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PRINCIPIOS DOS CONTRATOS

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1.PRINCÍPIO DA AUTONOMIA PRIVADA
O “Princípio da Autonomia Privada” veio substituindo o “Princípio da Autonomia de Vontades”, que inicialmente desde o direito romano, pacta sunt servanda (o pacto tem que ser respeitado), até os dias de hoje, o individuo tem a liberdade de celebrar um contrato, um acordo de vontade, com quem quiser, de contratar ou não, e estabelecer o conteúdo do contrato com a liberdade contratual sem interferência do Estado. Uma liberdade de fazer contratos típicos e atípicos. No caso dos contatos atípicos Carlos Roberto Gonçalves diz:
“Contrato atípico é o que resulta de um acordo de vontades não regulado no ordenamento jurídico, mas gerado pelas necessidades e interesses das partes. É válido, desde que estas sejam capazes e o objeto lícito, possível, determinado ou determinável e suscetível de apreciação econômico.” (Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Brasileiro; página 42; 2014)
E o Princípio da Autonomia de vontade teve sua alta efetividade após a Revolução Francesa, com a ideia do liberalismo fixada, a liberdade individual. E utilizado ainda na atualidade e assegurado no direito brasileiro atual, como no Código Civil Brasileiro no artigo 421 e 425, que trás essa liberdade contratual.
Devido à vontade de interesse ser subjetivo de cada pessoa, em contratar a sua própria vontade, ocorreu à chamada “crise da vontade”, não conseguindo a igualdade de vontade entre as partes; o dirigismo contratual a intervenção do Estado nos contratos para assegurar o cumprimento (exemplo: Código do Consumidor); e também contrato de adesão, não necessariamente é de consumo (enunciado 171 CJF/STJ); e o Código Civil protege o aderente contratual como a parte vulnerável (artigo 423 e 424, CC), como Orlando Gomes trás em suas obras como princípio da autonomia privada. Não se fala mais da autonomia de vontades e sim autonomia privada, que é o direito que o individuo tem de regulamentar o próprio interesse.
2. ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL
Tal teoria origina-se no direito inglês, no século XVIII. Ainda segundo o ministro Paulo de Tarso Sanseverino, da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o instituto foi desenvolvido “para superar os exageros do formalismo exacerbado na execução dos contratos em geral”. 
Embora não sendo previsto de forma expressa no Código Civil, a teoria tem sido aplicada em muitos casos, inclusive pelo STJ, tendo como base, além do princípio da boa-fé, a função social dos contratos, a vedação ao abuso de direito e ao enriquecimento sem causa. 
Ainda neste mesmo entendimento o ministro Luis Felipe Salomão, da Quarta Turma do STJ argumenta que, “a insuficiência obrigacional poderá ser relativizada com vistas à preservação da relevância social do contrato e da boa-fé, desde que a resolução do pacto não responda satisfatoriamente a esses princípios”. Para ele, essa é a essência da doutrina do adimplemento substancial. 
Desta forma compreende-se que a Teoria do Adimplemento Substancial vem limitar o exercício de direitos do credor, mostrando de fato uma publicização do direito privado, buscando como embasamento para tal intervenção os desdobramentos do principio da função social dos contratos, e tão logo, do principio da boa fé. 
De modo geral, se houver descumprimento de obrigação contratual, “a parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos”, conforme dispõe o artigo 475 do Código Civil (CC). Entretanto, a doutrina e a jurisprudência têm admitido o reconhecimento do adimplemento substancial, com o fim de preservar o vínculo contratual.
Segundo a teoria do adimplemento substancial, o credor fica impedido de rescindir o contrato, caso haja cumprimento de parte essencial da obrigação assumida pelo devedor; porém, não perde o direito de obter o restante do crédito, podendo ajuizar ação de cobrança para tanto. 
O ministro Luis Felipe Salomão, argumenta que o contrato deixou de servir somente para circulação de riquezas, disse ainda, no julgamento do REsp 1.051.270:
“Além disso – e principalmente –, é forma de adequação e realização social da pessoa humana e meio de acesso a bens e serviços que lhe dão dignidade.” 
