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Farmacocinética e Vias de Administração

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Farmacologia
A farmacocinética é o estudo da cinética do fármaco, ou seja, o que a você faz com o fármaco e a farmacodinâmica é o estudo do efeito do fármaco, ou seja, o que o fármaco faz com você. 
Fármaco ou princípio ativo é uma substância química de estrutura conhecida, que ao ser administrada a um organismo produz efeito biológico, para que seja classificado como um fármaco, ele necessariamente precisa apresentar estrutura química conhecida. 
NOMENCLATURA DOS FÁRMACOS
Sigla: usada apenas na fase de pesquisa. 
Nome químico: estrutura química.
Nome genérico: forma da estrutura ou homenagens.
Nomes registrados ou comerciais.
Medicamento é uma preparação química comercial, que pode conter um ou mais fármacos, administrado com a intenção de produzir efeito terapêutico. Contém excipientes (tudo o que é inerte e é colocado junto para dar cor, volume e sabor, com a intenção da palatabilidade). 
Remédio é qualquer procedimento com intenção terapêutica (fisioterapia, dieta, terapia psicológica, etc.).
Droga apresenta em nossa língua uma conotação negativa, frequentemente associada a substâncias que trazem dependência e alteram o sistema nervoso central. 
Concentração é a quantidade de fármaco apresentada em preparação in vitro, por exemplo, mmol/L ou mg/ml e dose é a quantidade de fármaco administrada in vivo, exemplo, mg/kg ou mg/m².
Posologia é a quantidade (dose) de um medicamento que deve ser fornecida a um paciente por determinada via, com intervalo de tempo constante, durante certo período de tempo para que haja alívio de um sintoma ou para que cure uma doença. EX.: Ibuprofeno: ingerir um comprimido por via oral 400mg de 6 em 6 horas durante 3 dias.
Mecanismo de ação é o efeito molecular que o fármaco vai apresentar, fechando canais, abrindo canais, despolarizando membranas, etc. E o efeito farmacológico é a reação sistêmica ou local que acontece em decorrência do mecanismo de ação. Por exemplo, a lidocaína tem como principal mecanismo de ação o bloqueio dos canais de sódio e seus efeitos farmacológicos são impedimento da despolarização neuronal, redução da condução de fibras sensitivas e anestésico local. 
As reações adversas são agrupadas em três diferentes grupos decorrentes da reação:
HIPERSENSIBILIDADE
	EFEITOS COLATERAIS
IDIOSSINCRÁSICAS
Efeito colateral é todo efeito causado pelo próprio mecanismo de ação do fármaco, em local diferente do alvo terapêutico. Hipersensibilidade é a ativação do mecanismo imune devido ao contato anterior com o fármaco, podendo desencadear tal reação com doses relativamente baixas. Reações idiossincrásicas são reações raras, inesperadas e inexplicáveis, caracterizadas por efeitos qualitativamente diferente dos efeitos dos fármacos. Já efeitos tóxicos são caracterizados pelo uso de quantidades excessivas e de concentrações superiores as terapêuticas, sendo também explicadas pela dificuldade em excretar o componente maléfico, agindo em locais diferentes do normal e amplia os efeitos colaterais. 
As interações medicamentosas são caracterizadas como a influência de uma substância na ação de outra, seja ela química (ácido + base: sal), farmacocinética (pH) ou farmacocinética (mecanismos de ação conflitantes). As contraindicações são absolutas, ou seja, nunca se deve utilizar, o benefício não justifica o risco e relativas, a princípio não se deve utilizar, mas pode ser usado quanto o benefício justifica o risco. Medicamentos placebo são caracterizados como uma substância ou como um tratamento inerte, o efeito placebo é uma resposta a substância ou tratamento sem qualquer efeito terapêutico. 
FARMACOCINÉTICA
A farmacocinética é o movimento da droga através do organismo, ou seja, o que acontece com o fármaco desde o momento que ele entra no nosso organismo até sua excreção, sendo ela dividida em duas fases:
FARMACÊUTICA, onde se apresenta a desintegração do fármaco e a solubilização do mesmo. Os fármacos em gotas pulam a fase de desintegração, sendo mais rápidos os efeitos. 
FARMACOCINÉTICA, onde temos a absorção (droga adentra o corpo pela via até chegar ao sangue), a distribuição (do sangue para os tecidos-alvos), a biotransformação ou metabolização e a excreção. 
Do sistema digestório ao SNC: células intestinais (dupla barreira) -> endotélio -> barreira hematoencefálica.
TRANSPORTE ATRAVÉS DE BARREIRAS ou PERMEAÇÃO
Difusão passiva: aquosa ou lipídica.
Transportadores: difusão facilitada e transporte ativo.
Endocitose: moléculas grandes.
Canais: normalmente íons.
O principal modo de ação é ditado pela hidrossolubilidade (moléculas polares e se apresentam em forma iônica, ou seja, ânios e cátions) ou lipossolubilidade (moléculas apolares que se apresentam de forma não-ionizada). 
A difusão passiva é o transporte através da membrana da célula na qual a força dos movimentos está no gradiente de concentração do soluto. A maioria das moléculas dos fármacos é transportada através da membrana por simples difusão de uma área de alta concentração para uma área de baixa concentração, sem gasto de energia. É dependente da lipossolubilidade, devido a natureza lipídica das nossas membranas, grau de ionização, sendo que a fração não ionizada é mais lipossolúvel e se difunde prontamente pela membrana, diferente da forma ionizada, tamanho da molécula, moléculas menores tendem a se dissolverem melhor, e área de superfície de absorção, assim como os grupamentos existentes na superfície da membrana celular, impedindo formas ionizadas de entrarem na membrana e também uma maior área de absorção aumenta a velocidade da mesma. 
