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FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU DOCENTE: PROF. HUMBERTO GUSTAVO CURSO DE DIREITO ALINE KLEIN FABIO ARAGÃO GILSON NOGUEIRA JACSON NEVES JOÃO LOBO KARINE AMORIM LEONARDO REIS LISBETH ANDRADE LIDIA BRUNA MEDEIROS ATIVIDADE EXTRACLASSE DIREITO CIVIL IV Lauro de Freitas/Bahia 2017 2 ATIVIDADE EXTRACLASSE DIREITO CIVIL IV AÇÕES POSSESSÓRIAS Este trabalho tem objetivo de medir o aproveitamento dos alunos do curso de Direito disciplina Direito Civil IV 5º semestre, e sua pontuação será atribuída a avaliação da Iª unidade do semestre 2017.1. Docente: Prof. Humberto Gustavo Lauro de Freitas/Bahia 2017 3 Sumário 1 - Introdução 4 2 – Ação Possessória 5 3 – Ação Reintegração de Posse 6 4 – Ação de Manutenção de Posse 6 5 – Ação de Interdito proibitório 7 6 – Conclusão 7 7 – Referências bibliográficas 9 4 ATIVIDADE EXTRACLASSE DIREITO CIVIL IV TEMA: AÇÕES POSSESSÓRIAS 1 - Introdução O presente trabalho tem a finalidade de apresentar as ações possessórias, onde serão demonstradas as hipóteses de cabimento, seu desdobramento e as espécies, como: da ação de reintegração de posse, da manutenção de posse e da ação de interdito proibitório, todas se apoiando na defesa da posse que está sendo esbulhada, turbada ou ameaçada por atos praticados pelo réu, têm por fundamento a proteção da posse. O que quer dizer esbulho? Turbação? E ameaça? Para entendermos melhor segue logo abaixo a definição de cada um. - Esbulho: um ato de terceiro que se apodera, ilegitimamente, da coisa alheia em decorrência de violência, clandestinidade e precariedade, são atos que importam na perda do direito da posse da coisa – Art, 567 do Ncpc - Turbação: decorre da prática de atos abusivos que podem afrontar direitos de outrem, e impedimento do livre exercício da posse; Art. 560 Ncpc - Ameaça da posse sobre a coisa: caracterizada pela violência ou tão somente pela sua iminência, tanto visa a obstrução da locomoção de pessoas ao exercício profissional quanto promove o ingresso de pessoas em propriedade privada. Art 560 Ncpc. Na lei há dispositivos que visam tutelar a posse esbulhada, turbada ou ameaçada. Portanto, veremos a seguir quais as ações possíveis para a defesa da posse, seu cabimento, os requisitos para propositura, enfim toda a matéria inerente as ações possessórias. 5 2 – Ação Possessória A ação possessória é um direito a proteção possessória que decorre do fato de ser possuidor e ter sofrido uma espécie de violência, pois, a posse é um fato não é direito, a pessoa está com a coisa em mãos agindo como se fosse dono dela. Portanto, esse fato (posse), quando se soma a um outro fato, gera direitos. Embora tenha o objetivo de proteção, há três espécies de violência: a) Quando se quer proteger contra o esbulho, tem a ação de reintegração de posse; b) Quando se quer proteger contra turbação, tem a ação de manutenção de posse; c) Quando se quer proteger contra ameaça, tem a ação de interdito proibitório; Nas ações possessórias chamadas de interditos, trata-se exclusivamente da questão posse, possuem como objetivo proteger o possuidor, já que, nos termos do artigo 1210 do Código Civil “o possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado”. As ações possessórias são marcadas pela fungibilidade que é um dos efeitos da posse além de direito, aos frutos e às benfeitorias. Quem é detentor da posse, tem a capacidade de ajuizar ação possessória caso ela seja ameaçada, turbada, esbulhada ou perdida, tendo de provar a posse e a violência. As ações possessórias são possessórias, ou seja, tem regime próprio. Outrossim, pode ser móvel ou imóvel. E não se discute o direito de possuir, discute-se a posse e não o direito de possuir e nem domínio. As vezes a posse é dividida entre dois sujeitos, possuidor direto e indireto: ambos são possuidores. Embora só um tenha a coisa em suas mãos. Ambos podem se valer das ações possessórias. Exemplo: num contrato de aluguel o locador é possuidor indireto, o inquilino é possuidor direto. Ambos podem ingressar com ação possessória, inclusive um contra outro. Pode-se dizer que as ações possessórias se classificam em dois tipos: de força nova ou de força velha, conforme o prazo decadencial de ano e dia. Força nova é intentada dentro dos prazos de um ano e dia, após a prática do ato turbou ou esbulhou, cabendo assim a concessão de liminar. Enquanto a Força velha quando passa esse prazo. 6 3 – Ação Reintegração de Posse É a ação necessária para aquele que tenha perdido totalmente a posse sobre determinado bem (móvel ou imóvel), através de ato clandestino, por invasão ou mediante violência, cujo objetivo é restituir o autor da ação na posse sobre a coisa perdida. O autor precisa demonstrar judicialmente conforme amparo no art. 1210 do CC: a) Prova da posse anteriormente exercida; b) O esbulho praticado pelo réu; c) A data do esbulho praticado pelo réu; d) A perda da posse; É o remédio processual cabível quando o possuidor é despojado do bem possuído, prática esta denominada esbulho. 