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Resumo de Atenção Primária Saúde - A1 Lucas Silva 2/2018 1.0 Atenção primária no Brasil - No início se voltava para uma política de saneamento destinado ao espaço de circulação de mercadorias e a erradicação ou controle das doenças que poderiam afetar a exportação no RJ e Santos. A essa política deu-se o nome de Sanitarismo Campanhista (Ações pontuais) - Em 1904 foi instituída a vacinação anti- varíola sendo obrigatória por lei, gerando insatisfação e posteriormente a Revolta da vacina (modelo fiscal e policial) - Anos 20 - Saúde e saneamento como responsabilidade do estado - Criação de departamento Nacional da saúde pública (DNSP) com propósito de introduzir na rotina ações de saúde a propaganda e a educação sanitária. - Criação da CAPS (caixa de aposentadoria e pensões) que era controlada por empresas. - Anos 30 - Criação do IAPS (instituto de aposentadoria e pensões) que era supervisionado pelo ministério do trabalho, indústria e comércio. - Anos 40 - Predomina no campo de saúde e desenvolvimento - Primeira abordagem: combater as doenças e condição para superação do subdesenvolvimento - Segunda abordagem: Entendia que embora o controle das doenças fosse necessário era o desenvolvimento crônico e social que melhoraria a saúde da população. - Anos 40/50 - Há uma nítida separação entre a saúde pública e a assistência médica. - Passar haver uma pressão da população para melhorar essa assistência, além daqueles que eram excluídos. - Saúde pública de base universalizante, que pudesse contemplar todos, ficou preterida. - Anos 60 - Serviços prestados pelas IAPs excluíam muitos trabalhadores formais, rurais e o setor interurbano. - Excludência + Deficiência dos serviço de saúde prestados - Golpe de 64 - Isso tudo levou a criação do INPS (Instituto Nacional de Previdência Social) - O INPS passa a não comportar demanda gerando uma crise, havendo necessidade de ampliação e contratação da rede privada. - Não havendo rede privada suficiente para suprir necessidade. Tentam ampliação da rede hospitalar com injeção de recursos públicos. - Inicia-se o processo de decadência onde há falência do INPS por vários fatores: - Fraude contra o INPS - Obras Faraônicas - Mais pessoas se aposentando - A solução do Governo foi criar o INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica Previdência Social) - Criando tetos para pagamento de serviços médicos prestados (cotas) - Houve fraude novamente 1.1 Reforma Sanitária - Problemas correntes na época: a) acesso restrito a saúde b) ênfase na cura c) regime ditatorial d) centralização da saúde - ministérios - Com isso houve mobilização da sociedade por mudanças no sistema de saúde -> entra em cena a Reforma Sanitária - Com as seguintes propostas: I) Universalizar o direito a saúde (direito de todos) II) Integrar as ações curativas e preventivas III) Promover medidas preventivas IV) Descentralização administrativa (tirar o governo o poder e dar cada órgão sua autonomia) V) Promover a participação e controle social. - Foram os primeiros passos para criação do SUS - Final da década de 70 o modelo médico assistencial privatista. - 1986 - Tivemos “Ações Integradas de Saúde” (AIS) com os seguintes objetivos: - Universalização, integralização e racionalização dos serviços públicos de saúde - Expansão da rede APS * PROVA -> Março de 1986 tivemos VIII conferência nacional de saúde com o seguinte lema: Saúde, Direito de Todos, Dever do Estado. - Reforçando as propostas de universalização, unificação do sistema, integralidade das ações, descentralização e participação popular. - Objetivo final: Criação do SUS Página � de �1 19 - 1987 - Criação do SUDS (Sistema único descentralizado de saúde) - Substituição das AIS - Retirar o poder centralizador do Governo Federal - Sendo a última etapa antes da criação do SUS 1988. - Anos 80/90 - Criação do SUS 1988 - Nova formulação política- organizacional para o reordenamento dos serviços e ações de saúde estabelecidas pela constituição de 1988. - Uma de suas diretrizes é a descentralização. As unidades de APS passariam a gestão dos municípios. - Municípios passam a gerenciar suas unidades de atenção primária. - Desenvolviam experiências de modelos de cuidados primários em várias partes do país. - 1993 o presidente Itamar Franco criou o Programa Saúde da Família (PSF) * PROVA -> Princípios do SUS - Universalidade, Equidade e Integralidade - Com participação popular - Regionalização/Hierarquização - Descentralização e comando único A) Éticos/Doutrinários I) Universalidade - É a garantia de atenção a saúde por parte do sistema a todo e qualquer cidadão II) Integralidade - O homem é um ser integral e deverá e deverá ser atendido com esta visão integral por um sistema de saúde também integral, voltado a promover, proteger e recuperar sua saúde. III) Equidade- Situações diferentes merecem abordagem diferentes. B) Operacionais/ Organizacionais 1) Descentralização: redistribuição das responsabilidades (municípios, estado, união) com maior responsabilidade aos municípios 2) Regionalização: Serviços dispostos numa área geográfica delimitada e com definição da população a ser atendida. 3) Hierarquização: Os serviços devem ser organizados em níveis de complexidade tecnológica crescente. 4) Participação Social: A população participará do processo de formulação das políticas de saúde e do controle de sua execução, em todos os níveis, desde o federal até o local. 5) Resolubilidade: Serviço tem que estar capacitado para enfrentá-lo e resolvê-lo até o nível da sua competência 6) Complementaridade do setor privado: quando o setor público não for suficiente é necessária a contratação de serviços privados - 1991 - Implantação do Programa de agentes comunitários de saúde (PACS) que foi antecessor do (PSF). - Norte, Nordeste e em áreas rurais e periurbanas. - Atendia as demandas de combate de endemias - Teve caráter emergencial e visou a dar suporte assistencial onde não tinha intervenção médica - Diminuiu a mortalidade infantil brasileira - Era responsável por: a) Cadastramento da população b) Diagnóstico comunitário c) Identificação de áreas de risco d) Promoção das ações de proteção a saúde das crianças e mulheres. -1994 - Criação do Programa Saúde da Família (PSF) com enfoque na família e não mais só no indivíduo. - Tinha como objetivo: contribuir para a reorientação do modelo assistencial a partir da atenção básica, em conformidade com os princípios do SUS, imprimindo uma nova dinâmica de atuação nas unidades básicas de saúde, com a definição de responsabilidade entre os serviços de saúde e a população. * PROVA 1.2 Participação Popular na APS - Participação popular compreender as múltiplas ações que diferentes forças sociais desenvolvem para influenciar: - Formulação; - Execução;- Fiscalização e - Avaliação das políticas públicas e/ou dos serviços básicos na área social. - A participação popular encontra respaldo moral desde a declaração universal dos direitos humanos (1948) - A constituição brasileira de 1988 sancionou a descentralização da tomada de decisões e estabeleceu mecanismos para a participação dos cidadãos na formulação, na administração e no monitoramento de políticas sociais. Página � de �2 19 - Em 1990 foram criado os conselhos permanentes de saúde e as conferências de saúde nos níveis federal, estadual e municipal com a representação paritária dos representantes dos usuários e com a periodicidade máxima de 4 anos - Paridade/Paritário - 50% Usuários - 25% trabalhadores - 25% gestores - A institucionalização da participação popular se tornou realidade com a norma operacional básica de 1996, que determinou que a criação e a regulamentação dos conselhos de saúde fossem pré requisitos para o repasse de recursos financeiros para as secretarias municipais e estaduais de saúde. - Conselhos de Saude: - Lei 8142/1990 criação de conferências e conselhos de saúde - Ordem do topo a