A difusão passiva lipídica é realizada por moléculas apolares e lipossolúveis geralmente pela via transcelular, lembrando que moléculas extremamente lipossolúveis ficam retidas na membrana devido a alta afinidade entre ambas, ou ao tamanho da molécula, talvez por não dissolver corretamente. Substâncias extremamente lipossolúveis são usadas apenas por via endovenosa. E a difusão aquosa é feita por moléculas hidrossolúveis e polares, pelo espaço intersticial, pelo citosol, pelas junções celulares e pela via transcelular, onde moléculas pequenas conseguem passar entre as células.
Os medicamentos ideais apresentam um coeficiente de partição, ou seja, é lipossolúvel, mas se mistura com água.
Os canais aquosos, chamados aquaporinas, é a difusão através dos poros aquosos que atravessam os lipídeos membranosos. Os canais iônicos fazem difusão através de canais para cátions monovalentes. A difusão facilitada não tem gasto de energia e vai a favor de um gradiente eletroquímico, porém pequena porcentagem dos fármacos usam essa via. O transporte ativo tem gasto de energia, sendo ele realizado contra o gradiente eletroquímico, raros fármacos usam essa via. A endocitose é realizada quando a substância a ser transportada apresenta alta peso molecular, sem especial são os peptídeos e a vitamina b12.
PARTICULARIDADES DOS TRANSPORTES (difusão facilitada e transporte ativo):
Os fármacos apresentam SATURAÇÃO, ou seja, o grau de um local receba ligações está totalmente ocupado, ESPECIFICIDADE, sendo entendida como ação apenas em um determinado local ou substrato e COMPETIÇÃO, que é, como a própria palavra diz, a competição pelos sítios de ligação com outras substâncias. Os principais locais que esses processos acontecem é no TGI, na barreira hematoencefálica e nos rins.
ABSORÇÃO
A absorção consiste na transferência de um fármaco desde o seu local de administração até a corrente circulatória, a velocidade de ação do fármaco depende da velocidade de absorção. A maioria dos fármacos necessitam atravessar o epitélio gastrointestinal, o endotélio vascular e a membrana plasmática. A via de administração, a sua forma química e certos fatores específicos dos pacientes contribuem para determinar a biodisponibilidade do fármaco
Exceto a via endovenosa, as demais demoram mais para obterem efeitos, por esta pular o efeito de primeira passagem, sendo a principal via usada em emergências. 
Fármacos que apresentam solubilidade lipídica elevada atravessammais facilmente as membranas pela via transcelular: difusão passiva! => CUIDADO COM EXTREMOS LIPOSSOLÚVEIS!
Fármacos hidrossolúveis fazem a passagem por sistemas transportadores específicos, canais ou poros específicos. 
A MEDIDA DA SOLUBILIDADE LIPÍDICA é feita por meio do coeficiente de partição, que é a razão entre a concentração na fase lipídica pela concentração na fase aquosa.
FATORES ENVOLVIDOS NA ABSORÇÃO:
Ligados ao organismo:
A1) Vascularização do local: quando maior a vascularização do local que o fármaco foi administrado, maior a vasodilatação existente nas artérias alí existente, ou seja, maior a absorção do local para a circulação.
A2) Superfície absortiva: quando maior a área da absorção, mais rápida a substância será absorvida devido ao maior número de receptores, de poros, ou simplesmente por ter mais área para a realização de difusão. Os vilos aumentam a capacidade absortiva, sendo estes bastantes importantes nos pulmões e no intestino. 
A3) Permeabilidade capilar: quando maior a permeabilidade capilar, maior a passagem de pequenas moléculas por estar pelo endotélio vascular. EXCETO: barreira hematoencefálica (sempre lipossolúvel), barreira placentária e barreira testicular (apenas o etanol atravessa essas membranas devido ao pequeno tamanho dessas moléculas).
A4) Tempo de trânsito intestinal: esvaziamento gástrico, alimentos, repouso, exercícios e circulação entero-hepática, assim como o metabolismo de primeira passagem e condições patológicas.
Ligados ao medicamento:
B1) Peso molecular e tamanho da partícula: quando maior o peso molecular da partícula, maior será seu tamanho e quando este tamanho se apresenta aumentado, as chances deste fármaco atravessar poros ou transportadores são bem menores, diminuindo a velocidade de absorção. Ou seja, fármacos menos, são mais rapidamente absorvidos. A forma química também influencia nessa absorção, podendo eles serem encontrados na forma de sais ou cloridratos, assim como a forma farmacêutica, podendo o medicamento ser administrado na forma de solução, xarope, suspensão, comprimido ou cápsula, cada um com uma particularidade quanto a absorção diferente.
B2) Grau de ionização: ácidos fracos x bases fracas e forma ionizada x forma não-ionizada. Os ácidos fracos são doadores de prótons e as bases fracas são aceptores de prótons. Os íons não atravessam membranas por serem lipoinsolúveis e hidrossolúveis e sua polaridade/carga elétrica interage com as proteínas da membrana, necessitando de sistemas transportadores especiais. Ácidos e bases fracos são substâncias apolares e atravessam barreiras facilmente, já quando estes são expostos a substâncias aquosas, se transformam em ânions ou cátions, não atravessando deste modo as membranas.
