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AFO completo Prof. Leandro Ravyelle

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VERSÃO - JAN/2018 TEORIA E EXERCÍCIOS 
 
ADMINISTRAÇÃO 
FINANCEIRA E 
ORÇAMENTÁRIA 
AFO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROFESSOR 
LEANDRO 
RAVYELLE 
✔ TEORIA 
✔ QUESTÕES 
✔ ESQUEMAS 
✔ MAPAS MENTAIS 
✔ LEGISLAÇÃO 
ORÇAMENTÁRIA 
(AFO) 
 
 
 
 
ADMINISTRAÇÃO 
FINANCEIRA E 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Leandro 
Ravyelle 
@leandroravyelle leandro.ravyelle@gmail.com Leandro Ravyelle Leandro Ravyelle 
 
3 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
Capítulo 1- Introdução .............................................................................................. 4 
Capítulo 2 – Princípios Orçamentários ........................................................... 20 
Capítulo 3 – Leis Orçamentárias ........................................................................ 33 
Capítulo 4 – Ciclo Orçamentário ........................................................................ 56 
Capítulo 5 – Receitas Públicas ............................................................................ 66 
Capítulo 6 – Despesa Pública............................................................................. 110 
Capítulo 7 – Créditos Adicionais ...................................................................... 143 
Capítulo 8 – Restos a Pagar ................................................................................ 158 
Capítulo 9 – Despesas de Exercícios Anteriores (DEA) .......................... 173 
Capítulo 10 – Suprimento de Fundos (regime de aditamento) ........... 180 
Capítulo 11 – Descentralização de Créditos e Recursos......................... 191 
Capítulo 12 – Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) ................................ 207 
Capítulo 13 – Novo Regime Fiscal ................................................................... 283 
Legislação Aplicada ............................................................................................... 297 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
@leandroravyelle leandro.ravyelle@gmail.com Leandro Ravyelle Leandro Ravyelle 
 
4 
 
@leandroravyelle leandro.ravyelle@gmail.com Leandro Ravyelle Leandro Ravyelle 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 1 
Introdução 
@leandroravyelle leandro.ravyelle@gmail.com Leandro Ravyelle Leandro Ravyelle 
 
6 
 
O Direito financeiro compreende a disciplina jurídica da atividade 
financeira do Estado, envolvendo receita, despesa, orçamento e crédito público. Ele 
disciplina a organização e a administração das finanças públicas, ou seja, disciplina 
a atividade financeira do Estado: é mais amplo que o Direito tributário. Já o Direito 
tributário trata da disciplina jurídica apenas dos tributos (receitas tributárias: 
impostos, taxas e contribuições). Compreende o conjunto de normas que regulam a 
instituição e arrecadação desses tributos e a relação jurídica do Estado com os 
contribuintes. 
A atividade pública é aplicada no âmbito Federal, estadual e municipal, e, 
segundo Aliomar Baleeiro (1973), consiste em: 
 
Dimensão jurídica- o Orçamento Público tem caráter e força de lei, e enquanto tal 
define limites a serem respeitados pelos governantes e agentes públicos, no 
tocante à realização de despesas e à arrecadação de receitas. A elaboração e a 
aprovação do Orçamento Público seguem o processo legislativo de discussão, 
emenda, votação e sanção presidencial como qualquer outra lei. 
 
Dimensão econômica - o Orçamento Público é basicamente o instrumento por 
meio do qual o Governo extrai recursos da sociedade e os injeta em áreas 
selecionadas. Esse processo redistributivo não é neutro do ponto de vista da 
eficiência econômica e da trajetória de desenvolvimento de longo prazo. Tanto os 
• obter recursos: receita pública; 
• despender os recursos: despesa pública; 
• gerir e planejar os recursos: Orçamento Público; 
• criar crédito: empréstimo público. 
1.1Dimensões do Orçamento 
Segundo a Consultoria de Orçamento do Senado Federal, o Orçamento Público 
apresenta três importantes dimensões, todas de interesse direto para a sociedade: 
@leandroravyelle leandro.ravyelle@gmail.com Leandro Ravyelle Leandro Ravyelle 
 
7 
 
incentivos microeconômicos e setoriais quanto as variáveis macroeconômicas 
relativas ao nível de inflação, endividamento e emprego na economia são 
diretamente afetados pela gestão orçamentária. 
 
Dimensão política- é corolário da dimensão econômica. Se o Orçamento Público 
tem um inequívoco caráter redistributivo, o processo de elaboração, aprovação e 
gestão do orçamento embute, necessariamente, perspectivas e interesses 
conflitantes que se resolvem em última instância no âmbito da ação política dos 
agentes públicos e dos inúmeros segmentos sociais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atualmente, o orçamento deixou de ser mera peça orçamentária e tornou -se 
um poderoso instrumento de intervenção na economia e na sociedade. O 
orçamento tem aspecto político, porque revela ações sociais e regionais na 
destinação das verbas. Tem também características econômicas, porque manifesta 
a realidade da economia. É técnico, porque utiliza cálculos de receita e despesa e 
tem, ainda, aspectos jurídicos, porque atende às normas da Constituição 
Federal e de leis infraconstitucionais. 
 
1.2 Natureza jurídica 
 
A Lei Orçamentária Anual é uma lei formal ou material? Não há consenso entre 
os doutrinadores com relação à natureza jurídica do orçamento. Segundo 
Paludo (2017), a o orçamento é uma lei no que se refere ao aspecto formal, visto 
que passa por todo o processo legislativo (discussão, votação, aprovação, 
publicação), mas não o é em sentido material. Esse posicionamento é coerente com 
a maioria dos autores e com o entendimento do próprio STF, assim 
resumido: "o orçamento é lei formal que apenas prevê receitas e autoriza 
gastos, sem criar direitos subjetivos e sem modificar as leis tributárias e 
financeiras". 
 
1.3 Orçamento autorizativo x impositivo 
 
No Brasil, o Orçamento Público tem caráter autorizativo, e não impositivo. 
Quando o orçamento anual é aprovado, transformando -se na Lei Orçamentária 
Anual (LOA), apenas contém a autorização do Poder Legislativo para que, no 
decorrer do exercício financeiro, o gestor público verifique a real necessidade e 
@leandroravyelle leandro.ravyelle@gmail.com Leandro Ravyelle Leandro Ravyelle 
 
8 
 
utilidade de realização da despesa autorizada, e, sendo ela necessária, proceda a 
sua execução. Portanto, ele não é obrigatório, visto que compete ao gestor 
público analisar a conveniência e oportunidade de realização da despesa 
autorizada pela LOA. Com relação às despesas obrigatórias estabelecidas pela 
Constituição ou mediante lei, no entanto, não há falar em caráter autorizativo do 
orçamento. Para essas, o caráter será sempre obrigatório, e, portanto, impositivo. 
Mas com relação às despesas não obrigatórias, a sua execução insere -se na 
discricionariedade do gestor. 
 
Cuidado!!! No geral, mesmo depois da EC-86/2015 (execução obrigatória de 1,2% 
da RCL), o Orçamento Público brasileiro ainda é considerado autorizativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.4 Funções do orçamento público 
 
Por meio do Orçamento Público e das funções orçamentárias o Governo 
intervém na economia para conseguir estabilidade, crescimento e correção das 
falhas de mercado. As três funções orçamentárias clássicas apontadas pelos 
autores (PALUDO, 2013) são: 
 
1) Função alocativa 
2) Função distributiva 
3) Função estabilizadora 
 
A função alocativa está ligada àalocação de recursos por parte do Governo, 
que oferece bens e serviços públicos puros (ex.: rodovias, segurança, justiça), os 
quais não seriam oferecidos pelo mercado, ou o seriam em condições ineficientes. 
Oferece também bens meritórios ou semipúblicos (ex.: educação e saúde). E ainda 
cria condições para que bens privados sejam oferecidos no mercado pelos 
produtores, corrige imperfeições no sistema de mercado (como oligopólios) e 
corrige os efeitos negativos relacionados a externalidades. Esta função diz respeito 
a promover ajustamentos na alocação de recursos e se justifica quando o 
funcionamento do mecanismo de mercado (sistema de ação privada) não garante a 
necessária eficiência na utilização desses recursos. Portanto, a utilização desse 
instrumento de atuação se efetiva em situações de falha de mercado, como, por 
exemplo, na presença de externalidades ou de bens públicos. A função alocativa é 
motivada quando não há oferta eficiente de infra-estrutura econômica ou provisão 
de bens públicos e bens meritórios por parte do setor privado. Os investimentos na 
infra-estrutura econômica, tais como energia, transportes e comunicações, 
impulsionam o desenvolvimento regional e nacional, e os altos investimentos 
necessários, aliados ao longo período para obtenção de retorno do investimento, 
@leandroravyelle leandro.ravyelle@gmail.com Leandro Ravyelle Leandro Ravyelle 
 
