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Aplicabilidade das Normas Constitucionais

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___________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Aplicabilidade das Normas Constitucionais 
 
 
 
 
 
 
 
 
Advertência. 
 
O presente texto não tem a pretensão de esgotar a matéria. A idéia é fornecer ao 
aluno um roteiro compilado e simples relacionado aos temas discutidos em sala de aula. 
A finalidade, portanto, traçou o rumo do trabalho. 
 
 
 
 
 
 
__________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Aplicabilidade das Normas Constitucionais 
 
 
 
1. CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS QUANTO 
À EFICÁCIA JURÍDICA 
 
1.1. Introdução 
A doutrina clássica classificava as normas constitucionais em auto-
executáveis (auto-aplicáveis) e não auto-executáveis. Assim, algumas normas seriam 
imediatamente aplicáveis e outras não. 
O Professor José Afonso da Silva, ao contrário do que entendia a doutrina 
clássica, afirmou que todas as normas constitucionais, sem exceção, são revestidas 
de eficácia jurídica, ou seja, de aptidão à produção de efeitos jurídicos, sendo assim 
todas aplicáveis, em maior ou menor grau. 
O autor classifica as normas constitucionais quanto a sua eficácia como: 
• norma constitucional de eficácia jurídica plena; 
• norma constitucional de eficácia jurídica limitada; 
• norma constitucional de eficácia jurídica contida. 
 
1.2. Norma Constitucional de Eficácia Jurídica Plena 
Também chamada norma completa ou auto-executável, são aquelas que não 
necessitam de qualquer integração legislativa infraconstitucional. Em outras 
palavras, é aquela que contém todos os elementos necessários para a pronta e 
integral aplicabilidade dos efeitos que dela se esperam. A norma é completa, não 
havendo necessidade de qualquer atuação do legislador (exemplo: artigo 1.º da 
Constituição Federal de 1988). 
 
 
 
 
Exemplos: artigos 2º; 14, § 2º, 17, § 4º, 19, 20, 21, 22, 24 etc. 
1.3. Norma Constitucional de Eficácia Jurídica Limitada 
São normas que não produzem todos os seus efeitos de imediato, 
necessitando de um comportamento legislativo infraconstitucional (interposição do 
legislador) ou da ação dos administradores para seu integral cumprimento. Muitas 
vezes essas normas são previstas na Constituição com expressões como “nos termos 
da lei”, “na forma da lei”, “a lei disporá”, “conforme definido em lei” etc. 
A efetividade da norma constitucional está na dependência da edição de lei 
que a integre (lei integradora). Somente após a edição da lei, a norma constitucional 
produzirá todos os efeitos que se esperam dela. 
 
 + = 
 
A aplicabilidade da norma constitucional de eficácia jurídica plena é 
imediata. No caso da norma limitada, a aplicabilidade total é mediata ou diferida. 
O constituinte, prevendo que o legislador poderia não criar lei para 
regulamentar a norma constitucional de eficácia limitada, criou mecanismos de 
defesa dessa norma: 
• mandado de injunção; 
• ação direta de inconstitucionalidade por omissão. 
Destarte, somente após a edição da lei, a norma constitucional produzirá 
todos os efeitos que se esperam dela. Assim, a norma de eficácia limitada, antes da 
edição da lei integradora, não produz todos os efeitos, mas já produz efeitos 
importantes, vez que vincula o legislador infraconstitucional aos seus vetores. 
Assim, além de revogar as normas incompatíveis (efeito negativo, paralisante das 
normas contrárias antes vigentes), produz também o efeito impeditivo, ou seja, 
impede a edição de leis posteriores contrárias às diretrizes por ela estabelecidas. 
A norma constitucional de eficácia limitada divide-se em: 
• Norma constitucional de eficácia jurídica limitada de princípio 
programático: Conforme preceitua José Afonso da Silva: “são aquelas 
normas constitucionais, através das quais o constituinte, em vez de 
regular, direta e imediatamente, determinados interesses, limitou-se a 
Norma de Eficácia 
Jurídica Limitada 
Lei Integrativa Plenitude dos 
efeitos 
 
 
 
 
traçar-lhes os princípios a serem cumpridos pelos órgãos (legislativos, 
executivos, jurisdicionais e administrativos) como programas das 
respectivas atividades, visando a realização dos fins sociais do Estado.”. 
Exemplos: artigos 196, 205, 215 e 227 da Constituição Federal. 
• Norma constitucional de eficácia jurídica limitada de princípio 
institutivo: aquelas pelas quais o legislador constituinte traça esquemas 
gerais de estruturação e atribuições de órgãos, entidades ou institutos, para 
que o legislador ordinário os estruture em definitivo, mediante lei.1 
Exemplos: artigo 98 e 224 da Constituição Federal. 
 