Drogas com pKa ácido em meio ácido encontra-se geralmente não ionizada e drogas com pKa básico em meio ácido, encontra-se geralmente ionizada. Ou seja, ácidos fracos são mais facilmente absorvidos em meios ácidos e bases fracas são mais facilmente absorvidas em meios básicos. Sendo assim, O PH DO LOCAL DETERMINA SE A DROGA ESTARÁ IONIZADA OU NÃO, DETERMINANDO ENTÃO A ABSORÇÃO DA MESMA.
Quanto maior o coeficiente de partição, maior a absorção deste fármaco e maior o equilíbrio entre a lipo e a hidrossolubilidade.
As substâncias ionizadas são absorvidas por meio de transportadores ou não são absorvidas, sendo que a maioria dessas são usadas via endovenosa.
Alguns alimentos podem retardar ou aumentar a absorção dos fármacos, denominamos esse processo de INTERAÇÃO FÁRMACO-ALIMENTOS, eles podem retardar o esvaziamento gástrico, aumentando a absorção pelo aumento do tempo de contato do fármaco com a mucosa gástrica ou diminuindo, no caso de bases fracas, devido a maior ionização do fármaco. Outros alimentos podem formar complexos, como o leite com o ferro, fazendo com que um complexo entre o cálcio do leite e o ferro dos fármacos forme um complexo e diminua a absorção, já outros aumentam a absorção, como a laranja com o ferro, o ácido ascórbico, quando junto com o ferro aumenta a absorção do fármaco. Alguns alimentos também podem modificar o meio, por exemplo, os lipídeos da dieta aumentam a absorção lipossolúvel e outros que modificam o pH, os antiinflamatórios apresentam grande maioria de natureza ácida.
A inflamação causa vasodilatação: cobrindo com pomadas nesses locais pode haver maiores efeitos. Áreas com edemas apresentam mais barreiras e todo choque circulatório causa vasoconstrição, diminuindo a absorção.
	
	AUMENTA ABSORÇÃO
	DIMINUI ABSORÇÃO
	CONCENTRAÇÃO
	Maior
	Menor
	PESO MOLECULAR
	Pequeno
	Grande
	SOLUBILIDADE
	Lipossolúvel
	Hidrossolúvel
	FORMA FARMACÊUTICA
	Líquida
	Sólida
	DISSOCIAÇÃO DE SÓLIDOS
	Grande
	Pequena
	ÁREA ABSORTIVA
	Grande
	Pequena
	CIRCULAÇÃO LOCAL
	Grande
	Pequena
	CONDIÇÕES PATOLÓGICAS
	Inflamação e queimaduras
	Edema e choques circulatórios
DISTRIBUIÇÃO 
Órgãos que apresentam alto fluxo sanguíneo recebem maior parte dos fármacos, devido a estes caírem na circulação sanguínea e seus efeitos serem rapidamente sentidos (coração, rins, cérebro), o contrário acontece com os que recebem baixo fluxo (tecido adiposo, pele e ossos).
LIGAÇÃO A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS
Ao chegar aos vasos sanguíneos os fármacos se ligam inespecífica ou especificamente as proteínas plasmáticas. As ligações inespecíficas e espontâneas se juntam a ALFA-1-GLICOPROTEÍNA (bases fracas) e a ALBUMINA (ácidos fracos). Porém os efeitos farmacológicos são sentidos pela presença de uma fração livre, ou seja, a quantidade de fármacos não ligados as proteínas plasmáticas. Os fármacos apresentam um certo tempo de ação devido a ligação reversível entre o fármaco e as proteínas plasmáticas e com o tempo essas ligações se desestabilizam, mantendo a fração livre constante. Essa ligação limita sua concentração nos tecidos e nos locais de ação, visto que apenas o fármaco livre está em equilíbrio através das membranas. 
A ligação com as proteínas plasmáticas não é seletiva, os fármacos podem competir entre si por locais de ligação nas proteínas, um fármaco com maior afinidade pode deslocar outro de sua ligação, sendo este um fator bastante importante nas interações medicamentosas.
A quantidade de fármacos que se liga a proteínas plasmáticas depende de 3 fatores:
Concentração de fármaco livre
Afinidade pelos sítios de ligação
Concentração de proteínas
A diálise dos fármacos remove a fração livre dos fármacos de baixo peso molecular, já fármacos que apresentam altas taxas de ligações às proteínas plasmáticas são menos removíveis por diálise. 
O aumento da fração livre pode ser causada por inúmeras comorbidades:
HIPOALBUMINEMIA: diminuição da formação da albumina ou aumento da expressão urinária da mesma, pode ser causada por cirrose, síndrome nefrótica (proteína aumentada na urina e diminuída no plasma), desnutrição grave e uremia (aumento de uréia e substância nitrogenadas no sangue).
ENVELHECIMENTO: diminuição da capacidade de ligação, as proteínas perdem parte da sua capacidade de se ligarem a substâncias.
GESTAÇÃO: hemodiluição (na gestação as proteínas continuam em mesmo número, porém menos concentradas, devido a um aumento no volume de água no sangue).
VOLUME DE DISTRIBUIÇÃO
Parâmetro farmacocinético que avalia a extensão da distribuição de uma substância ativa, além do plasma.