“Diante da crescente publicização do direito privado, o contrato deixou de ser a máxima expressão da autonomia da vontade para se tornar prática social de especial importância, prática essa que o estado não pode simplesmente relegar à esfera das deliberações particulares”, 
Da mesma forma que os demais ministros o ministro Paulo de Tarso Sanseverino, aplica a Teoria do Adimplemento Substancial e ainda relaciona tal teoria com o artigo 187 do CC, visto que de acordo com o dispositivo o titular de um direito que o exerce de forma a exceder os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes, comete ato ilícito. E ainda ao julgar o REsp 1.200.105, diz: “Tendo ocorrido um adimplemento parcial da dívida muito próximo do resultado final, limita-se esse direito do credor, pois a resolução direta do contrato mostrar-se-ia um exagero, uma iniquidade”.
3. PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DAS CONVENÇÕES
Segundo o autor Silvio Rodrigues o Princípio da Obrigatoriedade das Convenções traz a ideia de que o contrato vai constituir uma espécie de lei privada entre as partes, adquirindo força vinculante, acompanhado de uma sanção que decorre da norma legal, representada pela possibilidade de execução patrimonial do devedor. Pacta Sunt Servanda.
O autor explica que este princípio “encontra um limite na regra de que a obrigação se extingue se vier a se impossibilitar por força maior ou caso fortuito. Mas, dentro da concepção clássica, essa é a única limitação à norma da obrigatoriedade do contrato”. (RODRIGUES, 2002, p. 17-18).
Para ele, o liberalismo do século XIX justifica este conceito na ideia de que, se as partes transferirem livremente sua liberdade, devem cumprir o prometido, ainda que lhes cause prejuízos. Percebe-se no conceito de Rodrigues, o rigor no cumprimento do contrato e o mesmo como ferramenta absoluta, não deixando claro em quais limites se esbarra.
Convenções são essenciais para a manutenção do ordenamento jurídico. Mas, o autor não esclarece as regras de equilíbrio, equidade e da função social do contrato que devem ser observadas. A livre iniciativa privada não pode ser considerada absoluta, pois deve assegurar a todos existência digna pela justiça social relacionados à dignidade da pessoa humana. 
Carlos Roberto Gonçalves observa que após a 1ª Guerra Mundial, de 1914 a 1918, verificaram-se situações contratuais que se tornaram insustentáveis em virtude de acarretarem onerosidade excessiva para um dos contratantes. Compreendeu-se então, que não se podia falar em absoluta obrigatoriedade dos contratos se não havia, em contrapartida, idêntica liberdade contratual entre as partes.
“Ocorreu uma mudança de orientação, passando-se a aceitar, em caráter excepcional, a possibilidade de intervenção judicial do conteúdo de certos contratos, para corrigir os seus rigores ante o desequilíbrio de prestações” (GONÇALVES, 2008,p. 29). 
Nelson Nery Júnior diz que falar em Pacta Sunt Servanda, com a conformação e o perfil que lhe foram dados pelo liberalismo dos séculos XVIII e XIX, é no mínimo, desconhecer tudo o que ocorreu no mundo, do ponto de vista social, político, econômico e jurídico nos últimos duzentos anos. 
De acordo com Nelson Nery Júnior (2006, p. 424).
O contratante mais forte impõe ao mais fraco, determina o que lhe é favorável, ainda que em detrimento do outro contratante, procedimentos que quebram as regras da boa-fé objetiva e da função social do contrato, e ainda quer que esse seu comportamento seja entendido como correto pelos tribunais, invocando em seu favor o vetusto brocardo romano pacta sunt servanda.
Para ElpídioDonizetti o que o leitor deve fazer, ao ler o princípio da obrigatoriedade com os olhos do Direito de hoje, é perceber que a força obrigatória se limita pelosprincípios constitucionais, em especial o da dignidade da pessoa humana, pois é assim que se cumpre a função social dos contratos.
“É que a obrigatoriedade do contrato deve sempre ser sopesada com os demais princípios gerais do Direito, e o fenômeno do dirigismo contratual, como já afirmamos, permite a intervenção do Estado no contrato” (DONIZETTI, 2014.p.453).
Sendo assim, entendemos que o Princípio da Obrigatoriedade das Convenções merece atenção e análise cuidadosa, pois percebemos que ao mesmo passo que o Direito não impõe força obrigatória de execução para aqueles contratos que ferem a dignidade humana, o mesmo Direito não permite que as partes contratem de forma irresponsável algum compromisso, para depois recorrer isentando-se de uma obrigação assumida. Pois o conceito de contrato continua sendo um ato de vontade que vincula os sujeitos de forma obrigatória.
