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Estudos Direito do Trabalho I Definição de empregado Art. 3º, CLT, e que preencha os seguintes requisitos: ● Continuidade ● Habitualidade ● Onerosidade ● Personalidade ● Pessoa física ● Subordinação Fontes do Direito do Trabalho Fontes Materiais Emanam dos chamados fatores sociais, econômicos e históricos. Não geram as normas jurídicas diretamente, mas influenciam-nas. Fontes Formais São construídas a partir da percepção de uma necessidade, sendo consequência das fontes materiais. Fontes autônomas: Convenções coletivas Art. 611, caput: “Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis [...]” É o pacto afirmado entre dois ou mais sindicatos, estando de um lado o sindicato da categoria profissional e do outro o sindicato da categoria econômica. Tem natureza de norma jurídica; aplicam-se a todas as empresas e trabalhadores, sócios ou não, alcançando todos os membros da categoria. Acordos coletivos Pacto celebrado entre duas ou mais empresas e o sindicato da categoria profissional, estabelecendo condições de trabalho (art. 611, §1º, CLT). Regulamentos de Empresa Mecanismo que impõe disciplina às relações de trabalho dentro de uma empresa, ao lado das fontes estatais, e suas cláusulas aderem ao contrato de trabalho. Há vários pronunciamentos sumulares no TST: Súmulas 51, 77, 87 e 186. Contrato de trabalho Decorre da vontade das partes, limitada às normas legais e convencionais, consagrando os direitos e deveres do empregado e do empregador. Fontes Heterônomas Costumes São fontes do direito do trabalho na medida em que a concessão habitual de uma determinada vantagem pelo empregador acarreta o direito do empregado de continuar a recebê-la. Constituição Federal A atual Carta Magna cuida dos direitos dos trabalhadores nos seusarts. 7º e 11 e no art. 10 do ADCT. Atenção: o direito do trabalho se pauta pela norma mais favorável ao trabalhador, a qual prevalece em detrimento da Constituição, que apenas assegura o mínimo. Leis Federais A competência para legislar em matéria trabalhista é da União, por força do art. 22, I, CF. Além da CLT, outras leis também asseguram direitos aos trabalhadores, dentre elas: ● Lei 605/1949 – repouso semanal remunerado; ● Lei 5.859/72 – empregado doméstico; ● Lei 5.889/73 – trabalhador rural; ● Lei 6.019/74 – trabalhador temporário; ● Lei 7783/89 – greve; ● Lei 8.036/90 – FGTS. Atos do Poder Executivo O ordenamento jurídico anterior a 1988 permitia a criação de decreto-lei, haja vista que a própria CLT é um exemplo. Atualmente o Poder Executivo edita medidas provisórias e tem competência para expedir decretos e julgamentos, os quais objetivam regulamentar as leis. O Ministério do Trabalho também pode expedir portarias. Exemplo: NR-17. Sentenças normativas É a decisão dos Tribunais Regionais do Trabalho ou do Tribunal Superior do Trabalho, no julgamento dos dissídios coletivos. Decorre do poder normativo da Justiça do Trabalho, exercido desde que as partes estejam de comum acordo – art. 114, §2º, CF. São fontes formais porque criam, modificam ou extinguem condições de trabalho. Princípios do Direito do Trabalho Princípio in dubio pro operário O intérprete deve escolher, entre duas ou mais interpretações, aquela mais favorável ao trabalhador. Princípio da condição mais benéfica Objetiva assegurar a prevalência das condições mais vantajosas para o trabalhador, mesmo em relação à situação anterior. Princípio da norma mais favorável Sempre que houver conflito de normas, aplica-se ao caso concreto a norma mais favorável, independente da hierarquia normativa. Princípio da irrenunciabilidade dos direitos Decorre do caráter protetivo do direito do trabalho e por que as normas que consagram direitos mínimos ao empregado são de ordem pública. Princípio da continuidade da a relação de emprego Princípio que recomenda a preferência legal aos contratos de trabalho por prazo indeterminado, e segundo o qual a relação de emprego prolonga-se indefinidamente até que alguma formulação expressa em sentido contrário estabeleça a extinção do contrato. Princípio da primazia da realidade Reza esse princípio que a situação fática supera a situação de direito, visando proteger o empregado – art. 9º, CLT. Princípios da integralidade e da intangibilidade Objetivam