base da pirâmide: 1) topo: CNS 2) Conselhos estaduais de saúde 3) Conselhos municipais de saúde 4) Conselhos distritais de saúde 5) base: Conselhos locais de saúde 2.0 Estratégia de Saúde da Família - O médico da família aparece na Roma antiga como agente de atenção a saúde até o séc XX onde foi extinto. - 1948 na Inglaterra o médico da família reaparece mas com enfoque clínico (assistencial curativo) - 1973 no Canadá foi lançado um informe:: “novas perspectivas de saúde para os canadenses. - Vieram reforços: - Mudanças começaram em 1978 na reunião da OMS em ALMA ATA: “Saúde para todos em 2000”; - 1986 CARTA OTTAWA: Mudanças no conceito de saúde (no pensamento ausência de doença) Onde saúde não é apenas ausência de doença. É muito mais que isso: paz, lazer, educação, alimentação, ecossistema social, recursos sustentáveis, justiça social, equidade. - Esses reforços contribuíram para a mudança da medicina curativa para uma medicina voltada para a prevenção e promoção a saúde - Evitar que o homem sadio adoeça - Que as doenças sejam diagnosticadas em tempo hábil de serem controladas - Que o doente não se complique, invalide ou morra precocemente 2.1 Atenção. De Saúde da Família ***PROVA - A ASF inclui as ações de prevenção primária, secundária e terciária das pessoas no contexto da comunidade, efetuada por uma equipe básica e outros serviços de saúde, de forma continuada e com a participação da própria população e outros setores da sociedade. 1) Prevenção Primária - Propaganda de saúde - São ações dirigidas para possibilitar que o homem melhore sua saúde e se mantenha sadio, inclui a promoção e educação em saúde pública e prevenção específica, ambas com projeção social e massiva. Ex: Imunização, grupo com palestras e etc. 2) Prevenção - Se realiza mediante o diagnóstico precoce das doenças, ainda sem manifestação clínica e iniciando o tratamento rapidamente, de modo oportuno, que poderá propiciar a cura da enfermidade. Ex: exame citopatológico do colo do útero, toque retal em CA de próstata, exame bucal, detecção de HAS e outros. - Diagnóstico precoce e tratamento, limitação da invalidez 3) PrevençãoTerciária - São ações realizadas no homem doente, através de cura e tratamento adequado e com qualidade para evitar complicações, morte precoce, invalidez e previnir que a infecção passe outro estado mais grave, bem como por ações de reabilitação nos casos de invalidez para restituir ao paciente a vida em sociedade e no trabalho. Ex: fisioterapia - Reabilitação 4) Promoção - Conjunto de ações da sociedade, dos serviços de saúde, da autoridade sanitária, e de outros setores sociais e produtivos, encaminhadas ao desenvolvimento de melhores condições de saúde individual e coletiva. 2.2 Programa Saúde da Família - Modelo de atenção que pretende melhorar as condições de vida, e portanto, de saúde da população, mediante atividades e ações de promoção, prevenção, cura e reabilitação. - É baseado nas caracterizas e problemas de cada localidade pra atender a saúde do indivíduo e de família dentro do contexto da comunidade durante o processo de saúde doença; Página � de �3 19 2.3 Estratégia de Saúde da Família ***PROVA - Surgiu inicialmente como PSF final 1993 e início de 94. - Observou-se a superposição de abordagem, passando de um enfoque seletivo restrito a uma estratégia abrangente de mudança do modelo assistencial. - Em 2011: - Presente em 90% dos municípios brasileiro; - Mais de 32mil equipes de saúde da família; - A equipe multiprofissional inclui: A) 1 médico generalista ou de família; B) 1 enfermeiro; C) 1 auxiliar de enfermagem; D) 4 a 6 agentes comunitários de saúde. - Atenção integral e contínua a saúde de cerca de 600 a 1000 famílias (+/- 3000 a 4000 pessoas) residentes em um território rural ou urbano, com limites geográficos bem definidos; - Equipe de Saúde Bucal: odontólogo, um auxiliar de consultório dentário, técnico de higiene dental. - A saúde como qualidade de vida e não como doença; - A ESF mantém coerência com princípios organizativos do SUS: acessibilidade, resolubilidade, regionalização, descentralização, hierarquização e participação popular: - Resolver até 90% das demandas; - Capacidade racionalizados para ações de tecnologias duras; - Coordenação do cuidado; - Características da ESF: A) Prioriza promoção da saúde e integralidade da atenção (promoção, prevenção, cura e reabilitação); B) O coletivo é um foco de atenção; C) Primeiro contato com o sistema de saúde, proporcionando um acesso aberto, ilimitado a seus pacientes e lidando com todos os problemas de saúde independente de idade, gênero ou qualquer outra característica da pessoa; D) Predomínio de uma equipe multidisciplinar; E) Modelo em pleno processo de ação - 13 passos para organização de uma equipe de saúde da família: I) Definição e descrição do território de abrangência; II) Adscrição de clientela; III) Diagnóstico de saúde da comunidade; IV) Organização de demanda; V) Trabalho em equipe multiprofissional VI) Enfoque da atenção a saúde da família e da comunidade VII) Estímulo a participação e controle social VIII) Organização de ações de promoção da saúde IX) Resgate da medicina popular X) Organização de um espaço de co- gestão coletiva na equipe, XI) Identificação dos serviços de referência no nível secundário e terciário XII) Monitoramento da situação de saúde no seu território de abrangência XIII) Educação permanente em saúde - Atribuições comuns a todos os membros da equipe - Participar do processo de territorialização e mapeamento da área de atuação-riscos; - Cuidado em saúde da população adscrita; ações de atenção integral; ações intersetorias; - Integralidade da atenção: promoção- prevenção cura reabilitação- Busca ativa notificações - Humanização: escuta qualificada/ vínculo - Responsabilização pela população adscrita/coordenação do cuidado - Planejamento/avaliação das ações - Mobilização e participação da comunidade - Qualidade do registro do SIS - Participar do processo de educação permanente - Atribuições específicas do ACS - Integração Equipe e comunidade - Adscrição de famílias - Orientação - Visitas domiciliares - Atribuições específicas de enfermeiro - Realizar consultas de enfermagem - Executar as ações de assistência integral em todas as fases do ciclo da vida - Planejar, gerenciar, coordenar, executar e avaliar unidade de saúde da família - Atribuições específicas do médico - Assistência integral aos indivíduos e suas famílias (0 a …anos) - Gerenciamento de insumos - Indicação de internação hospitalar - Encaminhar para os serviços de atenção secundária e terciária - Educação permanentes dos membros de equipe - Verificar e atestar óbito Página � de �4 19 - Benefícios da ESF no Brasil - Repercussões positivas nos indicadores de saúde - Redução da desnutrição e anemia ferroaria em crianças - Redução da mortalidade infantil - Aumento da cobertura do pré natal - Equidade no acesso ao nível primário da atenção - Melhoria na cobertura vacinal - Redução na internações por condições sensíveis a atenção ambulatorial - Melhoria nas notificações de estatísticas virais - Considerações sobre a ESF no Brasil - A ESF encerra em sua concepção mudanças na dimensão organizacional do modelo assistencial ao: - Constituir a equipe de saúde da família, multiprofissional e responsável pela atenção a saúde da população de um determinado território. - Estabelecer o cadastramento das famílias para acompanhamento na unidade de saúde da família, entendida como porta de entrada no sistema local e o primeiro nível de atenção nas redes de serviço. - Definir o generalista como profissional médico de atenção básica - Instituir novos profissionais, ACS, voltados para a atuação comunitária, ampliando assim a atuação da equipe sobre os determinantes mais gerais do processo saúde enfermidade - Pretende-se que a Unidade de saúde da família constitua a porta de entrada preferencial ao sistema de saúde local e o primeiro nível de atenção resolutivo, integrado a rede de serviços mais complexos. 