4. DUTY TO MITIGATE THE LOSS
	No âmbito do Direito Contratual o nosso ordenamento jurídico adota o princípio DutytoMitigatetheLoss do direito americano que significa Mitigação do Prejuízo pelo próprio credor, onde o credor tem o dever de agir de modo a minimizar as conseqüências do dano. Evitando assim, o agravamento do próprio prejuízo.
	O dever de mitigar o próprio prejuízo tem por base o princípio da boa fé objetiva, conforme previsto no dispositivo do art. 422 do Código Civil que dispõe que “os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios da probidade e boa fé.
	Nesta perspectiva, exige que as partes do contrato, credor e devedor, se comportem de forma correta com lealdade, cooperação, equidade, respeito e confiança recíproca costumam-se denominá-las deveres anexos gerais de uma relação contratual, segundo Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona Filho.
	No entanto, esta posição de obrigatoriedade deve ocorrer não só durante as tratativas do contrato como também durante a formação e o cumprimento do contrato.
	Se houver violação por uma das partes ao princípio da boa fé objetiva pode ocorrer o inadimplemento contratual ou a quebra do contrato e a penalidade cai sobre aquela que não agiu com lealdade e cooperação.
	Podemos citar o caso fictício de Pedro e José, eles firmaram contrato de locação de salas comerciais por dois anos. Pedro é o dono do imóvel e José seu inquilino, mas no 6º mês, José informou que deixaria o imóvel, portanto, eles negociaram no qual ficou estabelecido que Pedro não fosse cobrar nenhuma multa contratual, pois José deixou claro que continuaria pagando o aluguel até que Pedro achasse outro inquilino. Só que Pedro não tomou nenhuma providencia para alugar o imóvel e já havia passado cinco meses, então, José buscou auxilio da justiça para solucionar o seu problema.
	Nesta circunstância do negócio o credor tinha o dever decorrente da boa fé objetiva de adotar medidas necessárias para evitar o agravamento da situação do devedor ou minimizar o prejuízo de José já que este agiu de boa fé, propôs uma saída conciliatória, mas Pedro optou pela ausência de Boa Fé (lealdade e cooperação) suportou o silêncio e omitiu em ajudá-lo.
	Portanto, a ação de Pedro contraria o princípio da boa fé objetiva e acaba este cometendo um abuso de direito por aproveitar de um maior prejuízo e mesmo que sustenta a culpa é do credor, é necessário para que se possa aplicar o princípio DutytoMitigatetheLoss seja comprovado através de uma medida processual que o credor agiu com dolo ou culpa e seja provada que sua omissão acarretaria uma vantagem para ele e se tivesse agido com boa fé teria evitado o prejuízo.
5. PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE DOS EFEITOS DOS CONTRATOS
Tal princípio funda-se na concepção de que os efeitos do contrato só se produzem em relação às partes que dele participam, podendo, como exceção, produzir efeitos na esfera jurídica a terceiros não inseridos no vinculo. Mas em via de regra, não afetando terceiros nem seu patrimônio.
É o que significam as regras res interalios acta, aliisnequenocetnequepotest e res interaliosiudicatae alii non praeiudicant e alteristiplari non potest, que tratam do princípio da relatividade dos efeitos dos contratos, segundo o qual “contrato só une aqueles que dele integram”. 
Em nosso ordenamento brasileiro, no Código Civil de 1916 em seu artigo 928, prescrevia que “a obrigação, não sendo pessonalíssimas, opera assim entre as partes, como entre seus herdeiros”. Desse modo, não sendo personalíssima a obrigação, operava somente entre as partes e seus sucessores, a título universal ou singular, o vigente Código Civil de 2002, por sua vez, não traz nenhuma norma jurídica parecida. Abalando assim, essa visão, pois o novo código não caracteriza mais o contrato apenas como instrumento de satisfação de interesses pessoais dos contraentes, mas também lhe agrega uma função social, que permite como consequência da abrangência dessa função, que terceiros que não são propriamente partes do contrato possam influir nele, em razão de serem atingidos direta ou indiretamente por seus efeitos. 