VD = dose absorvida / concentração plasmática
Quando a concentração plasmática está diminuída, não temos a presença deste fármaco no plasma, ou ele está presente neste em baixas quantidades, já quando ela se apresenta aumentada, o fármaco está no plasma. Um volume de distribuição baixo, representa uma distribuição bastante restrita e um volume de distribuição alto, representa uma ampla distribuição pelo nosso corpo. O volume de distribuição também indica o caminho do fármaco no organismo, o tecido de ação e o tempo de ação deste fármaco no organismo.
- COMPARTIMENTOS HÍDRICOS:
	
	VOLUME EM L
	VOLUME EM L/KG
	PLASMA
	4
	0,05
	LÍQ. EXTRACELULAR
	14
	0,2
	LÍQ.INTRACELULAR
	28
	0,55
	TOTAL
	42
	-
Quanto menor for o volume de distribuição maior a quantidade de fármaco presente no plasma e quanto maior for o volume de distribuição, menor a quantidade de fármaco no plasma, porém ele se apresente distribuído pelos tecidos: 
VD baixo: fármacos no plasma.
VD até 0,55: fármacos no meio extracelular.
VD maior de 0,6: fármacos no SNC, tecido adiposo, ósseo, lipídeos.
Compartimento plasmático: em casos onde a droga tem alto peso molecular ou alta ligação a proteínas do plasma, esta fica restrita ao compartimento vascular, representando apenas 6% aproximadamente do volume corporal. VD < 0,071 L/Kg
Compartimento extracelular: no caso de ter um baixo peso molecular, porém caráter hidrofílico, a droga pode movimentar-se através de fendas do endotélio para o líquido intersticial, porém não consegue atravessar barreiras celulares. VD ~ 0,2 L/Kg
Água total do organismo: quando a droga tem baixo peso molecular e é lipossolúvel, esta pode ir para o interstício através de fenestras do endotélio, mas também para o líquido intracelular através das membranas plasmáticas. Vd > 1,2 L/Kg
EXERCÍCIO: 
Paroxetina: Vd = 17 L/Kg
Enoxaparina: Vd = 0,12 L/Kg
Qual é melhor distribuído ?
R: a paroxetina apresenta melhor volume de distribuição
Onde estão distribuídos ? 
R: a paroxetina está distribuída no SNC, ossos, músculos, musculatura esquelética, etc. já a enoxaparina apenas no compartimento plasmático e no máximo no LEC.
Qual seria o local de ação principal desses fármacos ?
R: a paroxetina no plasma e em tecidos com mais lipídeos que água, como no SNC, já a enoxaparina apenas no plasma.
A eliminação do fármaco já inicia desde o momento da distribuição do mesmo.
BIOTRANSFORMAÇÃO ou METABOLIZAÇÃO 
A biotransformação é toda e qualquer alteração química que os fármacos sofrem no organismo, geralmente por processos enzimáticos ou por degradação automática. Os fármacos mais lipossolúveis necessitam ser transformados antes da excreção. Esse processo geralmente inativa o fármaco, pois, além de modificar pontos fundamentais de sua estrutura, diminui a possibilidade de que ele chegue aos tecidos suscetíveis, sendo este processo um sinônimo de eliminação.
Antiácidos: degradação -> transformação em sais.
LOCAIS DE BIOTRANSFORMAÇÃO:
Fígado: importância da função hepática (retículo endoplasmático liso).
Sangue: esterases (degradam acetilcolina) plasmáticas.
Pulmão: fármacos de via inalatória.
Intestino: monoaminoxidase (MAO): degradação das monoaminas.
PORQUE ? Lipossolúvel (secretado e reabsorvido) -> Hidrossolúvel (excreção urinária) -> Excreção renal.
Os fármacos lipossolúveis não conseguem ser eliminados, sendo reabsorvidos pelos túbulos renais. As drogas polares são excretadas em maior proporção pela urina de forma inalterada, já os lipossolúveis não são excretados de modo eficiente pelo rim, sendo a maioria reabsorvida pelos túbulos renais.
REAÇÕES
Reações de fase I: As reações de fase I consistem principalmente em reações de oxidação, redução ou hidrólise e os produtos são mais reativos quimicamente, entretanto, essas reações podem resultar na inativação de um fármaco e alguns medicamentos podem se tornar mais tóxicos ou carcinogênicos que a droga inicial. Muitas enzimas hepáticas participam da biotransformação de drogas da fase I, incluindo o citocromo P450, se os produtos não forem facilmente excretados ocorre passagem para as reações de fase II. As três principais reações são:
OXIDAÇÃO: etanol do fígado (álcool -> aldeído -> ácido acético).
REDUÇÃO: pró-fármaco (prontosil: sulfanilamina) – enzima azoredutase.
HIDRÓLISE: acetilcolina -> colina + ácido acético.
O principal sistema enzimático envolvido no metabolismo de fármacos é o sistema de enzimas microssomais hepáticas, localizado na membrana do retículo endoplasmático de hepatócitos, que compreende o CITOCROMO P450 (hemoproteína) e uma flavoproteína, o NADPH-CITOCROMO P450 OXIRREDUTASE
Atividade: NADPH e O2
O sistema citocromo p450 contém um grupo de isoenzimas contendo ferro que ativa o oxigênio molecular em uma forma capaz de interagir com substratos orgânicos, e, assim, catalisar uma quantidade diversificada de reações oxidativas envolvidas na biotransformação do medicamento que sofre redução e oxidação durante o seu ciclo catalítico. É uma etapa limitante de velocidade nas oxidações hepáticas de fármacos, as principais isoformas são: CYP1A2, CYP2B6, CYP2D6, CYP3A4 (50% da metabolização de todos os fármacos), CYP2A6, CYP2C9 E CYP2E1.