1.4. Norma Constitucional de Eficácia Jurídica Contida (Redutível 
ou Restringível) 
 
A norma de eficácia redutível tem aplicação direta e imediata, mas 
possivelmente não integral. Embora produza de imediato todos os seus efeitos, 
poderá a norma infraconstitucional reduzir sua abrangência. Ou seja, é aquela que, 
desde sua entrada em vigor, produz todos os efeitos que dela se espera, no entanto, 
sua eficácia pode ser reduzida pelo legislador infraconstitucional. Note-se que 
enquanto o legislador não produzir a norma restritiva, a eficácia da norma 
constitucional será plena e sua aplicabilidade imediata. 
Excepcionalmente, uma norma constitucional pode ao mesmo tempo ser de 
eficácia limitada e contida, a exemplo do inciso VII do artigo 37 da Constituição 
Federal. 
São exemplos deste tipo de norma: Art. 5º, inciso XIII; art. 133; §5º do art. 
231. 
Convém salientar, que o fato da norma não ser em sua estrutura de eficácia contida 
não significa que não possa sofrer restrição. Exemplificando: A legítima defesa se 
contrapõe ao direito a vida, restringindo este último. 
Uma dica: normalmente, assegura-se um direito, garante-se algo, podendo haver a 
sua restrição “nos termos da lei”. Esta formulação, quase sempre – não é regra absoluta - 
indica estarmos diante de norma de eficácia contida. 
 
 
1
 SILVA, José Afonso da. Aplicabilidade das Normas Constitucionais. 4.ª ed. São Paulo: Malheiros, 2000. 
 
 
 
 
 
1.5. Resumo 
Assim, de acordo com a melhor doutrina, as normas constitucionais podem 
ter: 
 
 
 
 
 
 
Por fim, as normas constitucionais podem ser de eficácia exaurida (esvaída) e 
aplicabilidade esgotada, classificação que abrange sobretudo as normas do Ato das 
Disposições Constitucionais Transitórias que já efetivaram seus mandamentos. 
 
1.6. CLASSIFICAÇÃO DE MARIA HELENA DINIZ 
 
• Normas supereficazes ou com eficácia absoluta: são denominadas, ainda, de 
intangíveis, pois não podem sofrer qualquer tipo de emenda objetivando 
suprimi-las. Neste sentido, contêm uma força paralisante impedindo que um 
processo legislativo posterior as contrarie. Embora haja doutrinadores 
expandindo tal espécie para além das cláusulas pétreas, entendemos estarem 
limitadas a este núcleo central intangível (art. 60, § 4º); 
• Normas com eficácia plena: equipara-se as normas de eficácia plena 
delineada por Jose Afonso da Silva; 
• Normas com eficácia relativa restringível: idêntica à classificação relativa as 
normas de eficácia contida declinada por José Afonso da Silva; 
• Normas com eficácia relativa complementável ou dependente de 
complementação legislativa: correspondem às normas de eficácia limitada 
exposta por José Afonso da Silva. 
Eficácia Plena Eficácia Limitada Eficácia Contida 
Aplicabilidade imediata Aplicabilidademediata Aplicabilidade imediata 
Não exige lei que integre 
ou modifique a eficácia 
da norma. 
Enquanto lei integradora 
não sobrevém; a norma 
não produz seus efeitos 
principais. 
Enquanto a lei não 
sobrevém, a norma 
terá eficácia plena. 
 
 
 
 
 Como última ressalva, salientamos existir outras classificações relacionadas 
ao tema eficácia das normas constitucionais, de modo que as classificações acima 
não exaurem o tema. 
 Sugerimos, para o exame da OAB, a leitura das classificações propostas por 
Michel Temer, bem como de Celso Ribeiro Bastos e Carlos Ayres Britto. 
FONTES DE PESQUISA: 
� Curso de Direito Constitucional / Ricardo Cunha Chimenti...[et al.], Saraiva, 
2010; 
� Direito Constitucional Esquematizado / Pedro Lenza, Saraiva, 2013. 
� Aplicabilidade das Normas Constitucionais, José Afonso da Silva, RT; 
� Norma Constitucional e seus Efeitos, Maria Helena Diniz, Saraiva, 1989; 
� Direito Constitucional, Alexandre de Morais, 19ª edição, Atlas, 2006. 
 
QUESTÕES: 
1. De que maneira a doutrina tradicional classificava as normas constitucionais? 
2. De acordo com José Afonso da Silva, como podem ser classificadas as normas 
constitucionais no que se refere à sua eficácia? 
3. Como podem ser divididas as normas constitucionais de eficácia limitada? 
4. Quais os efeitos produzidos pelas normas constitucionais de eficácia limitada antes da 
edição da norma complementadora?

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