a proteção do salário, impedindo descontos abusivos, preservando sua impenhorabilidade e assegurando-lhe posição privilegiada no caso de insolvência do empregador. Exceção: convenção coletiva para redução do salário, fundada na teoria da imprevisão (fato contratual imprevisto e superveniente, que desequilibra a relação contratual). Princípio da não-discriminação Proíbe a diferença de critério de admissão, exercício de funções e de salário por motivos de raça, estado civil, idade e sexo, bem como por motivo de deficiência ou distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual (art. 7º, CF). Princípio da irredutibilidade de salário Qualquer redução salarial torna-se ilícita se causar prejuízo ao empregado. A flexibilização ocorre por convenção coletiva, que permite a redução de salário nos seguintes casos: ● Redução salarial acompanhada de redução da carga horária; ● Por motivos de força maior; ● Prejuízos devidamente comprovados causados pelo empregado. Atenção:Cargo de confiança - se houver modificação de diretoria ou gerência, pode retornar o empregado para o cargo anterior, com redução de salário, desde que não o tenha exercido por mais de 10 anos. Aplicação das normas trabalhistas Critérios de interpretação Dependendo de onde se originou, a interpretação se diz autêntica, doutrinária e judiciária. ● Autentica – emana do próprio legislador, por meio de uma lei interpretativa; ● Doutrinária – conferida aos juristas através de artigos em revistas especializadas, livros jurídicos, etc.; ● Judiciária – realizada por juízes e tribunais. Métodos de interpretação Objetivando descobrir a vontade do legislador, são eles: ● Gramatical – o busca-se o sentido literal de cada palavra; ● Lógico-sistemático – estuda-se o texto normativo em conjunto com outras normas; ● Interpretação histórica – pressupõe o exame dos fatores que influenciaram na elaboração da norma. Eficácia das normas trabalhistas no tempo e no espaço No tempo Pauta-se pelos princípios da irretroatividade, em que a lei nova não se aplica aos contratos de trabalho já terminados; e efeito imediato: a lei nova se aplica, desde logo, as relações de emprego em desenvolvimento. No espaço Rege-se pelo princípio da territorialidade, significando que a mesma lei disciplinará os contratos individuais de trabalho tanto dos empregados brasileiros como aos estrangeiros que prestam serviço no Brasil. Formação do contrato de trabalho Conceito Art. 442, CLT – Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente a relação de emprego. Doutrina – haverá contrato de trabalho sempre que uma pessoa física se obrigar a realizar atos, executar obras ou prestar serviços para outra e sob dependência desta, durante tempodeterminado ou indeterminado , de natureza não eventual mediante pagamento de uma remuneração. Classificação do contrato de trabalho i. Típico ii. Comutativo iii. Oneroso iv. Personalíssimo v. Em regra não solene vi. De trato sucessivo vii. Plano de existência viii. Plano de validade Características do contrato de trabalho i. Ato jurídico de direito privado; ii. Contrato para pessoa certa; iii. Consensual, pois requer a vontade das partes; iv. Sinalagmatico ou bilateral, pois gera direitos e obrigações entre as partes, contrárias e equivalentes; v. Oneroso, pois ambas as partes auferem uma vantagem e um ônus; vi. Execução continuada ou de trato sucessivo – o contrato é duradouro, renovando-se a cada dia as obrigações assumidas; vii. Principal – não depende de outro contrato para sua existência. Requisitos de validade do contrato de trabalho Art. 104 , CC: a. Agente capaz; b. Objeto lícito, possível determinado ou determinável; c. Forma prescrita ou não defesa em lei Irretroatividade da nulidade: no direito do trabalho não existe nulidade absoluta (princípio da irretroatividade das nulidades). O contrato de trabalho, ainda que nulo, pode produzir efeitos até que o juiz reconheça essa nulidade Exemplo: menor de 10 anos que tenha prestado serviço como empregado. O contrato é nulo, o juiz do trabalho reconhece essa nulidade, mas determina o pagamento de indenização, que será baseada na equiparação das verbas. Contrato de trabalho e contratos afins O contrato de trabalho e a empreitada Na empreitada, o que importa é o resultado do trabalho, ao passo que no