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Direito Constitucional - Funçoes Essenciais à Justiça

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Direito Constitucional 
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS A JUSTIÇA: MINISTÉRIO PÚBLICO. A ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO. ADVOCACIA. DEFENSORIA PÚBLICA
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MINISTÉRIO PÚBLICO
 O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe:
 a defesa da ordem jurídica, 
do regime democrático e;
 dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127).
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PRINCÍPIOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO
1) PRINCÍPIO DA UNIDADE
O princípio da unidade enuncia que o Ministério Público é uno, isto é, constitui um único órgão, com todos os seus membros administrativamente chefiados por um único Procurador-Geral.
 Não são admitidos fracionamentos funcionais em seu âmbito, sendo as divisões existentes meramente administrativas, visando, tão-somente, à eficiência no desempenho de suas atribuições.
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 Esse princípio, porém, deve ser entendido como aplicável internamente, no âmbito de cada um dos diferentes ramos do Ministério Público, enumerados no art. 128.
 Não há que se falar em unidade entre os diferentes ramos do Ministério Público, como, por exemplo, entre o Ministério Público Federal e o Ministério Público do Trabalho, ou entre o Ministério Público Militar e o Ministério Público dos Estados-membros.
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2) PRINCÍPIO DA INDIVISIBILIDADE
O princípio da indivisibilidade enuncia que toda atuação do Ministério Público é imputada ao respectivo órgão, e não a seus membros. 
Sempre que um membro do Ministério Público atua, está representando o órgão. 
Os membros do Ministério Público, portanto, não se vinculam aos processos em que atuam, podendo ser substituídos entre si.
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3) INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL
 O princípio da independência funcional enuncia que os membros do Ministério Público, no desempenho de suas atribuições institucionais, não se subordinam funcionalmente a ninguém, a nenhum dos três Poderes da República, nem ao respectivo Procurador-Geral, Chefe da Instituição.
Subordinam-se, tão-somente, à Constituição Federal, e às leis que ditam os procedimentos para sua atuação.
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4) AUTONOMIA ADMINISTRATIVA E
FINANCEIRA
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A competência para propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira (autonomia administrativa).
Elaborar sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias autonomia financeira), nos termos expressos do art. 127, §§ 2º e 3º, da Constituição Federal.
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 A Emenda Constitucional nº 45/2004 trouxe algumas inovações acerca da autonomia financeira do Ministério Público, a seguir comentadas.
 Determina a Constituição Federal que o Ministério Público, em razão da autonomia financeira de que dispõe, elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias (art. 127, § 3º).
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 Após a elaboração da proposta orçamentária anual pelo Ministério Público haverá o repasse ao Poder Executivo para consolidação, verificação de compatibilização com a lei de diretrizes orçamentárias e ulterior envio ao Poder Legislativo.
A Emenda Constitucional nº 45/2004, introduziu três importantes regras sobre o assunto, a saber:
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1ª regra 
 a) caso o Ministério Público não encaminhe a proposta orçamentária dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na lei de diretrizes orçamentárias (CF, art. 127, § 4º);
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2ª regra 
 b) sempre que a proposta orçamentária do Ministério Público for encaminhada em desacordo com os limites estipulados na lei de diretrizes orçamentárias, fica o Poder Executivo autorizado a proceder aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual (CF, art. 127, § 5º);
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3ª regra 
 c) durante a execução orçamentária do exercício, é vedado ao Ministério Público realizar despesas ou assumir obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais (CF, art. 127, § 6º).
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COMPOSIÇÃO E CHEFIAS
Dispõe a Constituição Federal que o Ministério Público abrange o Ministério Público da União e os Ministérios Públicos dos Estados (CF, art. 128).
O Ministério Público da União, por sua vez, é dividido em quatro diferentes ramos, a saber: 
(a) o Ministério Público Federal;
(b) o Ministério Público do Trabalho; 
(c) o Ministério Público Militar; 
(d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.
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O Ministério Público da União
 O Ministério Público da União é chefiado pelo Procurador- Geral da República.
Nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela MAIORIA ABSOLUTA DOS MEMBROS DO SENADO FEDERAL, para mandato de dois anos, permitida a recondução (CF, art. 128, § 1º).
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O Procurador-Geral da República
O Procurador-Geral da República deverá ser escolhido dentre integrantes da carreira do Ministério Público Federal.
 O Procurador-Geral da República poderá ser destituído do mandato, desde que haja iniciativa do Presidente da República e autorização da maioria absoluta Senado Federal.
São dois, portanto, os requisitos para a que o Procurador- Geral da República seja destituído antes do término do seu mandato:
(1) iniciativa do Presidente da República; 
(2) autorização do Senado Federal, por maioria absoluta.
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 O Ministério Público Federal também é chefiado pelo Procurador-Geral da República.
