Buscar

Direito Processual Civil II - Aula I (25_02)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Direito Processual Civil II 
Aline Sayuri Kazari 
USJT - Direito 
1 
Direito Processual Civil II 
Aula I – 25/02/2015 
Professor: Antônio Sanches 
 
Competência 
 
Por competência, entende-se o instituto que define o âmbito do exercício da atividade 
jurisdicional de cada órgão desta função encarregado, ou seja, os limites da jurisdição. 
 
1. Competência Internacional 
 
A jurisdição brasileira não alcança territórios estrangeiros e vice-versa, assim sendo, as 
sentenças estrangeiras não tem força coercitiva entre nós, nem podem aqui produzir efeitos, 
excepcionalmente nos casos em que houver manifestação da autoridade brasileira, 
autorizando o seu cumprimento. Para as sentenças estrangeiras passarem a ter eficácia no 
território nacional, deverá o Supremo Tribunal de Justiça, homologar a sentença estrangeira. 
O art. 89 – CPC enumera casos de competência absoluta e exclusiva da Justiça 
Nacional, isto é, se for levada a homologação uma sentença estrangeira versando questões de 
competência nacional exclusiva, será indeferida a pretensão. 
 
“Art. 89. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de 
qualquer outra: 
I – conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; 
II – proceder a inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda 
que o autor da herança seja estrangeiro e tenha residido fora do 
território nacional.” 
 
Os requisitos e procedimentos da homologação de sentença estrangeira vêm 
regulamentados na Resolução 9, de 4 de maio de 2005, do Superior Tribunal de Justiça. 
Já o art. 88 enumera os casos em que a ação tanto pode ser ajuizada aqui como em 
outro lugar, configurando assim, exemplos de jurisdição cumulativa e concorrente. 
 
“Art. 88. É competente a autoridade judiciária brasileira quando: 
I – o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado 
no Brasil; 
II – no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; 
III – a ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil. 
Parágrafo único. Para o fim do disposto no n. I, reputa-se domiciliada 
no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que tiver agência, filial ou 
sucursal.” 
Direito Processual Civil II 
Aline Sayuri Kazari 
USJT - Direito 
2 
 
Nas hipóteses de competência concorrente (art.88 - CPC), a eventual existência de 
uma ação ajuizada, sobre a mesma lide, perante um território estrangeiro, não induz 
litispendência ou conexão, conforme previsto no art. 90 – CPC. 
 
“Art. 90. A ação intentada perante tribunal estrangeiro não induz 
litispendência, nem obsta a que a autoridade judiciária brasileira 
conheça da mesma causa e das que lhe são conexas.” 
 
2. Competência Interna 
 
A Constituição Federal, nos seus arts. 92 a 126, indica quais são os órgãos judiciários, 
definindo-lhes a competência. Ao formular a estrutura do Poder Judiciário, a CF estabelece a 
distribuição entre a justiça comum e as especiais (trabalhista, eleitoral e militar). 
A competência das justiças especiais é apurada de acordo com a matéria discutida. A 
das justiças comuns é supletiva: abrange todas as causas que não forem de competência das 
especiais. 
A justiça comum pode ser federal ou estadual. A Justiça Federal versa sobre ações que 
tenham como parte ou interveniente pessoas jurídicas de direito público federais e empresas 
públicas federais, ou ainda, sobre matérias enumeradas no art. 109 – CF. 
O que não for de competência das justiças especiais, nem da Justiça Federal, será 
atribuído, supletivamente, à Justiça Estadual. 
 
2.1. Competência absoluta e relativa 
 
O legislador, ao formular as regras gerais de competência teve em vista dois aspectos: 
I- Competência absoluta: visa o melhor funcionamento da organização 
judiciária, envolvendo matéria de ordem pública; 
II- Competência relativa: visa o maior conforto das partes no ajuizamento de 
uma demanda, assim sendo, envolve matéria de ordem privada. 
Somente as de competência relativa estão sujeitas à modificação pelas partes. As de 
competência absoluta não podem ser modificadas. Entre as principais causas de modificação 
podem ser citadas a prorrogação, a conexão, etc. 
 
Incompetência 
 
 
 
Absoluta Relativa 
Conhecimento 
De ofício 
(por autoridade própria do juiz) 
Deve ser requerido pelas partes 
Momento 
Até dois anos após o trânsito em 
julgado 
Até a resposta do réu, caso contrário 
ocorre a prorrogação da sentença, ou 
seja, o juízo torna-se competente 
Direito Processual Civil II 
Aline Sayuri Kazari 
USJT - Direito 
3 
Forma 
1º - nas preliminares da 
contestação; 
2º - através de uma petição simples; 
3º - se trânsito em julgado, através 
de um novo processo, denominado 
ação rescisória (pode ser ingressada 
apenas pelo réu) 
Na resposta do réu através da 
exceção de incompetência 
 
 
2.2. Critérios de fixação de competência 
 
I. Ratione mateirae (em razão da matéria): Diz respeito ao tema discutido. 
Hipótese de competência absoluta; 
II. Ratione personae (em razão da pessoa): A participação do pólo define a 
competência; 
III. Ratione loci (em razão do local): O local dos fatos influencia no juízo 
competente. Em regra, é uma hipótese de competência relativa; 
IV. Funcional: Alguns órgãos do judiciário têm funções específicas, por exemplo, 
julgar recursos. Hipótese de competência absoluta; 
V. Valor da causa: O valor da causa determina o juízo competente. Referente ao 
critério do valor da causa, o CPC alude a esse critério apenas para dizer que 
não o usará para indicação do foro competente, pois ele servirá para que as 
leis de organização judiciária apontem o juízo competente (art. 91 – CPC).

Outros materiais