A maioria das interações medicamentosas acontece devido a indução ou a inibição das enzimas do sistema citocromo P450 microssomal hepático. A indução faz com que haja aceleração do metabolismo do fármaco, sendo assim devemos aumentar a dose inicial para que ela alcance o efeito terapêutico, já quando há inibição do sistema, ou seja, há redução do metabolismo, um fármaco se liga ao sítio alostérico da enzima, fazendo com que haja acúmulo do fármaco que por ela seria metabolizado, devido a este não processo não ocorrer, podendo gerar toxicidade crítica ao indivíduo.
Reações de fase II: as reações de fase II envolvem reações de conjugação, que normalmente resulta em compostos inativos e facilmente excretáveis, sendo a glicuronidação a reação de conjugação mais comum e a mais importante, embora possa ocorrer outros tipos de reações, como a acetilação, a sulfatação ou a amidação. As principais enzimas que realizam as reações de fase II são chamadas enzimas transferases e fazem as seguintes reações: conjugação com ácido glicurônico, conjugação com aminoácidos, conjugação com sulfatos, metilação, acetilação e síntese de mercaptúrico. 
Fármaco inativo --- fase I ---> fármaco ativo
Pró-fármacos: fármacos inativos que são ativados após o processo metabólico plasmático, tecidual ou hepático. São substâncias mais solúveis (o enalapril atravessa barreira, sendo ele o prófármaco e dentro da célula se tranforma em enalaprilato, o fármaco ativo, e age), como exemplo temos a levedopa, que é transformada em dopamina e a codeína, em morfina.
FATORES QUE INFLUENCIAM A BIOTRANFORMAÇÃO:
Há vários fatores que podem modificar a biotransformação dos fármacos, como fatores constitucionais(raça), genéticos (polimorfismos – citocromo), fatores dietéticos e ambientais, estado nutricional, idade (extremos), doenças hepáticas (diminuição do metabolismo pela diminuição da quantidade de enzimas) e gênero (mulheres metabolizam fármacos mais lentamente).
EFEITO DE PRIMEIRA PASSAGEM
Metabolismo de primeira é um fenômeno do metabolismo da droga no qual a concentração da droga é significantemente reduzida pelo fígado antes de atingir a circulação sistêmica. Após uma droga ser ingerida, ela é absorvida pelo sistema digestivo e entra no sistema porta hepático. Antes de atingir o resto do corpo, ela é carregada através da veia porta hepática para o fígado. O fígado metaboliza muitas drogas, às vezes de tal maneira que somente uma pequena quantidade de droga ativa é lançada a partir do fígado em direção ao resto do sistema circulatório do corpo. Essa primeira passagem pelo fígado diminui significativamente a biodisponibilidade da droga. 
Vias de administração alternativas podem ser usadas, como intravenosa, intramuscular, sublingual e transdérmica. Estas vias evitam o efeito de primeira passagem, pois permitem que a droga seja absorvida diretamente na circulação sistêmica. Os quatro sistemas primários que afetam o efeito de primeira passagem de uma droga são as enzimas do lúmen do trato gastrointestinal, enzimas das paredes intestinais, enzimas bacterianas e enzimas hepáticas.
EXCREÇÃO
A remoção de um fármaco do organismo humano pode ocorrer através de varias vias: renal, biliar, intestinal, pulmonar, além do suor, saliva, secreção nasal, e, leite em mães que amamentam. A via renal é a mais importante, mas, alguns fármacos são excretados predominantemente através da bile e das fezes. A excreção não tem o mesmo significado do termo eliminação, pois, além da excreção, os processosdo metabolismo e redistribuição da droga nos tecidos também fazem parte da eliminação do fármaco. 
EXCREÇÃO RENAL DAS DROGAS
Os fármacos penetram nos rins através das artérias renais, sendo que estas se dividem para formar o plexo capilar glomerular. Na excreção renal ocorrem três processos básicos: 
- filtração glomerular; 
- secreção em túbulos proximais ou secreção ou reabsorção tubular ativa; 
- reabsorção tubular distal ou difusão passiva através do epitélio tubular. 
A1) Filtração glomerular
A lipossolubilidade, a ionização, a não-ionização , inclusive o pH não influenciam a passagem dos fármacos para o filtrado glomerular. Os capilares glomerulares permitem a difusão de moléculas de drogas de peso molecular inferior a 20.000 no filtrado glomerular. Como a albumina plasmática possui o peso molecular 68.000, esta é quase totalmente retida, enquanto os fármacos livres (com peso inferior a 20.000) atravessam a rede capilar para o espaço de Bowman, como parte do filtrado glomerular. Cerca de apenas 20% do fluxo plasmático renal são filtrados através do glomérulo. 