Os demais - Ministério Público Militar, Ministério Público do Trabalho e Ministério Público do Distrito Federal e Territórios – possuem chefia própria.
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O Ministério Público do Trabalho
é chefiado pelo Procurador-Geral do Trabalho, nomeado pelo Procurador- Geral da República, dentre integrantes da instituição, com mais de trinta e cinco anos de idade, cinco anos na carreira, integrante de lista tríplice escolhida mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, pelo Colégio de Procuradores para um mandato de dois anos, permitida uma recondução, observado o mesmo processo (Lei Complementar nº 75, de 1993, art. 88).
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 A exoneração do Procurador-Geral do Trabalho, antes do término do mandato:
- será proposta ao Procurador-Geral da República pelo Conselho Superior do Ministério Público, mediante deliberação obtida com base em voto secreto de dois terços de seus integrantes (Lei Complementar nº 75, de 1993, art. 88, parágrafo único).
Exoneração do Procurador-Geral do Trabalho
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O Ministério Público Militar
É chefiado pelo Procurador- Geral da Justiça Militar, nomeado pelo Procurador-Geral da República, 
dentre integrantes da Instituição, com mais de trinta e cinco anos de idade e de cinco anos na carreira, 
escolhidos em lista tríplice mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, pelo Colégio de Procuradores, 
para um mandato de dois anos, permitida uma recondução, observado o mesmo processo (Lei Complementar nº 75, de 1993, art. 121).
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 A exoneração do Procurador-Geral da Justiça Militar, antes do término do mandato, 
será proposta pelo Conselho Superior do Ministério Público ao Procurador-Geral da República, 
mediante deliberação obtida com base em voto secreto de dois terços de seus integrantes (Lei Complementar nº 75, de 1993, art. 121, parágrafo único).
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O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios
 O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios é chefiado pelo Procurador-Geral de Justiça, 
nomeado pelo PRESIDENTE DA REPÚBLICA
dentre integrantes de lista tríplice elaborada pelo Colégio de Procuradores e Promotores de
Justiça, para mandato de dois anos, permitida uma recondução, precedida de nova lista tríplice (Lei Complementar nº 75, de 1993, art. 156).
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 O Procurador-Geral poderá ser destituído, antes do término do mandato, por deliberação da maioria absoluta do Senado Federal, mediante representação do Presidente da República (Lei Complementar nº 75, de 1993, art. 156, parágrafo único).
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 Observe que o Procurador-Geral de Justiça do Distrito Federal e Territórios não é nomeado pelo Governador do Distrito Federal, e sim pelo Presidente da República, tendo em vista que, no Distrito Federal, compete à União organizar e manter o Ministério Público (CF, art. 21, XIII).
 Da mesma forma, sua destituição, se for o caso, SERÁ por iniciativa do Presidente da República, após autorização de maioria absoluta do Senado Federal.
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Os Ministérios Públicos dos Estados
 São chefiados pelo respectivo Procurador-Geral de Justiça, nomeado pelo Governador, a partir de lista tríplice elaborada pelo próprio Ministério Público, dentre integrantes da carreira, para mandato de dois anos, permitida uma recondução.
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 Os Procuradores-Gerais nos Estados poderão ser destituídos por deliberação da MAIORIA ABSOLUTA da Assembléia Legislativa respectiva, na forma da lei complementar de sua organização.
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 OBS!!!!! AO contrário do que acontece em relação ao Procurador-Geral da República, em que o Senado Federal participa do processo de sua escolha, aprovando o seu nome por maioria absoluta, o Poder Legislativo não participa do processo de escolha e nomeação dos Procuradores-Gerais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal.
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 Entretanto, caso o Chefe do Executivo tenha a iniciativa de destituir o Procurador-Geral de Justiça antes do término normal de seu mandato, esta destituição será efetivada por deliberação de maioria absoluta do Legislativo respectivo (maioria absoluta da Assembléia Legislativa, no caso do Procurador-Geral de Justiça do Estado.
No caso do Procurador-Geral de Justiça do Distrito Federal MAIORIA ABSOLUTA do Senado Federal.
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Um último aspecto relevante: anote-se que somente ao Procurador-Geral da República foi atribuída a possibilidade de recondução no mandato por sucessivas vezes (CF, art. 128, § 1º). 
Os demais Procuradores-Gerais – do Ministério Público do Trabalho, do Ministério Público Militar, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios e dos Ministérios Públicos dos Estados - só poderão ser reconduzidos por uma única vez.
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INICIATIVA DA LEI DE ORGANIZAÇÃO
 Os Ministérios Públicos são organizados em lei complementar, cuja iniciativa é concorrente entre o Chefe do Executivo e o respectivo Procurador-Geral. 
Contudo, a lei sobre normas gerais é de competência do Chefe do Executivo.