9 
 
desestimulam a iniciativa do setor privado nesses setores. Já a demanda por bens 
públicos e bens meritórios possui características peculiares que tornam inviável 
seu fornecimento pelo sistema de mercado. Os bens meritórios são bens que, 
apesar de possuírem natureza de bem privado, predomina a sua característica de 
possuírem utilidade social, justificando assim sua provisão (financiamento) pelo 
Governo. É o caso dos subsídios ao trigo e ao leite, serviços de saúde e educação, 
etc. 
A função distributiva objetiva promover ajustamentos (correções) na 
distribuição de renda devido às falhas de mercado (desigualdades sociais, 
monopólios empresariais, etc.), inerentes ao sistema econômico capitalista. É uma 
função que busca tornar a sociedade menos desigual em termos de renda e 
riqueza, por meio da tributação e de transferências financeiras, subsídios, 
incentivos fiscais, alocação de recursos em camadas mais pobres da população etc. 
(ex.: Fome Zero, Bolsa Família, destinação de recursos para o SUS, que é utilizado 
por indivíduos de menor renda). Assim, o governo tributa e arrecada de quem 
pode pagar e os distribui (ou redistribui) a quem tem pouco ou nada tem, através 
de programas sociais. Como exemplo de medidas distributivas, temos o imposto de 
renda progressivo para financiar programas de alimentação, transporte e moradia 
populares. Ou ainda, concessão de subsídios aos bens de consumo popular 
financiado por impostos incidentes sobre os bens consumidos pelas classes de 
mais alta renda. Justifica-se seu emprego nos casos em que o resultado distributivo 
do mecanismo de ação privada não seja considerado socialmente justificável ou 
desejado. Mais uma vez a justificativa está ligada à correção das falhas de mercado. 
A função estabilizadora trata da aplicação das diversas políticas econômico- 
financeiras a fim de ajustar o nível geral de preços, melhorar o nível de emprego, 
estabilizar a moeda e promover o crescimento econômico, mediante instrumentos 
de política monetária, cambial e fiscal, ou outras medidas de intervenção 
econômica (controles por leis, limitação etc.). É uma função associada à 
manutenção da estabilidade econômica, justificada como meio de atenuar o 
impacto social e econômico na presença de inflação ou depressão. Portanto, seu 
emprego gera estabilidade dos níveis de preço (combate às pressões 
inflacionárias), diminui os potenciais efeitos da depressão e mantém o nível de 
emprego (combate ao desemprego). A função estabilizadora adquiriu especial 
importância como instrumento de combate à depressão dos anos 30 e a partir daí 
esteve sempre em cena contra pressões inflacionárias e contra o desemprego, 
fenômenos estes recorrentes nas economias capitalistas do pós-guerra. Em 
qualquer economia, os níveis de preços e de emprego resultam dos níveis da 
demanda agregada, isto é, da disposição de gastar dos consumidores, das famílias, 
dos capitalistas, enfim, de qualquer tipo de comprador. Se a demanda for superior 
à capacidade nominal (potencial) da produção, os preços tenderão a subir; se for 
inferior, haverá desemprego. O mecanismo básico da política de estabilização é, 
portanto, a ação estatal sobre a demanda agregada, aumentando-a ou reduzindo-a 
conforme as necessidades. Assim, o orçamento público atua fortemente na 
estabilização econômica. Por exemplo, as compras do governo produzem grande 
impacto sobre a demanda agregada, assim como o poder de consumo da grande 
massa de funcionários públicos. Já as mudanças nas alíquotas tributárias 
produzem reflexos na quantidade de recursos disponíveis junto ao setor privado. 
Logo, ajustando os níveis de demanda agregada e de recursos, o governo promove 
a política de estabilização. 
@leandroravyelle leandro.ravyelle@gmail.com Leandro Ravyelle Leandro Ravyelle 
 
10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.5 Técnicas Orçamentárias / Tipos de Orçamento 
 
O conceito tradicional/clássico de orçamento destaca a lei orçamentária 
como a lei que abrange a previsão da receita e a fixação de despesa para 
determinado período de tempo. Nesse conceito, não há preocupação com o 
planejamento, com a intervenção na economia ou com as necessidades da 
população - o orçamento é apenas um ato que aprova previamente as receitas e 
despesas públicas. 
Numa visão moderna, o orçamento é um programa de governo proposto pelo 
Executivo à aprovação do Legislativo. É um plano político de ação governamental 
para o exercício seguinte. É um espaço de debate e decisão em que os atores 
envolvidos revelam seu poder, suas preferências, definem as realizações 
pretendidas e reservam os recursos para a execução. 
 
1.5. 1. Orçamento Tradicional/Clássico 
 
O Orçamento Tradicional era um documento de previsão de receitas e 
autorização de despesas com ênfase no gasto, no que se comprava. É um processo 
orçamentário em que apenas uma dimensão do orçamento é explicitada, qual seja, 
o objeto de gasto. Esse orçamento refletia apenas os meios que o Estado dispunha 
para executar suas tarefas. Sua finalidade era ser um instrumento de controle 
político do Legislativo sobre o Executivo , sem preocupação com o planejamento, 
com a intervenção na economia ou com as necessidades da população. 
O Legislativo queria saber apenas quanto o Executivo pretendia arrecadar e 
quanto seria gasto, e não se questionavam objetivos e metas do Governo. Percebe - 
se que o aspecto jurídico do orçamento era mais valorizado que o aspecto 
econômico. O critério utilizado para a classificação dos gastos era a Unidade 
Administrativa (classificação institucional) e o elemento de despesa (objeto do 
@leandroravyelle leandro.ravyelle@gmail.com Leandro Ravyelle Leandro Ravyelle 
 
11 
 
gasto), e as projeções eram feitas em função dos orçamentos executados nos anos 
anteriores, recaindo nas mesmas falhas e na perpetuação dos erros. O professor 
James Giacomoni (2013) ensina que, no Orçamento Tradicional, "o aspecto 
econômico tinha posição secundária e as finanças públicas caracterizavam-se 
por sua 'neutralidade', pois o equilíbrio financeiro impunha-se naturalmente e o 
volume dos gastos públicos não chegava a pesar significativamente em termos 
econômicos". “Foi baseado no Orçamento Tradicional que surgiu o rótulo de “lei de 
meios”, haja vista que o orçamento era classificado como um inventário dos meios” 
com os quais o Estadocontava para levar a cabo suas tarefas- sem preocupação 
com os fins (resultados). 
 
1.5. 2. Orçamento de Desempenho/Funcional 
 
O Orçamento de Desempenho representou uma evolução do Orçamento 
Tradicional; buscava saber o que o Governo fazia (ações orçamentárias) e não 
apenas o que comprava (elemento de despesa). Havia também forte preocupação 
com os custos dos programas. A ênfase era no desempenho organizacional, e 
avaliavam-se os resultados (em termos de eficácia, não de efetividade). Procurava - 
se medir o desempenho por meio do resultado obtido, tornando o orçamento um 
instrumento de gerenciamento para a Administração Pública. Era um processo 
orçamentário que se caracterizava por apresentar duas dimensões do orçamento: 
o objeto do gasto e um programa de trabalho, contendo as ações a serem 
desenvolvidas. Ainda não havia, no entanto, a estreita vinculação com o 
planejamento, e o critério de classificação foi alterado para incorporar o programa 
de trabalho e a classificação por funções. 
Segundo James Giacomoni (2013), o "Orçamento de Desempenho é aquele 
que apresenta os propósitos e objetivos para os quais os créditos se fazem 
necessários, os custos dos programas propostos para atingir aqueles objetivos e 
dados quantitativos que meçam as realizações e o trabalho levado a efeito em cada 
programa". 
 
1.5.3. Orçamento Programa 
 
Esse orçamento foi determinado pela Lei nº 4.320/1964, reforçado pelo 
Decreto-lei nº 200/1967, e teve a primeira classificação funcional-programática 
em 1974, mas foi apenas com a edição do Decreto nº 2.829/1998 e com o primeiro 
PPA 2000-2003 que se tornou realidade. O Orçamento Programa é o atual e mais 
moderno Orçamento Público. Está intimamente ligado ao planejamento, e 
representa o maior nível de classificação das ações governamentais: ele expressa o 
compromisso e as ações do governo para a sociedade, pois indica com clareza os 
objetivos da nação. O Orçamento Programa é um plano de trabalho que integra – 
numa concepção gerencial - planejamento e orçamento com objetivos e metas a 
alcançar. A ênfase do orçamento-programa é nas realizações, e a avaliação de 
resultados abrange a eficácia (alcance das metas) e a efetividade (análise do 
impacto final das ações). É a única técnica que integra planejamento e orçamento e, 
como o planejamento começa pela definição de objetivos, não há Orçamento 
Programa sem definição clara de objetivos. Essa integração é feita através dos 
"programas", que são os ''elos de união" entre planejamento e orçamento. Levem 
para a prova que, atualmente diz-se que o Orçamento Programa é o elo entre 
planejamento, orçamento e gestão, portanto, no Orçamento Programa a ênfase é 
no que se realiza e não no que se gasta. 
@leandroravyelle leandro.ravyelle@gmail.com Leandro Ravyelle Leandro Ravyelle 
 
12 
 
 
Segundo James Giacomoni (2013), são características do Orçamento 
Programa: 
 
• o orçamento é o elo entre o planejamento e o orçamento; 
• a alocação de recursos visa à consecução de objetivos e metas; 
• as decisões orçamentárias são tomadas com base em avaliações e análises 
técnicas de alternativas possíveis; 
• na elaboração do orçamento são considerados todos os custos dos 
programas, inclusive os que extrapolam o exercício; 
• a estrutura do orçamento está voltada para os aspectos administrativos e de 
planejamento; 
• o principal critério de classificação é o funcional-programático; 
• utilização sistemática de indicadores e padrões de medição do trabalho e de 
resultados; 
• o controle visa avaliar a eficiência, a eficácia e a efetividade das ações 
governamentais. 
 