A2) Secreção em túbulos proximais ou secreção ou reabsorção tubular ativa 
Neste processo, que é o mais eficaz para a eliminação da droga pelo rim, o fármaco que não foi transferido para o filtrado glomerular deixa o glomérulo através das artérias, que se dividem e formam o plexo capilar em volta da luz do néfron no túbulo proximal. A secreção ocorre inicialmente nos túbulos proximais, quando as moléculas da droga são transferidas para a luz tubular através de dois sistemas transportadores independentes. Cerca de 80% do fármaco que chega ao rim são apresentados ao transportador. Os dois sistemas de transporte são ativos e dependentes de energia. Um dos sistemas transporta drogas ácidas (incluindo vários ácidos endógenos, como por exemplo, o ácido úrico), enquanto o outro sistema transporta bases orgânicas. Ambos os sistemas podem efetuar uma depuração máxima do fármaco mesmo que este esteja ligado às proteínas plasmáticas. 
O transporte ativo também leva de volta ao plasma muitas substancias que sofreram a filtração glomerular, como a glicose e aminoácidos. A penicilina, por exemplo, que apresenta cerca de 80% ligada às proteínas, enquanto é depurada lentamente por filtração glomerular, é quase totalmente removida por secreção tubular proximal com taxa global de eliminação muito alta.
A3) Reabsorção tubular distal ou difusão passiva através do epitélio tubular 
O epitélio tubular tem constituição lipoprotéica, portanto, os fármacos lipossolúveis têm maior facilidade de serem reabsorvidos pelo túbulo, diminuindo a excreção renal, inclusive as formas não-ionizadas são mais lipossolúveis e menos hidrossolúveis. Os fármacos polares são mais facilmente excretados porque estes possuem baixa permeabilidade tubular, não são lipossolúveis, assim, não sendo reabsorvidos, sendo facilmente eliminados pela urina, inclusive pode chegar a ter 100 vezes mais concentração do fármaco na urina do que no plasma. Com esta finalidade de facilitar a excreção, as fases I e/ou II da metabolização modificam os fármacos para se tornarem mais polares (geralmente, os fármacos conjugados são ionizados). 
Em relação aos ácidos fracos, como, por exemplo, a aspirina e o fenobarbital (Gardenal) podem ter sua excreção aumentada ou bloqueada, de acordo com o pH da urina. O pH final da urina varia de 4,5 a 8,0, sendo a urina normal mais ácida do que o plasma devido a secreção de H+ no túbulo distal. Assim, na urina normal que é ácida, estes fármacos têm aumentado a parte da forma não-ionizada, consequentemente, a lipossolubilidade, sendo reabsorvida através do túbulo renal, diminuindo a excreção renal.
 EXCREÇÃO BILIAR
A droga que tiver total biotransformação hepática será removida do sangue em passagem pelo fígado, e, se a citada droga for administrada por via oral sua biodisponibilidade sistêmica será zero, tendo em vista o metabolismo de primeira passagem (ou pré-sistêmico). O fígado e o intestino, para muitas drogas criam um “reservatório” do fármaco circulante que pode atingir cerca de 20% do fármaco total do corpo, além de prolongar sua ação, constituindo a circulação êntero-hepática (ou reservatório fígado-intestino) do seguinte modo: O fármaco, após penetração no fígado é excretado pela bile até o trato gastrintestinal. Posteriormente, este mesmo fármaco é absorvido pela corrente sanguínea (pois, a bile é reabsorvida no curso da digestão), e, volta ao fígado sendo excretado novamente pela bile, repetindo-se o ciclo (isto ocorre com o fármaco que não é inicialmente ou posteriormente alterado pelo fígado ou que geram metabólitos ativos). Clinicamente, o ciclo êntero-hepático resulta em um aumento no período de tempo da ação do fármaco. Por não sofrer as reações de fase I, ou seja, por permanecerem com grande lipossolubilidade, esse fármaco recebe um conjugado, fazendo com que este complexo seja transportado para a bile, no intestino uma enzima, geralmente proveniente de bactérias, quebra a ligação entre o conjugado e o fármaco, fazendo com que a cada quebra dessa ligação há perda da lipossolubilidade do fármaco, possibilitando a excreção do mesmo.
 ABSORÇÃO 
DEGRADAÇÃO ENZIMÁTICA
METABOLISMO 
EXCREÇÃO PELAS GLÂNDULAS MAMÁRIAS
O pH do leite é ligeiramente mais ácido que o pH mamário, possibilitando que os fármacos básicos sejam compartimentarizados, havendo ligação a proteínas e lipídeos do leite. Alguns fármacos podem ser excretados no leite materno tendo efeitos na criança, devido a tais fármacos (geralmente de caráter básico) tem grande atração pelas proteínas presentes no mesmo.
CONCEITOS
Concentração plasmática: medidas seguidas da concentração do fármaco após administração do mesmo, o pico de concentração representa o ponto onde a concentração do fármaco foi máxima e a área sobre o gráfico representa o total de fármaco que foi administrado.
Pico de concentração: pico necessário de concentração máxima, também chamado pico de efeito máximo, onde a maioria dos fármaco exerce o que chamamos de dose de ataque.
Tempo de meia-vida: é o tempo necessário para que a quantidade do fármaco se reduza a metade, este tempo começa a ser contado a partir do pico de concentração máxima. Na curva antes de chegar ao pico máximo de concentração temos os processos de absorção e distribuição, podendo ela ser eliminada caso a via seja endovenosa. Após o pico máximo de concentração, na curva descendente, temos processos de biotranformação e excreção da droga, através do tempo de meia-vida podemos saber o fim dos efeitos terapêuticos e quanto tempo o fármaco demora para se ausentar.
O tempo de meia vida pode ser alterado por processos de eliminação, como em deficiências hepáticas, causando o aumento do tempo de absorção e em interações medicamentosas.