2.4 Evolução histórica do SUS e a ESF - Conferência de Alma-Ata (12/9/78) - Reforma Sanitária Brasileira - SUS - Lei Orgânica a Saúde - Lei 8080/90: Descentralização político-administrativa - Lei 8142/90: Participação comunitária e transferências intergovernamentais de recursos financeiros - Normas para a Política Nacional de Atenção Básica (portaria 648/28 Março 2006) - Novo pacto entre as esferas do governo; - Desfragmentação do financiamento; - Trabalhar a gestão pública através do pacto de indicadores da atenção básica - Reconhece a Saúde da família como modelo substitutivo e de reorganização de atenção básica. - Obs.: foi revogada pela portaria 2488/ outubro de 2011 3.0 Princípios da Medicina de Família - Médico de família e comunidade - Coordenador do cuidado das pessoas que atende - Nível primário de atenção - Demais níveis de cuidado - Obrigações e objetivos - Identificar e resolver os problemas de saúde de cada pessoa individualmente - Prestar cuidado médico efetivo para a comunidade como um todo - 1981 passou a ser reconhecida como especialidade e 2001 passou a receber a denominação de medicina de família e comunidade reconhecida pela CNRM Pelo conselho federal de medicina (CFM). 3.1 Conceito - É definida como especialidade que presta assistência a saúde de forma continuada, integral e abrangente para as pessoas, suas famílias e a comunidade. - Abrange todas as idade, ambos os sexos, cada sistema orgânico e cada doença - Trabalha como sinais, sintomas e problemas de saúde - Proporciona o contato das pessoas com o médico, mesmo antes que exista uma situação de doença ou dois que esta de resolva - Tem como característica especial o acesso do médico ao domicílio das pessoas. 3.2 Princípios - Os princípios da medicina de família devem ser utilizados como ferramentas para a prática e a formação, fazendo com que o médico de família, em sua atuação, preserve suas características da especialidade. *** IMPORTANTE I) O profissional de saúde da família é hábil II) A saúde da família é uma disciplina baseada na comunidade III) O profissional de saúde da família é fonte de recursos para uma população definida IV) A relação equipe paciente é alvo central na saúde da família Página � de �5 19 - O segundo princípio citado acima é de suma importância ***PROVA A) O Segundo princípio: A saúde da família é uma disciplina baseada na comunidade - O médico e família e comunidade deve apresentar habilidade para responder e adaptar-se as mudanças de situação e a diversidade de situações clínicas de acordo com as necessidades das pessoas e utilizando-se dos recursos disponíveis, assim como utilizar-se da rede de serviços secundários e terciários com critério. - Cuidado do paciente em diferente contextos (casa, trabalho, hospitais) - Deve conhecer bem a ecologia da saúde da população, dominando com habilidade os problemas mais frequentes, faz parte de uma rede de serviços (UBS, especialistas e outros recursos) - Cuidado do paciente em diferente contextos (casa, UBS, trabalho, hospitais) - As condições de saúde da população de abrangência, seja em seus aspectos de saúde mais frequentes, condições do meio ambiente ou no contexto do local de trabalho, influenciam a demanda que procura o médico de família - Podem ser feitas intervenções preventivas com base em indivíduos (estratégias clínicas) ou com base em comunidades ou populações (estratégias comunitárias) - Acompanhamento após contra- referência (internação) - Devido ao conhecimento pessoal que tem dos doentes e famílias, o médico de família poderá identificar riscos para a saúde que não seriam detectados por outro observador, já que tem a possibilidade de ver o paciente frequentemente (mínimo de 4 vezes ao ano). Fazer visita em seus domicílios - Posição incomparável para praticar prevenção. A equipe vê seus doentes frequentemente e os motivos de consulta muitas vezes são auto limitados em pessoas saudáveis - Excelente oportunidade de fazer educação em saúde e detectar doenças na fase pré-sintomática - Deve conhecer bem a ecologia da saúde da população, dominando com habilidade os problemas mais frequentes - A prática do médico de família é influenciada significativamente por fatores da comunidade onde ele atua, o que determina que deva ser capaz de responder as necessidades das pessoas corresponder as mudanças nessas necessidades, adaptando- se rapidamente as alterações na situação de saúde e encaminhá-las para recursos apropriados as suas condições clínicas. 4.0 Ferramentas da prática do médico de atenção primária - Consulta de Abordagem Centrada na Pessoa I) Consulta - Método clínico centrado na pessoa -Fenômeno complexo: relacionamento entre duas pessoas que estão se conhecendo, muitas vezes pela primeira vez, cada uma com suas expectativas. - É ummomento único para estabelecer o diagnóstico e o manejo dos problemas de saúde - Deve-se aproveitar a conduta para conhecer o paciente e entendê-lo como um todo, como um ser humano singular - Consulta ideal é aquela que resulta no desfecho desejado para todos os envolvidos - Engloba e sistematiza os diversos aspectos positivos das diferentes formas de abordagem aos problemas de saúde (criar vínculos) - Assegura que as atitudes dos médicos serão na busca do melhor cuidado a pessoa que está consultando permitindo dessa forma que se chegue a consulta ideal - Permite estabelecer uma relação de confiança entre o médico e o paciente, com troca de conhecimentos, fundamentada em uma parceria importante para se construir o cuidado mediante ações dentro e fora do consultório, com um desfecho desfecho desejado para o paciente e o médico, atendendo ambas expetativas. - Abertura -> habilidades de construção do relacionamento -> Fechamento II) Tarefas da Consulta - Tarefas que devem fazer parte de qualquer consulta que se queira integral e coerente 1) Definir o motivo da consulta. Isso abrange o tipo, a evolução e a etiologia dos problemas, as ideias do paciente em relação a ele, as preocupações, as expectativas, e por fim, os efeitos que esses problemas estão causando os pacientes 2) Considerar outros problemas, como queixas crônicas ou fatores de risco associados, diretamente ou não ao problema principal 3) Atingir um entendimento compartilhado dos problemas com o paciente. Momento de troca de informação (médico com conhecimento científico, paciente com suas crenças) Página � de �6 19 4) Escolher, junto com o paciente, as condutas mais adequadas para os problemas identificados. Compactuar com o paciente. 5) Envolver o paciente no manejo de seus problemas encorajando-o a ter responsabilidade sobre ele, principalmente nos problemas crônicos (HAS e DM) 6) Estabelecer ou mantes uma relação médico-paciente que permite desempenhar as tarefas acima com sucesso. - É fundamental envolver tanto quanto possível o paciente - e, se o apropriado, seus familiares no seu cuidado de saúde, tornando-o corresponsável por todo o tratamento. As vezes o idoso não é capaz de pegar as informações. - Etapas: I) Abertura da consulta II) Exploração dos problemas III) Exame físico IV) Explicação e planejamento V) Fechamento da consulta 4.1 Abertura da Consulta - Preparando a sessão - Estabelecendo “rapport" - Identificando as razões da consulta A) Preparando a sessão - Atender necessidades pessoais/ fisiológicas - Desligar-se da última consulta - Disposição do ambiente - Postura/Interrupções - Registro de dados (ter empatia) - Significa ter a capacidade psicológica para sentir o que sentiria uma pessoa caso ela estivesse na mesma situação vivenciada por ela. Consiste em tentar compreender sentimentos e emoções. Procurando experimentar de forma objetiva e racional o que se sente o outro indivíduo. B) Estabelecendo Rapport - Cumprimento e apresentações - Compreensão Empática - O que vemos - Manifestações intencionais - Pistas não verbais - Manifestações não-intencionais - Escuta atenta - Significados I) previne a elaboração prematura de hipóteses II) Reduz o aparecimento de queixas tardias III) Facilita a captação de pistas verbais e não verbais - Habilidades I) Linguagem não verbal a) Contato visual - Excesso - ansiedade - Pouco - desinteresse b) Expressão facial - Podem ser estimuladoras ou inibitórias c) Gestos - Acenos de cabeça - Gesticulação adequadas das mãos d) Silêncio - Processando algo - Sente dificuldade de continuar falando - Não sabem mais o que dizer e) Postura corporal - Postura relaxada e receptiva, comunicação calma e estabilidade passa confiança II) Facilitadores/encorajados - Sinais verbais que demonstram que o profissional está em sintonia com o paciente. - Repetição de uma ou mais palavras chaves ou última frase do paciente - Resumo do que relatou - Uso de expressões III) Reflexão de sentimentos a) Funções - Demonstrar compreensão e empatia - Direcionar a entrevista b) Aspectos técnicos - O sentimento deve ser categorizado - Raízes de frases: “você parece se sentir” - O sentimento refletido deve ter a intensidade adequada c) Observações sobre a experiência e comportamento - “você deve ter ficado muito assustada quando isso aconteceu” -“você não parece muito feliz por ter que fazer isso.'' IV) Habilidade empática a) Auto revelação pelo médico - “Eu fico triste por ouvir isso” -“Eu também me sentiria muito confuso diante de uma situação como essa" Página � de �7 19 b) Matching - Você propositalmente ajusta seu próprio comportamento de forma a torná-lo semelhante aqueles aspectos do paciente que você particularmente notou. - Você assemelha sua voz, seus gestos e sua postura de uma maneira tal que uma terceira pessoa observando o par médico-paciente ficaria surpreso pelos similaridade. - Se colocar na postura dele. C) Identificando as razões da consulta - A pergunta de abertura - Escutar atentamente as manifestações - Screening e registro das informações: realizar screen e anotar os problemas, destacar o principal e abordar os demais problemas em consultas subsequentes. - SCREENING esforço deliberado para descobrir todos os problemas do paciente antes de começar a exploração ativa de um deles (aproveitar as pistas não verbais). Envolve checar repetidamente com perguntas abertas e existência de outras preocupações ou problemas que o paciente queria discutir (algo mais?). - Perguntas de abertura: I) Qual o problema? II) Como vai você? III) Como estão as coisas? IV) Em que posso lhe ajudar? - Duas formas de consulta tradicional e centrada no paciente: A) Tradicional: - Pergunta de abertura - Suposição de identificação do problema - Realização da exploração do problema B) Centrada no paciente: - Pergunta de abertura- Escuta atenta - Screening - Confirmação 4.2 Exploração dos problemas - Exploração dos problemas do paciente na perspectiva biomédica e na perspectiva do paciente. I) Perspectiva Biomédica (doença) - Sequência de eventos - Análise de sintomas - Revisão de sistemas II) Perspectiva do Paciente (enfermidade) - Ideias e crenças - Preocupações - Expectativas - Impactos na vida - Sentimentos A) Estruturando a Consulta - Informação contextual - História médica pessoal, familiar, pessoal e social. - Estruturar a consulta - Fazer uma organização visível/observável - Sequência lógica - Prestar atenção no tempo e nas necessidades do médico também - perguntas fechadas/abertas - Não perder o foco B) Construindo Relação - Manter comportamento não verbal apropriado - Manter rapport (empatia) - Envolver o paciente (compartilhar pensamento) - Pedir permissões no exame físico - Reconhecer opiniões, não julgar C) Estabelecendo Agenda - Saber por qual queixa começar sem embaraçar assuntos. 4.2.A Habilidades que podem ser usadas na exploração de problemas I) Habilidades de escuta atenta - Linguagem não verbal - Facilitadores II) Habilidades de direcionamento e estruturação da entrevista - Perguntas abertas - Perguntas fechadas - Sumarização - Signposting III) Habilidades empáticas - Reflexão de sentimentos - Legitimação - Matching 4.2.B Habilidades de direcionamento e estruturação da entrevista - Sumarização - Ato deliberado de fazer um sumário verbal explícito para o paciente das informações coletadas até então - Usado periodicamente ao longo da entrevista - Demonstra que o médico escutou com atenção e interesse - Permitir ao paciente chegar a compreensão e os pensamentos do médico e confirmá-los ou corrigi-los Página � de �8 19 - Signposting (sinalização de transição - mudança) - Quando usar: - Abertura - fase de exploração de problemas - Perguntas aberturas - perguntas fechadas - Questões específicas sobre ideias, preocupações e expectativas do paciente - Diferentes partes da história - Exame físico - Explicação 4.2.C Competências adicionais para entender as perspectivas do paciente - O médico deve avaliar ativamente e explorar adequadamente - Ideias do paciente: as crenças são a causa? - Preocupação do paciente: considerando cada problema - Expectativa do paciente: o que o paciente espera de cada problema - Efeitos: como cada problema afeta a vida do paciente 4.2.D Ruídos na compreensão das informações médicas - Paciente frequentemente não entendem seus médicos e só conseguem identificar 50% da informação crítica fornecida - 22% a 72% dos pacientes não seguem as recomendações dos médicos - 50% dos pacientes não tomam ou tomam incorretamente os medicamentos prescritos - Os médicos superestimam o tempo que usam para explicação e planejamento em até 900% 4.3 Explicação e Planejamento - Objetivos: - Prover o tipo e a quantidade de informação adequados para cada paciente - Envolver o paciente no nível que ele deseja - Fazer uso apropriado de tranquilização - Negociar um plano de tratamento - Ajudar o paciente a compreender o nexo entre emoções e sintomas físicos - Negociar mudanças comportamentais e tratamento compartilhado - Tarefas: - Avaliar necessidades individuais de informação - Usar uma abordagem interativa para assegurar a compreensão compartilhada - Relacionar explicações com a estrutura de referência do paciente - Conteúdo: - Diagnóstico diferencial - hipóteses - Plano de tratamento - Plano de ação negociado - Habilidades: I) Chunks & Checks II) Categorização explícita ou signposting III) Repetição e Reiteração pelo paciente IV) Organização da explicação V) Uso de sumarização VI) Captação de pistas verbais e não verbais VII) Linguagem facilmente compreendida 4.4 Fechamento da Consulta ***PROVA - Objetivos: - Confirmar o plano de cuidados - Clarificar os próximos passos - Estabelecer plano de contingência - Maximizar a aderência - Prevenção de surgimento de novos problemas: - Uso de signpostings para orientar o paciente durante a consulta - Esforço do médico para trazer a tona as crenças do paciente e responder as suas necessidades - Perguntar o paciente sobre a extensão do que ele deseja - Comportamentos associados com fechamentos ineficientes - Uso de perguntas abertas - Demonstração de emoções/surpresas pelo médico - Habilidades - Sumarização final: - Perguntar ao paciente que outras informações poderiam ser úteis (etiologia, prognóstico) - Dar explicação no tempo apropriado: evitar dar conselhos, informações ou tranquilização prematuramente. - Usar métodos visuais de conduzir a informação: diagramas, modelos, informações e instruções escritas. - Planejando: compartilhar a tomada de decisão - Compartilhar o próprio pensamento: ideias, processo de pensamento e dilemas. - Envolver o paciente: - Oferecer sugestões e escolhas ao invés de diretriz - Encorajar o paciente a contribuir com suas próprias ideias, sugestões Página � de �9 19 - Fechando a sessão - Planejar para o futuro - Assegurar apropriado ponto de fechamento (previnir a síndrome da maçaneta = Doutor, uma coisinha mais) - Se negociar mutuamente um plano de ação - Discutir investigações e procedimentos 5.0 Abordagem Familiar - A medicina familiar não separa a doença da