contrato de trabalho é força do trabalho que importa. Na empreitada, a execução do trabalho não é dirigida nem fiscalizada de modo contínuo pelo contratante, sendo seu objeto o resultado do trabalho. No contrato de trabalho o empregado é subordinado e supervisionado pelo empregador, não assumindo os riscos da atividade exercida, ao contrario do empreiteiro. Contrato de trabalho e a sociedade A diferença básica entre o contrato de trabalho e sociedade é que na sociedade existe a assunção dos risco da atividade e o sócio não está subordinado juridicamente. O contrato de trabalho e o mandato Tanto em um como no outro existem vínculos de subordinação jurídica a quem contrata e/ou remunera o serviço; no entanto o vínculo de subordinação é mais acentuado no contrato de trabalho; o de mandato permite maior autonomia ao mandatário: a distinção consiste no grau de subordinação. Contrato de trabalho coletivo É o acordo de caráter normativo, formado por uma ou mais empresas com entidades sindicais, visando à auto composição de seus conflitos coletivos. Sujeitos do contrato de trabalho O empregado Art. 3º, CLT – considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob dependência deste e mediante salário. Requisitos para a condição de empregado: i. Continuidade ii. Habitualidade iii. Onerosidade iv. Personalidade v. Pessoa física vi. Subordinação a. Pessoalidade; b. Onerosidade c. Não assunção ao risco da empresa d. Duração não eventual e. Subordinação Figuras especiais de empregado Empregado doméstico Pessoa física que trabalha de forma pessoal, subordinada, onerosa e continuada para outra pessoa física que não explore atividade lucrativa com sua mão de obra (senão vira empregado CLT). Para ser doméstico: i. Basta trabalhar para empregador doméstico; ii. Independe da atividade que exerce; iii. Âmbito residencial e/ou familiar. Não podem ser tomadores de serviços domésticos: a. Pessoas jurídicas; b. Profissional liberal; c. Entes despersonalizados; d. Atividade econômica organizada. Direitos dos empregados domésticos: i. Salário mínimo; ii. Irredutibilidade da remuneração; iii. Décimo terceiro salário; iv. Repouso semanal remunerado, de preferência aos domingos; v. Aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço, no mínimo de 30 dias; vi. Licença maternidade com duração de 120 dias; vii. Licença paternidade; viii. Férias com remuneração acrescida de 1/3; ix. Aposentadoria; x. Férias anuais remuneradas de 20 dias úteis, após cada período de 12 meses trabalhados a mesma pessoa ou família; xi. Benefícios e serviços da Previdência Social; xii. O FGTS agora é obrigatório, porem falta complementação; xiii. Carga horária de 8h diárias e 44h semanais, sendo o excedente hora extraordinária com direito a adicional noturno; xiv. Vale transporte. Empregado rural É toda pessoa física que presta serviço subordinado a empregador rural. A lei que rege o empregado rural é a 5.889/73, em seu art. 3º. Observe-se que ele não transforma a natureza dos seus produtos, conservando-os in natura. Exemplo: não coloca qualquer tipo de química no produto; se o modificar é considerado CLT. O horário noturno nesse caso diverge: a. Para lavoura – das 21h ás 5h; b. Para a pecuária – das 20h as 4h. Aprendiz Art. 428, CLT: contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e por prazo indeterminado, em que o empregador se compromete a assegurar ao maior de 14 e menor de 24 anos inscrito em programa de aprendizagem formação técnico-profissional metódica, compatível com seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a executar com zelo e diligência as tarefas necessárias a essa formação. §1º a validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na carteira de trabalho e previdência social, matricula e frequência na escola, caso não haja concluído o ensino médio, e inscrição em programa de aprendizagem. Outras figuras de trabalhadores Trabalhador autônomo Autua de modo independente, por conta própria, não estando subordinado a outrem. São pessoas físicas que exercem atividades como serviços de pintura, eletricidade, taxistas, médicos, veterinários, etc. Eles têm plena liberdade de trabalhar como, quando e onde quiserem. Assumem todos os riscos de sua atividade e não recebem salário, mas sua remuneração a partir do preço contratado