Ao Procurador-Geral caberá a partir das normas gerais estabelecer as normas específicas.
O projeto de lei complementar é apresentado ao Poder Legislativo.
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 Assim, temos o seguinte: 
(i) o Ministério Público nos Estados membros é organizado em lei complementar estadual, de iniciativa concorrente entre o Governador e o respectivo Procurador-Geral de Justiça; 
(ii) o Ministério Público da União,nos seus diferentes ramos, é organizado em lei complementar federal, de iniciativa concorrente entre o Presidente da República e o Procurador-Geral da República.
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GARANTIAS DOS MEMBROS
A vitaliciedade, a inamovibilidade e a irredutibilidade do subsídio.
A vitaliciedade é adquirida após dois anos de exercício, não podendo, a partir de então, perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado.
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Inamovibilidade
A inamovibilidade não é absoluta, haja vista que poderá ser afastada por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa (CF, art. 128, § 5º, I, b).
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Irredutibilidade
 A irredutibilidade de subsídio protege, tão-somente, a denominada irredutibilidade nominal, não assegurando aos membros do Ministério Público o direito à manutenção do poder aquisitivo de seu subsídio (irredutibilidade real).
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VEDAÇÕES
 É vedado ao membro do Ministério Público:
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais;
b) exercer a advocacia;
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério;
e) exercer atividade político-partidária.
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei.
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FUNÇÕES
 As funções institucionais do Ministério Público estão enumeradas nos incisos do art. 129 da Constituição Federal, a saber:
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
II - zelar pelo efetivo respeito dos poderes públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;
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A enumeração constitucional das funções do Ministério Público não é exaustiva, podendo o órgão exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade. 
Porém, o texto constitucional veda expressamente ao Ministério Público o exercício das funções de representação judicial e consultoria jurídica de entidades públicas.
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 A legitimação do Ministério Público para as ações civis,segundo o disposto na Constituição e na lei (CF, art. 129, § 1º).
As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira, que deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição (CF, art. 129, § 2º).
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O ingresso na carreira do Ministério Público
 O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação (CF, art. 129, § 3º).
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 Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art. 93, que diz respeito às regras de promoção dos magistrados (CF, art. 129, § 4º).
 A distribuição de processos no Ministério Público será imediata (CF, art. 129, § 5º).
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MINISTÉRIO PÚBLICO JUNTO AOS TRIBUNAIS DE CONTAS
 Estabelece a Constituição Federal que aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas aplicam-se as disposições constitucionais pertinentes a direitos, vedações e forma de investidura dos membros do Ministério Público comum (CF, art. 130).
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 O Presidente da República, ao escolher os três Ministros do Tribunal de Contas da União, deverá escolher dois alternadamente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e merecimento (CF, art. 73, § 2º).
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 O Supremo Tribunal Federal firmou entendimento de que o Ministério Público que atua junto aos Tribunais de Contas integram a respectiva Corte de Contas, e não o Ministério Público comum.
 Assim, o Ministério Público que atua junto ao Tribunal de Contas da União integra a estrutura do próprio Tribunal de Contas da União, e não o Ministério Público da União.
Da mesma forma, o Ministério Público que atua junto ao Tribunal de Contas do Estado integra esta Corte de Contas, e não o Ministério Público Estadual.
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 A partir desse entendimento, temos outras duas orientações do Supremo Tribunal Federal a respeito da organização desse Ministério Público que atua junto aos Tribunais de Contas:
a) sua organização é veiculada por meio de lei ordinária (diferentemente dos Ministérios Públicos comuns – da União e dos Estados -, cuja organização é veiculada por
meio de lei complementar), por exigência do art. 128, § 5º, da CF/88);
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 b) a iniciativa de lei de sua organização pertence à respectiva Corte de Contas (diferentemente dos Ministérios Públicos comuns – da União e dos Estados -, cuja iniciativa de lei da sua organização é concorrente entre o Chefe do Executivo e o Procurador-Geral).
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JULGAMENTO DOS SEUS MEMBROS
Os membros dos Ministérios Públicos são julgados obedecendo-se às regras a seguir apresentadas.
I) Competência para julgar os membros do Ministério Público da União:
 a) Procurador-Geral da República: é julgado perante o Supremo Tribunal Federal, nos crimes comuns, e perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade;
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JULGAMENTO DOS SEUS MEMBROS
 b) Membros do Ministério Público da União que atuam perante Tribunais do Poder Judiciário: são julgados, nos crimes comuns e de responsabilidade, perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ);
c) Membros do Ministério Público da União que atuam perante juízos de primeira instância: são julgados, nos crimes comuns e de responsabilidade, perante o respectivo Tribunal Regional Federal (TRF), ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
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JULGAMENTO DOS SEUS MEMBROS
 II) Competência para julgar os membros do ministério público dos Estados:
a) Membros do Ministério Público Estadual que atuam perante o Tribunal de Justiça: serão julgados perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ);
b) Membros do Ministério Público Estadual que atuam perante a primeira instância da Justiça Estadual: serão julgados perante o respectivo Tribunal de Justiça.
