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Cálculo Diferencial e Integral I 2015 1 Conjuntos Numéricos I) Números Naturais: N = { 0 , 1 , 2 , 3 , ... } II) Números Inteiros: Z = { ... , -2 , -1 , 0 , 1 , 2, ... } Todo número natural é inteiro, isto é, N é um subconjunto de Z III) Números Racionais: São aqueles que podem ser expressos na forma a/b, onde a e b são inteiros quaisquer, com b diferente de 0. Q ={x/x = a/b com a e b pertencentes a Z com b diferente de 0 } Assim como exemplo podemos citar o –1/2 , 1 , 2,5 ,... -Números decimais exatos são racionais Pois 0,1 = 1/10 , 2,3 = 23/10 ... - Números decimais periódicos são racionais. 0,1111... = 1/9 , 0,3232 ...= 32/99 , 2,3333 ...= 21/9 , 0,2111 ...= 19/90 -Toda dízima periódica 0,9999 ... 9 ... é uma outra representação do número 1. IV) Números Irracionais: São aqueles que não podem ser expressos na forma a/b, com a e b inteiros e b diferente de 0. -São compostos por dízimas infinitas não periódicas. Exs: e = 2,7182818284 ( conhecido como número de Euler – Leonhard Euler/1707-1783). V) Números Reais: É a reunião do conjunto dos números irracionais com o dos racionais. Resumindo: Cálculo Diferencial e Integral I 2015 2 Intervalos: Sendo a e b dois números reais, com a < b, temos os seguintes subconjuntos de R chamados intervalos. Intervalo fechado nos extremos a e b: = Intervalo fechado em a e aberto em b: Intervalo aberto em a e fechado em b: Intervalo aberto em a e b: Temos também: Conceito de função O conceito de função surge, de maneira natural e espontânea, toda vez que consideramos duas grandezas que estejam relacionadas entre si de maneira que a cada valor de uma delas corresponde um valor da outra. Vejamos alguns exemplos: 1. Comparação dos indivíduos e sua respectiva impressão digital. 2. A quantidade de gasolina colocada no tanque do carro e o valor a ser pago. Uma função é uma relação entre dois conjuntos de modo que a cada elemento do primeiro conjunto corresponda exatamente um elemento no segundo conjunto. Exemplo: 1-) Um estagiário em administração ganha R$ 30,00 por dia trabalhado. Quanto este estagiário ganhará após alguns dias de trabalho? 1. Em 4 dias de trabalho? E em 12 dias? 2. A expressão algébrica 30.x, representa o cálculo do ganho do estagiário. Portanto, a expressão algébrica nos permite calcular o ganho desse estagiário por meio da multiplicação da variável x (número de dias trabalhados) pelo valor 30 reais. 3. Aqui temos uma função do salário em relação a hora trabalhada. Podemos representar uma função através de uma tabela, escrevendo uma fórmula ou construindo um gráfico. 2-) Um vendedor de equipamentos ganha R$ 1000,00 fixos mais R$15,00 por hora trabalhada. Sabe–se que o número de horas trabalhadas varia todo mês. Observando–se os dados, estabeleça a relação entre o salário (S) e o número de horas trabalhadas (h). Inicialmente vamos expressar essa relação sob forma de uma tabela, usando valores de 1 a 5. Cálculo Diferencial e Integral I 2015 3 Representando os dados na tabela podemos perceber que para cada valor de h existe um único correspondente em S. Podemos escrever uma lei de formação para esta função. A lei de formação é uma expressão algébrica que expressa o salário do operário em relação à hora trabalhada. Lei de formação: S = 1000 + 15h Uma função é uma regra que associa a cada elemento de um conjunto A um único elemento de um conjunto B. O conjunto A é chamado de domínio da função, o conjunto B é o contra-domínio da função e os elementos que estão associados aos elementos do domínio formam o conjunto imagem. Considerando que os elementos do conjunto A são representados pela variável x e os elementos do conjunto B pela variável y, chamaremos a variável x de variável independente e a variável y de variável dependente. Exemplos: 1-) Um fabricante gostaria de saber como o lucro de sua companhia está relacionado com o seu nível de produção. 