ou homográfico)
Isográfico: Enxêrtos entre membros da mesma expécie com composição genética idêntica (gêmeos idênticos ou animas endocruzados)
Autográfico: cujas células, tecidos ou órgãos são retirados da própria pessoa e implantados em um local diferente do corpo.
Explique os mecanismos imunológicos envolvidos na rejeição aos transplantes.
R: O sucesso de qualquer transplante está na capacidade de controlar a resposta imune, permitindo a adaptação do transplante e evitando a sua rejeição. O processo de reconhecimento de antígenos transplantados é conhecido como alorreconhecimento e poderá ocorrer por duas vias distintas. A via direta envolve receptores nos linfócitos T do hospedeiro que reconhecem antígenos intactos nas células do órgão transplantado. A via indireta requer uma célula apresentadora de antígeno (APC) que processa o antígeno e o apresenta às células CD4+. No final ocorre a ativação do LT CD4+ e suas respectivas funções são direcionadas as células do órgão transplantado.
Quais os tipos de rejeição de transplante?
R: 
Quando ocorre a reação do enxerto versus hospedeiro?
R: Resposta enxerto versus hospedeiro (GVHD): No transplante alogênico em
particular, existe uma situação clínica denominada de reação do enxerto contra o 
hospedeiro (GVHD), que consiste no reconhecimento de estruturas antigênicas do 
receptor como não-próprias pelos linfócitos do doador. Isto leva ao desenvolvimento 
de icterícia, diarréia e alterações de pele. Dependendo do grau de acometimento do 
paciente, esta reação pode levar ao óbito, por proporcionar uma maior freqüência de 
infecções.
Quais os requisitos necessários para que o transplante seja bem sucedido?
R: Compatibilidade genética do par doador – receptor para tipo sanguíneo e MHC (HLA), e supressão da resposta imunológica.
Um homem tem uma história de falência renal e requer um transplante de rim. Aproximadamente quatro semanas após receber o rim transplantado, ele desenvolve oligúria (produção reduzida de urina), febre, hipertensão, dor e sensibilidade aumentada na região do transplante. Qual mecanismo imunológico está acontecendo?
R: Rejeição aguda.
Um garoto recebe um transplante de medula óssea de seu pai durante seu tratamento para leucemia mielóide aguda. Qual reação pode se desenvolver?
R: Resposta enxerto versus hospedeiro.
O que é tumor?
R: Células quando expostas a produtos químicos, radiação, infecção de certos vírus ou mutações podem começar a se proliferar de maneira anormal (exagerado), produzindo assim, tumor ou neoplasma. Entre as principais características das células tumorais podemos destacar: 
1. Falha em responder aos sinais regulatórios do crescimento e reparo tecidual 
2. Crescimento autônomo sem necessidade de sinais exógenos de crescimento 
3. Crescimento invasivo de tecido normal subjacente
4. Crescimento metastático em órgãos ou tecidos distantes atingidos por via sanguínea ou linfática. 
5. Atividades bioquímicas alteradas, por exemplo, o aumento da atividade glicolítica, permitindo o crescimento do tumor mesmo sob baixa concentração de oxigênio; secreção de várias enzimas que degradam a membrana basal e estroma circunjacente; produção de fatores de angiogênese que induzem a formação de vasos no interior do tumor, suprindo-o de oxigênio e nutrientes para sustentar seu crescimento. 
Como o princípio da vigilância imunológica está relacionando com o aparecimento de câncer?
R: Há fortes evidências de que o sistema imune é um fator de fundamental importância na resistência aos tumores principalmente sob a forma de vigilância imunológica". Por vigilância imune compreende-se o conjunto de mecanismos que contribuem para impedir a instalação de um tumor ou qualquer outra patologia. Desde a década de 50 existe o conceito de que o sistema imune pode combater ou prevenir o aparecimento de tumores através de mecanismos de vigilância imunológica, embora este fenômeno nem sempre pareça ser eficiente. É bom lembrar que células transformadas ou células mutantes, são geradas constantemente e normalmente são destruídas pelas células imunocompetentes. Assim, o sistema imune é normalmente eficiente em realizar a vigilância imunológica. Entretanto, para que se instale um tumor, é suficiente que uma única célula escape ao sistema de vigilância.
Quais os mecanismos imunológicos envolvidos no controle do câncer?
R: Praticamente todos os componentes do sistema imunológico podem contribuir para a defesa contra as células tumorais • Células T; são, sem dúvida, o principal mecanismo de defesa para o organismo contra essas células. Atuam tanto diretamente sobre elas (células CD8+) como ativando outros componentes do sistema imune (células CD4+). Entretanto dependem de células apresentadoras de antígenos (APC), pois na maioria das vezes as células tumorais expressam apenas MHC classe I e não a classe II. 
• Células B; secretam anticorpos (o principal é a IgG) e funcionam como APC. Os anticorpos podem agir tanto fixando complemento quanto promovendo a ADCC (citotoxidade mediada por anticorpo).
• Células NK**; representam a primeira linhagem de defesa do hospedeiro contra o crescimento das células transformadas. Também representam um auxílio quando recrutadas pelas células T. Sua ação é mediada pela liberação de fatores citotóxicos ou de granzinas e perforinas.
• Macrófagos; são importantes na iniciação da resposta imune por desempenharem o papel de APC. Além disso podem atuar diretamente como células efetoras mediando a lise do tumor. 
Como ocorre o escape imunológico no desenvolvimento do tumor?
R: • Imunosseleção; mutações randômicas (ao acaso), devido a instabilidade genética, produzem células tumorais que não são reconhecidas como estranhas pelo sistema imune do hospedeiro e essas células, consequentemente são selecionadas (pelo próprio sistema imune),
• Fatores solúveis; as células tumorais secretam substâncias que suprimem diretamente a reatividade imunológica.
• Tolerância; como as células tumorais, na maioria das vezes, não são apresentadoras de antígenos, elas não fornecem um sinal co-estimulador para as células T, o que leva a apoptose ou a um estado de anergia das células T. 
• Perda de antígenos do MHC (modulação); mais de 50% dos tumores podem perder um tumorais alelos de classe I do MHC, o que leva a uma incapacidade de apresentação de antígenos peptídeos tumorais.

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