Os programas são organizados no PPA, após a etapa de elaboração da 
"Dimensão Estratégica'' que define diretrizes, objetivos e metas. No orçamento 
anual poderá haver revisão da estrutura programática no âmbito de programas e 
ações, desde que seja autorizado pelo Poder Executivo a revisão do PPA. 
 
O PPA 2016-2019 manteve apenas dois programas, mas alterou suas 
nomenclaturas e conceitos: 
 
• Programas Temáticos: retratam no Plano Plurianual a agenda de Governo 
organizada pelos Ternas das Políticas Públicas e orientam a ação governamental. 
Sua abrangência deve ser a necessária para representar os desafios e organizar a 
gestão, o monitoramento, a avaliação, as transversalidades, as multissetorialidades 
e a territorialidade. O Programa Temático se desdobra em objetivos e iniciativas. 
• Programas de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado: são instrumentos 
do Plano que classificam um conjunto de ações destinadas ao apoio, à gestão e à 
manutenção da atuação governamental, bem como as ações não tratadas nos 
Programas Temáticos por meio de suas iniciativas. 
 
1.5.4. Orçamento Base-Zero 
 
Orçamento Base-Zero surgiu no Texas, Estados Unidos, na década de 1970, 
e nele não há direito adquirido no orçamento. Cada despesa é tratada como uma 
nova iniciativa de despesa, e a cada ano é necessário provar as necessidades de 
orçamento, competindo com outras prioridades e projetos. Inicia-se todo ano, 
partindo do "zero" - daí o nome Orçamento Base-Zero. Memorizem que no 
orçamento Base Zero toda despesa é considerada uma despesa nova , 
independentemente de tratar-se de despesa continuada oriunda de período 
passado ou de uma despesa inédita/ nova. 
O Orçamento Base-Zero exige que o administrador justifique, a cada ano, 
todas as dotações solicitadas em seu orçamento, incluindo alternativas, análise de 
custo, finalidade, medidas de desempenho, e as consequências da não aprovação 
do orçamento. A ênfase é na eficiência, e não se preocupa com as classificações 
@leandroravyelle leandro.ravyelle@gmail.com Leandro Ravyelle Leandro Ravyelle 
 
13 
 
orçamentárias, mas com o porquê de se realizar determinada despesa. O 
Orçamento Base-Zero surgiu para combater o aumento dos gastos e a ineficiência 
na utilização/alocação dos recursos. Sua filosofia é romper com o passado: ele 
deixa de lado os dados históricos de receitas e despesas e exige nova análise e 
justificativa para os gastos, de forma a não perpetuar erros históricos. 
O Orçamento Base-Zero proporciona informações detalhadas quanto aos 
recursos necessários para atingir os fins desejados, além de identificar os gastos 
excessivos e as duplicidades: permite selecionar as melhores alternativas, 
estabelece uma hierarquia de prioridades, reduzir despesas e aumentar a 
eficiência 
na alocação dos recursos. No entanto, sua elaboração é trabalhosa, demorada e 
mais cara, além de desprezar a experiência acumulada pela organização. Exige 
maior comprometimento do gestor e proporciona mais chances de atingir 
objetivos e metas - visto que seleciona as melhores alternativas e equilibra as 
realizações pretendidas com os recursos disponíveis. Essas alternativas agrupam 
um conjunto de gastos denominados "pacotes de decisão", relacionados em ordem 
de prioridade, de forma a facilitar a tomada de decisão. Pacotes de decisão são 
alternativas que contêm custos, benefícios e metas. Cada pacote deve ter seu 
dono/gestor, que deverá justificar, executar e se responsabilizar pelos resultados, 
sem extrapolar os custos autorizados. Pacotes de decisão são criados para facilitar 
a análise das alternativas e a tomada de decisão pela autoridade superior. São 
criados diversos pacotes de decisão, que devem conter: objetivos/metas, custos, 
medidas de avaliação, alternativas, análise custo-benefício. 
 
Cuidado!!! Esse tipo de orçamento é incompatível com qualquer planejamento de 
médio ou longo prazos. 
@leandroravyelle leandro.ravyelle@gmail.com Leandro Ravyelle Leandro Ravyelle 
 
14 
 
 
1.5.5 Orçamento Participativo 
 
O Orçamento Participativo é uma técnica orçamentária em que a alocação 
de alguns recursos contidos no Orçamento Público é decidida com a participaçãodireta da população, ou por meio de grupos organizados da sociedade civil, como a 
associação de moradores. Até o momento, sua aplicação restringe-se ao âmbito 
municipal, e, excepcionalmente, estadual. É um importante espaço de debate e 
decisão político-participativa. Nele, a população interessada decide as prioridades 
de investimentos em obras e serviços a serem realizados, a cada ano, com os 
recursos do orçamento. Essa técnica orçamentária estimula o exercício da 
cidadania, o compromisso da população com o bem público, e gera 
@leandroravyelle leandro.ravyelle@gmail.com Leandro Ravyelle Leandro Ravyelle 
 
15 
 
corresponsabilização entre Governo e sociedade sobre a gestão dos recursos 
públicos. O principal benefício do Orçamento Participativo é a democratização da 
relação do Estado-sociedade com fortalecimento da democracia. Nesse processo, o 
cidadão deixa de ser um simples coadjuvante para ser protagonista ativo da gestão 
pública. 
 
1.5.6 Orçamento Incremental 
 
Segundo o glossário da STN, Orçamento Incremental é o orçamento feito 
por meio de ajustes marginais nos seus itens de receita e despesa. O Orçamento 
Incremental é aquele que, a partir dos gastos atuais, propõe um aumento 
percentual para o ano seguinte, considerando apenas o aumento ou diminuição 
dos gastos, sem análise de alternativas possíveis. Quem utiliza essa técnica 
rudimentar, por meio de negociação política, procura aumentar o orçamento 
obtido no ano anterior. Compõe-se de elementos como receitas e gastos de anos 
anteriores, que serão ajustados por algum índice oficial para se chegar aos valores 
atuais. Pode haver pequenas alterações quanto às metas. Como aspecto positivo, 
esse orçamento exige pouco tempo e pouco esforço para sua elaboração, pois basta 
comparar os itens atuais com as informações do exercício anterior. Como aspecto 
negativo, ele impossibilita a correção de falhas existentes no processo, repetindo, 
assim, os mesmos erros. 
É possível identificar algumas características desse tipo de orçamento: as 
ações não são revisadas anualmente, logo não se compara com alternativas 
possíveis; é baseado no orçamento do último ano, contendo praticamente os 
mesmos itens de despesa, com aumentos e diminuições de valores; o incremento 
de valores ocorre mediante negociação política; é uma técnica rudimentar que foca 
itens de despesas em vez de objetivos de programas. Analisamos esse orçamento 
somente no final do item porque não consideramos o Orçamento Incrementai uma 
técnica orçamentária – visto que um servidor inexperiente, com pequeno 
treinamento, poderia elaborar esse tipo de orçamento com a mesma precisão de 
um profissional experiente. 
 
ATENÇÃO!!! Exceto os orçamentos Tradicional e Incremental, os demais são 
considerados orçamentos/técnicas modernos. 
@leandroravyelle leandro.ravyelle@gmail.com Leandro Ravyelle Leandro Ravyelle 
 
16 
 
@leandroravyelle leandro.ravyelle@gmail.com Leandro Ravyelle Leandro Ravyelle 
 
17 
 
Exercícios 
 
1. Inédita 2017 
Marque a alternativa incorreta dentre as afirmações relacionadas ao Presidente da 
República e à lei orçamentária anual. 
a) A competência do Presidente da República para enviar a lei 
orçamentária anual pode ser considerada privativa, de acordo com a Constituição 
Federal. 
b) A competência do Presidente da República para enviar a lei 
orçamentária anual pode ser considerada exclusiva por ser 
indelegável. 
c) Os projetos de lei do plano plurianual, da lei de diretrizes 
orçamentárias e da lei orçamentária anual são de iniciativa vinculada. 
d) A competência do Presidente da República para enviar a lei 
orçamentária anual pode ser considerada concorrente. 
e) Se um Presidente da República atentar contra a lei orçamentária 
estará cometendo crime de responsabilidade. 
2. (FCC – Analista Judiciário – Contabilidade – TRT/11 - 2017) 
Sobre o Orçamento-Programa é INCORRETO afirmar que 
a) o orçamento é o elo de interação entre o planejamento e as funções executivas 
da organização. 
b) a ênfase está nos meios (o que se compra) e não nas diretrizes, prioridades, 
objetivos e metas. 
c) o controle visa avaliar a eficiência, eficácia e efetividade das ações 
governamentais. 
d) a Lei nº 4.320/1964 contém determinações para a elaboração da Lei 
Orçamentária Anual que são típicas do Orçamento- Programa. 
e) o principal critério de classificação está contido na Portaria STN e 
MOG nº 42/1999. 
 
