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Prédios Inclinam (Santos)

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Prédios inclinam mais que a torre de Pisa... e caem! 
 
Devido às características do subsolo santista e à imprevidência de alguns construtores, 
muitos edifícios sofreram fortes recalques, ao ponto de inclinarem mais que a famosa torre italiana da 
cidade de Pisa. Os procedimentos para a recuperação desses prédios inclinados, aliás, foram estudados 
pelos técnicos italianos encarregados de recuperar aquela torre medieval européia. Outros prédios nem 
chegaram a se inclinar: desabaram durante a construção. 
 
 
Prédios tortos podem cair...? 
 
O solo de Santos é o segundo pior do mundo. Esse é um dos motivos que faz com que os prédios 
da orla da praia sofram as inclinações com o passar dos anos e que surjam teorias de que eles podem cair 
como dominós. 
Um exemplo gritante dessa falta de preparo do solo é do Edifício Excelsior, que abriga o bar 
Torto. Sua inclinação já era prevista desde sua construção, mas nada impediu que sua obra terminasse. 
O prédio teve o início de suas obras no final dos anos 60, mas a acomodação já aparecia quando 
estava sendo construída a décima laje. Inicialmente a planta do prédio foi aprovada com 12 andares, mas 
em 1970 ele já tinha 17. E, apesar de já haver um recalque de 70 cm, a Prefeitura deu o habite-se. 
Em 1977, detectou-se no edifício uma rachadura que começava no térreo e subia até o décimo 
sétimo andar, do lado voltado para a Avenida Siqueira Campos. Esse foi o fato fundamental para sua 
interdição. O prédio possui 100 apartamentos e na época todos estavam ocupados. Tiveram que ser 
desocupados tanto os apartamentos como as lojas que ficam na parte de baixo do prédio. 
Em 1977, o prédio estava sendo recuperado através do método de estacas-raiz, também chamado 
de paradice. O objetivo do uso desse método era a transferência parcial da carga que estava atuando na 
camada de argila, para o solo mais resistente. Assim, com o tempo, haveria um recalque natural do lado 
oposto do que já havia. Isto fez com que o prédio ficasse nivelado. Porém, de acordo com o IPT, os 
recalques continuaram acontecendo, mas em proporções menores na região que estava afundando, 
compensando assim o outro lado. 
O solo de Santos é o segundo pior do mundo, inferior apenas ao da Cidade do México. O solo da 
cidade é formado de oito a 12 metros de camada de areia medianamente compacta, seguida de 20 a 40 
metros de uma camada de argila marinha, podendo depois ter outra faixa de areia ou não, e por último 
uma camada dura (formada por rochas) que varia de 40 a 50 metros. 
Para saber a resistência do solo é feito um relatório de sondagem. Retira-se uma amostra de 
cada camada, que é levada para um laboratório, onde se detecta o tipo de fundação a ser feita. Há dois 
tipos de fundações: rasa (em que se utilizam sapatas), quando se tem um solo que suporta a carga dos 
pilares, e profunda (onde geralmente se utilizam estacas) quando o solo é menos resistente. 
O custo de uma fundação profunda é três vezes maior do que o de uma rasa, mas às vezes esse 
recurso é inevitável. É em função disso que muitos economizam quando não se deve "A maioria dos 
prédios da orla da praia necessita de fundação profunda e se está torto, foi por pura economia, já que 
este tipo de técnica, necessária, é de alto custo". Orlando Carlos Batista Damin. 
Altura não influencia - O especialista em mecânica de solos, Milton Vargas, há décadas já 
afirmava que a Cidade deveria ter prédios com apenas sete andares. Contudo, o presidente da Assecob e 
proprietário da construtora Phoenix, Omar Laino, diz que em nada influencia a altura de um prédio. 
"Fazendo o tipo de fundação correta, adequada ao solo, a altura em nada vai interferir. Como exemplo 
cito as construções no Japão, onde os prédios têm mais de 100 andares", acrescenta Laino. 
 