pelo serviço. A diferença básica entre o trabalho prestado na condição de empregado e o trabalho autônomo reside no fato de que no primeiro o empregador contrata o trabalho (atividade humana), enquanto no segundo o contrato recai sobre o resultado do trabalho humano. Trabalhador eventual Presta serviços esporádicos, não sabendo seu tomador quando a atividade se repetirá. Inexiste vínculo empregatício, continuidade. Exemplos: auxiliares de buffet, carregadores de caminhões, trabalhadores rurais ocasionais (boias-frias). Não tem todos os direitos trabalhistas assegurados, mas tão somente o valor do preço dos serviços e eventual multa em face de descumprimento contratual. Trabalhador avulso Quem presta, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, serviços de natureza urbana ou rural, com intermediação obrigatória de sindicato ou órgão gestor de mão de obra. São características do trabalho avulso a intermediação do sindicato do trabalhador na colocação da mão-de-obra ou comissão de gestão, a curta duração do serviço prestado a um beneficiado e a remuneração paga basicamente em forma de rateio pelo sindicato. Possui todos os direitos trabalhistas assegurados e repassadospelo sindicato ou órgão de gestão de mão de obra. Trabalhador temporário É a pessoa física contratada por empresa de trabalho temporário, para prestação de serviço destinada a atender necessidade transitória, seja de substituição de pessoal regular como para suprir acréscimo extraordinário de tarefas. A remuneração é paga pela empresa de serviço temporário ao trabalhador. O prazo para exercício dos serviços é de 3 meses, salvo autorização do Ministério Publico do Trabalho para 9 meses. O empregador Art. 2º, CLT: considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. Grupos de empresas (holding) e alterações na estrutura jurídica da empresa Art. 2º, § 2º, CLT: Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, serão para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas. Art. 10, CLT: Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados. A terceirização no Direito do Trabalho Conceito Trata-se da entrega a terceiros de atividades não essenciais da empresa, a fim de que possa se concentrar na sua atividade-fim, e também objetiva a redução de custos com mão de obra, pois os empregados da empresa contratada não integram a mesma categoria profissional dos empregados da contratante. Enquanto o empregado é contratado em caráter personalíssimo, o terceirizado pode ser substituído. A empresa tomadora de serviços não arca com o ônus contratual empregatício, sendo, via de regra, de responsabilidade subsidiaria. Não pode haver pessoalidade e subordinação, senão caracteriza-se vinculo empregatício. A duração do contrato de trabalho Contrato de trabalho por prazo indeterminado A regra geral é por prazo indeterminado – art. 443 e 444, CLT. Será considerado de prazo determinado quando admitido de forma expressa ou quando silenciando-se as partes sobre o prazo. Contrato de trabalho por prazo determinado Os contratos de prazo determinado terão no máximo 2 anos – arts. 445 e 441, CLT. Só poderão ser prorrogados 1 vez, observando-se sempre o prazo total de 2 anos. Quando se cumpre o contrato de trabalho de prazo determinado, o trabalhador não receberá as verbas indenizatórias. Em caso de rompimento do contrato, a empresa que, sem justa causa, o rescindir, será obrigada a pagar 50 % do restante do contrato; o trabalhador também terá esse ônus caso rescinda, limitando-se, no seu caso, o valor ao máximo do que ele receberia se fosse a empresa que rescindisse . Contratos de experiência Traduz um período de prova no qual o empregador vai aferir as habilidades do empregado, podendo ser prorrogado desde que seja respeitado o limite máximo de 90 dias (Súmula 188 do TST. Art. 472, § 2º. Suspensão e interrupção do contrato de trabalho Suspensão Apesar de mantido o vínculo contratual, há cessação da prestação de serviços e do correspondente pagamento. Por motivos que independem da vontade do empregado: a) Acidente de trabalho, a partir do 16° dia de afastamento. b) Auxílio-doença, após o 16° dia. c) Greve d) Cumprimento do serviço militar ou encargo público e) Razões de segurança nacional f) Aposentadoria por invalidez Por motivos a que deu causa o empregado: a) Suspensão disciplinar b) Por determinação do empregador, para instauração de inquérito judicial para apuração de falta grave. c) Representação sindical se houver afastamento d) Aborto criminoso e) Exercício de cargo de diretoria Por motivos a que deu causa o empregador: a) Dificuldades da empresa, que a levam a suspender as atividades temporariamente. Interrupção Mantem-se o vínculo contratual, e mesmo com a cessação da prestação de serviços, a contraprestação continua mantida – art. 473, CLT. Espécies de Interrupção: a) Luto pelo falecimento de pessoas de estreita relação, até 2 dias consecutivos. b) Nascimento do filho (licença-paternidade) por 5 dias. c) Alistamento eleitoral até 2 dias. d) Cumprir exigência do serviço militar e) Greve, por força de julgamento ou acordo f) Acidente de trabalho, até o 15° dia g) Auxílio-doença, até o 15° dia h) Para exercício de cargo de diretoria, pelo tempo que durar. i) Repouso semanal remunerado (24h consecutivas por semana) j) Férias k) Licença-maternidade - 120 dias l) Aviso prévio, 2h por dia m) Casamento, até 3 dias consecutivos n) Licença remunerada, por acordo individual ou coletivo. o) Exames vestibulares ao ensino superior. Suspensão Interrupção Não há trabalho Não há trabalho Não há pagamento de salário Há pagamento de salário Não há contagem do tempo de serviço Há contagem do tempo de serviço O art. 473, CLT, apresenta as hipóteses de interrupção do contrato de trabalho. Afastamento por doença Diferença entre doença e acidente de trabalho: na doença, o fato gerador aconteceu fora do trabalho. Nos 15 primeiros dias o contrato será interrompido. A partir do 16º dia a previdência social irá pagar o auxílio doença e a suspensão será total. Acidente de trabalho Aquele que ocorre quando o empregado está a disposição do empregador, ou seja, prestando o serviço direta ou indiretamente, ou mesmo no deslocamento. Aplica-se também as chamadas doenças ocupacionais. A interrupção será parcial, pois o trabalho foi motivador do fato. Até 6 meses considera-se o tempo para a aposentadoria, após isso cessa a contagem bem como o tempo aquisitivo para férias, mas continua para o FGTS e INSS. Faltas ao serviço Justificadas são as faltas que o empregado pode dar, sem prejuízo da remuneração e dos demais direitos, dispostas no art. 473, CLT. Se é justificada, o empregado receberá a remuneração do(s) dia(s), bem como a do repouso semanal, e não sofrera qualquer desconto nos dias de duração das férias. Caso for injustificada, todas as consequências anteriores ocorrerão legalmente. Alterações nas condições de trabalho Princípio da imodificabilidade Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento e, ainda assim, desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia (art. 468, CLT) Princípio do Jus Variandi - É o direito do empregador, em casos excepcionais, de alterar, por imposição e unilateralmente, as condições de trabalho dos seus empregados; fundamenta alterações relativas à função, ao salário e ao local da prestação de serviços. Transferência A CLT (art. 469) considera transferência a ato pelo qual o empregado passa a trabalhar em outra localidade, diferente da que resultar do contrato, desde que importar em mudança do seu domicílio. Transferências lícitas É lícita a transferência do empregado, com a sua anuência (CLT, art. 469); a concordância do empregado é que legitimará a transferência; sem sua anuência é lícita a transferência em caso de necessidade de serviço, mediante o pagamento de adicional de transferência de 25%, e ocorrendo a extinção do estabelecimento em que trabalhar o empregado. Empregados intranferíveis A CLT (art. 543) impede a transferência de empregados eleitos paracargo de administração sindical ou de representação profissional para localidades que impeçam o desempenho dessas atribuições; o art. 659, IX prevê a concessão de medidas liminares pelos juízes do trabalho, sustando transferências ilícitas. Efeitos econômicos da transferência As despesas relativas a transferência correrão por conta do empregador - art. 470, CLT. Salário e Remuneração Diferença entre salário e remuneração Art. 457, CLT. Remuneração - Conjunto de todas as verbas recebidas pelo empregado. Salário - tem o sentido de parte principal ou básica da remuneração, a qual são