2-) Um biólogo gostaria de saber como o tamanho da população de uma certa cultura de bactérias mudará ao longo do tempo. Em cada uma dessas situações estamos preocupados como uma quantidade depende da outra. A relação entre duas quantidades é convenientemente descrita em matemática pelo uso do conceito de função. Tipos particulares de funções FUNÇÃO CONSTANTE Uma função é dita constante quando é do tipo f(x) = k, onde k não depende de x . Exemplos: a) f(x) = 5 b) f(x) = -3 Nota : o gráfico de uma função constante é uma reta paralela ao eixo dos x . h S 1 1015 2 1030 3 1045 4 1060 5 1075 Cálculo Diferencial e Integral I 2015 4 FUNÇÃO DO 1º GRAU Uma função é dita do 1º grau , quando é do tipo y = ax + b , onde a 0 . Exemplos : a) f(x) = 3x + 12 ( a = 3 ; b = 12 ) b) f(x) = -3x + 1 (a = -3; b = 1). Nota : o gráfico de uma função do 1º grau é sempre uma reta . FUNÇÃO DO 2º GRAU Uma função é dita do 2º grau quando é do tipo f(x) = ax 2 + bx + c , com a 0 . Exemplos: a) f(x) = x 2 - 2x + 1 ( a = 1 , b = -2 , c = 1 ) ; b) y = - x 2 ( a = -1 , b = 0 , c = 0 ) Nota : o gráfico de uma função do 2º grau é sempre uma parábola de eixo vertical . Gráficos de funções Um gráfico pode ser uma maneira útil de exibir informação. Pode ajudar a resolver problemas e fazer previsões. Daí vem à necessidade de construir um gráfico com escala adequada. Um problema na construção da escala pode trazer uma informação falsa dos dados que estão sendo analisados. Definição O gráfico de uma função f é o conjunto de todos os pontos (x, y) no plano xy tal que x está no domínio de f e y = f(x). O eixo x é chamado eixo das abscissas e o eixo y é o eixo das ordenadas. Na intersecção dos dois eixos está o número zero. No eixo x, á esquerda do zero vem os números negativos e a direita os números positivos. No eixo y abaixo do zero estão os números negativos e acima os números positivos. Exercícios: 1-) Complete a tabela abaixo e escreva a fórmula. litros 2 4 5 10 15 reais 1,054 1,581 2,635 5,27 6,324 2-) Dê uma fórmula para a função representada em cada uma das tabelas abaixo. a-) x 1 2 3 4 5 y 2 4 6 8 10 Cálculo Diferencial e Integral I 2015 5 b-) c-) d-) 1) 3-) Construa uma tabela, escreva a função que descreve o seguinte fato e represente em um gráfico: Salário mensal y de um operário que ganha $ 830,00 fixos mais $12,00 por hora extra, sabendo que o número x de horas extras varia todo mês. 4-) Num certo período foram observados os custos totais de produção e as respectivas quantidades produzidas: Escrever a lei de formação e construir o gráfico desta função. Qual o custo total de produção se fossem produzidas 50 unidades? 5-) Numa comunidade são consumidos os tipos de leite A, B e C. Feita uma pesquisa de mercado sobre o consumo desses produtos, foram colhidos os resultados: 100 pessoasconsomem o tipo A, 150 pessoas consomem o tipo B, 200 consomem o tipo C, 20 pessoas consomem A e B, 40 pessoas consomem B e C, 30 consomem A e C, 10 pessoas consomem A, B e C e 160 não consomem nenhum dos três tipos de leite. Determine: a) Quantas pessoas foram consultadas? b) Quantas pessoas não consomem o leite tipo B? x 9 16 25 36 49 y 3 4 5 6 7 x 0 1 2 3 4 y 8 9 10 11 12 x 2 3 4 5 6 y 22 33 44 55 66 Quant 10 12 15 20 Custo 20 24 30 40 Cálculo Diferencial e Integral I 2015 6 Propriedades da função do 1º grau: 1) o gráfico de uma função do 1º grau é sempre uma reta . 