pessoa, nem a pessoa do seu ambiente. Reconhece que a saúde e a doença estão relacionadas com a personalidade, o modo de vida, o meio ambiente físico e as relações humanas. - Ferramentas da abordagem familiar I) Ciclo de vida II) Genograma III) Ecomapa IV) FIRO V) Practice I) Ciclo de vida ***PROVA (o que você entende como?) - O ciclo de vida é uma ferramenta que divide a história da família em estágios de desenvolvimento previsíveis. Cada estágio apresenta Tarefas específicas e crises associadas a execução ou não de tais tarefas -Estágios do ciclo de vida 1) Sair de casa, 2) Compromisso com o parceiro, aprendendo a viver junto, 3) Chegando o primeiro filho, 4) Família com filhos pequenos, 5) Família com filhos adolescentes 6) A saída dos filhos, ninho vazio 7) Aposentadoria 8) Velhice - Explicando cada um: 1) Sair de casa: - Estabelecer independência pessoal (autonomia financeira) - Iniciar processo de separação emocional de seus pais - Pode causar transtornos emocionais - Cefaleia tensional, Insônia 2) Compromisso com o parceiro, aprendendo a viver junto - Estabelecer uma relação intima com o outro - Maior separação emocional com seus pais - Dividir os vários papéis do casal de modo equilibrado- Período no qual o casal vive mais distanciado de suas famílias, negociando as relações com seus pais e com seus velhos e novos amigos. - Conhecimento recíproco e a construção de regras próprias de funcionamento que guardam semelhanças, mas podem ser diferentes daquelas das família de origem. - Fase em que um dos cônjuges pode procurar o serviço de saúde com queixas orgânicas que podem ser a explicação da dificuldade de adaptação . 3) Chegando o primeiro filho - Abrindo a família para inclusão de um novo membro - Dividir o papel dos pais - Problemas que motivam as pessoas a procurarem os serviços de saúde nessa fase: dificuldade de amamentação, choro intenso do bebê, cólicas, transtornos do sono - O médico deve ficar atento para que possa avaliar se as consultas frequentes do casal são uma maneira de externar conflitos desse período de transição de casal para família. 4) Família com filhos pequenos - Saber lidar com o aumento das exigências, ou seja, com a chegada de novos membros da família as exigências se multiplicam de forma geométrica. - Abrir contato cada vez mais íntimo com a sociedade, por meio de creches, maternais e de escola de ensino fundamental (a medida que os filhos crescem) 5) Família com filhos adolescentes - Aumentar a flexibilidade para mudar algumas regras, tomando a fronteira dos pais mais permeável ao exterior permitindo ao adolescente exercer sua recém construída autonomia dentro da família - Reforçar a relação conjugal e profissional - Se não tiver uma família estruturada é difícil manter o vínculo devido a hiperatividade do adolescente (rebeldia) 6) A saída dos filhos - Ninho vazio - Aceitando a multiplicidade de saídas e entradas na família - Ajuste ao fim do papel dos pais - Como se os pais quebrassem um elo - Geram alterações somáticas em todos 7) Aposentadoria - Ajuste ao fim do salário regular - Desenvolvimento de novas relações com filhos, netos e com cônjuge - Queda do salário 8) A velhice - Lidando com a perda de habilidades e maior dependência dos outros - Lidando com a perda de amigos, familiares e eventualmente do cônjuge Página � de �10 19 5.1 Genograma - Uma vez adotado no modelo baseado na saúde de família é necessário adotar um método clínico para coletar, armazenar e pesquisar informações, além de um processo de trabalho para processá-la, entendê-la e torná-la útil em nossa prática - É uma ferramenta que atende a tais expectativas, de forma simples e objetiva, além de proporcionar um acesso fácil a informação para todos os membros da equipe - A cada serviço cabe normatizar com seus próprios símbolos, que devem ser devidamente legendados - Trata-se de uma forma esquemática (gráfica) o desenho familiar ou árvore familiar, é através desse instrumento que podemos obter uma visão geral da estrutura familiar - Observa o quadro familiar, tendo uma visão dos problemas potenciais que podem intervir na vida do indivíduo ou familiar, nos processos de saúde e doença - Consegue-se obter dados tais como: idade, fatores de risco, mortes, aspectos, genéticos permitindo assim um diagnóstico familiar preciso. - Representação esquemática de parâmetros individuais e familiares - Representa três gerações de descendência - Identifica as relações dentro do sistema multigeracional da família - Na construção do hemograma é de suma importância a escuta empática - É referido como pedigree da família - Finalidades: I) Traçar perfis, descobrir tendências e a existência de padrões de repetição familiares, II) Ter uma visualização ampla, porém objetiva, da saúde da família III) Observar as relações causais de diversos fatores a sinais, sintomas, patologias ou qualquer desarranjo familiar. IV) Relacionar aos fatores datas e problemas comportamentais e sociais V) Possibilita, portanto, um maior entendimento e encaminhamento dos diagnósticos familiares VI) Em casos especiais deve-se ampliar o genograma, investigando gerações mais distantes da família estudada. - Conteúdo: - Informações básicas: - Nome - Datas - Nascimento - Casamento - Morte - Diagnóstico - Informações complexas: - Triangulações - Genética - Padrões de comportamento - Relacionamento - Tipos de genograma - Genograma objetivo - 5 minutos - Genograma completo - 1 hora - Regras para construção - Estudar gerações pelo menos - Seguir um padrão de símbolos - Registrar alguns dados básico 5.2 Ecomapa - Identifica as relações e ligações da família com o meio onde habita - O ecomapa não é mais do que uma representação gráfica das ligações de uma família as pessoas estruturadas sociais do meio em habita, desenhando, poderíamos assim dizer, o seu sistema ecológico. - Identifica os padrões organizacionais da família e a natureza das suas relações com o meio mostrando nos o equilíbrio entre as necessidades e os recursos da família. - No centro o indivíduo ou família e ao redor do circulo - Trabalho, Animal estimação, Família extensa, Igreja, Escola, Centro de Saúde, Amigos, Grupos recreativos e etc. - Finalidade - Resumir e representar muita informação importante sobre a família e o seu meio num formato gráfico fácil de ver e compreender por qualquer um dos intervenientes no processo - Construir/melhorar a relação dos técnicos com a família - Menor resistência dos elementos da família em partilhar com os técnicos dados informativos - Ilustrar a natureza e o impacto das relações da família com o meio, permitindo verificar se são fonte de suporte ou não suporte. - Uma melhor compreensão das situações geradoras de serres e dos recursos disponíveis - Observar o progresso e resultado das medidas de intervenção, quer sobre a família, quer sobre o meio. - Que áreas devem ser incluídas no ecomapa: - A vizinhança - Educação - Trabalho - Grupos sociais - Relações pessoais - Outras Página � de �11 19 5.3 FIRO - O modelo F.I.R.O foi desenvolvido para o trabalho com dinâmica de grupo em 1958 e posteriormente adaptado ao trabalho com famílias - Encontro de casais (exemplo) - O nome da ferramenta deriva das iniciais de - F - fundamental - I - Interpersonal - R- Relatos - O- Orientação - É um instrumento de estudo e avaliação da família, seus relacionamentos e estrutura - Analisa 3 conceitos básicos: I) Inclusão II) Controle III) Intimidade I) Inclusão: - Inclusão em uma família se refere as interações que estão relacionadas a ligação, organização e identificação com outros membros da família - Pode ser dividido em: A) Estrutura: - Refere-se aos padrões repetitivos de interação que se tornam rotina. Isto captura a organização das famílias, incluindo papéis e laços entre gerações B) Conectividade: - Refere-se aos laços de interação entre os membros da família. Isto captura elementos de comprometimento, educação e sentimentos de pertencer C) Modos de compartilhar: - Refere-se as associações interativas com o senso especial de identidade da família como um grupo. Isto envolve noções tais comorituais e valores familiares. II) Controle: - Na família “controle"se refere a influência e poder exercido por diferentes membros da família - Temos 3 tipos: A) Dominante B) Reativo C) Colaborativo III) Intimidade - Intimidade refere-se as interações pessoais que envolvem troca com alto grau de franqueza, expressão emocional e vulnerabilidade mútua entre os membros da família. - Conclusão: - De uma forma simplificada e prática podemos estudar as proposições do F.I.R.O, com as seguintes perguntas: A) Inclusão: -“Quem está dentro e quem está fora?” B) Controle: -“Quem está em cima e quem está em baixo?” (domínio da situação?) C) Intimidade: -“Quem está perto e quem está longe?” 