3. (FCC – Analista Legislativo – Contabilidade – Assembleia Legislativa/PE – 
2014) 
Em relação ao Orçamento Programa, considere: 
I. O orçamento é elo entre o planejamento e as funções executiva da 
organização. 
II. A alocação dos recursos visa o atendimento ao plano político de 
governo definido pelo gestor público. 
III. O controle visa avaliar a eficiência, a eficácia e a efetividade das 
ações governamentais. 
IV. Na elaboração do orçamento são considerados todos os custos do 
programa, inclusive os que extrapolam o exercício. 
V. A estrutura do orçamento está voltada para os aspectos financeiros e de 
planejamento. 
É correto o que se afirma APENAS em 
(A) I, II e III. 
(B) I, III e IV. 
(C) II, III e IV. 
(D) II, IV e V. 
(E) III, IV e V. 
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18 
 
 
4. (FCC – Analista Judiciário – Judiciária - TRT/16 - Maranhão –2014) 
O orçamento corresponde ao principal instrumento da Administração pública para 
traçar programas, projetos e atividades para um período financeiro. Sobre 
orçamento público é INCORRETO afirmar: 
(A) É dividido em três aspectos pela doutrina contábil: financeiro, 
econômico e jurídico. 
(B) É o documento no qual é previsto o valor monetário que, num 
período determinado (geralmente 1 ano), deve “entrar e sair dos cofres públicos 
(receitas e despesas), com especificação de suas principais fontes de financiamento 
e das categorias de despesas mais relevantes”. 
(C) É o demonstrativo orgânico da economia pública, representando o retrato real 
da vida do Estado onde o governo terá de decidir quanto, em que e como vai gastar 
o dinheiro que arrecadará dos contribuintes. 
(D) É a lei da iniciativa do Poder Legislativo e, aprovada pelo poder Executivo, que 
estima receita e fixa despesa para o exercício financeiro. 
(E) Sistema orçamentário é a estrutura formada por organizações, pessoas, 
informações, tecnologia, normas e procedimentos necessários ao cumprimento das 
funções fixadas para a Administração pública. 
 
5. (FCC – Analista de Planejamento e Orçamento – SEAD/PI - 2013) 
No processo de elaboração da proposta orçamentária, um governo estadual, para 
distribuição dos recursos disponíveis entre as unidades orçamentárias, parte dos 
níveis atuais de operações e despesas de cada uma delas e analisa os acréscimos 
solicitados e suas respectivas 
justificativas, tendo por base a classificação por elementos de 
despesa. Neste caso, o governo estadual utiliza o 
(A) Orçamento Tradicional. 
(B) Sistema de Planejamento, Programação e Orçamento. 
(C) Orçamento Programa. 
(D) Orçamento de Base Zero. 
(E) Orçamento de Desempenho. 
 
6. (FCC – Técnico Judiciário - Administrativa – TRT 4ª – 2011) Em 
relação a conceito de Orçamento Público, considere as afirmativas 
abaixo: 
I. O Orçamento Público é uma lei formal, isto é, ela obriga o Poder 
Público a realizar uma despesa autorizada pelo Legislativo. 
II. O Orçamento Público é uma lei temporária, pois tem vigência 
limitada a quatro anos. 
III. O conceito tradicional ou clássico de Orçamento Público compreende apenas a 
fixação da despesa e a previsão da receita, sem nenhuma espécie de planejamento 
das ações do governo. 
IV. O Orçamento Público é uma lei especial que possui processo legislativo 
diferenciado e trata de matéria específica. 
V. O orçamento-programaé um plano de trabalho que estabelece objetivos e metas 
a serem implementados, bem como a previsão dos custos a ele relacionados. 
Estão corretas, SOMENTE: 
(A) II e IV. 
(B) I, II e IV. 
(C) III, IV e V. 
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19 
 
(D) I, II, III e IV. 
(E) II, III, IV e V. 
 
7. (FCC - Analista de Controle Externo – TCE/AP - 2012) 
Um plano de governo como instrumento de gestão no qual não se adota programa 
de trabalho, projetos, atividades, nem objetivos a atingir e cujo principal critério de 
distribuição dos recursos a disposição do governo é o montante de gastos do 
exercício financeiro anterior, ajustado em algum percentual discricionário, é 
conhecido como orçamento: 
a) clássico ou tradicional. 
b) programa. 
c) de desempenho. 
d) base zero. 
e) variável. 
 
8. (FCC – Analista Judiciário - Administrativa – TRF 1ª – 2011) 
Com relação aos tipos de orçamentos, considere as afirmativas abaixo: 
I. No orçamento de tipo tradicional há grande preocupação com a clareza dos 
objetivos econômicos e sociais que motivaram a elaboração da peça orçamentária. 
II. O orçamento base-zero exige a reavaliação de todos os programas cada vez que 
se inicia um novo ciclo orçamentário e não apenas as das solicitações que 
ultrapassam o nível de gasto já existente. 
III. O orçamento-programa considera os objetivos que o Governo pretende atingir, 
num prazo pré-determinado. 
IV. O orçamento de desempenho não pode ser considerado um orçamento - 
programa, pois não incorpora o controle contábil do gasto e o detalhamento da 
despesa. 
V. No orçamento-programa a alocação dos recursos para unidades 
orçamentárias se dá com base na proporção dos recursos gastos em exercícios 
anteriores. 
Está correto o que se afirma SOMENTE em: 
(A) I e IV. 
(B) I, III e IV. 
(C) II, III e V. 
(D) I, III, IV e V. 
(E) II e III. 
 
9. CESPE – TCE/PA 2016 
Julgue o item seguinte, relativo ao orçamento público. 
Cabe ao governo executar as funções econômicas exercidas pelo Estado, as quais se 
dividem em alocativa, distributiva e estabilizadora. 
Certo Errado 
 
10. CESPE – TCE(SC) 2016 
Acerca das funções, dos princípios e dos principais documentos relacionados ao 
orçamento público, julgue o próximo item. 
O orçamento público viabiliza a intervenção do governo na atividade econômica 
com vistas à geração de emprego e renda. 
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20 
 
 
Certo Errado 
 
11. CESPE – DPU 2016 
 
A respeito de orçamento público, julgue o item que se segue. 
A função alocativa do orçamento visa à intervenção do governo na economia, com 
o objetivo de diminuir as desigualdades sociais no que se refere ao acesso a renda, 
bens e serviços públicos e benefícios da vida em sociedade. 
Certo Errado 
 
12. CESPE – TCE (PR) 2016 
 
A função do orçamento público que visa melhorar a posição de algumas pessoas 
em detrimento de outras e, com isso, corrigir falhas do mercado é denominada 
função 
a) controladora. 
b) alocativa. 
c) distributiva. 
d) estabilizadora. 
e) econômica. 
 
 
Gabarito 
1 2 3 4 5 6 
D B B D A C 
7 8 9 10 11 12 
A E C C E C 
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21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 2 
Princípios 
orçamentários 
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22 
 
Segundo o MCASP, Os Princípios Orçamentários visam estabelecer 
diretrizes norteadoras básicas, a fim de conferir racionalidade, eficiência e 
transparência para os processos de elaboração, execução e controle do orçamento 
público. Válidos para os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todos os 
entes federativos – União, estados, Distrito Federal e municípios – são 
estabelecidos e disciplinados por normas constitucionais, infraconstitucionais e 
pela doutrina. 
 
2.1. UNIDADE OU TOTALIDADE 
 
Previsto, de forma expressa, pelo caput do art. 2º da Lei no 4.320/1964, 
determina existência de orçamento único para cada um dos entes federados – 
União, estados, Distrito Federal e municípios – com a finalidade de se evitarem 
múltiplos orçamentos paralelos dentro da mesma pessoa política. Dessa forma, 
todas as receitas previstas e despesas fixadas, em cada exercício financeiro, devem 
integrar um único documento legal dentro de cada esfera federativa: a Lei 
Orçamentária Anual (LOA). O que configura esse princípio é a esfera de Governo/ 
Unidade da Federação (que deve ter apenas um único orçamento anual), e não 
órgão/Unidade Orçamentária. Luiz Rosa Junior (2005) explica que "a concepção 
tradicional do princípio da unidade significava que todas as despesas e receitas do 
Estado deveriam estar reunidas em um só documento". Também é denominado 
princípio da totalidade por ser composto pelos: Orçamento Fiscal; Orçamento de 
Investimento; Orçamento da Seguridade Social - e ao mesmo tempo consolidar os 
orçamentos dos diversos órgãos e Poderes de forma que permita a cada Governo 
uma visão geral do conjunto das finanças públicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.2. UNIVERSALIDADE 
 
Estabelecido, de forma expressa, pelo caput do art. 2º da Lei nº 4.320/ 
1964, recepcionado e normatizado pelo § 5º do art. 165 da Constituição Federal, 
determina que a LOA de cada ente federado deverá conter todas as receitas e 
despesas de todos os poderes, órgãos, entidades, fundos e fundações instituídas e 
mantidas pelo Poder Público. Ele determina que o orçamento deve considerar 
todas as receitas e todas as despesas, e nenhuma instituição governamental deve 
ficar afastada do orçamento. 
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23 
 
Amplamente aceito pelos tratadistas, esse princípio, segundo James Giacomoni 
(2013), 
[ ... ] permite ao legislativo: 
a) conhecer a priari todas as receitas e despesas do Governo e dar prévia autorização 
para a respectiva arrecadação e realização; 
b) impedir ao Executivo a realização de qualquer operação de receita e despesa sem 
prévia autorização parlamentar; 
c) conhecer o exato volume global das despesas projetadas pelo Governo, a fim de 
autorizar a cobrança dos tributos estritamente necessários para atendê-las. 
 
Exceção: Orçamento operacional das Empresas Estatais INDEPENDENTES; e 
ingressos/ dispêndios extraorçamentários (ver Súmula 66 do STF). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.3. ANUALIDADE OU PERIODICIDADE 
 
Estipulado, de forma literal, pelo caput do art. 2º da Lei no 4.320/1964, 
delimita o exercício financeiro orçamentário: período de tempo ao qual a previsão 
das receitas e a fixação das despesas registradas na LOA irão se referir. Segundo o 
art. 34 da Lei nº 4.320/1964, o exercício financeiro coincidirá com o ano civil, ou 
seja, de 1º de janeiro a 31 de dezembro de cada ano. 
Exceção: A autorização e abertura de créditos especiais e extraordinários se 
promulgados nos últimos quatro meses do ano, conforme art. 167, § 2, da CF: "os 
créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que 
forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro 
meses, casos em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao 
orçamento do exercício financeiro subsequente". 
 