2) na função f(x) = ax + b, se b = 0, f é dita função linear e se b 0, f é dita função afim. Nota: consta que o termo AFIM foi introduzido por Leonhard Euler. 3) o gráfico intercepta o eixo dos x na raiz da equação f(x) = 0 e, portanto, no ponto de abcissa x = - b/a. 4) o gráfico intercepta o eixo dos y no ponto (0 , b), onde b é chamado coeficiente linear. 5) o valor a é chamado coeficiente angular e dá a inclinação da reta. 6) se a 0 , então f é crescente. 7) se a 0 , então f é decrescente. 8) quando a função é linear, ou seja, y = f(x) = ax, o gráfico é uma reta que sempre passa na origem. Exemplo: 1-) Para procurar um indivíduo, membros de uma equipe de salvamento se separam e caminham paralelamente uns aos outros através da área a ser investigada. A experiência mostra que a chance da equipe achar um indivíduo perdido está relacionada com a distância d que separa os membros da equipe. Para um particular tipo de terreno, a porcentagem de achados para várias separações está registrada na tabela abaixo: a) A função aqui representada é uma função linear? Por quê? b) A função aqui representada é crescente ou decrescente? Por quê? c) Qual a expressão algébrica que representa a função que gerou esta tabela? ba ba 4080 2090 ba ba 4080 2090 y = -0,5x + 100. d) Qual o coeficiente linear e angular da função? Distância d da separação entre os membros da equipe, em pés. 20 40 60 80 100 Porcentagem P de pessoas encontradas por essa equipe no tipo de terreno estudado 90 80 70 60 50 Cálculo Diferencial e Integral I 2015 7 Propriedades da função de 2º grau: 1) se a 0 a parábola tem um ponto de mínimo. 2) se a 0 a parábola tem um ponto de máximo. 3) o vértice da parábola é o ponto V(xv , yv) onde: xv = - b/2a, yv = - /4a , onde = b 2 - 4ac. 4) a parábola intercepta o eixo dos x nos pontos de abcissas x' e x'' , que são as raízes da equação ax2 + bx + c = 0 . 5) a parábola intercepta o eixo dos y no ponto (0 , c) . 6) o eixo de simetria da parábola é uma reta vertical de equação x = - b/2a. 7) ymax = - / 4a ( a 0 ) 8) ymin = - /4a ( a 0 ) 9) Im(f) = { y R ; y - /4a } ( a 0 ) 10) Im(f) = { y R ; y - /4a} ( a 0) 11) Forma fatorada : sendo x1 e x2 as raízes da de f(x) = ax 2 + bx + c , então ela pode ser escrita na forma fatorada a seguir: y = a(x - x1).(x - x2) Exemplos: 1-) Determinar, se existirem, os zeros da função quadrática e o vértice da função f(x)= x2 – 2x – 3. 2-) Determinar, se existirem, os zeros da função quadrática e o vértice da função f(x)= – x2 + 2x + 8. Cálculo Diferencial e Integral I 2015 8 Inequações do 1º grau. Na inequação usamos desigualdades para descrever, por exemplo, a ordem dos números sobre a reta dos números reais. Uma inequação linear pode ser escrita na forma ax + b< 0, ax + b≤ 0, ax + b> 0 ou ax + b≥0 onde a e b são números reais com a ≠ 0. Resolver uma inequação em x significa encontrar todos os valores de x para os quais a inequação é verdadeira. O conjunto de todas as soluções de uma inequação é o que chamamos de conjunto solução. O conjunto das soluções de uma inequação linear com uma variável forma um intervalo de números reais. OBS: A multiplicação (ou divisão) de uma inequação por um número positivo preserva a desigualdade. A multiplicação (ou divisão) de uma inequação por um número negativo inverte a desigualdade. Exemplos: 1-) Resolva a inequação e represente graficamente na reta real. a-) x – 4 < 2 b-) 3(x – 1) + 2 ≤ 5x + 6 c-) d-) Inequações do 2º grau. Para resolver uma inequação quadrática tal como x2 – x – 12 > 0, iniciamos resolvendo a correspondente equação quadrática x2 – x – 12 = 0. Então, determinamos os valores de x para quais o gráfico de y = x2 – x – 12 está acima do eixo horizontal x (pelo fato de a desigualdade ser maior que zero). Resolução: x 2 – x – 12 = 0 x’ = 4 e x’’ = - 3 As soluções da equação do segundo grau são – 3 e 4, porém não são as soluções da inequação original porque 0 > 0 é falso. Os pontos sobre o gráfico de y = x2 – x – 12 que estão acima do eixo horizontal x são tais que os valores de x estão à esquerda de – 3 ou à direita de 4. A solução da inequação é ] -, - 3[ ]4, [ ou s= {x / x < - 3 e x > 4}. 3 1 42 1 3 xx 5 3 52 3 x Cálculo Diferencial e Integral I 2015 9 Exercícios 1-) Um fabricante de pranchas obteve os seguintes dados: custo y (em dólares) ao número de pranchas (x) produzidas: Número de pranchas produzidas, x 0 20 40 60 80 100 Custo, y 200 210 220 230 240 250 a-) Represente graficamente o custo em função da quantidade produzida. b-) Determine a equação da reta. c-) Considerando esta equação como uma aproximação da relação entre o custo e o nível de produção, estime o custo de se produzirem 54 pranchas. 2-) Uma função linear foi usada para gerar os valores abaixo. x 5,2 5,3 5,4 5,5 5,6 y 27,8 29,2 30,6 32,0 33,4 a-) A função aqui representada é crescente ou decrescente? Por quê? b-) Qual a expressão algébrica que representa a função que gerou esta tabela? c-) Qual o coeficiente angular? d-) Construa o gráfico da função. 3-) Resolva as Inequações: a-) 2x -1≤ 4x + 3 b-) 2≤ x + 6 < 9 c-) -1≤ 3x – 2 < 7 d-) 3x – 1 ≥ 6x + 8 e-) f-) g-) 3 4 75 x 0 )2( )4).(1( x xx 1 10 )1(3 4 xx Cálculo Diferencial e Integral I 2015 10 4-) Resolva as Inequações e represente graficamente. a-) 2x2 + 3x ≤ 20 b-) x2 - 4x + 1 0 c-) x2 + 2x + 2 < 0 d-) 2x2 + 17x + 21 ≤ 0 e-) 2x2 + 7x > 15 f-) -3x2 -5x + 2 < 0 g-) 4x2 - 9x + 2 < 0 h-) - x2 + 4x + 21 ≤ 0 i-) x2 - 4 x - 1 < 0 j-) 9x2 + 12x - 1 0 l-) x2 - 6x + 9 ≤ 0 5-) Seguindo o exemplo da Federação Nacional da Vida Selvagem, o Departamento do Interior de um País Sul-Americano começou a registrar um índice de qualidade ambiental que mede o progresso e o declínio da qualidade ambiental de suas florestas. O índice para os anos de 1984 a 1994 é aproximado pela função I (t)= t2 – 5t (0 ≤ t ≤ 10), onde t = 0 corresponde ao ano de 1984. Encontre os intervalos onde a função é crescente e os intervalos onde a função é decrescente. Qual o valor mínimo atingido? Qual o ano em que o índice atinge o valor mínimo? Qual é a imagem desta função? Cálculo Diferencial e Integral I 2015 11 Limites Noção intuitiva de Limite Seja a função f: , f(x) = 2x + 1, vamos analisar seu comportamento nas proximidades do ponto x = 2. (Quando dizemos “ponto” x = 2, estamos nos referindo ao ponto onde marcamos o número real 2 ao apresentar o domínio de f, que é , numa reta.) Atribuindo a x valores menores que 2, cada vez mais próximos de 2, dizemos que estamos fazendo x tender a 2 pela esquerda, e escrevemos x 2 – (leia: x tende a dois menos). A tabela seguinte mostra o que ocorre, neste caso, com f(x) = 2x + 1: X 1,8 1,9 1,99 1,999 x 2 – f(x)= 2x + 1 4,6 4,8 4,98 4,998 f(x} 5 Atribuindo a x valores maiores que 2, cada vez mais próximos de 2, dizemos que estamos fazendo x tender a 2 pela direita, e escrevemos x 2 + ( leia: x tende a dois mais). A tabela seguinte mostra o que ocorre, neste caso, com f(x) = 2x + 1: X 2,2 2,1 2,01 2,001 x 2 + f(x)= 2x + 1 5,4 