5.4 PRACTICE - O acróstico ajuda os clínicos na estruturação de seu atendimento as famílias - Cada item do acróstico deve ser preenchido de forma objetiva (1 a 3 linhas) - Conceito: A) É uma diretriz para avaliação do funcionamento de uma família B) É uma ferramenta para o estudo de um problema de uma família C) É um acróstico D) É uma forma de sumarizar vários achados da estrutura e funcionamento da família - Objetivo: 1) Registrar uma conferência familiar 2) Avaliar o funcionamento da família de um paciente específico 3) Fornecer informações sobre a organização familiar e o posicionamento da família diante dos problemas enfrentados, possibilitando o manejo daquele caso específico 4) Focar o problema, permitindo uma aproximação esquematizada para trabalhar - Estudar o problema de uma família com o PRACTICE pode ajudar o profissional de saúde de família a organizar de uma forma objetiva seus achados e planejar melhor suas intervenções. - Significado de cada letra (traduzido): - P - problema apresentado - R - Papéis e estrutura - A - Afeto - C - Comunicação - T - Tempo no ciclo vida - I - Doença na família - C - Enfrentando o estresse - E- Ecologia Página � de �12 19 6.0 Abordagem comunitária: Diagnóstico de Saúde da comunidade - Contextualizando: I) Universalidade - Acesso para todos II) Integralidade - Cuidar de todos os aspectos III) Equidade - Acolher os diferentes e atender suas necessidades - Nesse contexto, a atenção básica tem um papel de organizar e orientar o cuidado, sendo a base desse sistema único de saúde que busca uma saúde mais acessível, de qualidade, e que é um direito constitucional em busca de uma realidade social menos desigual no Brasil. - A estratégia de saúde da família tem papel fundamental nesse processo e nós, profissionais, precisamos perceber a nossa atuação como determinantes para melhorar ou piorar a situação de vida de quem cuidamos. - Como concretizar um processo de trabalho orientado por esses princípios - As políticas, princípios e diretriz do SUS não definem a operacionalização pratica das leis ( não há apoio do governo). - Há direcionamento, mas a gestão local é imprescindível para que se responda as reais necessidades e características da comunidade atendida e da equipe de saúde e serviços disponíveis - Planejamento é importante para organizar o processo de trabalho e priorizar as ações a serem implementadas. - O que é planejar? - Planejar consiste basicamente em decidir com antecedência o que será feito para mudar condições insatisfatórias no presente ou evitar que condições adequadas venham a deteriorar-se no futuro. - É uma atividade própria do ser humano. Pensar em objetos futuros e definir estratégias para alcançá-los orientam a atuação do homem em torno dos espaços. Ex: planejar uma viagem. - Pensar no futuro, estabelecer objetivos e encontrar os meios para alcançá-los é uma das características que diferenciam os homens dos demais seres vivos - Planejar é pensar antes de agir. - Onde queremos chegar com isso? - Para iniciar o planejamento de uma ação, é preciso saber onde queremos chegar e qual nosso objetivo. - Para isso, conhecer o território no qual atuamos é essencial e imprescindível. 6.1 Importâncias das etapas do planejamento A) O diagnóstico comunitário é uma das etapas estratégicas do planejamento das ações de saúde B) Sua preocupação está em responder as reais necessidades dos usuários como oferta de ações e serviços condizentes e significativos C) Isso é possível a partir do diálogo, vínculo e compartilhamento de saberes entre a comunidade e os profissionais 6.2 Planejamento Estratégico Situacional - Contempla um conjunto de método a serem utilizados nos diversos momentos do processo de planejamento, quais sejam: I) *** O explicativo (apenas o que será abordado nessa aula) II) O normativo; III) O estratégico; IV) O tático-operacional I) Momento Expicativo - São os momentos em que se analisa a realidade presente e o hiato que existe entre o agora e o futuro desejado. - Nele se desenvolve a complexa tarefa de identificar e selecionar problemas, explicar com profundidade as causas de cada um e o conjunto dos mesmos. - Trata-se de marcar a situação inicial do plano. - É o momento importante que deve contar com a participação ampla de todos os atores envolvidos para análise dos problemas que os afetam. - De que estamos falando? A) De uma avaliação global do estado de saúde da comunidade toda quanto ao seu ambiente social, físico e biológico. B) De determinar problemas e estabelecer prioridades para o planejamento e o desenvolvimento de programas de assistência a comunidade C) De um processo diagnóstico dinâmico e de uma experiência de aprendizado contínuo para profissionais e comunidade D) De ações que requerem a participação de todos e o trabalho compartilhado Página � de �13 19 - Como reconhecer as necessidade de saúde da comunidade? - A realização de um diagnóstico em um determinado território visa conhecê-lo em profundidade, de maneira a problematizar as principais dimensões da sua realidade social. - Entender a concepção de saúde e doença da equipe: - Saúde como direito? Constituição 88, lei n.8080 - Saúde integral? Processo dinâmico, fruto de determinação social - Conhecer e valorizar a realidade da comunidade/território: - Porque as pessoas adoecem? Derminantes: a organização social afeta as causas da doença - Origem por determinantes de saúde: A) meio socioeconômico, cultural e estilo de vida: educação, ocupação, alimentação, renda, etc. B) Físico (ambiente): condições geográfica, água, habitação, saneamento C) Fatores biogenéticos: idade, sexo, herança genética, exposição a agentes etiológicos, D) Prestação de serviços de saúde: acesso aos serviços, medicamentos, excelência, ambulatórios, hospitais, UTI`s, etc. - Esse reconhecimento deve ser obtido pelos profissionais da equipe de atenção básica, pelo integrantes do NASF e pela população local. - A equipe deve definir os limites geográficos e a população referente a esse espaço - Deverá também perceber a dinâmica social, cultural e dos serviços instalou no local. - Nossa formação está relacionada a explicação do processo saúde-doença por fatores biológicos ou fatores ambientais ou fatores sociais Tais fatores, porém,estão conectados. - Modelo de Dahlgren e Whitehead: Influência em camadas: - Integralidade: � - Vermelho: Determinante social - Alaranjado: Condicionante Ambiental - Amarelo: Desencadeador Etiológico 6.2 Exemplo de Integralidade - Uma pessoa que tem contato com o bacilo da tuberculose em ambiente propício, adoece ou não dependendo de suas condições socioeconômicas: suscetibilidade ou não. - Nossa ações não podem focar só no agente etiológico: recuperação e reabilitação - Precisamos olhar mais para o ambiente: prevenção - E olhar mais para as características sociais: promoção da saúde. (Prevenção e promoção é essencial) 6.3 Repensar como funcionamos - Nossos serviços de saúde ainda são fortemente orientados pela doença, para a cu ra e não pa ra o cu idado . Não trabalhamos na lógica da longitudinalidade - Nossas ações são: - Prioritariamente curativas - De forma secundária preventivas - Talvez educativas - São ações que focam em indivíduos e não em grupos e população - As ações são descontinuadas e não integradas entre serviços 6.4 Implementação do diagnóstico comunitário - O diagnóstico permite olhar para a realidade local e: A) Identificar e analisar problemas B) Estabelecer prioridade C) Observar fatores que limitam o desenvolvimento das atividades: necessidades e recursos D) Instituir diretrizes para definir ações a serem implementadas E) Tornar clara a realidade da instituição de forma a possibilitar que o planejamento seja adequado - seja horizontal Página � de �14 19 - Feito pela comunidade com a equipe - trabalho coletivo: A) Só será reconhecido se a comunidade se enxergar nele B) As prioridades para a equipe nem sempre são as mesmas para a comunidade. - Ressaltando então: I) Participação popular II) Abordagem intersetorial III) Descentralização da política de saúde * Os ACS’s São centrais no processo e fazem a ponte entre a equipe e a comunidade. 