2.4. EXCLUSIVIDADE 
 
Previsto no § 8º do art. 165 da Constituição Federal, estabelece que a LOA 
não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa. 
Ressalvam-se dessa proibição a autorização para abertura de crédito suplementar 
e a contratação de operações de crédito, nos termos da lei. A Lei de Orçamento 
deverá tratar apenas de matéria financeira, excluindo-se dela qualquer outro 
dispositivo estranho. Assim, não pode o texto da lei orçamentária instituir tributo, 
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24 
 
por exemplo, nem qualquer outra determinação que fuja às finalidades específicas 
de previsão de receita e fixação de despesa. 
 
Exceção: Autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de 
operações de crédito, ainda que por antecipação da receita (ARO ou outra 
operação de crédito). A autorização da LOA não se aplica a todos os créditos 
adicionais; aplica-se somente a uma de suas espécies: os créditos suplementares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.5. ORÇAMENTO BRUTO 
 
Previsto pelo art. 6º da Lei no 4.320/ 1964, obriga registrarem-se receitas e 
despesas na LOA pelo valor total e bruto, vedadas quaisquer deduções. Procura -se 
com esta norma impedir a inclusão de importâncias líquidas, ou seja, descontando 
despesas que serão efetuadas por outras entidades e, com isso, impedindo sua 
completa visão, conforme preconiza o princípio da universalidade. Tanto o 
princípio da universalidade como o do Orçamento Bruto contêm "todas as receitas 
e todas as despesas". A diferença consiste em que apenas o Orçamento Bruto 
contém a expressão pelos seus totais. 
 
2.6. LEGALIDADE 
 
Apresenta o mesmo fundamento do princípio da legalidade aplicado à 
administração pública, segundo o qual cabe ao Poder Público fazer ou deixar de 
fazer somente aquilo que a lei expressamente autorizar, ou seja, subordina -se aos 
ditames da lei. O orçamento anual materializa-se numa lei, a Lei Orçamentária 
Anual (LOA), e nenhuma despesa poderá ser realizada se não for autorizada pela 
LOA ou mediante créditos adicionais. Portanto, o gestor público somente poderá 
realizar as despesas autorizadas pela lei. 
 
Cuidado!!! Há autores e professores que colocam a edição de Medida Provisória 
para abertura de créditos extraordinários como uma exceção ao princípio da 
legalidade. 
 
2.7. PUBLICIDADE 
 
Princípio básico da atividade da Administração Pública no regime 
democrático, está previsto no caput do art. 37 da Magna Carta de 1988. Justifica -se 
especialmente pelo fato de o orçamento ser fixado em lei, sendo esta a que autoriza 
aos Poderes a execução de suas despesas. É um dos princípios fundamentais que 
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25 
 
regem a Administração Pública (art. 37 da CF /1988). Tem o objetivo de levar os 
atos praticados pela Administração ao conhecimento de todos. A publicidade legal 
faz-se através do Diário Oficial, podendo também abranger jornais, internet etc. Foi 
reforçado como princípio orçamentário pela CF/1988, amparado pelo art. 165, § 
3º: 
 
"O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, 
o relatório resumido da execução orçamentária"; e do art. 165, §6º,que exige que o 
projeto da lei orçamentária venha acompanhado de "demonstrativo regionalizado 
do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrentes de isenções, anistias, remissões, 
subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia". 
A partir do ano 2000 foi fortalecido por vários dispositivos da Lei de 
Responsabilidade Fiscal. 
 
2.8. TRANSPARÊNCIA 
 
Aplica-se também ao orçamento público, pelas disposições contidas nos 
arts. 48, 48-A e 49 da LRF, que determinam ao governo, por exemplo: divulgar o 
orçamento público de forma ampla à sociedade; publicar relatórios sobre a 
execução orçamentária e a gestão fiscal; disponibilizar, para qualquer pessoa, 
informações sobre a arrecadação da receita e a execução da despesa. 
 
2.9. NÃO-VINCULAÇÃO (NÃO-AFETAÇÃO) DA RECEITA DE IMPOSTOS 
 
O inciso IV do art. 167 da CF/1988 veda vinculação da receita de impostos a 
órgão, fundo ou despesa, salvo exceções estabelecidas pela própria Constituição 
Federal, in verbis: 
 
Art. 167. São vedados: [...] 
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a 
repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 
159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para 
manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da 
administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, §2º, 
212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de 
receita, previstas no art. 
165, §8o, bem como o disposto no §4o deste artigo; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 42, de 19.12.2003); [...] 
§4º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se 
referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e 
b, e II, para a prestação de garantia ou contra garantia à União e para pagamento de 
débitos para com esta. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993). 
 
Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa, 
a capacitação científica e tecnológica e a inovação. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 85, de 2015) 
§ 5º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de sua receita 
orçamentária a entidades públicas de fomento ao ensino e à pesquisa científica e 
tecnológica. 
@leandroravyelle leandro.ravyelle@gmail.com Leandro Ravyelle Leandro Ravyelle 
 
26 
 
São exemplos de ressalvas estabelecidas pela própria Constituição as 
relacionadas à repartição do produto da arrecadação dos impostos aos Fundos de 
Participação dos Estados (FPE) e Fundos de Participação dos Municípios (FPM), 
Fundos de Desenvolvimento das Regiões Norte (FNO), Nordeste (FNE) e Centro - 
Oeste (FCO), bem como à destinação de recursos para as áreas de saúde e 
educação, além do oferecimento de garantias às operações de crédito por 
antecipação de receitas. Ressalta-se, que há diversas receitas que são excetuadas à 
regra constitucional, e que não foram citadas neste capítulo. 
Esse princípio refere-se apenas aos impostos – não inclui taxas e 
contribuições. O princípio da não afetação de receitas determina que as receitas de 
impostos não sejam previamente vinculadas a determinadas despesas, a fim de que 
estejam livres para sua alocação racional, no momento oportuno, conforme as 
prioridades públicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.10. Princípio da especificação, especialização ou discriminação 
 
Essa regra opõe-se à inclusão de valores globais, de forma genérica, 
ilimitados e sem discriminação, e ainda, o início de programas ou projetos não 
incluídos na LOA; e exige o detalhamento das projeções de receitas e despesas. 
Esse princípio está consagrado no§ Iº do art. 15 da Lei nº 4.320/1964: 
 
"Na lei de orçamento a discriminação da despesa far-se-á no mínimo por elementos; 
§ 1 Entende-se por elementos o desdobramento da despesa com pessoal, material, 
serviços, obras e outros meios de que se serve a Administração Pública para 
consecução dos seus fins". 
 
Também encontra amparo legal no art. 5º da Lei nº 4.320/1964: 
"a lei de orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender 
indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências 
ou quaisquer outras, ressalvado o disposto no art. 20 e seu parágrafo único". 
@leandroravyelle leandro.ravyelle@gmail.com Leandro Ravyelle Leandro Ravyelle 
 
27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exceção: 1 - art. 20, parágrafo único, da Lei nº 4.320/1964: 
"Os programas especiais de trabalho que, por sua natureza, não possam cumprir -se 
subordinadamente às normas gerais de execução da despesa poderão ser 
custeadas por dotações globais,classificadas entre as Despesas de Capital. 
 
Exceção: 2- art. 5 , lll, b, da LRF, que trata da reserva de contingência, que é uma 
dotação global para atender a passivos contingentes e outras despesas imprevistas. 
 
2.11. Quantificação dos Créditos Orçamentários 
 
Alguns autores citam como princípio a Quantificação dos Créditos 
Orçamentários, amparados no art.l67, VII, da CF /1988 e no art. 59 da Lei nº 
4.320/1964. Ocorre que, quando se faz a especificação/discriminação 
obrigatoriamente os créditos estão sendo quantificados. Dessa forma, a 
"quantificação" tanto pode ser cobrada dentro desse princípio da "especificação, 
especialização, discriminação", ou como princípio separado, da "quantificaçã o dos 
créditos", cuja finalidade é vedar a concessão de créditos ilimitados. 
 
2.12. Princípio da Transparência 
 
Os novos Manuais da STN/SOF incluíram o princípio da transparência 
apoiado nos arts. 48, 48-A e 49 da LRF, que determinam ao Governo divulgar o 
Orçamento Público de forma ampla à sociedade; publicar relatórios sobre a 
execução orçamentária e a gestão fiscal; disponibilizar, para qualquer pessoa, 
informações sobre a arrecadação da receita e a execução da despesa. Assim, os 
itens da LRF tanto podem ser cobrados dentro do princípio da publicidade ou 
separadamente como princípio da transparência - e visam criar condições para o 
exercício do controle social sobre os gastos públicos. 
 