acrescidas outras verbas. Abono Os abonos são adiantamentos em dinheiro de um benefício futuro. Advindo de convenção ou acordo coletivo. É considerado uma verba salarial e tem repercussão nos recolhimentos. Exemplo: abono do PIS. Complementos São adicionais que podem alterar a remuneração. Todos os complementos são concedidos em função de um fato gerador. Adicional de Horas Extras Quando o empregador solicita ao empregado que trabalhe além de seu horário normal de trabalho, a fim de completar uma tarefa ou atender as necessidades da empresa, Como há um desgaste físico maior do empregado, ele deve ser compensado com o pagamento do adicional de no mínimo 50% sobre o valor da hora normal. Aplica-se também quando há supressão dos intervalos. Art. 71, CLT. Adicional Noturno É o acréscimo de uma porcentagem sobre o valor normal do salário do empregado, a título de compensação pelo esforço de trabalhar em horário normalmente reservado para o repouso. Para os empregados urbanos, considera-se noturno o trabalho realizado entre 22h e 5h (art. 73, , CLT), sendo exigível o acréscimo de, no mínimo 20% em relação ao labor em2º § horário diurno. No caso dos trabalhadores rurais existem duas situações: para o trabalho na lavoura será considerado o trabalho das 21h às 5h; na pecuária será entre as 20h e 4h. Para as duas hipóteses o adicional corresponderá a, no mínimo, 25% da hora normal. Adicional de insalubridade Atividades e locais que envolvem condições prejudiciais á saúde do trabalhador, manifestando-se com a sua exposição prolongada a elas. O adicional nessas condições deve ser pago em caráter compensatório, e seu valor sofre variação de acordo com o tipo de insalubridade, que pode ser de 10% (grau mínimo), 20% (grau médio) e 40% (grau máximo), calculado sobre o valor do salário mínimo. Art. 192, CLT. Adicional de Periculosidade São atividades ou operações perigosas que impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos, em condições de risco acentuado de vida O valor do adicional é de 30% sobre.o salário básico do empregado. Não pode ser cumulado com o adicional de insalubridade, tendo o empregado o direito de optar pelo adicional que for mais vantajoso (art. 193, CLT). Adicional de transferência O empregador pode necessitar que determinado empregado preste trabalho em localidade diferente daquela para a qual foi contratado. Deve ser pago o adicional de 25% sobre o salário, enquanto durar a transferência, cujo pagamento cessará com o retorno á localidade original. Ocorrendo a transferência do empregado, o empregador deverá arcar com todos os custos da transferência. É cabível em local fora de regiões metropolitanas. Ajuda de custo Quantia recebida pelo empregado para fazer frente ás despesas necessárias para a execução dos serviços. Não tem natureza salarial (art. 457, § 2º, CLT). Formas especiais de salário Gratificação Gratificação: é o pagamento de um premio em dinheiro, em agradecimento por um bom desempenho, por liberalidade do empregador, totalmente eventual, não integrando o salário. Ocorrendo habitualmente no pagamento, torna-se obrigatória. · Gratificação Ajustada: o empregador promete uma gratificação mediante a realização de certos objetivos. · Gratificação por Função: premio concedido pelo desempenho superior requerido em dada função dita de responsabilidade ou cargos de confiança. Ex: gerente. Gratificação Natalina ou 13° salário: é uma gratificação compulsória por força de lei e tem natureza salarial; foi criado pela Lei 4090/62, como um pagamento a ser efetuado no mês de dezembro e no valor de uma remuneração mensal; para o empregado que não trabalha todo o ano, seu valor é proporcional aos meses de serviço, na ordem de 1/12 por mês, considerando-se a fração igual ou superior a 15 dias como mês inteiro, desprezando-se a fração menor; a lei 4749/65 desdobrou em dois seu pagamento; a 1ª metade é paga entre os meses 02 e 11, a 2ª até 20/12. Comissões Forma de salário condicionado ao resultado do trabalho realizado pelo empregado, podendo ser, ou não, a única forma de salário. A taxa comissional é irredutível. Gorjeta É recebida por terceiros. Por costume, o empregador inclui nas notas de despesas dos clientes uma porcentagem a titulo de “serviços”, destinada á distribuição equitativa aos empregados da casa