6.5 Etapas do Diagnóstico Comunitário ***PROVA - De forma ampla: 1) Definir o objetivo 2) Listar informações ou dados a coletar possíveis de mensurar 3) Definir dados 4) Coletar dados 5) Analisar e Interpretar os dados 6) Estabelecer prioridades - Vamos lá: 1) Definir o objetivo: - Como desejamos ser? - Como queremos a situação de vida e saúde das pessoas? - Quais serviços desejamos? - Onde queremos chegar? 2) Listar informações ou dados a coletar possíveis de mensurar: - A equipe deve realizar, de preferência com os ACS’s e lideranças da comunidade, uma visita a diversas áreas do bairro, buscando conhecer com mais detalhada a área de abrangência da unidade de saúde sob responsabilidade e identificar as: - Características urbanísticas e sociais: A) Fluxo da população nas ruas, os transportes, as barreiras geográficas que dificultam o acesso da população a unidade e a circulação no bairro B) Características das moradias e de seu entorno C) Condições de saneamento básico: infra estrutura urbanística- característica da ocupação do espaço urbano, como ruas, calçadas, praças, espaço de lazer, paisagismo. Para desenvolver sem vida. D) Condições do meio, como desmatamento ou poluição E) Principais equipamentos sociais, como escolas, creches, centros comunitários, clubes, igrejas e outros serviços que a população utiliza para desenvolver sua vida no território F) Áreas de situação de risco que pode ser de várias ordens - É necessário ainda a sistematização de um conjunto de indicadores demográficos, socioeconômicos e epidemiológicos: I) Indicadores demográficos: total da população na área e sua distribuição por sexo, faixa etária. II) Indicadores socioeconômicos: condições de moradia, educação, renda familiar, trabalho, lazer e segurança. III) Indicadores do nível de saúde: natalidade, mortalidade, morbidade (doença de notificação compulsória), cobertura vacinal, condições de saneamento básico e meio ambiente. IV) Outras informações: Marcadores do SIAB, indicadores de ofertas de serviços de saúde (rede pública e privada) na área de abrangência. 3) Definir Dados - Fonte de dados - Forma para coletar - Elaboração de instrumentos se necessário (questionários, entrevistas e tabelas) 4) Coletar dados - Buscar os dados para buscar as informações relevantes - Nem todo o sistema foi informatizado ainda. 5) Analisar e interpretar os dados - A partir de caracterização da população e do território em que está inserida essa população é necessário estabelecer um processo de reflexão e discussão coletiva em torno das informações existentes aproveitando a experiência acumulada de todos os envolvidos (gestores, técnicos, profissionais de saúde, comunidade ) para identificação dos problemas. A) Reflexão sobre os dados para transformá-los em informações úteis B) Listagem dos problemas, necessidades e recursos C) Identificação dos grupos de riscos D) Fatores sociais (recursos que a comunidade tem para implementar as ações: talentos, horta, áreas de lazer, etc) E) Como as pessoas aprendem (tradição e na escola) Página � de �15 19 6) Estabelecendo Prioridades - A identificação e priorização de problemas deve ser de construção coletiva envolvendo uma ampla gama de atores sociais. - Interessados em mudar uma data realidade ou identificados com o mesmo objetivo. - São referentes as necessidades e as demandas de saúde e doença da população e são referentes a organização e ao funcionamento dos serviços. - Que tipos de problemas são importantes para a comunidade? - Quais problemas são esses? - São só de saúde? A) Do que se trata (o que?) - Mortalidade infantil (exemplo) B) Tamanho - Quanto C) População atingida (quem?) - Crianças menores de um ano D) Localização (onde?) - Bairro X, estado Y E) Dimensão temporal (quando?) - ano de 2017 - Critérios de priorização - Devido a grande quantidade de problemas identificados, muitas vezes o diagnóstico torna-se muito detalhado, não permitindo a definição de estratégias de intervenção, portanto , para que o processo de planejamento não se restrinja ao diagnóstico, é fundamental estabelecer uma ordem de prioridades para resolução de alguns problemas. - Alguns questionamentos devem ser feitos: - O problema é frequente? - Ele é considerado importante pelos atores participantes do processo? - Existem conhecimentos e recursos disponíveis para que a equipe de saúde possa enfrenta-lo - Existem critérios SUBJETIVOS e OBJETIVOS A) Os critérios Objetivos de priorização de problema: I) Magnitude: É o relacionado com o tamanho do problema. Quantas pessoas são atingidas e com qual frequência? II) Transcedência: Refere-se a importância do problema. Quanto mais gente se interessa, maior transcendência e importância tem o problema. III) Interesse em solucionar o problema: Importância política, cultural e técnicaque é dada ao problema. Interdependência de atores. IV) Vulnerabilidade: é o grau de fragilidade que um problema tem quando se desenvolvem as intervenções possíveis com a tecnologia disponível. Quanto mais fácil é a possibilidade de um problema ser resolvido ou diminuído por meio de uma intervenção, mais vulnerável ele é: V) Factibilidade: Disponibilidade de recursos para resolver o problema: materiais, humanos, físicos, financeiros e políticos VI) Urgência: Definida pela gravidade de suas consequências e riscos para os envolvidos: prazo para enfrentar os problemas 7) Organizar as ações a serem desenvolvidas - Documentar os problemas prioritários e começar a trabalhar com as ações, planejando a sua execução - Construir matrizes de intervenção e listar responsáveis e prazos - Matriz de intervenção 7.0 Gestão Clínica - Organização dos serviços de atenção primária - Os sistemas de serviços de saúde tem como objetivo promover a saúde e responder as necessidades do indivíduo como ser integral - Os profissionais e serviços devem buscar uma organização com base na satisfação das necessidades da saúde da população - Para um bom funcionamento da clínica é importante conhecer a demanda - A agenda deve ajudar na organização de demanda e não diminuí-la ou limitá-la - A organização dos serviços de saúde baseiam-se em: A) Modelos de atenção B) Estruturas das equipes C) Área Adscrita D) Fatores que influenciam a utilização da unidade de saúde E) Conhecendo e organizando a demanda F) Organização da agenda G) Habilidades para serem utilizadas na gestão da clínica Página � de �16 19 7.1 Modelo de Atenção ***PROVA - Os modelos de atenção em que está estruturado o sistema de saúde influenciam a gestão da clínica de diversas formas: - Diretamente, pois se referem a modos de pensar e organizar os sistemas e serviços de saúde, a partir de opções técnico-políticos - Fortemente o modo como os indivíduos e coletivos serão concretamente cuidados no cotidiano - Na organização do funcionamento de redes de atenção, articulando, de forma singular, as relações entre os componentes de rede e as