5,2 5,02 5,002 f(x} 5 Em ambos casos, quando x tende a 2, f(x) tende a 5. Podemos obter valores de f(x) tão próximos de f(2) quanto quisermos, bastando para isso escolher x suficientemente próximo de 2. Dizemos, então, que o limite de f(x) quando x tende a 2 é igual a f(2) = 5. Simbolicamente, escrevemos: (leia: limite de f(x) quando x tende a 2 é f(2) que é igual a cinco.) Graficamente temos: 4,2 4,4 4,6 4,8 5 5,2 5,4 5,6 1,8 1,9 2 2,1 2,2 y x 5)2()(lim 2 fxf x Cálculo Diferencial e Integral I 2015 12 Agora, um exemplo prático, considere , a função que nos fornece a velocidade média de um carro. Suponhamos que temos que calcular o valor de v(t), quando t se aproxima de 2 (sem atingí-lo). Observaremos que, à medida que os valores de t se aproximam de 2 pela direita (valores maiores que 2) ou pela esquerda (valores menores que 2), os valores da velocidade média correspondentes também se aproximam cada vez mais de 16m/s. Tempo (t) 1,9 1,99 1,999 2 2,001 2,01 2,1 V(m/s) 15,6 15,96 15,996 16 16,004 16,04 16,4 Então podemos concluir que, quando t se aproxima de 2 segundos tanto pela direita como pela esquerda, v(t) se aproxima de 16m/s, e escreveremos , onde uma função f(x) tem limite L, quando x se Podemos escrever aproxima de a, logo, podemos fazer o valor de f(x) tão próximo do número L quanto x a quisermos, tomando x suficiente próximo (mas não igual) a “a”. Propriedades dos Limites: 1-) O limite da soma é a soma dos limites. O limite da diferença é a diferença dos limites Exemplo: 2-) O limite do produto é o produto dos limites. Exemplo: 3-) O limite do quociente é o quociente dos limites desde que o denominador não seja zero. Exemplo: 2 )4.(4 )( 2 t t tV 16 2 )4.(4 lim)(lim 2 22 t t tv tt Lxf ax )(lim )(lim)(lim)()(lim xgxfxgxf atatat )(lim . )(lim)( . )(lim xgxfxgxf atatat at at at xg xf xg xf )(lim )(lim )( )( lim Cálculo Diferencial e Integral I 2015 13 4-) . Exemplo: 5-) . Exemplo: Exercícios 1-) Calcule os seguintes limites: a-) . b-) . c-) . d-) . e-) . f-) Limites em pontos de Descontinuidade Um ponto de descontinuidade de uma função é um ponto onde o gráfico apresenta uma interrupção (um buraco ou um salto). Ao fazer o gráfico, num ponto de descontinuidade precisamos “tirar o lápis do papel”. A função x xx xf 2 )( é descontínua em x = 0 porque não está definida para x igual a zero, isto é, não existe f(0). Entretanto, existem os valores de f(x) para todos os números de x de um intervalo aberto contendo o zero, exceto em x = 0. Assim, podemos fazer x tender a zero, mantendo x 0, e analisar o eu acontece em f(x). x 0,2 0,1 0,05 0,01 0,001 0,0001 x 0 + f(x) 1,2 1,1 1,05 1,01 1,001 1,0001 f(x) 1 nxfxf n at n at ,)(lim)(lim ) ,0)( .(0)( ,)(lim)(lim * imparénxfsexfenxfxf n at n at 34 32² lim 1 x xx x 2 1 23 1²2 lim x xx x 3 2- 34² 23²2³ lim xx xxx x 3 1 43² 52²3 lim xx xx x 56² 23 lim 2 xx x x x xx x 46 23²2 lim 2 Cálculo Diferencial e Integral I 2015 14 x - 0,2 - 0,1 - 0,05 - 0,01 - 0,001 - 0,0001 x 0 - f(x) 0,8 0,9 0,95 0,99 0,999 0,9999 f(x) 1 Observamos que quando x tende a zero, f(x) tende a 1. Podemos ter f(x) tão próximo de 1 quanto quisermos, bastando para isso escolher x suficientemente próximo de zero. Concluímos, então, que o limite de f(x) quando x tende a zero é 1: .1)(lim 0 xf x Este é o caminho a seguir quando queremos calcular o limite de uma função f(x) num ponto x0 onde f é descontínua: ele é igual ao limite da função contínua h(x) eu coincide com f(x) num intervalo aberto contendo x0, exceto x0. Exemplo: x xx x 2 0 lim , neste caso teremos que fatorar. 