Os ensinamentos de Maria Helena Diniz a respeito corroboram o acima exposto (2007, p. 107-108).
“O princípio geral é o de que o contrato não beneficia e não prejudica a terceiros, atingindo unicamente as partes que nele intervieram. Trata-se do princípio da relatividade do contrato, segundo o qual este não pode produzir efeito jurídico além dos contraentes que nele consentiram. Entretanto, como já afirmamos em páginas anteriores, esse princípio não é absoluto, pois se o fosse acarretaria graves conseqüências à realidade jurídica e social. Realmente, se de um lado, nenhum terceiro pode ser vinculado a um ato negocial no qual não anuiu, por outro lado, a existência de um contrato produz efeitos no meio social, repercutindo em face de terceiros, que deles não podem escapar por força de lei ou da vontade das partes”. 
Segundo Carlos Roberto Gonçalves( 2008, p.48).
“Não resta dúvida de que o principio da relatividade dos efeitos do contrato, embora ainda subsista, foi bastante atenuado pelo reconhecimento de que as clausulas gerais, por conterem normas de ordem publica, não se destinam a proteger unicamente os direitos individuais das partes, mas tutelar o interesse da coletividade, que deve prevalecer quando em conflito com aqueles.”
Portanto, concluímos que o princípio da relatividade dos contratos, vem sendo mitigado, graças ao existencialismo da constituição e a função social do contrato. E que com a atual leitura constitucional do direito civil, não temos somente credor e devedor, temos também o terceiro. 
6. TU QUOQUE
Tu quoque é conceito correlato á boa fé objetiva, do direito comparado. Deve ser utilizado como função integrativa suprindo lacunas do contrato e trazendo deveres implícitos ás partes contratuais.
Aquele que descumpriu norma legal ou contratual, atingindo com isso determinada posição jurídica, não pode exigir do outro o cumprimento do preceito que ele próprio já descumprira: quem não cumpriu o contrato, ou a lei, não pode exigir o cumprimento de um ou outro. Ou seja, o Tu quoque veda que alguém faça com o outro o que não faria contra si mesmo. 
7. PRINCÍPIO DA BOA FÉ
Conforme institui o Código Civil de 2002 no artigo 113 do CC o princípio da Boa Fé deve ser observado pelas partes de uma relação negocial como pressupõe que se deva agir os sujeitos na sociedade atual, com vista no consumo, procurando primar pela honestidade, eticidade e operacionalidade de todo negócio.
 Segundo o novo código: 
Art. 113. CC: Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
Com o novo código civil o princípio da boa-fé objetiva adquiriu força em nosso ordenamento jurídico, previsto também no artigo 4° do CDC que:
Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências.
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoriada sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)...
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo; II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor: a) por iniciativa direta; b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas; c) pela presença do Estado no mercado de consumo; d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho. III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores; IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo; V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos de consumo; VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal e utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuízos aos consumidores; VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos;VIII- estudo constante das modificações do mercado de consumo. 
A respeito da Boa Fé Objetiva esclarece Judith Hofmeister Martins Costa, Revista dos Tribunais, 2000, p. 274. 
“ O princípio da Boa Fé surgiu como as cláusulas gerais que constituem o meio hábil para permitir o ingresso no ordenamento jurídico, de princípios valorativos, expressos ou ainda inexpressos legislativamente, de standards, máximas de conduta, arquétipos exemplares de comportamento, de normativas constitucionais e de diretivas econômicas, sociais e políticas, viabilizando  a sua sistematização no ordenamento positivo”. E continua:
“ Tal conduta impõe diretrizes ao agir no tráfico negocial, devendo-se ter em conta, como lembra Judith Martins Costa, “a consideração para com os interesses do alter, visto como membro do conjunto social que é juridicamente tutelado”.
Conforme Sílvio de Salvo Venosa, 2014 ao disciplinar sobre o Princípio da Boa fé Objetiva, afirma que:
“A cláusula geral não é, na verdade, geral. A denominação cláusula aberta tem sido mais utilizada para essas hipóteses, dando ideia de um dispositivo que deve ser amoldado ao caso concreto, sob uma compreensão social e histórica”. (Silvio de Salvo Venosa, col. Direito civil vol.2, pag. 411.).