2.13. Princípio do equilíbrio 
 
Este princípio está consagrado no art 4º-, inciso I, alínea a, da LRF que 
determina que a LDO disporá sobre o equilíbrio entre receita e despesa. Ele 
estabelece que a despesa fixada não pode ser superior à receita prevista, ou seja, 
deve ser igual à receita prevista. A finalidade desse princípio é deter o crescimento 
@leandroravyelle leandro.ravyelle@gmail.com Leandro Ravyelle Leandro Ravyelle 
 
28 
 
desordenado dos gastos governamentais e impedir o déficit orçamentário. 
Praticamente em todos os anos esse princípio é apenas formalmente atendido nas 
LOAs, visto que o "equilíbrio" é mantido com as operações de crédito nele contidas 
e autorizadas - que são na verdade empréstimos que escondem o déficit existente. 
O princípio do equilíbrio é aferido no momento da aprovação do orçamento, e não 
durante sua execução. Durante a execução o equilíbrio será perseguido, mas não 
será exato porque a execução comporta variações envolvendo receitas e despesas. 
 
2.14. Princípios do planejamento e da programação 
 
Esses princípios são modernos e recentes. O princípio do planejamento, de 
acordo com a Constituição Federal de 1988, art. 165, § 1", refere-se à 
obrigatoriedade de elaboração do Plano Plurianual (PPA), e a obrigatoriedade de 
todos os planos e programas nacionais, regionais e setoriais serem elaborados em 
consonância com ele (art. 165, § 4º), reforçado pela LRF, art. 1º, § 1º, que exige a 
ação planejada: "a responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e 
transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o 
equilíbrio das contas públicas". 
Haja vista a importância do planejamento plurianual para a Administração 
Pública, ele obrigatoriamente deverá ser aprovado mediante lei, não sendo 
admitida sua formalização mediante Medida Provisória (CF /1988, art. 62, § 1º, d). 
O principio da programação surgiu a partir da instituição do orçamento -programa, 
e apregoa que o orçamento deve evidenciar os programas de trabalho, servindo 
como instrumento de administração do Governo, facilitando a fiscalização, 
gerenciamento e planejamento. Todas as despesas são inseridas no Orçamento sob 
a forma de programa. Programa é o instrumento que o Governo utiliza para 
organizar suas ações de maneira lógica e racional, a fim de otimizar a aplicação dos 
recursos públicos e maximizar os resultados para a sociedade. Como o "programa" 
é o elo entre planejamento e orçamento, esses princípios são apresentados juntos. 
 
2.15. Princípio do não estorno 
 
Esse princípio encontra-se expressamente previsto no art. 167, VI, da CF: 
"é vedado: a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma 
categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia 
autorização legislativa". 
O administrador público não pode, portanto, remanejar ou transferir verbas 
de um órgão para outro nem alterar a categoria de programação sem prévia 
autorização legislativa. Se houver insuficiência orçamentária ou carência de novas 
dotações, deve-se recorrer à abertura de crédito suplementar ou especial, 
mediante autorização do Poder Legislativo, contida na própria LOA ou em lei 
específica de crédito adicional. A exceção é apenas de uma categoria de 
programação para outra, não sendo válida de um órgão para outro. 
 
Exceção: 1. 
O § 5" do art. 167 permite a transposição, remanejamento ou transferência 
de recursos de uma categoria para outra para atividades de ciência, tecnologia e 
inovação, mediante ato direto do Poder Executivo. 
 
Exceção: 2. 
@leandroravyelle leandro.ravyelle@gmail.com Leandro Ravyelle Leandro Ravyelle 
 
29 
 
O Poder Executivo pode transpor, remanejar, transferir- se decorrente de 
extinção, transformação, transferência, incorporação ou desmembramento de 
órgãos/ entidades (ou alterações de suas competências/atribuições), mantida a 
categoria de programação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.16. Principio da clareza ou Inteligibilidade 
 
De caráter meramente formal. o princípio da clareza exige que a linguagem 
orçamentária seja clara e de fácil entendimento; exige que as informações 
orçamentário-financeiras sejam divulgadas em linguagem facilitada, de forma que 
as pessoas comuns consigam entendê-las. Traz implícita a finalidade de facilitar o 
controle social, proporcionando a todos sua compreensão mediante uma 
linguagem facilitada. 
O prof. Lino Martins da Silva ( 1996) utilizou o conceito de princípios 
substanciais para identificar os seguintes princípios: 
anualidade, unidade, universalidade, equilíbrio e exclusividade. 
 
 
Exercícios 
1 (FCC – Técnico Judiciário – Administrativa – TRT/RS - 2015) 
De acordo com o princípio orçamentário da universalidade, a Lei Orçamentária 
Anual deve conter todas as receitas e despesas do Estado, não alcançando, 
contudo, as 
(A) receitas provenientes de operações de crédito. 
(B) despesas e receitas operacionais das empresas estatais. 
(C) despesas dos poderes judiciário e legislativo. 
(D) despesas correntes. 
(E) despesas decorrentes de projetos inseridos no Plano Plurianual. 
 
2 (FCC – Analista Judiciário – Administrativa – TRE/SP - 2017) 
A Lei Orçamentária Anual, para o exercício de 2017, de determinado ente público 
previu receitas e fixou despesas no valor de R$ 2.750.600.000. Não constou na Lei 
Orçamentária as despesas com pessoal a serem realizadas pelo respectivo Poder 
Legislativo, sob a alegação de que muitos servidores seriam demitidos a partir de 
@leandroravyelle leandro.ravyelle@gmail.com Leandro Ravyelle Leandro Ravyelle 
 
30 
 
janeiro de 2017, portanto, não seria possível fixar o montante exato de tais 
despesas. Nestas condições, a Lei Orçamentária NÃO atendeu ao princípio 
orçamentário da 
(A) exclusividade. 
(B) unidade. 
(C) universalidade. 
(D) moralidade. 
(E) transparência. 
3 (FCC – Analista Judiciário – Contabilidade – TRT/11 - 2017) 
Sobre os princípios orçamentários, é correto afirmar que o princípio 
a) do orçamento bruto determina que, na lei orçamentária, deverá existir 
equilíbrio entre os montantes totais de receitas e despesas. 
b) da universalidade estabelece que devem constar na lei orçamentária todas as 
receitas e todas as despesas. 
c) do equilíbrio orçamentário estabelece que tanto as receitas quanto as despesasdevem ser apresentadas pelos seus valores totais, sem deduções ou compensações. 
d) da anualidade estabelece a inexistência de orçamentos paralelos dentro de uma 
mesma esfera de governo. 
e) da periodicidade estabelece que é vedada a inclusão de assuntos não 
relacionados à previsão de receita e à fixação de despesas nas leis orçamentárias, 
isto é, são vedadas as caudas orçamentárias. 
 
4 (FCC – Analista Judiciário – Contabilidade – TRE/SP - 2017) 
Na Lei Orçamentária Anual - LOA, para o exercício de 2017, de determinado ente 
público, as receitas e despesas foram discriminadas de forma a evidenciar a 
política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo obedecendo 
aos princípios orçamentários. Com relação aos princípios orçamentários é correto 
afirmar: 
a) Unidade − o orçamento deve ser uno, ou seja, cada Poder 
(Executivo, Legislativo e Judiciário) deve ter sua Lei Orçamentária 
Anual específica. 
b) Universalidade - determina que a LOA de cada ente federado deverá conter 
todas as receitas e despesas de todos os poderes, órgãos, entidades, fundos e 
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público. 
c) Exclusividade − estabelece que a LOA não conterá dispositivo estranho à 
previsão da receita e à fixação da despesa. 
Ressalvam-se dessa proibição a autorização para contratação de pessoal, para área 
da saúde e educação. 
d) Orçamento Bruto − obriga registrarem-se receitas e despesas na 
LOA pelo valor total e bruto, vedadas quaisquer deduções. Ressalvam-se dessa 
proibição os valores que se referirem às transferências constitucionais. 
e) Anualidade − delimita a execução das receitas e despesas de capital a um 
período de doze meses, a contar da aprovação da LOA pelo Poder Legislativo. 
5 (FCC - Analista Judiciário – Administrativa – TRF/3 – 2016) 
Um analista judiciário examinou o orçamento previsto para o Poder Judiciário 
referente ao exercício de 2015 e verificou que a peça orçamentária abordou 
aspecto relacionado ao cumprimento do princípio orçamentário da exclusividade. 
Ele chegou a essa conclusão porque a peça orçamentária 
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31 
 
(A) incluiu todas as receitas e todas as despesas. 
(B) foi elaborada para um período determinado. 
(C) autorizou a contratação de operação de crédito. 
(D) conteve dotações específicas para despesas com pessoal. 
(E) foi autorizada pelo Poder Legislativo. 
 
6 (FCC - Analista Judiciário – Contadoria – TRF/3 – 2016) 
Um Analista Judiciário − Especialidade Contadoria verificou a peça orçamentária 
do Poder Judiciário Federal e constatou que foi incluída a concessão de isenção 
para determinadas taxas judiciais. Esse aspecto feriu o princípio orçamentário da 
(A) especificação. 
(B) programação. 
(C) universalidade. 
(D) exclusividade. 
(E) clareza. 
 
7 (FCC - Analista Judiciário – Administrativa – TRE/SE– 2016) 
Na elaboração do orçamento público da União, que inclui o TRE/SE, foram 
adotadas as seguintes medidas: 
I. Não houve consignação de dotação global destinada a atender indiferentemente 
a despesa de pessoal. 
II. Somente constou matéria relacionada à previsão de receita e fixação de despesa. 
III. Do orçamento constaram todas as receitas e despesas. 
 