1 )1(2 x x xx x xx 110)1(lim lim 0 2 0 x x xx xx Exercícios 1-) Calcule os seguintes limites: a-) xx x x 2² 4 lim 2 2 b-) 1 1 lim 2 1 x x x c-) x x x 2 ²4 lim 2 d-) 32 94 lim 2 3 2 x x x e-) 6² 34 lim 2 3 xx xx x f-) 35²3³ 14²³2 lim 1 xxx xxx x g-) 1²3³2 2²4³3 lim 1 xx xxx x h-) 34 23³ lim 41 xx xx x i-) 2²³ 3²3³ lim 1 - xx xxx x j-) 58²4³ 46²3³ lim 1 xxx xxx x k-) 3 21 lim 3 x x x l-) 1 1 lim 1- x x x m-) 1 23 lim 1 x x x Cálculo Diferencial e Integral I 2015 15 Derivada Seja f uma funçãodefinida em um intervalo aberto I e x0 um elemento de I. Chama-se derivada de f no ponto x0 o limite 0 0 0x xx )x(f)x(f lim se este existir e for finito. A derivada de f no ponto x0 é habitualmente indicada com uma das seguintes notações: f’ (x0) ou dx df ou Df(x0) A diferença x = x - x0 é chamada acréscimo ou incremento da variável x relativamente ao ponto x0. A diferença y = f(x) – f(x0) é chamada acréscimo ou incremento da função f relativamente ao ponto x0. O quociente 0 0 xx )x(f)x(f x y recebe o nome de razão incremental de f relativamente ao ponto x0. Frisemos que a derivada de f no ponto x0 pode ser indicada das seguintes formas: 0 0 xx 0 xx )x(f)x(f )x('f lim 0 ou x y )x('f lim 0xx 0 ou x )x(f)xx(f )x('f 00 0x 0 lim Quando existe f’(x0) dizemos que f é derivável no ponto x0. Dizemos também que f é derivável no intervalo aberto I quando existe f’(x0) para todo x0 I . Seja f uma função contínua no intervalo aberto I. Admitamos que exista a derivada de f no ponto x0 I. Dado um ponto x I, tal que x x0, consideremos a reta s determinada pelos pontos P (x0, f(x0) e Q (x, f(x)). A reta s é secante com o gráfico de f e seu coeficiente angular é: Cálculo Diferencial e Integral I 2015 16 0 0 xx )x(f)x(f tg , portanto, tg é a razão incremental de f relativamente ao ponto x0. Se f é contínua em I, então, quando x tende a x0, Q desloca-se sobre o gráfico da função e aproxima-se de P. Consequentemente, a reta s desloca-se tomando sucessivamente as posições s1, s2, s3, ... e tende a coincidir com a reta t, tangente à curva no ponto P. Como existe tgtgtg xx )x(f)x(f )x('f limlimlim 000 xxxx0 0 xx 0 , concluímos: A derivada de uma função f no ponto x0 é igual ao coeficiente angular da reta tangente ao gráfico de f no ponto de abscissa x0. Função Derivada Seja f uma função derivável no intervalo aberto I. Para cada x0 pertencente a I existe e é único o limite x )x(f)xx(f )x('f 00 0x 0 lim . Portanto, podemos definir uma função f’: I que associa a cada x0 I a derivada de f no ponto x0. Esta função é chamada função derivada de f ou, simplesmente, derivada de f. Exemplo: 1-) Dada f(x) = 5x² + 6x – 1, encontre f’(x). usando a definição, x )x(f)xx(f )x('f lim 0x = = x )1x6²x5(1xx6)xx(5 2 0x lim = = x ²x5x6)²x(5x.x10x5 2 0x lim = = x )6x5x10(x lim 0x = 10x + 6. Cálculo Diferencial e Integral I 2015 17 A partir de agora vamos procurar sistematizar o cálculo das derivadas de modo a obtermos regras de derivação que nos permitam determinar a derivada de uma função f(x) sem ter sempre que recorrer à definição. DERIVADAS DE ALGUMAS FUNÇÕES ELEMENTARES Propriedades operatórias das derivadas: 1) Derivada do produto de uma constante por uma função Sejam f uma função, c uma constante e g a função definida por g(x) = c.f(x). Se f’ (x) existe, então, g’(x) = c.f’(x). 2) Derivada de uma soma Sejam f e g duas funções e h a função definida por h(x) = f(x) + g(x). Se f’ (x) e g’ (x) existem, então, h’ (x) = f’ (x) + g’ (x) Cálculo Diferencial e Integral I 2015 18 Exercícios: 1-) Calcule a derivada da função f(x) = 3x –2, usando a definição de limite. 