4 – Ação de Manutenção de Posse É manter, proteger a posse da turbação. É a ação cabível para aquele que esteja sofrendo uma perturbação, porém, não existindo ainda a perda da posse sobre determinado bem seja ele móvel ou imóvel. Não há a figura da perda de posse, o réu impede ou perturba o exercício regular de uso do bem. Esta ação destina-se à conservação na posse, protegendo-o contra a turbação, compete ao possuidor de qualquer coisa, contra quem venha perturbar (turbação) a sua posse. E para fundamentar, deve o autor, em cuja posse se encontra a coisa, provar a turbação praticada contra a dita posse, afirmando a data em que ela se iniciou, a fim de que, dentro de ano e dia, possa fruir a expedição liminar do mandado de manutenção, sem a devida constatação comprovada sobre o início da turbação não haverá interesse processual legítimo. Seja na turbação, seja no esbulho, a posse deve ser julgada, preferentemente, a favor daquele que prova o domínio sobre a coisa. Conforme art. 505 do CC. 7 5 – Ação de Interdito proibitório É uma ação que visa repelir tipo de ameaça à posse de determinado possuidor, pode-se se dizer, como uma forma de defesa indireta. Também, quando o possuidor de um bem tem o receio justificado e iminente de que poderá vir a perdê-lo por ato de outra pessoa. É uma ação de natureza preventiva com objetivo de inibir um determinado ato de alguém (réu), evitando assim ameaça que venha porvir, e com objetivo de afastar a ameaça que vem sofrendo o possuidor através de mandado judicial. O possuidor não pode simplesmente desconfiar que será ameaçado, mas deverá ser comprovado um justo receio, bem explicado e evidente, conforme as determinações do art. 567 e 568 do CPC e art. 1210 do CC. E seus efeitos art. 1211 a 1223 do CC. 6 – Conclusão Para concluir, o ordenamento jurídico prevê três ações distintas que tem o poder de proteger o legítimo possuidor e a sua posse: a ação de reintegração de posse, a ação de manutenção de posse, e o interdito proibitório. Vale salientar, que, com mudanças no código, praticamente, não altera as regras, hoje existentes acerca das ações possessórias, mas acrescenta alguns dispositivos regulamentando, em especial, a legitimidade coletiva e a possibilidade de mediação emconflitos derivados da posse de bens. Posse é fato, situação ou estado de fato, mas fato, protegido pelo direito, é algo protegido pelo direito, a qualificação da posse como tal, deve ser encontrada no Código Civil brasileiro. De fato, o art. 1.211 do Código Civil de 2002 deixa claro: “quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-á provisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve de alguma das outras por modo vicioso”. Quanto à legitimidade ativa, detém, todo aquele que exerce algum dos poderes do domínio. Logo, não tem legitimidade aquele que tem a posse ao comando de outro, ou seja, emprego da posse, nem aquele que ocupa a coisa alheia por mera permissão ou tolerância do verdadeiro possuidor. 8 É através do processo civil que impetra a ação possessória, o autor da ação deve indicar e provar, com os meios de que dispuser: a) a sua posse; b) a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; c) a data da turbação ou do esbulho; d) a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse na ação de reintegração. O procedimento da ação possessória é determinado por circunstâncias de natureza temporal. Se a ação é de força nova, ou seja, é proposta dentro de um ano e dia da turbação ou do esbulho, seguindo pelo procedimento especial. E as ações ajuizadas após um ano e dia da data do esbulho ou turbação são de força velha, seguirão o procedimento ordinário, sem, contudo, perder o seu caráter possessório. Satisfeitas essas exigências de forma adequada, com a prova igualmente adequada, o magistrado a quem for distribuído o feito estará autorizado a deferir a proteção liminar, com a expedição do mandado de manutenção ou de reintegração, conforme o caso. Tendo por objeto coisa móvel, a ação possessória deve ser ajuizada no foro do domicílio do réu. Versando sobre imóvel, admite-se ação possessória no Juizado Especial Cível como prevê os artigos 3º, IV e 4º da Lei 9.099/95. Tratando-se de interdito proibitório, o procedimento será sempre especial, e não se pode falar em força nova ou força velha em relação ao interdito, pois a ameaça de violação à posse deve ser necessariamente atual. Importante frisar a forma de cumprimento do mandado possessório do interdito, sendo liminar ou judicial, nessa a execução é imediata, mediante simples mandado de reintegração, de manutenção ou de proibição. Uma vez apurada a posse do autor, o elemento mais importante da fase inicial do interdito possessório é a determinação da data em que teria se dado o atentado a ela, já que, se ocorreu a menos de um ano e um dia, o autor terá direito de ver restaurada plenamente a posse violada, antes mesmo da contestação. 9 Vale ressaltar também, que a posse recai sobre coisas tangíveis, e quando o código se refere a “posse de direitos”, trata-se dos direitos reais, não cabendo a tutela judicial de direitos autorais através dos interditos possessórios. Diferente dos bens móveis, em que há adequação com os interditos. E que os interditos possessórios possuem caráter dúplice, ou seja, não distingue a posição ativa da passiva. Quanto à natureza das ações possessórias, na jurisprudência tem se discutido, se é real ou pessoal. Portanto, conclui-se que as ações possessórias são procedimentos especiais unitários, ou seja, procedimentos que englobam em uma relação processual. 7 – Referências bibliográficas: a) AQUINO, Álvaro Antônio Ságulo Borges de. A Posse e seus Efeitos. São Paulo, Atlas, 2000. b) THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil, vol. III. Rio de Janeiro, Forense, 2001. c) IPPÓLITO, RITA MARASCO. AÇÕES POSSESSÓRIAS. Revista Páginas de Direito, Porto Alegre, ano 2, nº 53, 15 de maio de 2002. d) GAZALLE, Gustavo Kratz. Posse e Ações Possessórias - Vol. 14 - Col. Prática do Direito e) Processo e Procedimento por Jorge Amaury Maia Nunes e Guilherme Pupe da Nóbrega
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