Essas medidas correspondem, respectivamente, ao atendimento aos princípios 
orçamentários da 
(A) exclusividade, orçamento bruto e universalidade. 
(B) especificação, exclusividade e universalidade. 
(C) exclusividade, especificação e anualidade. 
(D) especificação, exclusividade e anualidade. 
(E) especificação, anualidade e universalidade. 
 
8 (FCC – Analista do Tesouro Estadual – SEFAZ/PI – 2015) 
Ao estudar o orçamento anual do Estado do Piauí, um Analista do Tesour o Estadual 
verificou que foram selecionados os objetivos a serem alcançados, bem como 
determinadas as ações para o alcance de tais fins. Tais aspectos evidenciam o 
atendimento ao princípio orçamentário da 
(A) programação. 
(B) clareza. 
(C) exclusividade. 
(D) universalidade. 
(E) legalidade. 
 
9 (FCC – Consultor Legislativo – Tributário, Financeiro e Cidadania – 
Assembleia Legislativa/PE – 2014) 
Um determinado Estado brasileiro aumentou, de 17% para 20%, a alíquota do 
ICMS incidente sobre operações internas de circulação de mercadorias. A lei 
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32 
 
ordinária estadual que majorou esse tributo, durante um ano, estabeleceu 
expressamente que o aumento da receita proveniente dessa majoração seria 
investido, necessariamente, em obras públicas de infraestrutura para os jogos da 
Copa do Mundo de 2014. Considerando as informações acima e as normas 
constitucionais que estabelecem regras orçamentárias, é 
(A) permitida essa vinculação, desde que a lei que majorou o tributo especifique as 
causas do aumento e desde que ele seja feito por prazo de tempo determinado. 
(B) permitida essa vinculação, desde que haja anuência expressa dos 
Municípios localizados nesse Estado, aos quais cabem 25% da receita do ICMS. 
(C) vedada a vinculação de receita de imposto a uma determinada despesa, 
ressalvados os casos expressamente previstos no texto constitucional. 
(D) permitida essa vinculação, desde que 75%, pelo menos, dos 
Municípios localizados nesse Estado concordem em não receber a quota parte de 
25% que lhes pertence na arrecadação desse imposto. 
(E) vedada essa vinculação, pois não foi feita mediante a edição de lei 
complementar, como determina a Constituição Federal, mas por lei ordinária. 
10 (FCC – Analista Judiciário – Administrativa –TRT/9ª- 2013) 
Ao assumir o cargo de prefeito, o Sr. José Silva não conseguia compreender por que 
o orçamento da Fundação de Amparo à Criança e ao Adolescente, fundação 
instituída e mantida pelo poder público municipal, deveria estar contido na Lei 
Orçamentária Anual do Município. O princípio orçamentário que deve ser utilizado 
para justificar a inclusão do orçamento da fundação na Lei Orçamentário 
Anual do Município é o 
(A) da unidade. 
(B) da anualidade. 
(C) da exclusividade. 
(D) do orçamento bruto. 
(E) da não-vinculação das receitas de impostos. 
 
11 (CESPE – Auditor de Contas Públicas – TCE/PB – 2018) 
A CF prevê, expressamente, o princípio orçamentário 
a) da uniformidade. 
b) da exclusividade. 
c) do orçamento bruto. 
d) da programação. 
e) da participação. 
 
 
12 (CESPE – Auditor de Contas Públicas – TCE/PB – 2018) 
Com relação aos princípios que regem a atividade financeira do Estado, assinale a 
opção correta. 
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33 
contemple a possibilidade de que a despesa não esteja antecipadamente prevista. 
d) Segundo o princípio da não vinculação da receita derivada dos impostos, lei 
específica não poderá tratar de várias espécies de incentivos fiscais relativas a 
tributos diversos e ao mesmo tempo cuidar de matérias afins. 
e) A anualidade orçamentária exige que o orçamento deva ser aprovado antes do 
início do exercício financeiro, evitando que a lei nova possa atingir fatos passados. 
 
a) De acordo com o princípio da unidade, os programas e projetos devem ser 
estabelecidos em um único sistema ou método orçamentário, ainda que não haja 
unidade documental. 
b) A vedação à inclusão das chamadas caudas orçamentárias na lei que fixa as 
receitas e despesas decorre do princípio da universalidade. 
c) Os programas de duração continuada devem constar do plano plurianual e são 
regidos pelo princípio da programação, embora, quanto à liberação de recursos, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito 
1 2 3 4 5 
B C B B C 
6 7 8 9 10 
D B A C A 
11 12 
B A 
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34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 3 
Leis 
orçamentárias 
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35 
 
3.1 Lei Orçamentária Anual (LOA) 
A Lei Orçamentária Anual (LOA) é o produto final do processo orçamentário 
coordenado pela Secretaria de Orçamento Federal (SOF). Ela abrange apenas o 
exercício financeiro a que se refere e é o documento legal que contém a previsão de 
receitas e autorização de despesas a serem realizadas no exercício financeiro. A Lei 
Orçamentária Anual é uma lei ordinária formal, pois percorre todo o processo 
legislativo (discussão, votação, aprovação, publicação), mas não o é em sentido 
material, pois dela não se origina nenhum Direito Subjetivo. 
A Lei Orçamentária Anual é um instrumento de planejamento que 
operacionaliza no curto prazo os programas contidos no Plano Plurianual. O 
projeto de Lei Orçamentária Anual contempla, conforme selecionado pela LDO, as 
prioridades contidas no Plano Plurianual (PPA) e as metas que deverão ser 
atingidas no exercício financeiro. A lei orçamentária disciplina todas as ações do 
Governo Federal. É com base nas autorizações da Lei Orçamentária Anual que 
as despesas do exercício são executadas. A LOA é de iniciativa privativa do chefe 
do Poder Executivo e deve estar compatível com a CF/1988, com a LRF, com a Lei 
nº 4.320/1964, com o PPA e com a LDO. O projeto de Lei Orçamentária Anual deve 
ser enviado pelo Presidente da República ao Poder Legislativo até o dia 31 de 
agosto de cada ano e deve ser aprovado até o final da sessão legislativa (22 de 
dezembro). A vigência da LOA abrange somente o exercício financeiro a que se 
refere: 1 ºde janeiro a 31 de dezembro. 
 
3.1.1 Composição e estrutura do Orçamento Público Atual 
A Constituição Federal de 1988, art. 165, determina que a Lei Orçamentária 
Anual compreenderá o Orçamento Fiscal, o de Investimento das Empresas Estatais 
e o da Seguridade Social, explicando cada tipo de orçamento: 
1. Orçamento Fiscal, referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e 
entidades da Administração Direta e Indireta, inclusive fundações 
instituídas e mantidas pelo Poder Público. Por sua abrangência e dimensão, 
o Orçamento Fiscal é considerado o mais importante dos três orçamentos. 
Alguns autores consideram um "exagero" a amplitude concedida pela 
Constituição Federal ao conteúdo do Orçamento Fiscal, haja vista incluir 
empresas públicas e sociedades de economia mista dependentes. 
 
Atenção!!! O Orçamento das Empresas Estatais independentes não faz parte do 
Orçamento Fiscal nem do Orçamento da Seguridade Social. O Orçamento 
Operacional das Empresas Estatais independentes faz parte do Programa de 
Dispêndios Globais, cuja aprovação ocorre diretamente por decreto do Poder 
Executivo. 
 
2. Orçamento de Investimento das empresas em que a União, direta ou 
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto. 
Estatal independente é aquela que não depende de recursos do ente público 
controlador, ou seja, é uma empresa autossustentável (as estatais 
dependentes são as que recebem algum tipo de recurso para garantir suas 
despesas). Não perdem a denominação de estatal independente, no entanto, 
aquelas empresas públicas ou sociedades de economia mista que recebam 
recursos da União apenas para: participação acionária; fornecimento de 
bens ou prestação de serviços; pagamento de empréstimos e 
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36 
 
financiamentos concedidos; e transferência para aplicação em programas 
de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro - 
Oeste, ou para financiar programas de desenvolvimento econômico através 
do BNDES. Esse orçamento abrange tão somente as empresas estatais 
independentes. As estatais dependentes estão inclusas no Orçamento Fiscal. 
As sociedades de economia mista, em regra, são estatais independentes: 
integram o orçamento de investimentos; se forem dependentes, integrarão 
o Orçamento Fiscal e da Seguridade Social. Além disso, memorizem que 
uma empresa estatal pode ser independente num ano e se tornar 
dependente em outro - e vice-versa. 
 
3. Orçamento da Seguridade Social abrange todas as entidades e órgãos a 
ele vinculados, da Administração Direta ou Indireta, bem como os fundos e 
fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. Esse orçamento 
compreende as despesas relativas à Saúde, à Previdência e à Assistência 
Social. Embora pertençam a esferas orçamentárias diferentes, o Orçamento 
Fiscal e da Seguridade Social integram um mesmo conjunto de programas e 
ações orçamentárias, denominado Orçamento Fiscal e da Seguridade Social. 
Esse orçamento compreende as despesas relativas à saúde, previdência e 
assistência social de todos os órgãos, entidades e fundos a ela vinculados, e 
não apenas as despesas daqueles que fazem parte da seguridade social. 
Assim, os órgãos, entidades, fundos e empresas dependentes estarão 
recebendo dotação do orçamento da Seguridade Social para as despesas 
com saúde, previdência e assistência; e dotações do orçamento fiscal para 
as demais despesas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Poderes/Órgãos 
Entidades 
Fundos 
Empresas 
Dependentes 
 
 
 
Inclusos nos dois 
Orçamentos 
 
 
Orçamento da Seguridade 
Social 
 
 
 
 
Orçamento Fiscal 
 
Para as Despesas com: 
Saúde, 
Previdência e Assistência 
Social 
 
 
Para Todas as Demais 
Despesas 
 
 
 
 
 
 
Atenção!!! Não integram a LOA os orçamentos das Autarquias Regionais 
(Conselhos: CREA, CRM, CRA etc.) 
 