2-) Calcule a derivada da função 2x – 10, usando a definição de limite. 3-) Calcule a derivada de: a-) f(x) = 3x4 + 8x + 5 b-) g(y) = 9y5 – 4y2 + 2y + 7 c-) h(x) = 5 + x + 3x 3) Derivada de um produto Sejam f e g duas funções e h a função definida por h(x) = f(x) . g(x). Se f’ (x) e g’ (x) existem, então, h’ (x) = f(x) . g’ (x) + f’ (x) . g(x) 4) Derivada de um quociente Sejam f e g duas funções e h a função definida por h(x) = f(x) / g(x). onde g(x) 0. Se f’ (x) e g’ (x) existem, então, 2)x(g )x('g).x(f)x('f).x(g )x('h Cálculo Diferencial e Integral I 2015 19 Derivada de função composta Consideremos duas funções deriváveis f e g onde y = g(u) e u = f (x). Para todo x tal que f(x) está no domínio de g, podemos escrever y = g(u) = g [f(x)], isto é, podemos considerar a função composta (g o f) (x). Por exemplo, uma função tal como y = (x² + 5x +2)7 pode ser vista como a composta das funções y = u7 = g (u) e u = x² + 5x + 2 = f(x). Se y = g(u), u = f(x) e as derivadas du dy e dx du existem, então a função composta y = g [f(x)] tem derivada que é dada por dx dy = du dy . dx du ou y ’ (x) = g ’ (u) . f ’ (x). Em resumo: F(x) = g [ f(x)] F’ (x) = g ’ [ f(x) ] . f ’ (x). Exercícios: 1-) Determinar a derivada das funções: a-) F(x) = cos (2x). b-) F(x) = sen³ (x). c-) F(x) = x2x7 2e d-) y = (x² + 5x + 2) 7 e-) y = 5 1x2 2x3 f-) (3x² +1)³ . (x – x²)². g-) f(x) = 3x5 2 h-) f(x) = x)4x2(x 38 i-) 3x 1x y 2 l-) 3x (8x³ - 2). Cálculo Diferencial e Integral I 2015 20 Taxa de variação Na interpretação física a velocidade representa a razão de variação do deslocamento por unidade de variação do tempo. Assim, a derivada s’(t) é a taxa de variação da função s(t) por unidade de variação t. O mesmo ocorre com a aceleração que é dada por a(t) = v’(t). Ela representa a razão de variação da velocidade v(t) por unidade de variação do tempo t. Toda derivada pode ser interpretada como uma taxa de variação. Dada uma função y = f(x), quando a variável independente varia de s a x + x, a correspondente variação de y será y = f(x + x) – f(x). O quociente representa a taxa média de variação de y em relação a x. A derivada é a taxa instantânea de variação como uma razão de variação de y em relação a x. A interpretação da derivada como uma razão de variação tem aplicações práticas nas mais diversas ciências. Exemplos: 1-) No instante t = 0 um corpo inicia um movimento em linha reta. Sua posição no instante t é dada por s(t) = 16t – t². Determinar: a-) a velocidade do corpo no instante t = 2; b-) a aceleração no instante t = 4. 2-) Uma cidade X é atingida por uma moléstiaepidêmica. Os setores de saúde calculam que o número de pessoas atingidas pela moléstia depois de um tempo t (medido em dias a partir do primeiro dia da epidemia) é, aproximadamente, dado por a-) Qual a razão da expansão da epidemia no tempo t = 4? b-) Quantas pessoas serão atingidas pela epidemia no 5º dia? x xfxxf x y )()( 3 64)( 3t ttf x xfxxf xf x )()( )(' lim 0 Cálculo Diferencial e Integral I 2015 21 Estudo da variação das funções As derivadas de uma função f(x) fornecem informações importantes sobre o comportamento de f(x) no que se refere ao crescimento ou decrescimento e aos valores extremos (máximos ou mínimos). Seja uma função f(x) derivável em I. Lembremos que a sua derivada em cada ponto dá o coeficiente angular da reta tangente ao gráfico. Se uma função é crescente em um conjunto, então a sua derivada é positiva ou nula no conjunto, e que, se uma função é decrescente, a sua derivada é negativa ou nula. Reciprocamente, poderíamos mostrar que, se uma função