comercial. Participação nos lucros Uma parcela adequada dos lucros obtidos deverá ser distribuída aos empregados, em reconhecimento pelo seu esforço e como forma de estimulo para um melhor desempenho. Não tem natureza salarial e nem todos recebem, chegando ao valor máximo de R$ 6.800,00 (para não cair no Imposto de Renda). Não repercute no FGTS nem no INSS. Jornada de Trabalho Conceito É o período de tempo durante o qual o empregado permanece á disposição do empregador para executar o trabalho ou aguardar ordens de trabalho. O estudo da jornada de trabalho compreende a duração do trabalho, os honorários, o intervalo, entre outros aspectos Duração do Trabalho - É o tempo de labor legalmente outorgado ou contratualmente oferecido a um empregado - art. 58, CLT Jornada de trabalho - é o tempo que o empregado permanece a disposição do empregador durante um dia - Art. 71 Horário de trabalho - é a duração do trabalho com seus limites bem especificados, inclusive com a fixação dos intervalos. Serviço efetivo real - Todo o período que o empregado se encontra a disposição do empregador, dentro do horário de trabalho. Art. 4*. CLT Horas in itinere Período em que o empregado esteja a disposição do empregador, mesmo fora do horário de trabalho, por conta do deslocamento. Para lugares de difícil acesso ou ao servidos por transporte público · Integram a jornada de trabalho · Art. 58, § 2*, CLT · Súmula 90 do deslocamento Horas extraordinárias Hora Extra: é aquela que ultrapassa o limite legal ou contratual. Dispõe que as variações de horário no registro de ponto até 5 minutos, totalizando, no máximo, 10 minutos por dia, não serão consideradas hora extra. As horas extras estão limitadas a 2h por dia, no máximo, salvo em casos excepcionais. Períodos de descanso Intervalos Intrajornadas Dentro da jornada diária de trabalho ocorrem períodos de repouso para descanso e alimentação. É o repouso intrajornada - art. 71, CLT. a. Jornada superior a seis horas – intervalo de 1 a 2 horas b. Jornada superior a quatro horas – intervalo de 15 minutos c. Datilografia e digitação – intervalo de 10 minutos a cada 90 minutos de trabalho (CLT artigo 72 Súmula 346 do TST). Intervalos Interjornadas Período de tempo entre duas jornadas diárias de trabalho e deve ser de, no mínimo, 11 horas consecutivas - art. 66, CLT. Descanso Semanal Remunerado Art. 67, CLT Súmula 172 TST A lei confere 24 horas de descanso semanal remunerado ao empregado, não importando a forma de remuneração. Será calculado com base na remuneração composta do empregado.Será concedido preferencialmente aos domingos. Para os empregados de plantão haverá uma escala mensal com pelo menos um domingo livre. Se o empregado faltar durante a semana, há duas posições doutrinárias: 1. Pode haver o desconto, pois a falta é injustificada e ele acabou por ter o seu descanso e segundo porque não preencheu o requisito de seis dias consecutivos trabalhados. 2. A corrente majoritária diz que não pode haver desconto, primeiro pelo princípio da proteção integral do trabalhador e também porque não há previsão legal desse desconto, que se for aplicado caracterizará bis in idem, ou seja, a pessoa que faltou já teria o dia descontado do salário e das férias, e ainda vão tirar-lhe o descanso semanal. Férias Anuais Remuneradas Período de tempo em que o empregado fica dispensado de prestar trabalho, embora garantida a sua remuneração, para a finalidade de descanso e lazer. As férias podem ser individuais ou coletivas, e, de preferência, o período não deve ser fracionado. O período de afastamento é tido como tempo trabalhado - art. 129, CLT. A cada período de 12 meses trabalhados o empregado terá direito a 30 dias corridos de férias - art. 130, CLT. Períodos · Aquisitivo - após doze meses trabalhados, o empregado tem o direito adquirido de um mesmo de descanso remunerado, entrando no período aquisitivo. · Concessivo - após o período aquisitivo, inicia-se o concessivo: a empresa tem até 12 meses para conceder as férias Ele receberá o salário normal, se for comissionado é a média, mais o acréscimo constitucional de 1/3, art. 7*, inciso 17, CF. A empresa não pode deixar juntar dois períodos aquisitivos sem conceder férias, senão estará sujeita a multa, pagando em dobro a remuneração Se a empresa não concede