 
 
E segundo Damin também não há problema algum com a altura dos edifícios. O engenheiro explica 
que se o solo é inadequado para levantar um prédio de 10 andares, por exemplo, onde deve ser feita a 
fundação profunda, e não se pode gastar muito, que se construa então um prédio mais baixo, utilizando-
se a fundação rasa, onde o custo é menor. 
Quando um prédio é construído fora dos padrões exigidos, e ergue-se um edifício vizinho, este 
por sua vez acaba influenciando ao ponto de forçar o outro a entortar. É que os chamados bulbos de 
pressão, que se formam em cada prédio, juntam-se aumentando a carga, e a tendência é a aproximação 
destes edifícios. 
Entretanto, hoje existem técnicas das mais diversas para se recuperar os danos causados nessas 
construções, como ocorreu no Edifício Excelsior. "Antigamente, de tão inclinado, o elevador deste prédio 
parava no oitavo ou nono andar, não subindo até o fim", conta Damin. Esse problema foi sanado e a 
inclinação do prédio hoje está estabilizada. 
Prédios podem cair - Damin explica que o recalque por ano é mínimo, porém não descarta a 
possibilidade de que prédios tortos em Santos caiam. "Mas isso duraria muito mais de 50 anos para 
acontecer", afirma o engenheiro. 
São tantas as informações sobre os prédios tortos em Santos que o assunto gera polêmica entre 
os especialistas. 
O Código de Edificações do Município, datado de 1968, não fazia menção a qualquer rigor na 
construção de edifícios. Dessa forma, vários prédios foram construídos sem nenhum tipo de controle. A 
maioria das construtoras usava fundações rasas, que custavam menos, mas não eram adequadas ao tipo 
de solo. 
Em 1968, o Código sofreu alteração e a nova legislação começou a exigir que fossem feitas 
fundações profundas em construções com mais de 11 andares. O código foi modificado novamente. Agora, 
no artigo 18, parágrafo 2, em seus quatro itens, obriga-se ao construtor apresentar o projeto de 
fundações constando cópia da sondagem de reconhecimento do solo, do terreno, para edifícios com mais 
de cinco pavimentos, afirma o secretário. 
O texto tenta privilegiar o conhecimento de maneira a inibir o recalque diferenciado, que é 
justamente a inclinação de cada prédio. Antigamente se construía edifícios vinculando a altura ao tipo de 
fundação. Essa relação está errada porque na verdade deve-se observar a carga. 
 
Especulação Imobiliária – Um alerta os compradores devem verificar as condições dos prédios 
localizados na Ponta da Praia, bairro onde há prédios antigos, mas todos em perfeitas condições. O maior 
problema não é o fato de o prédio estar com o perfil inclinado, mas quando a inclinação passa do ponto de 
equilíbrio e suas colunas estão comprometidas. 
Antigamente não se 
fazia estudos sérios sobre 
as condições do terreno 
onde seria construído o 
edifício. Em Santos, os 
pontos mais críticos estão 
localizados entre os canais 3 
e 5. Portanto, os 
compradores devem 
verificar a localização de 
prédios onde pretendem 
adquirir seus imóveis. Deve-
se verificar se o 
apartamento já está 
nivelado, pois muitas vezes 
os prédios são tortos, mas 
os antigos donos dos imóveis 
já nivelaram seus 
apartamentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prédios são comparados à Torre Di Pisa. Foto: Vanessa Faro, publicada com a matéria “Imóveis desvalorizam” 
 
. 
 
 
 
 
 
Porque fundações rasas...? 
 
 
 
 
 
 
 
 
Perfis geológicos típicos 
 
O solo varia de região para região, dentro do próprio lote podem ocorrer variações bruscas de 
composição e resistência do solo, daí a importância de seguir os procedimentos normatizados para ter 
uma representação o mais fiel do subsolo em estudo. 
Apesar desta variação, algumas regiões são bem conhecidas dos engenheiros que lidam com 
fundações. Vamos analisar alguns destes casos, para exemplificar como o ensaioSPT pode ser utilizado 
para indicar o tipo de fundação mais adequado. 
 
São Paulo - Avenida Paulista -- Localizado no topo de um espigão que 
corta a capital do Estado de São Paulo, ou seja, num topo de montanha que, 
provavelmente, já foi muito mais alta na remota antiguidade. Assim, o solo já 
foi compactado pela natureza, sendo relativamente firme e o lençol freático 
fica baixo. Assim, construções menores podem usar fundação direta (sapatas) 
e os prédios maiores devem utilizar tubulão ou estacas, que podem ser tanto 
do tipo Strauss (moldada in loco), pré-moldada de concreto ou aço ou outras, 
especiais, para edifícios maiores. 
 