derivável f(x), não constante, é tal que f ‘(x) 0 em um conjunto A, então f(x) é crescente em A, e se f ‘(x) 0 em A, então f(x) é decrescente em A. Dizemos que um ponto x0 do domínio de uma função f é um ponto de máximo local de f se existir uma vizinhança de x0 de modo que, para todo x pertencente a essa vizinhança, tenhamos f(x) f(x0). Nesse caso, f(x0) é denominado máximo local de f. Analogamente, dizemos que um ponto x0 do domínio de uma função f é um ponto de mínimo local de f se existir uma vizinhança de x0 de modo que, para todo x pertencente a essa vizinhança, tenhamos f(x) f(x0). Nesse caso, f(x0) é denominado mínimo local de f. Chamamos também de máximo absoluto de f(x) ou somente de máximo de f(x) o maior valor que a função atinge no seu domínio, e mínimo absoluto de f(x) ou somente mínimo de f(x) o menor valor atingido por f(x). Observemos estes gráficos: Nesses dois casos a reta tangente no ponto x0 é horizontal, isto é, seu coeficiente angular é igual a 0, ou seja, f ’(x0) = 0. Observemos também que x0 é o ponto de máximo local num exemplo e ponto de mínimo local no outro. Podemos enunciar uma propriedade. Cálculo Diferencial e Integral I 2015 22 Se uma função f definida numa vizinhança do ponto x0 for derivável em x0 e x0 for ponto de máximo local ou de mínimo local de f, então f ’(x) = 0. A recíproca não é verdadeira, ou seja, f ’(x) = 0 não acarreta que x0 seja ponto de máximo local ou de mínimo local. Vejamos agora uma propriedade que permitira indicar se um ponto é de máximo local ou de mínimo local. Consideremos uma função f definida numa vizinhança de x0, admitindo até a derivada de segunda ordem (f ”(x)) e tal que f ’(x0) = 0. Assim: Se f ”(x) > 0, então x0 é ponto de mínimo local de f. Se f ”(x) < 0, então x0 é ponto de máximo local de f. Exemplo: 1-) Dada a função f(x) = x³ - 6x² + 9x +1, determine o conjunto em que f é crescente ou decrescente e o ponto de máximo e mínimo local. f ’(x) = 3x² - 12x + 9 as raízes são 1 e 3 f ’(x) > 0 3x² - 12x + 9 > 0, que ocorre quando x’ < 1 e x” > 3. Logo, f é crescente em (-, 1] [3, ). f ’(x) < 0 3x² - 12x + 9 < 0, que ocorre quando 1 < x < 3. Logo, f é decrescente em [1, 3]. f ”(x) = 6x – 12. f ”(1) = 6 . 1 – 12 = - 6 < 0 (1 é ponto de máximo local) f ”(3) = 6 . 3 – 12 = 6 > 0 (3 é ponto de mínimo local) Cálculo Diferencial e Integral I 2015 23 Exercícios: 1-) Determine os pontos críticos das funções abaixo, dizendo se são de máximo local ou mínimo local: a-) f(x) = x³ – 3x. b-) f(x) = x³ – 6x² + 12 x – 6. c-) f(x) = 2x³ – 3x² – 12 x – 4. d-) f(x) = 3x4 – 4x³ + 1. e-) f(x) = x4 – 2x² + 3. 2-) Para fabricar uma caixa sem tampa utiliza-se um pedaço de cartolina quadrado de lado 12 cm. Em cada canto da cartolina deve-se recortar um quadradinho de lado x. Determine o valor de x de modo que o volume da caixa seja máximo. Qual é o volume máximo? 3-) Quer-se construir um cercado retangular aproveitando-se uma parede já existente. Se existe material suficiente para se construir 80 metros de cerca, quais as dimensões do cercado para se ter a maior área cercada possível? 4-) Na construção de uma caixa quadrada que encerre um volume de 108 cm³. Quais as dimensões da caixa para se gastar o mínimo de material (área mínima)? 5-) Na montagem de uma trave para um campo de futebol é preciso enterrar cada lado a uma profundidade de 1 metro. Para isso dispõe-se de 10 metros de madeira numa peça única. Como deverá ser cortada a peça de madeira para que se tenha a maior área possível sob a trave?
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