intervenções sanitárias - Já é sabido que atenção primária é uma forma de organização dos serviços de saúde e uma estratégia para integrar todos os aspectos desses serviços, a partir da perspectiva de uma população. - No Brasil a atenção primária é um modelo bem diversificado e isso vai influenciar muito como os indivíduos terão suas necessidades atendidas. - Tipos de modelo de atenção: A) Programa vertical: (ex: campanhas de vacinação, dengue, cólera). Inserido dentro da APS. B) Unidade básicas tradicionais: Cuja porta de entrada se dá com o clínico geral, pediatria, ginecologista. Onde é atendida exclusivamente a demanda espontânea. Entendem o trabalho na unidade como apenas vigilância (puericultura, pré natal, prevenção de câncer de mama, câncer de colo de útero). Não há acompanhamento e nem atendimento longitudinal. C) Saúde suplementar: (privada) que tem baixo escore geral de APS pois o cuidado é bastante fragmentado e sem coordenação. D) Unidades de assistência médica ambulatorial (AMA): Ambulatórios de hanseníase, tuberculose, HIV E) Modelo atenção as condições crônicas: Hiperdia, acispes F) Unidades de estratégia de saúde da família (ESF) G) Unidades de Pronto Atendimento (UPAS) - Estruturas de complexidade intermediária entre unidades básicas de saúde e as portas de entradas de urgências hospitalares. - Acolhem e classificam o risco, priorizando os atendimentos de maior urgência - Não estabelecem articulação com a rede de atenção básica - É considerada um modelo competitivo para a saúde de família - Corresponde ao modelo tradicional: sintoma-receita (medicação sintomática) - Não atende a qualquer outro atributo da APS (criação de vínculo, longitudinalidade, coordenação da atenção, integralidade, territorialidade ou orientação comunitária). - É fundamental existirem não somente serviços de saúde em quantidades adequadas, mas também que esses serviços estejam articulados de maneira complementar e não competitiva, na perspectiva de redes de atenção, que sejam capazes de responder as necessidades de todos e de cada um, de maneira singular, integral e compartilhada. Porém nem sempre consegue isso. - Considerações I) A integração dos serviços de atenção básica a rede assistencial e a garantia do acesso a atenção especializada com estabelecimento de referência e contra referência são fatores decisivos para o exercício pelas equipes de AP de coordenação dos cuidados. II) A AP de alta qualidade deve conseguir dar resposta a todas as demandas inclusive a prioritária, mas devido a excessiva programação de agenda impossibilita o acesso dos pacientes em momentos que eles necessitam de atendimento gerando uma atenção primária de baixa qualidade III) Além de ser uma das principais porta de entrada do sistema de saúde, tem que se constituir numa porta aberta capaz de dar respostas positivas aos usuários, não podendo se tornar simplesmente um lugar burocrático e obrigatório de passagem para outros tipos de serviços 7.2 Estrutura das Equipes - Pode-se observar alguns tipos de equipe dentro do universo da saúde - Equipes da atenção básica - Equipes Multiprofissionais - Equipes Funcionais: trabalhar em rede colaborativa na qual cada integrante exerce o máximo de seu potencial -> Dando destaque as ‘Equipes de atenção Básica’ - Características da equipe de atenção básica - Possibilidade de se vincular - Se responsabilizar - Atuar na realização de ações coletivas de promoção, prevenção no território, cuidado individual e familiar. - Gestão de projeto Página � de �17 19 - Os seus membros tem que estar abertos para perceber as peculiaridades de cada situação que se apresenta, buscando gerenciar os tipos de recursos que ajudem a: A) Aliviar sofrimento B) Melhorar e prolongar a vida C) Favorecer a criação de vínculos positivos D) Diminuir o isolamento E) Diminuir o abandono * Favorece o vínculo, e o paciente não fica pipocando e sobrecarregando o sistema. - Faz sentido então, que as equipes possam por exemplo: I) Realizar ações de promoção da saúde para combater o lixo acumulado inapropriado (que ofereça risco a saúde) II) Inserir pessoas de baixa renda em programas sociais III) Fazer a notificação de um acidente de trabalho IV) Cuidar dos hipertensos e diabéticos V) Pedir ajuda ao NASF e CAPS - Tensão pressão assistencial+programa vertical=priorização de grupos populacionais (hipertensos, diabéticos, crianças, gestantes, tuberculosos, hanseníase) - Atenção primária de alta qualidade deve conseguir dar resposta a todas as demandas inclusive aos prioritários. - Excessiva programação da agenda: impossibilita o acesso dos paciente nos momentos em que eles necessitam de atendimento = atenção primária de baixa qualidade 7.3 Área Adscrita - Região geográfica definida por equipe - Território abordado - Vantagens: A) Facilita cobertura populacional B) Equipe de referência - Desvantagens: A) Prejudica a longitudinalidade quando o morador daquela região muda para outra tendo que mudar de equipe B) Não permite a flexibilidade de ser atendido por quem tem maiorafinidade C) Governo abdica da responsabilidade de colocar uma proporção adequada de profissionais por população (Brasil: 1 médico para 4000 pessoas; Europa 1 médico para 2000 pessoas) causando tensionamento constante por consultas médicas (principal pressão assistencial) 7.4 Fatores que influenciam a utilização da unidade de saúde - Fatores do Usuário - Fatores que criam necessidades: doença crônica, situações de sofrimento, compreensão subjetiva do estado de saúde, estado funcional. - Fatores predisponentes: idade, sexo, etnia, desempregado, nível educacional e socioeconômico, viuvez, divórcio, déficit de apoios social, disfunção familiar, educação sanitária - Fatores facilitadores: tempo para conseguir consulta agendada/tempo sala de espera: distância da unidade de saúde, disponibilidade e organização do serviço, relação médico/pessoa, forma de pagamento - Fatores do Profissional: - Formação, demanda, custos, recebimento honorários, idade, experiência - Fatores da Organização - Acessibilidade, disponibilidade, copagamento, incentivos econômicos, tamanho da área de abrangência, equipe, relatórios, programas de saúde, burocracia, relação com setor secundário, agenda e sistemas de marcação. 7.5 Conhecendo e organizando a demanda - Consultar/Habitantes/Ano - Valor internacional: 3 a 4 consultas - Brasil: 1,4 - Conceitos para entender: - Pressão assistencial=Número de visitas em um período/número de dias trabalhados em um mesmo período - Frequentação=Número de visitas em um período/número de habitantes 7.6 Organização da Agenda - Objetivo: Resolver a demanda da forma mais rápida e custo-efetiva possível respeitando os atributos nucleares da APS acesso, integralidade, longitudinalidade e coordenação - Atenção Primária de qualidade - Abordagem populacional x individual - Avaliação de riscos individuais (o indivíduo é um potencial de risco) - A agenda e consulta agenda não serve para diminuir a demanda e sim para organizá-la: não pode ser um fator de represamento de demanda - Demanda espontânea X programada - Consultas de controle: não realmente necessárias? - Atenção primária X prevenção primária e secundária (leavell e clark) Página � de �18 19 7.7 Habilidades para serem utilizadas na gestão clínica A) Gestão do Tempo - 10 a 15 minutos (?) - Tempo é relativo - Quanto mais tempo o profissional permanece na mesma unidade mais consegue manejar o tempo de consulta. - Quanto mais tempo a unidade permanece com a mesma organização e gestão da agenda maior a satisfação das pessoas. B) Demora Permitida - Utilização do tempo como instrumento de trabalho, desde que não seja uma urgência e o paciente não corra riscos. C) Observação Atenta - Estipula-se um tempo de observação e terminado o tempo o paciente deve procurar a unidade de saúde caso contrário a unidade deve procurá-lo. Boa Prova :) Página � de �19 19
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