férias no período concessivo - art. 137, CLT Aviso de férias O empregador deve avisar com no mínimo de 30 dias de antecedência - art. 135, CLT As férias poderão ser fracionadas - art. 134, § 1*, CLT - o período mínimo é de 10 dias Duração - art. 130, CLT - dependendo de faltas não justificadas o período de férias poderá sofrer modificações Perda de direito - art. 133, CLT - quando o empregado estiver recebendo auxilio doença pr um período superior a 6 meses Abono pecuniario - art. 143, CLT - apenas 10 dias = 1/3 "vender as férias" Aviso Prévio Conceito É a comunicação da rescisão do contrato de trabalho pela parte que decide extingui-lo, com a antecedência mínima e com o dever de manter o contrato após essa comunicação até o decurso do prazo nela previsto, sob pena de pagamento de uma quantia substitutiva, o caso de ruptura do contrato - art. 487 O prazo do aviso prévio será proporcional ao tempo de serviço – no mínimo de 30 dias. Extinção do contrato de trabalho A extinção do contrato de trabalho pode ocorrer por diversos motivos, dentre eles: a) Por decisão do empregador: - Dispensa sem justa causa do empregado - Dispensa com justa causa do empregado b) Por decisão do empregado: - Pedido de demissão - Dispensa indireta - Aposentadoria c) Por iniciativa de ambos: - Acordo d) Por desaparecimento das partes: - Morte do empregado - Morte do empregador pessoa física - Extinção da empresa e) Por expiração do contrato a prazo: - Pela dispensa do empregado - Pedido de demissão do empregado Extinção por iniciativa do empregado Pedido de demissão É a comunicação do empregado ao empregador de que não pretende mais dar continuidade ao contrato de trabalho; não tem forma prevista em lei, mas segundo a praxe é escrita; tem de ser feita com certa antecedência (CLT, art. 487); a falta de aviso prévio do empregado que pede demissão autoriza o empregador a reter o saldo de salário, se o tiver Rescisão indireta do contrato de trabalho Denomina-se rescisão indireta do contrato de trabalho, ou despedida indireta, a hipótese em que o contrato de trabalho se extingue por iniciativa do empregado, mas em face de justa causa praticada pelo empregador. O rol taxativo está disposto no art. 483, CLT. A rescisão indireta equipara-se a despedida sem justa causa no que diz respeito aos direitos do trabalhador e as obrigações do empregador. O empregado terá direito ao aviso prévio de 30 dias, acréscimo de 40% sobre depósitos do FGTS, seguro-desemprego, 13º salário e férias proporcionais, além do saldo salarial eventuais indenizações. Abandono de emprego Configura justa causa para a rescisão do contrato, elencada na alínea j) do art. 482, CLT. O empregado terá direito: saldo da remuneração, valores das férias e 13º salário proporcional. Não terá direito as verbas indenizatórias nem a movimentar sua conta no FGTS. Extinção por iniciativa do empregador Despedida sem justa causa Não exige qualquer motivo ou causa para a rescisão, o que acarreta ao empregador obrigações para com o empregado. O empregador deverá arcar com as seguintes verbas rescisórias: Verbas Trabalhistas Verbas Rescisórias Remuneração Saldo + Aviso prévio (verba indenizatória) Férias Saldo + 1/3 13º Salário Saldo FGTS 40% (verba indenizatória) Despedida por justa causa Quando ocorre ato faltoso grave, praticado por uma das partes, que autorize a outra a rescindir o contrato sem ônus para o denunciante. Quantos as verbas rescisórias, o empregado receberá apenas o saldo da remuneração (direito adquirido) mais o saldo de férias com o ⅓ se preencher os requisitos para tanto. Tem como elementos: ● Gravidade do ato praticado; ● Culpa do empregado com evidência do nexo causal; ● Imediatismo na aplicação, sob pena de perdão tácito; ● Art. 482 - rol taxativo. Outras formas de extinção do Contrato de Trabalho Em regra, os contratos se extinguem pela execução, mas também podem ocorrer pela ● Morte do empregado, ● Morte do empregador (art. 483, § 2, CLT) (se a pessoa jurídico sobreviver, o contrato pode continuar, se for pessoa física, equipara-se a rescisão indireta do contrato de trabalho) ● Aposentadoria do empregado - art. 453, CLT; ● Transação diante de uma autoridade judiciária; ● Rescisão unilateral, que poderá sem ou com justa causa.
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