Santos (SP) - Orla da praia -- Este é um caso clássico na mecânica 
dos solos. A cidade de Santos é mundialmente conhecida pelos seus edifícios 
fora de prumo à beira mar. Isto ocorreu porque, na época de sua construção, 
utilizou-se fundações rasas apoiadas a cerca de 8 m de profundidade, onde se 
encontra um solo relativamente rígido (SPT 8). Entretanto, cerca de 10 m 
abaixo, encontra-se uma areia argilosa mutio mole, cujo SPT é 1/60, ou seja, o 
martelo dá uma batida e já penetra 60 cm. Muitos edifícios foram 
construídos sobre sapatas, isto é, com fundação rasa. Em ambos os casos, ao 
longo dos anos a argila vai recalcando, o solo vai cedendo e os edifícios 
afundam. Há casos em que os prédios desceram mais de 1 metro em relação 
ao nível original. Os prédios mais novos utilizam estacas mais profundas, que 
vão buscar o solo mais duro a mais de 27 metros de profundidade. os edifícios 
ficaram tortos porque não afundaram por igual, pois um prédio faz pressão 
sobre a fundação do vizinho, e naquele local ambos afundam mais pois existe 
uma pressão maior sobre o sub-solo. 
 
 
Campinas (SP) -- Esta é uma grande cidade do interior do Estado de 
São Paulo e que tem diversos tipos de solo. Sua região central já foi bastante 
estudada, contendo solo ideal para fundação direta ou rasa, para obras 
pequenas e médias, e estaqueamento para prédios maiores. Para estes 
últimos, o lençol freático baixo (-15m) permite escavação manual sem 
equipamento especial, permitindo o uso de tubulões ao invés de estacas. A 
existência de solo residual indica que a região já foi coberta por água em eras 
remotas. 
 
 
São Paulo (SP) - Cidade Universitária -- Esta região fica na margem do 
Rio Pinheiros, do lado oposto onde aconteceu o desmoronamento na Linha 4 da 
obra do Metrô no início de 2007. Trata-se de um solo instável, típico de locais 
que já estiveram em baixo da água por muitos milhares de anos. O solo é 
constituído por uma camada de aterro que repousa em cima de argila orgânica, 
típica de áreas pantanosas. Assim, qualquer obra de fundação nesta região 
precisa ser estudada com muita atenção, em geral usa-se-se fundação profunda 
com estacas pré-moldadas ou tubulões a ar comprimido, devido ao fato do lençol 
freático estar praticamente à superfície. 
 
 
 
 
Conclusão 
 
Um levantamento realizado pela Prefeitura de Santos mostrou que 65 dos famosos prédios 
tortos da orla da cidade têm inclinação considerada grave entre 0,5 e 1,8 metro. 
As medições começaram em 2008 e 651 edifícios foram avaliados. Apesar de os valores serem 
considerados preocupantes, isso não quer dizer que os prédios serão interditados ou demolidos. É 
possível que a administração municipal determine que parte dos prédios inclinados seja "endireitada", 
como já ocorreu com o Nuncio Malzoni. 
A composição do solo da cidade (formado por camadas de areia e argila) é a principal causa da 
inclinação dos prédios. A pressão exercida por prédios construídos na vizinhança também ajuda a 
entortar ainda mais os edifícios. 
Fazer as coisas de forma segura e no tempo certo não condiz com a ganância do ser humano. Em 
muitos casos a ganância supera o bom-senso e os problemas não tardam a aparecer. Sobre isto, o que não 
faltam são exemplos. Vejamos alguns, dentre tantos: prédios construídos de forma pouco segura sem o 
conhecimento devido de suas consequências, põem em risco a população. 
 
Dicionário 
Sapata: peça que fica sobre um pilar para reforçar ou equilibrar a trave que assenta nela; 
pequena biguas, com furo no meio, e em forma de sapato. 
Recalque: inclinação do prédio. O recalque é mínimo por ano. E com o passar do tempo vai 
diminuindo. 
Bulbos de pressão: parte arredondada que se forma embaixo dos prédios onde faz pressão no 
solo e possui carga.

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