 Nesse sentido Venosa afirma:
“Podemos afirmar que esse princípio da boa fé se estampa pelo dever das partes de agir de forma correta, eticamente aceita, antes, durante e depois do contrato, isso porque, mesmo após o cumprimento de um contrato, podem sobrar-lhes efeitos residuais” (Silvio de Salvo Venosa, col. Direito civil vol.2, pag.411).
No vigente código civil, 2002, Venosa cita os art. 187 e 422 do CC que dispõe sobre a Boa Fé Objetiva:
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Com vista nesses conceitos supracitados podemos vislumbrar que o princípio da Boa Fé Objetiva tem atuado ao longo do tempo, desde os primórdios do Direito Romano.
Evoluindo no nosso ordenamento jurídico, o princípio foi entendido como norteador de boa conduta, possibilitando criar normas obrigacionais para as partes que se utilizam dos contratos para se assegurarem do seu cumprimento de forma lícita, transparente, honesta e solidária para com o interesse da outra parte.
 Nesse contexto vale ressaltar também a Boa Fé subjetiva, que segundo Venosa ocorre quando o indivíduo acredita possuir um direito em uma relação negocial que na verdade é objeto apenas fruto da sua consciência, ou do seu entendimento do que é seu direito naquele contexto. A saber:
“ o manifestante de vontade crê que sua conduta é correta, tendo em vista o grau de conhecimento que possui de um negócio. Para ele há um estado de consciência ou aspecto psicológico que deve ser considerado”. Silvio de Salvo Venosa. – 14. Ed.- São Paulo : Atlas, 2014. – (coleção direito civil; v. 2 pg. 412).
Assim, podemos afirmar que a boa fé subjetiva é intrínseca ao indivíduo de uma relação negocial, está firmemente relacionado com suas crenças, com seu estado psicológico e até mesmo com seu conhecimento daquele negócio, tendo como correto à conduta, ou ato desenvolvido naquele contexto.
 A boa fé subjetiva consta do código civil de 1916, de forma geral, mas precisamente no artigo 1444 do CCB encontrando entendimento dos doutrinadores atuais como um princípio norteador para julgar a capacidade de entendimento do sujeito perante o que foi contratado por ele, considerando contextualmente sua condição social, política, jurídica, avaliando seu meio de vida, sua cultura e sua crenças. Vale citar a definição de Fábio Ulhoa Coelho sobre a fé subjetiva:
“ a virtude de dizer o que acredita e acreditar no que diz”. (Coelho, Fábio Ulhoa. Curso de direito civil. São Paulo: Saraiva , 2005, v. 3, p. 33.)
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
DONIZETTI, Elpídio; QUINTELLA, Felipe. Curso Didático de Direito Civil. São Paulo: Atlas, 2014.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, volume III: contratos e atos unilaterais. São Paulo: Saraiva, 2008.
JÚNIOR, Nelson Nery. Contratos no Código Civil. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2006.
RODRIGUES, Silvio. Direito Civil. São Paulo: Saraiva, 2002.
STOLZE, Pablo e PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil – Contratos. São Paulo: Editora Saraiva, 2010.
VadeMecum-Editora Saraiva 2014, 17ª Ed. Código Civil
MARTINS,Judith Costa-A boa-fé no direito privado: sistema e tópica no processo obrigacional.1 ed., 2. tir., São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000, p. 274.
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito civil. São Paulo: Saraiva , 2005, v. 3, p. 33.
VENOSA,Silvio de Salvo - Direito Civil: teoria geral das obrigações e teoria geral dos contratos– 14. Ed.- São Paulo : Atlas, 2014. – (coleção direito civil; v. 2)
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. vl. 3 – Teoria das Obrigações Contratuais e Extracontratuais. São Paulo: Saraiva, 23. ed. 2007. p. 107-108. 
http://stj.jus.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398&tmp.texto=106897 matéria postada em 09/09/2012 - 08h00 visualizada em 25/02/2015 as 01h31.
http://www.tjrj.jus.br/documents/10136/30463/teoria-adiplemento-substancial.pdf Revista Jurídica elaborada pelo Serviço de Pesquisa Jurídica e disponibilizada no Banco do Conhecimento pelo Serviço de Estruturação do Conhecimento em: Outubro 2011 visualizada em 25/02/2015 as 01h34.

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