Conforme a Constituição Federal, somente o Orçamento Fiscal e o de 
Investimentos é que objetivam reduzir desigualdades inter-regionais - o 
Orçamento da Seguridade Social não tem essa função. Além disso, nenhum 
investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado 
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37 
 
sem prévia inclusão no Plano Plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob 
pena de crime de responsabilidade. No aspecto jurídico, a LOA ocupa papel 
inferior, visto que deve obedecer a vários instrumentos legais, alguns de mesma 
hierarquia, outro com status de lei complementar, além da LRF e da própria 
Constituição Federal vigente. 
O processo de elaboração do projeto de Lei Orçamentária Anual se 
desenvolve no âmbito do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal. Ele 
envolve um conjunto articulado de tarefas complexas e a elaboração de 
cronograma gerencial e operacional com etapas claramente especificadas e 
produtos definidos e configurados, além da divulgação de informações/ 
orientações- e compreende a participação dos órgãos central, setoriais e das 
Unidades Orçamentárias do sistema, o que pressupõe a constante necessidade de 
tomada de decisões em seus vários níveis. 
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38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.1.2 SISTEMA DE PLANEJAMENTO E DE ORÇAMENTO FEDERAL 
Conforme a Lei no 10.180, de 6 de fevereiro de 2001: 
 
Art. 2º O Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal tem por finalidade: 
I - formular o planejamento estratégico nacional; 
II - formular planos nacionais, setoriais e regionais de desenvolvimento econômico e 
social; 
III - formular o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais; 
IV - gerenciar o processo de planejamento e orçamento federal; 
V - promover a articulação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, 
visando a compatibilização de normase tarefas afins aos diversos Sistemas, nos 
planos federal, estadual, distrital e municipal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 3o O Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal compreende as atividades 
de elaboração, acompanhamento e avaliação de planos, programas e orçamentos, e 
de realização de estudos e pesquisas socioeconômicas. 
 
Art. 4o Integram o Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal: 
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39 
 
I - o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, como órgão central; 
II - órgãos setoriais; 
III - órgãos específicos. 
 
 
 
 
 
 
Sistema de 
Planejamento e de 
Orçamento Federal 
 
 
 
 
 
Ministério do 
Planejamento, 
Desenvolvimento e 
Gestão (órgão central) 
 
Órgãos setoriais Órgãos específicos 
 
 
 
 
§ 1o Os órgãos setoriais são as unidades de planejamento e orçamento dos 
Ministérios, da Advocacia-Geral da União, da Vice-Presidência e da Casa Civil da 
Presidência da República. 
§ 2o Os órgãos específicos são aqueles vinculados ou subordinados ao órgão central 
do Sistema, cuja missão está voltada para as atividades de planejamento e 
orçamento. 
§ 3o Os órgãos setoriais e específicos ficam sujeitos à orientação normativa e à 
supervisão técnica do órgão central do Sistema, sem prejuízo da subordinação ao 
órgão em cuja estrutura administrativa estiverem integrados. 
§ 4o As unidades de planejamento e orçamento das entidades vinculadas ou 
subordinadas aos Ministérios e órgãos setoriais ficam sujeitas à orientação 
normativa e à supervisão técnica do órgão central e também, no que couber, do 
respectivo órgão setorial. 
§ 5o O órgão setorial da Casa Civil da Presidência da República tem como área de 
atuação todos os órgãos integrantes da Presidência da República, ressalvados outros 
determinados em legislação específica. 
Art. 5o Sem prejuízo das competências constitucionais e legais de outros Poderes, as 
unidades responsáveis pelos seus orçamentos ficam sujeitas à orientação normativa 
do órgão central do Sistema. 
Art. 6o Sem prejuízo das competências constitucionais e legais de outros Poderes e 
órgãos da Administração Pública Federal, os órgãos integrantes do Sistema de 
Planejamento e de Orçamento Federal e as unidades responsáveis pelo planejamento 
e orçamento dos demais Poderes realizarão o acompanhamento e a avaliação dos 
planos e programas respectivos. 
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40 
 
3.1.3 SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL (SOF) 
O trabalho desenvolvido pela SOF, no cumprimento de sua missão institucional, 
tem sido norteado por um conjunto de competências, descritas no art. 9o do Anexo 
I do Decreto no 9.035, de 20 de abril de 2017, e amparado no art. 8o da Lei no 
10.180, de 2001, assim relacionadas: 
 
Art. 9º À Secretaria de Orçamento Federal compete: 
I - coordenar, consolidar e supervisionar a elaboração da lei de diretrizes 
orçamentárias e da proposta orçamentária da União, compreendidos os orçamentos 
fiscal e da seguridade social; 
II - estabelecer as normas necessárias à elaboração e à implementação dos 
orçamentos federais sob sua responsabilidade; 
III - acompanhar a execução orçamentária, sem prejuízo da competência atribuída a 
outros órgãos; 
IV - realizar estudos e pesquisas concernentes ao desenvolvimento e ao 
aperfeiçoamento do processo orçamentário federal; 
V - orientar, coordenar e supervisionar tecnicamente os órgãos setoriais de 
orçamento; 
VI - exercer a supervisão da Carreira de Analista de Planejamento e Orçamento, em 
articulação com a Secretaria de Planejamento e Assuntos Econômicos, observadas as 
diretrizes do Comitê de Gestão das Carreiras do Ministério do Planejamento, 
Desenvolvimento e Gestão; 
VII - estabelecer as classificações orçamentárias da receita e da despesa; 
VIII - acompanhar e avaliar o andamento da despesa pública e de suas fontes de 
financiamento e desenvolver e participar de estudos econômico-fiscais voltados ao 
aperfeiçoamento do processo de alocação de recursos; 
IX - acompanhar, avaliar e realizar estudos sobre as políticas públicas e a estrutura 
do gasto público; e 
X - acompanhar e propor, no âmbito de suas atribuições, normas reguladoras e 
disciplinadoras relativas às políticas públicas em suas diferentes modalidades. 
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41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.1.4. ÓRGÃO SETORIAL 
 
O órgão setorial desempenha o papel de articulador no âmbito da sua 
estrutura, coordenando o processo decisório no nível subsetorial (UO). Sua 
atuação no processo orçamentário envolve: 
- estabelecimento de diretrizes setoriais para elaboração e alterações 
orçamentárias; 
- definição e divulgação de instruções, normas e procedimentos a serem 
observados no âmbito do órgão durante o processo de elaboração e alteração 
orçamentária; 
- avaliação da adequação da estrutura programática e mapeamento das alterações 
necessárias; 
- coordenação do processo de atualização e aperfeiçoamento das informações 
constantes do cadastro de programas e ações; 
- fixação, de acordo com as prioridades setoriais, dos referenciais monetários para 
apresentação das propostas orçamentárias e dos limites de movimentação e 
empenho e de pagamento de suas respectivas UO; 
- análise e validação das propostas e das alterações orçamentárias de suas UOs; e 
- consolidação e formalização da proposta e das alterações orçamentárias do 
órgão. 
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42 
 
 
3.1.5. UNIDADE ORÇAMENTÁRIA 
As UOs, apesar de não integrarem o Sistema de Planejamento e Orçamento 
previsto no caput do art. 4º da Lei nº 10.180, de 2001, ficam sujeitas à or ientação 
normativa e à supervisão técnica do órgão central e também, no que couber, do 
respectivo órgão setorial, e desempenham o papel de coordenação do processo de 
elaboração da proposta orçamentária no seu âmbito de atuação, integrando e 
articulando o trabalho das suas unidades administrativas, tendo em vista a 
consistência da programação de sua unidade. As UOs são responsáveis pela 
apresentação da programação orçamentária detalhada da despesa por programa, 
ação e subtítulo. Sua atuação no processo orçamentário compreende: 
- estabelecimento de diretrizes no âmbito da UO para elaboração da proposta e 
alterações orçamentárias; 
- estudos de adequação da estrutura programática; 
- formalização, ao órgão setorial, da proposta de alteração da estrutura 
programática sob a responsabilidade de suas unidades administrativas; 
- coordenação do processo de atualização e aperfeiçoamento das informações 
constantes do cadastro de ações orçamentárias; 
- fixação dos referenciais monetários para apresentação das proposta s 
orçamentárias e dos limites de movimentação e empenho e de pagamento de suas 
respectivas unidades administrativas; 
- análise e validação das propostas orçamentárias das unidades administrativas; e 
- consolidação e formalização de sua proposta orçamentária. 
 
3.1.6. Análise final e consolidação da proposta orçamentária 
 
Após os ajustes feitos pelos Órgãos Setoriais, as propostas consolidadas por 
programas são enviadas à Secretaria de Orçamento Federal, via SIOP. A SOF realiza 
a verificação da compatibilidade das propostas encaminhadas pelos Órgãos 
Setoriais com os limites orçamentários estabelecidos- condição básica para se 
iniciar a fase de análise no âmbito daquela Secretaria. Caso sejam constatadas 
incompatibilidades, o Órgão Setorial é acionado para proceder aos ajustes 
necessários. Requisitos de atendimento ãs normas legais também

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