Concentração efetiva mínima: é a concentração plasmática a partir da qual o efeito farmacológico e terapêutico é iniciado. 
Período subclínico: período em que a concentração do fármaco ainda não atingiu a concentração mínima efetiva, ou seja, ainda não houve efeitos farmacológicos por parte da droga.
Tempo de efeito clínico: é o tempo em que o fármaco permanece com concentração acima da concentração efetiva mínima, ou seja, o tempo em que a droga apresenta efeito farmacológico.
Quando temos uma droga que não apresenta tempo de efeito clínico sendo um múltiplo de 24, diminuímos o tempo para que o paciente a tome. EX: Tempo de efeito clínico é 7 horas, deve-se orientar o paciente a tomar de 6 em 6 horas e não de 8 em 8.
Concentração tóxica: concentração acima da concentração terapêutica, podendo gerar efeito tóxicos ao organismo.
Concentração terapêutica: concentração em que observamos os efeitos terapêuticos e normais.
A faixa existente entre a concentração terapêutica e a concentração tóxica representa a dosagem máxima do medicamento.
Concentração subclínica: é a concentração em que os efeitos terapêuticos não são sentidos.
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 
A escolhada via de administração depende de vários fatores: efeito local ou sistêmico, propriedades da droga, idade do paciente, conveniência, tempo, duração do tratamento e obediência do paciente. VIAS PARENTERAIS: náuseas, vômitos, pessoas inconscientes, drogas inativáveis, resposta imediata, efeitos sistêmicos e locais, não precisa de regime, necessita de pessoa treinada, de procedimentos assépticos, gera dor e tem menos latência.
VIA ORAL
Em sua maioria, os fármacos são consumidos por via oral e deglutidos. Ocorre pouca absorção até que o fármaco alcance o intestino delgado. Cerca de 75% de um fármaco administrado por via oral são absorvidos em 1 e 3 horas, entretanto, existem fatores que podem alterar esta absorção, como a motilidade gastrointestinal, o fluxo sangüíneo esplâncnico, o tamanho das partículas, a formulação, e, fatores físico-quimicos. As cápsulas são formuladas com o objetivo de resistir ao pH ácido do estômago, e, no intestino o revestimento se dissolve no ambiente alcalino liberando o medicamento, assim, pode ser evitada tanto a irritação gástrica, como a destruição do fármaco pelos ácidos gástricos, e, a formação de complexos dos medicamentos com os constituintes alimentares. 
É a via mais utilizada, permite autoadministração, é a via mais segura, com alto período de latência, tem absorção lenta, sofre interferência com alimentos, sofre efeito de primeira passagem e pode causar irritação gástrica.
VIA SUBLINGUAL
Na administração sublingual a absorção ocorre diretamente a partir da cavidade oral, sendo algumas vezes útil, desde que o fármaco não tenha sabor muito ruim, e, há necessidade de resposta rápida, particularmente quando o fármaco é instável no pH gástrico ou é rapidamente biotransformado pelo fígado. As drogas absorvidas pela boca passam diretamente para a circulação sistêmica sem penetrar no sistema porta (a circulação venosa é ligada à veia jugular não passando inicialmente pelo fígado). A absorção pela mucosa bucal é facilitada devido à rica vascularização, e, a existência de epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado, principalmente na região sublingual, base da língua, e, parede interna da bochecha. 
Alto fluxo sanguíneo, absorção mais rápida que a via oral e evita efeito de primeira passagem.
VIA RETAL
A administração retal é mais utilizada para administrar fármacos antieméticos, em pacientes que estejam com vômitos, mas, é também utilizada para medicamentos antiinflamatórios na colite ulcerativa, e, também no pós-operatório, quando são incapazes de utilizar a medicação por via oral. A vantagem da via retal e da sublingual em relação à via de administração oral é evitar a destruição do medicamento por enzimas digestivas ou pelo baixo pH do estômago. A via retal também reduz ao mínimo a biotransformação hepática do fármaco, tendo em vista que cerca de cinqüenta por cento da drenagem da região retal contorna a circulação porta, ou seja, não penetra inicialmente no fígado, portanto, somente após cerca da metade da dose administrada (pela via retal) passar pela circulação sistêmica provocando os efeitos terapêuticos, o medicamento vai chegar até ao fígado onde pode ser biotransformado.
Usada em caso de vômito intenso ou com drogas que causam irritação gástrica, geralmente administradas em bebês, idosos, doentes mentais, comatosos, etc., apresenta efeito de primeira passagem menor que da via oral, sua absorção é irregular e incompleta, sendo apenas uma via alternativa. O supositório na parte inferior do reto evita a circulação porta, evitando o efeito de primeira passagem, já na parte superior é drenada rapidamente para a veia porta.
VIA INTRAVENOSA
A administração na forma de infusão intravenosa constante evita as incertezas da absorção por outros locais, e, impede as elevadas concentrações plasmáticas máximas. 
Rápido inicio de ação, controle da concentração plasmática e permite infusão constante, inadequada para soluções não-aquosas, como óleos e suspensões, por causarem embolia, tem efeito irreversível e permite saber o quanto foi infundido.
VIA INTRAMUSCULAR
A injeção subcutânea e intramuscular de fármaco produz um efeito mais rápido do que a administração oral, porém, a velocidade de absorção depende muito do local de injeção e do fluxo sangüíneo local. A absorção a partir do local de injeção é aumentada pela hialuronidase, que consiste em uma enzima que degrada a matriz intracelular, aumentando consequentemente a difusão.