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JULGAMENTO DOS SEUS MEMBROS
 III) Compete ao Senado Federal processar e julgar os Membros do Conselho Nacional do Ministério Público nos crimes de responsabilidade (CF, art. 52, II).
A Emenda Constitucional nº 45/2004 criou o Conselho Nacional do Ministério Público, composto de quatorze membros nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal
(CF, art. 130-A).
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Conselho Nacional do Ministério Público
 Ao Conselho Nacional do Ministério Público caberá:
controlar a atuação administrativa e financeira do Ministério Público, 
fiscalizar o cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, por meio do desempenho das atribuições que lhe foram constitucionalmente outorgadas (CF, art. 130-A, § 2º).
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A ADVOCACIA PÚBLICA
A Advocacia Pública é a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização - prevendo o ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição mediante concurso público - e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo. 
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A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, 
Livre nomeação pelo Presidente da República, entre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, prevendo a necessária relação de confiança entre representado (Presidente, como Chefe do Executivo Federal) e representante, que justifica a livre escolha.
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 Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas e serão organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos.
É obrigatória a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas suas fases. 
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Aos procuradores será assegurada estabilidade após três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias.
Aplica-se à Advocacia Pública as normas remuneratórias previstas no art. 39, § 4.° e os teto previsto no inc. XI, do art. 37, CF/88.
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ADVOCACIA 
 A Constituição de 1988 erigiu a princípio constitucional a indispensabilidade e a imunidade do advogado, prescrevendo em seu art. 133:
 "O advogado é indispensável à administração da Justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei." 
Tal previsão coaduna-se com a necessária intervenção e participação da nobre classe dos advogados na vida de um Estado democrático de direito.
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Indispensabilidade do advogado 
 NÃO É ABSOLUTO
 Assim, apesar de constituir-se fator importantíssimo a presença do advogado no processo, para garantia dos direitos e liberdades públicas previstos na Constituição Federal e em todo o ordenamento jurídico, continua existindo a possibilidade excepcional da lei outorgar o ius postulandi a qualquer pessoa, como já ocorre no habeas corpus e na revisão criminal. 
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O advogado deve comprovar sua efetiva habilitação profissional, demonstrando a regularidade de sua inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, sob pena de inexistência dos atos processuais praticados.
 
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Imunidade do advogado 
 A inviolabilidade do advogado, por seus atos e manifestações no exercício da profissão, não é absoluta, sujeitando-se aos limites legais, pois como decidiu o Superior Tribunal de Justiça:
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STJ 
 "seria odiosa qualquer interpretação da legislação vigente conducente à conclusão absurda de que o novo Estatuto da OAB teria instituído, em favor da nobre classe dos advogados, imunidade penal ampla e absoluta, nos crimes contra a honra e até no desacato, imunidade essa não conferida ao cidadão brasileiro, às partes litigantes, nem mesmo aos juízes e promotores. O nobre exercício da advocacia não se confunde com um ato de guerra em que todas as armas, por mais desleais que sejam, possam ser utilizadas".
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Analisando a referida imunidade, o Superior Tribunal de Justiça ainda concluiu que
 "os advogados prestam importante serviço e contribuição para o bom exercício da Justiça, sendo natural que, no exercício regular da atividade, o façam, até, com ardor e veemência. Nunca, porém, deixando de lado o essencial, que é a defesa da causa, para uma luta contra o colega adverso, ou contra o representante do Ministério Público, ou ofendendo a honra, desabusada e desnecessariamente, fora dos limites da causa ou da defesa de direitos e prerrogativas de que desfrutam".
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O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria, difamação ou desacato puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade em juízo ou fora dele, sem prejuízo de sanções pela OAB pelos excessos.
 Haverá excesso impunível se a ofensa irrogada for vinculada à atividade funcional e pertinente à pretensão que esteja o advogado defendendo em juízo. 
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A imunidade inexistirá quando a ofensa for gratuita, desvinculada do exercício profissional e não guardar pertinência com a discussão da causa. 
 Ressalte-se, ainda, que a imunidade profissional do advogado não alcança abusos cometidos em entrevistas aos meios de comunicação.
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DEFENSORIA PÚBLICA
LC/80 de 1994
 A Constituição Federal prevê, ainda, a criação da Defensoria Pública, como instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa em todos os graus e gratuitamente dos necessitados.
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DEFENSORIA PÚBLICA
LC/80 de 1994
O Congresso Nacional, através de Lei Complementar, organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais.

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