Absorção rápida com soluções aquosas, formação de depósito com absorção lenta, quando utilizada suspensões e óleos, volumes moderados, dolorosa (esgarçamento das fibras), pode interferir em alguns testes e a velocidade de absorção pode ser modulada.
VIA SUBCUTÂNEA (idem IM)
Absorção lenta, volumes pequenos, formação de depósitos, usada em implantes de liberação prolongada.
VIA INTRADÉRMICA
A via intradérmica não é utilizada para administração de medicamentos com o objetivo terapêutico, sendo utilizada para testes alérgicos e outros testes auxiliares para diagnósticos, como teste tuberculínico, mas, pode ser utilizada com objetivo preventivo como a vacina BCG – ID (contra a doença Tuberculose).
Restrita a apenas pequenos volumes, testes de hiperssensiblidade e algumas vacinas.
VIA INALATÓRIA
A inalação ou via inalatória, utilizada para anestésicos voláteis e gasosos, assim como no tratamento das crises asmáticas e/ou DPOC, proporciona rápido contato do medicamento com a grande área de superfície das membranas mucosas do trato respiratório e do epitélio pulmonar, levando a um efeito com a rapidez quanto a da injeção intravenosa. Na dosagem dos fármacos administrados através desta via, deve-se lembrar que parte destes sofrem absorção parcial na circulação, podendo levar a efeitos colaterais, como tremores, por exemplo.
Fármacos voláteis e gasosos, acesso imediato a circulação, evita efeito de primeira passagem, fármacos com efeito local pulmonar, como broncodilatadores e inicio de efeito rápido, podendo este ser sistêmico ou local.
VIA CUTÂNEA
A absorção por essa via depende a área, da lipossolubilidade do fármaco, da presença de inflamação, de queimaduras e de edema no local da aplicação. E sempre a absorção é aumentada com veículo oleoso, podendo ter efeito tópico (local) ou sistêmico.
VIA INTRAARTERIAL
A via intra-arterial é utilizada para uso de alguns fármacos como antineoplásicos, e, contrastes (para investigação diagnóstica específica).
É geralmente feita na artéria que irriga exatamente o órgão, há diminuição da dose.
VIA OCULAR
Colírios e pomadas de efeito tópico.
VIA NASAL
Efeitos tópicos (descongestionantes e soros) e sistêmicos (analgésicos).
BIODISPONIBILIDADE E MEDICAMENTOS REFERÊNCIA, SIMILARES E GENÉRICOS
A biodisponibilidade corresponde à fração do fármaco administrada que alcança a circulação sistêmica, incluindo a sua curva de concentração, e, de tempo na circulação sistêmica (podendo depender também da sua excreção urinária). Por exemplo, se 100 mg de um fármaco são administrados por via oral, e, 60 mg são absorvidos inalterados, sua biodisponibilidade é de 60%. A biodisponibilidade é determinada comparando os níveis plasmáticos do fármaco após ser usada determinada via de administração, com os níveis desse fármaco atingidos no plasma após a injeção intravenosa. 
Alguns fatores interferem na biodisponibilidade, como: 
Metabolismo hepático de primeira passagem – quando o medicamento é absorvido pelo trato gastrintestinal, antes de entrar na circulação sistêmica, passa pela circulação porta, assim, se o fármaco é metabolizado rapidamente pelo fígado, diminui a quantidade do medicamento inalterado que chega a circulação sistêmica. Também chamado de metabolismo pré-sistêmico. 
Solubilidade do fármaco; 
Instabilidade química – o pH do ambiente gástrico pode alterar alguns fármacos, como ocorre com a penicilina G benzatina (Benzetacil), e, também destruído por enzimas digestivas. Neste ultimo caso, ocorre com a insulina. 
Natureza da formulação do medicamento – aforma farmacêutica da droga também pode alterar a absorção, e, consequentemente, a biodisponibilidade, como o tamanho das partículas, a presença de excipientes (aglutinantes ou dispersantes), polimorfismo do cristal. 
Fatores individuais – variados fatores individuais podem interferir tanto na absorção quanto na biodisponibilidade, como: o peso corpóreo, a idade, o sexo, características genéticas, ansiedade, estresse, ingestão de água e pH da urina. 
Quando dois fármacos apresentam eficácia (ação terapêutica) e segurança semelhantes podemos afirmar que existe a equivalência terapêutica.
Bioequivalência: é o estudo da biodisponibilidade comparativa entre dois ou mais fármacos administrados em uma mesma via extravascular, com mesma dosagem e mesma forma farmacêutica e mesmo desenho experimental, se o novo fármaco estiver entre 80 e 125% da concentração do fármaco de referência, ele será um fármaco bioequivalente ao primeiro.
Medicamento referência: é um produto comercializado há muito tempo no mercado, com qual outros medicamentos pretendem ser intercambiáveis, é um medicamento inovador, de marca ou original, que foi pesquisado e investido dinheiro nessa pesquisa, tem eficácia, segurança, qualidade e biodisponibilidade comprovadas.
Medicamentos similares: utiliza denominação genérica ou registrada, apresenta o mesmo fármaco, concentração, forma farmacêutica e via de administração que o medicamento de referência, mas não tem bioequivalência comprovada.
Medicamentos genéricos: produto igual ou comparável ao de referência em concentração de princípio ativo, forma farmacêutica, modo de administração e qualidade que pretende ser intercambiável.

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